SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
A Cultura monástica, cortesã e popular
Literatura na Idade Média ,[object Object]
O Sistema Feudal e a Literatura ,[object Object]
A CULTURA MONÁSTICA
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
A Cultura Cortesã Numa época em que o livro era, ainda, raro e caro, a transmissão da cultura e até mesmo da literatura escrita que então começava a aparecer, fazia-se sobretudo, por via oral.
A  cultura cortesã desenvolveu-se nas cortes régias. As principais manifestações da cultura cortesã eram as representações teatrais, a poesia trovadoresca, os romances de cavalaria e os livros de montaria, a música, os torneios, as festas e os banquetes.
 
O trovador era o artista de origem nobre  que, geralmente acompanhado de instrumentos musicais, como o  alaúde  ou a  cistre , compunha e entoava cantigas .
Os jograis eram os artistas profissionais de origem , que tanto atuava nas praças públicas, divertindo o público, assim como nos palácios senhoriais, com suas  sátiras ,  mágicas ,  acrobacias ,  mímica . Eram "homens de condição inferior que ora cantavam música e poesia alheias, ora eles próprios compunham, para tirarem proveito da sua arte".
 
Segundo o código do amor cortês, um trovador deveria expressar seus elogios e súplicas a uma mulher da nobreza, casada, que tivesse uma posição social reconhecida. Essa posição social era necessária para que fosse criada, nos textos literários, uma estrutura lírica equivalente à da relação de vassalagem .
Os termos que definiam as relações feudais foram transpostos para as cantigas, caracterizando a linguagem do Trovadorismo: a mulher era a senhora, o homem era o seu servidor (servo); prezava-se a generosidade, a lealdade e, acima de tudo, a cortesia.
O amor era visto como uma forma de sublimação dos desejos que transformava o trovador num homem cortês. A dama era vista sob uma perspectiva idealizada, de perfeição absoluta.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

História A - 10ºano (M2, p3 resumos)
História A - 10ºano (M2, p3 resumos)História A - 10ºano (M2, p3 resumos)
História A - 10ºano (M2, p3 resumos)
Joana Filipa Rodrigues
 
País urbano e concelhio
País urbano e concelhioPaís urbano e concelhio
País urbano e concelhio
Susana Simões
 
O aparecimento da arte gotica
O aparecimento da arte goticaO aparecimento da arte gotica
O aparecimento da arte gotica
Ana Barreiros
 
A ilha dos amores canto ix, estâncias52 53; 66-70
A ilha dos amores canto ix, estâncias52 53; 66-70 A ilha dos amores canto ix, estâncias52 53; 66-70
A ilha dos amores canto ix, estâncias52 53; 66-70
Fernanda Pereira
 

Mais procurados (20)

História A - 10ºano (M2, p3 resumos)
História A - 10ºano (M2, p3 resumos)História A - 10ºano (M2, p3 resumos)
História A - 10ºano (M2, p3 resumos)
 
Séc. xii a xiv
Séc. xii a xivSéc. xii a xiv
Séc. xii a xiv
 
A sociedade medieval
A sociedade medievalA sociedade medieval
A sociedade medieval
 
Concelhos 1
Concelhos 1Concelhos 1
Concelhos 1
 
Domínio senhorial
Domínio senhorialDomínio senhorial
Domínio senhorial
 
O espaço português 1
O espaço português 1O espaço português 1
O espaço português 1
 
O reinado de D.João V
O reinado de D.João VO reinado de D.João V
O reinado de D.João V
 
Valores, vivências e quotidiano
Valores, vivências e quotidianoValores, vivências e quotidiano
Valores, vivências e quotidiano
 
País urbano concelhio módulo II-10 º ANO
País urbano concelhio  módulo II-10 º ANOPaís urbano concelhio  módulo II-10 º ANO
País urbano concelhio módulo II-10 º ANO
 
País rural e senhorial módulo II- 10º ANO
País rural e senhorial  módulo II- 10º ANOPaís rural e senhorial  módulo II- 10º ANO
País rural e senhorial módulo II- 10º ANO
 
Cantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumoCantigas de amor -resumo
Cantigas de amor -resumo
 
País urbano e concelhio
País urbano e concelhioPaís urbano e concelhio
País urbano e concelhio
 
A sociedade no Antigo Regime
A sociedade no Antigo RegimeA sociedade no Antigo Regime
A sociedade no Antigo Regime
 
O aparecimento da arte gotica
O aparecimento da arte goticaO aparecimento da arte gotica
O aparecimento da arte gotica
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
 A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades... A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
 
As viagens na idade média
As viagens na idade médiaAs viagens na idade média
As viagens na idade média
 
A ilha dos amores canto ix, estâncias52 53; 66-70
A ilha dos amores canto ix, estâncias52 53; 66-70 A ilha dos amores canto ix, estâncias52 53; 66-70
A ilha dos amores canto ix, estâncias52 53; 66-70
 
Auto/ Farsa de Inês Pereira
Auto/ Farsa de Inês PereiraAuto/ Farsa de Inês Pereira
Auto/ Farsa de Inês Pereira
 
