PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
Currículo Interdisciplinar
1. A Norma NB-88, da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), define resumo como “apresentação concisa dos principais pontos de um
texto”. Significa fazer uma apresentação sucinta, compacta, sintética, dos pontos
relevantes do texto lido.
FICHA RESUMO DO TEXTO
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - UFPEL
Área: Subprojeto das Ciências Sociais
Nome do Bolsista:: Sandra Maria Silveira Echeverry Feijó
Referência Bibliográfica: Alfredo José da Veiga Neto
Título do texto: Currículo, Disciplina e Interdisciplinaridde
Corpo da ficha (texto) deste artigo
O autor relata inicialmente, que a interdisciplinaridade era buscada não só no
dia a dia das práticas concretas nas salas de aulas, como também nas
instâncias do planejamento educacional, especialmente do planejamento
curricular. Sendo que muitas vezes sentíamos- nos frustrados ao
constatarmos que apesar dos esforços, conseguíamos no máximo, ensinar
juntos, ou seja, cada um preso ao seu campo de conhecimentos.
Afinal o que havia de errado com o ensino até então bem organizado em
disciplina? Seria a culpa da ciência.
É importante ressaltar que a vertente mais crítica à ciência tomou como alvo
principal a questão da fragmentação cartesiano do objeto a conhecer. Assim, o
que parecia haver de errado com os currículos clássicos. É nessa vertente que
situa GUSDORF, para que existe um remédio capaz de corrigir a ciência e,
assim restaurar a aliança perdida a partir de DESCARTES, que seria a
desfragmentação, isto é, a fusão dos conhecimentos, e que seria ministrado
via currículo, ou seja, a interdisciplinaridade, e transdisciplinaridade
implantadas nas escolas. Essas mudanças levariam a novas gerações a
progressivamente, pensar de maneira diferente, tanto a ciência como outros
saberes. Isto, por si só, justificava os esforços dispendidos com o movimento
interdisciplinar.
Nessa busca da restauração da aliança perdida de que nos falou GUSDORF,
ele identifica quatro níveis progressivos, que vão a multidisciplinaridade, pluri,
2. interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. Sendo, quanto mais
promovêssemos o saber transdisciplinar mais estaríamos contribuindo para
restaurar a aliança perdida e por conseguinte, evitar os males que a ciência
causa ao mundo do natural e social.
O autor ressalta que o movimento interdisciplinar na forma como, entre nós foi
pensada a interdisciplinaridade a partir da déc.1970 está fora de moda. E que
na grande maioria dos casos em que ela é pensada, proposta ou trabalhada,
um claro deslocamento em relação aos conceitos que haviam sido importados
para cá, há 20 anos. A impressão que se tem é de que muitos cansaram de
tentar construir e colocar em prática currículos holísticos. E, a partir daí,
abandonaram a área ou a deslocaram.
Na perspectiva focoultiana o movimento interdisciplinar teve resultados
desanimadores porque o conhecimento disciplinar não pode ser extinto por
atos de vontade e por decretos epistemológicos que alterem maneiras de
pensar que estão profundamente enraizadas entre nós. A disciplinaridade é a
maneira pelo qual o conhecimento não só se organizou como, ainda e
principalmente, organizou o próprio mundo contemporâneo. As formas como
funcionam os poderes modernos, bem como as relações entre o poder e
saber, tem implicadas em si, um saber que se fez necessariamente disciplinar.
A disciplinaridade não é uma doença que veio de fora para contaminar nossa
maneira de pensar, ela é a nossa própria maneira de pensar e engendra, ao
fim e ao cabo, de nossas relações contudo o que nos cerca. É claro que isto
não deve ser visto como definitivo, inalterável, podemos tentar estabelecer
para um futuro, características diferentes para essa “forma” de saber que aí
está.
Se há mesmo alguma doença no conhecimento científico, ela não está na
fragmentação cartesiana do objeto e sim, no afastamento enquanto
pensantes, do resto do mundo. Sendo assim, tentar fundir todo conhecimento
transdisciplinar, holístico numa perspectiva progressista, de um processo de
amadurecimento epistemológico humano.
A busca de currículos escolares mais pluridisciplinarizados pode ser vista
como busca de uma prática do diálogo entre as diferenças. Por mais
obstáculos que se possam encontrar no estabelecimento e no
3. aperfeiçoamento dessa prática, nossas dificuldades serão nossas, isto é, não
estarão na esfera epistemológica, não estarão do lado de fora, nas disciplinas.
Portanto, um currículo que busque a pluridisciplinaridade contribuirá para que
nós e alunos aprendamos a conviver com o pluralismo não só das disciplinas
mas, sobretudo, o pluralismo das ideias, dos gêneros, das etnias, das idades,
etc.
Isso não implica buscar atingir um padrão humano, o padrão de um sujeito
transcendental que pairando sabe-se lá onde, servirá de modelo a guiar
nossas práticas educativas.
Análise crítica do texto:
O mundo no qual vivemos está doente, ele sofre os males de uma crise de
paradigmas, e que tem como cura no refúgio da totalidade do pensamento, na
unidade do saber que foi perdida pela disciplinaridade, pela fragmentação...
Seria certo, culparmos a ciência? Penso que, ao invés de ver a fonte dos
problemas na fragmentação que racionalidade cartesiana impôs ao objeto,
devemos afirmar os maus usos que dela se fazem.
A racionalidade científica desnatura a natureza, desumaniza o homem,
ignorando sua inteligência essencialmente interdisciplinar.