SlideShare a Scribd company logo
1 of 21
Download to read offline
Capítulo 1Organização do
Corpo Humano
Acapacidade do corpo de manter a
homeostase (condições estáveis) dá a ele
um enorme poder de cura e uma notável resistência a lesões.
Os processos fisiológicos responsáveis pela manutenção da
homeostase são também responsáveis, em grande parte, pela
sua boa saúde. Para a maioria das pessoas, a boa saúde ao
longo da vida não é algo que simplesmente acontece. O meio
ambiente e seu próprio comportamento são dois dos muitos
fatores neste equilíbrio chamado de saúde. A homeostase do seu
corpo é afetada pelo ar que você respira, pelo alimento que você
ingere e até pelos pensamentos que você tem. O modo como você
vive pode interferir positiva ou negativamente na capacidade
do seu corpo de manter a homeostase e a boa saúde.
Você sabia? Você está começando uma fascinante
exploração do corpo humano, a qual
aprenderá como ele está organizado e como
funciona. Inicialmente, você será introduzido
às disciplinas científicas de anatomia e
fisiologia. Serão considerados os níveis de
organização que caracterizam os seres vivos e
as propriedades que todos eles compartilham.
A seguir, examinaremos como o corpo está constantemente
regulando seu meio ambiente interno. Esse incessante
processo, denominado homeostase, é um tema importante
em todos os capítulos deste livro. Discutiremos, também,
como os vários sistemas individuais que compõem o corpo
humano cooperam entre si para manter a saúde como um todo.
Finalmente, estabeleceremos um vocabulário básico que nos
permita falar sobre o corpo da maneira como é compreendido
pelos cientistas e pelos profissionais da saúde.
Foco no Bem-Estar: Boa saúde – homeostase
é a base.
Tortora_Gerard.indb 1Tortora_Gerard.indb 1 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
2 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson
DEFINIÇÃO DE ANATOMIA
E FISIOLOGIA
OBJETIVO
• Definir anatomia e fisiologia.
As ciências da anatomia e da fisiologia são o fundamento para a
compreensão das estruturas e das funções do corpo humano. A
anatomia (ana- = através de; -tomia = processo de corte) é a ciência
da estrutura e das relações entre as estruturas. A fisiologia (fisio-
= natureza; -logia = estudo de) é a ciência das funções corporais,
isto é, como as partes do corpo trabalham. Como a função nunca
pode ser completamente separada da estrutura, podemos entender
melhor o corpo humano estudando a anatomia e a fisiologia em
conjunto. Veremos como cada estrutura do corpo está projetada
para cumprir uma função particular e como a estrutura de uma
parte determina, com frequência, as funções que ela é capaz de
desempenhar. Os ossos do crânio, por exemplo, são fortemente
unidos para formar uma rígida caixa que protege o encéfalo. Os
ossos dos dedos, em contraste, são unidos de forma mais frouxa,
o que os capacita a desempenhar uma variedade de movimentos,
como virar as páginas deste livro.
■ Teste sua compreensão
1. Qual é a diferença básica entre anatomia e fisiologia?
2. Exemplifique como a estrutura de uma parte do corpo está re-
lacionada com sua função.
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
E SISTEMAS DO CORPO
OBJETIVOS
• Descrever a organização estrutural do corpo humano.
• Definir os sistemas do corpo e explicar como se relacionam
entre si.
As estruturas do corpo humano estão organizadas em vários ní-
veis, do mesmo modo como estão organizadas as letras do alfabe-
to, as palavras, as frases, os parágrafos e assim por diante. Estão
listados aqui, em ordem crescente, os seis níveis de organização do
corpo humano: químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e de
organismo (Figura 1.1).
➊ O nível químico inclui os átomos, as menores unidades da
matéria que participam das reações químicas, e as molécu-
las, constituídas por dois ou mais átomos unidos. Os átomos
e as moléculas podem ser comparados às letras do alfabeto.
Certos átomos, como carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio
(O), nitrogênio (N), cálcio (Ca) e outros, são essenciais para
a manutenção da vida. Os exemplos familiares de moléculas
encontradas no corpo são o DNA (ácido desoxirribonuclei-
co), o material genético transmitido de uma geração para
outra; a hemoglobina, que transporta o oxigênio no sangue;
a glicose, comumente conhecida como açúcar no sangue; e
as vitaminas, necessárias para uma variedade de processos
químicos. Os Capítulos 2 e 20 focam o nível químico de or-
ganização.
➋ As moléculas combinam-se para formar as estruturas do
próximo nível de organização – o nível celular. As células
são as unidades estruturais e funcionais básicas de um or-
ganismo. Tal como as palavras são os menores elementos
da linguagem, as células são as menores unidades vivas no
corpo humano. Entre os numerosos tipos de células em seu
corpo estão as células musculares, nervosas e sanguíneas.
A Figura 1.1 mostra uma célula muscular lisa, um dos três
tipos diferentes de células musculares em seu corpo. Como
será visto no Capítulo 3, as células contêm estruturas espe-
cializadas, denominadas organelas, como o núcleo, as mito-
côndrias e os lisossomos, que desempenham funções espe-
cíficas.
➌ O nível tecidual é o próximo nível de organização estrutural.
Os tecidos são grupos de células e seus materiais circundantes
que trabalham juntos para desempenhar uma função parti-
cular. As células unem-se para formar os tecidos, do mesmo
modo que as palavras são postas juntas para formar as frases.
Os quatro tipos básicos de tecidos em seu corpo são o tecido
epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido muscular e o tecido nervoso.
As semelhanças e diferenças entre os diferentes tipos de teci-
dos são o foco do Capítulo 4. Note, na Figura 1.1, que o tecido
muscular liso consiste em células musculares lisas fortemente
compactadas.
➍ No nível orgânico, os diferentes tipos de tecidos se unem para
formar as estruturas do corpo. Os órgãos geralmente apre-
sentam uma forma reconhecível, são compostos por dois ou
mais tipos de tecidos diferentes e têm funções específicas. Os
tecidos unem-se para formar os órgãos, semelhantemente ao
modo como as frases são agrupadas para formar os parágrafos.
São exemplos de órgãos o estômago, o coração, o fígado, os
pulmões e o cérebro. A Figura 1.1 mostra os diversos teci-
dos que constituem o estômago. A túnica serosa é uma camada
em torno da superfície externa do estômago, que o protege
e reduz o atrito quando ele se move e resvala contra outros
órgãos. Abaixo da túnica serosa estão as camadas de tecido mus-
cular liso, as quais se contraem para agitar e misturar o alimen-
to e empurrá-lo para o próximo órgão digestório, o intestino
delgado. O revestimento mais interno do estômago é uma ca-
mada de tecido epitelial, que contribui com fluidos e substâncias
químicas que auxiliam na digestão.
➎ O próximo nível de organização estrutural no corpo é o ní-
vel sistêmico. Um sistema consiste em órgãos relacionados
que têm uma função comum. Os órgãos unem-se para for-
mar sistemas, semelhantemente ao modo como os parágrafos
são agrupados para formar capítulos. O exemplo mostrado na
Figura 1.1 é o sistema digestório, o qual decompõe e absor-
ve moléculas no alimento. Nos capítulos seguintes, explora-
Tortora_Gerard.indb 2Tortora_Gerard.indb 2 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 3
remos a anatomia e a fisiologia de cada sistema do corpo. A
Tabela 1.1 apresenta os componentes e as funções desses siste-
mas. À medida que você estudar os sistemas do corpo, desco-
brirá como eles funcionam em conjunto para manter a saúde,
protegê-lo das doenças e permitir a reprodução da espécie.
➏ O nível de organismo é o maior nível de organização. Todos
os sistemas do corpo combinam-se para constituir um orga-
nismo, isto é, um ser humano. Os sistemas se unem para for-
mar um organismo, do mesmo modo como os capítulos são
unidos para formar um livro.
Figura 1.1 Níveis de organização estrutural no corpo humano.
Os níveis de organização estrutural são químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e de organismo.
6
3
4
5
1 NÍVEL QUÍMICO
Átomos (C, H, O, N, P)
2 NÍVEL CELULAR
Molécula (DNA)
Célula muscular lisa
Tecido muscular liso
NÍVEL DE ORGANISMO
NÍVEL SISTÊMICO
Esôfago
Fígado
Estômago
Pâncreas
Vesícula biliar
Intestino delgado
Intestino grosso
Sistema digestório
Estômago Tecido
epitelial
Túnica
serosa
NÍVEL ORGÂNICO
NÍVEL TECIDUAL
Camadas
de tecido
muscular liso
Faringe
Qual nível de organização estrutural geralmente tem uma forma reconhecível e é composto por dois ou mais tipos de tecidos diferentes
que têm uma função específica?
Tortora_Gerard.indb 3Tortora_Gerard.indb 3 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Tabela 1.1 Componentes e funções dos 11 principais sistemas do corpo humano
1. Tegumento Comum
(Capítulo 5)
Componentes:
Pele e estruturas asso-
ciadas a ela, como pelos,
unhas e glândulas sudorífe-
ras e sebáceas.
Funções:
Ajuda a regular a tempera-
tura corporal; protege o cor-
po; elimina alguns resíduos;
ajuda a produzir vitamina D;
detecta sensações como
tato, pressão, dor, calor e
frio.
4. Sistema Nervoso
(Capítulos 9 a 12)
Componentes:
Encéfalo, medula espinal,
nervos e órgãos dos sentidos
especiais, como os olhos e as
orelhas.
Funções:
Regula as atividades corporais
por meio de impulsos nervosos,
detectando mudanças no meio
ambiente, interpretando-as e
respondendo a elas, mediante
contrações musculares ou se-
creções glandulares.
2. Sistema Esquelético
(Capítulos 6 e 7)
Componentes:
Ossos e articulações
do corpo e suas carti-
lagens associadas.
