SlideShare a Scribd company logo
1 of 33
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Pediatria
Internato em pediatria I - PED I

Sessão Clínica
PEDIATRIA – Casos Ambulatoriais Interessantes – C.A.I

Doutoranda: Flávia Fernandes
Coordenador: Dr. Leonardo Moura
Prof Convidado: Dr Pedro Trindade
Caso Clínico
 ID:

Paciente NCSS, sexo feminino, 1 ano e 3
meses, procedente de Natal

 QP: Nódulos na pele há aproximadamente 8 meses.
 HDA: Genitora afirma que há 8 meses surgiram lesões

na pele, inicialmente planas, de coloração amarelada
que evoluíram para lesões nodulares que se estenderam
por todo o corpo (membros, tronco e dorso). Não houve
comprometimento do estado geral ou outros sintomas
associados como febre ou prurido, dor e ardência no
local. Procurou assistência médica no Posto de Saúde
que a encaminhou para o HOSPED alegando aos
familiares se tratar de uma doença grave e sem cura.
Caso Clínico
 Vacinação: atualizada
 Alimentação: em aleitamento materno e






alimentação complementar adequada
Sono e FE preservadas
Condições de higiene: adequadas
Condições de nascimento: RN termo, AIG, sem
intercorrências
Antecedentes: nega patologias e internações
anteriores.
Caso Clínico
 Índices antropométricos:
- Peso: 10,200 Kg (z score próximo do 0)
- Est: 77cm (z score próximo do 0)
 Ao exame: BEG, ativa, reativa, corada, eupnéica
 Ausculta cardiopulmonar: sem alterações.

 Abdome: semigloboso, flácido, sem megalias.
 Genitália: sem alterações
 Pele: presença de múltiplas lesões nodulares, de

coloração amarelada, bordos regulares, algo
firmes, localizadas em tronco, membros e dorso.
Conduta inicial
 Encaminhado a dermatologia
 Observação da lesão

 Solicitado biópsia das lesões
Diagnóstico
Biópsia
 Processo inflamatório crônico com reação

gigantocelular.

Xantogranuloma juvenil
Diagnóstico
Proliferação constituída principalmente

Biópsia

por macrófagos exibindo citoplasma
amplo ora vacuolado ora eosinofílico
Observa-se

ainda

duas

células

gigantes ( Células de Touton)

Xantogranuloma juvenil
Seguimento
Com o resultado da biópsia
Foi explicado a mãe da paciente o caráter benigno
das lesões e que a conduta deve ser apenas
observar e aguardar regressão provável.
Xantogranuloma Juvenil
CONCEITO
Xantogranuloma juvenil (XGJ) é uma desordem benigna
de cura espontânea, caracterizada por nódulos
cutâneos vermelhos-amarelados (solitários ou múltiplos) e
que, ocasionalmente, acomete outros órgãos. É
predominantemente uma doença da infância, embora os
adultos também possam ser afetados.

J. bras. med;79(4):70-4, out. 2000. ilus.
Histiocitose
 Histiócitos – macrófagos inativos

 Histiocitose de células Langerhans
 Histiocitose de células não-Langerhans

O xantogranuloma juvenil é a forma mais
comum de histiocitose de células nãoLangerhans
HISTOLOGIA
 Proliferação e acúmulo de histiócitos
 Células não-Langerhans de citoplasma espumoso

(carregadas de lipídeos)
 Células gigantes de Touton
 O acúmulo dessas células nos tecidos formam os
nódulos.
 Os pacientes parecem ter um metabolismo lipídico

normal

Histiocitose normolipêmica de
células não Langerhans
Xantogranuloma juvenil
 Rudolf Virchow – 1871
 HG Adamson – 1905
 1954 – nomeada Xantogranuloma juvenil
 Mais comum no sexo masculino / não tem predileção


-

por sexo
Mais comum em crianças - idade média 2 anos
- 15% em adultos
Surgimento das lesões
Tipicamente surgem antes de 1 ano de idade
Podem estar presentes ao nascimento – 10%
Pode ocorrer em adultos
Quadro clínico
 Estado geral preservado
 Comprometimento sistêmico é incomum (38%)

