Breve história da filosofia ocidental em quatro períodos: Antiguidade, Idade Média, Modernidade e Idade Contemporânea.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta graduado em Psicologia, licenciado em Filosofia, pós-graduado em Ensino de Filosofia.
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História da Filosofia em Períodos
1. História da
FILOSOFIA
A Filosofia Ocidental em períodos
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta graduado
em Psicologia, licenciado em Filosofia,
pós-graduado em Ensino de Filosofia.
2. O que é Filosofia?
A Filosofia é um questionamento sobre o mundo, sobre as coisas do mundo, as
pessoas e nós mesmos. Por que as coisas são como são, ou como parecem ser?
O que leva as pessoas a fazerem o que fazem e como fazem?
Além de questionamento, a filosofia é também uma ação, pois quando nos
questionamos, percebemos novas possibilidades de entender o mundo, os
seres e as coisas, passamos a agir de uma maneira diferente. O ato de filosofar
é uma ação de refletir sobre as coisas como nos aparentam ser, para repensar
sobre elas e a encontrando novos caminhos e diferentes compreensões.
Bruno Carrasco.
3. Divisão dos
Períodos
Históricos
A divisão histórica usada nesta
apresentação é a mais
comumente utilizada pela
grande parte dos historiadores.
Filosofia Antiga
(século VII a.C. - V d.C.)
Filosofia Medieval
(século V - XV)
Filosofia Moderna
(século XVI - XVIII)
Filosofia Contemporânea
(século XIX - atual)
4. Filosofia Antiga
Do surgimento das cidades na Grécia
Antiga até a queda do Império Romano.
Século VII a.C. ao século V d.C.
5. Filosofia Antiga - Contexto Histórico
● Antiguidade clássica;
● Surgimento das Pólis (cidades);
● Desenvolvimento das grandes civilizações;
● Sociedades escravistas;
● Politeísmo;
● Democracia em Atenas, na Grécia;
● Surgimento da filosofia nas cidades gregas;
● República de Roma;
● Nascimento de Jesus Cristo;
● Invasões Bárbaras.
(séc. VII a.C. ao séc. V d.C.)
6. ● Mitologia: narrativas transmitidas oralmente sobre surgimento do mundo e seres;
● Pré-Socráticos: estudo da natureza (physis), suas mudanças e transformações;
● Sofistas: relações humanas, discurso, relatividade e argumentação;
● Sócrates: questões éticas, valores morais, dialética socrática, maiêutica;
● Platão: diferença entre mundo sensível e mundo das ideias, busca de verdades;
● Aristóteles: metafísica, lógica, ato e potência, teoria das quatro causas;
● Cinismo: desprezo pelos valores da sociedade, viver de acordo com a natureza;
● Estoicismo: anulação das paixões e dos prazeres para evitar o sofrimento;
● Epicurismo: busca de prazeres moderados como meio de evitar as dores;
● Ceticismo: coloca em dúvida todas as teorias, questionamento generalizado;
● Ecletismo: entende que a verdade não se limita a apenas um sistema filosófico.
Filosofia Antiga - Correntes Filosóficas
(séc. VII a.C. ao séc. V d.C.)
7. Filosofia Antiga - Características
● Explicação da origem do mundo e das transformações por meio dos mitos;
● Tentativa de compreender a realidade sem o uso das histórias míticas;
● A Filosofia Antiga é caracterizada pela diversidade de concepções;
● No início da filosofia não há uma primazia da razão mas das experiências;
● Experiências sensoriais, reflexões e da geometria como estudo da natureza;
● Diversidades de concepções sobre o mundo, os seres e as transformações;
● Início do uso da razão e da lógica como meio de entender a realidade;
● Conceitualização da filosofia como atividade racional para alcançar verdades;
● Separação do mundo real e do mundo ideal, sendo o ideal como verdadeiro;
● Desvalorização das experiências sensoriais e da percepção individual.
(séc. VII a.C. ao séc. V d.C.)
8. Filosofia Antiga - Filósofos
● Tales de Mileto (624-546 a.C.)
● Pitágoras de Samos (580-500 a.C.)
● Heráclito de Éfeso (535-475 a.C.)
