SlideShare a Scribd company logo
1 of 19
Ficha Informativa/Trabalho nº 1




Nos séculos XVI e XVII assistiu-se ao nascimento de uma economia à escala mundial,
marcada pelo desenvolvimento do comércio.

Contudo, apesar da intensificação dos tráficos comerciais a principal actividade económica
do Antigo regime continuou a ser a agricultura.

A agricultura praticada era arcaica, tecnicamente atrasada. Usava tecnologia tradicional,
produzindo os produtos de primeira necessidade: cereais, vinho, azeite, frutos.

A terra era a base da riqueza e era a posse da terra que determinava a posição das famílias
na pirâmide social.

As terras estavam nas mãos da nobreza e do clero, proprietários com pouca propensão
para investir e modernizar as explorações. A carga fiscal sobre os camponeses era elevada.

Os camponeses ao trabalharem em terras que não eram suas levava-os a não fazerem
investimentos.

1-Lê o seguinte texto:


“ Desde o séc. XV a gadanha começou a substituir a foice. Em algumas partes da
Europa, os cereais continuaram a ser cortados com a foice ao longo do séc. XVIII.
Os ancinhos e forquilhas de madeira mantiveram as suas formas tradicionais desde
a Idade Média.”

                                                   Carlo Cipolla, História Económica da
Europa
1.1-Caracteriza a agricultura do Antigo Regime.




Profª Carla Teixeira                                                              Página 1
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________


2-Analisa a caricatura de acordo com o que estudaste sobre o Antigo Regime.

                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________
                                                    _____________________




3-Comenta a frase “No Antigo Regime a produção era baixíssima” de acordo com a
figura.




Profª Carla Teixeira                                                     Página 2
Ficha Informativa/Trabalho nº 1




______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________



O Mercantilismo

Apesar                      da economia assentar na agricultura , o comércio
                               colonial era também importante.

Os                               produtos ultramarinos (especiarias, açúcar, chá,
                                  tabaco, algodão, cacau,…) animavam a vida nas
                                   cidades e enriqueciam a burguesia.

                                   Em França, Colbert, ministro do rei Luís XIV,
                                   desenvolveu        um     conjunto    de    políticas
                                   económicas     a    que    se   deu   o    nome   de
                                   mercantilismo.

                                 Para Colbert:

     •                        A riqueza de um pais estava na quantidade de ouro
                           que o pais conseguisse fazer entrar;

     •   Assim, as exportações deveriam aumentar e as importações diminuir.




4-Observa a figuras :




FIG. A                                    FIG.B

Profª Carla Teixeira                                                           Página 3
Ficha Informativa/Trabalho nº 1



4.1-Qual das duas figuras representa uma balança comercial favorável?

Justifica a tua resposta.


_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________


4.2- Diz o nome da política económica adoptada pelos países europeus no

século XVII com o objectivo de obter uma balança comercial favorável.




Profª Carla Teixeira                                                    Página 4
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

_____________________________________________________________________________________________________




4.3Explica o modelo mercantilista proposto por Colbert.


_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

Profª Carla Teixeira                                                                          Página 5
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

___________________________

___________________________

___________________________

___________________________

___________________________

___________________________

_____________________


A sociedade ordens

A sociedade do Antigo Regime era hierarquizada e estratificada em ordens.
A organização das pessoas era feita tendo em conta o nascimento e o
desempenho de determinados cargos ou funções.

CLERO


   •    Possuía cerca de 1/3 das terras do país e recebia os Dízimos de todos

        do reino.


   •    Não pagavam impostos.


   •    Dispunham de tribunais próprios.


   •    Estavam isentos da justiça régia.


Nobreza


-Isenção da maior parte dos impostos.


-Regime penal favorável.


-Acesso exclusivo aos cargos superiores de governação e da Igreja.


-Direitos senhoriais e tenças que o Rei lhes concedia.


-Posse de terras


Terceiro Estado



Profª Carla Teixeira                                                   Página 6
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

No terceiro estado destacou-se um grupo social a Burguesia.


Olhada com desconfiança pelo clero e pela nobreza, foi-se afirmando pelo seu

poder económico.Os reis recorreram muitas vezes aos grandes burgueses para a

obtenção de empréstimos. Este grupo é ainda constituído pelo povo ( camponeses,

artesãos) que vivem em condições miseráveis.


Apesar deste grupo ser heterogéneo em termos económicos, todos eles pagavam

impostos, não tendo qualquer privilégio.


Apesar da mobilidade social ser escassa ela ocorreu em alguns casos permitindo à

nobreza ascender ao grupo dos privilegiados. A expansão geográfica e comercial

que estimulou o desenvolvimento de uma economia monetária e comercial e o

enriquecimento da burguesia com o comércio colonial, assim como a criação de um

Estado moderno, absoluto e burocratizado levou ao recrutamento da burguesia.


Assim, dá-se o enobrecimento da burguesia através :


-Aquisição de terras à nobreza endividada


-Compra de cargos públicos


-Obtenção de cargos , títulos e doações dos reis

-Obtenção de títulos através do casamento




5-Observa a pirâmide social:

Profª Carla Teixeira                                                    Página 7
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

5.1-Com base, na imagem caracteriza a sociedade do Antigo Regime.


______________________________

_____________________________

______________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________

_____________________________




6- Atenta na frase e completa o quadro: “Na sociedade de Antigo Regime , uns
dedicam-se    especialmente ao serviço de Deus; outros à defesa do Estado, através
das armas; outros a alimentá-lo e a mantê-lo.”

                            NOBREZA              CLERO             TERCEIRO
                                                                    ESTADO

      Funções               Combater      •                    •




      Direitos         •                  •                    •   Não têm
                       •                  •
                       •   Julgados em    •
                           tribunais      •
                           próprios




      Deveres              Defender a     •                    •
                            população




7-De que modo é que esta caricatura ilustra a sociedade do Antigo Regime?




Profª Carla Teixeira                                                         Página 8
Ficha Informativa/Trabalho nº 1




    Este diaporama diz respeito a uma nova forma de governo que surgiu
 no Antigo Regime.

____________________________________________________________________________
       Esta nova forma de governo designou-se de Absolutismo.
____________________________________________________________________________
  1- Em que século se desenvolveu esta forma de governo?____________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
  2-Em que país o Absolutismo atingiu a sua fórmula mais perfeita?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
  _______________________________________________________
________________________________________________________________________
 3-Indica dois exemplos de monarcas absolutistas.

 ______________________________________________________

 4-Qual a origem do poder real?

 _________________________________________________________

 5- Os monarcas absolutos concentraram na sua pessoa todos os
 poderes do reino.

 5.1-Indica alguns desses poderes.

 _________________________________________________________
 ________________________________________________________

 6-“Os monarcas absolutos fizeram-se rodear de um ambiente de
 grandeza e opulência.”

 6.1- Refere um dos símbolos de grandeza dos reis absolutos.
 _________________________________________________________
 _________________________________________________________
  _________________________________________________________
Profª Carla Teixeira                                    Página 9
Ficha Informativa/Trabalho nº 1




                       O Poder do rei no Antigo Regime


Profª Carla Teixeira                                     Página 10
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

Podemos definir o absolutismo como uma           Doutrina e regime
monárquico no qual o soberano se considera legitimado para exercer
o poder livre de controlo, condicionamentos ou limitações.

No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte
centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial
ajudou muito neste processo, pois interessava-lhe um governo forte
e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu
apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um
sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e
melhorando     a     segurança     dentro    de     seus    reinos.
Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e
chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder
dos monarcas europeus.

-Bodin defende que o rei era o detentor da soberania, tinha um poder absoluto,
indivisível e inalienável . Cabe-lhe a função suprema de legislador e juiz

-Bossuet defende a origem divina do poder real : Os reis são representantes de
Deus na terra, respondendo pelos seus actos apenas perante deus

O desenvolvimento do absolutismo moderno começou com o nascimento dos Estados
nacionais europeus no final do século XV e prolongou-se durante mais de 200 anos.
O melhor exemplo que se tem dele é o reinado de Luís XIV. A sua declaração “o
Estado sou eu” resume com precisão o conceito do direito divino dos reis.




