2. Posição de classe Ao analisar a posição de classe tradicionalmente os sociólogos analisam: posição de mercado, relações com meios de produção e ocupação
3. Posição de classe sociólogos mais contemporâneos, como Bourdieu: avalia a posição de classe do indivíduo não apenas quanto a economia e ao emprego mas leva em consideração fatores culturais como estilo de vida e padrões de consumo
4. Estilo de vida os símbolos e os sinais relacionadas ao consumodesempenham um papel cada vez mais importante no cotidiano. As identidades individuais estruturam-se em maior escala, em torno das escolhas de estilo de vida - como o modo de vestir, o que comer, como cuidar do corpo e onde relaxar, e menos em torno de indicadores mais tradicionais como emprego.
5. Capital cultura e econômico O sociólogo francês Pierre Bourdieu entende que os grupos de classe são identificáveis de acordo com seus níveis variados de capital cultural e capital econômico (La Distinction, 1986). Cada vez mais, os indivíduos distinguem-se uns dos outros não com base em fatores econômicos ou ocupacionais, mas pelos gostos culturais e pelas atividades de lazer, sendo auxiliados, , nesse processo, pela proliferação de mercadores de necessidades,
6. Mercadorias simbólicas o número cada vez maior de pessoas que lidam com a apresentação e a representação de mercadorias e serviços – quer sejam esses simbólicos ou verdadeiros Anunciantes, , marqueteiros, designer de moda, consultores de estilo, designers de interiores,personaltrainers, terapeutas e webpagedesigner
7. Gostos e estilos de vida todos influenciam os gostos culturais e promovem as escolhas de estilo de vida entre uma comunidade de consumidores de ampla expansão Com isso, então, podemos dizer que Bourdieu afirma que as divisões de classe podem ser associadas ao estilo de vida e padrões de consumo distintos.
8. Taxonomia de Classe social Dessa forma , citando agrupamento dentro da classe média, segundo Savage et al, podemos citar três setores, com base em gostos culturais e “bens”.
9. Servidores públicos Os profissionais de serviço público - os quais possuem um alto capital cultural e um baixo capital econômico. Estes tendem a buscar estilos de vida saudáveis, ativos, que envolvam exercícios, baixo consumo de álcool e participação em atividades culturais e comunitárias.
10. Gerentes e burocratas Os gerentes e burocratas – em contraste, tipificam-se, por padrões “indistintos” de consumo que implicam médios ou baixos níveis de exercício, pouco empenho em atividades culturais e uma preferência por estilos tradicionais nos móveis da casa e na moda.
11. Pós modernos Os Pós-modernos – busca estilo de vida que careça de qualquer princípio definidor e que possa trazer , lada a lado, elementos que não faça parte do gosto tradicional. Assim, andar a cavalo e um interesse por literatura clássica podem vir acompanhados de uma fascinação por esporte radicais, como alpinismo, e uma paixão por raves e Extasy.
12. Classes e estilo de vida. De um modo geral, seria mais difícil questionar o fato que a estratificação dentro de classes, assim como entre as classes, acaba dependendo não apenas das diferenças ocupacionais, mais de diferenças em consumo e estilo de vida. O que se confirma observando tendências existentes dentro da sociedade como um todo
13. Homogeneização dos gostos A rápida expansão da economia de prestação de serviços e da industria de entretenimento e de lazer, por exemplo, reflete uma ênfase do consumo dentro dos países industrializados.
14. Sociedade de massa As sociedades modernas passaram a ser sociedades consumistas, ajustadas a aquisição de bens materiais. Em certo aspecto uma sociedade consumista é uma “sociedade de massa”, na qual a diferença de classe são, até certo ponto, ignoradas; desse maneira pessoas vindas de diferente meios podem assistir a programa de TV semelhantes ou comprar roupas nas mesmas lojas de grife.
15. Economia da Cultura “Distinção: Uma Crítica Social do Julgamento do Gosto”, de 1979. lógica específica Para Bourdieu o “espaço social” é hierarquizado pela desigual distribuição de diferentes capitais, e a descrição da sociedade em termos de “espaço social” permite enfatizar a dimensão relacional das posições sociais. Sendo assim, as diferentes formas de capital que permitem estruturar o espaço social e que definem as oportunidades na vida são:
16. Economia da Cultura - Capital Econômico: constituído pelos diferentes fatores de produção (terras, fábrica, trabalho) e pelo conjunto dos bens econômicos; renda, patrimônio, bens materiais; - Capital Cultural: corresponde ao conjunto das qualificações intelectuais produzidas pelo sistema escolar ou transmitidas pela família. Este capital pode existir sob três formas: em estado incorporado, como disposição duradoura do corpo (por exemplo, a facilidade de expressão em público); em estado objetivo, como bem cultural (a posse de quadros, de obras); em estado institucionalizado, isto é, socialmente sancionado por instituições (como os títulos acadêmicos);
17. Economia da Cultura - Capital Social: se define essencialmente como o conjunto das relações sociais de que dispõe um indivíduo ou grupo. A detenção deste capital implica um trabalho de instauração e manutenção das relações, isto é, um trabalho da sociabilidade: convites recíprocos, lazer em comum, etc.; - Capital Simbólico: corresponde ao conjunto de rituais (como as boas maneiras ou o protocolo) ligados à honra e ao reconhecimento. Afinal, apenas o crédito e a autoridade conferem a um agente o reconhecimento e a posse das três outras formas de capital. Ele permite compreender que as múltiplas manifestações do código de honra e das regras de boa conduta não são apenas exigências de controle social, mas são constitutivas das vantagens sociais com conseqüências efetivas.