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XIIDesenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XII
 
O surto urbano
O surto urbanoO surto urbano
O surto urbano
 

Semelhante a A cultura monástica, cortesã e popular parte 1

Literatura E Teatro Na Idade Média
Literatura E Teatro Na Idade MédiaLiteratura E Teatro Na Idade Média
Literatura E Teatro Na Idade Média
kelvin45170
 
Literatura Portuguesa Trovadorismo
Literatura Portuguesa TrovadorismoLiteratura Portuguesa Trovadorismo
Literatura Portuguesa Trovadorismo
Jomari
 

Semelhante a A cultura monástica, cortesã e popular parte 1 (20)

A literatura na idade média e o humanismo
A literatura na idade média e o humanismoA literatura na idade média e o humanismo
A literatura na idade média e o humanismo
 
CRISTIANO NICKEL - ARTE MEDIEVAL
CRISTIANO NICKEL - ARTE MEDIEVALCRISTIANO NICKEL - ARTE MEDIEVAL
CRISTIANO NICKEL - ARTE MEDIEVAL
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Literatura Idade Média
Literatura Idade Média Literatura Idade Média
Literatura Idade Média
 
A Sociedade Medieval - Literatura portuguesa
A Sociedade Medieval - Literatura portuguesaA Sociedade Medieval - Literatura portuguesa
A Sociedade Medieval - Literatura portuguesa
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo(3F)
Trovadorismo(3F)Trovadorismo(3F)
Trovadorismo(3F)
 
Literatura - Escola Literária - TROVADORISMO.pptx
Literatura - Escola Literária - TROVADORISMO.pptxLiteratura - Escola Literária - TROVADORISMO.pptx
Literatura - Escola Literária - TROVADORISMO.pptx
 
Plano de aula - Carlos
Plano de aula - CarlosPlano de aula - Carlos
Plano de aula - Carlos
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Trovadorismo 03
Trovadorismo 03Trovadorismo 03
Trovadorismo 03
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Arcadismo
Arcadismo Arcadismo
Arcadismo
 
NOVELAS DE CAVALARIA
NOVELAS DE CAVALARIANOVELAS DE CAVALARIA
NOVELAS DE CAVALARIA
 
Apresentação - Colégio Educare
Apresentação - Colégio EducareApresentação - Colégio Educare
Apresentação - Colégio Educare
 
Literatura E Teatro Na Idade Média
Literatura E Teatro Na Idade MédiaLiteratura E Teatro Na Idade Média
Literatura E Teatro Na Idade Média
 
Camões
Camões Camões
Camões
 
O Arcadismo no Brasi
O Arcadismo no BrasiO Arcadismo no Brasi
O Arcadismo no Brasi
 
Literatura Portuguesa Trovadorismo
Literatura Portuguesa TrovadorismoLiteratura Portuguesa Trovadorismo
Literatura Portuguesa Trovadorismo
 

Mais de Carla Teixeira

O tempo das reformas religiosas parte 1
O tempo das reformas religiosas parte 1O tempo das reformas religiosas parte 1
O tempo das reformas religiosas parte 1
Carla Teixeira
 
Arte renascentista parte 3
Arte renascentista  parte 3Arte renascentista  parte 3
Arte renascentista parte 3
Carla Teixeira
 
A reforma religiosa parte 2
A reforma religiosa  parte 2A reforma religiosa  parte 2
A reforma religiosa parte 2
Carla Teixeira
 
A reforma católica e a contra reforma- parte 1
A reforma católica e a contra  reforma- parte 1A reforma católica e a contra  reforma- parte 1
A reforma católica e a contra reforma- parte 1
Carla Teixeira
 
A contra reforma parte 3
A contra reforma  parte 3A contra reforma  parte 3
A contra reforma parte 3
Carla Teixeira
 
A contra reforma parte 2
A contra reforma   parte 2A contra reforma   parte 2
A contra reforma parte 2
Carla Teixeira
 
A arte renascentista parte 2
A arte renascentista parte 2A arte renascentista parte 2
A arte renascentista parte 2
Carla Teixeira
 
O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1
Carla Teixeira
 
Revolução francesa módulo 7
Revolução francesa  módulo 7Revolução francesa  módulo 7
Revolução francesa módulo 7
Carla Teixeira
 
Ficha de trabalho nº 1
Ficha de trabalho nº 1Ficha de trabalho nº 1
Ficha de trabalho nº 1
Carla Teixeira
 
Revolução francesa módulo 7
Revolução francesa  módulo 7Revolução francesa  módulo 7
Revolução francesa módulo 7
Carla Teixeira
 
Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Revolução francesa 2
Revolução francesa 2
Carla Teixeira
 
Revolução francesa parte 3
Revolução francesa parte 3Revolução francesa parte 3
Revolução francesa parte 3
Carla Teixeira
 
Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Revolução francesa 2
Revolução francesa 2
Carla Teixeira
 

Mais de Carla Teixeira (20)

