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Os movimentos e os artistas do design gráfico Da arte gráfica ao design: 1890 a 1914  O pôster, como design gráfico litográfico ascendente do final do século XIX, introduziu uma integração da produção artística e in- dustrial e uma nova estética persuasiva promocional de imagens ilustrativas coloridas, econômicas e simplificadas, objetivada a atrair compradores e público para os produtos e o entretenimento. Uma única figura solitária e o texto mínimo era a combinação básica mais utilizada de palavra e imagem dos pôsteres produzi- dos na Europa e nos Estados Unidos na virada do século 20. O uso da metáfora visual era raro. A estética passou a ser a maior preocupação do artista. Tamanho era o seu culto, que o pôster ad- quiriu respeitabilidade cultural em Paris. A liberdade estética e a ousadia criativa de suas peças inovaram as técnicas de produção e reprodução gráfica.
Antes da litografia, os pôsteres eram impressos por tipografia, como os livros, com tinta preta e ocasionais ilustrações xilográficas. Era o tipógrafo que escolhia e combinava os tipos, geralmente de modo que preenchesse a folha impressa.  Agora, os artistas pintavam designs de pôsteres, que eram transferidos à mão para a superfície plana das pedras litográficas, uma técnica que sobreviveu até anos depois da Segunda Guerra Mundial.
Litografia : processo de gravação sobre pedra porosa
A integração da produção artística e industrial é exemplificada na carreira de Jules Chéret. Filho de um tipógrafo e aprendiz de litógrafo em Paris, Chéret viajou a Londres para estudar as técnicas mais recentes. De volta à Paris, em 1860, desenvolveu um sistema de impressão de três ou quatro cores:  desenho em preto sobre fundo de cores esmaecidas e dégradées.
O estilo de Chéret amadureceu no final da década de 1880, sendo logo adotado por outros artistas, particularmente por Pierre Bonnard e pelo mais  conhecido de todos, Henri de Toulouse-Lautrec. Os contornos firmes e as cores uniformes (dos traços-chave de Chéret), refletiam a paixão do artista pelas xilogravuras dos japoneses, cujos trabalhos exerceram uma influência dominante na estética daquele período. Aristide Bruant dans son cabaret de Lautrec
Com a expansão desse estilo decorativo Art Nouveau, toda a área do pôster  tornou-se parte de uma superfície texturizada.  Os artistas que moravam fora da França, e que consideravam Paris a capital artística do mundo, olhavam para os pôsteres parisienses cheio de admiração. Todavia, a cidade que produziu o maior número de obras significativas foi Milão. A origininalidade de seus pôsteres chegou a desafiar Paris. O mais conhecido e influente artista milanês foi Leonetto Cappiello, cuja longa carreira em Paris resultou numa prodigiosa produção de mais de três mil pôsteres. Cognac Albert Robin, de Leonetto Cappiello
O design de pôsteres italiano foi liderado por Adolfo Hohenstein, que começou sua carreira em Milão, e aposentou-se na Alemanha, como pintor, em 1906. Ele e seus colegas, especialmente Leopoldo Metlicovitz e Marcello Dudovich, posicionavam figuras tridimensionais e realistas, homens ou mulheres frequentemente despidos, contra um fundo estilizado, segundo os costumes do final do século XIX. Fiammiferi senza fosforo, de Adolfo Hohenstein
O uso da metáfora visual, em que um objeto é identificado com uma idéia, era  muito comum nas charges políticas. Nos pôsteres seu uso era mais raro, mas foi muito bem empregado num dos designs mais influentes, e de maior impacto, já criados. Esse design foi um pôster em duas cores para um semanário satírico alemão chamado Simplicissimus. Foi criado por um dos ilustradores da revista, Thomas Theodor Heine. Um cão vermelho sobre um fundo negro fita o leitor. Uma parte da coleira quebrada prende o animal; o outro pedaço está preso no chão sob sua pata esquerda. O branco dos olhos do cão, os dentes projetando-se do maxilar inferior e as duas metades da corrente aparecem realçados em branco, assim como a única palavra no cartaz, "Simplicissimus". O uso do branco, o papel não impresso, a luz saindo da escuridão tornaram-se recursos tradicionalmente adotados para ampliar as possibilidades gráficas dos designers.
