SlideShare a Scribd company logo
1 of 226
Download to read offline
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

1

AULA 1
TREINO DESPORTIVO
1. OS MÉTODOS DO TREINO DESPORTIVO
“- Poderia me dizer por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
Disse Alice ao gato.
- Depende de onde queira ir disse o gato.
- Não me importa muito para onde, disse Alice
- Então não importa que caminho tomar, respondeu o gato
- Portanto que chegue a algum lugar, Alice acrescentou
- Oh, isso você certamente vai conseguir, desde que ande bastante,disse o
gato...”CARROLL,1832-1898).
Há um velho ditado alemão que diz que “muitos caminhos conduzem a Roma”, isto quer dizer que, se
pode atingir um objetivo de várias formas. Os profissionais do desporto seguem muitos caminhos para alcançar o(s)
seu(s) objetivo(s)
Por métodos de ensino ou de instrução entendemos as vias que o professor tem de escolher a fim de
orientar o processo de aprendizagem dos seus alunos, isto é, o processo de absorção do conhecimento de
percepções, convicções aptidões, capacidade e hábitos no propósitos de conduzi-los a bons resultados.
Assim entendemos que o treino desportivo como processo pedagógico tem características diferentes da
Educação Física geral e obrigatória . Desta forma os métodos de treinos são meios dos quais o atleta recebe
preparação para executar habilmente determinados exercícios a desenvolver e aperfeiçoar constantemente a sua
forma física( força,velocidade, resistência).
Os métodos de preparação combinam dois grandes grupos:
Métodos de aperfeiçoamento político - moral do indivíduo
a) Método de instrução: consiste em proporcionar orientação e esclarecimento e tem por
objetivo o estabelecimento de convicções firmes. Inclui os seguintes meios educativos: orientação moral dada
pelo professor com explicações baseadas em exemplos de conduta correta , exposições e relatórios feitos pelos
próprios alunos, sobre problemas éticos.
b) Método do exemplo vivo: este respeita, principalmente ao exemplo proporcionado pela
conduta do próprio professor. Só é eficaz quando o comportamento deste corresponde às suas palavras,
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

2

quando ele incute respeito aos seus alunos. O valor para os alunos, do exemplo vivo depende do caráter do
professor ou treinador.
c) Método da verificação: a verificação do comportamento dos alunos contribui, essencialmente
para o desenvolvimento de hábitos de atuação planejada e responsável. A verificação deve ser parte
integrante do processo de preparação dos atletas.
d) Método de apoio: consiste no exercício da critica e na administração de encorajamento. È
mais eficaz quando todo o coletivo participa.
e) Método da apreciação: consiste na formulação de juízos positivos ou negativos. O principal é
que seja usada a medida justa e que o elogio ou a reprima nunca sejam dados em termos absolutos; é
fundamental que sejam julgados com uma mesma medida por todas as pessoas
f) Métodos dos objetivos: neste método consiste em definir um método essencial para a
inclusão qualidades morais e de regras de conduta. No decorrer do processo de preparação a definição de
objetivos deverá servir para executar todo o plano de treino previamente estabelecido. No entanto isto exige que
o treinador esteja familiarizado com o potencial educativo dos meios e métodos de treino e com programas
específicos.
Métodos educativos
No processo de educação e formação dos atletas o método principal é o exercício. As capacidades
atléticas só podem ser aperfeiçoadas e os fatores da forma e das aptidões coordenativas só podem desenvolver-se
por meio da repetição de exercícios físicos específicos. Os métodos são, portanto subdivididos em partes que se
completam umas às outras.
2 . MÉTODOS DE CRIAÇÃO DE APTIDÕES MOTORAS
Há em primeiro lugar toda uma série de métodos para a exposição do assunto. Dizem respeito às
tarefas práticas do ensino e às relações entre treinador e atleta ou professor e aluno.
3. TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO
a) Método de apresentação: O objetivo é o de obter uma boa compreensão dos movimentos a
executar. Os principais métodos de apresentação consistem nas demonstrações e explicações há vários métodos
de demonstração:
Demonstração ideal: feita pelo professor, dá ao aluno uma visão global do exercício. Este
método perde eficácia quando os movimentos são efetuados a grande velocidade, como é o caso dos saltos.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

3

Demonstração lenta: parte dos exercícios completam a demonstração da totalidade e põe em
relevo as suas fases mais importantes. Este tipo de demonstração é utilizado nas disciplinas de lançamento em que
o atleta larga o dardo pode ser demonstrado em movimento lento enquanto a sua minuciosa explicação vai sendo
dada.
Marcações: são extremamente convenientes, mas infelizmente não são muito usadas.
Por meio de filmes: desta forma o treinador ou professor pode dar explicações mais clara. O
filme apresenta bastantes vantagens sobre a imagem fixa, pois mostra muito melhor toda a seqüência dos
movimentos.
As explicações: podem ser simplesmente descritivas ou destinar-se a entrar na analise de
pormenores, etc...
b) métodos de direção: estes métodos compreendem definição das tarefas.
c) método da avaliação: A averiguação é feitas por meio de verificações e atribuições de
pontuações.
4. TRATAMENTO DO ASSUNTO
Os métodos de tratamento do assunto ou de organizar a matéria a expor são exatamente o que este
nome indica. São estruturas do exercício a ensinar e o seu grau de complexidade que determina o modo como ele
deve ser abordado.
O treinador, depois de refletir sobre isto, decidira qual serie ou seqüência de exercícios a utilizar.
A série de exercícios pode ser mais ou menos longa, mas é preciso procurar que eles sejam no menor
número possível. Deve-se respeitar estritamente a ordem exata pela qual os exercícios têm de ser praticados.
Há vários métodos práticos para organizar o assunto do treino.
No método de aprendizagem global o exercício é dado como um todo e a execução é simplificada ou
facilitada. este método tem a vantagem de reduzir desde o início adequada sensação de ritmo e de aplicação de
forças. Usualmente serve apenas para exercitar a forma geral do movimento e é aplicado, principalmente ao treino
de jovens.
No método de aprendizagem parcial (ou analítica) a nova aptidão motora é adquirida com diversas
exercícios que correspondem às diversas fases, ou partes, do movimento total. È preciso dominar bem cada
exercício antes de passar ao próximo. Este método é utilizado em movimentos muito complicados (salto com vara,
lançamento de disco) ou em movimentos que não podem ser simplificados.
Ainda temos que considerar o método analitico-sintetico, no qual o instrutor separa o exercício nos
seus diversos elementos constitutivos para que sejam objetos de praticas especializadas.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

4

Os elementos são previamente isolados são finalmente reunidos nessa totalidade. Por exemplo o
lançamento do peso é por aprendido por este método. Começa-se por aprender o lançamento sem balanço, a seguir
passa-se ao deslizamento e por fim ao movimento global.
5. O TREINO TÉCNICO
Para ensinar a técnica, é preciso conhecer a seqüência dos movimentos e as suas leis. Os
especialistas de atletismo foram progressivamente conduzidos à opinião de que todos os principiantes devem
aprender a mais moderna técnica.
Portanto todos os treinadores e professores de desporto devem estar perfeitamente familiarizados com
as particularidades da moderna técnica e com as leis que se baseia a aprendizagem dos novos movimentos.
A teoria de PAVILOV baseia-se no conceito de reflexo. De acordo com esta teoria, cada movimento do
corpo humano é constituído do ponto de vista neurofisiológico, por uma cadeia de reflexos sucessivos na qual são
do maior interesse os reflexos condicionados, que são respostas do organismo a estímulos externos e internos. Os
reflexos são adquiridos, estão sujeitos a mudanças são limitados no tempo.
6. PROCESSO DE APRENDIZAGEM
O processo de aprendizagem é influenciado por diversos fatores (a complexidade do movimento a
aprender, a capacidade de aprendizagem do atleta, a competência do atleta, a competência do professor).
Não é qualquer atleta forte e ágil que aprende um novo movimento em pouco tempo, sabe-se que os
atletas versáteis adquirem mais depressa as novas aptidões graças a uma faculdade do córtex cerebral denominado
plasticidade.
A plasticidade é a aptidão de criar novos complexos de reflexos condicionados e de modificar os que já
existem. Quanto mais complexos existem, maior é a plasticidade.
Quanto mais e mais variados são os estereótipos dinâmicos que o atleta adquiriu no decurso da sua
multiforme preparação atlética, maior é sua capacidade de aprender movimentos e de modificar os padrões que já
domina. A apropriação de novas aptidões dá-se em três fases nem sempre perfeitamente distintas. Estas fases
são:
Coordenação aproximativa dos movimentos (absorção dos elementos basilares de um
movimento na sua forma grosseiramente geral)
Antes da aprendizagem de um movimento novo é costume fazer-se sua demonstração por partes. O
aluno ou atleta segue atentamente todas as fases da demonstração para conseguir compreender claramente a
totalidade do movimento. A principio, apenas vê o que lhe é mostrado, mas ainda não sabe executa-lo.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

5

Coordenação fina dos movimentos (correção, afinação, diferenciação)
Esta fase corresponde aos processos de diferenciação da excitação e inibição. A forma aproximativa
transforma-se por meio de muitas e muitas repetições, na forma afinada, que corresponde ao movimento eficaz e é
econômica, pois poupa as energias do atleta, pelo que lhe assegura mais fácil.
Assim caracteriza pela prática consciente, o professor guia a atenção do aluno ou atleta para as partes
construtivas do movimento total.
Estabilização do movimento (consolidação e adaptação a condições favoráveis)
Nesta fase corresponde à concentração das excitações e inibições em certas áreas do córtex cerebral.
Os movimentos são agora executados com alto grau de eficácia, estabilizam-se e consolidam-se.
A consolidação é o resultado da automatização, sendo estes mais rápidos, econômicos e executados
com confiança.
7. ELEMENTOS BÁSICOS DO TREINO / AULA DO ATLETISMO
O treino / aula deve ser entendido como um processo especializado de condicionamento físico global,
cujo objetivo é a preparação dos atletas e/ou alunos para a prática desportiva.
Este treino inclui discussões de grupos sobre assuntos educacionais, técnicos, táticos e metodológicos
fora do treino/aula normal.
7.1. TAREFAS
As tarefas essenciais do treino/aula são:
Formação e desenvolvimento da personalidade do atleta/aluno.
Desenvolvimento global das condições físicas dos atletas, conservação da saúde e
fortalecimento do seu caráter.
Desenvolvimento de atributos físico especiais para disciplinas desportivas especifica
Aprendizagem e aperfeiçoamento de aptidões táticas essenciais a participação e competição
aprendizagem da técnica e tática e dos métodos de treinamento.
Educação doa atletas/alunos no plano moral, de modo a que os seus sentimentos, convicções
e hábitos correspondam aos requisitos da sociedade.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

6

7.2. MEIOS DE TREINOS
Os métodos mais importantes para consecução dos objetivos e realização das tarefas do treino são os
exercícios físicos. Para preparação técnica e física, são utilizados exercícios da própria modalidade ou de
modalidades semelhantes.
Também são incluídos no treino geral exercícios especiais destinados a facilitar o desenvolvimento de
aptidões técnicas especiais, da velocidade, da agilidade, da força e da resistência.
7.3. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO NO TREINO
O treino desportivo é na sua essência um processo educativo por meio do qual os atletas são
educados e formados.
A formação pelo treino/aula significa acima de tudo , o desenvolvimento das faculdades físicas e
mentais dos atletas/alunos, bem como a aquisição e aperfeiçoamento das suas aptidões técnicas e dos seus
conhecimentos táticos. O comportamento geral dos atletas/alunos e sua educação podem também ser incluídos na
área do aperfeiçoamento individual.
Em resumo pode-se dizer que a educação respeita à disposição do atleta /aluno para disposição a
realidade desportiva, enquanto que a formação respeita à sua aptidão e capacidade para o conseguir.
Os principais aspectos do treino/aula podem ser caracterizados do seguinte modo:
A educação influência a conduta moral, o caráter e a força de vontade, favorece a sua disposição
para a realização desportiva.
A formação serve para aquisição e desenvolvimento de uma aptidão técnica particular, do
conhecimento da tática e ainda de conhecimento especiais; influenciar o desenvolvimento dos atributos físicos de
base do atleta e para desenvolver a sua capacidade de realização desportiva eficiente.
No processo de treino dos atletas ou das aulas dos alunos, como em qualquer outro processo
educativo, há uma intima relação entre a educação e a formação. A sua permanente e consciente associação
assegura a realização de importantes objetivos.
Como processo educativo e de formação, o treino/aula desportivo deve auxiliar os praticantes a
transformar-se em pessoas de mentalidade amplamente desenvolvidas que pensam e atuem de acordo com suas
potencialidades e qualidades. De todas as formas de educação e formação o treino/aula é uma das mais eficazes.
Por meio dele os atletas/alunos passam por esforços e situações físicas e mentais que devem
contribuir para a resolução

de diversos problemas educativos. Desta forma o treino/aula desportivo pode

desenvolver uma quantidade de aptidões e capacidades e fornecer ao atleta novos conhecimentos importantes para
a vida profissional e social.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

7

Como processo educativo, o treino/aula atlético tem de ser bem planejado e tem de fundar-se em
bases cientificas. Estas bases provêm da teoria e do ensino da Educação Física.
A prática educacional fornece uma vasta gama de importantes princípios, diretivos e métodos, que
permitam ao treinador/professor fazer-se entender de formação mais sistemática e eficaz e evitar fracassos e
absurdos.
Uma das características da preparação do atleta/aluno como processo educativo é o papel condutor
do treinador/professor, que com suas diretivas colabora intimamente no processo de aprendizagem. O
treinador/professor dirige e orienta a disposição moral, a determinação, a preparação física, técnica e tática dos
atletas/alunos.
Este profissional planeja e organiza os treinos/aulas, por meio da sua atuação determina até que ponto
a preparação desportiva dos atletas/alunos a seu cargo esta adequada ou não. O trabalho desportivo sob
orientação de um profissional qualificado é sempre muito mais eficaz e de muito maior valor educativo do que a
atividade espontânea.
O profissional possui vastos conhecimentos científicos e metodológicos, que habilitam a organização e
condução sistemática dos treinos/aulas, assim preparando atletas/alunos com êxito. Mas o papel condutor deste
profissional não deve limitar-se a alguns aspectos ou partes da preparação do atleta/aluno, ou seja, deve-se atentar
a todo o processo de treino/aula.
8. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO TREINO /AULA DO ATLETISMO
A estruturação de uma sessão de treino funda-se em princípios definidos, que devem ser entendidos
na sua unidade lógica, a qual assegura a unidade da educação e da formação ministradas tanto na sala de aula
como na atividade prática.
Os erros só poderão ser evitados quando todos estes princípios forem dados as devidas importâncias.
Estes princípios gerais são os seguintes:
Princípio da versatilidade.
O principio da versatilidade é , pois objeto de muita atenção no sistema escolar de educação e
instrução. A variedade da educação e instrução tem relação estreita com o trabalho multifacetado de educação e
formação física.
A variedade do ensino ministrado no nível médio habilita as pessoas a desempenharem tarefas cada
vez mais diversificadas e complexas no mundo das atividades produzidas no nosso dia a dia. A versatilidade é
essencial para um justo equilíbrio entre o aperfeiçoamento físico e o aperfeiçoamento mental. Na preparação
desportiva a versatilidade pode ser:
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

8

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

Versatilidade em modalidades diversas
Versatilidade numa só modalidade (atletismo)
Se um desportista/aluno é bom em diversas modalidades, podemos falar em versatilidade geral.
Quando a versatilidade é num só desporto pode ser designada por versatilidade especifica.
Princípio da promoção da saúde
Todos os jovens aptos para atividade desportiva participam em

classes desportivas gerais e

obrigatórias. Estas classes de acordo com o principio da promoção , tem de ser de tal modo organizadas que por
um lado , uma intensidade mínima de atividade produza no organismo da criança, do adolescente, ou do adulo, a
capacidade de adaptar-se à condições diferentes e por outro lado, haja possibilidade de evitar sobrecargas por meio
da modificação da quantidade de exercícios nos diferentes casos particulares.
O esforço total a despender durante as aulas desportivas está, necessariamente, em relação direta
com o sexo e a idade e tem de originar um máximo de possibilidades de desenvolvimento.
Princípio da utilidade
A educação e a formação nas classes desportivas gerais obrigatórias, bem como nos treinos/aulas
tem de realizar-se em conformidades com métodos cientificamente fundamentados que garantam a consecução dos
objetivos educacionais dessas classes ou treinos. O principio da utilidade significa ainda que as lições de desporto
e os treinos devem redundar em benefícios. Isto só é possível se houver unidade entre a teoria e a prática.
Princípio da clara consciência
O principio da clara consciência desempenha tanto no decurso das aulas de desporto como no dos
treinos, um papel fundamental para a educação dos atletas num espírito de disciplina consciente de colaboração
ativa, de autoconfiança, e de atuação independente.
O treinador ou professor só pode contar com um comportamento disciplinado por parte de seus
atletas/alunos que lhes são confiados se lhes explicar a motivação desses treinos e dessas aulas.
Os atletas/alunos devem ser conduzidos por meios adequados à sua idade e às suas características
pessoais, a contribuir ativamente para o bom desenvolvimento das atividades. Isso pode ser conseguido se uns e
outros realizarem repetições dos exercícios, se observarem e corrigirem uns aos outros, se levarem a cabo as
tarefas dos treinos/aulas com exata compreensão dos objetivos em vista.
Conforme a correspondências tornam-se positivas, podemos concluir que o treino/aula esta adequada,
mas se logo um atleta/aluno começa a dar sinais de desinteresse, pode estar certo de que esta ocorrendo excesso
de exercício.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

9

Deve-se deixar claro ao atleta/aluno que sua atividade não se destina exclusivamente ao prazer
pessoal ou aperfeiçoamento pessoal, mas sim que seus resultados contribuíram para sua vida pessoal.
O princípio da clara consciência será assim eficaz no desenvolvimento e aperfeiçoamento das aptidões
do atleta/aluno, contribuindo par o seu conhecimento das relações e trocas rítmicas entre esforço e descanso nas
diferentes fases dos desenvolvimentos de suas atividades desportivas.
Este principio exige que o atleta/aluno equilibre os seus interesse desportivos com a vida pessoal
(social, familiar e profissional).O principio da clara consciência, em ligação com o principio da utilidade, fará do atleta
não só um bom desportista, mas também um trabalhador-modelo ou um estudante exemplar.
Principio da repetição
O principio da repetição é particularmente importante para o desenvolvimento de um padrão dinâmicomotores. Os movimentos automatizam-se por meio de um número gradualmente crescente de repetição e ao
mesmo tempo a força, a resistência, a velocidade melhoram também.
Cabe ressaltar que o número de repetições não pode ser arbitrário, pois que determinadas cargas
aplicadas num certo intervalo de tempo provocam fadiga geral e efeitos secundários.
Desta forma o principio da repetição aplica-se assim à carga total a aplicar durante cada sessão de
treino e a freqüência destas sessões. Para um planejamento correto das cargas em função da idade e dos
agrupamentos a treinar, o treinador/professor tem de saber qual o grau de esforço exigido para cada tipo de
exercício.
Principio de sistematização
Este principio aplica-se no treino, aos aspectos da educação, da base técnica e do aperfeiçoamento
das capacidades condicionais e coordenativas: força,velocidade,resistência,mobilidade, extensibilidade e agilidade.
Os objetivos fixados para a aquisição de novas aptidões só podem ser alcançados se houver sistematização do
trabalho.
As capacidades condicionais e coordenativas só são melhoradas quando se aumenta gradualmente a
carga total imposta ao organismo.Este aumento deve ser planejado de acordo com a aptidão física, baseada na
experiência anterior e fundamentado em leis formuladas por fisiologistas nas suas investigações sobre o
aperfeiçoamento das qualidades físicas de base.
A prática mostra que a organização cíclica dos treinos dá os melhores resultados. Um ciclo de treino é
a distribuição das cargas máximas em períodos semanais, mensais ou todo um ano. O caráter cíclico do treino
implica que o esforço e a recuperação devem alternar entre si segundo determinado padrão rítmico. Como os
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

10

esforço devem ser gradualmente aumentados ao longo de cada ciclo, isto significa que a carga total se aproximará
da carga máxima.
Desta forma deverá ser reduzida a fim de permitir que o organismo se recomponha.
Principio da durabilidade
O principio da durabilidade reclama uma estruturação dos treinos que assegure a estabilidade das
aptidões adquiridas, bem como das capacidades condicionais e coordenativas, durante um prazo longo e sem perda
de qualidade. Este principio esta, pois, intimamente relacionados com os princípios da repetição

e da

sistematização
As aptidões rapidamente adquiridas costumam ser perdidas facilmente com qualquer breve interrupção
e só ganham estabilidade quando repetidas instantaneamente a intervalos curtos.Também há aptidões tão
arraigadas que impedem posteriores aperfeiçoamentos. O modelo adquirido não impedirá o atleta de aprender
novas técnicas, mas prejudicá-lo-á na tentativa de aperfeiçoa-la ao máximo de rendimento.
Para se libertar do antigo modelo, o atleta terá de praticar a nova técnica freqüentemente nos seus
treinos.
O principio da gradualidade
De acordo com este principio, a carga total deve ser aumentada pouco a pouco no treino de cada grupo
etário, em especial de meninos e meninas. Este é o único meio de evitar danos no sistema cardiovascular ou
noutras partes do corpo. A fim de desenvolver padrões dinâmicos - motores de acordo com este principio é preciso
seguir certas regras pedagógicas gerais, designadamente:
a)

Partir de formas simples para formas mais complexas

Isto significa que, por exemplo, a técnica de um movimento é simplificada para efeito dos exercícios. O
principiante não terá, assim de dominar desde logo todos os pormenores da modalidade.
Cada técnica tem seus delineamentos gerais, uma vez adquiridos e conhecidos estes, poderá começar
a afinar a técnica do atleta/aluno, ou seja, modelar a forma já mais elaborada até que a técnica de base tome um
caráter pessoal.
b) Partir de formas fáceis para formas mais difíceis
Nesse processo

são criadas ao principiante condições de maior facilidade. Um movimento

ritmicamente difícil pode ser aprendido melhor e mais depressa com auxilio de um acessório mais
leve(peso,disco,dardo,etc...) ou com aparelhos mais baixos (barreiras ou traves).

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

11

Passar da forma fácil à difícil exige por vez a aprendizagem de uma série de movimentos a velocidade
reduzida. Exemplo o lançamento do dardo, poderá ser iniciado com marchas lentas, depois em marcha trotada e
finalmente em marcha acelerada.
c) Partir das formas conhecidas para as desconhecidas
Consolidam-se aqui os movimentos que já são familiares ao atleta, ou seja as aptidões que ele já
possui, antes de começar a preparar movimentos novos ou novas aptidões. O lançamento de uma pelota, uma
pedra entre outros, podem ser um bom ponto de partida para a aprendizagem da técnica correta do lançamento do
dardo.
O principio da influência da idade
Este principio reclama a utilização de diferentes métodos de treino conforme se trate de crianças,
adolescentes, jovens e adultos, o treinador/professor deve conhecer as diferenças anatômicas, fisiológicas e
psicológicas de uns e outros nas diversas fases da vida e organizar os treinos de acordo com esses conhecimentos.
Os objetivos da educação física devem em todos os níveis etários adaptar-se ao nível físico e psíquico
de desenvolvimento dos atletas/alunos. Portanto é necessário aplicar métodos e meios diferentes, os quais devem
adequar-se aos níveis de cada grupo e até de cada individuo.
Este principio atenta para que o treinador/professor exemplifique os movimentos às crianças com um
mínimo de explicações verbais , enquanto que aos adolescentes ou adultos, já poderão fornecer mais pormenores,
pois; é de se esperar deles um certo nível de conhecimento geral.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

12

AULA 2
CONCEITOS DA FÍSICA RELACIONADOS AO MOVIMENTO
1. CONCEITOS BÁSICOS DO MOVIMENTO
Há três formas de movimento humano: movimento linear, movimento angular e movimento
generalizado.
O movimento linear (translação) ocorre quando todas as partes do corpo se movimentam à mesma
distância, na mesma direção e ao mesmo tempo (fig 2). Para facilitar o entendimento e verificação deste movimento,
observa-se dois pontos num corpo e visualiza-se o que acontece com a linha traçada por esse pontos durante o
movimento.
Ao contrário do movimento linear o movimento angular (rotação) ocorre quando um corpo se move
numa trajetória circular sobre a linha central de uma maneira que todas as partes do corpo se movem por meio de
um mesmo ângulo, em uma mesma direção e ao mesmo tempo (fig.1). A linha central a qual se encontra no ângulo
reto no plano do movimento é conhecida como eixo de rotação (é importante ressaltar que a um eixo de rotação é
uma linha e não um ponto).
Já o movimento generalizado são movimentos combinatórios dos movimentos lineares e/ou
angulares(fig 3)

Figura 1 . Representação dos movimentos angulares (HAY & REID,1985).

