Aula 4 da disciplina "Fundamentos Teóricos em Psicologia II - Comportamentalismo", do Curso de Psicologia da Unifesspa (2016)
Leitura crítica do capítulo 6 do livro "Ciência e Comportamento Humano", de B. F. Skinner
Fundamentos Teóricos em Psicologia II - Comportamentalismo
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Fundamentos Teóricos em Psicologia II – Comportamentalismo
Aula 4
Modelagem e manutenção do comportamento
Prof. Dr. Caio Maximino
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Objetivos da aula
● Definir “modelagem”, “reforço diferencial”,
“diferenciação”, “indução”, e “esquema de
reforçamento”
● Relacionar modelagem e manutenção do
comportamento
● Analisar os efeitos do reforçamento contínuo e
intermitente
● Descrever esquemas de reforço em intervalo, em
razão,
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Modelagem e reforçamento
diferencial
● “Um operante não é algo que surja totalmente desenvolvido no
comportamento do organismo. É o resultado de um contínuo
processo de modelagem.” (CCH, p. 101)
● “A probabilidade original da resposta em sua forma final é muito
pequena; em alguns casos pode mesmo ser zero. Assim, podemos
elaborar operantes complicados que nunca apareceriam no
repertório do organismo por outros meios. Reforçando uma série
de aproximações sucessivas conseguimos em pouco tempo uma
alta probabilidade para uma resposta muito rara.” (CCH, p. 102)
● A modelagem é baseada no reforço diferencial: em estágios
sucessivos, algumas respostas são reforçadas e outras não.
– Aproximação sucessiva: à medida que o responder se altera, os critérios
para o reforço também mudam
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Modelagem e reforçamento
diferencial
● A propriedade do comportamento que permite o
reforçamento diferencial é sua variabilidade
● O reforço de uma resposta produz um
espectro de respostas diferentes que difere
da resposta reforçada em diversas dimensões
(topografia, força, magnitude, direção)
● A aproximação sucessiva implica em selecionar
alguma dessas respostas que seja mais
parecida com a resposta final
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Modelagem e diferenciação
● No exemplo, a distribuição de respostas emitidas
(E) passou a se limitar à classe de respostas
reforçadas → DIFERENCIAÇÃO
● O responder estabelecido por diferenciação é
denominado diferenciado
● As respostas que estão fora da classe reforçada,
mas contíguas à ela são induzidas – estão tão
próximas da classe de respostas reforçadas que
os efeitos do reforço se estenderam a elas
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Classes de respostas
● Diz-se que o reforço aumenta a probabilidade da
resposta que é reforçada, mas uma resposta nunca
é repetida exatamente.
● A probabilidade instantânea de muitas respostas a
serem condicionadas é zero
● “como podemos apelar para o reforço como a base
da resposta modelada, quando os reforçadores são
apresentados somente depois de respostas que
apenas se aproximam dela?” (Catania, 1999)
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Classes de respostas
● Definidas em termos de efeitos ambientais em comum (p.