 
Num esforço para repensar o papel da arte numa sociedade industrializada como a da Grã-Bretanha, William Morris e outros deram ênfase ao trabalho artesanal, inspirando-se em modelos renascentistas e em designs ainda mais antigos e vigorosos. Os artistas de pôster desse período demonstraram a liberdade estética e a ousadia criativa que se seguem ao primeiro contato com uma inovação técnica na área da produção e reprodução gráficas. Quando os artistas, em vez de utilizar caracteres tipográficos, desevenham eles mesmos as letras dos textos, e quando se responsabilizavam por cada elemento no design que ser reproduzido pela máquina, estavam praticando aquilo que mais tarde ficou conhecido como design gráfico.
Tipografia de Bauhaus Os livros de Bauhaus, criados em sua maior parte por Laszlo Moholy-Nagy, exibem uma grande variedade de designs tipográficos. Todos eles empregam os elementos típicos daquilo que ficou conhecido como Tipografia Bauhaus - tipos sem serifa, numerais grandes e "barras" horizontais e verticais (cuja função é, às vezes, enfatizar a informação, e outras, decorar).
O começo do design na europa No final do período vitoriano surge um novo interesse: a produção de livros,os trabalhos gráficos que vieram a ser os mais admirados da Eu- ropa. A criação desse hábito de leitura aumentou, conseqüentemente, a circulação de jornais. Fato publicamente observado nos cafés vienenses, onde profissionais de todos os tipos se reuniam para discutir e disseminar novas idéias.  Pôsteres e informações sobre escolas e movimentos de design eram comumente publicados, despertando o interesse, também, do público.
Pôster:  The Glasgow Institute of the Fine Arts,  de Herbert McNair, Mary MacDonald, Frances MacDonald
Demoraria ainda muitos anos até que a profissão de designer gráfico viesse a ser estabelecida. Questionamentos nesse sentido estavam acontecendo na Alemanha e, posteriormente, esse desejo foi expresso pelos futuristas na Itália e pelos construtivistas na Rússia. Design, naquela época, era feito, basicamente, por artistas-designers que passaram a manifestar uma postura mais criativa em relação ao design, afastando-se dos estilos históricos ao absorver lições da Escola de Artes e Ofícios e da tendência estética vienense: ecletismo internacional, linguagem rica em formas de expressão, decoração assimétrica, estilização de letras, obsessão pelo motivo quadriculado. Como pode-se notar na imagem abaixo: Página de rosto da revista mensal Ver Sacrum.
Uma tradição de interesse em design por parte das grandes empresas foi iniciada. Data daí o surgimento do pôster-objeto comercial, composto apenas pelo objeto a ser anunciado e pela marca do produto e destinado ao anuncio desses bens de consumo. O entusiasmo por novas técnicas prenunciaram os movimentos de vanguarda que se seguiram à I Guerra Mundial. Pôster da empresa  Steinway & sons
Guerra e propaganda (de 1914 a 1920) Considerável era a importância do design gráfico na I Guerra Mundial. Diagramas, ilustrações, legendas, símbolos, signos e os pôsteres patriotas permitiam identificar as unidades, propagar as informações e incentivar os cidadãos a participar da guerra. Os pôsteres de 1914 à 1918 marcaram um momento decisivo na história do design. Montagens fotográficas se tornaram um novo, importante e expressivo recurso de comunicação. O primeiro empurrão pós-guerra no desenvolvimento do design gráfico foi dado pelos movimentos de vanguarda.