                  Biografia de Luís XIV . “O Rei- Sol”

Filho de Luís XIII e de Ana de Áustria, Luís XIV nasceu
em Saint-en-laye a 5 de Setembro de 1638. Com apenas 5
anos Luís XIV sobe ao trono, o seu reinado foi o mais
longo da história da França e também aquele que marcou
o seu apogeu, governou como monarca absoluto, não
admitindo nenhum poder superior ao seu, nem nenhum
constrangimento à sua autoridade. Durante a infância, o
país é governado pela mãe, a regente, e pelo primeiro-
ministro, cardeal Mazarine. Em 1660, com 22 anos, casa-
se com Maria Teresa, filha do rei Felipe IV, da
Espanha. Um ano depois, o cardeal Mazarine morre e
Luís assume o trono. Desde o início do governo que adoptou o absolutismo.

Profª Carla Teixeira                                                         Página 11
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

Transferiu a sua corte para Versalhes e viveu rodeado de luxo e de cortesãos
subservientes. Na governação, Luís XIV estendeu-se a todos os ramos da vida
pública, restringiu os poderes dos privilegiados, atribuiu aos nobres os cargos da
corte e organizou o aparelho político-administrativo. Construiu o imponente e
luxuoso Palácio de Versalhes, perto de Paris, onde viveu a corte francesa.
Príncipe caprichoso, apreciava a etiqueta, festas e belas mulheres. Manteve
duas amantes e sempre manifestou seu desejo de governar sozinho. A ele se
atribui a frase "L'État c'est moi" (O Estado sou eu). Fundou a Academia de
Ciências de Paris, cujos membros eram pagos para produzir ciências,
principalmente,inovações tecnológicas e científicas que tivessem aplicação na
área militar. Luís XIV escolhe para emblema o Sol. É o astro que dá vida a qualquer
coisa, mas é também o símbolo da ordem e da regularidade. Ele reinou como um sol
sobre a corte, sobre os cortesãos e sobre a França.

Luís XIV morreu em 1 de Setembro de 1715 de gangrena, poucos dias antes de seu
septuagésimo sétimo aniversário e com 72 anos e 100 dias de reinado - o mais longo
reinado e governo do mundo ocidental. Seu corpo foi sepultado na basílica de
Saint-Denis, em Paris.

1-Faz um pequeno resumo sobre a vida de Luís XIV.

_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
____________________________________________________________




   Um dos grandes enigmas da História:
    “Quem era o Homem da máscara de
                        Ferro?”

A Bastilha, foi construída em 1370 e tornou-se
uma prisão durante o reinado de Carlos VI;

Profª Carla Teixeira                                                      Página 12
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

durante a Regência do Cardeal Richelieu, no século XVII, tornou-se uma
prisão para nobres ou letrados, opositores à religião oficial, adversários
políticos, agitadores políticos, etc. No dia 14 de Julho de 1789 o povo de
Paris saiu às ruas e invadiu a Bastilha, fortaleza que simbolizava o
Absolutismo Real, libertando seus 7 prisioneiros. Esse feito ficou conhecido
como "A Queda da Bastilha", data comemorada pelos franceses .
Por volta de 1679, durante o reinado de Luís XIV, um prisioneiro foi
colocado sob a responsabilidade pessoal do Sr. De Saint-Mars, na época, era
comandante da fortaleza e prisão de Pignerol, na Savóia. O prisioneiro, sem
qualquer registo oficial da prisão, além do nome, tinha a sua idade
desconhecida, sendo conhecido, simplesmente, pelos seus companheiros e
pelos carcereiros da prisão, como sendo o "Máscara de Ferro".Era sem
dúvida alguma, fora do comum, mesmo para os locais, onde figuras impares
eram "armazenadas", a peculiaridade deste preso, o requinte de maldade,
numa tortura, aparentemente não dolorosa, mas infinitamente incómoda;
pois o rosto do prisioneiro ficava totalmente escondido sob uma espécie de
máscara aveludada preta, ligada mecanicamente a um "colarinho"de ferro,
cujo mecanismo, impossibilitava a sua remoção sem ajuda de alguém.
Embora o reconhecimento facial do preso fosse nulo, os seus movimentos
ágeis e maneiras refinadas e elegantes, conduziam a um raciocínio, mesmo
subjectivo, de ser ainda jovem e da nobreza.
Por questões específicas, o "Máscara de Ferro" , na
maior parte do tempo, era mantido bem longe das
vistas dos demais presos, inclusive, sendo a ala do
calabouço, na qual ficava a sua cela, muito bem
guardada, e, para completar a segurança, um contacto
restrito com os carcereiros, sendo apenas uma pessoa
escolhida para tal serviço. Apesar do zelo extremo
na segurança do "Mascara de Ferro", era tratado
por todos com gentileza e respeito, principalmente pelo Sr.De Saint-Mars,
comandante                             do                           presídio.
Em 1698, Saint Mars, foi designado para dirigir a prisão "A Bastilha",
construída em 1370, situada em Paris, já célebre por ter abrigado os mais
diversos                e                notáveis              personagens.
Como das vezes anteriores, tornando-se um procedimento usual, recebeu
ordens expressas para levar o "Mascara de Ferro" para a Bastilha.
Conforme procedimentos anteriores, também na Bastilha, nenhum registo
do infeliz prisioneiro foi feito, permanecendo dessa forma, por mais cinco

Profª Carla Teixeira                                                Página 13
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

longos anos; em Novembro de 1703, subitamente e de uma forma totalmente
misteriosa, o Máscara de Ferro adoece num dia e morre no outro, tendo sido
enterrado no cemitério de Saint-Paul, e aí sim, pela primeira vez, seu
suposto nome foi revelado, constando dos registos , como sendo De
Marchiel, com 45 anos de idade.
Qual era a verdadeira identidade do misterioso homem da Máscara de
Ferro? Em 1711 a cunhada do rei, a Princesa Palatine, mencionou a história
numa carta à sua tia. O prisioneiro foi tratado muito bem, mas dois
mosqueteiros vigiavam-no o tempo todo, prontos para matá-lo caso ele
tentasse tirar a máscara. Ele odiava máscara, dormia com a máscara, e
provavelmente              morreu            com            a              máscara.
Durante os mais de vinte anos que esteve preso, por mais sigilo que se tenha
tomado, os rumores fossem espalhados, por toda a França, no reinado de
Luís                                                                           XIV.
Várias foram as versões que apareceram referente a lenda do homem da
Máscara de Ferro;

Era o irmão gémeo do Rei, tendo sido aprisionado, pelo cardeal Richelieu, para
poder preservar a integridade do governo da França; o motivo da colocação de
 uma máscara, foi o de proteger a sua verdadeira identidade, evitando que os
              cidadãos percebessem a grande semelhança com o Rei.
  Outra versão dos factos afirmava que Ana, da Áustria, mãe de Luis XIV,
   tinha casado de forma secreta, com Mazarine, seu ministro, tendo, como
        resultado da união, um filho, um irmão consanguíneo de Luis XIV.
Também, uma colocação muito divulgada sobre a lenda do Máscara de Ferro ,
      era de que seria o duque de Mommouth, um pretendente ao trono da
                                    Inglaterra.
  Diziam outros, por sua vez, que o desafortunado prisioneiro era, nada mais
nada menos, do que o ex-ministro da Finanças, Fouquet, que fora destituído e
                                      preso.
      Uma das versões fantásticas e até preferida era de que o intrigante
prisioneiro seria o filho natural do Rei, com uma das suas amantes (Lavaltiere,
                            Montespan ou Maintenon).