Funções:
Sustenta e protege o
corpo; fornece uma
área específica para
fixação muscular; au-
xilia nos movimentos
corporais; armazena
células que produzem
as células sanguíneas
e armazena minerais e
lipídeos (gorduras).
5. Glândulas Endócrinas
(Capítulo 13)
Componentes:
Todas as glândulas e
tecidos que produzem
substâncias químicas
reguladoras das fun-
ções do corpo, deno-
minadas hormônios.
Funções:
Regula as atividades
do corpo por meio de
hormônios transporta-
dos pelo sangue até os
diversos órgãos-alvo.
3. Sistema Muscular
(Capítulo 8)
Componentes:
Refere-se especificamente ao
tecido muscular esquelético,
que é a musculatura em geral
ligada aos ossos (outros teci-
dos musculares incluem o liso
e o cardíaco).
Funções:
Participa da execução de
movimentos corporais, como
caminhar; mantém a postura;
e produz calor.
6. Sistema Circulatório
(Capítulos 14 a 16)
Componentes:
Sangue, coração e vasos san-
guíneos.
Funções:
O coração bombeia sangue
através dos vasos sanguíneos;
o sangue transporta oxigênio
e nutrientes para as células,
transporta dióxido de carbono
e resíduos das células e ajuda a
regular a acidez, a temperatura
e o conteúdo de água dos flui-
dos corporais; os componentes
do sangue auxiliam na defesa
contra doenças e no reparo de
vasos sanguíneos danificados.
Cabelo
Pele e
glândulas
associadas
Unhas dos dedos
Nervo
Medula
espinal
Encéfalo
Osso
Cartilagem Articulação
Ovário
Pâncreas
Glândula
tireoide
Glândula
pineal
Timo
Hipófise
Testículo
Glândula
suprarrenal
Músculo
esquelético
Vasos
sanguíneos:
Artéria
Veia
Coração
Tortora_Gerard.indb 4Tortora_Gerard.indb 4 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
7. Sistema Linfático
e Imunidade
(Capítulo 17)
Componentes:
Líquido linfático (linfa)
e vasos linfáticos;
baço, timo, linfonodos
e tonsilas; células que
efetuam as respostas
imunes (célula B, cé-
lulas T e outras)
Funções:
Retorna proteínas e
líquido para o sangue;
transporta lipídeos do
trato gastrintestinal
para o sangue; con-
tém locais de matura-
ção e proliferação de
células B e células T,
que protegem contra os microrganismos causadores de doenças.
9. Sistema
Digestório
(Capítulo 19)
Componentes:
Órgãos do trato
gastrintestinal, in-
cluindo a boca, a
faringe (garganta),
o esôfago, o estô-
mago, os intestinos
delgado e grosso,
o reto e o ânus;
também inclui os
órgãos digestórios
acessórios que
auxiliam nos processos digestivos,
como as glândulas salivares, o fíga-
do, a vesícula biliar e o pâncreas.
Funções:
Degrada física e quimicamente os
alimentos; absorve os nutrientes; elimina os resíduos sólidos.
8. Sistema Respiratório
(Capítulo 18)
Componentes:
Pulmões e vias aéreas,
como a faringe (garganta), a
laringe, a traqueia e os brôn-
quios, que conduzem aos
pulmões.
Funções:
Transfere o oxigênio do ar
inspirado para o sangue e
o dióxido de carbono do
sangue para o ar expirado;
ajuda a regular a acidez dos
líquidos corporais; o fluxo
de ar para fora dos pulmões,
através das pregas vocais,
produz sons.
10. Sistema Urinário
(Capítulo 21)
Componentes:
Rins, ureteres, bexiga urinária
e uretra.
Funções:
Produz, armazena e elimina a
urina; elimina resíduos e regula
o volume e a composição quí-
mica do sangue; ajuda a regular
o equilíbrio acido básico dos
líquidos corporais; mantém o
equilíbrio mineral do corpo; aju-
da a regular a produção de célu-
las sanguíneas vermelhas.
Ovário
Glândula
mamária
Próstata
Ducto
deferente
Glândula
seminal
Tuba uterina
(de Falópio)
Pênis
Testículo
Útero
Vagina
11. Sistemas Genitais
(Capítulo 23)
Componentes:
Gônadas (testículos em homens e ovários em mu-
lheres) e órgãos associados: tubas uterinas, útero e
vagina em mulheres, e epidídimo, ducto deferente
e pênis em homens. Glândulas mamárias em mu-
lheres.
Funções:
As gônadas produzem os gametas (espermatozoi-
des ou ovócitos), que se unem para formar um novo
organismo, e liberam hormônios que regulam a
reprodução e outros processos corporais; os órgãos
associados transportam e armazenam os gametas.
As glândulas mamárias produzem leite.
Linfonodo
Vaso
linfático
Baço
Timo
Ducto
torácico Pâncreas
(atrás do
estômago)
EstômagoFígado
Esôfago
Glândula
salivar
Boca
Ânus
Vesícula biliar
(atrás e abaixo
do fígado)
Intestino
grosso
Intestino
delgado
Faringe
(garganta)
Pulmão
Brônquio
Laringe
Faringe
Traqueia
Rim
Ureter
Uretra
Bexiga
urinária
Tortora_Gerard.indb 5Tortora_Gerard.indb 5 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
6 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson
■ Teste sua compreensão
3. Defina os seguintes termos: átomo, molécula, célula, tecido,
órgão, sistema e organismo.
4. Recorrendo à Tabela 1.1, responda: quais são os sistemas do
corpo que ajudam a eliminar resíduos?
PROCESSOS VITAIS
OBJETIVO
• Definir os processos vitais dos seres humanos.
Todos os organismos vivos possuem determinadas características
que os distinguem das coisas não vivas. A seguir, estão seis proces-
sos vitais dos seres humanos:
1. O metabolismo é a soma de todos os processos químicos que
ocorrem no corpo. Ele inclui a degradação de moléculas gran-
des e complexas em moléculas menores e mais simples e a
construção de moléculas complexas a partir de moléculas me-
nores e mais simples. Por exemplo, as proteínas dos alimentos
são decompostas em aminoácidos. Os aminoácidos são os blo-
cos de construção, que podem ser usados para construir novas
proteínas, as quais formam os músculos e os ossos.
2. A responsividade é a capacidade do corpo de detectar e res-
ponder a mudanças em seu meio ambiente interno (dentro
do corpo) ou externo (fora do corpo). No corpo, células di-
ferentes detectam diferentes tipos de mudanças e respondem
de modo característico. As células nervosas respondem a va-
riações no ambiente por meio da geração de sinais elétricos,
conhecidos como impulsos nervosos. As células musculares
respondem aos impulsos nervosos por meio da contração, que
gera força para mover partes do corpo.
3. O movimento inclui o movimento do corpo inteiro, de órgãos
individuais, de células simples ou ainda de pequenas organelas
dentro das células. Por exemplo, a ação coordenada de vários
músculos e ossos lhe permite mover seu corpo de um local
para outro, andando ou correndo. Após você ter ingerido uma
refeição que contém gorduras, sua vesícula biliar (um órgão)
se contrai e lança bile dentro do trato gastrintestinal para aju-
dar na digestão das gorduras. Quando um tecido do corpo é
danificado ou infectado, determinadas células sanguíneas
brancas movem-se do sangue para o tecido afetado, para aju-
dar a limpar e reparar a área. E, no interior de células indivi-
duais, vários componentes celulares se movem de uma posição
a outra para desempenharem suas funções.
4. O crescimento é um aumento no tamanho do corpo. Ele pode
ser devido a um aumento (1) no tamanho das células existen-
tes, (2) no número de células ou (3) na quantidade de material
intercelular.
5. A diferenciação é o processo pelo qual células não especializa-
das se tornam especializadas. As células especializadas diferem
em estrutura e função das não especializadas que as origina-
ram. Por exemplo, as células sanguíneas vermelhas especializa-
das e diversos tipos de células sanguíneas brancas diferenciam-
-se das mesmas células não especializadas na medula óssea.
Similarmente, uma simples célula ovular fertilizada sofre tre-
menda diferenciação para se desenvolver em um indivíduo úni-
co, que é semelhante aos pais, ainda que diferente deles.
6. A reprodução refere-se (1) à formação de novas células para
crescimento, reparação ou substituição, ou (2) à produção de
um novo indivíduo.
Embora nem todos esses processos estejam ocorrendo nas cé-
lulas por todo o corpo durante todo o tempo, quando eles cessam
de ocorrer adequadamente pode haver morte celular. Quando a
morte celular é extensa e leva à falência do órgão, o resultado é a
morte do organismo.
• CONEXÃO CLÍNICA Autópsia
Uma autópsia (ver com os próprios olhos) é um exame pós-mortem
(após a morte) do corpo e a dissecação dos seus órgãos internos para
confirmar ou determinar a causa da morte. Uma autópsia pode des-
cobrir a existência de doenças não detectadas durante a vida, deter-
minar a extensão de lesões e explicar como essas lesões podem ter
contribuído para a morte da pessoa. Ela também pode fornecer mais
informação sobre a doença, auxiliar no acúmulo de dados estatísticos
e ensinar os estudantes da área da saúde. Além disso, uma autópsia
pode revelar condições capazes de afetar a descendência ou os irmãos
(como os defeitos cardíacos congênitos). Algumas vezes, uma autópsia
é requerida legalmente, como durante uma investigação criminal; ela
também pode ser proveitosa na resolução de disputas entre beneficiá-
rios e companhias de seguros sobre a causa de uma morte. •
■ Teste sua compreensão
5. Quais são os tipos de movimento que podem ocorrer no corpo
humano?
HOMEOSTASE: MANTENDO
OS LIMITES
OBJETIVOS
• Definir homeostase e explicar sua importância.
• Descrever os componentes de um sistema de
retroalimentação.