Fígado, pulmão, adrenal, apêndice, ossos, SNC, ri
ns, intestinos, baço
- Sítio mais comum de comprometimento
extracutâneo:
ocular
O QC clássico é constituído por lesões cutâneas
Quadro clínico
 Lesões cutâneas - Localização
- Mais comum: cabeça, pescoço e tronco
- Membros superiores e inferiores, nádegas, pálpebras
 Lesões cutâneas - Características
- Papulonódulos lisos
- Forma de cúpula
- Firmes
- Coloração vermelho-amarelada
- Solitários ou múltiplos
The American Journal of Surgical Pathology 27(5): 579–
593, 2003
Diagnóstico
 Pode ser feito clinicamente em casos

típicos, mas pode ser mais difícil em variantes
incomuns

BIÓPSIA
Tratamento
 Muitas vezes não é necessário pela regressão

espontânea
 Excisão de tumor simples é a terapia para a

escolha
Prognóstico
 Normalmente regride espontaneamente
 Na ausência de condições associadas, o

prognóstico é excelente.
 Avaliação periódica
Arq Bras Oftalmol 2004;67:549-52
OBRIGADA

More Related Content

What's hot

ENEM - UMA ESCALADA PARA O SUCESSO
ENEM - UMA ESCALADA PARA O SUCESSOENEM - UMA ESCALADA PARA O SUCESSO
ENEM - UMA ESCALADA PARA O SUCESSOSMEdeItabaianinha
 
ADE 2022 - HABILIDADES 6º ANOS - NIVELAMENTO.pdf
ADE 2022 - HABILIDADES 6º ANOS - NIVELAMENTO.pdfADE 2022 - HABILIDADES 6º ANOS - NIVELAMENTO.pdf
ADE 2022 - HABILIDADES 6º ANOS - NIVELAMENTO.pdfrenata ubeda
 
Roda dos Alimentos
Roda dos AlimentosRoda dos Alimentos
Roda dos Alimentosrecurso1
 
Alimentação Saudável na Adolescência
Alimentação Saudável na Adolescência  Alimentação Saudável na Adolescência
Alimentação Saudável na Adolescência Rita Galrito
 
Ferramentas de educação nutricional para adultos e crianças
Ferramentas de educação nutricional para adultos e criançasFerramentas de educação nutricional para adultos e crianças
Ferramentas de educação nutricional para adultos e criançasPriscila Moreira
 
Apresentação comunicação alternativa
Apresentação comunicação alternativaApresentação comunicação alternativa
Apresentação comunicação alternativaTathiane Cuesta
 
Técnica e dietética: Aplicação de métodos de preparo a base de ovos
Técnica e dietética: Aplicação de métodos de preparo a base de ovos Técnica e dietética: Aplicação de métodos de preparo a base de ovos
Técnica e dietética: Aplicação de métodos de preparo a base de ovos KetlenBatista
 
Obesidade infantil - Dicas Rápidas
Obesidade infantil - Dicas RápidasObesidade infantil - Dicas Rápidas
Obesidade infantil - Dicas RápidasFabricio Batistoni
 
Proteínas- Bromatologia
Proteínas- BromatologiaProteínas- Bromatologia
Proteínas- BromatologiaRenata Carvalho
 
Apostila avaliação nutricional
Apostila  avaliação nutricionalApostila  avaliação nutricional
Apostila avaliação nutricionalBruna Bellini
 
Fibras alimentares
Fibras alimentaresFibras alimentares
Fibras alimentaresRachel V.
 
Modelo do plano de aula AEE TEA
Modelo do plano de aula AEE TEAModelo do plano de aula AEE TEA
Modelo do plano de aula AEE TEALisraelle Silva
 
Intervenção Nutricional - Promoção de hábitos alimentares saudáveis
Intervenção Nutricional - Promoção de hábitos alimentares saudáveisIntervenção Nutricional - Promoção de hábitos alimentares saudáveis
Intervenção Nutricional - Promoção de hábitos alimentares saudáveisCíntia Costa
 

What's hot (20)

Verbos
VerbosVerbos
Verbos
 
ENEM - UMA ESCALADA PARA O SUCESSO
ENEM - UMA ESCALADA PARA O SUCESSOENEM - UMA ESCALADA PARA O SUCESSO
ENEM - UMA ESCALADA PARA O SUCESSO
 
ADE 2022 - HABILIDADES 6º ANOS - NIVELAMENTO.pdf
ADE 2022 - HABILIDADES 6º ANOS - NIVELAMENTO.pdfADE 2022 - HABILIDADES 6º ANOS - NIVELAMENTO.pdf
ADE 2022 - HABILIDADES 6º ANOS - NIVELAMENTO.pdf
 