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

13

Figura 2. Representação do movimento de translação(HAY, 1985).

Figura 3. Representação do movimento generalizado (HAY & REID,1985).
2. PLANOS DE REFERÊNCIA ANATÔMICOS
O corpo humano esta dividido em três planos cardinais (fig.4). Um plano é uma superfície
bidimensional com uma orientação definida por coordenadas espaciais de três pontos distintos dentro de um plano,
e que não estão na mesma linha. Cada um dos três planos é dividido em quatro quadrantes por dois do três eixos
perpendiculares x, y e z.
O plano sagital, também conhecido como pano cardinal antero – posterior (YZ) ou plano cardinal
media, divide o corpo verticalmente em metades direita e esquerda.
Neste plano ocorrem movimentos do corpo ou de segmentos corporais para frente e para trás(flexão e
extensão)
O plano frontal também conhecido com plano cardinal coronal ou plano cardinal (XY) lateral divide o
corpo verticalmente em metades anterior e posterior com pesos iguais. Neste plano ocorrem movimentos laterais
corporais aproximando-os ou afastando-os da linha média do corpo (abdução-adução).
O plano transverso divide o corpo em metades superior e inferior(XZ) de mesmo peso. Neste plano
ocorrem movimentos corporais paralelos ao solo quando o corpo esta em posição ereta (rotação)
Em um individuo na posição de referencia anatômica, a interseção dos três planos cardinais ocorre em
um ponto conhecido como centro de gravidade do corpo.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

14

Figura 4. Representação geométrica dos planos e dos eixos corporais (HALL, 1993; LEHMKUHL &
SMITH,1989) .
Quando um segmento corporal se move, ele sofre um deslocamento angular em torno de um eixo
imaginário de rotação que passa por meio da articulação à qual este segmento está ligado. Existem três eixos de
referência para a descrição dos movimentos humano e cada u m orientado perpendicularmente a um dos três
planos de movimento.
O eixo transversal atravessa o corpo de lado a lado. Portanto, o plano perpendicular a este eixo é o
plano sagital. Já o eixo antero-posterior atravessa o corpo da frente para trás e está associado com a movimentação
no plano frontal, o plano longitudinal atravessa o corpo de cima para baixo, sendo assim perpendicular ao plano
transversal.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

15

3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MOVIMENTO
A ciência da mecânica pode ser dividida convenientemente em duas partes, uma que trata somente de
descrever a natureza do movimento (cinemática - linear/angular) e outra que explica as causas do movimento
(cinética - linear/angular).
A cinemática que descreve o aspecto do movimento distingue-se da cinética, que estuda as forças
associadas ao movimento. A cinemática linear envolve o estudo da forma, padrão e seqüência do movimento linear
em relação ao tempo, sem referencia à força ou forças que causem ou resultem do movimento.
4 CINEMÁTICA E MOVIMENTOS LINEARES
4.1 Distância Linear x Deslocamento Linear
As unidades de distância e deslocamento são unidades de comprimento.
Quando um corredor completa uma volta e meia numa pista de 400m, a distância que ele cobriu é
igual a 600m. O deslocamento é medido esticando uma linha reta imaginária da posição inicial até a posição final
(fig. 5)

Figura 5. Representação gráfica do deslocamento e da distância(HALL,1993)
4.2 Rapidez Linear x Velocidade Linear
São duas grandezas que incorporam conceitos de distância e deslocamento. estes termos são
freqüentemente usados como sinônimos na conversão informal, mas em mecânica eles tem significado preciso e
diferentes.
A rapidez é uma grandeza escalar, sendo definida como comprimento (distância) dividido pelo intervalo
de tempo.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

16

Velocidade é a mudança de posição ou o deslocamento que ocorre em dado intervalo de tempo. Como
a velocidade se baseia no deslocamento, ela também é uma grandeza vetorial.
4.3 Aceleração linear
A aceleração define-se como a taxa de alteração de velocidade ou a mudança de velocidade que se
dá em um dado intervalo de tempo.
Na linguagem informal, a palavra aceleração significa tornar mais rápido ou aumentar a velocidade.
4.4 Aceleração da gravidade
Todos os corpos na superfície ou perto da superfície da Terra são atraídos pela gravidade. Se estes
corpos estão no ar são acelerados voltados à superfície da Terra numa aceleração constante de 9,81m/s2 .
4.5 Projéteis
Corpos projetados no ar são denominados projéteis , Um disco, um dardo, um saltador em altura são
projéteis enquanto se estiverem deslocando no ar sem controle.
Entretanto nem todos os objetos que se projetam através do ar são projéteis. O projétil é um corpo em
queda livre que esta sujeito unicamente à força da gravidade e à resistência do ar. Corpos influenciados pelas
forças geradas por seus motores não são projéteis.
Os fatores que influenciam na trajetória de um projétil são: o ângulo de projeção, a velocidade da
projeção e a altura relativa da projeção (fig 6)

Figura 6. Representação gráfica dos fatores que influência a trajetória de um projétil (HALL,1993).

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

17

4.6 Ângulo de projeção
Ângulo de projeção e os efeitos da resistência do ar determinam a forma do projétil. Alterações da
velocidade de projeção influenciam na extensão da trajetória, mas usa forma depende unicamente do ângulo da
projeção . Se o ângulo de projeção for perfeitamente de 90º, o projétil percorrera o mesmo caminho retilíneo para
subir e descer.
Se o ângulo for obliquo (entre 0º e 90º) a trajetória será parabólica. Caso seja lançado horizontalmente,
seguira uma trajetória lembrando uma parábola(fig 7)

Figura 7. Representação gráfica do alcance da distância em função do ângulo de projeção
(HALL,1993).
4.7 Influência da velocidade de projeção.
A velocidade de projeção determina o comprimento ou tamanho da trajetória do projétil. Quando um
corpo é lançado verticalmente para cima a velocidade inicial do projétil determinará a altura do ápice (ponto mais
alto da trajetória), já para um corpo que é projetado em ângulo obliquo, a velocidade de projeção determinará tanto
quanto a altura quanto o comprimento horizontal da trajetória.
O desempenho na execução de um salto vertical sobre uma superfície plana depende inteiramente da
velocidade de lançamento, isto é, quanto maior a velocidade de lançamento, maior a impulsão e quanto maior a
impulsão, maior será o tempo de permanência no ar.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

18

4.8 Influência da altura de projeção relativa
O terceiro fator que influência a cinemática do movimento do projétil e a altura relativa de projeção.
Este fator corresponde à diferença entre a altura de onde o corpo é inicialmente projetado e a altura na qual ele
aterrissa em uma superfície ou é bloqueado. Quando um atleta lança o disco a uma altura de 1 ½ m acima do solo,
a altura de projeção relativa será de 1 ½ m, pois a altura de projeção esta a 1 ½ m acima dom campo onde ele
aterrissa.
5. CINEMÁTICA E MOVIMENTOS ANGULARES
O movimento angular é um movimento rotacional em torno de um eixo. O eixo de rotação é uma linha
imaginária perpendicularmente ao plano onde ocorre a rotação.
Entender o movimento angular é particularmente importante para estudioso do movimento humano,
pois os movimento voluntários do homem envolvem rotação de um ou mais segmentos corporais em torno das
suas articulações .
5.1 Distância Angular e Deslocamento Angular
A distância angular por meio da qual um corpo em rotação se move é o ângulo entre suas posições
inicial e final medindo seguindo-se o percurso tomado pelo corpo(fig 8a). Se um pendulo balança em um arco de 60
graus, ele balança por uma distância angular de 60 graus. Se o pendulo, então balança para trás em um ângulo
de 60 graus ele terá a soma de todas as alterações angulares total de 120 graus. A distância angular é medida
como a soma de todas as alterações angulares que ocorrem na rotação de um corpo.
Se a articulação do cotovelo varia de 180 graus para 40 graus, durante a fase de flexão de um
exercício, a distância angular percorrida será de 140 graus.
Desta forma o deslocamento angular é obtido pela diferença entre a posição inicial e a final do corpo
em movimento (fig 8b)
O deslocamento angular é uma grandeza vetorial, possuindo tanto direção quanto magnitude. Se a
rotação do deslocamento for observada numa perspectiva perpendicular no sentido horário(-) ou anti-horário(+) a
direção do deslocamento poderá ser designada usando esses termos

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

19

Figura 8. Representação gráfica da distância angular e do deslocamento angular (HALL,1993)
5.2 Rapidez Angular x velocidade Angular
A rapidez angular de um corpo e rotação obtida pela divisão da distância angular por meio da qual o
corpo se move pelo tempo gasto para fazê-lo . Já a velocidade angular (ω) é calculada pelo percurso angular
realizado pelo tempo gasto.
5.3 Aceleração angular
A aceleração angular de um corpo é obtida dividindo-se a alteração de sua velocidade angular pelo
tempo gasto
6. RELAÇÕES ENTRE MOVIMENTOS LINEARES E ANGULARES
Por que um bastão de guia é mais longo do que o de arremessar? Por que o batedor desliza a mão
para cima ao segurar o bastão na execução de um arremesso suave e não o faz para um arremesso poderoso? A
relação entre o movimento angular dos objetos usados e o movimento linear resultantes da bola rebatida responde a
essas perguntas.
6.1 Deslocamento linear e angular
Quanto mais distante estiver localizado um dado ponto do centro de rotação de um corpo, maior será
seu deslocamento linear (fig.9) Esta observação é expressada pela equação simples: d= r.θ, onde d é a
deslocamento linear, r é o raio de rotação( distância do ponto ao eixo de rotação) e o θ é o deslocamento angular

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

20

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

Figura 9. Representação do deslocamento linear e angular(HALL,1993)
6.2 Velocidade linear e velocidade angular
O relacionamento entre velocidade (v) e a velocidade angular (ω) é resumida pela seguinte fórmula:

v= ω.r
r= raio, que é a distância entre o eixo de rotação e o pronto de contato. Este relacionamento sugere
que existe apenas duas maneiras nas quais a velocidade de contato de um corpo em rotação pode ser aumentada
(aumentando sua velocidade angular e/ou aumentando o raio(fig.10).

Figura 10. Representação gráfica das relações entre velocidade linear e velocidade angular
& REID,1985)
Responsável
Prof. João Francisco Moreti

( HAY
TITULO

FOLHA

21

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

7. CINÉTICA
Cinética é o ramo da mecânica que trata das causas do corpo se mover de uma dada forma.
7.1 Inércia
Em mecânica, a propriedade de um corpo relutar em alterar o que esta fazendo é chamado de
inércia.No sentido amplo, inércia significa resistência à ação ou alteração.
Inércia é a tendência de um corpo manter seu estado atual de movimento, esteja ele parado ou
movendo-se a uma velocidade constate.
7.2 Massa
A quantidade de matéria de um corpo (massa) é uma medida da inércia do corpo, expressa em
unidades de quilograma(kg).
7.3 Força
Uma impulsão ou tração que altere ou tenda a alterar o estado de movimentação de um corpo é
chamada de força , as forças são quantidades vetoriais, isto é, apresentam-se em magnitude e uma direção e
podem ser somada e resolvidas utilizando-se a regra dos paralelogramo de vetores e são medidas em Newton(N).
7.4 Peso
A força gravitacional exercida pela Terra sobre um corpo é chamada de peso e assim como a
aceleração produzida por esta força(g) recebe uma designação de especial P.
A diferenciação entre peso e massa é geralmente objeto de alguma confusão. Esta confusão pode ser
esclarecida pela consideração de como as variações de localidades afetam estas duas quantidades.
A quantidade de matéria de um corpo não se altera conforme este corpo é deslocado de um local para
outro, a massa desse é obviamente constante. Entretanto isso não é verdade para o peso que sofre pequenas
variações de acordo com a distancia do centro da Terra. Como uma das quantidades possui um valor constante e a
outra varia de acordo com sua localidade, esta duas obviamente não são exatamente a mesma.
Considere o caso de um saltador de vara no máximo de sua ascensão , nesse momento, assim como
em todos os outros momentos durante o seu salto, ele sofre a ação de uma força para baixo ( seu peso, P) em
direção ao solo, com uma aceleração, g.
A relação básica entre a massa e seu peso pode ser obtida pela utilização da equação que representa
a segunda lei de Newton : F=m.a
E substituindo os valores deste caso,
P= m.g
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

22

7.5 Torque
Quando uma força é aplicada a um objeto como um lápis em cima da mesa , tanto translação quanto
movimento geral pode ocorrer. Se a força aplicada for perpendicular ao centro do lápis, ele sofrerá uma translação
na direção da força. Caso esta força perpendicular passar por outro ponto que não o centro do lápis, ele sofrerá
translação e rotação.
O efeito rotatório criado por essa força é conhecido como torque (T) ou momento de força. Quando
maior a quantidade de torque sobre o eixo de rotação, maior a tendência para que a rotação ocorra.
O torque pode ser calculado pela equação: T=força(f) x distância(d)
7.6 Momentum
Momentum é a quantidade de movimento de um corpo, sendo igual ao produto da massa pela
velocidade do corpo.
Momentum = massa x velocidade
Ex. uma pessoa de 70kg descendo um morro a uma velocidade de 30 m/s apresenta um momentum de
2100 kg-ms/s
Momentum é particularmente importante nas situações de impacto, pois o resultado do impacto
depende em grande parte do momentum apresentado por cada um dos corpos envolvidos. O conceito de
momentum é freqüentemente utilizado, por exemplo, como base na argumentação de que um homem pequeno e
rápido possa ser tão eficaz, nas situações de choque no futebol americano, quanto um homem maior e mais lento.
Uma alteração no momento de um corpo pode ser causada tanto por alterações na massa co corpo,
quanto por uma alteração na sua velocidade.
7.7 Primeira lei de Newton – lei da inércia
Qualquer corpo em repouso, ou se movimentando com uma velocidade
constante em linha reta, continuará neste estado, a menos que seja
obrigado a ser alterar por uma força externa exercida sobre ele.
Desta forma quando um jogador desliza sobre o gelo para deslocar o taco para arremessar uma pedra
ou uma bola, ele e a pedra continuarão a deslizar sobre o gelo, caso não exista forças externas que eventualmente
os fazem parar.
7.8 Segunda Lei de Newton - lei da aceleração
Para os corpos cujas massas permanecem constantes durante todo o movimento ( isto inclui a maioria
dos corpos ), a segunda lei de Newton afirma que:
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

23

A aceleração de um corpo é proporcional á força que causou e ocorre na
direção da ação dessa força.
Esta fórmula pode ser reduzida à sua forma bem conhecida: F= m.a
Desta forma quando uma pessoa colide com outra, a associação que ela transmite àquela outra pessoa
é diretamente proporcional à força que ela exerce, e indiretamente proporcional à massa daquele homem. Em
outras palavras, quanto mais violentamente ela colide, e quanto menor o seu oponente, mais provavelmente ele
conseguira empurrá-lo para trás.
Geralmente utiliza-se nas medições de forças a seguinte unidade 1 newton (N) é a força que produz
uma aceleração : de 1m/s2 em um corpo de 1Kg de massa.
7.9 Terceira lei de Newton – ação e reação
Quando um corredor realiza uma impulsão contra o taco de partida, ao inicio de um treino ou
competição, ele exerce uma força em direção inferior e posterior, como resultado desta ação de impulsionamento,
seu corpo é projetado em uma direção superior e anterior. (fig 11)
Assim o corredor é acelerado em uma direção quando ele exerce uma força em direção oposta. Esta
aparentemente contradição é explicada pela terceira lei de Newton que afirma: Para cada ação , há uma reação e
oposta
As vezes é difícil aceitar que a ação e a reação são de igual magnitude, quando os efeitos observados
em um caso especifico são bastante diferentes.
Os saltadores em distância, saltadores de altura algumas vezes são instruídos a bater firmemente
seus pés sobre o solo quando , estas instruções são baseadas na hipótese de que quanto maior a força vertical
exercida pelo individuo sobre a superfície de impulsão , maior será a força vertical de reação disponível para elevar
o individuo.
Apesar de ser evidentemente, verdade que as grandes forças em direção para baixo evocam grandes
forças de reação para cima, estas últimas não possuem qualquer utilidade prática.
Nos casos mencionados, as grandes forças verticais são exercidas contra o solo imediatamente antes
do inicio do impulso, assim que o individuo toca o solo ao fim do solo anterior. A reação a estas forças ocorre ao
mesmo tempo e não quando seria útil, mais tarde durante a impulsão , desta forma como a reação e a ação ocorrem
ao mesmo tempo, a prática de instruir os indivíduos a baterem violentamente com os pés no solo, não pode ser
justificada.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

24

Figura 11. Representação gráfica das forcas de ação e reação do solo (CARR,1936)
7.10 Impulso
Quando as forças externas atuam, elas modificam o momento presente no sistema de maneira
previsível , este momento depende não só da magnitude de ação das forças externas, mas também do tempo em
que cada força atua. O produto da força pelo tempo é conhecido como impulso (I= f x t)
Com freqüência a quantidade de impulso produzida pelo corpo humano contra o solo pode ser
controlada. Na execução de um salto vertical, quanto maior o impulso produzido contra o solo, maior a alteração do
momento do atleta e maior será a altura resultante do salto.
Na fase de aterrissagem de um salto é vantagioso reduzir o contato com o solo ou força máxima de
reação do solo, pois o atleta que cair rigidamente experimentará uma força de reação do solo relativamente grande
durante um intervalo de tempo curto. Assim se a flexão do quadril, joelho e tornozelo forem permitidas , aumenta-se
o intervalo de tempo durante a qual a força é absorvida, desta forma reduzindo a intensidade de força sustentada.
7.11 Centro de gravidade
A massa de um corpo é a matéria da qual ele é feito. Um único ponto está associado com todo o corpo
em torno do qual a massa corporal esta igualmente distribuída em todas as direções. Este ponto é conhecido como
centro de massa ou centro de gravidade do corpo(CG).
7.12 Localização do centro de gravidade
A localização do ponto do centro de gravidade é importante, pois mecanicamente o corpo comporta-se
como se toda sua massa estivesse concentrada nele. Por exemplo, quando o corpo se comporta como um projétil,
o centro de gravidade do corpo segue uma trajetória parabólica.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

25

Uma vez que o comportamento mecânico do corpo pode ser projetado seguindo-se a trajetória do
Centro de Gravidade total do corpo, este fator foi estudado como possível indicador de eficiência em muitos
esportes. Acredita-se que o padrão de movimento do Centro de Gravidade durante a impulsão de um salto em
altura seja um fator que distingue o bom do mau desempenho. Usar a força de reação do solo para converter a
velocidade horizontal do Centro de gravidade em velocidade vertical direcionada para cima durante a impulsão do
salto em altura.
O método de suspensão para determinar a localização do Centro de Gravidade, consiste em suspender
o objeto por um dado ponto, em torno do qual ele esteja livre para rodar. Quando o objeto está em repouso, um fio
de prumo suspenso pelo mesmo ponto pode ser usado para marcar no objeto um linha vertical entre os lados
equilibrados. Quando se repete o procedimento com o objeto alinhado nos dois outros planos a interseção das três
linhas permite a localização aproximada do Centro de Gravidade.
7.13 Estabilidade e equilíbrio
A estabilidade é um conceito intimamente relacionado com os princípios de equilíbrio. A estabilidade é
definida mecanicamente como a resistência a aceleração tanto linear quanto angular ou resistência a romper o
equilíbrio.
Os corredores e nadadores, em postura preparatórias para a largada, assumem intencionalmente uma
posição corporal que lhes permita acelerar rápida e facilmente ao som da pistola de partida. A capacidade individual
para controlar a estabilidade é conhecida como equilíbrio.
Um outro fator que afeta estabilidade é o tamanho da base de sustentação. Ela consiste na área
contida entre as bordas externas do corpo, que está em contato com a superfície ou superfícies de apoio. Quando a
linha de ação do peso de um corpo(dirigido ao CG) move-se para fora da base de apoio, cria-se um torque que
tende a provocar movimento angular do corpo através do CG, desta maneira rompendo à estabilidade. Quanto mais
ampla for a base , menor a possibilidade de que isto ocorra(fig.12).
A localização horizontal do CG em relação à base de apoio também pode influenciar a estabilidade.
Quanto mais próximo a localização horizontal do CG estiver da borda da base de suporte, menor será a força
necessária para empurrá-lo para fora desta base, rompendo, desta forma, o equilíbrio. Conseqüentemente, os
atletas em posição de partida para uma prova assumem postura que posicionam o CG perto do bordo anterior da
base de apoio.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

26

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

Figura 12 . Representação gráfica da estabilidade e do equilíbrio ( HAY & REID,1985).

7.14 Trabalho
A palavra trabalho é normalmente usada em uma variedade de contextos, entretanto a definição de
trabalho mecânico difere do uso do mais comum por suas implicações do ponto de vista mecânico, trabalho e
definido como a força aplicada contra uma resistência, multiplicada pela distância na qual a resistência foi
deslocada:
W= fxd
As unidades de trabalho são unidades de força multiplicadas por unidades de distâncias. No sistema
métrico a unidade comum de força(N) multiplicada pela unidade comum de distância (m) se denomina joule (J)
1J = 1Nm
7.15 Potência
Outro termo usado com diferentes contextos é potência. Em mecânicas significa a quantidade de
trabalho mecânico executado em um determinado tempo:
Potência = Trabalho / intervalo de tempo
As unidades de potências são unidades de trabalhos divididas por unidades de tempo. No sistema
métrico, joules dividido por segundos são chamados watts (W)
1W = 1J / s

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

27

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

7.16 Energia
Energia é geralmente definida como a capacidade de executar trabalho. Desta forma energia mecânica
é a capacidade de executar trabalho mecânico. As energias mecânicas são as mesmas do trabalho mecânico
(joules no sistema métrico). Existem duas formas de energia mecânica : energia cinética e energia potencial.
Energia cinética é a energia do movimento, um corpo possui energia cinética somente quando esta em
movimento. A energia cinética de um movimento linear é definida como a metade da massa do corpo , multiplicada
pelo quadrado da sua velocidade.
EC = ½ mv2
Energia potencial

é outro tipo de energia mecânica que vem

a ser a da posição, mais

especificamente, a energia potencial determinada pelo peso do corpo multiplicado pela sua altura em relação a uma
superfície de referência.
EP = pmh
Uma força especial de energia potencial é chamada de energia de deformação ou energia elástica,
que pode ser definida como:
ED = ½ k x
7.17 Conservação de energia mecânica
Considere uma bola atirada verticalmente para o ar, a medida em que a bola vai subindo, ela vai
adquirindo energia potencial. Contudo ela vai perdendo velocidade com o aumento da altura em virtude da
aceleração da gravidade, isto reduz também a sua energia cinética.
Este conceito é conhecido como a lei da conservação da energia mecânica, que é enunciada como:
Quando a gravidade é a única força externa atuante, a energia mecânica de um corpo permanece constante.
Uma vez que a energia mecânica que um corpo possui é a soma das duas energias cinéticas e
potencial, a relação também pode ser expressa como
EM = ( EP + EC+ED)
7.18 Alteração no momento angular
Quando um torque externo atua, ele altera previsivelmente a quantidade de momento angular existente
no sistema. Assim como no momento linear, as alterações do momento angular não dependem somente da
magnitude e da direção dos torques externos, mas também de tempo pelo qual aquele torque atuou:

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

28

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

Impulso linear: = Ft
Impulso angular = Tt
A relação impulso-momento para grandezas angulares pode ser notada como a seguir:
Tt = ∆H
Tt = ( Iω) 2 - ( Iω)1
Nas provas de arremesso em pista e campo, o objetivo é maximizar o impulso angular exercido antes
da liberação com a intenção de melhorar o seu momento e o deslocamento horizontal final, depois da liberação. A
velocidade linear é diretamente relacionada à velocidade angular, com o raio de rotação servindo como fator de
proporcionalidade. Enquanto o momento de inércia(mk2) de um corpo em rotação permanece constante, os
acréscimos no momento angular transformam-se diretamente em acréscimo no momento linear quando o corpo é
lançado.
Este conceito é particularmente evidente no arremesso de martelo, no qual o atleta inicialmente gira o
martelo duas ou três vezes em torno do corpo, com o pé plantada e depois seguem-se três ou quatro voltas com
todo o corpo com o atleta em frente ao martelo antes de lançá-lo. Alguns lançadores de martelo executam a
primeira ou as duas primeiras voltas do corpo colocando o tronco em discreta flexão ( chamada de neutralizar com
os quadris), desta forma conseguindo um alcance maior com as mãos.
Essa tática aumenta o raio de rotação e também o momento de inércia do martelo em relação ao eixo
de rotação ; assim se a velocidade angular do martelo não é reduzida, o momento angular

no sistema

arremesso/martelo fica aumentado. Por este método as voltas finais são completadas com o corpo todo inclinado
em direção ao martelo ou neutralizado com os ombros (fig 13).