Pôsteres de incentivo a participação na guerra
A vanguarda e as origens do modernismo  na Europa (de 1914 a 1940) O início do século XX foi marcado por uma série de eventos que alteraram toda a sociedade ocidental. A Europa foi sacudida pela I Guerra Mundial e convulsionada por agitações políticas. A mecanização dos meios de produção e os vários e significativos movimentos artísticos atemporais alteraram profundamente o futuro do planejamento gráfico. Essas transformações proporcionaram  novas formas de olhar o mundo e aberturas ao design, ampliando os seus estilos. Entre o período renascentista e o século XX, a arte sempre buscou a sua estética realista. O modernismo veio, junto com o surgimento da fotografia, para libertá-la da retórica do ilusionismo realista. A partir daí, a arte rebelou-se contra o tradicional, o clássico. Moderna, começou a possibilitar novas tendências, rejeitando o passado, as regras, a dependência. O artista, sempre insatisfeito com o presente, buscava, incessantemente, novas interpretações da realidade, novas formas de expressão artística, tanto na linguagem como na composição.
De inicio, evitou-se ir longe demais para não chocar, embora tenha ido longe o suficiente para abrir os olhos das pessoas. Mas chocar, além de abrir os olhos das pessoas, era o principal objetivo do Futurismo de Marinetti.  Fascinados pela tecnologia e pela imagem da modernidade, extasiados com a potência e velocidade das novas tecnologiasmecânicas e elétricas e comuma visão dinâmica do futuro, os futuristas incorporaram elementos da produção industrial e cultuam a caótica mistura de seus ruídos, odores,  movimentos, porcas e parafusos. O futurismo com seu modernismo agressivo neoclassicista não só rompeu com o layout simétrico e tradicional, como abriu caminho para as inovações tipográficas dadaístas e o experimentalismo russo. ,[object Object],“ De noite, na cama, ela relê a carta de seu artilheiro na frente de batalha”, 1919.
Alguns artistas passaram a valorizar a percepção rápida, efêmera, fugaz, e a utilizar vastas manchas de cores, em detrimento da perspectiva e dos volumes definidos (impressionismo). A liberdade de pensamento, exatidão, perfeição aristotélica abstrata em figuras abstratas, a assimetria, a estilização, a geometrização das formas naturais, o decorativo, ornamental e o ritmado (Art Nouveau). Outros, o prazer da transgressão estética, libertando os impulsos subconscientes reprimidos através de manifestações cromáticas selvagens (fauvismo). Depero Futurista, capa do livro em metal, por Fortunato Depero
A nova arte direcionava-se gradualmente à abstração, a transgressão máxima ao realismo, ultrapassava todos os limites do que é tradição, do que é conservador, valorizava e chocava com o banal. Colagens, superposição de imagens fotomontadas que tentam reconstruir a realidade segundo parâmetros científicos e matemáticos (suprematismo e construtivismo dos revolucionários russos). A fotografia, os aspectos visuais e funcionais do uso das letras, palavras e sistemas de comunicação de idéias de El Lissitzky. Nos anos que se seguiram à revolução russa de 1917, o design gráfico se desenvolveu a tal ponto que, juntamente com o cinema, tornou-se um veiculo de comunicação de massa. Nessa mesma atmosfera de revolução, inserida numa sociedade semi-analfabeta, palavras e imagens tornaram-se o agente da revolução. Dando as costas a uma tradição visual e ao passado, os revolucionários fizeram das praças suas paletas, das ruas russas, seus pincéis.
Pôsteres prenunciavam o amadurecimento do design soviético. Gritavam, através de slogans visuais e alegorias políticas, os contrastes entre o passado e o presente, os inimigos e os aliados, o imperialismo e a luta operária, as nuances em vermelho, a cor simbólica da revolução. Edito sobre uso de barbas, gravura  lubok , século XVII
“ Morte ao imperialismo mundial”, pôster, 1919. Dimitri Moor
“ Camponês, se você não quer alimentar o proprietário de terra, alimente a frente de batalha...”, pôster da Rosta, Petrogrado, 1920, Vladimir Lebedev.