• Comparar o funcionamento dos sistemas de
retroalimentação negativa e positiva.
• Distinguir entre os sintomas e os sinais de uma doença.
Os trilhões de células do corpo humano necessitam de condições
relativamente estáveis para funcionarem de modo efetivo e contri-
buírem para a sobrevivência do corpo como um todo. A manuten-
ção de condições relativamente estáveis é denominada homeostase
(homeo- = semelhança; -stase = estabilidade). A homeostase garante
que o ambiente interno do corpo permaneça constante, apesar de
mudanças dentro e fora do corpo. Uma grande parte do meio in-
terno consiste no fluido circundante das células do corpo, chama-
do de líquido intersticial.
Cada sistema corporal, de algum modo, contribui para a home-
ostase. Por exemplo, no sistema circulatório, a contração e o relaxa-
mento alternados do coração impulsionam o sangue para todos os
vasos sanguíneos do corpo. À medida que o sangue flui pelos vasos
capilares, os menores vasos sanguíneos, os nutrientes e o oxigênio
Tortora_Gerard.indb 6Tortora_Gerard.indb 6 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 7
se movem para o líquido intersticial, e os resíduos se movem para o
sangue. As células, por sua vez, removem os nutrientes e o oxigênio
do líquido intersticial e liberam seus resíduos no líquido intersticial.
A homeostase é dinâmica, isto é, ela pode variar sobre uma faixa limi-
tada que seja compatível com a manutenção dos processos celulares
vitais. Por exemplo, o nível de glicose no sangue é mantido dentro de
uma faixa estreita. Ele normalmente não cai muito entre as refeições
nem sobe muito, mesmo após a ingestão de uma refeição com alto
teor de glicose. O encéfalo necessita de um suprimento regular de
glicose para permanecer funcionando – um baixo nível sanguíneo de
glicose pode levar à inconsciência ou mesmo à morte. Em contraste,
um nível sanguíneo elevado e prolongado de glicose pode danificar
os vasos sanguíneos e causar perda excessiva de água na urina.
Controle da homeostase:
sistemas de retroalimentação
Felizmente, cada estrutura corporal, das células aos sistemas, têm
um ou mais dispositivos homeostáticos que trabalham para man-
ter o meio interno dentro dos limites normais. Os mecanismos
homeostáticos do corpo estão, principalmente, sob o controle do
sistema nervoso e das glândulas endócrinas. O sistema nervoso de-
tecta as alterações do estado de equilíbrio e envia mensagens, na
forma de impulsos nervosos, para os órgãos que podem se contrapor
a essas alterações. Por exemplo, quando a temperatura corporal
se eleva, os impulsos nervosos fazem as glândulas sudoríferas li-
berarem mais suor, que esfria o corpo à medida que evapora. As
glândulas endócrinas corrigem as alterações por meio da secreção
de moléculas, chamadas de hormônios, no sangue. Os hormônios
afetam células específicas do corpo, onde causam respostas que
restauram a homeostase. Por exemplo, o hormônio insulina reduz
o nível sanguíneo de glicose quando ele está muito alto. Os impul-
sos nervosos normalmente causam correções rápidas, os hormô-
nios geralmente trabalham de forma mais lenta.
A homeostase é mantida por meio de muitos sistemas de re-
troalimentação. Um sistema de retroalimentação ou alça de retro-
alimentação é um ciclo de eventos no qual uma condição no corpo
é continuamente monitorizada, avaliada, modificada, remonitori-
zada, reavaliada e assim por diante. Cada condição monitorizada,
como a temperatura corporal, a pressão sanguínea ou o nível san-
guíneo de glicose, é denominada uma condição controlada. Qual-
quer ruptura que cause uma mudança em uma condição controla-
da é chamada de estímulo. Alguns estímulos provêm do ambiente
externo, como o calor intenso ou a falta de oxigênio. Outros se
originam no ambiente interno, como um nível sanguíneo de glico-
se que esteja muito baixo. Os desequilíbrios homeostáticos podem
também ocorrer devido a estresses psicológicos em nosso ambien-
te social – as demandas do trabalho ou da escola, por exemplo. Na
maioria dos casos, a ruptura da homeostase é leve e temporária, e
as respostas das células do corpo restauram rapidamente o equilí-
brio no ambiente interno. Em outros casos, a ruptura da homeos-
tase pode ser intensa e prolongada, como no envenenamento, na
superexposição a temperaturas extremas, na infecção grave ou na
morte de um ente querido.
Três componentes básicos constituem um sistema de retro-
alimentação: um receptor, um centro de controle e um efetor
(Figura 1.2).
1. Um receptor é uma estrutura do corpo que monitoriza as al-
terações em uma condição controlada e envia a informação,
chamada de entrada, para um centro de controle. A entrada
apresenta-se na forma de impulsos nervosos ou de sinais quí-
micos. As terminações nervosas na pele que sentem a tem-
peratura constituem um em centenas de tipos diferentes de
receptores no corpo.
2. Um centro de controle no corpo, por exemplo, o encéfalo, es-
tabelece uma faixa de valores dentro da qual uma condição
controlada deveria ser mantida, avalia a entrada que ele re-
cebe dos receptores e gera comandos de saída, quando estes
Figura 1.2 Componentes de um sistema de retroalimenta-
ção. A seta tracejada de retorno, à direita, simboliza a retroalimen-
tação negativa.
Os três elementos básicos de um sistema de retroalimenta-
ção são o receptor, o centro de controle e o efetor.
Efetores
que provocam
uma mudança ou
Centro de controle
Condição controlada
que é monitorizada por
Receptores
que enviam
Algum estímulo
rompe a homeostase
Impulsos nervosos ou
sinais químicos para um
aumentado ou
diminuindo uma
Impulsos nervosos ou
sinais químicos para os
Há um retorno à
homeostase quando
a resposta traz a
condição controlada
de volta ao normal.
que recebe a
entrada e fornece
Resposta que altera a
condição controlada
Entrada
Saída
Qual é a diferença básica entre os sistemas de retroalimentação
negativa e positiva?
Tortora_Gerard.indb 7Tortora_Gerard.indb 7 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
8 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson
são necessários. A saída é a informação, na forma de impulsos
nervosos ou sinais químicos, que é retransmitida do centro de
controle para um efetor.
3. Um efetor é uma estrutura do corpo que recebe a saída do
centro de controle e produz uma resposta que altera a condi-
ção controlada. Quase todo órgão ou tecido no corpo pode se
comportar como um efetor. Por exemplo, quando sua tempe-
ratura corporal cai bruscamente, seu encéfalo (centro de con-
trole) envia impulsos nervosos para os seus músculos esquelé-
ticos (efetores), que causam tremores, os quais geram calor e
elevam a sua temperatura.
Sistemas de retroalimentação podem ser classificados tanto
como sistemas de retroalimentação negativa quanto como siste-
mas de retroalimentação positiva.
Sistemas de retroalimentação negativa
Um sistema de retroalimentação negativa reverte uma alteração
em uma condição controlada. Consideremos um sistema de retro-
alimentação negativa que ajuda a regular a pressão sanguínea. A
pressão sanguínea (PS) é a força exercida pelo sangue quando ele
está pressionado contra as paredes dos vasos sanguíneos. Quando
o coração bate mais rápido e mais forte, a PS aumenta. Se um es-
tímulo faz a pressão sanguínea (condição controlada) subir, ocorre
a seguinte sequência de eventos (Figura 1.3). A pressão mais alta
é detectada por barorreceptores, células nervosas sensíveis à pressão
localizadas na parede de certos vasos sanguíneos (os receptores).
Os barorreceptores enviam impulsos nervosos (entrada) para o en-
céfalo (centro de controle), que interpreta os impulsos e responde
enviando impulsos nervosos (saída) para o coração (o efetor). A
frequência cardíaca diminui, o que faz a PS diminuir (resposta).
Essa sequência de eventos retorna a condição controlada – pressão
sanguínea – para o normal, e a homeostase é restaurada. Isso é
um sistema de retroalimentação negativa, porque a atividade do
efetor produz um resultado, uma queda na PS, que reverte o efeito
do estímulo. Os sistemas de retroalimentação negativa tendem a
regular as condições no corpo que são mantidas razoavelmente
estáveis durante longos períodos de tempo, como a PS, o nível
sanguíneo de glicose e a temperatura corporal.
Sistemas de retroalimentação positiva
Um sistema de retroalimentação positiva reforça uma alteração
em uma condição controlada. Os sistemas de retroalimentação
positiva regulares tendem a reforçar condições que não aconte-
cem com muita frequência, como o parto, a ovulação e a coagula-
ção sanguínea. Devido ao fato de um sistema de retroalimentação
positiva reforçar continuamente uma mudança em uma condição
controlada, ele deve ser desligado por algum evento fora do sis-
tema. Se a ação de um sistema de retroalimentação positiva não
for interrompida, ele poderá “disparar” e produzir alterações no
corpo ameaçadoras à vida.
Homeostase e doença
Enquanto todas as condições controladas do corpo permanecem
dentro de certos limites estreitos, as células do corpo funcio-
nam eficientemente, a homeostase é mantida e o corpo perma-
Figura 1.3 Homeostase da pressão sanguínea por meio de
um sistema de retroalimentação negativa. Note que a resposta
é alimentada de volta para o sistema e o sistema continua a reduzir
a pressão sanguínea até haver um retorno à pressão sanguínea
normal (homeostase).
Se a resposta reverte uma alteração em uma condição con-
trolada, um sistema está operando por retroalimentação
negativa.