Sendo assim, o mistério do "Máscara de Ferro", através dos séculos, permanece
praticamente insolúvel, perfilando entre os grandes enigmas da história.



                         Os poderes do rei Absoluto:

    Poder sagrado            O seu poder provém de Deus , este escolheu-os para
                            governarem em seu nome e são representantes Dele na

Profª Carla Teixeira                                                        Página 14
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

                                                      Terra.

                               Atentar contra a pessoa do rei é considerado um
                              sacrilégio e deve-se obedecer-lhe sem o contestar

    Poder paternal         O rei é como um pai para o seu povo devendo-o proteger

    Poder absoluto          Governa sem prestar contas a ninguém. Detém o poder
                             legislativo, executivo, judicial, económico, financeiro ,
                           poder de cunhar moeda, cobrar impostos, poder militar e
                                    poder de decidir sobre a guerra e a paz.

                           No entanto, deve assegurar o respeito pelas leis, evitar a
                               anarquia que retira aos homens os seus direitos




                        A encenação do poder do rei

A Corte, nomeadamente o Palácio de Versalhes era o espelho do poder do rei. A
Corte instalada em Versalhes atrai a camada superior da nobreza tradicional que
passa a beneficiar de pensões e doações do rei, estando assim completamente
dominada por ele. Quem pretendia um cargo só poderia obtê-lo na Corte, quem
virava as costas à Corte virava as costas ao poder e           ao dinheiro que o rei
distribuía .Mas este luxo da corte arruinou a nobreza que rivalizava no traje, na
ostentação, esquecendo-se que a sua influência política desaparecia, tornando-se
numa espécie de prisão para a nobreza. A nobreza ao ir viver para a corte que
exigia demasiados gastos, depressa vai verificar       que tem que se submeter ao
poder do rei e fazer tudo para lhe agradar, já que é através dos cargos e doações
que o rei assegura a sua sobrevivência .

A sociedade da corte tinha que obedecer a normas impostas por um protocolo
rígido. Era desta forma que a corte era utilizada para encenar o poder do rei; era
o meio que este tinha de fazer publicidade a si mesmo, aparecendo em todas as
situações como chefe supremo.Com Luís XIV,criou-se em torno do rei um
cerimonial cujo objectivo era exaltar a sua imagem divina. Cada gesto do monarca
adquiria um significado político , social e diplomático: todos estavam dependentes
de um sorriso , de uma palavra de agrado Um acto simples como o levantar do rei
era um grande acontecimento, tecendo-se intrigas junto ao rei para que este
escolhesse quem ia estar presente nos momentos mais vulgares da vida de um ser
humano ( ex: acordar do rei).Desta forma, o rei aproveitava-se destas rivalidades
para dividir os grupos sociais e poder reinar sem temer conspirações .


Profª Carla Teixeira                                                          Página 15
Ficha Informativa/Trabalho nº 1




              O CERIMONIAL NA CORTE DE LUÍS XIV

  Luís XIV era acordado em geral às 8 horas da manhã, pelo primeiro criado de
quarto que dormia junto ao leito real. Arrumava o sofá em que dormia e dirigia-se
às cortinas bordadas a ouro que envolviam o leito real:

-Sire, são horas!

  Abriam-se as portas para deixar entrar os pajens. Um destes ia avisar a cozinha
da Corte, outro ficava à porta de guarda para só deixar entrar os senhores que
tivessem esse privilégio.

    O acesso ao quarto do rei estava rigorosamente hierarquizado. Havia seis
categorias de pessoas que podiam entrar, por ordem. A primeira entrada era a
familiar, a que tinham direito filhos e netos e o médico. A segunda entrada estava
reservada aos nobres que iam vestir o rei. Depois as outras quatro entradas
faziam-se por esta ordem: primeiro os que liam para o rei e    os que tratavam das
festas, seguidamente, os ministros e secretários de Estado. A quinta entrada
estava reservada a alguns privilegiados e dependia da benevolência do rei. Estes
tinham assim o privilégio de se aproximarem do rei antes dos outros. Por fim,
entravam os filhos ilegítimos do rei e genros.

    Tudo estava impecavelmente organizado. Os dois primeiros grupos eram
admitidos quando o rei ainda estava deitado, mas já tinha vestido uma pequena
cabeleira, pois nunca se apresentava sem peruca, mesmo na cama. Depois de se ter
levantado eram-lhe trazidos os trajes. Entravam então os nobres a quem o rei
tinha concedido o privilégio de o vestir: um tirava-lhe a camisa pela manga direita,
outro pela manga esquerda. Depois enfiava-se a camisa . Ajudavam-no a vestir as

Profª Carla Teixeira                                                       Página 16
Ficha Informativa/Trabalho nº 1

meias, os calções, a calçar os sapatos e a vestir o casaco. Um desses privilegiados
apertava-lhe os sapatos. O rei levantava-se da cadeira e era-lhe entregue de
joelhos a sua espada. O relojoeiro real dava corda ao relógio e entregava-lho.

    Depois de vestido, seguia-se o grande passeio até à capela. Através de
infindáveis corredores, o rei era assinalado pelo bater do seu bastão e seguiam-se
as vénias e cortesias. Neste cerimonial cada gesto tinha um valor de prestígio e
simbolizava a repartição do poder. O rei usava os seus gestos mais íntimos para
reforçar as diferenças de posição social, para confirmar prestígios, para conceder
favores ou manifestar o seu desagrado.

                                   Norbert Elias, A Sociedade de Corte( adaptado)

2-Explica a necessidade deste cerimonial em torno de Luís XIV.

_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
____________________________________________________________




3-Lê os documentos:

Há três características essenciais na autoridade real. Em primeiro lugar a
autoridade real é sagrada, em segundo lugar é paternal e em terceiro lugar é
absoluta.

    Deus estabelece os reis como seus ministros e reina través deles sobre os
povos. Os príncipes agem como ministros de Deus. É por isso que nós
consideramos o trono real não como o trono de um homem, mas como o trono do
próprio Deus.

    Decorre de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada e que atentar contra ela
 é um sacrilégio.
Profª Carla Teixeira                                                       Página 17
                                                                         Bossuet
Ficha Informativa/Trabalho nº 1




 3.1-Para Bossuet , qual era a base do poder do rei. Justifica com expressões
 do documento.

 _____________________________________________________________
 _____________________________________________________________
 _____________________________________________________________
 _____________________________________________________________

 4- Lê o documento:

     É Somente na minha pessoa que reside o poder soberano. A soberania consiste
   no poder absoluto, quer dizer, perfeito, e completo em todos os factos. É
   somente de mim que os tribunais recebem a sua existência e autoridade. Só a
   mim, pertence todo o poder legislativo sem dependência nem partilha. Toda a
   ordem pública emana de mim, e os direitos e interesses da Nação estão
   necessariamente unidos aos meus e repousam apenas nas minhas mãos. O rei
   tomou o lugar do Estado, o rei é tudo, o Estado não é nada. É um ídolo ao qual se
   sacrificam as províncias, as cidades, as finanças, os grandes, os pequenos, tudo!



                                                                            Luís XIV


 4.1-Caracteriza o poder do rei no Antigo Regime.