Roda dos Alimentos
Roda dos AlimentosRoda dos Alimentos
Roda dos Alimentos
 
Alimentação Saudável na Adolescência
Alimentação Saudável na Adolescência  Alimentação Saudável na Adolescência
Alimentação Saudável na Adolescência
 
Ferramentas de educação nutricional para adultos e crianças
Ferramentas de educação nutricional para adultos e criançasFerramentas de educação nutricional para adultos e crianças
Ferramentas de educação nutricional para adultos e crianças
 
Metabolismo do glicogenio_
Metabolismo do glicogenio_Metabolismo do glicogenio_
Metabolismo do glicogenio_
 
Apresentação comunicação alternativa
Apresentação comunicação alternativaApresentação comunicação alternativa
Apresentação comunicação alternativa
 
Técnica e dietética: Aplicação de métodos de preparo a base de ovos
Técnica e dietética: Aplicação de métodos de preparo a base de ovos Técnica e dietética: Aplicação de métodos de preparo a base de ovos
Técnica e dietética: Aplicação de métodos de preparo a base de ovos
 
Vitaminas powerpoint
Vitaminas powerpointVitaminas powerpoint
Vitaminas powerpoint
 
A bula de remédio
A bula de remédioA bula de remédio
A bula de remédio
 
Psicomotricidade
PsicomotricidadePsicomotricidade
Psicomotricidade
 
Obesidade infantil - Dicas Rápidas
Obesidade infantil - Dicas RápidasObesidade infantil - Dicas Rápidas
Obesidade infantil - Dicas Rápidas
 
Proteínas- Bromatologia
Proteínas- BromatologiaProteínas- Bromatologia
Proteínas- Bromatologia
 
Apostila avaliação nutricional
Apostila  avaliação nutricionalApostila  avaliação nutricional
Apostila avaliação nutricional
 
Fibras alimentares
Fibras alimentaresFibras alimentares
Fibras alimentares
 
10.calculos farmaceuticos
10.calculos farmaceuticos10.calculos farmaceuticos
10.calculos farmaceuticos
 
Modelo do plano de aula AEE TEA
Modelo do plano de aula AEE TEAModelo do plano de aula AEE TEA
Modelo do plano de aula AEE TEA
 
Intervenção Nutricional - Promoção de hábitos alimentares saudáveis
Intervenção Nutricional - Promoção de hábitos alimentares saudáveisIntervenção Nutricional - Promoção de hábitos alimentares saudáveis
Intervenção Nutricional - Promoção de hábitos alimentares saudáveis
 
Snap iv
Snap ivSnap iv
Snap iv
 

Similar to Xantogranuloma Juvenil

Similar to Xantogranuloma Juvenil (20)

A Epulide congênita
A Epulide congênitaA Epulide congênita
A Epulide congênita
 
Polipose Adenomatosa Familiar
Polipose Adenomatosa FamiliarPolipose Adenomatosa Familiar
Polipose Adenomatosa Familiar
 
Doenças Raras 2 parte
Doenças  Raras 2 parte Doenças  Raras 2 parte
Doenças Raras 2 parte
 
Gedr2
Gedr2Gedr2
Gedr2
 
Caso clinico plect
Caso clinico  plectCaso clinico  plect
Caso clinico plect
 
Sarcoma de Ewing CONLIGAS MEDICINA UNICID
Sarcoma de Ewing CONLIGAS MEDICINA UNICIDSarcoma de Ewing CONLIGAS MEDICINA UNICID
Sarcoma de Ewing CONLIGAS MEDICINA UNICID
 
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNCCâncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
 
Ppt0000037
Ppt0000037Ppt0000037
Ppt0000037
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
 
Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )
Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )
Doença de von Recklinghausen's ( Neurofibromatose Tipo I )
 
Polipose colônica
Polipose colônicaPolipose colônica
Polipose colônica
 
Doença de chagas
Doença de chagas   Doença de chagas
Doença de chagas
 
Patologia
PatologiaPatologia
Patologia
 
Doenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdfDoenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdf
 
ESTUDO DE CASO - CANCRO CUTÂNEO NÃO MELANOMA SLIDE.pptx
ESTUDO DE CASO - CANCRO CUTÂNEO NÃO MELANOMA SLIDE.pptxESTUDO DE CASO - CANCRO CUTÂNEO NÃO MELANOMA SLIDE.pptx
ESTUDO DE CASO - CANCRO CUTÂNEO NÃO MELANOMA SLIDE.pptx
 