Uma diminuição na
frequência cardíaca
diminui a pressão sanguínea
Efetor
Centro de controle
Receptores
Pressão sanguínea
Os barorreceptores
em certos vasos
sanguíneos enviam
Algum estímulo
rompe a homeostase pelo
Entrada
Saída
Impulsos
nervosos
Impulsos
nervosos
Retorno à homeostase
quando a resposta traz
a pressão sanguínea
de volta ao normal
aumento da
O encéfalo interpretaO encéfalo interpreta
a entrada e enviaa entrada e envia
Coração
O encéfalo interpreta
a entrada e envia
O que aconteceria à frequência cardíaca, se algum estímulo
causasse a diminuição da pressão sanguínea? Isso ocorreria
por retroalimentação positiva ou negativa?
Tortora_Gerard.indb 8Tortora_Gerard.indb 8 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 9
nece saudável. Contudo, se um ou mais componentes do corpo
perderem sua capacidade de contribuir para a homeostase, o
equilíbrio normal entre todos os processos do corpo poderá ser
perturbado. Se o desequilíbrio homeostático for moderado, po-
derá ocorrer um transtorno ou uma doença; se for grave, poderá
resultar em morte.
Um transtorno (distúrbio) é qualquer anormalidade de estru-
tura e/ou função. Doença é um termo mais específico para uma
enfermidade caracterizada por um conjunto reconhecível de sin-
tomas e sinais. Os sintomas são alterações subjetivas nas funções
corporais, que não são aparentes para um observador, como, por
exemplo, a dor de cabeça ou a náusea. Os sinais são alterações ob-
jetivas que um clínico pode observar e avaliar, como sangramento,
inchaço, vômito, diarreia, febre, erupção ou paralisia. As doenças
específicas alteram a estrutura e a função do corpo de maneira
característica, geralmente produzindo um conjunto de sintomas e
sinais reconhecíveis.
• CONEXÃO CLÍNICA Diagnóstico
O diagnóstico (dia- = através; -gnose = conhecimento) é a iden-
tificação de uma doença ou de um transtorno com base em uma
avaliação científica dos sintomas e sinais do paciente, história clí-
nica, exame físico e, algumas vezes, dados de testes laboratoriais.
A obtenção de uma história clínica consiste em coletar informações
sobre eventos que podem estar relacionados à enfermidade do pa-
ciente, incluindo a queixa principal, a história da doença atual, os
problemas clínicos passados, os problemas clínicos familiares e a
história social. Um exame físico é uma avaliação ordenada do corpo
e de suas funções. Esse processo inclui a inspeção (observar o corpo
para qualquer alteração que se afasta do normal), a palpação (sentir
as superfícies corporais com as mãos), a ausculta (ouvir os sons cor-
porais, frequentemente usando um estetoscópio), a percussão (bater
levemente sobre as superfícies corporais e ouvir o eco resultante) e
avaliação dos sinais vitais (medir temperatura, pulso, frequência res-
piratória e pressão sanguínea). Alguns testes comuns de laboratório
incluem as análises do sangue e da urina. •
■ Teste sua compreensão
6. Quais são os tipos de perturbações capazes de atuar como estí-
mulos que iniciam um sistema de retroalimentação?
7. Como os sistemas de retroalimentação negativa e positiva se
assemelham? Como diferem?
8. Diferencie e dê exemplos de sintomas e sinais de uma doença.
O ENVELHECIMENTO
E A HOMEOSTASE
OBJETIVO
• Descrever algumas mudanças anatômicas e fisiológicas que
ocorrem com o envelhecimento.
Como você verá mais tarde, o envelhecimento é um processo
normal, caracterizado por um declínio progressivo na capacidade
do corpo de restaurar a homeostase. O envelhecimento produz
mudanças observáveis na estrutura e na função e aumenta a vul-
nerabilidade ao estresse e à doença. As mudanças associadas ao
envelhecimento são evidentes em todos os sistemas do corpo. Os
exemplos incluem a pele enrugada, o cabelo grisalho, a perda de
massa óssea, a redução da força e da massa muscular, os reflexos
lentos, a produção reduzida de alguns hormônios, o aumento da
incidência de doenças cardíacas, o aumento da suscetibilidade às
infecções e ao câncer, a diminuição da capacidade pulmonar, o
funcionamento menos eficiente do sistema digestório, a diminui-
ção da função renal, a menopausa e o aumento da próstata. Esses
e outros efeitos do envelhecimento serão discutidos com detalhes
em capítulos posteriores.
■ Teste sua compreensão
9. Cite alguns sinais do envelhecimento.
TERMOS ANATÔMICOS
OBJETIVOS
• Descrever a posição anatômica.
• Identificar as principais regiões do corpo e relacionar
os nomes comuns de várias partes do corpo aos termos
anatômicos correspondentes.
• Definir os termos direcionais e os planos e secções
anatômicas utilizados para localizar as partes do corpo
humano.
A linguagem da anatomia e da fisiologia é muito precisa. Quan-
do se descreve onde o punho está localizado, é correto dizer “o
punho está acima dos dedos”? Essa descrição é verdadeira se seus
braços estiverem nas laterais do seu corpo. Mas, se você manti-
vesse suas mãos acima da sua cabeça, seus dedos estariam acima
do seu punho. Para evitar esse tipo de confusão, os cientistas e os
profissionais da saúde referem-se a uma posição anatômica pa-
drão e usam um vocabulário especial para relacionar as partes do
corpo entre si.
No estudo da anatomia, as descrições de qualquer parte do
corpo humano assumem que o corpo está em uma postura espe-
cífica, chamada de posição anatômica. Na posição anatômica, o
indivíduo está em pé, ereto, de frente para o observador, com a
cabeça nivelada e os olhos voltados para a frente. Os pés estão pla-
nos sobre o solo e dirigidos para a frente, e os braços estão nos
lados do corpo, com as palmas das mãos voltadas para a frente.
(Figura 1.4, página 11). Na posição anatômica, o corpo está na ver-
tical. Dois termos descrevem um corpo reclinado. Se o corpo está
deitado com a face para baixo, ele está na posição prona. Se o cor-
po está deitado com a face para cima, ele está na posição supina.
Denominações das regiões do corpo
O corpo humano é dividido em várias regiões principais que po-
dem ser identificadas externamente. Essas regiões são a cabeça, o
pescoço, o tronco, os membros superiores e os membros inferiores
(Figura 1.4). A cabeça consiste no crânio e na face. O crânio é a
parte da cabeça que envolve e protege o encéfalo, e a face é a por-
ção frontal da cabeça que inclui os olhos, o nariz, a boca, a fronte,
as bochechas e o queixo. O pescoço sustenta a cabeça e a liga ao
Tortora_Gerard.indb 9Tortora_Gerard.indb 9 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
tronco. O tronco consiste em tórax, abdome e pelve. Cada mem-
bro superior está ligado ao tronco e consiste em ombro, axila, bra-
ço (porção do membro, do ombro ao cotovelo), antebraço (porção
do membro, do cotovelo ao punho), punho e mão. Cada membro
inferior está também ligado ao tronco e consiste em nádega, coxa
(porção do membro, do quadril ao joelho), perna (porção do mem-
bro, do joelho ao tornozelo), tornozelo e pé. A virilha é a área na
superfície frontal do corpo, marcada por uma depressão linear a
cada lado, onde o tronco se liga às coxas.
Na Figura 1.4, o adjetivo anatômico correspondente a cada
parte do corpo aparece entre parênteses, próximo ao nome co-
mum. Por exemplo, se você receber uma injeção contra o tétano
em sua nádega, isso será uma injeção glútea. A forma descritiva
de uma parte do corpo é baseada em uma palavra ou “raiz” grega
ou latina para a mesma parte ou área. A palavra latina para axila
é axilla, por exemplo, portanto um dos nervos que passa dentro
da axila é denominado nervo axilar. Você aprenderá mais sobre
as raízes dos termos anatômicos e fisiológicos à medida que ler
este livro.
Termos direcionais
Para localizar as várias estruturas corporais, os anatomistas uti-
lizam termos direcionais específicos, palavras que descrevem a
posição de uma parte do corpo em relação à outra. Vários termos
direcionais podem ser agrupados em pares que têm significados
opostos, por exemplo, anterior (frente) e posterior (atrás). Estude
o Quadro 1.1 e a Figura 1.5 para determinar, entre outras coisas,
se seu estômago é superior a seus pulmões.
Você tem visto a homeostase definida
como uma condição na qual o meio interno
do corpo permanece relativamente estável.
O que isso significa em sua vida diária?
Homeostase: o poder de curar
A capacidade do corpo de manter a ho-
meostase dá a ele enorme poder de cura
e uma notável resistência às lesões. Os
processos fisiológicos responsáveis pela
manutenção da homeostase são, em gran-
de parte, também responsáveis por sua
boa saúde. Para a maioria das pessoas, a
boa saúde ao longo da vida não é algo que
simplesmente acontece. Dois dos nume-
rosos fatores nesse equilíbrio chamado de
saúde são o meio ambiente e o seu próprio
comportamento. Importante também é a
sua constituição genética. A homeostase
do seu corpo é afetada pelo ar que você
respira, pelo alimento que você ingere
e até pelos pensamentos que você tem.
O modo como você vive pode ajudar ou
interferir na capacidade do seu corpo de
manter a homeostase e recuperar-se dos
inevitáveis estresses que ocorrem em
sua vida.
Consideremos o resfriado comum.
Você apoia seus processos naturais de
cura quando se cuida. Bastante repouso,
líquidos e caldo de galinha permitem ao
sistema imunológico fazer seu trabalho. O
resfriado segue seu curso e você logo volta
a estar de pé. Se, em vez de se cuidar, você
continuar fumando dois maços de cigar-
ros por dia, deixar de se alimentar e passar
várias noites estudando para um exame
de anatomia e fisiologia, você interferi-
rá na capacidade do sistema imunológico
de defender-se de micróbios invasores e
trazer o corpo de volta à homeostase e à
boa saúde. Outras infecções obtêm vanta-
gem do seu estado enfraquecido, e logo o
resfriado terá se “transformado” em uma
bronquite ou uma pneumonia.