 _____________________________________________________________
 _____________________________________________________________



 5-Lê os documentos:
                                                O rei , dizem, absorvem o homem; em
    Uma nobreza cativa na “ gaiola
                                               compensação exigiu muito dos grandes e
       dourada” de Versalhes
                                               dos nobres estabilizados na corte. A
O rei olhava à direita e `a esquerda , ao      nobreza deixou aí todo o seu poder
levantar-se , ao deitar-se , às refeições,     político, ao mesmo tempo que a sua vida
ao passar pelos salões e jardins de            pessoal; aí ganhou as graças de um
Versalhes. Via e observava toda a gente,       senhor omnipresente que tudo sabe dos
ninguém lhe escapava . Era um demérito         segredos das famílias.
para os que ele distinguira , não fazer
parte da corte sua residência habitual.                                   Philippe Ariés,

                   Saint Simon, Mémoires                         História da Vida Privada
 Profª Carla Teixeira                                                         Página 18
Ficha Informativa/Trabalho nº 1




5.1-Através da análise dos documentos redige um texto em que explique:

-o título do documento

-o papel da corte como instrumento de poder

-as relações entre o rei absoluto e os privilegiados

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
____________________________________________________




Profª Carla Teixeira                                               Página 19

More Related Content

Viewers also liked

O desevolvimento cmoercial parte 2
O desevolvimento cmoercial parte 2O desevolvimento cmoercial parte 2
O desevolvimento cmoercial parte 2Carla Teixeira
 
Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2Carla Teixeira
 
Revolução francesa parte 3
Revolução francesa parte 3Revolução francesa parte 3
Revolução francesa parte 3Carla Teixeira
 
Ficha 1 cultura do mosteiro
Ficha 1  cultura do mosteiroFicha 1  cultura do mosteiro
Ficha 1 cultura do mosteiroCarla Teixeira
 
A sociedade do antigo regime
A sociedade do antigo regimeA sociedade do antigo regime
A sociedade do antigo regimeCarla Teixeira
 
A sociedade medieval parte 3
A sociedade medieval parte 3A sociedade medieval parte 3
A sociedade medieval parte 3Carla Teixeira
 
Ficha 1 cultura da catedral- sociedade e cruzadas
Ficha 1  cultura da catedral- sociedade e cruzadasFicha 1  cultura da catedral- sociedade e cruzadas
Ficha 1 cultura da catedral- sociedade e cruzadasCarla Teixeira
 
Ficha de trabalho cultura do salão
Ficha de trabalho  cultura do salãoFicha de trabalho  cultura do salão
Ficha de trabalho cultura do salãoCarla Teixeira
 
A cultura monástica, cortesã e popular parte 1
A cultura monástica, cortesã e popular parte 1A cultura monástica, cortesã e popular parte 1
A cultura monástica, cortesã e popular parte 1Carla Teixeira
 
A crise do século xiv parte 1
A crise do século xiv parte 1A crise do século xiv parte 1
A crise do século xiv parte 1Carla Teixeira
 
A cultura do palco ficha 2
A cultura do palco  ficha 2A cultura do palco  ficha 2
A cultura do palco ficha 2Carla Teixeira
 
A sociedade medieval parte 1
A sociedade medieval parte 1A sociedade medieval parte 1
A sociedade medieval parte 1Carla Teixeira
 
Ficha 4 arquitectura civil
Ficha 4  arquitectura civilFicha 4  arquitectura civil
Ficha 4 arquitectura civilCarla Teixeira
 
Crescimento económico parte 1
Crescimento económico  parte 1Crescimento económico  parte 1
Crescimento económico parte 1Carla Teixeira
 

Viewers also liked (20)

O barroco 1
O barroco 1O barroco 1
O barroco 1
 
O desevolvimento cmoercial parte 2
O desevolvimento cmoercial parte 2O desevolvimento cmoercial parte 2
O desevolvimento cmoercial parte 2
 
Absolutismo 1
Absolutismo 1Absolutismo 1
Absolutismo 1
 
Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2
 
Revolução francesa parte 3
Revolução francesa parte 3Revolução francesa parte 3
Revolução francesa parte 3
 
Ficha 1 cultura do mosteiro
Ficha 1  cultura do mosteiroFicha 1  cultura do mosteiro
Ficha 1 cultura do mosteiro
 
A sociedade do antigo regime
A sociedade do antigo regimeA sociedade do antigo regime
A sociedade do antigo regime
 
Ficha 3 módulo 4
Ficha 3  módulo 4Ficha 3  módulo 4
Ficha 3 módulo 4
 
A sociedade medieval parte 3
A sociedade medieval parte 3A sociedade medieval parte 3
A sociedade medieval parte 3
 
Ficha 1 cultura da catedral- sociedade e cruzadas
Ficha 1  cultura da catedral- sociedade e cruzadasFicha 1  cultura da catedral- sociedade e cruzadas
Ficha 1 cultura da catedral- sociedade e cruzadas
 
Ficha 4 módulo 4
Ficha 4  módulo 4Ficha 4  módulo 4
Ficha 4 módulo 4
 
Ficha de trabalho cultura do salão
Ficha de trabalho  cultura do salãoFicha de trabalho  cultura do salão
Ficha de trabalho cultura do salão
 
A cultura monástica, cortesã e popular parte 1
A cultura monástica, cortesã e popular parte 1A cultura monástica, cortesã e popular parte 1
A cultura monástica, cortesã e popular parte 1
 
Absolutismo 2
Absolutismo 2Absolutismo 2
Absolutismo 2
 
A crise do século xiv parte 1
A crise do século xiv parte 1A crise do século xiv parte 1
A crise do século xiv parte 1
 
A cultura do palco ficha 2
A cultura do palco  ficha 2A cultura do palco  ficha 2
A cultura do palco ficha 2
 
A sociedade medieval parte 1
A sociedade medieval parte 1A sociedade medieval parte 1
A sociedade medieval parte 1
 
Ficha 4 arquitectura civil
Ficha 4  arquitectura civilFicha 4  arquitectura civil
Ficha 4 arquitectura civil
 
Crescimento económico parte 1
Crescimento económico  parte 1Crescimento económico  parte 1
Crescimento económico parte 1
 
O românico
O românicoO românico
O românico
 

Similar to A agricultura arcaica do Antigo Regime

Mini ficha avaliação
Mini ficha avaliaçãoMini ficha avaliação
Mini ficha avaliaçãoAna Pereira
 
Ficha guião lisboa 2012nº2
Ficha guião lisboa 2012nº2Ficha guião lisboa 2012nº2
Ficha guião lisboa 2012nº2Ana Isabel Silva
 
5 historia vida quotidiana teste 5ano
5 historia vida quotidiana teste 5ano5 historia vida quotidiana teste 5ano
5 historia vida quotidiana teste 5anojaugf
 
72435780 provaparcial-7seriea-2etapa-emeif-vicentefialho
72435780 provaparcial-7seriea-2etapa-emeif-vicentefialho72435780 provaparcial-7seriea-2etapa-emeif-vicentefialho
72435780 provaparcial-7seriea-2etapa-emeif-vicentefialhoJUNIOR MADRUGA MADRUGA
 
Avaliação - Mercantilismo e Reforma
Avaliação - Mercantilismo e ReformaAvaliação - Mercantilismo e Reforma
Avaliação - Mercantilismo e ReformaJana Bento
 
Atividades Rep. da Espada
Atividades Rep. da EspadaAtividades Rep. da Espada
Atividades Rep. da EspadaDoug Caesar
 
Ficha de revisões 1ª prova global
Ficha de revisões 1ª prova globalFicha de revisões 1ª prova global
Ficha de revisões 1ª prova globalCarla Teixeira
 
Teste hgp a vida nos campos e nas cidades século xix
Teste hgp a vida nos campos e nas cidades século xixTeste hgp a vida nos campos e nas cidades século xix
Teste hgp a vida nos campos e nas cidades século xixAna Pereira
 
Historia Atividade Cidadania Diversidade Cultural e Respeito 5º ano (1).pdf
Historia Atividade Cidadania Diversidade Cultural e Respeito 5º ano (1).pdfHistoria Atividade Cidadania Diversidade Cultural e Respeito 5º ano (1).pdf
Historia Atividade Cidadania Diversidade Cultural e Respeito 5º ano (1).pdfmarilei4
 
Re82121 euv5 ficha_avaliacao_4a
Re82121 euv5 ficha_avaliacao_4aRe82121 euv5 ficha_avaliacao_4a
Re82121 euv5 ficha_avaliacao_4aBininha Super
 