Variadas técnicas de impressão e reprodução, dobras e cortes inusitados, efeitos cinematográficos e dinâmicos, por exemplo, poderiam ser encontrados na revista USSR em construção o destaque em realização do design gráfico soviético. Publicada em quatro línguas, por mais de 10 anos, a revista empregava os melhores fotógrafos, designers e jornalistas da época. Layout da revista “URSS em Construção” Até que Stalin reprimisse o vigor vanguardista, o design revolucionário russo, aos olhos do Ocidente, cumpria seu papel na sociedade.
Ao contrário da sociedade européia, o design gráfico não foi marcado pelos ferimentos da I GuerraMundial. Nunca se aprimorou tanto técnicas em pôsteres, letreiros, folhetos publicitários, catálogos de peças e feiras industriais num ambiente de desemprego, caos político e inflação como nessa época. O expressionismo e o dadaísmo se tornaram os movimentos artísticos preeminentes ao final da guerra. Os designs produzidos por artistas expressionistas caracterizavam-se por exageradas ilustrações agressivas, violentos contrastes e tipografias livremente desenhadas. E foi exatamente o dadaísmo de Tristan Tzara, com sua arte (ir)racionalmente ilógica e caótica que continuaram a revolução artista e social no uso de palavras e imagens. Devido à variação tipográfica, o designer passou a trabalhar longe do processo industrial quase artesanal, tomando agora suas próprias decisões gráficas.
A Holanda junto com a Alemanha e a União Soviética se encontravam na frente da corrida evolutiva do design gráfico. A geometria impregnava o design holândês. Eles acreditavam que ela, junto com a matemática, não era apenas útil na criação da forma artística, mas absolutamente necessária.  Emblema da capa da revista De Stijj
Algumas composições da De Stijl continham textos correndo ao longo da borda do papel nos sentidos vertical e horizontal, obrigando o leitor a girar a folha para poder ler o que estava escrito. Recurso muito usado, hoje, em impressos com perfil pós-modernista. As influências das idéias construtivistas de diagonal sobre os designs de De Stijl substituíram quadrados e retângulos por ângulos e círculos. As fotomontagens permitiam-lhes unir textos e imagens. Mas, ao mesmo tempo que os holandeses absorveram muitas das idéias alemãs e russas, o impacto das suas próprias idéias sobre trabalhos gráficos foi grande e instantâneo.
Trabalho idealizado por Bruno R. Morgana Maurício Rafael Tiago

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Design

  • 1. Os movimentos e os artistas do design gráfico Da arte gráfica ao design: 1890 a 1914 O pôster, como design gráfico litográfico ascendente do final do século XIX, introduziu uma integração da produção artística e in- dustrial e uma nova estética persuasiva promocional de imagens ilustrativas coloridas, econômicas e simplificadas, objetivada a atrair compradores e público para os produtos e o entretenimento. Uma única figura solitária e o texto mínimo era a combinação básica mais utilizada de palavra e imagem dos pôsteres produzi- dos na Europa e nos Estados Unidos na virada do século 20. O uso da metáfora visual era raro. A estética passou a ser a maior preocupação do artista. Tamanho era o seu culto, que o pôster ad- quiriu respeitabilidade cultural em Paris. A liberdade estética e a ousadia criativa de suas peças inovaram as técnicas de produção e reprodução gráfica.
  • 2. Antes da litografia, os pôsteres eram impressos por tipografia, como os livros, com tinta preta e ocasionais ilustrações xilográficas. Era o tipógrafo que escolhia e combinava os tipos, geralmente de modo que preenchesse a folha impressa. Agora, os artistas pintavam designs de pôsteres, que eram transferidos à mão para a superfície plana das pedras litográficas, uma técnica que sobreviveu até anos depois da Segunda Guerra Mundial.
  • 3. Litografia : processo de gravação sobre pedra porosa
  • 4. A integração da produção artística e industrial é exemplificada na carreira de Jules Chéret. Filho de um tipógrafo e aprendiz de litógrafo em Paris, Chéret viajou a Londres para estudar as técnicas mais recentes. De volta à Paris, em 1860, desenvolveu um sistema de impressão de três ou quatro cores: desenho em preto sobre fundo de cores esmaecidas e dégradées.