Homeostase e prevenção de doenças
Muitas doenças são o resultado de anos
de comportamento pouco saudável, que
interfere na atividade natural do corpo
para manter a homeostase. Um exemplo
óbvio é a enfermidade relacionada ao
fumo. O tabagismo expõe o sensível te-
cido pulmonar a uma grande quantidade
de de substâncias químicas que causam
câncer e prejudicam a capacidade do
pulmão de reparar a si mesmo. Devido
ao fato de doenças como o enfisema e o
câncer de pulmão serem difíceis de tratar
e muito raramente terem cura, é muito
mais sensato parar de fumar – ou nunca
começar – do que esperar que um médico
possa curá-lo, uma vez que você foi diag-
nosticado com uma doença pulmonar.
Desenvolver um estilo de vida que traba-
lhe com, ao invés de contra, os processos
homeostáticos do seu corpo ajuda você a
maximizar seu potencial pessoal para óti-
ma saúde e bem-estar.
᭤ Pense sobre isto…
᭤ Quais são os hábitos sadios que você desenvolveu ao longo dos anos para
evitar doenças ou aprimorar a capacidade do seu corpo de manter a saúde e a
homeostase?
FOCO NO BEM-ESTAR
Boa saúde –
homeostase é
a base
Tortora_Gerard.indb 10Tortora_Gerard.indb 10 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 11
Figura 1.4 A posição anatômica. Os nomes comuns e os termos anatômicos correspondentes (entre parênteses)
indicam regiões específicas do corpo. Por exemplo, a cabeça é a região cefálica.
Na posição anatômica, o indivíduo está em pé, ereto, de frente para o observador, com a cabeça nivelada e os olhos voltados para
a frente. Os pés estão planos sobre o solo e dirigidos para a frente e os braços estão nos lados do corpo com as palmas das mãos
voltadas para a frente.
(b) Visão posterior(a) Visão anterior
Tórax
(torácica)
TRONCO
Pelve
(pélvica)
Abdome
(abdominal)
PESCOÇO
(CERVICAL)
Braço
(braquial)
Axila
(axilar)
Região anterior
do cotovelo
(cubital anterior)
Punho
(carpal)
Antebraço
(antebraquial)
Superfície anterior do
joelho (patelar)
Pé
(podálico) Dedos do pé
(digital ou
falângica)
Tornozelo
(tarsal)
Perna
(crural)
Coxa
(femoral)
Palma da
mão (palmar
ou volar)
Púbis
(púbica)
Parte superior
do pé (dorso)
Grande dedo
do pé (hálux)
Umbigo
(umbilical)
Quadril (coxal)
Virilha
(inguinal)
Primeiro
dedo da
mão (polegar)
Mama (mamária)
Osso esterno (esternal)
Queixo (mentual)
Boca (oral)
Nariz (nasal)
Bochecha (bucal)
Orelha (ótica)
Olho (orbital ou ocular)
Fronte (frontal)
Têmpora (temporal)
Mão
(manual)
Crânio
(cranial)
Face
(facial)
CABEÇA
(CEFÁLICO)
CABEÇA
(CEFÁLICO)
PESCOÇO
(CERVICAL)
Dedos da
mão (digital
ou falângica)
Região posterior
do cotovelo
(cubital posterior)
Entre os ossos
do quadril
(sacral)
Concavidade
posterior do joelho
(poplítea)
Nádegas
(glútea)
Região entre o
ânus e os genitais
externos (perineal)
Planta do
pé (plantar)
Panturrilha
(sural)
Parte posterior
da base do crânio
(occipital)
Coluna vertebral
(vertebral)
Escápula
(escapular)
Região
posterior da
mão (dorsal)
MEMBRO
SUPERIOR
Dorso
(dorsal)
Lombo (lombar)
Calcanhar
(calcânea)
MEMBRO
INFERIOR
Onde está localizada uma verruga plantar?
Tortora_Gerard.indb 11Tortora_Gerard.indb 11 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
12 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson
Quadro 1.1 Termos direcionais (Figura 1.5)
OBJETIVO
• Definir cada termo direcional utilizado para descrever o corpo humano.
A maioria dos termos direcionais utilizados para
descrever o corpo humano pode ser agrupa-
da em pares que têm significados opostos. Por
exemplo, superior indica em direção à parte de
cima do corpo, e inferior significa em direção à
parte de baixo do corpo. É importante compreen-
der que os termos direcionais têm significados
relativos; eles somente fazem sentido quando
usados para descrever a posição de uma estru-
tura em relação a alguma outra. Por exemplo,
seu joelho é superior ao seu tornozelo, embora
ambos estejam localizados na metade inferior do
corpo. Estude os termos direcionais e o exemplo
de como cada um é utilizado. À medida que ler
cada exemplo, recorra à Figura 1.5 para ver a lo-
calização das estruturas mencionadas.
■ Teste sua compreensão
Que termos direcionais podem ser usados para
especificar as relações entre (1) o cotovelo e o
ombro, (2) os ombros esquerdo e direito, (3) o
esterno e o úmero e (4) o coração e o diafragma?
Termo direcional Definição Exemplo de uso
Superior (cefálico ou cranial) Em direção à cabeça ou a parte mais alta de uma estrutura. O coração é superior ao fígado.
Inferior (caudal) Distante da cabeça ou a parte mais baixa de uma estrutura. O estômago é inferior aos pulmões.
Anterior (ventral) Mais próximo ou na frente do corpo. O osso esterno é anterior ao coração.
Posterior (dorsal) Mais próximo ou no dorso do corpo. O esôfago é posterior à traqueia.
Medial Mais próximo da linha mediana
†
ou do plano sagital mediano. A ulna é medial ao rádio.
Lateral Mais afastado da linha mediana ou do plano sagital mediano. Os pulmões são laterais ao coração.
Proximal Mais próximo da fixação de um membro ao tronco; mais pró-
ximo do ponto de origem ou do início.
O úmero é proximal ao rádio.
Distal Mais afastado da fixação de um membro ao tronco; mais
afastado do ponto de origem ou do início.
As falanges são distais aos ossos carpais.
Superficial Em direção à ou na superfície do corpo. As costelas são superficiais aos pulmões.
Profundo Distante da superfície do corpo. As costelas são profundas à pele do tórax e do
dorso.
†
A linha mediana é uma linha vertical imaginária que divide o corpo em lados iguais, direito e esquerdo.
Tortora_Gerard.indb 12Tortora_Gerard.indb 12 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 13
Figura 1.5 Termos direcionais.
Os termos direcionais localizam com precisão as várias partes do corpo uma em relação às outras.
Pulmão direito
Linha mediana
PROXIMAL
LATERAL MEDIAL
Esôfago
Traqueia
Costela
Pulmão esquerdo
Coração
Diafragma
Estômago
Colo transverso
Intestino delgado
Colo descendente
Bexiga urinária
Visão anterior do tronco e membro superior direito
INFERIOR
SUPERIOR
LATERAL
Esterno
Úmero
Fígado
Vesícula biliar
Rádio
Ulna
Colo
ascendente
Ossos carpais
Ossos metacarpais
Falanges
DISTAL
O rádio é proximal ao úmero? O esôfago é anterior à traqueia? As costelas são superficiais aos pulmões? A bexiga urinária é medial ao colo
ascendente? O esterno é lateral ao colo descendente?
Tortora_Gerard.indb 13Tortora_Gerard.indb 13 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
14 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson
Planos e secções
Você também estudará as partes do corpo em quatro planos prin-
cipais, isto é, superfícies planas imaginárias que passam através das
partes do corpo (Figura 1.6): sagital, frontal, transverso e oblíquo.
Um plano sagital (sagitta = seta) é um plano vertical que divide o
corpo ou um órgão em lados direito e esquerdo. Mais especifica-
mente, quando um plano passa através da linha mediana do corpo
ou do órgão e os divide em metades iguais direita e esquerda, ele é
denominado plano sagital mediano. Se o plano sagital não passa
através da linha mediana, mas, em vez disso, divide o corpo ou um
órgão em lados direito e esquerdo desiguais, ele é denominado pla-
no sagital paramediano (para- = ao lado de, próximo). Um plano
frontal ou plano coronal divide o corpo ou um órgão em porções
anterior (frente) e posterior (atrás). Um plano transverso divide o
corpo ou um órgão em porções superior (acima) e inferior (abai-
xo). Um plano transverso pode também ser chamado de plano ho-
rizontal ou seccional. Os planos sagitais, frontais e transversos estão
todos em ângulos retos uns com os outros. Um plano oblíquo, em
contraste, passa através do corpo ou de um órgão em um ângulo
entre o plano transverso e um plano sagital ou entre o plano trans-
verso e um plano frontal.
Quando você estudar uma região do corpo, com frequência a
verá em secção. Uma secção é um corte do corpo ou de um órgão
feito ao longo de um dos planos já descritos. É importante conhecer
o plano da secção, de modo que você possa entender as relações ana-
tômicas de uma parte com as outras. A Figura 1.7 indica como três
secções diferentes – uma secção transversa, uma secção frontal e uma
secção sagital mediana – proporcionam visões diferentes do encéfalo.
Figura 1.6 Planos através do corpo humano.
Os planos frontal, transverso, sagital e oblíquo dividem o
corpo de maneiras específicas.
Visão anterolateral direita
Plano sagital
paramedianoPlano oblíquo
Plano frontal
Plano sagital mediano
(através da linha mediana)
Plano
transverso
Qual é o plano que divide o coração em porções anterior e pos-
terior?
Figura 1.7 Planos e secções através de diferentes partes
do encéfalo. Os diagramas (à esquerda) mostram os planos, e
as fotografias (à direita) mostram as secções resultantes. (Nota:
As setas com origem em “Visão”, no diagrama, indicam a direção
a partir da qual cada secção é visualizada. Esse subsídio é usado
em todo o livro para indicar a perspectiva da visão.)