Notafilia - Moedas comunitárias de Portugal - jan14
Notafilia - Moedas comunitárias de Portugal - jan14Notafilia - Moedas comunitárias de Portugal - jan14
Notafilia - Moedas comunitárias de Portugal - jan14Miguel Yasuyuki Hirota
 
ficha de avaliação3.docx
ficha de avaliação3.docxficha de avaliação3.docx
ficha de avaliação3.docxgustavo antunes
 
O império-português-e-a-concorrência-internacional-ficha-de-trabalho
O império-português-e-a-concorrência-internacional-ficha-de-trabalhoO império-português-e-a-concorrência-internacional-ficha-de-trabalho
O império-português-e-a-concorrência-internacional-ficha-de-trabalhoAndreia Gonçalves
 

Similar to A agricultura arcaica do Antigo Regime (20)

Mini ficha avaliação
Mini ficha avaliaçãoMini ficha avaliação
Mini ficha avaliação
 
Ficha guião lisboa 2012nº2
Ficha guião lisboa 2012nº2Ficha guião lisboa 2012nº2
Ficha guião lisboa 2012nº2
 
Exercícios 9º ano
Exercícios 9º anoExercícios 9º ano
Exercícios 9º ano
 
Hgpa6 ficha ava_1_v1
Hgpa6 ficha ava_1_v1Hgpa6 ficha ava_1_v1
Hgpa6 ficha ava_1_v1
 
5 historia vida quotidiana teste 5ano
5 historia vida quotidiana teste 5ano5 historia vida quotidiana teste 5ano
5 historia vida quotidiana teste 5ano
 
Hgpa6 ficha ava_1_v2
Hgpa6 ficha ava_1_v2Hgpa6 ficha ava_1_v2
Hgpa6 ficha ava_1_v2
 
72435780 provaparcial-7seriea-2etapa-emeif-vicentefialho
72435780 provaparcial-7seriea-2etapa-emeif-vicentefialho72435780 provaparcial-7seriea-2etapa-emeif-vicentefialho
72435780 provaparcial-7seriea-2etapa-emeif-vicentefialho
 
Avaliação - Mercantilismo e Reforma
Avaliação - Mercantilismo e ReformaAvaliação - Mercantilismo e Reforma
Avaliação - Mercantilismo e Reforma
 
48666509 4-ficha-em-4-º-ano-1-º-periodo (1)
48666509 4-ficha-em-4-º-ano-1-º-periodo (1)48666509 4-ficha-em-4-º-ano-1-º-periodo (1)
48666509 4-ficha-em-4-º-ano-1-º-periodo (1)
 
48666509 4-ficha-em-4-º-ano-1-º-periodo
48666509 4-ficha-em-4-º-ano-1-º-periodo48666509 4-ficha-em-4-º-ano-1-º-periodo
48666509 4-ficha-em-4-º-ano-1-º-periodo
 
Atividades Rep. da Espada
Atividades Rep. da EspadaAtividades Rep. da Espada
Atividades Rep. da Espada
 
Ficha de revisões 1ª prova global
Ficha de revisões 1ª prova globalFicha de revisões 1ª prova global
Ficha de revisões 1ª prova global
 
História – brasil república velha 13 – 2013
História – brasil república velha 13 – 2013História – brasil república velha 13 – 2013
História – brasil república velha 13 – 2013
 
Teste hgp a vida nos campos e nas cidades século xix
Teste hgp a vida nos campos e nas cidades século xixTeste hgp a vida nos campos e nas cidades século xix
Teste hgp a vida nos campos e nas cidades século xix
 
Prova hist
Prova histProva hist
Prova hist
 
Historia Atividade Cidadania Diversidade Cultural e Respeito 5º ano (1).pdf
Historia Atividade Cidadania Diversidade Cultural e Respeito 5º ano (1).pdfHistoria Atividade Cidadania Diversidade Cultural e Respeito 5º ano (1).pdf
Historia Atividade Cidadania Diversidade Cultural e Respeito 5º ano (1).pdf
 
Re82121 euv5 ficha_avaliacao_4a
Re82121 euv5 ficha_avaliacao_4aRe82121 euv5 ficha_avaliacao_4a
Re82121 euv5 ficha_avaliacao_4a
 
Notafilia - Moedas comunitárias de Portugal - jan14
Notafilia - Moedas comunitárias de Portugal - jan14Notafilia - Moedas comunitárias de Portugal - jan14
Notafilia - Moedas comunitárias de Portugal - jan14
 
ficha de avaliação3.docx
ficha de avaliação3.docxficha de avaliação3.docx
ficha de avaliação3.docx
 
O império-português-e-a-concorrência-internacional-ficha-de-trabalho
O império-português-e-a-concorrência-internacional-ficha-de-trabalhoO império-português-e-a-concorrência-internacional-ficha-de-trabalho
O império-português-e-a-concorrência-internacional-ficha-de-trabalho
 

More from Carla Teixeira

A civilização industrial no séc XIX.ppt
A civilização industrial no séc XIX.pptA civilização industrial no séc XIX.ppt
A civilização industrial no séc XIX.pptCarla Teixeira
 
1-guerra-mundial-esic.ppt
1-guerra-mundial-esic.ppt1-guerra-mundial-esic.ppt
1-guerra-mundial-esic.pptCarla Teixeira
 
a polis no mundo grego.ppt
a polis no mundo grego.ppta polis no mundo grego.ppt
a polis no mundo grego.pptCarla Teixeira
 
O tempo das reformas religiosas parte 1
O tempo das reformas religiosas parte 1O tempo das reformas religiosas parte 1
O tempo das reformas religiosas parte 1Carla Teixeira
 
Arte renascentista parte 3
Arte renascentista  parte 3Arte renascentista  parte 3
Arte renascentista parte 3Carla Teixeira
 
A reforma religiosa parte 2
A reforma religiosa  parte 2A reforma religiosa  parte 2
A reforma religiosa parte 2Carla Teixeira
 
A reforma católica e a contra reforma- parte 1
A reforma católica e a contra  reforma- parte 1A reforma católica e a contra  reforma- parte 1
A reforma católica e a contra reforma- parte 1Carla Teixeira
 
A contra reforma parte 3
A contra reforma  parte 3A contra reforma  parte 3
A contra reforma parte 3Carla Teixeira
 
A contra reforma parte 2
A contra reforma   parte 2A contra reforma   parte 2
A contra reforma parte 2Carla Teixeira
 
A arte renascentista parte 2
A arte renascentista parte 2A arte renascentista parte 2
A arte renascentista parte 2Carla Teixeira
 
O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1Carla Teixeira
 
Revolução francesa módulo 7
Revolução francesa  módulo 7Revolução francesa  módulo 7
Revolução francesa módulo 7Carla Teixeira
 
Ficha de trabalho nº 1
Ficha de trabalho nº 1Ficha de trabalho nº 1
Ficha de trabalho nº 1Carla Teixeira
 
Revolução francesa módulo 7
Revolução francesa  módulo 7Revolução francesa  módulo 7
Revolução francesa módulo 7Carla Teixeira
 
Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Carla Teixeira
 
Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Carla Teixeira
 
Da rev cient ao iluminismo parte 2
Da rev cient ao iluminismo parte 2Da rev cient ao iluminismo parte 2
Da rev cient ao iluminismo parte 2Carla Teixeira
 

More from Carla Teixeira (20)

A civilização industrial no séc XIX.ppt
A civilização industrial no séc XIX.pptA civilização industrial no séc XIX.ppt
A civilização industrial no séc XIX.ppt
 
1-guerra-mundial-esic.ppt
1-guerra-mundial-esic.ppt1-guerra-mundial-esic.ppt
1-guerra-mundial-esic.ppt
 
a polis no mundo grego.ppt
a polis no mundo grego.ppta polis no mundo grego.ppt
a polis no mundo grego.ppt
 
O tempo das reformas religiosas parte 1
O tempo das reformas religiosas parte 1O tempo das reformas religiosas parte 1
O tempo das reformas religiosas parte 1
 