ex., pressão à barra)
– Do ponto de vista de procedimento, o apelo a classes de
respostas definidas pela consequência “é a base tanto para
registrar respostas na classe quanto para programar
consequências para elas” (Catania, 1999)
● “Um meio mais útil de colocar a questão é dizer que os
elementos são reforçados onde quer que ocorram. Isto nos
leva a identificar o elemento, e não a resposta, como a
unidade do comportamento. É uma espécie de átomo
comportamental, que pode nunca aparecer sozinho em
ocasião alguma mas é ingrediente ou componente
essencial de todos os exemplos observados.” (CCH, p. 104)
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Função vs topografia
● “Se as contingências diferenciais mudarem, a
topografia do comportamento mudará com elas”
(CCH, p. 107)
● Aparentemente, de início as classes de resposta são
definidas por suas propriedades topográficas (“o que
elas parecem”); entretanto, normalmente o
reforçamento diferencial seleciona “membros
daquela classe porque compartilham uma função
comum: todas produzem as mesmas
consequências.” (Catania, 1999)
– Ex.: pressão à barra com patas diferentes, focinho, &c;
autolesivos em cças com atraso de desenvolvimento
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Esquemas de reforço diferencial
● “Grande parte do comportamento, entretanto, é
reforçado apenas intermitentemente. Uma determinada
consequência pode depender de uma série de eventos
não facilmente previsíveis” (CCH, p. 110)
● O padrão de reforço (“esquema”) afeta fortemente o
quão rápido um operante é adquirido, qual a sua
frequência instantânea, e sua resistência à extinção
● As contingências entre as respostas podem ser
baseadas em intervalos entre as respostas (IRTs),
taxas de respostas, ou períodos sem respostas
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Esquemas em intervalo
● “esquema em que um tempo mínimo deve transcorrer antes que uma resposta seja
reforçada; as respostas que ocorrem antes não têm efeito.” (Catania, 1999)
● Intervalo fixo (FI) – resposta reforçada após intervalo de tempo n
– Desempenho caracterizado por uma pausa depois do reforçador seguida por uma transição gradual
ou abrupta a uma taxa moderada de respostas
– Exemplo: FI1” - Reforço liberado para a primeira resposta após 1 s
– Exemplo da vida real: Salário
● Intervalo variável (VI) – resposta reforçada após intervalo médio de tempo n
– Taxa de respostas relativamente constante entre os reforçadores, alta resistência a extinção
– Exemplo: VI4” – Primeiro reforço liberado para a primeira resposta após 2 s, segundo reforço
liberado para a primeira resposta após 6 s, terceiro reforço liberado para a primeira resposta após 4
s
– Exemplo da vida real: Checar e-mail
● Intervalo randômico (RI) – resposta reforçada com uma probabilidade fixa a cada t s
– Responder similar a VI em série aritmética
– Exemplo: RI50 – Primeira resposta após 1 s, com probabilidade de 0,02
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Outros esquemas em intervalo
● Reforço diferencial de altas taxas (DRH) – Uma resposta é reforçada
se ao menos n respostas tiverem sido emitidas durante os últimos t s
– Produz frequências altas de resposta espaçadas no intervalo
– Exemplo: DRH10 s/15 – As primeiras 15 respostas em um intervalo de 10 s são
reforçadas
– Exemplo da vida real: Para vencer uma maratona de bicicleta, precisamos
emitir x pedaladas durante a maratona de y horas
● Reforço diferencial de baixas taxas (DRL) – Uma resposta é
reforçada somente quando pelo menos t s tenham transcorrido desde a
última resposta
– Produz frequências baixas de resposta espaçadas no intervalo
– Exemplo: DRL10 – A primeira resposta após 10 s é reforçada, mas se o animal
responder antes dos 10 s o animal passa por timeout de 10 s
– Exemplo da vida real: Limite de respostas em sala de aula (aluno “monopoliza”
discussão)
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão
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Esquemas em razão
● “esquema em que a última de um número especificado de respostas é reforçada” (Catania, 1999)
● “Uma pequena diferença na frequência aumenta a frequência do reforço, resultando disso que a
frequência pode crescer ainda mais” (CCH, p. 114)
● Reforçamento contínuo (CRF ou FR1) – Cada ocorrência da resposta é seguida por um
reforço
– Exemplo do mundo real: Pagar por comida
● Razão fixa (FR) – Cada n-ésima resposta é reforçada
– Desempenho se caracteriza por pausas após os reforçadores, seguidas de respostas relativamente altas e
constantes
– Exemplo: FR2 – Cada segunda resposta é reforçada
– Exemplo do mundo real: Um vendedor ganha um bônus para cada 10 itens vendidos
● Razão variável (VR) – Número de respostas varia de um reforçador para o outro
– Pausa pós-reforçador diminuída ou eliminada
– Exemplo: VR2 – Primeiro reforço liberado após 2 respostas, segundo reforço liberado após 6 respostas,
terceiro reforço liberado após 4 respostas
– Exemplo do mundo real: Jogos de azar
Modelagem
Reforçamento
em intervalos
Reforçamento
em razão