  • 5. O estilo de Chéret amadureceu no final da década de 1880, sendo logo adotado por outros artistas, particularmente por Pierre Bonnard e pelo mais conhecido de todos, Henri de Toulouse-Lautrec. Os contornos firmes e as cores uniformes (dos traços-chave de Chéret), refletiam a paixão do artista pelas xilogravuras dos japoneses, cujos trabalhos exerceram uma influência dominante na estética daquele período. Aristide Bruant dans son cabaret de Lautrec
  • 6. Com a expansão desse estilo decorativo Art Nouveau, toda a área do pôster tornou-se parte de uma superfície texturizada. Os artistas que moravam fora da França, e que consideravam Paris a capital artística do mundo, olhavam para os pôsteres parisienses cheio de admiração. Todavia, a cidade que produziu o maior número de obras significativas foi Milão. A origininalidade de seus pôsteres chegou a desafiar Paris. O mais conhecido e influente artista milanês foi Leonetto Cappiello, cuja longa carreira em Paris resultou numa prodigiosa produção de mais de três mil pôsteres. Cognac Albert Robin, de Leonetto Cappiello
  • 7. O design de pôsteres italiano foi liderado por Adolfo Hohenstein, que começou sua carreira em Milão, e aposentou-se na Alemanha, como pintor, em 1906. Ele e seus colegas, especialmente Leopoldo Metlicovitz e Marcello Dudovich, posicionavam figuras tridimensionais e realistas, homens ou mulheres frequentemente despidos, contra um fundo estilizado, segundo os costumes do final do século XIX. Fiammiferi senza fosforo, de Adolfo Hohenstein
  • 8. O uso da metáfora visual, em que um objeto é identificado com uma idéia, era muito comum nas charges políticas. Nos pôsteres seu uso era mais raro, mas foi muito bem empregado num dos designs mais influentes, e de maior impacto, já criados. Esse design foi um pôster em duas cores para um semanário satírico alemão chamado Simplicissimus. Foi criado por um dos ilustradores da revista, Thomas Theodor Heine. Um cão vermelho sobre um fundo negro fita o leitor. Uma parte da coleira quebrada prende o animal; o outro pedaço está preso no chão sob sua pata esquerda. O branco dos olhos do cão, os dentes projetando-se do maxilar inferior e as duas metades da corrente aparecem realçados em branco, assim como a única palavra no cartaz, "Simplicissimus". O uso do branco, o papel não impresso, a luz saindo da escuridão tornaram-se recursos tradicionalmente adotados para ampliar as possibilidades gráficas dos designers.
  • 9.  
  • 10. Num esforço para repensar o papel da arte numa sociedade industrializada como a da Grã-Bretanha, William Morris e outros deram ênfase ao trabalho artesanal, inspirando-se em modelos renascentistas e em designs ainda mais antigos e vigorosos. Os artistas de pôster desse período demonstraram a liberdade estética e a ousadia criativa que se seguem ao primeiro contato com uma inovação técnica na área da produção e reprodução gráficas. Quando os artistas, em vez de utilizar caracteres tipográficos, desevenham eles mesmos as letras dos textos, e quando se responsabilizavam por cada elemento no design que ser reproduzido pela máquina, estavam praticando aquilo que mais tarde ficou conhecido como design gráfico.
  • 11. Tipografia de Bauhaus Os livros de Bauhaus, criados em sua maior parte por Laszlo Moholy-Nagy, exibem uma grande variedade de designs tipográficos. Todos eles empregam os elementos típicos daquilo que ficou conhecido como Tipografia Bauhaus - tipos sem serifa, numerais grandes e "barras" horizontais e verticais (cuja função é, às vezes, enfatizar a informação, e outras, decorar).