Arte renascentista parte 3
Arte renascentista  parte 3Arte renascentista  parte 3
Arte renascentista parte 3
 
Arte renascentista
Arte renascentistaArte renascentista
Arte renascentista
 
A reforma religiosa parte 2
A reforma religiosa  parte 2A reforma religiosa  parte 2
A reforma religiosa parte 2
 
A reforma católica e a contra reforma- parte 1
A reforma católica e a contra  reforma- parte 1A reforma católica e a contra  reforma- parte 1
A reforma católica e a contra reforma- parte 1
 
A contra reforma parte 3
A contra reforma  parte 3A contra reforma  parte 3
A contra reforma parte 3
 
A contra reforma parte 2
A contra reforma   parte 2A contra reforma   parte 2
A contra reforma parte 2
 
A arte renascentista parte 2
A arte renascentista parte 2A arte renascentista parte 2
A arte renascentista parte 2
 
O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1O rococó e o neoclássico parte 1
O rococó e o neoclássico parte 1
 
Neoclássico parte 2
Neoclássico parte 2Neoclássico parte 2
Neoclássico parte 2
 
Neoclássico parte3
Neoclássico parte3Neoclássico parte3
Neoclássico parte3
 
Revolução francesa módulo 7
Revolução francesa  módulo 7Revolução francesa  módulo 7
Revolução francesa módulo 7
 
Ficha de trabalho nº 1
Ficha de trabalho nº 1Ficha de trabalho nº 1
Ficha de trabalho nº 1
 
Revolução francesa módulo 7
Revolução francesa  módulo 7Revolução francesa  módulo 7
Revolução francesa módulo 7
 
Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Revolução francesa 2
Revolução francesa 2
 
Revolução francesa 2
Revolução francesa 2Revolução francesa 2
Revolução francesa 2
 
Da rev cient ao iluminismo parte 2
Da rev cient ao iluminismo parte 2Da rev cient ao iluminismo parte 2
Da rev cient ao iluminismo parte 2
 