● Anaxágoras (500-428 a.C.)
● Protágoras de Abdera (480-410 a.C.)
● Sócrates (469-399 a.C.)
● Demócrito de Abdera (460-360 a.C.)
● Platão (427-347 a.C.)
● Aristóteles (384-322 a.C.)
● Pirro de Elis (360-270 a.C.)
● Epicuro de Samos (341-270 a.C.)
● Zenão de Cítio (336-264 a.C.)
(séc. VII a.C. ao séc. V d.C.)
9. Da queda do Império Romano no ocidente
até a queda de Constantinopla.
Filosofia Medieval
Século V ao século XV
10. Filosofia Medieval - Contexto Histórico
● Igreja Católica: desenvolvimento e ascensão do catolicismo no ocidente;
● Teologia: a crença na fé passa a ser tida como o caminho para a verdade;
● Cristianismo: o cristianismo vai se propagando a muitos povos e locais;
● Feudalismo: organização social dividida em rei, clero, nobreza e servos.
● Sociedade Hierárquica: divisão social e econômica de forma hierarquizada;
● Conflitos: período de guerras, conflitos, fome e epidemias;
● Cruzadas: movimentos militares de inspiração cristã para a terra santa;
● Inquisição: grupo de cristão para combater todo tipo de heresia;
● Cavalaria Medieval: instituição de cavaleiros nobres disponíveis para lutar;
● Surgimento da Burguesia: início do desenvolvimento comercial no séc. XI;
(séc. V ao séc. XV)
11. Filosofia Medieval - Correntes Filosóficas
● Neoplatonismo: síntese da filosofia de Platão com elementos místicos;
● Pensamento Cristão: crença num único e Deus, a Bíblia é a fonte de verdade;
● Patrística: ideais dos padres da Igreja Católica que defendem o cristianismo;
● Escolástica: sistematização do cristianismo pela interpretação de Aristóteles;
● Realismo: as ideias e essências universais existem na mente divina;
● Nominalismo: as essências não existem em si mesmos, são apenas convenções;
● Conceitualismo: os universais são conceitos que existem somente no espírito;
● Realismo moderado: realidades singulares se assemelham na abstração universal;
● Escolástica tomista: harmonia entre o aristotelismo e a tradição do cristianismo.
(séc. V ao séc. XV)
12. Filosofia Medieval - Características
● Influências da Filosofia Clássica (Platão e Aristóteles);
● Tentativa de estabelecer união entre a razão e a fé;
● Crença numa única verdade, que é a fé do catolicismo;
● O conhecimento filosófico não pode contrariar os preceitos da Igreja;
● Crença num único criador do mundo e na imortalidade da alma;
● Concepção racional das “verdades” da fé religiosa;
● Supremacia do espírito sobre o corpo, desprezo do corpo;
● Aquele que deixa o corpo governar a alma é tido como pecador;
● A liberdade era vista como harmonia das ações com a vontade de Deus;
● É preciso crer para compreender, por conta do peso da fé sobre a razão;
● A filosofia se mantêm somente confinada nos mosteiros.
(séc. V ao séc. XV)
13. Filosofia Medieval - Filósofos
● Santo Ambrósio (340-397)
● Santo Agostinho (354-430)
● Avicena (980-1037)
● Pedro Abelardo (1079-1142)
● Santo Anselmo (1033-1109)
● Averróis (1126-1198)
● São Tomás de Aquino (1225-1274)
● Alberto Magno (1196-1280)
● Rogério Bacon (1214-1294)
● Guilherme de Ockham (1285-1347)
● João Duns Escoto (1266-1308)
(séc. V ao séc. XV)
14. Da queda de Constantinopla até a
Revolução Francesa.
Filosofia Moderna
Século XVI ao século XVIII
15. Filosofia Moderna - Contexto Histórico
● Antropocentrismo: o homem passa a ser visto como o centro do universo;
● Renascimento Cultural: retorno à sabedoria clássica dos gregos;
● Reforma Protestante: protesto contra diversos pontos da doutrina Católica;
● Surgimento da imprensa: criação de um veículo de comunicação coletivo;
● Absolutismo: teoria política onde uma pessoa detém o poder absoluto;
● Desenvolvimento do comércio: ampliação das relações comerciais;
● Grandes Navegações: encontro do novo mundo, o continente americano;
● Produções Artísticas: tendo como referência às artes greco-romanas.