  • 12. O começo do design na europa No final do período vitoriano surge um novo interesse: a produção de livros,os trabalhos gráficos que vieram a ser os mais admirados da Eu- ropa. A criação desse hábito de leitura aumentou, conseqüentemente, a circulação de jornais. Fato publicamente observado nos cafés vienenses, onde profissionais de todos os tipos se reuniam para discutir e disseminar novas idéias. Pôsteres e informações sobre escolas e movimentos de design eram comumente publicados, despertando o interesse, também, do público.
  • 13. Pôster: The Glasgow Institute of the Fine Arts, de Herbert McNair, Mary MacDonald, Frances MacDonald
  • 14. Demoraria ainda muitos anos até que a profissão de designer gráfico viesse a ser estabelecida. Questionamentos nesse sentido estavam acontecendo na Alemanha e, posteriormente, esse desejo foi expresso pelos futuristas na Itália e pelos construtivistas na Rússia. Design, naquela época, era feito, basicamente, por artistas-designers que passaram a manifestar uma postura mais criativa em relação ao design, afastando-se dos estilos históricos ao absorver lições da Escola de Artes e Ofícios e da tendência estética vienense: ecletismo internacional, linguagem rica em formas de expressão, decoração assimétrica, estilização de letras, obsessão pelo motivo quadriculado. Como pode-se notar na imagem abaixo: Página de rosto da revista mensal Ver Sacrum.
  • 15. Uma tradição de interesse em design por parte das grandes empresas foi iniciada. Data daí o surgimento do pôster-objeto comercial, composto apenas pelo objeto a ser anunciado e pela marca do produto e destinado ao anuncio desses bens de consumo. O entusiasmo por novas técnicas prenunciaram os movimentos de vanguarda que se seguiram à I Guerra Mundial. Pôster da empresa Steinway & sons
  • 16. Guerra e propaganda (de 1914 a 1920) Considerável era a importância do design gráfico na I Guerra Mundial. Diagramas, ilustrações, legendas, símbolos, signos e os pôsteres patriotas permitiam identificar as unidades, propagar as informações e incentivar os cidadãos a participar da guerra. Os pôsteres de 1914 à 1918 marcaram um momento decisivo na história do design. Montagens fotográficas se tornaram um novo, importante e expressivo recurso de comunicação. O primeiro empurrão pós-guerra no desenvolvimento do design gráfico foi dado pelos movimentos de vanguarda.
  • 17. Pôsteres de incentivo a participação na guerra
  • 18. A vanguarda e as origens do modernismo na Europa (de 1914 a 1940) O início do século XX foi marcado por uma série de eventos que alteraram toda a sociedade ocidental. A Europa foi sacudida pela I Guerra Mundial e convulsionada por agitações políticas. A mecanização dos meios de produção e os vários e significativos movimentos artísticos atemporais alteraram profundamente o futuro do planejamento gráfico. Essas transformações proporcionaram novas formas de olhar o mundo e aberturas ao design, ampliando os seus estilos. Entre o período renascentista e o século XX, a arte sempre buscou a sua estética realista. O modernismo veio, junto com o surgimento da fotografia, para libertá-la da retórica do ilusionismo realista. A partir daí, a arte rebelou-se contra o tradicional, o clássico. Moderna, começou a possibilitar novas tendências, rejeitando o passado, as regras, a dependência. O artista, sempre insatisfeito com o presente, buscava, incessantemente, novas interpretações da realidade, novas formas de expressão artística, tanto na linguagem como na composição.
  • 19.