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
 
Mononucleose Infecciosa
Mononucleose InfecciosaMononucleose Infecciosa
Mononucleose Infecciosa
 
Câncer de mama e incapacidade laboral
Câncer de mama e incapacidade laboralCâncer de mama e incapacidade laboral
Câncer de mama e incapacidade laboral
 
Mielomas
MielomasMielomas
Mielomas
 
Tu snc bruna
Tu snc  brunaTu snc  bruna
Tu snc bruna
 

More from blogped1

Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tannerblogped1
 
Roteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de PuericulturaRoteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de Puericulturablogped1
 
Febre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota InformativaFebre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota Informativablogped1
 
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...blogped1
 
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016blogped1
 
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de VidaABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vidablogped1
 
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciaDiagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciablogped1
 
Psoríase na infância
Psoríase na infânciaPsoríase na infância
Psoríase na infânciablogped1
 
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesRevised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesblogped1
 
Sinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana AgudaSinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana Agudablogped1
 
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites MediaOtite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Mediablogped1
 
Paralisia Facial
Paralisia FacialParalisia Facial
Paralisia Facialblogped1
 
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016blogped1
 
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomaGiant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomablogped1
 
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.blogped1
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia  Neonatal Hipoglicemia  Neonatal
Hipoglicemia Neonatal blogped1
 
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura ConceitualSíndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitualblogped1
 
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...blogped1
 
Icterícia neonatal
 Icterícia neonatal  Icterícia neonatal
Icterícia neonatal blogped1
 
Picnodisostose
PicnodisostosePicnodisostose
Picnodisostoseblogped1
 

More from blogped1 (20)

Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de TannerEstadiamento Puberal : Critérios de Tanner
Estadiamento Puberal : Critérios de Tanner
 
Roteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de PuericulturaRoteiro de Consulta de Puericultura
Roteiro de Consulta de Puericultura
 
Febre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota InformativaFebre amarela: Nota Informativa
Febre amarela: Nota Informativa
 
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
Dermatoses neonatais de importância clínica: notificação no prontuário do rec...
 
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
Internato em Pediatria I da UFRN - Relatório 2016
 
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de VidaABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
ABCDE do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) no Primeiro Ano de Vida
 
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infânciaDiagnóstico diferencial de bócio na infância
Diagnóstico diferencial de bócio na infância
 
Psoríase na infância
Psoríase na infânciaPsoríase na infância
Psoríase na infância
 
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilitiesRevised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
Revised WHO classification and treatment of childhoold pneumonia at facilities
 
Sinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana AgudaSinusite Bacteriana Aguda
Sinusite Bacteriana Aguda
 
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites MediaOtite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
Otite Média Aguda (OMA) / Acutes Otites Media
 
Paralisia Facial
Paralisia FacialParalisia Facial
Paralisia Facial
 
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
Nota informativa 149 - Mudanças no Calendário Nacional de Vacinação - 2016
 
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranulomaGiant congenital juvenile xanthogranuloma
Giant congenital juvenile xanthogranuloma
 
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
Tonsillitis in children: unnecessary laboratpry studies and antibiotic use.
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia  Neonatal Hipoglicemia  Neonatal
Hipoglicemia Neonatal
 
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura ConceitualSíndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
Síndromes Neurocutâneas : Revisão e Leitura Conceitual
 
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
Malformações extra-cardíacas em pacientes com cardiopatias congênitas atendid...
 