A civilização industrial no séc XIX.ppt
A civilização industrial no séc XIX.pptA civilização industrial no séc XIX.ppt
A civilização industrial no séc XIX.ppt
 
1-guerra-mundial-esic.ppt
1-guerra-mundial-esic.ppt1-guerra-mundial-esic.ppt
1-guerra-mundial-esic.ppt
 
a polis no mundo grego.ppt
a polis no mundo grego.ppta polis no mundo grego.ppt
a polis no mundo grego.ppt
 
O tempo das reformas religiosas parte 1
O tempo das reformas religiosas parte 1O tempo das reformas religiosas parte 1
O tempo das reformas religiosas parte 1
 
Arte renascentista parte 3
Arte renascentista  parte 3Arte renascentista  parte 3
Arte renascentista parte 3
 
Arte renascentista
Arte renascentistaArte renascentista
Arte renascentista
 
A reforma religiosa parte 2
A reforma religiosa  parte 2A reforma religiosa  parte 2
A reforma religiosa parte 2
 
A reforma católica e a contra reforma- parte 1
A reforma católica e a contra  reforma- parte 1A reforma católica e a contra  reforma- parte 1
A reforma católica e a contra reforma- parte 1
 
A contra reforma parte 3
A contra reforma  parte 3A contra reforma  parte 3
A contra reforma parte 3
 
A contra reforma parte 2
A contra reforma   parte 2A contra reforma   parte 2
A contra reforma parte 2
 
A arte renascentista parte 2
A arte renascentista parte 2A arte renascentista parte 2
A arte renascentista parte 2
 
O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1
 
Neoclássico parte 2
Neoclássico parte 2Neoclássico parte 2
Neoclássico parte 2
 
Neoclássico parte3
Neoclássico parte3Neoclássico parte3
Neoclássico parte3
 
Revolução francesa módulo 7
Revolução francesa  módulo 7Revolução francesa  módulo 7
Revolução francesa módulo 7
 
Ficha de trabalho nº 1
Ficha de trabalho nº 1Ficha de trabalho nº 1
Ficha de trabalho nº 1
 
Revolução francesa módulo 7
Revolução francesa  módulo 7Revolução francesa  módulo 7
Revolução francesa módulo 7
 
Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Revolução francesa 2
Revolução francesa 2
 
Revolução francesa parte 3
Revolução francesa parte 3Revolução francesa parte 3
Revolução francesa parte 3
 
Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Revolução francesa 2
Revolução francesa 2
 

A cultura monástica, cortesã e popular parte 1

  • 1. A Cultura monástica, cortesã e popular
  • 2.
  • 3.
  • 5.
  • 6. A Cultura Cortesã Numa época em que o livro era, ainda, raro e caro, a transmissão da cultura e até mesmo da literatura escrita que então começava a aparecer, fazia-se sobretudo, por via oral.
  • 7. A cultura cortesã desenvolveu-se nas cortes régias. As principais manifestações da cultura cortesã eram as representações teatrais, a poesia trovadoresca, os romances de cavalaria e os livros de montaria, a música, os torneios, as festas e os banquetes.
  • 8.  
  • 9. O trovador era o artista de origem nobre que, geralmente acompanhado de instrumentos musicais, como o alaúde ou a cistre , compunha e entoava cantigas .
  • 10. Os jograis eram os artistas profissionais de origem , que tanto atuava nas praças públicas, divertindo o público, assim como nos palácios senhoriais, com suas sátiras , mágicas , acrobacias , mímica . Eram "homens de condição inferior que ora cantavam música e poesia alheias, ora eles próprios compunham, para tirarem proveito da sua arte".
  • 11.  
  • 12. Segundo o código do amor cortês, um trovador deveria expressar seus elogios e súplicas a uma mulher da nobreza, casada, que tivesse uma posição social reconhecida. Essa posição social era necessária para que fosse criada, nos textos literários, uma estrutura lírica equivalente à da relação de vassalagem .
  • 13. Os termos que definiam as relações feudais foram transpostos para as cantigas, caracterizando a linguagem do Trovadorismo: a mulher era a senhora, o homem era o seu servidor (servo); prezava-se a generosidade, a lealdade e, acima de tudo, a cortesia.
  • 14. O amor era visto como uma forma de sublimação dos desejos que transformava o trovador num homem cortês. A dama era vista sob uma perspectiva idealizada, de perfeição absoluta.

Notas do Editor

  1. Ao som de um trovador, o professor e os alunos podem ouvir uma das músicas mais populares na Idade Média, principalmente nos serões dos castelos. Será interessante o professor falar nos temas abordados nestas “Cantigas de Amor” e nas “Cantigas de Amigo”, não esquecendo de mencionar o exemplo português do rei-poeta D. Dinis, o qual escreveu muitas Cantigas , tocadas e cantadas na sua corte. Finalmente e apenas como curiosidade, o professor pode referir o papel da mulher, principalmente da mulher nobre, que raramente aparece e cujas funções se cingem à educação dos filhos, em tenra idade, aos bordados, à oração. Eram raras as situações em que a mulher aparecia em público.