  • 20. Alguns artistas passaram a valorizar a percepção rápida, efêmera, fugaz, e a utilizar vastas manchas de cores, em detrimento da perspectiva e dos volumes definidos (impressionismo). A liberdade de pensamento, exatidão, perfeição aristotélica abstrata em figuras abstratas, a assimetria, a estilização, a geometrização das formas naturais, o decorativo, ornamental e o ritmado (Art Nouveau). Outros, o prazer da transgressão estética, libertando os impulsos subconscientes reprimidos através de manifestações cromáticas selvagens (fauvismo). Depero Futurista, capa do livro em metal, por Fortunato Depero
  • 21. A nova arte direcionava-se gradualmente à abstração, a transgressão máxima ao realismo, ultrapassava todos os limites do que é tradição, do que é conservador, valorizava e chocava com o banal. Colagens, superposição de imagens fotomontadas que tentam reconstruir a realidade segundo parâmetros científicos e matemáticos (suprematismo e construtivismo dos revolucionários russos). A fotografia, os aspectos visuais e funcionais do uso das letras, palavras e sistemas de comunicação de idéias de El Lissitzky. Nos anos que se seguiram à revolução russa de 1917, o design gráfico se desenvolveu a tal ponto que, juntamente com o cinema, tornou-se um veiculo de comunicação de massa. Nessa mesma atmosfera de revolução, inserida numa sociedade semi-analfabeta, palavras e imagens tornaram-se o agente da revolução. Dando as costas a uma tradição visual e ao passado, os revolucionários fizeram das praças suas paletas, das ruas russas, seus pincéis.
  • 22. Pôsteres prenunciavam o amadurecimento do design soviético. Gritavam, através de slogans visuais e alegorias políticas, os contrastes entre o passado e o presente, os inimigos e os aliados, o imperialismo e a luta operária, as nuances em vermelho, a cor simbólica da revolução. Edito sobre uso de barbas, gravura lubok , século XVII
  • 23. “ Morte ao imperialismo mundial”, pôster, 1919. Dimitri Moor
  • 24. “ Camponês, se você não quer alimentar o proprietário de terra, alimente a frente de batalha...”, pôster da Rosta, Petrogrado, 1920, Vladimir Lebedev.
  • 25. Variadas técnicas de impressão e reprodução, dobras e cortes inusitados, efeitos cinematográficos e dinâmicos, por exemplo, poderiam ser encontrados na revista USSR em construção o destaque em realização do design gráfico soviético. Publicada em quatro línguas, por mais de 10 anos, a revista empregava os melhores fotógrafos, designers e jornalistas da época. Layout da revista “URSS em Construção” Até que Stalin reprimisse o vigor vanguardista, o design revolucionário russo, aos olhos do Ocidente, cumpria seu papel na sociedade.
  • 26. Ao contrário da sociedade européia, o design gráfico não foi marcado pelos ferimentos da I GuerraMundial. Nunca se aprimorou tanto técnicas em pôsteres, letreiros, folhetos publicitários, catálogos de peças e feiras industriais num ambiente de desemprego, caos político e inflação como nessa época. O expressionismo e o dadaísmo se tornaram os movimentos artísticos preeminentes ao final da guerra. Os designs produzidos por artistas expressionistas caracterizavam-se por exageradas ilustrações agressivas, violentos contrastes e tipografias livremente desenhadas. E foi exatamente o dadaísmo de Tristan Tzara, com sua arte (ir)racionalmente ilógica e caótica que continuaram a revolução artista e social no uso de palavras e imagens. Devido à variação tipográfica, o designer passou a trabalhar longe do processo industrial quase artesanal, tomando agora suas próprias decisões gráficas.
  • 27. A Holanda junto com a Alemanha e a União Soviética se encontravam na frente da corrida evolutiva do design gráfico. A geometria impregnava o design holândês. Eles acreditavam que ela, junto com a matemática, não era apenas útil na criação da forma artística, mas absolutamente necessária. Emblema da capa da revista De Stijj
  • 28. Algumas composições da De Stijl continham textos correndo ao longo da borda do papel nos sentidos vertical e horizontal, obrigando o leitor a girar a folha para poder ler o que estava escrito. Recurso muito usado, hoje, em impressos com perfil pós-modernista. As influências das idéias construtivistas de diagonal sobre os designs de De Stijl substituíram quadrados e retângulos por ângulos e círculos. As fotomontagens permitiam-lhes unir textos e imagens. Mas, ao mesmo tempo que os holandeses absorveram muitas das idéias alemãs e russas, o impacto das suas próprias idéias sobre trabalhos gráficos foi grande e instantâneo.
  • 29. Trabalho idealizado por Bruno R. Morgana Maurício Rafael Tiago