Os planos dividem o corpo de várias maneiras, para produ-
zir secções.
(a)
(b)
(c)
Plano frontal
Plano sagital mediano
Plano
transverso
Visão
Visão
Visão
AnteriorPosterior
Secção transversa
Secção frontal
Secção sagital mediana
Qual é o plano que divide o encéfalo em lados iguais direito e
esquerdo?
Tortora_Gerard.indb 14Tortora_Gerard.indb 14 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 15
■ Teste sua compreensão
10. Descreva a posição anatômica e explique por que ela é utilizada.
11. Localize cada região do seu próprio corpo e então a identifique
pelo nome comum e a forma descritiva anatômica correspon-
dente.
12. Para cada termo direcional listado no Quadro 1.1, forneça seu
próprio exemplo.
13. Quais são os diversos planos que podem ser passados através
do corpo? Explique como cada um deles divide o corpo.
CAVIDADES DO CORPO
OBJETIVOS
• Descrever as principais cavidades do corpo e os órgãos que
elas contêm.
• Explicar por que a cavidade abdominopélvica é dividida em
regiões e quadrantes.
As cavidades do corpo são espaços dentro do corpo que contêm,
protegem, separam e sustentam os órgãos internos. Aqui, discuti-
mos várias das maiores cavidades do corpo (Figura 1.8).
A cavidade do crânio é formada pelos ossos cranianos e con-
tém o encéfalo. O canal vertebral é formado pelos ossos da coluna
vertebral e contém a medula espinal.
As principais cavidades do tronco são as cavidades torácica e
abdominopélvica. A cavidade torácica (torac- = tórax, peito) é a
cavidade do tórax. Dentro da cavidade torácica estão três cavida-
des menores: a cavidade do pericárdio (peri- = em torno de; -cár-
dio = coração), um espaço preenchido por líquido, que circunda o
coração, e duas cavidades pleurais (pleur- = costela ou lado), cada
qual circundando um pulmão e contendo uma pequena quanti-
dade de líquido (Figura 1.9). A porção central da cavidade torá-
cica é uma região anatômica chamada de mediastino (media- =
no meio; -stino = partição). Ele está entre os pulmões, estendendo
do esterno à coluna vertebral e da primeira costela ao diafragma
(Figura 1.9), e contém todos os órgãos torácicos, exceto os pró-
prios pulmões. Dentre as estruturas no mediastino estão o co-
ração, o esôfago, a traqueia e vários grandes vasos sanguíneos.
O diafragma (divisória ou parede) é um músculo em forma de
domo, que possibilita a respiração e separa a cavidade torácica da
cavidade abdominopélvica.
A cavidade abdominopélvica estende-se do diafragma até a
região da virilha. Como o nome sugere, ela está dividida em duas
Figura 1.8 Cavidades do corpo. As linhas tracejadas indicam o limite entre as cavidades abdominal e pélvica.
As principais cavidades corporais do tronco são as cavidades torácica e abdominopélvica.
(a) Visão lateral direita (b) Visão anterior
Cavidade
do crânio
Canal
vertebral
Cavidade
torácica
Cavidade
abdominopélvica:
Cavidade
abdominal
Diafragma
Cavidade
pélvica
É formada pelos ossos do crânio e contém o encéfalo.
É formado pela coluna vertebral e contém a medula
espinal e o início dos nervos espinais.
Cavidade do tórax; contém as cavidades pleurais
e do pericárdio e o mediastino
Cada uma circunda um pulmão; a membrana
serosa de cada cavidade pleural é a pleura.
Circunda o coração; a membrana serosa da
cavidade do pericárdio é o pericárdio.
Porção central da cavidade torácica entre os
pulmões; estende-se do esterno até a coluna
vertebral e do pescoço até o diafragma; contém
o coração, o timo, o esôfago, a traqueia e vários
grandes vasos sanguíneos.
Subdividida em cavidades abdominal e pélvica.
Contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula
biliar, o intestino delgado e a maior parte do intestino
grosso; a membrana serosa da cavidade abdominal
é o peritônio.
Cavidade do crânio
Canal vertebral
Cavidade torácica*
Cavidade pleural
Cavidade do pericárdio
Mediastino
Cavidade
abdominopélvica
Cavidade abdominal
Cavidade pélvica
* Ver Figura 1.9, para detalhes da cavidade torácica.
CAVIDADE COMENTÁRIOS
Contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso
e os órgãos genitais internos femininos e masculinos.
Em quais cavidades estão localizados os seguintes órgãos: bexiga urinária, estômago, coração, intestino delgado, pulmões, órgãos geni-
tais internos femininos, timo, baço e fígado? Use os seguintes símbolos para a sua resposta:
T = cavidade torácica, A = cavidade abdominal, P = cavidade pélvica.
Tortora_Gerard.indb 15Tortora_Gerard.indb 15 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
16 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson
Figura 1.9 A cavidade torácica. As linhas tracejadas indicam os limites do mediastino. Note que a cavidade do
pericárdio circunda o coração e que as cavidades pleurais circundam os pulmões.
O mediastino é a região anatômica medial aos pulmões, que se estende do esterno até a coluna vertebral e da primeira costela até o
diafragma.
Cavidade pleural direita
Mediastino
Cavidade pleural esquerda
Visão anterior
Cavidade do pericárdio
Lâmina parietal do pericárdio seroso
Lâmina visceral do pericárdio seroso
Pleura parietal
Pleura visceral
Diafragma
Quais das seguintes estruturas estão contidas no mediastino: pulmão direito, coração, esôfago, medula espinal, aorta, cavidade pleural
esquerda?
Figura 1.10 As nove regiões da cavidade abdominopélvica. Os órgãos genitais internos na cavidade pélvica são mostrados nas
Figuras 23.1 e 23.6.
A designação de nove regiões é utilizada para estudos anatômicos.
(b) Visão anterior superficial dos órgãos nas regiões abdominopélvicas
NDRIOHIPOCÔNDRIO
DIREITO
REGIÃO
(ILÍACA)
HIPOGÁSTRIOGUINAL
IREITA
REGIÃ
LATER
ESQUE
REGIÃO
UMBILICAL
GIÃO
TERAL
REITA
HIPOCÔ
ESQUE
EPIGÁSTRIOEPIGÁSTRIO
REGIÃO
LATERAL
DIREITA
REGIÃO
LATERAL
ESQUERDA
REGIÃO
UMBILICAL
REGIÃO INGUINAL
(ILÍACA) DIREITA
REGIÃO INGUINAL
(ILÍACA) ESQUERDA
HIPOGÁSTRIO
(a) Visão anterior mostrando a localização das regiões abdominopélvicas
Direita Esquerda
HIPOCÔNDRIO
ESQUERDO
Diafragma
Fígado
Estômago
Intestino grosso
Bexiga urinária
Vesícula biliar
Intestino grosso
(colo ascendente)
Intestino delgado
Apêndice
vermiforme
Em qual região abdominopélvica é encontrado cada um dos seguintes órgãos: a maior parte do fígado, o colo ascendente, a bexiga urinária
e o apêndice?
Tortora_Gerard.indb 16Tortora_Gerard.indb 16 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 17
porções, embora nenhuma parede as separe (ver Figura 1.8). A
porção superior, a cavidade abdominal (abdomin- = ventre), con-
tém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o intestino
delgado e a maior parte do intestino grosso. A porção inferior, a
cavidade pélvica (pelv- = bacia) contém a bexiga urinária, porções
do intestino grosso e os órgãos internos do sistema genital. Os
órgãos dentro das cavidades torácica e abdominopélvica são cha-
mados de vísceras.
Uma membrana serosa de dupla camada, fina e escorregadia,
cobre as vísceras dentro das cavidades torácica e abdominal e forra
as paredes do tórax e do abdome. As partes de uma membrana
serosa são (1) a lâmina parietal, que forra as paredes das cavidades,
e (2) a lâmina visceral, que cobre e se adere às vísceras dentro das
cavidades. Uma pequena quantidade de líquido lubrificante entre
as duas lâminas reduz o atrito, permitindo às vísceras deslizar um
pouco durante os movimentos, como quando os pulmões insuflam
e desinsuflam durante a respiração.
A membrana serosa da cavidade pleural é chamada de pleura.
A membrana serosa da cavidade do pericárdio é o pericárdio. O
peritônio é a membrana serosa da cavidade abdominal.
Além das já descritas, você também aprenderá sobre outras
cavidades do corpo em capítulos posteriores. Estas incluem a cavi-
dade oral (bucal), que contém a língua e os dentes; a cavidade nasal,
no nariz; as cavidades orbitais, que contêm os bulbos dos olhos; a ca-
vidade timpânica, que contém os ossículos da orelha média, e as ca-
vidades articulares, que são encontradas em articulações livremente
móveis e contêm sinóvia.
Regiões e quadrantes abdominopélvicos
Para descrever mais precisamente a localização dos vários ór-
gãos abdominais e pélvicos, a cavidade abdominopélvica pode
ser dividida em compartimentos menores. Em um dos métodos,
duas linhas horizontais e duas linhas verticais, como uma gra-
de de jogo-da-velha, repartem a cavidade em nove regiões ab-
dominopélvicas (Figura 1.10). Os nomes das nove regiões são:
hipocôndrio direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo, região lateral
direita, região umbilical, região lateral esquerda, região inguinal
(ilíaca) direita, hipogástrio e região inguinal (ilíaca) esquerda. Em
outro método, uma linha horizontal e uma linha vertical que
passam através do umbigo dividem a cavidade abdominopélvica
em quadrantes (quad- = quarta parte) (Figura 1.11). Os nomes
dos quadrantes abdominopélvicos são: quadrante superior direito
(QSD), quadrante superior esquerdo (QSE), quadrante inferior di-
reito (QID) e quadrante inferior esquerdo (QIE). A divisão em nove
regiões é mais amplamente usada para estudos anatômicos, e os
quadrantes são mais comumente usados pelos clínicos para des-
crever o local de uma dor abdominopélvica, uma massa ou outra
anormalidade.