(séc. XVI ao séc. XVII)
16. Filosofia Moderna - Correntes Filosóficas
● Dualismo: entende o ser humano dividido entre pensamento e corpo;
● Idealismo: prioriza o ser pensante e o pensamento em oposição à matéria;
● Racionalismo: a razão como princípio e único meio de alcançar as verdades;
● Método Cartesiano: a verdade segue a evidência, análise, síntese e enumeração;
● Empirismo: o conhecimento se origina da experiência sensorial, e não pela razão;
● Criticismo: questionamento sobre a legitimidade de nossos conhecimentos;
● Iluminismo: razão como caminho para a liberdade e felicidade, contrário à fé;
● Humanismo: valorização do ser humano como um ser “naturalmente bom”;
● Liberalismo: defesa da liberdade individual e econômica.
(séc. XVI ao séc. XVII)
17. ● Valorização da razão e de seu uso como meio de alcançar as verdades;
● Busca pela ordem, controle e previsão dos conhecimentos adquiridos;
● Criação de um método científico rigoroso por meio de medições;
● Entendimento que mente e corpo são substâncias diferentes e separadas;
● Busca por valores e saberes absolutos, universais e generalistas;
● Propostas totalizantes, que abrangem todas as áreas do conhecimento;
● Explicação mecânica e matemática do universo e dos seres;
● Crença da neutralidade do observador ao observar os fatos;
● Olhar objetivo, evitando e suprimindo a intuição e a subjetividade;
● Teoria heliocêntrica: a terra não é mais o centro do universo;
● Surgimento do sujeito do conhecimento.
Filosofia Moderna - Características
(séc. XVI ao séc. XVII)
18. Filosofia Moderna - Filósofos
● Nicolau Maquiavel (Itália, 1469-1527)
● Francis Bacon (Inglaterra, 1561-1626);
● Galileu Galilei (Itália, 1564-1642);
● René Descartes (França, 1596-1650);
● Blaise Pascal (França, 1623-1662);
● John Locke (Inglaterra, 1632-1704);
● Baruch Espinoza (Amsterdã, 1632-1677)
● Isaac Newton (Inglaterra, 1643-1727)
● David Hume (Inglaterra, 1711-1776);
● Jean-Jacques Rousseau (Suíça, 1712-1778)
● Immanuel Kant (Alemanha, 1724-1804);
● George W. F. Hegel (Alemanha, 1770-1831);
(séc. XVI ao séc. XVII)
19. Da Revolução Francesa até os dias de
hoje.
Filosofia
Contemporânea
Século XIX aos dias atuais
20. Filosofia Contemporânea - Contexto
● Revolução Francesa: ideais de liberdade, igualdade e fraternidade;
● Revolução Industrial: trabalho assalariado com o uso de máquinas.
● Independências na América: os países da América deixam de ser colônias;
● Capitalismo: liberdade de comércio, exploração do trabalho humano;
● Inovações Tecnológicas: locomotiva elétrica, motor gasolina, avião, telefone, etc.
● Romantismo: movimento cultural, artístico e filosófico que valoriza a subjetividade;
● Guerras Mundiais: primeira e segunda guerras mundiais que assolaram o mundo;
● Nazismo, Fascismo, Socialismo: diferentes ideologias político-econômicas;
● Conflitos ideológicos: conflitos entre tendências ideológicas direita e esquerda;
● Filosofia e arte pós-moderna: questionamentos sobre o projeto da modernidade;
● Revolução na Informática: desenvolvimento das ciências da informação.