18. o livro “Distinção: Uma Crítica Social do Julgamento do Gosto”, de 1979. Situação da classe média no mundo moderno. No nosso cotidiano nós constantemente escolhemos entre aquilo que achamos ser esteticamente prazeroso e aquilo que achamos ser pura “moda”, ou é feio, ou cafona! Distinções, ou seja, escolhas feitas em oposição àquelas feitas por pessoas de outras classes. Para ele o mundo social funciona como um sistema de relações de poder e como um sistema simbólico, em que distinções de gosto se tornam a base do julgamento social.
19. Espaço social hierarquizado Para Bourdieu o “espaço social” é hierarquizado pela desigual distribuição de diferentes capitais, e a descrição da sociedade em termos de “espaço social” permite enfatizar a dimensão relacional das posições sociais. Deste modo, as diferentes formas de capital que permitem estruturar o espaço social e que definem as oportunidades na vida são o capital econômico, o capital cultural, o capital social e o capital simbólico.
20. Classe social. “campos sociais” (tais como o campo acadêmico, o campo do direito, o campo desportivo, etc.) habitus de classe e o relaciona ao seu entendimento de classe social. Para Bourdieu, classe social deve ser tratada em relação não com o indivíduo ou com uma população (i.e., um agregado de indivíduos), mas sim com o habitus de classe, que é definido como um sistema socialmente constituído de disposições (tendências, aptidões, inclinações, talentos) que orientam pensamentos, percepções, expressões e ações.
21. Gosto. Economia dos Bens Culturais “gosto” é um marcador de classe, e que o consumo de bens culturais, consciente e deliberadamente ou não, preenche uma função social de legitimar diferenças sociais. Vestuário, comida, formas de lazer, opções de consumo, etc., - o gosto funciona como um sentido de distinção por excelência, permitindo separar e unir pessoas e, conseqüentemente, forjar solidariedades ou constituir divisões grupais de forma universal (tudo é gosto) e invisível.
22. Afinidades e antipatias. Para Bourdieu, mesmo as escolhas mais pessoais, desde a preferência por carros, compositor ou escritor até a escolha do parceiro sexual, são, na verdade, frutos de “fios invisíveis” que interligam interesses de classe, fração de classe ou, ainda, posições relativas em cada campo das práticas sociais. Esses fios tanto consolidam afinidades e simpatias, que constituem as redes de solidariedade objetivamente definidas, como forjam antipatias firmadas pelo preconceito.
23. Habitus de classe. Assim sendo, o processo de socialização, ao realizar a incorporação dos habitus de classe, produz a “filiação de classe” dos indivíduos, reproduzindo ao mesmo tempo a classe enquanto grupo que compartilha o mesmo habitus. Este conceito está na base da reprodução da ordem social. Essa filiação se manifesta em diferentes posições na divisão social do trabalho a partir de uma variedade de indicadores de capitais possuídos pelos indivíduos ao longo do sistema ocupacional (os capitais aqui citados).
24. Aplicação dos conceitos. Em recente novela transmitida num canal aberto de grande audiência nacional, um novo rico empresário do jogo do bicho, oriundo da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, optou por “apagar” o seu passado contraventor adotando um comportamento “dentro da lei”. Nessa sua trajetória, ele vivenciou uma mudança na composição e volume do seu capital econômico (para mais), porém carecia de capital cultural. Por esta razão, decidiu contratar um “personalstylish” para conquistar um capital cultural que não detinha. Este seu “personalstylish”, por seu turno, era um outrora rico que havia perdido capital econômico (empobrecera) mas, não perdera o seu capital cultural. Outra personagem, a da protagonista da novela, também converteu sua posição social, de pobre migrante nordestina, para uma empresária de sucesso no ramo da construção civil, contando com amplo capital social na região em que residia.