Figura 13. Representação gráfica da alteração no momento angular( HALL,1993).

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

29

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

7.19 Força centrípeta e centrifuga
Os corpos são submetidos a movimento rotatório em torno de um eixo fixo estão também sujeitos a
uma força linear. Quando um objeto amarrado a uma linha é girado por uma trajetória circular e depois liberado, ele
é projetado apara fora, com trajetória tangente à trajetória circular, que ele seguia no momento da liberação.
A força centrípeta impede que o corpo em rotação deixe sua trajetória circular , uma vez que a rotação
ocorra em torno de um eixo fixo. A direção de uma força centrípeta ocorre em torno de um centro de rotação e por
esta razão ela também é conhecida como força que procura o centro. A força centrípeta produz o componente
radial da aceleração de um corpo que cursa uma trajetória curva. A fórmula a seguir quantifica a magnitude da força
centrípeta em termos de velocidade tangencial linear do corpo em rotação.
Fc = m v2 / r
A força centrifuga é uma força em relação à centrípeta e igual em magnitude e oposta em direção
(fig.14)

Figura 14. Representação gráfica das forcas centrípeta e centrifuga (HALL,1993)

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

30

8 CINÉTICA ANGULAR
8.1 Momento de inércia
A resistência à aceleração angular também é uma função de massa do corpo. Quanto maior a massa,
maior a resistência à aceleração angular. Entretanto a facilidade ou dificuldade relativa de iniciar ou deter um
movimento angular depende de um fator adicional, a distribuição de massa em relação ao eixo de rotação. Assim
quanto mais próximo a massa do corpo estiver do eixo de rotação, mais fácil será balançar o objeto(fig.15)
I = mr2

Figura 15. Representação gráfica dos momentos de inércia dos segmentos dos membros inferiores
quando o ângulo do joelho muda (HALL,1993)

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

31

AULA 3
INTRODUÇÃO

1. HISTORICO
Desde o surgimento do homem, o ato de saltar, correr e lançar esteve presente no comportamento
humano, por razões da necessidade de sobrevivência da espécie, pois o homem tinha que caçar, pescar e
defender-se dos outros animais.
A palavra Atletismo segundo TEIXEIRA (1995) deriva da raiz atlon (combate), sendo que na Grécia
ocorreu o seu surgimento e seu esplendor, onde não só os homens mas também as crianças e mulheres o
praticavam (BRASIL, s/d; FLOC’HMOAN, s/d; TEIXEIRA, 1995). Segundo definição de FANALI (1981) Atletismo é o
“sistema de exercícios realizados em forma de corridas, saltos e lançamentos, tanto naturais como estilizados, para
o desenvolvimento específico das qualidades físicas e para obter um resultado superior em sua prática”.
Durante os exercícios físicos, os soldados dos povos da antigüidade procuravam desenvolver entre
suas atividades, habilidades de correr, saltar e lançar entre outras. Tais habilidades eram desenvolvidas a fim de
que pudessem estar aptos às batalhas que ocorriam entre muitos povos da época. A importância do Atletismo foi
destacada por FLOC'HMOAN (sd):
“Os homens sempre desejaram medir sua força, sua agilidade, sua rapidez e sua habilidade. São
numerosos os que através dos séculos tem querido demonstrar que são os melhores, seja para
obterem uma medalha ou um posto de honra, seja por dinheiro ou pela fama ou sensivelmente
pelo amor próprio”.

As provas atléticas também eram realizadas com o intuito de recepcionar os outros povos durante
suas visitas à comunidade e também para honrar seus Deuses. Talvez pelo fato de que esses comportamentos
podem ser facilmente verificados no Atletismo, alguns autores (BRASIL, s/d; TEIXEIRA, 1995) consideraram o
Atletismo como uma das primeiras modalidades existentes. O Atletismo é uma das modalidades esportivas que
apresenta as mais belas expressões corporais. Além de apresentar as mais belas expressões, o Atletismo chegou a
ser considerado como uma das mais importantes modalidades esportivas atléticas pelo Barão Pierre de Coubertin,
In: por BRASIL (s/d). O Atletismo em seu início era realizado apenas com algumas corridas curtas chamadas
(DIALUS) que consistia em percorrer um “Stadio”1 e corridas maiores (DOLIKOS) que se realizavam com 7 a 24
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

32

“Stadio”1, salto distância e alguns arremessos (BARROS, 1996; BRASIL, s/d; FLOC’HMOAN, s/d; GRIFFI, 1989;
LANCELLOTTI, 1996). O "estádio" da Antiguidade foi descrito por FLOC’HMOAN (s/d):
“O estádio tinha uma forma de um U aberto pelo lado dos Altis, um U muito alargado (211x23m).
Ao seu redor se escalonavam os graderios. Duas linhas formadas por pedras calcárias no solo,
uma ao Leste e outra a Oeste estavam separadas pelos legendários seiscentos pés de Heracles2 .
Entre estas linhas uma arena espessa. Os atletas se situavam na boca de um túnel que saia do
bosque sagrado, na linha de saída (o “aphesis”) que estava ao Oeste. Um estridente toque de
trompa, chamado salpinx, em forma de cone, e partiam. A ordem de saída também era dado de
viva voz.”

O primeiro vencedor dos Jogos Olímpicos da Antigüidade (776 a.C.) foi Corebo, um comerciante de
Elida, recebendo como recompensa uma coroa de oliva (BARROS, 1996; FLOC’HMOAN, s/d;).
Na Antigüidade o Atletismo era composto por apenas algumas provas, sendo realizadas numa pista de
solo de pedra. Com o decorrer dos anos ocorreram algumas alterações nas dimensões e construções e no piso da
pista (carvão, robertan, tartan) sendo que nos dias de hoje encontramos várias provas que são divididas em provas
de campo, pista e rua.
Analisando a cronologia do Atletismo quanto ao seu desenvolvimento, verifica-se três grandes
períodos. O primeiro período caracteriza-se pelo nascimento ou o surgimento do Atletismo, que se inicia na préhistória indo até a Antigüidade. Num segundo período, encontra-se o declínio (não só do Atletismo como de todas
as práticas esportivas) que persiste do ano de 396 a.C. até meados de 1660 d.C. Já no terceiro período, que iniciase a partir do século XVIII até os dias presentes, verifica-se o surgimento da prática do Atletismo e de outras
práticas esportivas (Quadro - 1).

1
2

Stadio: Unidade de medida, correspondente a 192,27m (GRIFFI,1989)
Heracles= Hércules

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

33

QUADRO 1 - Cronologia do Atletismo modificado de BRASIL (s/d).
Períodos
1º
(Pré-história/Antigüidade

2º
(396 A.D./1600)

3º
Século XVIII

Características
• Simples atividades para sobrevivência.
• Nascimento do Atletismo.
• Jogos Olímpicos da antigüidade (776 a.c.).
• Codificação das provas atléticas.
• Imperador Teodósio I suprimi todas as atividades esportivas pagãs em
Roma.
• Fim dos Jogos Olímpicos da Antigüidade.
• Ascetismo sufocando as provas atléticas e os esportes em todas as suas
formas.
• Juventude trocando ginásios e pistas pelos mosteiros.
• Inglaterra introduz o Atletismo.
• 1828 - Nascedouro do espírito competitivo pela ação do Atletismo nas
escolas, clubes, universidades e associações.
• 1896 - Jogos Olímpicos da era moderna em Atenas (6/04/1896).

No Brasil a prática do Atletismo surgiu por volta de 1850 nos portos das cidades do Rio de Janeiro e de
Santos, quando os marinheiros ingleses, devido ao longos dias de navegação, realizavam corridas atléticas para
compensar as viagens (BRASIL, s/d).
Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo (1998), o Atletismo brasileiro lidera o ranking do
Comitê Olímpico Brasileiro, pois obteve o maior número de medalhas conquistadas em Olimpíadas e Jogos PanAmericanos.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

34

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

AULA 4
ESPECIALIDADE E PROVAS

1. AS ESPECIALIDADES DO ATLETISMO
O atletismo compreende três grupos de especialidades: corridas saltos e lançamentos/arremessos.
Conforme as distâncias a percorrerem, as corridas apresentam as seguintes especialidades que vão
desde 100m até 42.195m(maratona):
Corridas de velocidades ( rasas / curtas) (100m a 400m)
Corridas de meio fundo (800m a 1500m)
Corridas de fundo (grande fundo) 3000m a 50.000m
As outras provas das especialidades de saltos e lançamentos e arremessos podem ser conferidas de
acordo com o quadro 2.
Quadro 2 . Provas do atletismo de acordo com IAAF(2003)
Provas
Corridas
masculino
100m
x
200m
x
400m
x
800m
x
1.000m
x
1.500m
x
1 milha (1,609m)
x
2.000m
x
1 hora
x
3.000m
x
5.000m
x
10.000m
x
20.000m
x
25.000m
x
30.000m
x

Responsável
Prof. João Francisco Moreti

feminino
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
TITULO

FOLHA

35

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

Continuação
Corridas com obstáculo e/ou barreiras
3.000 c/ obstáculos
100m c/ barreiras
110m c/ barreiras
400m c/ barreiras
Marcha (pista)
5.000m
10.000m
20.000m
2 horas
30.000m
50.000m
Saltos
Altura
Distancia
Vara
Arremessos e Lançamentos
Peso
Martelo
Disco
Dardo
Revezamentos
4x100m
4x200m
4x400m
4x800m
4x1. 500m
Combinadas
Decatlo: 100m – salto em distância-arremesso de peso salto em altura-400m raso-110mc/barreiras - arremesso do
disco- salto com vara-lançamento do dardo-1500m
Heptatlo: 100m c/ barreira-arremesso do peso-salto em
altura-salto em distância-200m- lançamento do dardo-800m

x
x
x
x

x
x
x

x
x
x
x
x
x
x

x
x
x

x
x
x
x

x
x
x
x

x

x
x
x
x

x
x

2 PROVAS OLÍMPICAS DE ATLETISMO
Provas de velocidade: 100m, 200m, 400m
Revezamentos: 4 X 100m, 4 X 400m
Provas de meia distância: 800m e 1500m
Provas de longa distância: 3000m com obstáculos, 5.000m e 10.000 e Maratona (42.195m)
Provas de Marcha Atlética: 10.000m (Fem.), 20.000m(masc.) e 50.000m(masc.)
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

36

Provas de velocidade com barreiras: 100m (fem.), 110m (masc.) e 400m
Provas de saltos horizontais: Salto em Distância e Salto Triplo
Provas de saltos verticais: Salto em Altura e Salto com Vara
Provas de lançamento: Lançamento do Dardo e Lançamento do Disco
Provas de arremesso: Arremesso do Martelo(masc.) e Arremesso do Peso
Provas Combinadas:
Decatlo (10 provas): 100m, 110m (c/barreiras), 400m, 1500m, Lançamento do Dardo, Lançamento
do Disco, Arremesso do Peso, Salto em Altura, Salto com Vara e Salto em Distância
Heptatlo (07provas): 100m (c/barreiras), 200m, 800m, Lançamento do Dardo, Arremesso do Peso,
Salto em Altura e Salto em Distância

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

37

AULA 5
CORRIDAS RASAS

1. AS CORRIDAS DE VELOCIDADE
Na corrida compreende, as partidas, a corrida propriamente dita e as passagens de bastão.
A realização desportiva de um corredor de velocidade é determinada principalmente pela força e
rapidez das contrações e descontrações musculares em conseqüência dos movimentos cíclicos e pela exatidão do
ritmo das passagens.
As corridas são movimentos cíclicos em que dois passos consecutivos ou um passo duplo realizam um
ciclo completo.
No passo duplo realizam-se todas as fases dos movimentos de corrida e o ciclo seguinte inicia-se sem
interrupção.Neste ciclo as duas pernas exercem funções de apoio e de balanço.
O movimento cíclico da corrida tem duas fases principais: a fase com apoio e a fase de suspensão. O
instante de verticalidade, isto é, o instante em que o ponto de contato com o solo esta exatamente na vertical do
centro de gravidade(CG) é aqui tomado como instante de separação entre as fases.
É nesse momento que a perna de balanço passa pela outra, em cujo pé se apóia o peso do corpo. No
movimento de corrida a função de cada perna é sempre diferente da outra.
Assim ao terminar a fase de apoio do pé da frente, termina também a fase de balanço da perna traseira
e esta passa imediatamente à fase de balanço à frente. Na parte final do apoio atrás, o joelho da fase de balanço à
frente atinge o ponto mais elevado da sua trajetória, e, logo a seguir à impulsão, inicia-se a fase de balanço atrás.
Nessa altura ainda a perna dianteira não esta em contato com o terreno, continua seu movimento de
balanço, desta forma o corredor permanece sem contato com o solo e está na fase de suspensão a segunda das
fases do ciclo do movimento da corrida (Fig.16)

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

38

Figura 16. Representação gráfica das fases da corrida(SCHMOLINSKY,1982)
Em todas as provas de velocidade, o que principalmente determina o desfecho é o nível a que se
encontram desenvolvidas as qualidades dos corredores: a sua velocidade e a sua resistência.
A velocidade de corrida é a maior velocidade que o corredor pode atingir; a resistência é sua
capacidade de resistir à fadiga. Esta velocidade máxima de corrida, só pode ser mantida não mais de 40 a 50m do
ponto de partida.
1.2 Importância da força de impulsão
O avanço do corredor é conseguido principalmente à custa de ações alternadas de impulsão da fase
de apoio atrás. Ao estender o membro inferior do quadril, joelho e do tornozelo, o corredor exerce contra o terreno
uma força dirigida para trás e para baixo maior do que o peso corporal. Devido esta força de origem muscular
produz uma força de reação do solo em sentido oposto.
Assim se forma a força impulsora - energia cinética que atua sobre o centro de gravidade, a velocidade
com que a perna se flexiona e estende sobre as articulações é função da grandeza dessa força.
Quanto mais rapidamente a ação impulsora é realizada em combinação com o movimento de avanço
da perna de balanço, maior é a força exercida.
Vários fatores determinam o efeito da força impulsora sobre a velocidade da corrida, um deles diz
respeito às condições físicas da pista (pista firme e elástica o efeito será maior do que em terreno macio.) O uso
de sapatilhas terá maior aderência ao solo durante a fase de apoio e isso melhora o efeito da impulsão.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

39

O movimento dos braços também pode auxiliar muito na fase de impulsão. Durante o impulso os
braços devem mover-se na direção da corrida e não transversalmente. Por fim a correta inclinação da cabeça e do
tronco também permite a melhor transmissão da força impulsora ao centro de gravidade..
1.3 Economia do movimento de corrida
A corrida é considerada econômica quando as energias do corredor se aplicam exclusivamente a
vencer as forças de resistências que se lhe opõem.
O Maximo dispêndio de energia dá-se na fase de impulsão, mas outras fases também necessitam de
alguma energia: a fase de balanço à frente e a fase de apoio a frente. Também é preciso gastar energia para vencer
a resistência do ar que cresce com a velocidade da corrida e para realizar coordenação dos diversos segmentos do
corpo.
A linearidade da trajetória é prejudica pelas oscilações do centro de gravidade, que ao estender a
perna impulsora, o centro de gravidade move-se para frente e para cima e por efeito da gravidade durante a fase
sem apoio este movimento direciona-se para a frente e para baixo.
1.4 Técnica da passada à velocidade máxima
A mais importante fase da passada em velocidade é a fase de apoio atrás (fig.1) a fase de impulsão. A
velocidade de avanço do corredor depende principalmente da intensidade e direção da força impulsora.
Esta fase de apoio traseiro é tecnicamente correta quando as articulações do tornozelo, do quadril e do
joelho alcançam a máxima extensão. A linha que une a articulação do tornozelo até o quadril deve nesta fase formar
com o solo um ângulo de 50º a 55º. Já a parte superior do corpo .
A parte superior do corpo esta geralmente, quase ereta, mostrando apenas uma ligeira inclinação para
frente de 85º a 90º. Quando a ponta do pé abandona o solo termina a fase de apoio traseiro e começa a fase sem
apoio, dita também como suspensão.
Nesta fase o membro impulsor flete pelo joelho, o calcanhar toca a nádega e os seus músculos devem
descontrair-se completamente. Dado o impulso e antes de começar o seu balanço para frente a coxa deste membro
flexiona primeiro ligeiramente para trás e para cima e só quando a perna esta já quase na horizontal é que começa
a rodar para diante. A perna continua a flexionar pelo joelho, levando o calcanhar quase ao contato com a nádega,
coincidindo o movimento de máxima aproximação com aquele em que a coxa esta paralela à perna dianteira
apontando o joelho ao solo.
A perna fortemente flexionada forma uma espécie de pêndulo curto suspenso do quadril.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

40

1.5 Ação dos membros superiores
A poderosa e rápida condução do trem inferior deve ter como contrapartida ideal uma ação dos
membros superiores igualmente poderosa e rápida. Os braços devem ser flexionados e mantidos junto ao corpo
movendo-se junto ao corpo, em direção para frente e para trás em linha reta.
Os ombros devem conservar-se tão imóveis quanto possível . O ângulo no cotovelo não é o mesmo no
movimento de avanço, que no movimento de recuo, no avanço é de 80º a 85º. Durante o movimento de recuo ao
passar quadril, o braço abre um pouco e ao chegar ao final do recuo o ângulo deve ser em torno de 95º .
Deve se observar a seguinte regra: quanto mais fechado se mantiver este ângulo, mais rapidamente
poderão os braços mover-se para trás e para diante.
As mãos, portanto ou ficam livremente encurvadas, ou conservam o polegar assentado com leveza
sobre o indicador fletido.
1.6 A partida e a fase de aceleração
Esta fase compreende os movimentos que se iniciam antes do disparo de partida e terminam depois de
o corredor ter realizado a maior parte da aceleração.
Os bons corredores atingem este ponto a uns 30 ou 40 m da partida. Depois desse ponto ainda é
possível haver aceleração e todos aqueles que quiserem obter marcas de alto nível devem tentar conseguí-la. No
entanto, a máxima aceleração é claramente obtida a uns 30 metros da partida; é este ponto que se considera como
limite da fase de aceleração ( fig 17).

Figura 17. Representação gráfica da curva de velocidade nos 100m (GUNDLACH In:
SCHMOLINSKY,1982).

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

41

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

1.7 A partida agachada
A partida agacha é usada em provas de corridas até os 400m. Graças a uma adequada colocação do
centro de gravidade na posição de “pronto”o corredor fica em condições de reagir com atraso mínimo ao disparo de
partida para iniciar a prova. Uma partida rápida e uma capacidade de aceleração decide muitas vezes o resultado
de uma corrida de curta distância
A velocidade de partida depende em grande parte da boa técnica , mas depende principalmente do
nível de desenvolvimento atingido pelo atleta em força, capacidade de concentração e reação ao sinal de partida,
bem como da sua disposição para a performance.
Na moderna técnica de partida são utilizadas duas posições(fig.18):
Engrupada
Média
Estas técnicas diferem em si pelas distâncias entre os blocos de apoio e pela distância destes à linha
de partida. A partida em posição alongada embora ainda reconhecida é usada muito raramente.
A posição média tem atualmente preferência em relação à agrupada, mas ao treinar principiantes
recomenda-se que ambas sejam praticadas.
Posição
Engrupada
Média

Bloco
Dianteiro
Traseiro
Dianteiro
Traseiro

Distância à linha (pés)
2
2,5 – 2,75
1,75 - 2
3 – 3,5

Figura 18. Representação gráfica dos blocos de apoio nas partidas engrupada e média
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

42

O ângulo de inclinação dos blocos devem assegurar uma boa impulsão, isto é , os blocos devem
permitir que as plantas dos pés exerçam sobre eles toda a pressão .
1.8 A posição média de partida
Estudos mostram que a posição média produza uma velocidade inicial ligeiramente maior do que a
posição engrupada. Isso se deve à melhor distribuição do peso do corpo sobre os braços e pernas na posição de
quatro apoio (“pronto”) ao ângulo das pernas e à maior eficácia da extensão dos membros inferiores.
À ordem de “aos seus lugares” o corredor coloca-se na posição de cinco apoios, ou seja, agachada. Vai
para frente dos blocos e Poe as mãos no chão como se fosse fazer uma elevação do tronco sobre os braços.
Coloca um pé (da perna mais forte) no bloco de apoio dianteiro e o outro no bloco traseiro, deve-se
tomar a precaução de tocar o solo só com as pontas dos pés e o bloco com a planta do pé. Em seguida pousa o
joelho da perna traseira no solo, com as mãos separadas pela largura dos ombros, tocam o solo com os polegares
e os indicadores imediatamente atrás da linha de partida.
Esses dois dedos estarão afastados formando um V invertido, os braços estarão estendidos e o joelho
dianteiro estará próximo deles. A postura da cabeça é descontraída, com os olhos enfrentando um ponto do solo
próximo.