■ Teste sua compreensão
14. Quais limites de referência separam as diversas cavidades do
corpo umas das outras?
15. Localize as nove regiões abdominopélvicas e os quatro qua-
drantes abdominopélvicos em você mesmo e liste alguns ór-
gãos encontrados em cada um(a).
• • •
No Capítulo 2, examinaremos o nível químico de organiza-
ção. Você aprenderá sobre os vários grupos de substâncias quími-
cas, suas funções e como elas contribuem para a homeostase.
Figura 1.11 Quadrantes da cavidade abdominopélvica. As
duas linhas cruzam-se em ângulos retos no umbigo.
A designação quadrante é usada para localizar o sítio da
dor, uma massa ou alguma outra anormalidade.
Visão anterior mostrando a localização dos quadrantes
abdominopélvicos.
QUADRANTE
INFERIOR
ESQUERDO
(QIE)
QUADRANTE
SUPERIOR
ESQUERDO
(QSE)
QUADRANTE
INFERIOR
DIREITO
(QID)
QUADRANTE
SUPERIOR
DIREITO
(QSD)
Em qual quadrante abdominopélvico seria sentida a dor da
apendicite (inflamação do apêndice vermiforme)?
Tortora_Gerard.indb 17Tortora_Gerard.indb 17 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
18 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson
TERMINOLOGIA E CONDIÇÕES MÉDICAS
A maioria dos capítulos deste texto é seguida por um glossário de ter-
mos-chave médicos, que inclui condições normais e patológicas. Você
deve familiarizar-se com esses termos, porque eles desempenharão um
papel essencial em seu vocabulário médico.
Algumas dessas condições, bem como as discutidas no texto, são
referidas como locais ou sistêmicas. Uma doença local é a que afeta uma
parte ou uma área limitada do corpo. Uma doença sistêmica afeta o corpo
inteiro ou várias partes.
Epidemiologia (epi- = sobre; -demi = povo) A ciência que lida com o
por quê, quando e onde as doenças ocorrem e como elas são transmiti-
das dentro de uma população humana definida.
Geriatria (ger- = velho; -iatria = medicina) A ciência que lida com os
problemas médicos e o cuidado de pessoas idosas.
Patologia (pato- = doença) A ciência que lida com a natureza, as causas
e o desenvolvimento de condições anormais e com as alterações estru-
turais e funcionais que as doenças produzem.
Farmacologia (farmaco- = medicamento) A ciência que lida com os
efeitos e o uso dos fármacos no tratamento da doença.
RESUMO
Definição de anatomia e fisiologia
1. Anatomia é a ciência da estrutura e das relações entre as estruturas
do corpo.
2. Fisiologia é a ciência de como as estruturas do corpo funcionam.
Níveis de organização e sistemas do corpo
1. O corpo humano consiste em seis níveis de organização: químico,
celular, tecidual, orgânico, sistêmico e de organismo.
2. As células são as unidades estruturais e funcionais básicas de um
organismo e as menores unidades vivas no corpo humano.
3. Os tecidos consistem em grupos de células e de materiais circun-
dantes, que trabalham em conjunto para desempenhar uma função
particular.
4. Os órgãos geralmente têm formas reconhecíveis, são compostos de
dois ou mais tipos de tecidos diferentes e têm funções específicas.
5. Os sistemas consistem em órgãos relacionados que têm uma função
comum.
6. A Tabela 1.1 introduz os 11 sistemas do corpo humano: o do tegu-
mento comum, o esquelético, o muscular, o nervoso, o das glându-
las endócrinas, o circulatório, o linfático, o respiratório, o digestó-
rio, o urinário e o genital.
7. O organismo humano é uma coleção de sistemas estrutural e fun-
cionalmente integrados.
8. Os sistemas do corpo trabalham juntos para manter a saúde, prote-
ger contra doenças e permitir a reprodução da espécie.
Processos vitais
1. Todos os organismos vivos têm certas características que os distin-
guem das coisas não vivas.
2. Entre os processos vitais nos seres humanos estão o metabolismo,
a responsividade, o movimento, o crescimento, a diferenciação e a
reprodução.
Homeostase: mantendo os limites
1. A homeostase é uma condição na qual o meio interno do corpo per-
manece estável, dentro de certos limites.
2. Uma grande parte do meio interno do corpo é de líquido intersti-
cial, que circunda todas as células corporais.
3. A homeostase é regulada pelo sistema nervoso e pelas glândulas en-
dócrinas, atuando em conjunto ou separadamente. O sistema ner-
voso detecta as alterações corporais e envia impulsos nervosos para
manter a homeostase. As glândulas endócrinas regulam a homeos-
tase por meio da secreção de hormônios.
4. As rupturas da homeostase provêm de estímulos internos e exter-
nos e de estresses psicológicos. Quando a ruptura da homeostase
é leve e temporária, as respostas das células do corpo rapidamente
restauram o equilíbrio no meio interno. Se a ruptura for extre-
ma, as tentativas do corpo para restaurar a homeostase poderão
falhar.
5. Um sistema de retroalimentação consiste em (1) receptores que
monitoram mudanças em uma condição controlada e enviam a
informação para (2) um centro de controle que estabelece os va-
lores nos quais uma condição controlada deve ser mantida, avalia
a informação que recebe e gera comandos de saída, quando estes
são necessários, e (3) efetores que recebem a saída do centro de
controle e produzem uma resposta (efeito) que altera a condição
controlada.
6. Se uma resposta reverte uma mudança em uma condição con-
trolada, o sistema é chamado de sistema de retroalimentação ne-
gativa. Se uma resposta reforça uma mudança em uma condição
controlada, o sistema é referido como sistema de retroalimenta-
ção positiva.
7. Um exemplo de retroalimentação negativa é o do sistema que re-
gula a pressão sanguínea. Se um estímulo faz a pressão sanguínea
(condição controlada) subir, os barorreceptores (células nervosas
sensíveis à pressão, os receptores) nos vasos sanguíneos enviam im-
pulsos (entrada) para o encéfalo (centro de controle). O encéfalo
Tortora_Gerard.indb 18Tortora_Gerard.indb 18 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 19
envia impulsos (saída) para o coração (efetor). Como resultado, a
frequência cardíaca diminui (resposta) e a pressão sanguínea cai de
volta ao normal (restauração da homeostase).
8. As rupturas da homeostase – desequilíbrios homeostáticos – podem
conduzir a transtornos, doenças e mesmo à morte.
9. Um transtorno é qualquer anormalidade de estrutura e/ou função.
Doença é um termo mais específico para uma enfermidade com um
conjunto definido de sinais e sintomas.
10. Os sintomas são alterações subjetivas nas funções corporais, que
não são aparentes para um observador, ao passo que os sinais são
alterações objetivas que podem ser observadas e avaliadas.
11. O diagnóstico da doença envolve a identificação de sintomas e si-
nais, uma história clínica, exame físico e, algumas vezes, testes de
laboratório.
O envelhecimento e a homeostase
1. O envelhecimento produz alterações observáveis na estrutura e na
função e aumenta a vulnerabilidade ao estresse e à doença.
2. As alterações associadas ao envelhecimento ocorrem em todos os
sistemas do corpo.
Termos anatômicos
1. Descrições de qualquer região do corpo assumem que o corpo está
na posição anatômica, em que o indivíduo está em pé, ereto, de
frente para o observador, com a cabeça nivelada e os olhos voltados
para a frente. Os pés estão planos sobre o solo e dirigidos para a
frente, e os braços estão nos lados do corpo, com as palmas das
mãos voltadas para a frente.
2. O corpo humano é dividido em diversas regiões principais: a ca-
beça, o pescoço, o tronco, os membros superiores e os membros
inferiores.
3. Dentro das regiões do corpo, as partes específicas do corpo têm
denominações comuns e correspondentes formas anatômicas des-
critivas (adjetivos). Os exemplos são: tórax (torácico), nariz (nasal) e
punho (carpal).
4. Os termos direcionais indicam a relação de uma parte do corpo
com outra. O Quadro 1.1 resume os termos direcionais comumente
usados.
5. Os planos são superfícies planas imaginárias que dividem o corpo
ou os órgãos em duas partes. Um plano sagital mediano divide o
corpo ou um órgão em lados direito e esquerdo iguais. Um plano
sagital paramediano divide o corpo ou um órgão em lados direito e
esquerdo desiguais. Um plano frontal divide o corpo ou um órgão
em porções anterior e posterior. Um plano transverso divide o cor-
po ou um órgão em porções superior e inferior. Um plano oblíquo
passa através do corpo ou de um órgão em um ângulo entre um
plano transverso e um plano sagital ou entre um plano transverso e
um plano frontal.
6. As secções resultam de cortes através das estruturas corporais. Elas
são nomeadas de acordo com o plano no qual o corte é feito: trans-
versa, frontal ou sagital.
Cavidades do corpo
1. Os espaços no corpo que contêm, protegem, separam e sustentam
os órgãos internos são chamados de cavidades do corpo.
2. A cavidade do crânio contém o encéfalo, e o canal vertebral contém
a medula espinal.
3. A cavidade torácica é subdividida em três cavidades menores: a ca-
vidade do pericárdio, que contém o coração, e duas cavidades pleu-
rais, cada qual contendo um pulmão.
4. A porção central da cavidade torácica é o mediastino. Ele está loca-
lizado entre os pulmões e se estende do esterno até a coluna verte-
bral e do pescoço até o diafragma. Contém todos os órgãos toráci-
cos, exceto os pulmões.
5. A cavidade abdominopélvica está separada da cavidade torácica
pelo diafragma e é dividida em uma cavidade abdominal, superior,
e uma cavidade pélvica, inferior.
6. Os órgãos nas cavidades torácica e abdominopélvica são chamados
de vísceras.
