O documento discute a renovação de lavouras de café para sistemas mecanizados, abordando tópicos como caracterização dos sistemas de condução e talhões, renovação através de podas e novos plantios, indicando cultivares e espaçamentos ideias. É apresentada uma análise técnica comparativa de cultivares resistentes à ferrugem, tolerantes e suscetíveis, com indicações para sistemas mecanizados ou adensados.
1. RENOVAÇÃO DE LAVOURAS PARA
SISTEMAS MECANIZADOS:
(PODAS E INDICAÇÃO DE CULTIVARES)
Gladyston Rodrigues Carvalho
Eng. Agr. DSc Cafeicultura
Pesq. EPAMIG
2. Tópicos a serem
abordados
• Caracterização dos sistemas de
condução da propriedade e dos
talhões;
• Renovação através de podas;
• Renovação através de novos
plantios – Indicação de Cultivares e
espaçamentos;
• Considerações finais.
3. INTRODUÇÃO
CARACTERIZAÇÃO DA
CAFEICULTURA
Cafeicultura de
Montanha ou
Adensada
Cafeicultura
Mecanizado
4. CARACTERIZAÇÃO DA
LAVOURA
Estado geral
da lavoura
Stand:
Esp. e Falhas
Diag. no solo:
pragas e
doenças Fonte: S. M. L. Salgado
Caracterização
ramos produt.
5. ASPECTOS MORFOLÓGICOS
RELACIONADOS COM A PODA
PODA : RECUPERAR O POTENCIAL
PRODUTIVO DA CULTIVAR OU
MELHORAR O SISTEMA DE
MANEJO DA LAVOURA
Foto: Cristiano
7. SISTEMA DE CONDUÇÃO E ALTURA
DE CORTE
1. Recepa: 30-50 cm
• Sistema de condução: Uma haste- esp. Inferior a 60 cm
Duas hastes – esp. superior a 65 cm
2. Decote: 1,60- 1,80 m - Cafeicultura de montanha ou sistema
adensado
2,0 – 2,70 m – Colheita mecanizada
• Sistema de condução: Decote baixo- 1 a 2 hastes
Decote alto, predomínio na mecanização
– sem desbrota
8. SISTEMA DE CONDUÇÃO E ALTURA
DE CORTE
3. Esqueletamento: - 30 – 50 cm do tronco principal
- Altura de corte = DECOTE
Sistemas de condução:
- Sistema Safra Zero - sem desbrota
- Sist. adensado condução manual - com desbrota
- Sist. Adensado mecanizado – sem desbrota com
esqueletamento a cada 2-4 anos
- Sist. mecanizado tradicional – sem desbrota
9. ÉPOCA IDEAL PARA A PODA TIPO
ESQUELETAMENTO + DECOTE
REGIÃO DE CRESCIMENTO– PODA MAIO
Crescimento Vegetativo
12 10,2 a
9,4 b
10 8,3 c
Nº de nós/ramo
8 6,5 d REG. DE CRESC.– PODA NOV.
5,5 e
6
4,2 f
4
2
0
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Fonte:Garcia, A.L.A - 2007
10. MANEJO APÓS AS PODAS
- Programa de adubação eficiente – Calagem, Gessagem, NPK
e micronutrientes;
- Manejo adequado das brotações;
- Controle plantas daninhas – evitar derivas nas brotações;
- Monitoramento de pragas e doenças;
- Subsolagem quando necessário;
14. Lavouras Adensadas. Manejo da poda, Arandú – SP
Esquletamento sem desbrota
Esp. 1,90 x 0,50 cm
10.526 pls/ha
03 DEZ. 2012
14 ABRIL 2012 14 ABRIL 2012
20. MUNDO NOVO e ACAIÁ
• PORTE ALTO
• ELEVADO VIGOR VEGETATIVO
• LONGEVIDADE
• MATURAÇÃO MÉDIA E UNIFORME
• ESPAÇAMENTO: 0,7-0,8 m entre plantas
Cultivares Indicadas:
Mundo Novo: IAC 376-4 e IAC 379-19
ACAIÁ: Acaiá Cerrado MG 1474 e IAC 474-19
21. CATUAÍ
• PORTE BAIXO (2,0 a 2,4 m)
• DIÂMETRO DE COPA (1,7 a 2,1 m)
• ELEVADA ADAPTABILIDADE (REGIÕES E SIST. CULT.)
• MATURAÇÃO TARDIA E DESUNIFORME
Cultivares Indicadas:
Catuaí Verm.: IAC 44; IAC 51; IAC 99 E IAC 144.
Catuaí Amar.: IAC 17; IAC 62.
26. EVOLUÇÃO DA FERRUGEM EM MATERIAIS TOLERANTES
E SUSCEPTÍVEIS-EPAMIG FESP
90
% de infecção da ferrugem
80 H-136
70 H-29
60 M. NOVO
50
40
30
20
10
0
dez/07 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08
Período de avaliação
Fonte: Xavier, 2009.
33. Produtividade de cafeeiros em Buritis, Faz. Canduá –
Esp. 3,67 x 0,60m
Cultivares 10 ano 20 Ano Média
sc/ha sc/ha sc/ha
Araponga MG1 97,34 79,66 88,50
Topázio MG 1190 82,10 85,34 83,70
- ALTA TECNOLOGIA – BASTANTE RESPONSIVA
- ELEVADO VIGOR VEGETATICO
Fonte: Pereira, 2004
34. Faz. Ouro Verde – Campos Altos, MG.
PROGÊNIE - H 29-1-8-5
Diâmetro de saia menor que a “Catuaí”
“Tolerância” a Ferrugem
Maturação média a precoce –Alt. elevadas e
escalonamento da colheita.