A agricultura arcaica do Antigo Regime

  • 1. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 Nos séculos XVI e XVII assistiu-se ao nascimento de uma economia à escala mundial, marcada pelo desenvolvimento do comércio. Contudo, apesar da intensificação dos tráficos comerciais a principal actividade económica do Antigo regime continuou a ser a agricultura. A agricultura praticada era arcaica, tecnicamente atrasada. Usava tecnologia tradicional, produzindo os produtos de primeira necessidade: cereais, vinho, azeite, frutos. A terra era a base da riqueza e era a posse da terra que determinava a posição das famílias na pirâmide social. As terras estavam nas mãos da nobreza e do clero, proprietários com pouca propensão para investir e modernizar as explorações. A carga fiscal sobre os camponeses era elevada. Os camponeses ao trabalharem em terras que não eram suas levava-os a não fazerem investimentos. 1-Lê o seguinte texto: “ Desde o séc. XV a gadanha começou a substituir a foice. Em algumas partes da Europa, os cereais continuaram a ser cortados com a foice ao longo do séc. XVIII. Os ancinhos e forquilhas de madeira mantiveram as suas formas tradicionais desde a Idade Média.” Carlo Cipolla, História Económica da Europa 1.1-Caracteriza a agricultura do Antigo Regime. Profª Carla Teixeira Página 1
  • 2. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 2-Analisa a caricatura de acordo com o que estudaste sobre o Antigo Regime. _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ _____________________ 3-Comenta a frase “No Antigo Regime a produção era baixíssima” de acordo com a figura. Profª Carla Teixeira Página 2
  • 3. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ O Mercantilismo Apesar da economia assentar na agricultura , o comércio colonial era também importante. Os produtos ultramarinos (especiarias, açúcar, chá, tabaco, algodão, cacau,…) animavam a vida nas cidades e enriqueciam a burguesia. Em França, Colbert, ministro do rei Luís XIV, desenvolveu um conjunto de políticas económicas a que se deu o nome de mercantilismo. Para Colbert: • A riqueza de um pais estava na quantidade de ouro que o pais conseguisse fazer entrar; • Assim, as exportações deveriam aumentar e as importações diminuir. 4-Observa a figuras : FIG. A FIG.B Profª Carla Teixeira Página 3
  • 4. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 4.1-Qual das duas figuras representa uma balança comercial favorável? Justifica a tua resposta. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 4.2- Diz o nome da política económica adoptada pelos países europeus no século XVII com o objectivo de obter uma balança comercial favorável. Profª Carla Teixeira Página 4
  • 5. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 _____________________________________________________________________________________________________ 4.3Explica o modelo mercantilista proposto por Colbert. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ Profª Carla Teixeira Página 5
  • 6. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ ___________________________ _____________________ A sociedade ordens A sociedade do Antigo Regime era hierarquizada e estratificada em ordens. A organização das pessoas era feita tendo em conta o nascimento e o desempenho de determinados cargos ou funções. CLERO • Possuía cerca de 1/3 das terras do país e recebia os Dízimos de todos do reino. • Não pagavam impostos. • Dispunham de tribunais próprios. • Estavam isentos da justiça régia. Nobreza -Isenção da maior parte dos impostos. -Regime penal favorável. -Acesso exclusivo aos cargos superiores de governação e da Igreja. -Direitos senhoriais e tenças que o Rei lhes concedia. -Posse de terras Terceiro Estado Profª Carla Teixeira Página 6
  • 7. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 No terceiro estado destacou-se um grupo social a Burguesia. Olhada com desconfiança pelo clero e pela nobreza, foi-se afirmando pelo seu poder económico.Os reis recorreram muitas vezes aos grandes burgueses para a obtenção de empréstimos. Este grupo é ainda constituído pelo povo ( camponeses, artesãos) que vivem em condições miseráveis. Apesar deste grupo ser heterogéneo em termos económicos, todos eles pagavam impostos, não tendo qualquer privilégio. Apesar da mobilidade social ser escassa ela ocorreu em alguns casos permitindo à nobreza ascender ao grupo dos privilegiados. A expansão geográfica e comercial que estimulou o desenvolvimento de uma economia monetária e comercial e o enriquecimento da burguesia com o comércio colonial, assim como a criação de um Estado moderno, absoluto e burocratizado levou ao recrutamento da burguesia. Assim, dá-se o enobrecimento da burguesia através : -Aquisição de terras à nobreza endividada -Compra de cargos públicos -Obtenção de cargos , títulos e doações dos reis -Obtenção de títulos através do casamento 5-Observa a pirâmide social: Profª Carla Teixeira Página 7
  • 8. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 5.1-Com base, na imagem caracteriza a sociedade do Antigo Regime. ______________________________ _____________________________ ______________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ 6- Atenta na frase e completa o quadro: “Na sociedade de Antigo Regime , uns dedicam-se especialmente ao serviço de Deus; outros à defesa do Estado, através das armas; outros a alimentá-lo e a mantê-lo.” NOBREZA CLERO TERCEIRO ESTADO Funções Combater • • Direitos • • • Não têm • • • Julgados em • tribunais • próprios Deveres Defender a • • população 7-De que modo é que esta caricatura ilustra a sociedade do Antigo Regime? Profª Carla Teixeira Página 8
  • 9. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 Este diaporama diz respeito a uma nova forma de governo que surgiu no Antigo Regime. ____________________________________________________________________________ Esta nova forma de governo designou-se de Absolutismo. ____________________________________________________________________________ 1- Em que século se desenvolveu esta forma de governo?____________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2-Em que país o Absolutismo atingiu a sua fórmula mais perfeita? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _______________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3-Indica dois exemplos de monarcas absolutistas. ______________________________________________________ 4-Qual a origem do poder real? _________________________________________________________ 5- Os monarcas absolutos concentraram na sua pessoa todos os poderes do reino. 5.1-Indica alguns desses poderes. _________________________________________________________ ________________________________________________________ 6-“Os monarcas absolutos fizeram-se rodear de um ambiente de grandeza e opulência.” 6.1- Refere um dos símbolos de grandeza dos reis absolutos. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ Profª Carla Teixeira Página 9
  • 10. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 O Poder do rei no Antigo Regime Profª Carla Teixeira Página 10
  • 11. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 Podemos definir o absolutismo como uma Doutrina e regime monárquico no qual o soberano se considera legitimado para exercer o poder livre de controlo, condicionamentos ou limitações. No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessava-lhe um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos. Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas europeus. -Bodin defende que o rei era o detentor da soberania, tinha um poder absoluto, indivisível e inalienável . Cabe-lhe a função suprema de legislador e juiz -Bossuet defende a origem divina do poder real : Os reis são representantes de Deus na terra, respondendo pelos seus actos apenas perante deus O desenvolvimento do absolutismo moderno começou com o nascimento dos Estados nacionais europeus no final do século XV e prolongou-se durante mais de 200 anos. O melhor exemplo que se tem dele é o reinado de Luís XIV. A sua declaração “o Estado sou eu” resume com precisão o conceito do direito divino dos reis. Biografia de Luís XIV . “O Rei- Sol” Filho de Luís XIII e de Ana de Áustria, Luís XIV nasceu em Saint-en-laye a 5 de Setembro de 1638. Com apenas 5 anos Luís XIV sobe ao trono, o seu reinado foi o mais longo da história da França e também aquele que marcou o seu apogeu, governou como monarca absoluto, não admitindo nenhum poder superior ao seu, nem nenhum constrangimento à sua autoridade. Durante a infância, o país é governado pela mãe, a regente, e pelo primeiro- ministro, cardeal Mazarine. Em 1660, com 22 anos, casa- se com Maria Teresa, filha do rei Felipe IV, da Espanha. Um ano depois, o cardeal Mazarine morre e Luís assume o trono. Desde o início do governo que adoptou o absolutismo. Profª Carla Teixeira Página 11
  • 12. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 Transferiu a sua corte para Versalhes e viveu rodeado de luxo e de cortesãos subservientes. Na governação, Luís XIV estendeu-se a todos os ramos da vida pública, restringiu os poderes dos privilegiados, atribuiu aos nobres os cargos da corte e organizou o aparelho político-administrativo. Construiu o imponente e luxuoso Palácio de Versalhes, perto de Paris, onde viveu a corte francesa. Príncipe caprichoso, apreciava a etiqueta, festas e belas mulheres. Manteve duas amantes e sempre manifestou seu desejo de governar sozinho. A ele se atribui a frase "L'État c'est moi" (O Estado sou eu). Fundou a Academia de Ciências de Paris, cujos membros eram pagos para produzir ciências, principalmente,inovações tecnológicas e científicas que tivessem aplicação na área militar. Luís XIV escolhe para emblema o Sol. É o astro que dá vida a qualquer coisa, mas é também o símbolo da ordem e da regularidade. Ele reinou como um sol sobre a corte, sobre os cortesãos e sobre a França. Luís XIV morreu em 1 de Setembro de 1715 de gangrena, poucos dias antes de seu septuagésimo sétimo aniversário e com 72 anos e 100 dias de reinado - o mais longo reinado e governo do mundo ocidental. Seu corpo foi sepultado na basílica de Saint-Denis, em Paris. 1-Faz um pequeno resumo sobre a vida de Luís XIV. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Um dos grandes enigmas da História: “Quem era o Homem da máscara de Ferro?” A Bastilha, foi construída em 1370 e tornou-se uma prisão durante o reinado de Carlos VI; Profª Carla Teixeira Página 12