Figura 19. Representação gráfica da posição de partida das corridas de velocidades com
apoio(SCHMOLINSKY,1982)
A posição inicial não tem especial influencia direta na partida, apenas serve para permitir ao corredor
tomar uma boa posição de pronto. Nesta posição o corredor eleva seu quadril, levantando do solo o joelho da perna
traseira. O peso do corpo fica assim distribuído de maneira uniforme pelos quatro pontos de apoio.
Para uma alta velocidade de arranque são particularmente importantes os ângulos de ambas as pernas
uns 90º no joelho dianteiro e uns 110º a 130º no joelho traseiro são adequados.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

43

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

1.9 O treino da técnica de corrida
Os seres humanos aprendem desde pequenos a correr e, portanto ao contrário do que se verifica
noutras disciplinas a’te as crianças da primeira classe possuem já grande experiência prática de corridas. Assim os
exercícios de corridas devem, desde o inicio, dar a principal importância à conservação e aperfeiçoamento das
aptidões existentes com base nos conhecimentos técnicos.
1.10 Os erros, suas causas e correções nas corridas de velocidades

ERRO
CAUSA
☺ CORREÇÃO

☺

☺

insuficiente extensão da perna de impulso ( o corredor “senta-se”).
má transmissão da força: a impulsão é demasiada apressada e não é suficiente forte
trabalhar os movimentos do tornozelo no avanço; correr com saltos, correr com elevações .
pés demasiados virados para fora
forma defeituosa
correr sobre uma demarcação traçada no solo, andar , trotar, correr devagar com os pés virados
para dentro

corrida saltada, com ondulação vertical acentuada
a força de impulsão é dirigida demasiada para cima
☺ alongar a impulsão , pisando e marcações regularmente espaçadas, fazer exercícios de partida,
aumentar a freqüência dos passos

☺

☺

excessiva ampliação do balanço da perna condutora e assentamento do pé com toda a planta.
Impulsão excessiva nessa perna
correr de modo a fazer impacto sobre a polpa plantar
tronco inclinado para trás
músculos do tronco e da coxa mal desenvolvidos, provocando a fadiga
elevação da coxa em plano inclinado, grandes elevações de joelhos em condições difíceis ,
exercícios para reforço dos músculos do tronco

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

☺

44

ineficácia dos movimentos dos braços (movimentos transversal, excessivo balanço para trás,
encolher de ombros)
excesso de movimentação dos ombros, pouca flexibilidade dos ombros
praticar os movimentos corretos dos braços com passadas descontraídas ou de pernas afastadas,
ou em marcha trotada

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

45

AULA 6
CORRIDAS DE MEIO FUNDO E FUNDO
1. Particularidades técnicas das corridas de fundo e meio fundo
Nas provas de fundo e meio fundo a partida faz-se invariavelmente de pé. A técnica de este tipo de
largada é menos complicada do que a partida agachada.
À voz de “aos seus lugares” o corredor caminha até junto da linha de partida e toma uma posição de
pés afastados no sentido longitudinal, descontraída. O corpo distribui o seu peso por ambas as pernas ou aplica-o
desde logo na perna dianteira.
À voz de “prontos” a flexão do joelho dianteiro é na maioria dos casos, aumentada e todos os
corredores devem então apoiar todo o peso do corpo na dianteira. O tronco deve inclinar-se para frente.
Técnica da corrida de fundo e meio fundo, o que mais importa considerar é a economia de energia.
Todos os movimentos que desperdicem energias ou embaracem o corredor tem de ser eliminados por meio de
uma técnica racional. A forma como o pé assenta no terreno varia em função do ritmo e do comprimento das
passadas.
Quanto maior dor a distância a percorrer, tanto mais plantar será o assentamento do pé. No meio fundo,
o primeiro contato é realizado com o metatarso, mas logo em seguida toda a planta do pé é comprimida por breve
instante pelo peso do corpo, contra o solo. A ligeira flexão joelho na fase de apoio dianteiro é neutralizada pela
extensão da perna na fase de apoio traseiro.
Durante a corrida o tronco do corredor tem pouca ou nenhuma inclinação para frente( 85º a 95º). Os
braços auxiliam ritmicamente o movimento de avanço com flexão eficaz pelo cotovelo, não importando que se
movam em rigoroso paralelismo com o corpo ou que inflectem ligeiramente para dentro pela frente dele e também
não é errado envolver s ombros neste movimento.
2. Requisitos físicos e métodos para corridas de fundo e meio fundo
As grandes prestações desportivas nas corridas de fundo e meio fundo dependem do nível de
desenvolvimento das várias formas de resistência. Considerando a extensão dos percursos, a boa prestação
competitiva depende de um alto nível das capacidades condicionais (forma física) e das capacidades de
coordenação ( velocidade, força explosiva, flexibilidade,poder de descontração e agilidade).
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

46

A capacidade de descontração tem função muito significativa nas corridas de fundo e meio fundo. No
decurso das acelerações intermediarias ou finais, ou durante os treinos, podem surgir situações em que um baixo
nível destas qualidades impeça o atleta de utilizar todo o seu potencial competitivo apesar de ele se esforçar
desesperadamente para o conseguir.
Há ainda que considerar os fatores fisiológicos e morfológicos que podem influenciar favoravelmente
para prestação desportiva nestas disciplinas: o funcionamento cardiorespiratório e o equilíbrio orgânico (proporções
entre membros e o tronco, estatura, peso).
3. Resistência
A eficiência exprimi-se pela relação pela relação entre velocidade e o tempo. A capacidade durante um
período previamente determinado ou ao longo de uma distância de antemão estabelecida depende, portanto, da
resistência.
Quanto maior for esse tempo ou essa distância maior será a significação da resistência para o
resultado final e maior será o decréscimo permissível para o resultado final(fig.20)

Figura 20 . Representação gráfica do decréscimo individual da velocidade conforme o tempo de corrida
e os diversos níveis de resistências ( SALTZIORSKI,VOLKOV,KULIK In: SCHMOLINSKY,1982).
Há por exemplo estreitas relações entre o desenvolvimento de resistência para uma certa distância de
corrida e para as distâncias imediatamente superior e inferior. Estas relações explicam que a eficiência de um
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

47

corredor na sua distância especifica dependa, como depende, das marcas por ele conseguidas nas distâncias
imediatamente superior e inferior a essa.
As pesquisas já efetuadas demonstram, que a resistência em grandes distâncias tem o maior efeito
sobre todos os outros aspectos da resistência especifica da competição. O nível da resistência em curtas e médias
distâncias é largamente influenciado pelo nível da resistência nas grandes distâncias.
A razão é que o nível da resistência em grandes distâncias é função principalmente, da capacidade de
resistência aeróbia, ou seja, com suficiente oxigênio para absorção dos nutrientes.
Por meio dos treinos para suportar, durante períodos longos, cargas de baixa, média e alta intensidade,
o atleta melhorará a sua capacidade máxima de absorção de oxigênio que é a base da eficácia.em todas as
disciplinas de resistência os atletas desenvolvem a resistência de base por meio de treino especializado com
esforço de duração prolongada.
Velocidade
A qualidade da corrida de médias e longas distâncias sofre também a influencia do nível de velocidade
do atleta. De um modo geral designa-se o nível de velocidade de base indicando a velocidade máxima que ele pode
alcançar numa distância de 30 a 80m.Por um questão de simplificação das coisas, a velocidade de base de um
especialista de médias ou longas distÂncias é também determinada por meio do seu tempo nos 100m. De acordo
com OZOLIN in SCHMOLINSKY (1982), um corredor de fundo ou meio fundo tem conveniência em possuir o que se
chama uma reserva de velocidade.
Quanto maior for a reserva de velocidade do corredor em relação à de um de seu oponente da mesma
resistência, maior será sua probabilidade de êxito na aceleração terminal (final) das provas.
A reserva de velocidade (Rv) caracteriza a diferença entre a média conseguida pelo atleta na distância
padrão (isto é 100m) e a sua melhor marca na distância considerada.
Rv = Td / n - Tpd
Rv = Reserva de velocidade
Td = tempo gasto para percorrer a distância considerada
Tdp = Melhor tempo nos 100m
n = quociente entre a distância considerada(percorrida) e a distancia padrão (100m)

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

48

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

Exemplo 1
O atleta percorre os 800m num tempo de 1’46”00 ( 106 segundos), sabe-se que o melhor tempo deste
atleta nos 100m é de 10”8 , a partir destas informações obtém

o quociente igual a 8 . Desta forma o atleta

apresenta uma reserva de velocidade igual a 2”4 segundos
Rv = 106 / 8 – 10”08
Rv = 2”4
Exemplo 2
O atleta percorre os 800m num tempo de 1’46”00 ( 106 segundos), sabe-se que o melhor tempo deste
atleta nos 100m é de 11”5 , a partir destas informações obtém

o quociente igual a 8 . Desta forma o atleta

apresenta uma reserva de velocidade igual a 1”7segundos
Rv = 106 / 8 – 11”5
Rv = 1”7
As análises de maior Rv tem maior probabilidade de ganhar a aceleração final contra corredores da
mesma resistência mas de menor Rv, visto que é mais fácil melhorar a resistência do que a velocidade, o corredor
de maior Rv tem maior potencial.
Ao preparar iniciantes deve-se dar principal importância ao desenvolvimento de um nível elevado da
velocidade de base. A importância de um alto nível da velocidade de base para os corredores de fundo é posta em
evidência pelo seguinte exemplo de calculo da Rv:
Corredor

td

n

tdp

Rv

A (5000m)

13’20” ( 800s)

50

11”8

4”2

B (5000m)

15’00” (900s)

50

11”8

6”2

C (5000m)

15’00” ( 900s)

50

13”8

4”2

Da comparação dos valores da Rv acima, podemos retirar as seguintes conclusões:
o valor absoluto da Rv não da nenhuma indicação sobre a capacidade realizativa do atleta na sua
distância especifica
Um valor maior elevado da Rv em igualdade de condições quanto a marca obtida na distância
especifica, revela a existência de reservas para melhoria dessa marca por meio da melhoria da resistência.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

49

Um atleta com maior Rv tem maior probabilidade de ganhar numa aceleração final contra opositores
de marcas semelhantes a sua.
Uma Rv Baixa juntamente com uma marca fraca na distância especifica, é sinal de um nível
relativamente bom de resistência mas não mostra possibilidade de grande melhoramento enquanto o corredor não
conseguir melhorar a velocidade de base
O alto nível de velocidade de base nos 100m é importante para os corredores de fundo por esta
simples razão : a vitória ou a derrota decidem-se cada vez nos últimos 400m.
Os atributos físicos dos corredores de fundo e meio fundo são desenvolvidos por meio de treino geral
ou especifico em conformidades com os objetivos de cada unidade de treino. O treino realizado orienta-se para uma
ou outra das diversas componentes da resistência, conforme a distância especifica do atleta, que assim determina o
número de corridas, os intervalos de recuperação, as atividades a praticar durante eles.
Entre os meios especiais de treino contam-se todos os tipos de corrida continuada, corrida de ritmo,
corrida com variação de ritmo, etc...(quadro 2)
Para o aperfeiçoamento da resistência de base sugere-se o seguinte tipo de treino: esforços muito
prolongados, por meio de corrida continuada, ou grande quantidade de corrida em tempos estabelecidos pelo
método do trabalho intervalado.

Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

50

AULA 7
CORRIDAS COM BARREIRAS / OBSTÁCULOS
1. CORRIDA DOS 110m COM BARREIRAS
A disciplina de barreiras mais difícil é a dos 110m masculino, apresentando no percurso as seguintes
fases:
a partida
a aproximação à primeira barreira
a passagem da barreira
a corrida entre barreiras
a corrida terminal até a meta
1.1. A partida e a aproximação à primeira barreira
Até a primeira barreira o corredor tem de percorrer 13,72m. Nesta distância tão curta tem adquirir uma
velocidade razoavelmente elevada. A boa velocidade até à passagem da primeira barreira é muito importante para
um bom resultado atlético nesta disciplina, pois entre as barreiras não há grande possibilidade de a aumentar.
A posição de partida e a posição propriamente dita não diferem muito das partidas das da corrida de
velocidade.em principio o especialista de barreiras tem de colocar no bloco da frente o pé impulsor,d e modo a, ao
cabo de oito passos pode transpor a primeira barreira.
Para alcançar elevada velocidade na aproximação a esta barreira, não só tem de ser um bom corredor
de velocidade como deve ser capaz de manter grande regularidade de passada.
A maioria dos especialistas executa oito passadas para chegar a cerca de 2 metros da barreira. O
comprimento da passada aumenta progressivamente até ao último desses passos, o qual será mais curto do que o
anterior. Os atletas de maior estatura com boa capacidade de velocidade encontram dificuldade em fazer oito
passos nos 13,72m e sentem-se melhor com sete passos.
Os tempos obtidos nas primeira, segunda e terceira barreira decidirão se o corredor deve fazer a
aproximação com sete ou oito passos. Se o número de passos de aproximação se modificar também se deve
modificar correspondentemente a técnica da partida.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

51

Na partida para aproximação de sete passos o pé a colocar no bloco dianteiro é o pé de condução
(ataque).
Durante a aproximação, o corredor endireita o tronco, aos 6 a 10 metros estará na posição normal de
corrida a fim de poder efetuar corretamente a passagem da primeira barreira. Na sua maioria os especialistas de
barreira já estão olhando para a primeira barreira a seguir do segundo passo após a partida.
1.2. A passagem da barreira
As barreiras devem ser passadas com rapidez e segurança. O primeiro requisito prévio é tomar a
distância apropriada para atacar bem a barreira .
Essa distância deve ser sempre suficiente grande (em média é de 1,90m a 2,20m) para que a perna
condutora se estenda à frente e acima em linha reta. Uma distância muito pequena tem quase sempre o resultado
de um salto sobre a barreira e se por outro lado for muito grande, há o risco de toque ou derrubada da barreira deve
seguir-se suavemente às anteriores e isto, exige um bom nível de preparação e uma correta aproximação à
barreira.
1.3. A ação da perna condutora (de ataque ou livre )
O movimento desta perna consiste no seu rápido balanço à frente e acima em direção ao bordo da
barreira, seguido de ativo abaixamento da coxa logo a seguir ao instante da passagem a fim de assegurar boa
chegada ao solo. Este movimento é de inicio, muito semelhante ao da corrida normal, mas para uma boa
transposição da barreira, a subida da coxa e da perna tem de ser mais vigorosa.
A coxa, portanto vai acima da posição horizontal. Inicialmente, enquanto a coxa sobre deste modo, a
perna aponta quase verticalmente ao solo e só em seguida é projetada com força em direção do bordo da barreira.
Este balanço forte no ataque tem como efeito uma breve mas completa extensão da articulação do joelho antes de o
pé passar sobre a barreira.
O movimento de descida inicia-se imediatamente, a perna é ligeiramente flexionada pelo joelho
permitindo um impacto elástico do pé com o solo. O movimento de descida acelera-se por meio da ação da coxa
para baixo assegurando-se um apoio ativo do pé para novo impulso de avanço.
1.4. Variante da ação da perna condutora
Muitos corredores de barreiras não estendem a perna, mantendo-se flexionada pelo joelho. Se esta
flexão dor pequena, não há desvantagem técnica; mas se for acentuada impedirá a inclinação do tronco à frente e a
trajetória do centro de gravidade não será a mais econômica.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

52

Uma vez flexão excessiva é na maioria das vezes resultado de lentidão no balanço da perna ou falta
de flexibilidade no quadril.
1.5. Ação da perna impulsora
Para passar corretamente a barreira a perna traseira tem de ser afastada do corpo. Este movimento
para ser bem executado, exige grande mobilidade do quadril.
A principal função da perna impulsora consiste em executar, sem perda de tempo a primeira passada a
seguir à transposição da barreira.
Depois do vigoroso impulso para a passagem da barreira, a perna impulsora tem uma fase de
descontração, isto é, balança um pouco acima e atrás descontraidamente, e a respectiva coxa só inicia um avanço
ativo quando o pé da outra perna passa pelo bordo da barreira.
O ritmo correto desta fase de descontração é decisivo para uma boa coordenação dos movimentos das
pernas do corredor.O vigoroso lançamento do membro inferior de condução para frente e para cima e o atraso inicial
da perna impulsora na fase de descontração asseguram um afastamento amplo de ambas as pernas.
Esta fase implica forte extensão muscular(músculos da pélvis) e favorece uma rápida tração da perna
traseira. O afastamento lateral da coxa e do pé começa na fase de descontração e termina exatamente à passagem
pelo bordo da barreira.
A coxa é então afastada para o lado quase em ângulo reto e a perna aponta horizontalmente para trás.
O movimento seguinte é de condução da coxa, ligeiramente virada para cima por sobre a barreira. No
momento em que o pé condutor assenta no solo, o movimento da perna traseira não esta ainda concluído , pois a
coxa e a perna estão ainda flexionadas para fora e não se encontram na direção da corrida.
Nesta fase a coxa aproximadamente horizontal. A perna avançará para o passo seguinte à
transposição da barreira no momento em que o joelho apontar na direção da corrrida.
Se iniciarem esta puxada demasiadamente cedo, a perna traseira chegará adiante, à direção da
corrida muito depressa provocando um tempo morto que obrigará a travar a perna e a interromper o avanço do
corpo, pois o pé dianteiro não terá ainda alcançado o solo. Por outro lado, um atraso na puxada da perna traseira
ocasiona, em geral o toque ou mesmo o derrube da barreira com o joelho ou o tornozelo.
1.6. Ação dos braços
Os movimentos típicos dos braços na corrida são também executados durante a passagem da barreira,
mas tem funções suplementares às normais. Por exemplo, tem de contribuir em maior grau para o lado oposto ao
da perna condutora tem, ainda por cima de auxiliar a adequada inclinação do tronco.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
TITULO

FOLHA

MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO

53

Se durante a aproximação à barreira, a perna condutora é lançada para diante, o braço oposto vai à
frente ao mesmo tempo. Sugerimos que a mão seja levada perto do pé, o que ajuda a inclinação do tronco.
Quando a perna traseira vem à frente o braço do mesmo lado recua a contrabalançar. Ou é totalmente
estendido ou flexiona pelo cotovelo. Não interessa se este movimento é executado de um modo ou de outro, desde
que o eixo dos ombros se mantenham frontal e que o braço não recue com demasiado vigor. Depois do contato com
o solo os braços dão assistência ao passo de avanço.
1.7. Variação da ação de braços
Uma variante corrente é a ação dupla. Durante o último passo antes da passagem o mais tardar, o
corredor lança ambos os braços à frente na direção da barreira. Este movimento amplo dos braços leva o centro
de gravidade a uma posição favorável para a transposição da barreira , mas esta variante raramente se encontra
em corredores de elevada categoria, pois durante um breve instante cria uma situação de passo travado que não
favorece a regularidade rítmica da corrida.
1.8. Posição do tronco
Os corredores de barreiras tecnicamente desenvolvidos mantém baixo o centro de gravidade ao
transpor o centro de gravidade ao transpor a barreira. Conseguem-no por adequada mudança de posição dos
membros inferiores e dos superiores em relação ao centro de gravidade. Visto que depois da impulsão, é imutável a
trajetória do centro de gravidade, todos os movimentos realizados na fase de suspensão são servem para equilibrar
o corpo. A inclinação à frente do tronco provoca, automaticamente a elevação da bacia e da perna traseira.
A inclinação do tronco começa logo na aproximação, a fim de assegurar que o 6angulo de impulsão
não seja excessivo. A maioria dos bons atletas reforça esta inclinação do tronco baixando ainda mais o corpo antes
de passar sobre a barreira.
1.9. Comprimento da passada de transposição
Os atletas com boas qualidades de corrida e em boa forma procuram encurtar o tempo de transposição
das barreiras. Já que por motivos técnicos, é impossível encurtar a distância de aproximação , só se pode ganhar
tempo com o assentamento ativo da perna dianteira.
Esta economia de tempo é equivalente a um encurtamento da distância de contato a seguir à barreira
e a um relativo aumento da distância entre esse apoio e a barreira seguinte.
No entanto a elevada freqüência das passadas entre as barreiras é de base das boas realizações
atléticas nesta disciplina. Em geral a passada de transposição é de uns 3,5m dos quais 2,10m(60%) correspondem
a pista antes da barreira e 1,40m(40%) após a barreira.
Responsável
Prof. João Francisco Moreti
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa
Apostila completa

More Related Content

What's hot

MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO
MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTOMONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO
MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTOFernando Farias
 
TREINAMENTO PLIOMETRICO EM BAILARINOS CLÁSSICOS MÉTODO VAGANOVA.
TREINAMENTO PLIOMETRICO EM BAILARINOS CLÁSSICOS MÉTODO VAGANOVA.TREINAMENTO PLIOMETRICO EM BAILARINOS CLÁSSICOS MÉTODO VAGANOVA.
TREINAMENTO PLIOMETRICO EM BAILARINOS CLÁSSICOS MÉTODO VAGANOVA.Júnior Pereira
 
Informação prova de equivalência à frequência 9º ano ef 2013 14
Informação prova de equivalência à frequência 9º ano ef 2013 14Informação prova de equivalência à frequência 9º ano ef 2013 14
Informação prova de equivalência à frequência 9º ano ef 2013 14Externato Secundário do Soito
 
Treinamento esportivo i
Treinamento esportivo iTreinamento esportivo i
Treinamento esportivo iMarcus Prof
 
Aplicabilidade dos modelos de periodização
Aplicabilidade dos modelos de periodizaçãoAplicabilidade dos modelos de periodização
Aplicabilidade dos modelos de periodizaçãoGabriel Guarabyra
 
Ciências do esporte2
Ciências do esporte2Ciências do esporte2
Ciências do esporte2ProfDaniel93
 
Cineantropometria - (ProfºAmarildoCésar)
Cineantropometria - (ProfºAmarildoCésar)Cineantropometria - (ProfºAmarildoCésar)
Cineantropometria - (ProfºAmarildoCésar)Amarildo César
 
Handebol Treinamento Com Cargas
Handebol   Treinamento Com CargasHandebol   Treinamento Com Cargas
Handebol Treinamento Com Cargasjaguahand
 
Musculacao.periodização
Musculacao.periodizaçãoMusculacao.periodização
Musculacao.periodizaçãoEquipePrecision
 
Meios e Métodos de Treinamento ao Longo das Diversas Etapas de Competição p...
Meios e Métodos de Treinamento ao Longo das Diversas Etapas de Competição   p...Meios e Métodos de Treinamento ao Longo das Diversas Etapas de Competição   p...
Meios e Métodos de Treinamento ao Longo das Diversas Etapas de Competição p...Rodrigo Saffi Mello
 
Programação e Periodização do Treino em Futebol
Programação e Periodização do Treino em FutebolProgramação e Periodização do Treino em Futebol
Programação e Periodização do Treino em FutebolFundação Real Madrid
 
Treinamento de força máxima x treinamento de potência: alterações no desempen...
Treinamento de força máxima x treinamento de potência: alterações no desempen...Treinamento de força máxima x treinamento de potência: alterações no desempen...
Treinamento de força máxima x treinamento de potência: alterações no desempen...Fernando Farias
 
Comportamento da força e da área muscular
Comportamento da força e da área muscularComportamento da força e da área muscular
Comportamento da força e da área muscularFernando Farias
 

What's hot (19)

Avaliacao de força
Avaliacao  de forçaAvaliacao  de força
Avaliacao de força
 
MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO
MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTOMONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO
MONITORAMENTO DA CARGA DE TREINAMENTO
 
Projeto de futebol
Projeto de futebolProjeto de futebol
Projeto de futebol
 
TREINAMENTO PLIOMETRICO EM BAILARINOS CLÁSSICOS MÉTODO VAGANOVA.
TREINAMENTO PLIOMETRICO EM BAILARINOS CLÁSSICOS MÉTODO VAGANOVA.TREINAMENTO PLIOMETRICO EM BAILARINOS CLÁSSICOS MÉTODO VAGANOVA.
TREINAMENTO PLIOMETRICO EM BAILARINOS CLÁSSICOS MÉTODO VAGANOVA.
 
Informação prova de equivalência à frequência 9º ano ef 2013 14
Informação prova de equivalência à frequência 9º ano ef 2013 14Informação prova de equivalência à frequência 9º ano ef 2013 14
Informação prova de equivalência à frequência 9º ano ef 2013 14
 
Cineantropometria 01 introdução
Cineantropometria 01 introduçãoCineantropometria 01 introdução
Cineantropometria 01 introdução
 
Treinamento esportivo i
Treinamento esportivo iTreinamento esportivo i
Treinamento esportivo i
 
Aplicabilidade dos modelos de periodização
Aplicabilidade dos modelos de periodizaçãoAplicabilidade dos modelos de periodização
Aplicabilidade dos modelos de periodização
 
Ciências do esporte2
Ciências do esporte2Ciências do esporte2
Ciências do esporte2
 
Cineantropometria - (ProfºAmarildoCésar)
Cineantropometria - (ProfºAmarildoCésar)Cineantropometria - (ProfºAmarildoCésar)
Cineantropometria - (ProfºAmarildoCésar)
 
Handebol Treinamento Com Cargas
Handebol   Treinamento Com CargasHandebol   Treinamento Com Cargas
Handebol Treinamento Com Cargas
 
Aula 7 Testes De Esforco
Aula 7   Testes De EsforcoAula 7   Testes De Esforco
Aula 7 Testes De Esforco
 
Musculacao.periodização
Musculacao.periodizaçãoMusculacao.periodização
Musculacao.periodização
 
Meios e Métodos de Treinamento ao Longo das Diversas Etapas de Competição p...
Meios e Métodos de Treinamento ao Longo das Diversas Etapas de Competição   p...Meios e Métodos de Treinamento ao Longo das Diversas Etapas de Competição   p...
Meios e Métodos de Treinamento ao Longo das Diversas Etapas de Competição p...
 
Programação e Periodização do Treino em Futebol
Programação e Periodização do Treino em FutebolProgramação e Periodização do Treino em Futebol
Programação e Periodização do Treino em Futebol
 
Treinamento de força máxima x treinamento de potência: alterações no desempen...
Treinamento de força máxima x treinamento de potência: alterações no desempen...Treinamento de força máxima x treinamento de potência: alterações no desempen...
Treinamento de força máxima x treinamento de potência: alterações no desempen...
 