25. “Senhora do Destino” “Na segunda fase da novela, 26 anos se passam, e Maria do Carmo é uma mulher forte e bem-sucedida, mãe dedicada, dona da loja de material de construções Do Carmo, querida e respeitada em Vila São Miguel por sua ética e generosidade… Ela mantém um antigo relacionamento amoroso com Dirceu, agora editor e colunista político de um grande jornal carioca. Os dois moram em casas separadas e vivem uma relação tranquila. Mas a nordestina tem um outro admirador: o agora ex-bicheiro Giovanni Improtta, que liquidou honestamente todas suas contas passadas e ganha a vida como presidente da escola de samba Unidos de Vila São Miguel e disputa com Dirceu o amor de Maria do Carmo. Uma de suas características é a inseparável gravata borboleta, além do esforço para falar corretamente, que o leva a cometer vários erros de português. Seu modo de falar caiu nas graças do público, que reproduzia nas ruas expressões como “felomenal” (ao invés de “fenomenal”). Entre as frases popularizadas pelo personagem estão: "Há malas que vêm de trem!"; "Vou me pirulitar-me"; "Não esqueça do meu lema: com Giovanni Improtta não tem problema"; "Então fica o dito pelo não dito, o não dito pelo dito e, como sempre, vale o escrito"; "Aqui se faz, aqui se paga"; "Na vida, como no restaurante, a conta sempre chega"; "Saída istrastégica"; "A vaca vai voar!", "O tempo ruge, e a Sapucaí é longa!", "Giovanni Improtta, em charme e osso"… Mas o ex-bicheiro, que vive repetindo não dever nada à polícia nem ao fisco, é apaixonado mesmo por Do Carmo, tendo de disputar o seu amor com o rival Dirceu, a quem se refere como "troca-letras"… Pedro Correia de Andrade e Couto, o Barão de Bonsucesso, e sua esposa, a baronesa Laura – um casal alegre que gosta de celebrar a vida, embora não tenha mais a mesma situação financeira de tempos atrás. O dinheiro do barão é administrado por seu filho, Leonardo, que vive reclamando dos excêntricos gastos do pai. Após conhecer Giovanni Improtta, o barão aceita ser seu personalstylist e passa a dar aulas de etiqueta ao ex-bicheiro, que se dirige a Laura como Dona Baroa, garantindo muitos momentos cômicos na história.” (Retirado de : http://pt.wikipedia.org/wiki/Senhora_do_Destino)
26. Diversidade de gostos Porém, as diferenças de classe também podem se intensificar com as variações de estilo de vida e de gostos Contudo, mesmo tendo em mente essas mudanças, é impossível ignorar o papel crítico que os fatores econômicos desempenham na reprodução das desigualdades sociais. Na maioria dos casos os indivíduos que sofrem de privações materiais e sociais extremas não estão nesta situação por escolherem este estilo de vida, mais tais circunstâncias são forçadas por fatores relacionados à estrutura econômica e ocupacional.
27. Questão 1: "É terrível dizer isso, mas com muita freqüencia as roupas mais empolgantes são as das pessoas mais pobres" Estilista Christian Lacroix na Vogue, abril de 1994. “Cada vez mais, os indivíduos distinguem-se uns dos outros não com base em fatores econômicos ou ocupacionais, mas pelos gostos culturais e pelas atividades de lazer, sendo auxiliados, , nesse processo, pela proliferação de mercadores de necessidades, o número cada vez maior de pessoas que lidam com a apresentação e a representação de mercadorias e serviços –quer sejam esses simbólicos ou verdadeiros – para consumo dentro do sistema capitalista.” Bourdieu, sociólogo francês. Qual a relação entre a frase com a função do estilista Lacroix do ponto de vista do conceito de classe social em Bourdieu?
28. Questão 2: "Acordo toda manhã, pulo no chuveiro, olho para o símbolo e ele me sacode para o dia. É para me lembrar a cada dia de como tenho de agir, isto é, 'Just do it' ” Empresário da internet de 24 anos Carmine Colletion sobre sua decisão de tatuar a logo da Nike no seu umbigo, dezembro de 1997. Esta frase está usando um conceito de classe social baseado num perspectiva Bourdiana porquê? justifique:
29. Questão 2 : A resposta será a soma dos números associados às alternativas corretas. Para esta questão, preencha sempre dois alvéolos: um na coluna das dezenas e um na coluna das unidades, conforme exemplo ao lado: questão 13, resposta 09 (soma das alternativas 01 e 08). 01) Apresenta uma concepção que valoriza o emprego , o mercado, e as relações com meios de produção e ocupação. 02) Avalia a posição de classe do indivíduo não apenas, ou mesmo essencialmente, quanto a economia e ao emprego leva em consideração fatores culturais como estilo de vida e padrões de consumo. 04) As identidades individuais estruturam-se em maior escala, em torno das escolhas de estilo de vida - como o modo de vestir, o que comer, como cuidar do corpo e onde relaxar, 08) Está fundado em torno de indicadores mais tradicionais como emprego. 16) Está fundado mais pelos gostos culturais e pelas atividades de lazer. ( )
30. Capital econômico ou capital social e cultural? A tira ao lado de André Dhamer, explicita um lamento, preconceituoso, proferido pelo personagem, de ausência de de um capital social e talvez cultural, por parte da família de negros, este lamento está baseado em um princípio de pertencimento de classe que reivindica : fatores econômicos ou ocupacionais. formação social e gostos culturais e pelas atividades de lazer. economia e ao emprego posição de mercado relações com meios de produção e ocupação