  • 13. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 durante a Regência do Cardeal Richelieu, no século XVII, tornou-se uma prisão para nobres ou letrados, opositores à religião oficial, adversários políticos, agitadores políticos, etc. No dia 14 de Julho de 1789 o povo de Paris saiu às ruas e invadiu a Bastilha, fortaleza que simbolizava o Absolutismo Real, libertando seus 7 prisioneiros. Esse feito ficou conhecido como "A Queda da Bastilha", data comemorada pelos franceses . Por volta de 1679, durante o reinado de Luís XIV, um prisioneiro foi colocado sob a responsabilidade pessoal do Sr. De Saint-Mars, na época, era comandante da fortaleza e prisão de Pignerol, na Savóia. O prisioneiro, sem qualquer registo oficial da prisão, além do nome, tinha a sua idade desconhecida, sendo conhecido, simplesmente, pelos seus companheiros e pelos carcereiros da prisão, como sendo o "Máscara de Ferro".Era sem dúvida alguma, fora do comum, mesmo para os locais, onde figuras impares eram "armazenadas", a peculiaridade deste preso, o requinte de maldade, numa tortura, aparentemente não dolorosa, mas infinitamente incómoda; pois o rosto do prisioneiro ficava totalmente escondido sob uma espécie de máscara aveludada preta, ligada mecanicamente a um "colarinho"de ferro, cujo mecanismo, impossibilitava a sua remoção sem ajuda de alguém. Embora o reconhecimento facial do preso fosse nulo, os seus movimentos ágeis e maneiras refinadas e elegantes, conduziam a um raciocínio, mesmo subjectivo, de ser ainda jovem e da nobreza. Por questões específicas, o "Máscara de Ferro" , na maior parte do tempo, era mantido bem longe das vistas dos demais presos, inclusive, sendo a ala do calabouço, na qual ficava a sua cela, muito bem guardada, e, para completar a segurança, um contacto restrito com os carcereiros, sendo apenas uma pessoa escolhida para tal serviço. Apesar do zelo extremo na segurança do "Mascara de Ferro", era tratado por todos com gentileza e respeito, principalmente pelo Sr.De Saint-Mars, comandante do presídio. Em 1698, Saint Mars, foi designado para dirigir a prisão "A Bastilha", construída em 1370, situada em Paris, já célebre por ter abrigado os mais diversos e notáveis personagens. Como das vezes anteriores, tornando-se um procedimento usual, recebeu ordens expressas para levar o "Mascara de Ferro" para a Bastilha. Conforme procedimentos anteriores, também na Bastilha, nenhum registo do infeliz prisioneiro foi feito, permanecendo dessa forma, por mais cinco Profª Carla Teixeira Página 13
  • 14. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 longos anos; em Novembro de 1703, subitamente e de uma forma totalmente misteriosa, o Máscara de Ferro adoece num dia e morre no outro, tendo sido enterrado no cemitério de Saint-Paul, e aí sim, pela primeira vez, seu suposto nome foi revelado, constando dos registos , como sendo De Marchiel, com 45 anos de idade. Qual era a verdadeira identidade do misterioso homem da Máscara de Ferro? Em 1711 a cunhada do rei, a Princesa Palatine, mencionou a história numa carta à sua tia. O prisioneiro foi tratado muito bem, mas dois mosqueteiros vigiavam-no o tempo todo, prontos para matá-lo caso ele tentasse tirar a máscara. Ele odiava máscara, dormia com a máscara, e provavelmente morreu com a máscara. Durante os mais de vinte anos que esteve preso, por mais sigilo que se tenha tomado, os rumores fossem espalhados, por toda a França, no reinado de Luís XIV. Várias foram as versões que apareceram referente a lenda do homem da Máscara de Ferro; Era o irmão gémeo do Rei, tendo sido aprisionado, pelo cardeal Richelieu, para poder preservar a integridade do governo da França; o motivo da colocação de uma máscara, foi o de proteger a sua verdadeira identidade, evitando que os cidadãos percebessem a grande semelhança com o Rei. Outra versão dos factos afirmava que Ana, da Áustria, mãe de Luis XIV, tinha casado de forma secreta, com Mazarine, seu ministro, tendo, como resultado da união, um filho, um irmão consanguíneo de Luis XIV. Também, uma colocação muito divulgada sobre a lenda do Máscara de Ferro , era de que seria o duque de Mommouth, um pretendente ao trono da Inglaterra. Diziam outros, por sua vez, que o desafortunado prisioneiro era, nada mais nada menos, do que o ex-ministro da Finanças, Fouquet, que fora destituído e preso. Uma das versões fantásticas e até preferida era de que o intrigante prisioneiro seria o filho natural do Rei, com uma das suas amantes (Lavaltiere, Montespan ou Maintenon). Sendo assim, o mistério do "Máscara de Ferro", através dos séculos, permanece praticamente insolúvel, perfilando entre os grandes enigmas da história. Os poderes do rei Absoluto: Poder sagrado O seu poder provém de Deus , este escolheu-os para governarem em seu nome e são representantes Dele na Profª Carla Teixeira Página 14
  • 15. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 Terra. Atentar contra a pessoa do rei é considerado um sacrilégio e deve-se obedecer-lhe sem o contestar Poder paternal O rei é como um pai para o seu povo devendo-o proteger Poder absoluto Governa sem prestar contas a ninguém. Detém o poder legislativo, executivo, judicial, económico, financeiro , poder de cunhar moeda, cobrar impostos, poder militar e poder de decidir sobre a guerra e a paz. No entanto, deve assegurar o respeito pelas leis, evitar a anarquia que retira aos homens os seus direitos A encenação do poder do rei A Corte, nomeadamente o Palácio de Versalhes era o espelho do poder do rei. A Corte instalada em Versalhes atrai a camada superior da nobreza tradicional que passa a beneficiar de pensões e doações do rei, estando assim completamente dominada por ele. Quem pretendia um cargo só poderia obtê-lo na Corte, quem virava as costas à Corte virava as costas ao poder e ao dinheiro que o rei distribuía .Mas este luxo da corte arruinou a nobreza que rivalizava no traje, na ostentação, esquecendo-se que a sua influência política desaparecia, tornando-se numa espécie de prisão para a nobreza. A nobreza ao ir viver para a corte que exigia demasiados gastos, depressa vai verificar que tem que se submeter ao poder do rei e fazer tudo para lhe agradar, já que é através dos cargos e doações que o rei assegura a sua sobrevivência . A sociedade da corte tinha que obedecer a normas impostas por um protocolo rígido. Era desta forma que a corte era utilizada para encenar o poder do rei; era o meio que este tinha de fazer publicidade a si mesmo, aparecendo em todas as situações como chefe supremo.Com Luís XIV,criou-se em torno do rei um cerimonial cujo objectivo era exaltar a sua imagem divina. Cada gesto do monarca adquiria um significado político , social e diplomático: todos estavam dependentes de um sorriso , de uma palavra de agrado Um acto simples como o levantar do rei era um grande acontecimento, tecendo-se intrigas junto ao rei para que este escolhesse quem ia estar presente nos momentos mais vulgares da vida de um ser humano ( ex: acordar do rei).Desta forma, o rei aproveitava-se destas rivalidades para dividir os grupos sociais e poder reinar sem temer conspirações . Profª Carla Teixeira Página 15
  • 16. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 O CERIMONIAL NA CORTE DE LUÍS XIV Luís XIV era acordado em geral às 8 horas da manhã, pelo primeiro criado de quarto que dormia junto ao leito real. Arrumava o sofá em que dormia e dirigia-se às cortinas bordadas a ouro que envolviam o leito real: -Sire, são horas! Abriam-se as portas para deixar entrar os pajens. Um destes ia avisar a cozinha da Corte, outro ficava à porta de guarda para só deixar entrar os senhores que tivessem esse privilégio. O acesso ao quarto do rei estava rigorosamente hierarquizado. Havia seis categorias de pessoas que podiam entrar, por ordem. A primeira entrada era a familiar, a que tinham direito filhos e netos e o médico. A segunda entrada estava reservada aos nobres que iam vestir o rei. Depois as outras quatro entradas faziam-se por esta ordem: primeiro os que liam para o rei e os que tratavam das festas, seguidamente, os ministros e secretários de Estado. A quinta entrada estava reservada a alguns privilegiados e dependia da benevolência do rei. Estes tinham assim o privilégio de se aproximarem do rei antes dos outros. Por fim, entravam os filhos ilegítimos do rei e genros. Tudo estava impecavelmente organizado. Os dois primeiros grupos eram admitidos quando o rei ainda estava deitado, mas já tinha vestido uma pequena cabeleira, pois nunca se apresentava sem peruca, mesmo na cama. Depois de se ter levantado eram-lhe trazidos os trajes. Entravam então os nobres a quem o rei tinha concedido o privilégio de o vestir: um tirava-lhe a camisa pela manga direita, outro pela manga esquerda. Depois enfiava-se a camisa . Ajudavam-no a vestir as Profª Carla Teixeira Página 16
  • 17. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 meias, os calções, a calçar os sapatos e a vestir o casaco. Um desses privilegiados apertava-lhe os sapatos. O rei levantava-se da cadeira e era-lhe entregue de joelhos a sua espada. O relojoeiro real dava corda ao relógio e entregava-lho. Depois de vestido, seguia-se o grande passeio até à capela. Através de infindáveis corredores, o rei era assinalado pelo bater do seu bastão e seguiam-se as vénias e cortesias. Neste cerimonial cada gesto tinha um valor de prestígio e simbolizava a repartição do poder. O rei usava os seus gestos mais íntimos para reforçar as diferenças de posição social, para confirmar prestígios, para conceder favores ou manifestar o seu desagrado. Norbert Elias, A Sociedade de Corte( adaptado) 2-Explica a necessidade deste cerimonial em torno de Luís XIV. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 3-Lê os documentos: Há três características essenciais na autoridade real. Em primeiro lugar a autoridade real é sagrada, em segundo lugar é paternal e em terceiro lugar é absoluta. Deus estabelece os reis como seus ministros e reina través deles sobre os povos. Os príncipes agem como ministros de Deus. É por isso que nós consideramos o trono real não como o trono de um homem, mas como o trono do próprio Deus. Decorre de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada e que atentar contra ela é um sacrilégio. Profª Carla Teixeira Página 17 Bossuet
  • 18. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 3.1-Para Bossuet , qual era a base do poder do rei. Justifica com expressões do documento. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 4- Lê o documento: É Somente na minha pessoa que reside o poder soberano. A soberania consiste no poder absoluto, quer dizer, perfeito, e completo em todos os factos. É somente de mim que os tribunais recebem a sua existência e autoridade. Só a mim, pertence todo o poder legislativo sem dependência nem partilha. Toda a ordem pública emana de mim, e os direitos e interesses da Nação estão necessariamente unidos aos meus e repousam apenas nas minhas mãos. O rei tomou o lugar do Estado, o rei é tudo, o Estado não é nada. É um ídolo ao qual se sacrificam as províncias, as cidades, as finanças, os grandes, os pequenos, tudo! Luís XIV 4.1-Caracteriza o poder do rei no Antigo Regime. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 5-Lê os documentos: O rei , dizem, absorvem o homem; em Uma nobreza cativa na “ gaiola compensação exigiu muito dos grandes e dourada” de Versalhes dos nobres estabilizados na corte. A O rei olhava à direita e `a esquerda , ao nobreza deixou aí todo o seu poder levantar-se , ao deitar-se , às refeições, político, ao mesmo tempo que a sua vida ao passar pelos salões e jardins de pessoal; aí ganhou as graças de um Versalhes. Via e observava toda a gente, senhor omnipresente que tudo sabe dos ninguém lhe escapava . Era um demérito segredos das famílias. para os que ele distinguira , não fazer parte da corte sua residência habitual. Philippe Ariés, Saint Simon, Mémoires História da Vida Privada Profª Carla Teixeira Página 18
  • 19. Ficha Informativa/Trabalho nº 1 5.1-Através da análise dos documentos redige um texto em que explique: -o título do documento -o papel da corte como instrumento de poder -as relações entre o rei absoluto e os privilegiados ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ____________________________________________________ Profª Carla Teixeira Página 19