Variáveis do treinamento
Variáveis do treinamentoVariáveis do treinamento
Variáveis do treinamento
 
Comportamento da força e da área muscular
Comportamento da força e da área muscularComportamento da força e da área muscular
Comportamento da força e da área muscular
 
Metodos de treinamento neuromuscular
Metodos de treinamento neuromuscularMetodos de treinamento neuromuscular
Metodos de treinamento neuromuscular
 

Viewers also liked (20)

Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Atletismo 6º e 7º
Atletismo 6º e 7ºAtletismo 6º e 7º
Atletismo 6º e 7º
 
Atletismo dossic3aa-do-prodessor
Atletismo dossic3aa-do-prodessorAtletismo dossic3aa-do-prodessor
Atletismo dossic3aa-do-prodessor
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Soma de forças
Soma de forçasSoma de forças
Soma de forças
 
atletismo
atletismoatletismo
atletismo
 
Iniciação do atletismo
Iniciação do atletismoIniciação do atletismo
Iniciação do atletismo
 
Guia Prático de Mini Atletismo
Guia Prático de Mini AtletismoGuia Prático de Mini Atletismo
Guia Prático de Mini Atletismo
 
Treino desportivo
Treino desportivoTreino desportivo
Treino desportivo
 
Atletismo
AtletismoAtletismo
Atletismo
 
Ava ed fisica_6ano
Ava ed fisica_6anoAva ed fisica_6ano
Ava ed fisica_6ano
 
Ava ed fisica_7ano
Ava ed fisica_7anoAva ed fisica_7ano
Ava ed fisica_7ano
 
Plano de aula educacao fisica
Plano de aula    educacao fisicaPlano de aula    educacao fisica
Plano de aula educacao fisica
 
Atividade de diagnóstico ed. física 2012
Atividade de diagnóstico ed. física 2012Atividade de diagnóstico ed. física 2012
Atividade de diagnóstico ed. física 2012
 
Educação Física 6º ao 9º ano
Educação Física 6º ao 9º anoEducação Física 6º ao 9º ano
Educação Física 6º ao 9º ano
 
Peso
PesoPeso
Peso
 
Basquetebol
BasquetebolBasquetebol
Basquetebol
 

Similar to Apostila completa

Introduçao à Apredizagem Motora
Introduçao à Apredizagem MotoraIntroduçao à Apredizagem Motora
Introduçao à Apredizagem MotoraHerbert Santana
 
Avaliação na Educação Física Escolar
Avaliação na Educação Física EscolarAvaliação na Educação Física Escolar
Avaliação na Educação Física EscolarAlliance Fitness
 
Simulado concurso educcao fisica
Simulado concurso educcao fisicaSimulado concurso educcao fisica
Simulado concurso educcao fisicavinicius_lyma
 
Intervenção no treino através do diagnóstico dos desportistas tiago patita
Intervenção no treino através do diagnóstico dos desportistas   tiago patitaIntervenção no treino através do diagnóstico dos desportistas   tiago patita
Intervenção no treino através do diagnóstico dos desportistas tiago patitaTiago Patita
 
metodos de treino da forca reactiva (especific
metodos de treino da forca reactiva (especificmetodos de treino da forca reactiva (especific
metodos de treino da forca reactiva (especificSilas Paixao
 
17311034 0 - plano de aprendizagem
17311034 0 - plano de aprendizagem17311034 0 - plano de aprendizagem
17311034 0 - plano de aprendizagemLuciana Mendonça
 
Fundamentos metodológicos da ginastica
Fundamentos metodológicos da ginastica Fundamentos metodológicos da ginastica
Fundamentos metodológicos da ginastica marcelosilveirazero1
 
Apostila fundamentos da ginástica
Apostila fundamentos da ginásticaApostila fundamentos da ginástica
Apostila fundamentos da ginásticaNayara de Queiroz
 
1. Sabemos que os exercícios que compõem uma aula de Ginástica localizada pod...
1. Sabemos que os exercícios que compõem uma aula de Ginástica localizada pod...1. Sabemos que os exercícios que compõem uma aula de Ginástica localizada pod...
1. Sabemos que os exercícios que compõem uma aula de Ginástica localizada pod...AzulAssessoriaAcadmi7
 
3. Nesse momento você deverá planejar e organizar, de maneira geral, uma aula...
3. Nesse momento você deverá planejar e organizar, de maneira geral, uma aula...3. Nesse momento você deverá planejar e organizar, de maneira geral, uma aula...
3. Nesse momento você deverá planejar e organizar, de maneira geral, uma aula...AzulAssessoriaAcadmi7
 
2. Independentemente de qual seja, a prática de exercícios físicos exige algu...
2. Independentemente de qual seja, a prática de exercícios físicos exige algu...2. Independentemente de qual seja, a prática de exercícios físicos exige algu...
2. Independentemente de qual seja, a prática de exercícios físicos exige algu...AzulAssessoriaAcadmi7
 
1. As aulas de ginástica de academia são estruturadas considerando pontos cen...
1. As aulas de ginástica de academia são estruturadas considerando pontos cen...1. As aulas de ginástica de academia são estruturadas considerando pontos cen...
1. As aulas de ginástica de academia são estruturadas considerando pontos cen...AzulAssessoriaAcadmi7
 
TAREFA 2 A Ginástica localizada pode ser considerada uma das modalidades de g...
TAREFA 2 A Ginástica localizada pode ser considerada uma das modalidades de g...TAREFA 2 A Ginástica localizada pode ser considerada uma das modalidades de g...
TAREFA 2 A Ginástica localizada pode ser considerada uma das modalidades de g...AzulAssessoriaAcadmi7
 
2. Uma aula é dividida, basicamente, em quatro partes: Introdução, Aqueciment...
2. Uma aula é dividida, basicamente, em quatro partes: Introdução, Aqueciment...2. Uma aula é dividida, basicamente, em quatro partes: Introdução, Aqueciment...
2. Uma aula é dividida, basicamente, em quatro partes: Introdução, Aqueciment...AzulAssessoriaAcadmi7
 

Similar to Apostila completa (20)

Introduçao à Apredizagem Motora
Introduçao à Apredizagem MotoraIntroduçao à Apredizagem Motora
Introduçao à Apredizagem Motora
 
Metodologia do ensino
Metodologia do ensinoMetodologia do ensino
Metodologia do ensino
 
RESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
 
01 tecnicas de treinamento
01 tecnicas de treinamento01 tecnicas de treinamento
01 tecnicas de treinamento
 
Modulo 05 manifestacoes esportes
Modulo 05   manifestacoes esportesModulo 05   manifestacoes esportes
Modulo 05 manifestacoes esportes
 
Avaliação na Educação Física Escolar
Avaliação na Educação Física EscolarAvaliação na Educação Física Escolar
Avaliação na Educação Física Escolar
 
Preparação técnica no vôlei
Preparação técnica no vôleiPreparação técnica no vôlei
Preparação técnica no vôlei
 
Simulado concurso educcao fisica
Simulado concurso educcao fisicaSimulado concurso educcao fisica
Simulado concurso educcao fisica
 
Intervenção no treino através do diagnóstico dos desportistas tiago patita
Intervenção no treino através do diagnóstico dos desportistas   tiago patitaIntervenção no treino através do diagnóstico dos desportistas   tiago patita
Intervenção no treino através do diagnóstico dos desportistas tiago patita
 
metodos de treino da forca reactiva (especific
metodos de treino da forca reactiva (especificmetodos de treino da forca reactiva (especific
metodos de treino da forca reactiva (especific
 
17311034 0 - plano de aprendizagem
17311034 0 - plano de aprendizagem17311034 0 - plano de aprendizagem
17311034 0 - plano de aprendizagem
 
Fundamentos metodológicos da ginastica
Fundamentos metodológicos da ginastica Fundamentos metodológicos da ginastica
Fundamentos metodológicos da ginastica
 
Apostila fundamentos da ginástica
Apostila fundamentos da ginásticaApostila fundamentos da ginástica
Apostila fundamentos da ginástica
 
EDF 2 E 3.pdf
EDF 2 E 3.pdfEDF 2 E 3.pdf
EDF 2 E 3.pdf
 
1. Sabemos que os exercícios que compõem uma aula de Ginástica localizada pod...
1. Sabemos que os exercícios que compõem uma aula de Ginástica localizada pod...1. Sabemos que os exercícios que compõem uma aula de Ginástica localizada pod...
1. Sabemos que os exercícios que compõem uma aula de Ginástica localizada pod...
 
3. Nesse momento você deverá planejar e organizar, de maneira geral, uma aula...
3. Nesse momento você deverá planejar e organizar, de maneira geral, uma aula...3. Nesse momento você deverá planejar e organizar, de maneira geral, uma aula...
3. Nesse momento você deverá planejar e organizar, de maneira geral, uma aula...
 
2. Independentemente de qual seja, a prática de exercícios físicos exige algu...
2. Independentemente de qual seja, a prática de exercícios físicos exige algu...2. Independentemente de qual seja, a prática de exercícios físicos exige algu...
2. Independentemente de qual seja, a prática de exercícios físicos exige algu...
 
1. As aulas de ginástica de academia são estruturadas considerando pontos cen...
1. As aulas de ginástica de academia são estruturadas considerando pontos cen...1. As aulas de ginástica de academia são estruturadas considerando pontos cen...
1. As aulas de ginástica de academia são estruturadas considerando pontos cen...
 
TAREFA 2 A Ginástica localizada pode ser considerada uma das modalidades de g...
TAREFA 2 A Ginástica localizada pode ser considerada uma das modalidades de g...TAREFA 2 A Ginástica localizada pode ser considerada uma das modalidades de g...
TAREFA 2 A Ginástica localizada pode ser considerada uma das modalidades de g...
 
2. Uma aula é dividida, basicamente, em quatro partes: Introdução, Aqueciment...
2. Uma aula é dividida, basicamente, em quatro partes: Introdução, Aqueciment...2. Uma aula é dividida, basicamente, em quatro partes: Introdução, Aqueciment...
2. Uma aula é dividida, basicamente, em quatro partes: Introdução, Aqueciment...
 

Recently uploaded

SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123JaineCarolaineLima
 
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBB
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBBTreinamento de Avaliação de Desempenho HBB
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBBDiegoFelicioTexeira
 
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...Unidad de Espiritualidad Eudista
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXHisrelBlog
 
Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024gilmaraoliveira0612
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxtaloAugusto8
 
Caça palavras - BULLYING
Caça palavras  -  BULLYING  Caça palavras  -  BULLYING
Caça palavras - BULLYING Mary Alvarenga
 
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfItaloAtsoc
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosAgrela Elvixeo
 
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaFORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaBenigno Andrade Vieira
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .WAGNERJESUSDACUNHA
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Colaborar Educacional
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiMary Alvarenga
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderLucliaResende1
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresEu Prefiro o Paraíso.
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxLuzia Gabriele
 
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegraTermo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegrafernando846621
 

Recently uploaded (20)

SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
 
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBB
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBBTreinamento de Avaliação de Desempenho HBB
Treinamento de Avaliação de Desempenho HBB
 
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
 
Boletim informativo Contacto - março 2024
Boletim informativo Contacto - março 2024Boletim informativo Contacto - março 2024
Boletim informativo Contacto - março 2024
 
Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
 
Caça palavras - BULLYING
Caça palavras  -  BULLYING  Caça palavras  -  BULLYING
Caça palavras - BULLYING
 
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
 
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdfAbordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
 
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaFORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
 
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegraTermo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
 