(séc. XIX à atualidade)
21. Filosofia Contemporânea - Correntes
● Positivismo: crença no conhecimento científico como única fonte de verdade;
● Marxismo: análise socioeconômica por meio das relações de classe e história;
● Existencialismo: questões sobre a existência humana, liberdade e singularidades;
● Fenomenologia: método de conhecimento por meio da análise dos fenômenos;
● Anarquismo, Socialismo, Comunismo: ideais políticos contrários ao capitalismo;
● Filosofia Analítica: análise da linguagem, do sentido das palavras e expressões;
● Pragmatismo: avaliação dos fenômenos apenas por seus aspectos utilitários;
● Estruturalismo: entendimento da realidade a partir de um sistema elementar;
● Escola de Frankfurt: teoria crítica sobre a sociedade com influências de K. Marx;
● Arqueogenealogia: análise dos saberes e dos discursos sobre a “verdade”;
● Desconstrucionismo: questionamento das “verdades” do pensamento ocidental.
(séc. XIX à atualidade)
22. Filosofia Contemporânea - Características
● Não há mais valores absolutos nem uma única verdade absoluta;
● Compreensão da pluralidade cultural e respeito às diferenças;
● Valorização da experiência pessoal de cada um;
● Rejeição de uma concepção única da realidade, a realidade é múltipla;
● Não aceita o uso de poder por meio de uma suposta “razão”;
● Coexistem diferentes interpretações sobre a realidade e os fenômenos;
● Descrença na ciência para resolver os problemas da humanidade;
● Percepção que não há como confiar apenas na razão;
● Reflexão sobre as tecnologias, se promovem desenvolvimento ou desumanização;
● Desenvolvimento das Ciências Humanas e Sociais;
● A falta de referências e a crise da subjetividade privada.
(séc. XIX à atualidade)
23. Filosofia Contemporânea - Filósofos
● Arthur Schopenhauer (Alemanha, 1788-1860)
● Sören Kierkegaard (Dinamarca, 1813-1855)
● Karl Marx (Alemanha, 1818-1883)
● Friedrich Nietzsche (Alemanha, 1844-1900)
● Ludwig Wittgenstein (Áustria, 1889-1951)
● Martin Heidegger (Alemanha, 1889-1976)
● Theodor Adorno (Alemanha, 1903-1969)
● Jean-Paul Sartre (França, 1905-1980)
● Gilles Deleuze (França, 1925-1995)
● Michel Foucault (França, 1926-1984)
● Jacques Derrida (Argélia, 1930-2004)
● Jürgen Habermas (Alemanha, 1929-)
(séc. XIX à atualidade)
24. “Quer entender o mundo atual, estude a história.
Quer compreender o desenvolvimento do
conhecimento humano, estude a filosofia.”
25. Referências Bibliográficas
Filosofando: Introdução à Filosofia. Aranha, Martins. São Paulo: Moderna, 2009.
Fundamentos da Filosofia. Fernandes, Cotrim. São Paulo: Saraiva, 2013.
Dicionário Básico de Filosofia. Japiassú, Marcondes. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
Curso de Filosofia. Antonio Rezende. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
Convite à Filosofia. Marilena Chauí. São Paulo: Ática, 2000.
Uma Breve História da Filosofia. Nigel Warburton. Porto Alegre: L&PM, 2012.
História da Filosofia. Bernadette Siqueira Abrão. Nova Cultural, 1999.
26. por Bruno Carrasco
Psicoterapeuta existencial e professor. Graduado em Psicologia, licenciado em Filosofia
e Pedagogia, pós-graduado em Ensino de Filosofia e Psicologia Existencial Humanista e
Fenomenológica, possui especialização em Psicoterapia Fenomenológico-Existencial.
Em seu trabalho busca valorizar cada pessoa em seu modo de ser singular, colaborando
para lidar com suas dificuldades e ampliar suas possibilidades de escolha perante a
vida. Acredita na liberdade de fazer escolhas saudáveis e refazer os rumos de nossa
vida, potencializando nossa existência.
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27. ex-isto
Ex-isto é um projeto dedicado ao estudo e pesquisa sobre o existencialismo e suas
relações com a psicologia, filosofia, psicoterapia, fenomenologia, literatura e artes,
iniciado no final de 2016.
Tem como intuito oferecer conteúdos que facilitem a compreensão sobre os temas
pesquisados, por meio de textos, vídeos, cursos ou livros, optando por utilizar uma
linguagem acessível, de modo a promover reflexões sobre a subjetividade, a condição
humana e suas possibilidades.
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