Icterícia neonatal
 Icterícia neonatal  Icterícia neonatal
Icterícia neonatal
 
Picnodisostose
PicnodisostosePicnodisostose
Picnodisostose
 

Xantogranuloma Juvenil

  • 1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte Departamento de Pediatria Internato em pediatria I - PED I Sessão Clínica PEDIATRIA – Casos Ambulatoriais Interessantes – C.A.I Doutoranda: Flávia Fernandes Coordenador: Dr. Leonardo Moura Prof Convidado: Dr Pedro Trindade
  • 2. Caso Clínico  ID: Paciente NCSS, sexo feminino, 1 ano e 3 meses, procedente de Natal  QP: Nódulos na pele há aproximadamente 8 meses.  HDA: Genitora afirma que há 8 meses surgiram lesões na pele, inicialmente planas, de coloração amarelada que evoluíram para lesões nodulares que se estenderam por todo o corpo (membros, tronco e dorso). Não houve comprometimento do estado geral ou outros sintomas associados como febre ou prurido, dor e ardência no local. Procurou assistência médica no Posto de Saúde que a encaminhou para o HOSPED alegando aos familiares se tratar de uma doença grave e sem cura.
  • 3. Caso Clínico  Vacinação: atualizada  Alimentação: em aleitamento materno e     alimentação complementar adequada Sono e FE preservadas Condições de higiene: adequadas Condições de nascimento: RN termo, AIG, sem intercorrências Antecedentes: nega patologias e internações anteriores.
  • 4. Caso Clínico  Índices antropométricos: - Peso: 10,200 Kg (z score próximo do 0) - Est: 77cm (z score próximo do 0)  Ao exame: BEG, ativa, reativa, corada, eupnéica  Ausculta cardiopulmonar: sem alterações.  Abdome: semigloboso, flácido, sem megalias.  Genitália: sem alterações  Pele: presença de múltiplas lesões nodulares, de coloração amarelada, bordos regulares, algo firmes, localizadas em tronco, membros e dorso.
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11. Conduta inicial  Encaminhado a dermatologia  Observação da lesão  Solicitado biópsia das lesões
  • 12. Diagnóstico Biópsia  Processo inflamatório crônico com reação gigantocelular. Xantogranuloma juvenil
  • 13. Diagnóstico Proliferação constituída principalmente Biópsia por macrófagos exibindo citoplasma amplo ora vacuolado ora eosinofílico Observa-se ainda duas células gigantes ( Células de Touton) Xantogranuloma juvenil
  • 14. Seguimento Com o resultado da biópsia Foi explicado a mãe da paciente o caráter benigno das lesões e que a conduta deve ser apenas observar e aguardar regressão provável.
  • 16. CONCEITO Xantogranuloma juvenil (XGJ) é uma desordem benigna de cura espontânea, caracterizada por nódulos cutâneos vermelhos-amarelados (solitários ou múltiplos) e que, ocasionalmente, acomete outros órgãos. É predominantemente uma doença da infância, embora os adultos também possam ser afetados. J. bras. med;79(4):70-4, out. 2000. ilus.
  • 17. Histiocitose  Histiócitos – macrófagos inativos  Histiocitose de células Langerhans  Histiocitose de células não-Langerhans O xantogranuloma juvenil é a forma mais comum de histiocitose de células nãoLangerhans
  • 18. HISTOLOGIA  Proliferação e acúmulo de histiócitos  Células não-Langerhans de citoplasma espumoso (carregadas de lipídeos)  Células gigantes de Touton  O acúmulo dessas células nos tecidos formam os nódulos.  Os pacientes parecem ter um metabolismo lipídico normal Histiocitose normolipêmica de células não Langerhans
  • 19.
  • 20. Xantogranuloma juvenil  Rudolf Virchow – 1871  HG Adamson – 1905  1954 – nomeada Xantogranuloma juvenil  Mais comum no sexo masculino / não tem predileção   - por sexo Mais comum em crianças - idade média 2 anos - 15% em adultos Surgimento das lesões Tipicamente surgem antes de 1 ano de idade Podem estar presentes ao nascimento – 10% Pode ocorrer em adultos
  • 21. Quadro clínico  Estado geral preservado  Comprometimento sistêmico é incomum (38%) Fígado, pulmão, adrenal, apêndice, ossos, SNC, ri ns, intestinos, baço - Sítio mais comum de comprometimento extracutâneo: ocular O QC clássico é constituído por lesões cutâneas
  • 22. Quadro clínico  Lesões cutâneas - Localização - Mais comum: cabeça, pescoço e tronco - Membros superiores e inferiores, nádegas, pálpebras  Lesões cutâneas - Características - Papulonódulos lisos - Forma de cúpula - Firmes - Coloração vermelho-amarelada - Solitários ou múltiplos
  • 23. The American Journal of Surgical Pathology 27(5): 579– 593, 2003
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28.
  • 29.
  • 30. Diagnóstico  Pode ser feito clinicamente em casos típicos, mas pode ser mais difícil em variantes incomuns BIÓPSIA
  • 31. Tratamento  Muitas vezes não é necessário pela regressão espontânea  Excisão de tumor simples é a terapia para a escolha
  • 32. Prognóstico  Normalmente regride espontaneamente  Na ausência de condições associadas, o prognóstico é excelente.  Avaliação periódica Arq Bras Oftalmol 2004;67:549-52