Apostila completa

  • 1. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 1 AULA 1 TREINO DESPORTIVO 1. OS MÉTODOS DO TREINO DESPORTIVO “- Poderia me dizer por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui? Disse Alice ao gato. - Depende de onde queira ir disse o gato. - Não me importa muito para onde, disse Alice - Então não importa que caminho tomar, respondeu o gato - Portanto que chegue a algum lugar, Alice acrescentou - Oh, isso você certamente vai conseguir, desde que ande bastante,disse o gato...”CARROLL,1832-1898). Há um velho ditado alemão que diz que “muitos caminhos conduzem a Roma”, isto quer dizer que, se pode atingir um objetivo de várias formas. Os profissionais do desporto seguem muitos caminhos para alcançar o(s) seu(s) objetivo(s) Por métodos de ensino ou de instrução entendemos as vias que o professor tem de escolher a fim de orientar o processo de aprendizagem dos seus alunos, isto é, o processo de absorção do conhecimento de percepções, convicções aptidões, capacidade e hábitos no propósitos de conduzi-los a bons resultados. Assim entendemos que o treino desportivo como processo pedagógico tem características diferentes da Educação Física geral e obrigatória . Desta forma os métodos de treinos são meios dos quais o atleta recebe preparação para executar habilmente determinados exercícios a desenvolver e aperfeiçoar constantemente a sua forma física( força,velocidade, resistência). Os métodos de preparação combinam dois grandes grupos: Métodos de aperfeiçoamento político - moral do indivíduo a) Método de instrução: consiste em proporcionar orientação e esclarecimento e tem por objetivo o estabelecimento de convicções firmes. Inclui os seguintes meios educativos: orientação moral dada pelo professor com explicações baseadas em exemplos de conduta correta , exposições e relatórios feitos pelos próprios alunos, sobre problemas éticos. b) Método do exemplo vivo: este respeita, principalmente ao exemplo proporcionado pela conduta do próprio professor. Só é eficaz quando o comportamento deste corresponde às suas palavras, Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 2. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 2 quando ele incute respeito aos seus alunos. O valor para os alunos, do exemplo vivo depende do caráter do professor ou treinador. c) Método da verificação: a verificação do comportamento dos alunos contribui, essencialmente para o desenvolvimento de hábitos de atuação planejada e responsável. A verificação deve ser parte integrante do processo de preparação dos atletas. d) Método de apoio: consiste no exercício da critica e na administração de encorajamento. È mais eficaz quando todo o coletivo participa. e) Método da apreciação: consiste na formulação de juízos positivos ou negativos. O principal é que seja usada a medida justa e que o elogio ou a reprima nunca sejam dados em termos absolutos; é fundamental que sejam julgados com uma mesma medida por todas as pessoas f) Métodos dos objetivos: neste método consiste em definir um método essencial para a inclusão qualidades morais e de regras de conduta. No decorrer do processo de preparação a definição de objetivos deverá servir para executar todo o plano de treino previamente estabelecido. No entanto isto exige que o treinador esteja familiarizado com o potencial educativo dos meios e métodos de treino e com programas específicos. Métodos educativos No processo de educação e formação dos atletas o método principal é o exercício. As capacidades atléticas só podem ser aperfeiçoadas e os fatores da forma e das aptidões coordenativas só podem desenvolver-se por meio da repetição de exercícios físicos específicos. Os métodos são, portanto subdivididos em partes que se completam umas às outras. 2 . MÉTODOS DE CRIAÇÃO DE APTIDÕES MOTORAS Há em primeiro lugar toda uma série de métodos para a exposição do assunto. Dizem respeito às tarefas práticas do ensino e às relações entre treinador e atleta ou professor e aluno. 3. TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO a) Método de apresentação: O objetivo é o de obter uma boa compreensão dos movimentos a executar. Os principais métodos de apresentação consistem nas demonstrações e explicações há vários métodos de demonstração: Demonstração ideal: feita pelo professor, dá ao aluno uma visão global do exercício. Este método perde eficácia quando os movimentos são efetuados a grande velocidade, como é o caso dos saltos. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 3. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 3 Demonstração lenta: parte dos exercícios completam a demonstração da totalidade e põe em relevo as suas fases mais importantes. Este tipo de demonstração é utilizado nas disciplinas de lançamento em que o atleta larga o dardo pode ser demonstrado em movimento lento enquanto a sua minuciosa explicação vai sendo dada. Marcações: são extremamente convenientes, mas infelizmente não são muito usadas. Por meio de filmes: desta forma o treinador ou professor pode dar explicações mais clara. O filme apresenta bastantes vantagens sobre a imagem fixa, pois mostra muito melhor toda a seqüência dos movimentos. As explicações: podem ser simplesmente descritivas ou destinar-se a entrar na analise de pormenores, etc... b) métodos de direção: estes métodos compreendem definição das tarefas. c) método da avaliação: A averiguação é feitas por meio de verificações e atribuições de pontuações. 4. TRATAMENTO DO ASSUNTO Os métodos de tratamento do assunto ou de organizar a matéria a expor são exatamente o que este nome indica. São estruturas do exercício a ensinar e o seu grau de complexidade que determina o modo como ele deve ser abordado. O treinador, depois de refletir sobre isto, decidira qual serie ou seqüência de exercícios a utilizar. A série de exercícios pode ser mais ou menos longa, mas é preciso procurar que eles sejam no menor número possível. Deve-se respeitar estritamente a ordem exata pela qual os exercícios têm de ser praticados. Há vários métodos práticos para organizar o assunto do treino. No método de aprendizagem global o exercício é dado como um todo e a execução é simplificada ou facilitada. este método tem a vantagem de reduzir desde o início adequada sensação de ritmo e de aplicação de forças. Usualmente serve apenas para exercitar a forma geral do movimento e é aplicado, principalmente ao treino de jovens. No método de aprendizagem parcial (ou analítica) a nova aptidão motora é adquirida com diversas exercícios que correspondem às diversas fases, ou partes, do movimento total. È preciso dominar bem cada exercício antes de passar ao próximo. Este método é utilizado em movimentos muito complicados (salto com vara, lançamento de disco) ou em movimentos que não podem ser simplificados. Ainda temos que considerar o método analitico-sintetico, no qual o instrutor separa o exercício nos seus diversos elementos constitutivos para que sejam objetos de praticas especializadas. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 4. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 4 Os elementos são previamente isolados são finalmente reunidos nessa totalidade. Por exemplo o lançamento do peso é por aprendido por este método. Começa-se por aprender o lançamento sem balanço, a seguir passa-se ao deslizamento e por fim ao movimento global. 5. O TREINO TÉCNICO Para ensinar a técnica, é preciso conhecer a seqüência dos movimentos e as suas leis. Os especialistas de atletismo foram progressivamente conduzidos à opinião de que todos os principiantes devem aprender a mais moderna técnica. Portanto todos os treinadores e professores de desporto devem estar perfeitamente familiarizados com as particularidades da moderna técnica e com as leis que se baseia a aprendizagem dos novos movimentos. A teoria de PAVILOV baseia-se no conceito de reflexo. De acordo com esta teoria, cada movimento do corpo humano é constituído do ponto de vista neurofisiológico, por uma cadeia de reflexos sucessivos na qual são do maior interesse os reflexos condicionados, que são respostas do organismo a estímulos externos e internos. Os reflexos são adquiridos, estão sujeitos a mudanças são limitados no tempo. 6. PROCESSO DE APRENDIZAGEM O processo de aprendizagem é influenciado por diversos fatores (a complexidade do movimento a aprender, a capacidade de aprendizagem do atleta, a competência do atleta, a competência do professor). Não é qualquer atleta forte e ágil que aprende um novo movimento em pouco tempo, sabe-se que os atletas versáteis adquirem mais depressa as novas aptidões graças a uma faculdade do córtex cerebral denominado plasticidade. A plasticidade é a aptidão de criar novos complexos de reflexos condicionados e de modificar os que já existem. Quanto mais complexos existem, maior é a plasticidade. Quanto mais e mais variados são os estereótipos dinâmicos que o atleta adquiriu no decurso da sua multiforme preparação atlética, maior é sua capacidade de aprender movimentos e de modificar os padrões que já domina. A apropriação de novas aptidões dá-se em três fases nem sempre perfeitamente distintas. Estas fases são: Coordenação aproximativa dos movimentos (absorção dos elementos basilares de um movimento na sua forma grosseiramente geral) Antes da aprendizagem de um movimento novo é costume fazer-se sua demonstração por partes. O aluno ou atleta segue atentamente todas as fases da demonstração para conseguir compreender claramente a totalidade do movimento. A principio, apenas vê o que lhe é mostrado, mas ainda não sabe executa-lo. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 5. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 5 Coordenação fina dos movimentos (correção, afinação, diferenciação) Esta fase corresponde aos processos de diferenciação da excitação e inibição. A forma aproximativa transforma-se por meio de muitas e muitas repetições, na forma afinada, que corresponde ao movimento eficaz e é econômica, pois poupa as energias do atleta, pelo que lhe assegura mais fácil. Assim caracteriza pela prática consciente, o professor guia a atenção do aluno ou atleta para as partes construtivas do movimento total. Estabilização do movimento (consolidação e adaptação a condições favoráveis) Nesta fase corresponde à concentração das excitações e inibições em certas áreas do córtex cerebral. Os movimentos são agora executados com alto grau de eficácia, estabilizam-se e consolidam-se. A consolidação é o resultado da automatização, sendo estes mais rápidos, econômicos e executados com confiança. 7. ELEMENTOS BÁSICOS DO TREINO / AULA DO ATLETISMO O treino / aula deve ser entendido como um processo especializado de condicionamento físico global, cujo objetivo é a preparação dos atletas e/ou alunos para a prática desportiva. Este treino inclui discussões de grupos sobre assuntos educacionais, técnicos, táticos e metodológicos fora do treino/aula normal. 7.1. TAREFAS As tarefas essenciais do treino/aula são: Formação e desenvolvimento da personalidade do atleta/aluno. Desenvolvimento global das condições físicas dos atletas, conservação da saúde e fortalecimento do seu caráter. Desenvolvimento de atributos físico especiais para disciplinas desportivas especifica Aprendizagem e aperfeiçoamento de aptidões táticas essenciais a participação e competição aprendizagem da técnica e tática e dos métodos de treinamento. Educação doa atletas/alunos no plano moral, de modo a que os seus sentimentos, convicções e hábitos correspondam aos requisitos da sociedade. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 6. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 6 7.2. MEIOS DE TREINOS Os métodos mais importantes para consecução dos objetivos e realização das tarefas do treino são os exercícios físicos. Para preparação técnica e física, são utilizados exercícios da própria modalidade ou de modalidades semelhantes. Também são incluídos no treino geral exercícios especiais destinados a facilitar o desenvolvimento de aptidões técnicas especiais, da velocidade, da agilidade, da força e da resistência. 7.3. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO NO TREINO O treino desportivo é na sua essência um processo educativo por meio do qual os atletas são educados e formados. A formação pelo treino/aula significa acima de tudo , o desenvolvimento das faculdades físicas e mentais dos atletas/alunos, bem como a aquisição e aperfeiçoamento das suas aptidões técnicas e dos seus conhecimentos táticos. O comportamento geral dos atletas/alunos e sua educação podem também ser incluídos na área do aperfeiçoamento individual. Em resumo pode-se dizer que a educação respeita à disposição do atleta /aluno para disposição a realidade desportiva, enquanto que a formação respeita à sua aptidão e capacidade para o conseguir. Os principais aspectos do treino/aula podem ser caracterizados do seguinte modo: A educação influência a conduta moral, o caráter e a força de vontade, favorece a sua disposição para a realização desportiva. A formação serve para aquisição e desenvolvimento de uma aptidão técnica particular, do conhecimento da tática e ainda de conhecimento especiais; influenciar o desenvolvimento dos atributos físicos de base do atleta e para desenvolver a sua capacidade de realização desportiva eficiente. No processo de treino dos atletas ou das aulas dos alunos, como em qualquer outro processo educativo, há uma intima relação entre a educação e a formação. A sua permanente e consciente associação assegura a realização de importantes objetivos. Como processo educativo e de formação, o treino/aula desportivo deve auxiliar os praticantes a transformar-se em pessoas de mentalidade amplamente desenvolvidas que pensam e atuem de acordo com suas potencialidades e qualidades. De todas as formas de educação e formação o treino/aula é uma das mais eficazes. Por meio dele os atletas/alunos passam por esforços e situações físicas e mentais que devem contribuir para a resolução de diversos problemas educativos. Desta forma o treino/aula desportivo pode desenvolver uma quantidade de aptidões e capacidades e fornecer ao atleta novos conhecimentos importantes para a vida profissional e social. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 7. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 7 Como processo educativo, o treino/aula atlético tem de ser bem planejado e tem de fundar-se em bases cientificas. Estas bases provêm da teoria e do ensino da Educação Física. A prática educacional fornece uma vasta gama de importantes princípios, diretivos e métodos, que permitam ao treinador/professor fazer-se entender de formação mais sistemática e eficaz e evitar fracassos e absurdos. Uma das características da preparação do atleta/aluno como processo educativo é o papel condutor do treinador/professor, que com suas diretivas colabora intimamente no processo de aprendizagem. O treinador/professor dirige e orienta a disposição moral, a determinação, a preparação física, técnica e tática dos atletas/alunos. Este profissional planeja e organiza os treinos/aulas, por meio da sua atuação determina até que ponto a preparação desportiva dos atletas/alunos a seu cargo esta adequada ou não. O trabalho desportivo sob orientação de um profissional qualificado é sempre muito mais eficaz e de muito maior valor educativo do que a atividade espontânea. O profissional possui vastos conhecimentos científicos e metodológicos, que habilitam a organização e condução sistemática dos treinos/aulas, assim preparando atletas/alunos com êxito. Mas o papel condutor deste profissional não deve limitar-se a alguns aspectos ou partes da preparação do atleta/aluno, ou seja, deve-se atentar a todo o processo de treino/aula. 8. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO TREINO /AULA DO ATLETISMO A estruturação de uma sessão de treino funda-se em princípios definidos, que devem ser entendidos na sua unidade lógica, a qual assegura a unidade da educação e da formação ministradas tanto na sala de aula como na atividade prática. Os erros só poderão ser evitados quando todos estes princípios forem dados as devidas importâncias. Estes princípios gerais são os seguintes: Princípio da versatilidade. O principio da versatilidade é , pois objeto de muita atenção no sistema escolar de educação e instrução. A variedade da educação e instrução tem relação estreita com o trabalho multifacetado de educação e formação física. A variedade do ensino ministrado no nível médio habilita as pessoas a desempenharem tarefas cada vez mais diversificadas e complexas no mundo das atividades produzidas no nosso dia a dia. A versatilidade é essencial para um justo equilíbrio entre o aperfeiçoamento físico e o aperfeiçoamento mental. Na preparação desportiva a versatilidade pode ser: Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 8. TITULO FOLHA 8 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO Versatilidade em modalidades diversas Versatilidade numa só modalidade (atletismo) Se um desportista/aluno é bom em diversas modalidades, podemos falar em versatilidade geral. Quando a versatilidade é num só desporto pode ser designada por versatilidade especifica. Princípio da promoção da saúde Todos os jovens aptos para atividade desportiva participam em classes desportivas gerais e obrigatórias. Estas classes de acordo com o principio da promoção , tem de ser de tal modo organizadas que por um lado , uma intensidade mínima de atividade produza no organismo da criança, do adolescente, ou do adulo, a capacidade de adaptar-se à condições diferentes e por outro lado, haja possibilidade de evitar sobrecargas por meio da modificação da quantidade de exercícios nos diferentes casos particulares. O esforço total a despender durante as aulas desportivas está, necessariamente, em relação direta com o sexo e a idade e tem de originar um máximo de possibilidades de desenvolvimento. Princípio da utilidade A educação e a formação nas classes desportivas gerais obrigatórias, bem como nos treinos/aulas tem de realizar-se em conformidades com métodos cientificamente fundamentados que garantam a consecução dos objetivos educacionais dessas classes ou treinos. O principio da utilidade significa ainda que as lições de desporto e os treinos devem redundar em benefícios. Isto só é possível se houver unidade entre a teoria e a prática. Princípio da clara consciência O principio da clara consciência desempenha tanto no decurso das aulas de desporto como no dos treinos, um papel fundamental para a educação dos atletas num espírito de disciplina consciente de colaboração ativa, de autoconfiança, e de atuação independente. O treinador ou professor só pode contar com um comportamento disciplinado por parte de seus atletas/alunos que lhes são confiados se lhes explicar a motivação desses treinos e dessas aulas. Os atletas/alunos devem ser conduzidos por meios adequados à sua idade e às suas características pessoais, a contribuir ativamente para o bom desenvolvimento das atividades. Isso pode ser conseguido se uns e outros realizarem repetições dos exercícios, se observarem e corrigirem uns aos outros, se levarem a cabo as tarefas dos treinos/aulas com exata compreensão dos objetivos em vista. Conforme a correspondências tornam-se positivas, podemos concluir que o treino/aula esta adequada, mas se logo um atleta/aluno começa a dar sinais de desinteresse, pode estar certo de que esta ocorrendo excesso de exercício. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 9. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 9 Deve-se deixar claro ao atleta/aluno que sua atividade não se destina exclusivamente ao prazer pessoal ou aperfeiçoamento pessoal, mas sim que seus resultados contribuíram para sua vida pessoal. O princípio da clara consciência será assim eficaz no desenvolvimento e aperfeiçoamento das aptidões do atleta/aluno, contribuindo par o seu conhecimento das relações e trocas rítmicas entre esforço e descanso nas diferentes fases dos desenvolvimentos de suas atividades desportivas. Este principio exige que o atleta/aluno equilibre os seus interesse desportivos com a vida pessoal (social, familiar e profissional).O principio da clara consciência, em ligação com o principio da utilidade, fará do atleta não só um bom desportista, mas também um trabalhador-modelo ou um estudante exemplar. Principio da repetição O principio da repetição é particularmente importante para o desenvolvimento de um padrão dinâmicomotores. Os movimentos automatizam-se por meio de um número gradualmente crescente de repetição e ao mesmo tempo a força, a resistência, a velocidade melhoram também. Cabe ressaltar que o número de repetições não pode ser arbitrário, pois que determinadas cargas aplicadas num certo intervalo de tempo provocam fadiga geral e efeitos secundários. Desta forma o principio da repetição aplica-se assim à carga total a aplicar durante cada sessão de treino e a freqüência destas sessões. Para um planejamento correto das cargas em função da idade e dos agrupamentos a treinar, o treinador/professor tem de saber qual o grau de esforço exigido para cada tipo de exercício. Principio de sistematização Este principio aplica-se no treino, aos aspectos da educação, da base técnica e do aperfeiçoamento das capacidades condicionais e coordenativas: força,velocidade,resistência,mobilidade, extensibilidade e agilidade. Os objetivos fixados para a aquisição de novas aptidões só podem ser alcançados se houver sistematização do trabalho. As capacidades condicionais e coordenativas só são melhoradas quando se aumenta gradualmente a carga total imposta ao organismo.Este aumento deve ser planejado de acordo com a aptidão física, baseada na experiência anterior e fundamentado em leis formuladas por fisiologistas nas suas investigações sobre o aperfeiçoamento das qualidades físicas de base. A prática mostra que a organização cíclica dos treinos dá os melhores resultados. Um ciclo de treino é a distribuição das cargas máximas em períodos semanais, mensais ou todo um ano. O caráter cíclico do treino implica que o esforço e a recuperação devem alternar entre si segundo determinado padrão rítmico. Como os Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 10. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 10 esforço devem ser gradualmente aumentados ao longo de cada ciclo, isto significa que a carga total se aproximará da carga máxima. Desta forma deverá ser reduzida a fim de permitir que o organismo se recomponha. Principio da durabilidade O principio da durabilidade reclama uma estruturação dos treinos que assegure a estabilidade das aptidões adquiridas, bem como das capacidades condicionais e coordenativas, durante um prazo longo e sem perda de qualidade. Este principio esta, pois, intimamente relacionados com os princípios da repetição e da sistematização As aptidões rapidamente adquiridas costumam ser perdidas facilmente com qualquer breve interrupção e só ganham estabilidade quando repetidas instantaneamente a intervalos curtos.Também há aptidões tão arraigadas que impedem posteriores aperfeiçoamentos. O modelo adquirido não impedirá o atleta de aprender novas técnicas, mas prejudicá-lo-á na tentativa de aperfeiçoa-la ao máximo de rendimento. Para se libertar do antigo modelo, o atleta terá de praticar a nova técnica freqüentemente nos seus treinos. O principio da gradualidade De acordo com este principio, a carga total deve ser aumentada pouco a pouco no treino de cada grupo etário, em especial de meninos e meninas. Este é o único meio de evitar danos no sistema cardiovascular ou noutras partes do corpo. A fim de desenvolver padrões dinâmicos - motores de acordo com este principio é preciso seguir certas regras pedagógicas gerais, designadamente: a) Partir de formas simples para formas mais complexas Isto significa que, por exemplo, a técnica de um movimento é simplificada para efeito dos exercícios. O principiante não terá, assim de dominar desde logo todos os pormenores da modalidade. Cada técnica tem seus delineamentos gerais, uma vez adquiridos e conhecidos estes, poderá começar a afinar a técnica do atleta/aluno, ou seja, modelar a forma já mais elaborada até que a técnica de base tome um caráter pessoal. b) Partir de formas fáceis para formas mais difíceis Nesse processo são criadas ao principiante condições de maior facilidade. Um movimento ritmicamente difícil pode ser aprendido melhor e mais depressa com auxilio de um acessório mais leve(peso,disco,dardo,etc...) ou com aparelhos mais baixos (barreiras ou traves). Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 11. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 11 Passar da forma fácil à difícil exige por vez a aprendizagem de uma série de movimentos a velocidade reduzida. Exemplo o lançamento do dardo, poderá ser iniciado com marchas lentas, depois em marcha trotada e finalmente em marcha acelerada. c) Partir das formas conhecidas para as desconhecidas Consolidam-se aqui os movimentos que já são familiares ao atleta, ou seja as aptidões que ele já possui, antes de começar a preparar movimentos novos ou novas aptidões. O lançamento de uma pelota, uma pedra entre outros, podem ser um bom ponto de partida para a aprendizagem da técnica correta do lançamento do dardo. O principio da influência da idade Este principio reclama a utilização de diferentes métodos de treino conforme se trate de crianças, adolescentes, jovens e adultos, o treinador/professor deve conhecer as diferenças anatômicas, fisiológicas e psicológicas de uns e outros nas diversas fases da vida e organizar os treinos de acordo com esses conhecimentos. Os objetivos da educação física devem em todos os níveis etários adaptar-se ao nível físico e psíquico de desenvolvimento dos atletas/alunos. Portanto é necessário aplicar métodos e meios diferentes, os quais devem adequar-se aos níveis de cada grupo e até de cada individuo. Este principio atenta para que o treinador/professor exemplifique os movimentos às crianças com um mínimo de explicações verbais , enquanto que aos adolescentes ou adultos, já poderão fornecer mais pormenores, pois; é de se esperar deles um certo nível de conhecimento geral. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 12. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 12 AULA 2 CONCEITOS DA FÍSICA RELACIONADOS AO MOVIMENTO 1. CONCEITOS BÁSICOS DO MOVIMENTO Há três formas de movimento humano: movimento linear, movimento angular e movimento generalizado. O movimento linear (translação) ocorre quando todas as partes do corpo se movimentam à mesma distância, na mesma direção e ao mesmo tempo (fig 2). Para facilitar o entendimento e verificação deste movimento, observa-se dois pontos num corpo e visualiza-se o que acontece com a linha traçada por esse pontos durante o movimento. Ao contrário do movimento linear o movimento angular (rotação) ocorre quando um corpo se move numa trajetória circular sobre a linha central de uma maneira que todas as partes do corpo se movem por meio de um mesmo ângulo, em uma mesma direção e ao mesmo tempo (fig.1). A linha central a qual se encontra no ângulo reto no plano do movimento é conhecida como eixo de rotação (é importante ressaltar que a um eixo de rotação é uma linha e não um ponto). Já o movimento generalizado são movimentos combinatórios dos movimentos lineares e/ou angulares(fig 3) Figura 1 . Representação dos movimentos angulares (HAY & REID,1985). Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 13. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 13 Figura 2. Representação do movimento de translação(HAY, 1985). Figura 3. Representação do movimento generalizado (HAY & REID,1985). 2. PLANOS DE REFERÊNCIA ANATÔMICOS O corpo humano esta dividido em três planos cardinais (fig.4). Um plano é uma superfície bidimensional com uma orientação definida por coordenadas espaciais de três pontos distintos dentro de um plano, e que não estão na mesma linha. Cada um dos três planos é dividido em quatro quadrantes por dois do três eixos perpendiculares x, y e z. O plano sagital, também conhecido como pano cardinal antero – posterior (YZ) ou plano cardinal media, divide o corpo verticalmente em metades direita e esquerda. Neste plano ocorrem movimentos do corpo ou de segmentos corporais para frente e para trás(flexão e extensão) O plano frontal também conhecido com plano cardinal coronal ou plano cardinal (XY) lateral divide o corpo verticalmente em metades anterior e posterior com pesos iguais. Neste plano ocorrem movimentos laterais corporais aproximando-os ou afastando-os da linha média do corpo (abdução-adução). O plano transverso divide o corpo em metades superior e inferior(XZ) de mesmo peso. Neste plano ocorrem movimentos corporais paralelos ao solo quando o corpo esta em posição ereta (rotação) Em um individuo na posição de referencia anatômica, a interseção dos três planos cardinais ocorre em um ponto conhecido como centro de gravidade do corpo. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 14. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 14 Figura 4. Representação geométrica dos planos e dos eixos corporais (HALL, 1993; LEHMKUHL & SMITH,1989) . Quando um segmento corporal se move, ele sofre um deslocamento angular em torno de um eixo imaginário de rotação que passa por meio da articulação à qual este segmento está ligado. Existem três eixos de referência para a descrição dos movimentos humano e cada u m orientado perpendicularmente a um dos três planos de movimento. O eixo transversal atravessa o corpo de lado a lado. Portanto, o plano perpendicular a este eixo é o plano sagital. Já o eixo antero-posterior atravessa o corpo da frente para trás e está associado com a movimentação no plano frontal, o plano longitudinal atravessa o corpo de cima para baixo, sendo assim perpendicular ao plano transversal. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 15. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 15 3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MOVIMENTO A ciência da mecânica pode ser dividida convenientemente em duas partes, uma que trata somente de descrever a natureza do movimento (cinemática - linear/angular) e outra que explica as causas do movimento (cinética - linear/angular). A cinemática que descreve o aspecto do movimento distingue-se da cinética, que estuda as forças associadas ao movimento. A cinemática linear envolve o estudo da forma, padrão e seqüência do movimento linear em relação ao tempo, sem referencia à força ou forças que causem ou resultem do movimento. 4 CINEMÁTICA E MOVIMENTOS LINEARES 4.1 Distância Linear x Deslocamento Linear As unidades de distância e deslocamento são unidades de comprimento. Quando um corredor completa uma volta e meia numa pista de 400m, a distância que ele cobriu é igual a 600m. O deslocamento é medido esticando uma linha reta imaginária da posição inicial até a posição final (fig. 5) Figura 5. Representação gráfica do deslocamento e da distância(HALL,1993) 4.2 Rapidez Linear x Velocidade Linear São duas grandezas que incorporam conceitos de distância e deslocamento. estes termos são freqüentemente usados como sinônimos na conversão informal, mas em mecânica eles tem significado preciso e diferentes. A rapidez é uma grandeza escalar, sendo definida como comprimento (distância) dividido pelo intervalo de tempo. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 16. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 16 Velocidade é a mudança de posição ou o deslocamento que ocorre em dado intervalo de tempo. Como a velocidade se baseia no deslocamento, ela também é uma grandeza vetorial. 4.3 Aceleração linear A aceleração define-se como a taxa de alteração de velocidade ou a mudança de velocidade que se dá em um dado intervalo de tempo. Na linguagem informal, a palavra aceleração significa tornar mais rápido ou aumentar a velocidade. 4.4 Aceleração da gravidade Todos os corpos na superfície ou perto da superfície da Terra são atraídos pela gravidade. Se estes corpos estão no ar são acelerados voltados à superfície da Terra numa aceleração constante de 9,81m/s2 . 4.5 Projéteis Corpos projetados no ar são denominados projéteis , Um disco, um dardo, um saltador em altura são projéteis enquanto se estiverem deslocando no ar sem controle. Entretanto nem todos os objetos que se projetam através do ar são projéteis. O projétil é um corpo em queda livre que esta sujeito unicamente à força da gravidade e à resistência do ar. Corpos influenciados pelas forças geradas por seus motores não são projéteis. Os fatores que influenciam na trajetória de um projétil são: o ângulo de projeção, a velocidade da projeção e a altura relativa da projeção (fig 6) Figura 6. Representação gráfica dos fatores que influência a trajetória de um projétil (HALL,1993). Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 17. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 17 4.6 Ângulo de projeção Ângulo de projeção e os efeitos da resistência do ar determinam a forma do projétil. Alterações da velocidade de projeção influenciam na extensão da trajetória, mas usa forma depende unicamente do ângulo da projeção . Se o ângulo de projeção for perfeitamente de 90º, o projétil percorrera o mesmo caminho retilíneo para subir e descer. Se o ângulo for obliquo (entre 0º e 90º) a trajetória será parabólica. Caso seja lançado horizontalmente, seguira uma trajetória lembrando uma parábola(fig 7) Figura 7. Representação gráfica do alcance da distância em função do ângulo de projeção (HALL,1993). 4.7 Influência da velocidade de projeção. A velocidade de projeção determina o comprimento ou tamanho da trajetória do projétil. Quando um corpo é lançado verticalmente para cima a velocidade inicial do projétil determinará a altura do ápice (ponto mais alto da trajetória), já para um corpo que é projetado em ângulo obliquo, a velocidade de projeção determinará tanto quanto a altura quanto o comprimento horizontal da trajetória. O desempenho na execução de um salto vertical sobre uma superfície plana depende inteiramente da velocidade de lançamento, isto é, quanto maior a velocidade de lançamento, maior a impulsão e quanto maior a impulsão, maior será o tempo de permanência no ar. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 18. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 18 4.8 Influência da altura de projeção relativa O terceiro fator que influência a cinemática do movimento do projétil e a altura relativa de projeção. Este fator corresponde à diferença entre a altura de onde o corpo é inicialmente projetado e a altura na qual ele aterrissa em uma superfície ou é bloqueado. Quando um atleta lança o disco a uma altura de 1 ½ m acima do solo, a altura de projeção relativa será de 1 ½ m, pois a altura de projeção esta a 1 ½ m acima dom campo onde ele aterrissa. 5. CINEMÁTICA E MOVIMENTOS ANGULARES O movimento angular é um movimento rotacional em torno de um eixo. O eixo de rotação é uma linha imaginária perpendicularmente ao plano onde ocorre a rotação. Entender o movimento angular é particularmente importante para estudioso do movimento humano, pois os movimento voluntários do homem envolvem rotação de um ou mais segmentos corporais em torno das suas articulações . 5.1 Distância Angular e Deslocamento Angular A distância angular por meio da qual um corpo em rotação se move é o ângulo entre suas posições inicial e final medindo seguindo-se o percurso tomado pelo corpo(fig 8a). Se um pendulo balança em um arco de 60 graus, ele balança por uma distância angular de 60 graus. Se o pendulo, então balança para trás em um ângulo de 60 graus ele terá a soma de todas as alterações angulares total de 120 graus. A distância angular é medida como a soma de todas as alterações angulares que ocorrem na rotação de um corpo. Se a articulação do cotovelo varia de 180 graus para 40 graus, durante a fase de flexão de um exercício, a distância angular percorrida será de 140 graus. Desta forma o deslocamento angular é obtido pela diferença entre a posição inicial e a final do corpo em movimento (fig 8b) O deslocamento angular é uma grandeza vetorial, possuindo tanto direção quanto magnitude. Se a rotação do deslocamento for observada numa perspectiva perpendicular no sentido horário(-) ou anti-horário(+) a direção do deslocamento poderá ser designada usando esses termos Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 19. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 19 Figura 8. Representação gráfica da distância angular e do deslocamento angular (HALL,1993) 5.2 Rapidez Angular x velocidade Angular A rapidez angular de um corpo e rotação obtida pela divisão da distância angular por meio da qual o corpo se move pelo tempo gasto para fazê-lo . Já a velocidade angular (ω) é calculada pelo percurso angular realizado pelo tempo gasto. 5.3 Aceleração angular A aceleração angular de um corpo é obtida dividindo-se a alteração de sua velocidade angular pelo tempo gasto 6. RELAÇÕES ENTRE MOVIMENTOS LINEARES E ANGULARES Por que um bastão de guia é mais longo do que o de arremessar? Por que o batedor desliza a mão para cima ao segurar o bastão na execução de um arremesso suave e não o faz para um arremesso poderoso? A relação entre o movimento angular dos objetos usados e o movimento linear resultantes da bola rebatida responde a essas perguntas. 6.1 Deslocamento linear e angular Quanto mais distante estiver localizado um dado ponto do centro de rotação de um corpo, maior será seu deslocamento linear (fig.9) Esta observação é expressada pela equação simples: d= r.θ, onde d é a deslocamento linear, r é o raio de rotação( distância do ponto ao eixo de rotação) e o θ é o deslocamento angular Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 20. TITULO FOLHA 20 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO Figura 9. Representação do deslocamento linear e angular(HALL,1993) 6.2 Velocidade linear e velocidade angular O relacionamento entre velocidade (v) e a velocidade angular (ω) é resumida pela seguinte fórmula: v= ω.r r= raio, que é a distância entre o eixo de rotação e o pronto de contato. Este relacionamento sugere que existe apenas duas maneiras nas quais a velocidade de contato de um corpo em rotação pode ser aumentada (aumentando sua velocidade angular e/ou aumentando o raio(fig.10). Figura 10. Representação gráfica das relações entre velocidade linear e velocidade angular & REID,1985) Responsável Prof. João Francisco Moreti ( HAY
  • 21. TITULO FOLHA 21 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 7. CINÉTICA Cinética é o ramo da mecânica que trata das causas do corpo se mover de uma dada forma. 7.1 Inércia Em mecânica, a propriedade de um corpo relutar em alterar o que esta fazendo é chamado de inércia.No sentido amplo, inércia significa resistência à ação ou alteração. Inércia é a tendência de um corpo manter seu estado atual de movimento, esteja ele parado ou movendo-se a uma velocidade constate. 7.2 Massa A quantidade de matéria de um corpo (massa) é uma medida da inércia do corpo, expressa em unidades de quilograma(kg). 7.3 Força Uma impulsão ou tração que altere ou tenda a alterar o estado de movimentação de um corpo é chamada de força , as forças são quantidades vetoriais, isto é, apresentam-se em magnitude e uma direção e podem ser somada e resolvidas utilizando-se a regra dos paralelogramo de vetores e são medidas em Newton(N). 7.4 Peso A força gravitacional exercida pela Terra sobre um corpo é chamada de peso e assim como a aceleração produzida por esta força(g) recebe uma designação de especial P. A diferenciação entre peso e massa é geralmente objeto de alguma confusão. Esta confusão pode ser esclarecida pela consideração de como as variações de localidades afetam estas duas quantidades. A quantidade de matéria de um corpo não se altera conforme este corpo é deslocado de um local para outro, a massa desse é obviamente constante. Entretanto isso não é verdade para o peso que sofre pequenas variações de acordo com a distancia do centro da Terra. Como uma das quantidades possui um valor constante e a outra varia de acordo com sua localidade, esta duas obviamente não são exatamente a mesma. Considere o caso de um saltador de vara no máximo de sua ascensão , nesse momento, assim como em todos os outros momentos durante o seu salto, ele sofre a ação de uma força para baixo ( seu peso, P) em direção ao solo, com uma aceleração, g. A relação básica entre a massa e seu peso pode ser obtida pela utilização da equação que representa a segunda lei de Newton : F=m.a E substituindo os valores deste caso, P= m.g Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 22. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 22 7.5 Torque Quando uma força é aplicada a um objeto como um lápis em cima da mesa , tanto translação quanto movimento geral pode ocorrer. Se a força aplicada for perpendicular ao centro do lápis, ele sofrerá uma translação na direção da força. Caso esta força perpendicular passar por outro ponto que não o centro do lápis, ele sofrerá translação e rotação. O efeito rotatório criado por essa força é conhecido como torque (T) ou momento de força. Quando maior a quantidade de torque sobre o eixo de rotação, maior a tendência para que a rotação ocorra. O torque pode ser calculado pela equação: T=força(f) x distância(d) 7.6 Momentum Momentum é a quantidade de movimento de um corpo, sendo igual ao produto da massa pela velocidade do corpo. Momentum = massa x velocidade Ex. uma pessoa de 70kg descendo um morro a uma velocidade de 30 m/s apresenta um momentum de 2100 kg-ms/s Momentum é particularmente importante nas situações de impacto, pois o resultado do impacto depende em grande parte do momentum apresentado por cada um dos corpos envolvidos. O conceito de momentum é freqüentemente utilizado, por exemplo, como base na argumentação de que um homem pequeno e rápido possa ser tão eficaz, nas situações de choque no futebol americano, quanto um homem maior e mais lento. Uma alteração no momento de um corpo pode ser causada tanto por alterações na massa co corpo, quanto por uma alteração na sua velocidade. 7.7 Primeira lei de Newton – lei da inércia Qualquer corpo em repouso, ou se movimentando com uma velocidade constante em linha reta, continuará neste estado, a menos que seja obrigado a ser alterar por uma força externa exercida sobre ele. Desta forma quando um jogador desliza sobre o gelo para deslocar o taco para arremessar uma pedra ou uma bola, ele e a pedra continuarão a deslizar sobre o gelo, caso não exista forças externas que eventualmente os fazem parar. 7.8 Segunda Lei de Newton - lei da aceleração Para os corpos cujas massas permanecem constantes durante todo o movimento ( isto inclui a maioria dos corpos ), a segunda lei de Newton afirma que: Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 23. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 23 A aceleração de um corpo é proporcional á força que causou e ocorre na direção da ação dessa força. Esta fórmula pode ser reduzida à sua forma bem conhecida: F= m.a Desta forma quando uma pessoa colide com outra, a associação que ela transmite àquela outra pessoa é diretamente proporcional à força que ela exerce, e indiretamente proporcional à massa daquele homem. Em outras palavras, quanto mais violentamente ela colide, e quanto menor o seu oponente, mais provavelmente ele conseguira empurrá-lo para trás. Geralmente utiliza-se nas medições de forças a seguinte unidade 1 newton (N) é a força que produz uma aceleração : de 1m/s2 em um corpo de 1Kg de massa. 7.9 Terceira lei de Newton – ação e reação Quando um corredor realiza uma impulsão contra o taco de partida, ao inicio de um treino ou competição, ele exerce uma força em direção inferior e posterior, como resultado desta ação de impulsionamento, seu corpo é projetado em uma direção superior e anterior. (fig 11) Assim o corredor é acelerado em uma direção quando ele exerce uma força em direção oposta. Esta aparentemente contradição é explicada pela terceira lei de Newton que afirma: Para cada ação , há uma reação e oposta As vezes é difícil aceitar que a ação e a reação são de igual magnitude, quando os efeitos observados em um caso especifico são bastante diferentes. Os saltadores em distância, saltadores de altura algumas vezes são instruídos a bater firmemente seus pés sobre o solo quando , estas instruções são baseadas na hipótese de que quanto maior a força vertical exercida pelo individuo sobre a superfície de impulsão , maior será a força vertical de reação disponível para elevar o individuo. Apesar de ser evidentemente, verdade que as grandes forças em direção para baixo evocam grandes forças de reação para cima, estas últimas não possuem qualquer utilidade prática. Nos casos mencionados, as grandes forças verticais são exercidas contra o solo imediatamente antes do inicio do impulso, assim que o individuo toca o solo ao fim do solo anterior. A reação a estas forças ocorre ao mesmo tempo e não quando seria útil, mais tarde durante a impulsão , desta forma como a reação e a ação ocorrem ao mesmo tempo, a prática de instruir os indivíduos a baterem violentamente com os pés no solo, não pode ser justificada. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 24. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 24 Figura 11. Representação gráfica das forcas de ação e reação do solo (CARR,1936) 7.10 Impulso Quando as forças externas atuam, elas modificam o momento presente no sistema de maneira previsível , este momento depende não só da magnitude de ação das forças externas, mas também do tempo em que cada força atua. O produto da força pelo tempo é conhecido como impulso (I= f x t) Com freqüência a quantidade de impulso produzida pelo corpo humano contra o solo pode ser controlada. Na execução de um salto vertical, quanto maior o impulso produzido contra o solo, maior a alteração do momento do atleta e maior será a altura resultante do salto. Na fase de aterrissagem de um salto é vantagioso reduzir o contato com o solo ou força máxima de reação do solo, pois o atleta que cair rigidamente experimentará uma força de reação do solo relativamente grande durante um intervalo de tempo curto. Assim se a flexão do quadril, joelho e tornozelo forem permitidas , aumenta-se o intervalo de tempo durante a qual a força é absorvida, desta forma reduzindo a intensidade de força sustentada. 7.11 Centro de gravidade A massa de um corpo é a matéria da qual ele é feito. Um único ponto está associado com todo o corpo em torno do qual a massa corporal esta igualmente distribuída em todas as direções. Este ponto é conhecido como centro de massa ou centro de gravidade do corpo(CG). 7.12 Localização do centro de gravidade A localização do ponto do centro de gravidade é importante, pois mecanicamente o corpo comporta-se como se toda sua massa estivesse concentrada nele. Por exemplo, quando o corpo se comporta como um projétil, o centro de gravidade do corpo segue uma trajetória parabólica. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 25. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 25 Uma vez que o comportamento mecânico do corpo pode ser projetado seguindo-se a trajetória do Centro de Gravidade total do corpo, este fator foi estudado como possível indicador de eficiência em muitos esportes. Acredita-se que o padrão de movimento do Centro de Gravidade durante a impulsão de um salto em altura seja um fator que distingue o bom do mau desempenho. Usar a força de reação do solo para converter a velocidade horizontal do Centro de gravidade em velocidade vertical direcionada para cima durante a impulsão do salto em altura. O método de suspensão para determinar a localização do Centro de Gravidade, consiste em suspender o objeto por um dado ponto, em torno do qual ele esteja livre para rodar. Quando o objeto está em repouso, um fio de prumo suspenso pelo mesmo ponto pode ser usado para marcar no objeto um linha vertical entre os lados equilibrados. Quando se repete o procedimento com o objeto alinhado nos dois outros planos a interseção das três linhas permite a localização aproximada do Centro de Gravidade. 7.13 Estabilidade e equilíbrio A estabilidade é um conceito intimamente relacionado com os princípios de equilíbrio. A estabilidade é definida mecanicamente como a resistência a aceleração tanto linear quanto angular ou resistência a romper o equilíbrio. Os corredores e nadadores, em postura preparatórias para a largada, assumem intencionalmente uma posição corporal que lhes permita acelerar rápida e facilmente ao som da pistola de partida. A capacidade individual para controlar a estabilidade é conhecida como equilíbrio. Um outro fator que afeta estabilidade é o tamanho da base de sustentação. Ela consiste na área contida entre as bordas externas do corpo, que está em contato com a superfície ou superfícies de apoio. Quando a linha de ação do peso de um corpo(dirigido ao CG) move-se para fora da base de apoio, cria-se um torque que tende a provocar movimento angular do corpo através do CG, desta maneira rompendo à estabilidade. Quanto mais ampla for a base , menor a possibilidade de que isto ocorra(fig.12). A localização horizontal do CG em relação à base de apoio também pode influenciar a estabilidade. Quanto mais próximo a localização horizontal do CG estiver da borda da base de suporte, menor será a força necessária para empurrá-lo para fora desta base, rompendo, desta forma, o equilíbrio. Conseqüentemente, os atletas em posição de partida para uma prova assumem postura que posicionam o CG perto do bordo anterior da base de apoio. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 26. TITULO FOLHA 26 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO Figura 12 . Representação gráfica da estabilidade e do equilíbrio ( HAY & REID,1985). 7.14 Trabalho A palavra trabalho é normalmente usada em uma variedade de contextos, entretanto a definição de trabalho mecânico difere do uso do mais comum por suas implicações do ponto de vista mecânico, trabalho e definido como a força aplicada contra uma resistência, multiplicada pela distância na qual a resistência foi deslocada: W= fxd As unidades de trabalho são unidades de força multiplicadas por unidades de distâncias. No sistema métrico a unidade comum de força(N) multiplicada pela unidade comum de distância (m) se denomina joule (J) 1J = 1Nm 7.15 Potência Outro termo usado com diferentes contextos é potência. Em mecânicas significa a quantidade de trabalho mecânico executado em um determinado tempo: Potência = Trabalho / intervalo de tempo As unidades de potências são unidades de trabalhos divididas por unidades de tempo. No sistema métrico, joules dividido por segundos são chamados watts (W) 1W = 1J / s Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 27. TITULO FOLHA 27 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 7.16 Energia Energia é geralmente definida como a capacidade de executar trabalho. Desta forma energia mecânica é a capacidade de executar trabalho mecânico. As energias mecânicas são as mesmas do trabalho mecânico (joules no sistema métrico). Existem duas formas de energia mecânica : energia cinética e energia potencial. Energia cinética é a energia do movimento, um corpo possui energia cinética somente quando esta em movimento. A energia cinética de um movimento linear é definida como a metade da massa do corpo , multiplicada pelo quadrado da sua velocidade. EC = ½ mv2 Energia potencial é outro tipo de energia mecânica que vem a ser a da posição, mais especificamente, a energia potencial determinada pelo peso do corpo multiplicado pela sua altura em relação a uma superfície de referência. EP = pmh Uma força especial de energia potencial é chamada de energia de deformação ou energia elástica, que pode ser definida como: ED = ½ k x 7.17 Conservação de energia mecânica Considere uma bola atirada verticalmente para o ar, a medida em que a bola vai subindo, ela vai adquirindo energia potencial. Contudo ela vai perdendo velocidade com o aumento da altura em virtude da aceleração da gravidade, isto reduz também a sua energia cinética. Este conceito é conhecido como a lei da conservação da energia mecânica, que é enunciada como: Quando a gravidade é a única força externa atuante, a energia mecânica de um corpo permanece constante. Uma vez que a energia mecânica que um corpo possui é a soma das duas energias cinéticas e potencial, a relação também pode ser expressa como EM = ( EP + EC+ED) 7.18 Alteração no momento angular Quando um torque externo atua, ele altera previsivelmente a quantidade de momento angular existente no sistema. Assim como no momento linear, as alterações do momento angular não dependem somente da magnitude e da direção dos torques externos, mas também de tempo pelo qual aquele torque atuou: Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 28. TITULO FOLHA 28 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO Impulso linear: = Ft Impulso angular = Tt A relação impulso-momento para grandezas angulares pode ser notada como a seguir: Tt = ∆H Tt = ( Iω) 2 - ( Iω)1 Nas provas de arremesso em pista e campo, o objetivo é maximizar o impulso angular exercido antes da liberação com a intenção de melhorar o seu momento e o deslocamento horizontal final, depois da liberação. A velocidade linear é diretamente relacionada à velocidade angular, com o raio de rotação servindo como fator de proporcionalidade. Enquanto o momento de inércia(mk2) de um corpo em rotação permanece constante, os acréscimos no momento angular transformam-se diretamente em acréscimo no momento linear quando o corpo é lançado. Este conceito é particularmente evidente no arremesso de martelo, no qual o atleta inicialmente gira o martelo duas ou três vezes em torno do corpo, com o pé plantada e depois seguem-se três ou quatro voltas com todo o corpo com o atleta em frente ao martelo antes de lançá-lo. Alguns lançadores de martelo executam a primeira ou as duas primeiras voltas do corpo colocando o tronco em discreta flexão ( chamada de neutralizar com os quadris), desta forma conseguindo um alcance maior com as mãos. Essa tática aumenta o raio de rotação e também o momento de inércia do martelo em relação ao eixo de rotação ; assim se a velocidade angular do martelo não é reduzida, o momento angular no sistema arremesso/martelo fica aumentado. Por este método as voltas finais são completadas com o corpo todo inclinado em direção ao martelo ou neutralizado com os ombros (fig 13). Figura 13. Representação gráfica da alteração no momento angular( HALL,1993). Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 29. TITULO FOLHA 29 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 7.19 Força centrípeta e centrifuga Os corpos são submetidos a movimento rotatório em torno de um eixo fixo estão também sujeitos a uma força linear. Quando um objeto amarrado a uma linha é girado por uma trajetória circular e depois liberado, ele é projetado apara fora, com trajetória tangente à trajetória circular, que ele seguia no momento da liberação. A força centrípeta impede que o corpo em rotação deixe sua trajetória circular , uma vez que a rotação ocorra em torno de um eixo fixo. A direção de uma força centrípeta ocorre em torno de um centro de rotação e por esta razão ela também é conhecida como força que procura o centro. A força centrípeta produz o componente radial da aceleração de um corpo que cursa uma trajetória curva. A fórmula a seguir quantifica a magnitude da força centrípeta em termos de velocidade tangencial linear do corpo em rotação. Fc = m v2 / r A força centrifuga é uma força em relação à centrípeta e igual em magnitude e oposta em direção (fig.14) Figura 14. Representação gráfica das forcas centrípeta e centrifuga (HALL,1993) Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 30. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 30 8 CINÉTICA ANGULAR 8.1 Momento de inércia A resistência à aceleração angular também é uma função de massa do corpo. Quanto maior a massa, maior a resistência à aceleração angular. Entretanto a facilidade ou dificuldade relativa de iniciar ou deter um movimento angular depende de um fator adicional, a distribuição de massa em relação ao eixo de rotação. Assim quanto mais próximo a massa do corpo estiver do eixo de rotação, mais fácil será balançar o objeto(fig.15) I = mr2 Figura 15. Representação gráfica dos momentos de inércia dos segmentos dos membros inferiores quando o ângulo do joelho muda (HALL,1993) Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 31. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 31 AULA 3 INTRODUÇÃO 1. HISTORICO Desde o surgimento do homem, o ato de saltar, correr e lançar esteve presente no comportamento humano, por razões da necessidade de sobrevivência da espécie, pois o homem tinha que caçar, pescar e defender-se dos outros animais. A palavra Atletismo segundo TEIXEIRA (1995) deriva da raiz atlon (combate), sendo que na Grécia ocorreu o seu surgimento e seu esplendor, onde não só os homens mas também as crianças e mulheres o praticavam (BRASIL, s/d; FLOC’HMOAN, s/d; TEIXEIRA, 1995). Segundo definição de FANALI (1981) Atletismo é o “sistema de exercícios realizados em forma de corridas, saltos e lançamentos, tanto naturais como estilizados, para o desenvolvimento específico das qualidades físicas e para obter um resultado superior em sua prática”. Durante os exercícios físicos, os soldados dos povos da antigüidade procuravam desenvolver entre suas atividades, habilidades de correr, saltar e lançar entre outras. Tais habilidades eram desenvolvidas a fim de que pudessem estar aptos às batalhas que ocorriam entre muitos povos da época. A importância do Atletismo foi destacada por FLOC'HMOAN (sd): “Os homens sempre desejaram medir sua força, sua agilidade, sua rapidez e sua habilidade. São numerosos os que através dos séculos tem querido demonstrar que são os melhores, seja para obterem uma medalha ou um posto de honra, seja por dinheiro ou pela fama ou sensivelmente pelo amor próprio”. As provas atléticas também eram realizadas com o intuito de recepcionar os outros povos durante suas visitas à comunidade e também para honrar seus Deuses. Talvez pelo fato de que esses comportamentos podem ser facilmente verificados no Atletismo, alguns autores (BRASIL, s/d; TEIXEIRA, 1995) consideraram o Atletismo como uma das primeiras modalidades existentes. O Atletismo é uma das modalidades esportivas que apresenta as mais belas expressões corporais. Além de apresentar as mais belas expressões, o Atletismo chegou a ser considerado como uma das mais importantes modalidades esportivas atléticas pelo Barão Pierre de Coubertin, In: por BRASIL (s/d). O Atletismo em seu início era realizado apenas com algumas corridas curtas chamadas (DIALUS) que consistia em percorrer um “Stadio”1 e corridas maiores (DOLIKOS) que se realizavam com 7 a 24 Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 32. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 32 “Stadio”1, salto distância e alguns arremessos (BARROS, 1996; BRASIL, s/d; FLOC’HMOAN, s/d; GRIFFI, 1989; LANCELLOTTI, 1996). O "estádio" da Antiguidade foi descrito por FLOC’HMOAN (s/d): “O estádio tinha uma forma de um U aberto pelo lado dos Altis, um U muito alargado (211x23m). Ao seu redor se escalonavam os graderios. Duas linhas formadas por pedras calcárias no solo, uma ao Leste e outra a Oeste estavam separadas pelos legendários seiscentos pés de Heracles2 . Entre estas linhas uma arena espessa. Os atletas se situavam na boca de um túnel que saia do bosque sagrado, na linha de saída (o “aphesis”) que estava ao Oeste. Um estridente toque de trompa, chamado salpinx, em forma de cone, e partiam. A ordem de saída também era dado de viva voz.” O primeiro vencedor dos Jogos Olímpicos da Antigüidade (776 a.C.) foi Corebo, um comerciante de Elida, recebendo como recompensa uma coroa de oliva (BARROS, 1996; FLOC’HMOAN, s/d;). Na Antigüidade o Atletismo era composto por apenas algumas provas, sendo realizadas numa pista de solo de pedra. Com o decorrer dos anos ocorreram algumas alterações nas dimensões e construções e no piso da pista (carvão, robertan, tartan) sendo que nos dias de hoje encontramos várias provas que são divididas em provas de campo, pista e rua. Analisando a cronologia do Atletismo quanto ao seu desenvolvimento, verifica-se três grandes períodos. O primeiro período caracteriza-se pelo nascimento ou o surgimento do Atletismo, que se inicia na préhistória indo até a Antigüidade. Num segundo período, encontra-se o declínio (não só do Atletismo como de todas as práticas esportivas) que persiste do ano de 396 a.C. até meados de 1660 d.C. Já no terceiro período, que iniciase a partir do século XVIII até os dias presentes, verifica-se o surgimento da prática do Atletismo e de outras práticas esportivas (Quadro - 1). 1 2 Stadio: Unidade de medida, correspondente a 192,27m (GRIFFI,1989) Heracles= Hércules Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 33. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 33 QUADRO 1 - Cronologia do Atletismo modificado de BRASIL (s/d). Períodos 1º (Pré-história/Antigüidade 2º (396 A.D./1600) 3º Século XVIII Características • Simples atividades para sobrevivência. • Nascimento do Atletismo. • Jogos Olímpicos da antigüidade (776 a.c.). • Codificação das provas atléticas. • Imperador Teodósio I suprimi todas as atividades esportivas pagãs em Roma. • Fim dos Jogos Olímpicos da Antigüidade. • Ascetismo sufocando as provas atléticas e os esportes em todas as suas formas. • Juventude trocando ginásios e pistas pelos mosteiros. • Inglaterra introduz o Atletismo. • 1828 - Nascedouro do espírito competitivo pela ação do Atletismo nas escolas, clubes, universidades e associações. • 1896 - Jogos Olímpicos da era moderna em Atenas (6/04/1896). No Brasil a prática do Atletismo surgiu por volta de 1850 nos portos das cidades do Rio de Janeiro e de Santos, quando os marinheiros ingleses, devido ao longos dias de navegação, realizavam corridas atléticas para compensar as viagens (BRASIL, s/d). Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo (1998), o Atletismo brasileiro lidera o ranking do Comitê Olímpico Brasileiro, pois obteve o maior número de medalhas conquistadas em Olimpíadas e Jogos PanAmericanos. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 34. TITULO FOLHA 34 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO AULA 4 ESPECIALIDADE E PROVAS 1. AS ESPECIALIDADES DO ATLETISMO O atletismo compreende três grupos de especialidades: corridas saltos e lançamentos/arremessos. Conforme as distâncias a percorrerem, as corridas apresentam as seguintes especialidades que vão desde 100m até 42.195m(maratona): Corridas de velocidades ( rasas / curtas) (100m a 400m) Corridas de meio fundo (800m a 1500m) Corridas de fundo (grande fundo) 3000m a 50.000m As outras provas das especialidades de saltos e lançamentos e arremessos podem ser conferidas de acordo com o quadro 2. Quadro 2 . Provas do atletismo de acordo com IAAF(2003) Provas Corridas masculino 100m x 200m x 400m x 800m x 1.000m x 1.500m x 1 milha (1,609m) x 2.000m x 1 hora x 3.000m x 5.000m x 10.000m x 20.000m x 25.000m x 30.000m x Responsável Prof. João Francisco Moreti feminino x x x x x x x x x x x x x