35. Faz. Capão da Estiva.Turmalina , MG.
Catiguá MG 3
Resistência a Ferrugem
Resistência ao Meloidogyne exigua
Elevada Prod. Região de Capelinha – região
com ocorrência intensa de M. exigua
36. Tabela 6 Produtividade de grãos em sacas. ha-1 (PROD), número de ovos/grama de raiz (NOGR), graus de
resistência (GR) e número de galhas (NG), de 23 progênies e 7 cultivares avaliadas no município de
Campos Altos - MG.
Progênies PROD NOGR GR (1) NG
436-1-4-C26 48,52a 721a R 358b
514-7-14-C73 43,78a 864a R 347b
514-5-2-C101 42,70b 568a MR 67a
516-8-2-C109 42,52b 350a MR 86a
504-5-6-C117 39,67b 479a MR 246b
514-7-4-C130 49,90a 258a R 31a
493-1-2-C134 55,57a 80a R 7a
505-9-2-C171 41,30b 2447c S 675c
518-2-6-C182 47,83a 1823b T 790c
514-7-16-C208 46,25a 763a R 217a
493-1-2-C218 46,08a 280a R 475c
438-7-2-C233 37,13b 3076c S 684c
514-7-16-C359 46,08a 1083b T 410c
514-7-8-C364 37,89b 141a MR 38a
518-2-10-C408 50,52a
514-5-2-C494
Redução
47,01a
na 1215b
845a
T
produtividade
R
213b
231b
518-2-4-C593 40,66b de 29%
394a MR 27a
516-8-2-C568 42,25b 596a MR 152a
Catuaí Vermelho IAC-99 38,96b 2253c S 702c
Topázio MG 1190 31,13b 2592c S 1239c
Acaia Cerrado MG-1474 32,86b 2704c S 1044c
Fonte: Ramiro, et. al ,2112
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de significância.
(1) R: Resistente; MR: Moderadamente resistente; T: Tolerante; S: Suscetível.
38. Eficiência da colheita total média (%)
Cultivar EPAMIG Três Pontas
750 (cic/min) 950 (cic/min)
Sacramento 49,27 b 85,94 a
Catiguá MG2 80,88 b 61,71 b c
Pau Brasil MG1 53,56 b 73,53 a b
Araponga MG1 68,95 a b 78,11 a b
Paraíso H419-1 81,26 a 87,40 a
Acaiá Cerrado MG 1474 81,24 a 86,80 a
Topázio 1190 82,50 a 86,40 a
CV(%) 15,83
Fonte: Avelar, R. C., 2011
40. CÁLCULO DO ESPAÇAMENTO
• Bitola do trator BF75 = 1,3 m
0,15m 1,3m 0,15m
• ½ Largura do pneu x 2 = 0,15 x 2 = 0,30 m
• Largura total do trator = 1,6 metros
41. CÁLCULO DO ESPAÇAMENTO
• Cultivar PARAÍSO MG-419-1
– Ø Saia = 1,63 m
– Largura trator = 1,60 m
– Espaçamento = 3,23m
• Cultivar CATUAÍ AMARELO 62
– Ø Saia = 1,93 m
– Largura trator = 1,60 m
– Espaçamento = 3,53m
• Cultivar MUNDO NOVO IAC 502-9
– Ø Saia = 2,11 m
– Largura trator = 1,60 m
– Espaçamento = 3,71m
42. Diferença de produtividade
Cultivar Esp. Plantas / Litros / Produtividad Relação
ha planta e (sc/ha)
Paraíso MG 419-1 3,23 4128 5 49,14 100 %
Catuaí Am. 62 3,53 3777 5 44,96 - 4,18 sc
Mundo Novo 502-9 3,71 3594 5 42,78 - 6,36 sc
- Espaçamento entre plantas = 0,75m
43. Recomendação de
Espaçamentos
Década de 90 Década de 2010
Fonte: Adaptado de Pereira, S.P.
44. Influência do espaçamento na produtividade
60
Produtivdade - Sc/ ha
55 y = 85,4222 - 14,9111 x
R 2 = 99,10 %
50
45
40
35
30
2 2.5 3 3.5
Espaçamento entre linhas
Produtividade Sc / ha
50
y = 56,9166 - 14,9111 x
R 2 = 85,27 %
45
40
35
0,5 0,75 1
Espaçamento entre plantas
Fonte: Pereira, 2004
45. Produtividade em diferentes espaçamentos
Espaçamento No de Área por Planta (m2) Sacas /
plantas / ha hectare
2,0 x 0,5 10.000 1,0 60 a
2,5 x 0,5 8.000 1,25 52 a
3,0 x 0,5 6.666 1,5 41 b
3,5 x 0,5 5.714 1,75 35 b
2,0 x 0,75 6.666 1,5 54 a
2,5 x 0,75 5.333 1,875 53 a
3,0 x 0,75 4.444 2,25 42 b
3,5 x 0,75 3.809 2,625 36 b
2,0 x 1,0 5.000 2,0 50 a
2,5 x 1,0 4.000 2,5 42 b
3,0 x 1,0 3.333 3,0 35 b
3,5 x 1,0 2.857 3,5 28 b
Fonte: Pereira, 2004
49. Considerações finais na
Cafeicultura do Futuro
• O adensamento mecanizado das lavouras
será uma realidade;
• Stands superior a 5000 plantas/ha;
• Decote e esqueletamento são as podas
mais recomendadas para mecanização;
• Cafeicultura de montanha (mecanizada
totalmente ou parcialmente) somente com
cultivares resistentes a ferrugem;
Cafeicultura ainda mais Mecanizada;