  • 35. TITULO FOLHA 35 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO Continuação Corridas com obstáculo e/ou barreiras 3.000 c/ obstáculos 100m c/ barreiras 110m c/ barreiras 400m c/ barreiras Marcha (pista) 5.000m 10.000m 20.000m 2 horas 30.000m 50.000m Saltos Altura Distancia Vara Arremessos e Lançamentos Peso Martelo Disco Dardo Revezamentos 4x100m 4x200m 4x400m 4x800m 4x1. 500m Combinadas Decatlo: 100m – salto em distância-arremesso de peso salto em altura-400m raso-110mc/barreiras - arremesso do disco- salto com vara-lançamento do dardo-1500m Heptatlo: 100m c/ barreira-arremesso do peso-salto em altura-salto em distância-200m- lançamento do dardo-800m x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 2 PROVAS OLÍMPICAS DE ATLETISMO Provas de velocidade: 100m, 200m, 400m Revezamentos: 4 X 100m, 4 X 400m Provas de meia distância: 800m e 1500m Provas de longa distância: 3000m com obstáculos, 5.000m e 10.000 e Maratona (42.195m) Provas de Marcha Atlética: 10.000m (Fem.), 20.000m(masc.) e 50.000m(masc.) Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 36. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 36 Provas de velocidade com barreiras: 100m (fem.), 110m (masc.) e 400m Provas de saltos horizontais: Salto em Distância e Salto Triplo Provas de saltos verticais: Salto em Altura e Salto com Vara Provas de lançamento: Lançamento do Dardo e Lançamento do Disco Provas de arremesso: Arremesso do Martelo(masc.) e Arremesso do Peso Provas Combinadas: Decatlo (10 provas): 100m, 110m (c/barreiras), 400m, 1500m, Lançamento do Dardo, Lançamento do Disco, Arremesso do Peso, Salto em Altura, Salto com Vara e Salto em Distância Heptatlo (07provas): 100m (c/barreiras), 200m, 800m, Lançamento do Dardo, Arremesso do Peso, Salto em Altura e Salto em Distância Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 37. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 37 AULA 5 CORRIDAS RASAS 1. AS CORRIDAS DE VELOCIDADE Na corrida compreende, as partidas, a corrida propriamente dita e as passagens de bastão. A realização desportiva de um corredor de velocidade é determinada principalmente pela força e rapidez das contrações e descontrações musculares em conseqüência dos movimentos cíclicos e pela exatidão do ritmo das passagens. As corridas são movimentos cíclicos em que dois passos consecutivos ou um passo duplo realizam um ciclo completo. No passo duplo realizam-se todas as fases dos movimentos de corrida e o ciclo seguinte inicia-se sem interrupção.Neste ciclo as duas pernas exercem funções de apoio e de balanço. O movimento cíclico da corrida tem duas fases principais: a fase com apoio e a fase de suspensão. O instante de verticalidade, isto é, o instante em que o ponto de contato com o solo esta exatamente na vertical do centro de gravidade(CG) é aqui tomado como instante de separação entre as fases. É nesse momento que a perna de balanço passa pela outra, em cujo pé se apóia o peso do corpo. No movimento de corrida a função de cada perna é sempre diferente da outra. Assim ao terminar a fase de apoio do pé da frente, termina também a fase de balanço da perna traseira e esta passa imediatamente à fase de balanço à frente. Na parte final do apoio atrás, o joelho da fase de balanço à frente atinge o ponto mais elevado da sua trajetória, e, logo a seguir à impulsão, inicia-se a fase de balanço atrás. Nessa altura ainda a perna dianteira não esta em contato com o terreno, continua seu movimento de balanço, desta forma o corredor permanece sem contato com o solo e está na fase de suspensão a segunda das fases do ciclo do movimento da corrida (Fig.16) Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 38. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 38 Figura 16. Representação gráfica das fases da corrida(SCHMOLINSKY,1982) Em todas as provas de velocidade, o que principalmente determina o desfecho é o nível a que se encontram desenvolvidas as qualidades dos corredores: a sua velocidade e a sua resistência. A velocidade de corrida é a maior velocidade que o corredor pode atingir; a resistência é sua capacidade de resistir à fadiga. Esta velocidade máxima de corrida, só pode ser mantida não mais de 40 a 50m do ponto de partida. 1.2 Importância da força de impulsão O avanço do corredor é conseguido principalmente à custa de ações alternadas de impulsão da fase de apoio atrás. Ao estender o membro inferior do quadril, joelho e do tornozelo, o corredor exerce contra o terreno uma força dirigida para trás e para baixo maior do que o peso corporal. Devido esta força de origem muscular produz uma força de reação do solo em sentido oposto. Assim se forma a força impulsora - energia cinética que atua sobre o centro de gravidade, a velocidade com que a perna se flexiona e estende sobre as articulações é função da grandeza dessa força. Quanto mais rapidamente a ação impulsora é realizada em combinação com o movimento de avanço da perna de balanço, maior é a força exercida. Vários fatores determinam o efeito da força impulsora sobre a velocidade da corrida, um deles diz respeito às condições físicas da pista (pista firme e elástica o efeito será maior do que em terreno macio.) O uso de sapatilhas terá maior aderência ao solo durante a fase de apoio e isso melhora o efeito da impulsão. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 39. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 39 O movimento dos braços também pode auxiliar muito na fase de impulsão. Durante o impulso os braços devem mover-se na direção da corrida e não transversalmente. Por fim a correta inclinação da cabeça e do tronco também permite a melhor transmissão da força impulsora ao centro de gravidade.. 1.3 Economia do movimento de corrida A corrida é considerada econômica quando as energias do corredor se aplicam exclusivamente a vencer as forças de resistências que se lhe opõem. O Maximo dispêndio de energia dá-se na fase de impulsão, mas outras fases também necessitam de alguma energia: a fase de balanço à frente e a fase de apoio a frente. Também é preciso gastar energia para vencer a resistência do ar que cresce com a velocidade da corrida e para realizar coordenação dos diversos segmentos do corpo. A linearidade da trajetória é prejudica pelas oscilações do centro de gravidade, que ao estender a perna impulsora, o centro de gravidade move-se para frente e para cima e por efeito da gravidade durante a fase sem apoio este movimento direciona-se para a frente e para baixo. 1.4 Técnica da passada à velocidade máxima A mais importante fase da passada em velocidade é a fase de apoio atrás (fig.1) a fase de impulsão. A velocidade de avanço do corredor depende principalmente da intensidade e direção da força impulsora. Esta fase de apoio traseiro é tecnicamente correta quando as articulações do tornozelo, do quadril e do joelho alcançam a máxima extensão. A linha que une a articulação do tornozelo até o quadril deve nesta fase formar com o solo um ângulo de 50º a 55º. Já a parte superior do corpo . A parte superior do corpo esta geralmente, quase ereta, mostrando apenas uma ligeira inclinação para frente de 85º a 90º. Quando a ponta do pé abandona o solo termina a fase de apoio traseiro e começa a fase sem apoio, dita também como suspensão. Nesta fase o membro impulsor flete pelo joelho, o calcanhar toca a nádega e os seus músculos devem descontrair-se completamente. Dado o impulso e antes de começar o seu balanço para frente a coxa deste membro flexiona primeiro ligeiramente para trás e para cima e só quando a perna esta já quase na horizontal é que começa a rodar para diante. A perna continua a flexionar pelo joelho, levando o calcanhar quase ao contato com a nádega, coincidindo o movimento de máxima aproximação com aquele em que a coxa esta paralela à perna dianteira apontando o joelho ao solo. A perna fortemente flexionada forma uma espécie de pêndulo curto suspenso do quadril. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 40. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 40 1.5 Ação dos membros superiores A poderosa e rápida condução do trem inferior deve ter como contrapartida ideal uma ação dos membros superiores igualmente poderosa e rápida. Os braços devem ser flexionados e mantidos junto ao corpo movendo-se junto ao corpo, em direção para frente e para trás em linha reta. Os ombros devem conservar-se tão imóveis quanto possível . O ângulo no cotovelo não é o mesmo no movimento de avanço, que no movimento de recuo, no avanço é de 80º a 85º. Durante o movimento de recuo ao passar quadril, o braço abre um pouco e ao chegar ao final do recuo o ângulo deve ser em torno de 95º . Deve se observar a seguinte regra: quanto mais fechado se mantiver este ângulo, mais rapidamente poderão os braços mover-se para trás e para diante. As mãos, portanto ou ficam livremente encurvadas, ou conservam o polegar assentado com leveza sobre o indicador fletido. 1.6 A partida e a fase de aceleração Esta fase compreende os movimentos que se iniciam antes do disparo de partida e terminam depois de o corredor ter realizado a maior parte da aceleração. Os bons corredores atingem este ponto a uns 30 ou 40 m da partida. Depois desse ponto ainda é possível haver aceleração e todos aqueles que quiserem obter marcas de alto nível devem tentar conseguí-la. No entanto, a máxima aceleração é claramente obtida a uns 30 metros da partida; é este ponto que se considera como limite da fase de aceleração ( fig 17). Figura 17. Representação gráfica da curva de velocidade nos 100m (GUNDLACH In: SCHMOLINSKY,1982). Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 41. TITULO FOLHA 41 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 1.7 A partida agachada A partida agacha é usada em provas de corridas até os 400m. Graças a uma adequada colocação do centro de gravidade na posição de “pronto”o corredor fica em condições de reagir com atraso mínimo ao disparo de partida para iniciar a prova. Uma partida rápida e uma capacidade de aceleração decide muitas vezes o resultado de uma corrida de curta distância A velocidade de partida depende em grande parte da boa técnica , mas depende principalmente do nível de desenvolvimento atingido pelo atleta em força, capacidade de concentração e reação ao sinal de partida, bem como da sua disposição para a performance. Na moderna técnica de partida são utilizadas duas posições(fig.18): Engrupada Média Estas técnicas diferem em si pelas distâncias entre os blocos de apoio e pela distância destes à linha de partida. A partida em posição alongada embora ainda reconhecida é usada muito raramente. A posição média tem atualmente preferência em relação à agrupada, mas ao treinar principiantes recomenda-se que ambas sejam praticadas. Posição Engrupada Média Bloco Dianteiro Traseiro Dianteiro Traseiro Distância à linha (pés) 2 2,5 – 2,75 1,75 - 2 3 – 3,5 Figura 18. Representação gráfica dos blocos de apoio nas partidas engrupada e média Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 42. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 42 O ângulo de inclinação dos blocos devem assegurar uma boa impulsão, isto é , os blocos devem permitir que as plantas dos pés exerçam sobre eles toda a pressão . 1.8 A posição média de partida Estudos mostram que a posição média produza uma velocidade inicial ligeiramente maior do que a posição engrupada. Isso se deve à melhor distribuição do peso do corpo sobre os braços e pernas na posição de quatro apoio (“pronto”) ao ângulo das pernas e à maior eficácia da extensão dos membros inferiores. À ordem de “aos seus lugares” o corredor coloca-se na posição de cinco apoios, ou seja, agachada. Vai para frente dos blocos e Poe as mãos no chão como se fosse fazer uma elevação do tronco sobre os braços. Coloca um pé (da perna mais forte) no bloco de apoio dianteiro e o outro no bloco traseiro, deve-se tomar a precaução de tocar o solo só com as pontas dos pés e o bloco com a planta do pé. Em seguida pousa o joelho da perna traseira no solo, com as mãos separadas pela largura dos ombros, tocam o solo com os polegares e os indicadores imediatamente atrás da linha de partida. Esses dois dedos estarão afastados formando um V invertido, os braços estarão estendidos e o joelho dianteiro estará próximo deles. A postura da cabeça é descontraída, com os olhos enfrentando um ponto do solo próximo. Figura 19. Representação gráfica da posição de partida das corridas de velocidades com apoio(SCHMOLINSKY,1982) A posição inicial não tem especial influencia direta na partida, apenas serve para permitir ao corredor tomar uma boa posição de pronto. Nesta posição o corredor eleva seu quadril, levantando do solo o joelho da perna traseira. O peso do corpo fica assim distribuído de maneira uniforme pelos quatro pontos de apoio. Para uma alta velocidade de arranque são particularmente importantes os ângulos de ambas as pernas uns 90º no joelho dianteiro e uns 110º a 130º no joelho traseiro são adequados. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 43. TITULO FOLHA 43 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 1.9 O treino da técnica de corrida Os seres humanos aprendem desde pequenos a correr e, portanto ao contrário do que se verifica noutras disciplinas a’te as crianças da primeira classe possuem já grande experiência prática de corridas. Assim os exercícios de corridas devem, desde o inicio, dar a principal importância à conservação e aperfeiçoamento das aptidões existentes com base nos conhecimentos técnicos. 1.10 Os erros, suas causas e correções nas corridas de velocidades ERRO CAUSA ☺ CORREÇÃO ☺ ☺ insuficiente extensão da perna de impulso ( o corredor “senta-se”). má transmissão da força: a impulsão é demasiada apressada e não é suficiente forte trabalhar os movimentos do tornozelo no avanço; correr com saltos, correr com elevações . pés demasiados virados para fora forma defeituosa correr sobre uma demarcação traçada no solo, andar , trotar, correr devagar com os pés virados para dentro corrida saltada, com ondulação vertical acentuada a força de impulsão é dirigida demasiada para cima ☺ alongar a impulsão , pisando e marcações regularmente espaçadas, fazer exercícios de partida, aumentar a freqüência dos passos ☺ ☺ excessiva ampliação do balanço da perna condutora e assentamento do pé com toda a planta. Impulsão excessiva nessa perna correr de modo a fazer impacto sobre a polpa plantar tronco inclinado para trás músculos do tronco e da coxa mal desenvolvidos, provocando a fadiga elevação da coxa em plano inclinado, grandes elevações de joelhos em condições difíceis , exercícios para reforço dos músculos do tronco Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 44. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO ☺ 44 ineficácia dos movimentos dos braços (movimentos transversal, excessivo balanço para trás, encolher de ombros) excesso de movimentação dos ombros, pouca flexibilidade dos ombros praticar os movimentos corretos dos braços com passadas descontraídas ou de pernas afastadas, ou em marcha trotada Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 45. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 45 AULA 6 CORRIDAS DE MEIO FUNDO E FUNDO 1. Particularidades técnicas das corridas de fundo e meio fundo Nas provas de fundo e meio fundo a partida faz-se invariavelmente de pé. A técnica de este tipo de largada é menos complicada do que a partida agachada. À voz de “aos seus lugares” o corredor caminha até junto da linha de partida e toma uma posição de pés afastados no sentido longitudinal, descontraída. O corpo distribui o seu peso por ambas as pernas ou aplica-o desde logo na perna dianteira. À voz de “prontos” a flexão do joelho dianteiro é na maioria dos casos, aumentada e todos os corredores devem então apoiar todo o peso do corpo na dianteira. O tronco deve inclinar-se para frente. Técnica da corrida de fundo e meio fundo, o que mais importa considerar é a economia de energia. Todos os movimentos que desperdicem energias ou embaracem o corredor tem de ser eliminados por meio de uma técnica racional. A forma como o pé assenta no terreno varia em função do ritmo e do comprimento das passadas. Quanto maior dor a distância a percorrer, tanto mais plantar será o assentamento do pé. No meio fundo, o primeiro contato é realizado com o metatarso, mas logo em seguida toda a planta do pé é comprimida por breve instante pelo peso do corpo, contra o solo. A ligeira flexão joelho na fase de apoio dianteiro é neutralizada pela extensão da perna na fase de apoio traseiro. Durante a corrida o tronco do corredor tem pouca ou nenhuma inclinação para frente( 85º a 95º). Os braços auxiliam ritmicamente o movimento de avanço com flexão eficaz pelo cotovelo, não importando que se movam em rigoroso paralelismo com o corpo ou que inflectem ligeiramente para dentro pela frente dele e também não é errado envolver s ombros neste movimento. 2. Requisitos físicos e métodos para corridas de fundo e meio fundo As grandes prestações desportivas nas corridas de fundo e meio fundo dependem do nível de desenvolvimento das várias formas de resistência. Considerando a extensão dos percursos, a boa prestação competitiva depende de um alto nível das capacidades condicionais (forma física) e das capacidades de coordenação ( velocidade, força explosiva, flexibilidade,poder de descontração e agilidade). Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 46. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 46 A capacidade de descontração tem função muito significativa nas corridas de fundo e meio fundo. No decurso das acelerações intermediarias ou finais, ou durante os treinos, podem surgir situações em que um baixo nível destas qualidades impeça o atleta de utilizar todo o seu potencial competitivo apesar de ele se esforçar desesperadamente para o conseguir. Há ainda que considerar os fatores fisiológicos e morfológicos que podem influenciar favoravelmente para prestação desportiva nestas disciplinas: o funcionamento cardiorespiratório e o equilíbrio orgânico (proporções entre membros e o tronco, estatura, peso). 3. Resistência A eficiência exprimi-se pela relação pela relação entre velocidade e o tempo. A capacidade durante um período previamente determinado ou ao longo de uma distância de antemão estabelecida depende, portanto, da resistência. Quanto maior for esse tempo ou essa distância maior será a significação da resistência para o resultado final e maior será o decréscimo permissível para o resultado final(fig.20) Figura 20 . Representação gráfica do decréscimo individual da velocidade conforme o tempo de corrida e os diversos níveis de resistências ( SALTZIORSKI,VOLKOV,KULIK In: SCHMOLINSKY,1982). Há por exemplo estreitas relações entre o desenvolvimento de resistência para uma certa distância de corrida e para as distâncias imediatamente superior e inferior. Estas relações explicam que a eficiência de um Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 47. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 47 corredor na sua distância especifica dependa, como depende, das marcas por ele conseguidas nas distâncias imediatamente superior e inferior a essa. As pesquisas já efetuadas demonstram, que a resistência em grandes distâncias tem o maior efeito sobre todos os outros aspectos da resistência especifica da competição. O nível da resistência em curtas e médias distâncias é largamente influenciado pelo nível da resistência nas grandes distâncias. A razão é que o nível da resistência em grandes distâncias é função principalmente, da capacidade de resistência aeróbia, ou seja, com suficiente oxigênio para absorção dos nutrientes. Por meio dos treinos para suportar, durante períodos longos, cargas de baixa, média e alta intensidade, o atleta melhorará a sua capacidade máxima de absorção de oxigênio que é a base da eficácia.em todas as disciplinas de resistência os atletas desenvolvem a resistência de base por meio de treino especializado com esforço de duração prolongada. Velocidade A qualidade da corrida de médias e longas distâncias sofre também a influencia do nível de velocidade do atleta. De um modo geral designa-se o nível de velocidade de base indicando a velocidade máxima que ele pode alcançar numa distância de 30 a 80m.Por um questão de simplificação das coisas, a velocidade de base de um especialista de médias ou longas distÂncias é também determinada por meio do seu tempo nos 100m. De acordo com OZOLIN in SCHMOLINSKY (1982), um corredor de fundo ou meio fundo tem conveniência em possuir o que se chama uma reserva de velocidade. Quanto maior for a reserva de velocidade do corredor em relação à de um de seu oponente da mesma resistência, maior será sua probabilidade de êxito na aceleração terminal (final) das provas. A reserva de velocidade (Rv) caracteriza a diferença entre a média conseguida pelo atleta na distância padrão (isto é 100m) e a sua melhor marca na distância considerada. Rv = Td / n - Tpd Rv = Reserva de velocidade Td = tempo gasto para percorrer a distância considerada Tdp = Melhor tempo nos 100m n = quociente entre a distância considerada(percorrida) e a distancia padrão (100m) Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 48. TITULO FOLHA 48 MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO Exemplo 1 O atleta percorre os 800m num tempo de 1’46”00 ( 106 segundos), sabe-se que o melhor tempo deste atleta nos 100m é de 10”8 , a partir destas informações obtém o quociente igual a 8 . Desta forma o atleta apresenta uma reserva de velocidade igual a 2”4 segundos Rv = 106 / 8 – 10”08 Rv = 2”4 Exemplo 2 O atleta percorre os 800m num tempo de 1’46”00 ( 106 segundos), sabe-se que o melhor tempo deste atleta nos 100m é de 11”5 , a partir destas informações obtém o quociente igual a 8 . Desta forma o atleta apresenta uma reserva de velocidade igual a 1”7segundos Rv = 106 / 8 – 11”5 Rv = 1”7 As análises de maior Rv tem maior probabilidade de ganhar a aceleração final contra corredores da mesma resistência mas de menor Rv, visto que é mais fácil melhorar a resistência do que a velocidade, o corredor de maior Rv tem maior potencial. Ao preparar iniciantes deve-se dar principal importância ao desenvolvimento de um nível elevado da velocidade de base. A importância de um alto nível da velocidade de base para os corredores de fundo é posta em evidência pelo seguinte exemplo de calculo da Rv: Corredor td n tdp Rv A (5000m) 13’20” ( 800s) 50 11”8 4”2 B (5000m) 15’00” (900s) 50 11”8 6”2 C (5000m) 15’00” ( 900s) 50 13”8 4”2 Da comparação dos valores da Rv acima, podemos retirar as seguintes conclusões: o valor absoluto da Rv não da nenhuma indicação sobre a capacidade realizativa do atleta na sua distância especifica Um valor maior elevado da Rv em igualdade de condições quanto a marca obtida na distância especifica, revela a existência de reservas para melhoria dessa marca por meio da melhoria da resistência. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 49. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 49 Um atleta com maior Rv tem maior probabilidade de ganhar numa aceleração final contra opositores de marcas semelhantes a sua. Uma Rv Baixa juntamente com uma marca fraca na distância especifica, é sinal de um nível relativamente bom de resistência mas não mostra possibilidade de grande melhoramento enquanto o corredor não conseguir melhorar a velocidade de base O alto nível de velocidade de base nos 100m é importante para os corredores de fundo por esta simples razão : a vitória ou a derrota decidem-se cada vez nos últimos 400m. Os atributos físicos dos corredores de fundo e meio fundo são desenvolvidos por meio de treino geral ou especifico em conformidades com os objetivos de cada unidade de treino. O treino realizado orienta-se para uma ou outra das diversas componentes da resistência, conforme a distância especifica do atleta, que assim determina o número de corridas, os intervalos de recuperação, as atividades a praticar durante eles. Entre os meios especiais de treino contam-se todos os tipos de corrida continuada, corrida de ritmo, corrida com variação de ritmo, etc...(quadro 2) Para o aperfeiçoamento da resistência de base sugere-se o seguinte tipo de treino: esforços muito prolongados, por meio de corrida continuada, ou grande quantidade de corrida em tempos estabelecidos pelo método do trabalho intervalado. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 50. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 50 AULA 7 CORRIDAS COM BARREIRAS / OBSTÁCULOS 1. CORRIDA DOS 110m COM BARREIRAS A disciplina de barreiras mais difícil é a dos 110m masculino, apresentando no percurso as seguintes fases: a partida a aproximação à primeira barreira a passagem da barreira a corrida entre barreiras a corrida terminal até a meta 1.1. A partida e a aproximação à primeira barreira Até a primeira barreira o corredor tem de percorrer 13,72m. Nesta distância tão curta tem adquirir uma velocidade razoavelmente elevada. A boa velocidade até à passagem da primeira barreira é muito importante para um bom resultado atlético nesta disciplina, pois entre as barreiras não há grande possibilidade de a aumentar. A posição de partida e a posição propriamente dita não diferem muito das partidas das da corrida de velocidade.em principio o especialista de barreiras tem de colocar no bloco da frente o pé impulsor,d e modo a, ao cabo de oito passos pode transpor a primeira barreira. Para alcançar elevada velocidade na aproximação a esta barreira, não só tem de ser um bom corredor de velocidade como deve ser capaz de manter grande regularidade de passada. A maioria dos especialistas executa oito passadas para chegar a cerca de 2 metros da barreira. O comprimento da passada aumenta progressivamente até ao último desses passos, o qual será mais curto do que o anterior. Os atletas de maior estatura com boa capacidade de velocidade encontram dificuldade em fazer oito passos nos 13,72m e sentem-se melhor com sete passos. Os tempos obtidos nas primeira, segunda e terceira barreira decidirão se o corredor deve fazer a aproximação com sete ou oito passos. Se o número de passos de aproximação se modificar também se deve modificar correspondentemente a técnica da partida. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 51. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 51 Na partida para aproximação de sete passos o pé a colocar no bloco dianteiro é o pé de condução (ataque). Durante a aproximação, o corredor endireita o tronco, aos 6 a 10 metros estará na posição normal de corrida a fim de poder efetuar corretamente a passagem da primeira barreira. Na sua maioria os especialistas de barreira já estão olhando para a primeira barreira a seguir do segundo passo após a partida. 1.2. A passagem da barreira As barreiras devem ser passadas com rapidez e segurança. O primeiro requisito prévio é tomar a distância apropriada para atacar bem a barreira . Essa distância deve ser sempre suficiente grande (em média é de 1,90m a 2,20m) para que a perna condutora se estenda à frente e acima em linha reta. Uma distância muito pequena tem quase sempre o resultado de um salto sobre a barreira e se por outro lado for muito grande, há o risco de toque ou derrubada da barreira deve seguir-se suavemente às anteriores e isto, exige um bom nível de preparação e uma correta aproximação à barreira. 1.3. A ação da perna condutora (de ataque ou livre ) O movimento desta perna consiste no seu rápido balanço à frente e acima em direção ao bordo da barreira, seguido de ativo abaixamento da coxa logo a seguir ao instante da passagem a fim de assegurar boa chegada ao solo. Este movimento é de inicio, muito semelhante ao da corrida normal, mas para uma boa transposição da barreira, a subida da coxa e da perna tem de ser mais vigorosa. A coxa, portanto vai acima da posição horizontal. Inicialmente, enquanto a coxa sobre deste modo, a perna aponta quase verticalmente ao solo e só em seguida é projetada com força em direção do bordo da barreira. Este balanço forte no ataque tem como efeito uma breve mas completa extensão da articulação do joelho antes de o pé passar sobre a barreira. O movimento de descida inicia-se imediatamente, a perna é ligeiramente flexionada pelo joelho permitindo um impacto elástico do pé com o solo. O movimento de descida acelera-se por meio da ação da coxa para baixo assegurando-se um apoio ativo do pé para novo impulso de avanço. 1.4. Variante da ação da perna condutora Muitos corredores de barreiras não estendem a perna, mantendo-se flexionada pelo joelho. Se esta flexão dor pequena, não há desvantagem técnica; mas se for acentuada impedirá a inclinação do tronco à frente e a trajetória do centro de gravidade não será a mais econômica. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 52. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 52 Uma vez flexão excessiva é na maioria das vezes resultado de lentidão no balanço da perna ou falta de flexibilidade no quadril. 1.5. Ação da perna impulsora Para passar corretamente a barreira a perna traseira tem de ser afastada do corpo. Este movimento para ser bem executado, exige grande mobilidade do quadril. A principal função da perna impulsora consiste em executar, sem perda de tempo a primeira passada a seguir à transposição da barreira. Depois do vigoroso impulso para a passagem da barreira, a perna impulsora tem uma fase de descontração, isto é, balança um pouco acima e atrás descontraidamente, e a respectiva coxa só inicia um avanço ativo quando o pé da outra perna passa pelo bordo da barreira. O ritmo correto desta fase de descontração é decisivo para uma boa coordenação dos movimentos das pernas do corredor.O vigoroso lançamento do membro inferior de condução para frente e para cima e o atraso inicial da perna impulsora na fase de descontração asseguram um afastamento amplo de ambas as pernas. Esta fase implica forte extensão muscular(músculos da pélvis) e favorece uma rápida tração da perna traseira. O afastamento lateral da coxa e do pé começa na fase de descontração e termina exatamente à passagem pelo bordo da barreira. A coxa é então afastada para o lado quase em ângulo reto e a perna aponta horizontalmente para trás. O movimento seguinte é de condução da coxa, ligeiramente virada para cima por sobre a barreira. No momento em que o pé condutor assenta no solo, o movimento da perna traseira não esta ainda concluído , pois a coxa e a perna estão ainda flexionadas para fora e não se encontram na direção da corrida. Nesta fase a coxa aproximadamente horizontal. A perna avançará para o passo seguinte à transposição da barreira no momento em que o joelho apontar na direção da corrrida. Se iniciarem esta puxada demasiadamente cedo, a perna traseira chegará adiante, à direção da corrida muito depressa provocando um tempo morto que obrigará a travar a perna e a interromper o avanço do corpo, pois o pé dianteiro não terá ainda alcançado o solo. Por outro lado, um atraso na puxada da perna traseira ocasiona, em geral o toque ou mesmo o derrube da barreira com o joelho ou o tornozelo. 1.6. Ação dos braços Os movimentos típicos dos braços na corrida são também executados durante a passagem da barreira, mas tem funções suplementares às normais. Por exemplo, tem de contribuir em maior grau para o lado oposto ao da perna condutora tem, ainda por cima de auxiliar a adequada inclinação do tronco. Responsável Prof. João Francisco Moreti
  • 53. TITULO FOLHA MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO : ATLETISMO 53 Se durante a aproximação à barreira, a perna condutora é lançada para diante, o braço oposto vai à frente ao mesmo tempo. Sugerimos que a mão seja levada perto do pé, o que ajuda a inclinação do tronco. Quando a perna traseira vem à frente o braço do mesmo lado recua a contrabalançar. Ou é totalmente estendido ou flexiona pelo cotovelo. Não interessa se este movimento é executado de um modo ou de outro, desde que o eixo dos ombros se mantenham frontal e que o braço não recue com demasiado vigor. Depois do contato com o solo os braços dão assistência ao passo de avanço. 1.7. Variação da ação de braços Uma variante corrente é a ação dupla. Durante o último passo antes da passagem o mais tardar, o corredor lança ambos os braços à frente na direção da barreira. Este movimento amplo dos braços leva o centro de gravidade a uma posição favorável para a transposição da barreira , mas esta variante raramente se encontra em corredores de elevada categoria, pois durante um breve instante cria uma situação de passo travado que não favorece a regularidade rítmica da corrida. 1.8. Posição do tronco Os corredores de barreiras tecnicamente desenvolvidos mantém baixo o centro de gravidade ao transpor o centro de gravidade ao transpor a barreira. Conseguem-no por adequada mudança de posição dos membros inferiores e dos superiores em relação ao centro de gravidade. Visto que depois da impulsão, é imutável a trajetória do centro de gravidade, todos os movimentos realizados na fase de suspensão são servem para equilibrar o corpo. A inclinação à frente do tronco provoca, automaticamente a elevação da bacia e da perna traseira. A inclinação do tronco começa logo na aproximação, a fim de assegurar que o 6angulo de impulsão não seja excessivo. A maioria dos bons atletas reforça esta inclinação do tronco baixando ainda mais o corpo antes de passar sobre a barreira. 1.9. Comprimento da passada de transposição Os atletas com boas qualidades de corrida e em boa forma procuram encurtar o tempo de transposição das barreiras. Já que por motivos técnicos, é impossível encurtar a distância de aproximação , só se pode ganhar tempo com o assentamento ativo da perna dianteira. Esta economia de tempo é equivalente a um encurtamento da distância de contato a seguir à barreira e a um relativo aumento da distância entre esse apoio e a barreira seguinte. No entanto a elevada freqüência das passadas entre as barreiras é de base das boas realizações atléticas nesta disciplina. Em geral a passada de transposição é de uns 3,5m dos quais 2,10m(60%) correspondem a pista antes da barreira e 1,40m(40%) após a barreira. Responsável Prof. João Francisco Moreti