7. As vísceras da cavidade abdominal incluem o estômago, o baço, o
fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado e a maior parte do in-
testino grosso.
8. As vísceras da cavidade pélvica incluem a bexiga urinária, porções
do intestino grosso e os órgãos internos do sistema genital.
9. Para descrever facilmente a localização dos órgãos, a cavidade ab-
dominopélvica pode ser dividida em nove regiões abdominopélvi-
cas, por meio de duas linhas horizontais e duas linhas verticais.
10. As denominações das nove regiões abdominopélvicas são: hipocôn-
drio direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo, região lateral direi-
ta, região umbilical, região lateral esquerda, região inguinal direita,
hipogástrio, região inguinal esquerda.
11. A cavidade abdominopélvica pode também ser dividida em qua-
drantes, passando-se uma linha horizontal e uma linha vertical
através do umbigo.
12. As denominações dos quadrantes abdominopélvicos são: quadrante
superior direito (QSD), quadrante superior esquerdo (QSE), quan-
drante inferior direito (QID) e quadrante inferior esquerdo (QIE).
AUTOAVALIAÇÃO
1. Para reconectar adequadamente os ossos desconectados de um esque-
leto humano, você necessitaria de um bom conhecimento de
a. fisiologia b. homeostase c. química
d. anatomia e. sistemas de retroalimentação
2. Qual das seguintes opções ilustra melhor a ideia dos níveis crescen-
tes de complexidade organizacional?
a. químico → tecidual → celular → orgânico → de organismo →
sistêmico
b. químico → celular → tecidual → orgânico → sistêmico → de
organismo
c. celular → químico → tecidual → de organismo → orgânico →
sistêmico
d. químico → celular → tecidual → sistêmico → orgânico → de
organismo
e. tecidual → celular → químico → orgânico → sistêmico → de
organismo
Tortora_Gerard.indb 19Tortora_Gerard.indb 19 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
20 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson
3. Combine os seguintes:
_____a. transporta oxigênio,
nutrientes e dióxido de
carbono
A. sistema urinário
_____b. degrada alimento e ab-
sorve nutrientes
B. sistema digestório
_____c. funciona no movimento
corporal, na postura e
na produção de calor
C. glândulas endócrinas
_____d. regula as atividades do
corpo através de hormô-
nios
D. tegumento comum
_____e. sustenta o corpo, ajuda a
proteger órgãos do cor-
po, fornece áreas para
fixação muscular
E. sistema muscular
_____f. elimina resíduos e regu-
la a composição química
e o volume do sangue
F. sistema esquelético
_____g. protege o corpo, detec-
ta sensações e ajuda a
regular a temperatura
corporal
G. sistema circulatório
4. Preencha os espaços em branco na seguinte tabela.
Sistema Órgãos Principais Funções
a b Regula atividades do cor-
po por meio de impulsos
nervosos
c Vasos linfáticos, baço,
timo, tonsilas, linfonodos
d
e f Supre oxigênio para as
células, elimina dióxido
de carbono, ajuda a regu-
lar a acidez dos líquidos
corporais
Genital g h
5. Homeostase é
a. a soma de todos os processos químicos no corpo
b. o sinal de um distúrbio ou doença
c. a combinação de crescimento, reparo e liberação de energia,
que é básica para a vida
d. a tendência a manter as condições internas do corpo constantes
e favoráveis
e. causada por estresse
6. Combine os itens seguintes ao processo vital correto.
_____a. as pupilas dos seus olhos
tornando-se menores,
quando expostas à luz forte
A. metabolismo
_____b. a capacidade de caminhar
para o seu carro, após a aula
B. diferenciação
_____c. a cura de um osso quebrado C. movimento
_____d. digestão e absorção do seu
alimento do café da manhã
D. crescimento
_____e. o desenvolvimento inicial do
sistema nervoso em um feto
E. responsividade
_____f. o pediatra constatando o
aumento da circunferência
da cabeça de um bebê de
quatro meses de idade
F. reprodução
7. Qual(ais) do(s) seguinte(s) sistema(s) do corpo é(são) controlador(es)
primários(s) da homeostase?
a. respiratório b. nervoso c. endócrino
d. circulatório e. urinário
8. A parte de um sistema de retroalimentação que recebe a informação
de entrada e gera o comando de saída é o(a)
a. efetor b. receptor c. alça de retroalimentação
d. resposta e. centro de controle
9. Combine os seguintes:
_____a. alteração observável e avaliável A. doença
_____b. anormalidade de função B. sintoma
_____c. um reconhecível conjunto de al-
terações corporais
C. sinal
_____d. alteração subjetiva que não é fa-
cilmente observada
D. transtorno
10. Uma coceira na sua região axilar faria você coçar
a. sua axila b. a parte anterior do seu cotovelo
c. seu pescoço d. a parte superior da sua cabeça
e. sua panturrilha
11. Se você estivesse diante de uma pessoa que está na posição anatô-
mica correta, você poderia observar a
a. região crural b. região lombar
c. região glútea d. região poplítea
e. região escapular
12. Onde você procuraria pela artéria femoral?
a. punho b. antebraço c. face
d. coxa e. ombro
13 A orelha direita é ________ à narina direita.
a. intermédia b. inferior c. lateral
d. distal e. medial
14. Seu queixo é ________ em relação aos seus lábios.
a. lateral b. superio c. profundo
d. posterior e. inferior
15. Seu crânio é ________ em relação ao seu encéfalo.
a. intermédio b. superior c. profundo
d. superficial e. proximal
16. Um mágico está prestes a separar o corpo de seu assistente em por-
ções superior e inferior. O plano através do qual ele passará sua vara
mágica é o
a. sagital mediano b. frontal c. transverso
d. sagital paramediano e. oblíquo
Tortora_Gerard.indb 20Tortora_Gerard.indb 20 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
Corpo Humano 21
17. Qual afirmativa NÃO é verdadeira sobre as cavidades do corpo?
a. O diafragma separa as cavidades torácica e abdominopélvica.
b. Os órgãos na cavidade do crânio e no canal vertebral são cha-
mados de vísceras.
c. A bexiga urinária está na cavidade pélvica.
d. A cavidade abdominal está abaixo da cavidade torácica.
e. A cavidade pélvica termina abaixo da virilha.
18. Para expor o coração para uma cirurgia cardíaca aberta, o cirurgião
necessitaria cortar através da(o)
a. cavidade do pericárdio b. cavidade pélvica
c. diafragma d. cavidade pleural
e. cavidade abdominal
19. Para encontrar a bexiga urinária, você procuraria no(a)
a. hipocôndrio
b. região umbilical
c. epigástrio
d. região inguinal (ilíaca)
e. hipogástrio
20. Combine os seguintes:
_____a. contém a bexiga urinária
e os órgãos genitais
A. cavidade do crânio
_____b. contém o encéfalo B. cavidade abdominal
_____c. “contém” o coração C. canal vertebral
_____d. é a região entre os pul-
mões, do osso esterno até
a coluna vertebral
D. cavidade pélvica
_____e. separa as cavidades torá-
cica e abdominal
E. cavidade pleural
_____f. “contém” um pulmão F. mediastino
_____g. contém a medula espinal G. diafragma
_____h. contém o estômago e o
fígado
H. cavidade do pericárdio
APLICAÇÕES DO PENSAMENTO CRÍTICO
1. Júlia estava tentando quebrar o recorde de maior permanência de
cabeça para baixo nas barras paralelas no pátio durante o recreio.
Ela não conseguiu e pode ter quebrado seu braço. O técnico da sala
de emergência gostaria de uma radiografia do braço de Júlia na po-
sição anatômica. Use os termos anatômicos apropriados para des-
crever a posição do braço de Júlia na radiografia.
2. Você está trabalhando em um laboratório e pensa que pode estar
observando um novo organismo. Que nível mínimo de organização
estrutural você necessitaria estar observando? Quais são algumas
das características que você precisaria observar para assegurar que
ele é um organismo vivo?
3. Guilherme estava tentando impressionar Jéssica com uma história
sobre a sua última partida de rúgbi. “O treinador disse que eu sofri
uma lesão caudal à região sural dorsal em minha virilha.” Jéssica
respondeu, “Eu acho que você ou o seu treinador sofreu uma le-
são encefálica.” Por que Jéssica não ficou impressionada pela proeza
atlética de Guilherme?
4. Existe um espelho especial em uma casa de diversões, que esconde
metade do seu corpo e duplica a imagem da sua outra metade. No
espelho, você pode realizar proezas incríveis, como elevar ambas as
pernas do chão. Ao longo de qual plano o espelho está dividindo o
seu corpo? Um espelho diferente, na próxima sala, mostra seu re-
flexo com duas cabeças, quatro braços e nenhuma perna. Ao longo
de qual plano este espelho está dividindo o seu corpo?
RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DAS FIGURAS
1.1 Órgãos têm uma forma reconhecível e consistem em dois ou mais
diferentes tipos de tecidos que têm uma função específica.
1.2 A diferença básica entre os sistemas de retroalimentação negativa e
positiva é que, nos sistemas de retroalimentação negativa, a respos-
ta contrapõe-se a uma mudança em uma condição controlada; e nos
sistemas de retroalimentação positiva, a resposta reforça a mudança
em uma condição controlada.
1.3 Se um estímulo causou a diminuição da pressão sanguínea, a fre-
quência cardíaca deveria aumentar, devido à operação deste sistema
de retroalimentação negativa.
1.4 Uma verruga plantar é encontrada na planta do pé.
1.5 Não, o rádio é distal ao úmero. Não, o esôfago é posterior à tra-
queia. Sim, as costelas são superficiais aos pulmões. Sim, a bexiga
urinária é medial ao colo ascendente. Não, o esterno é medial ao
colo descendente.
1.6 O plano frontal divide o coração em porções anterior e posterior.
1.7 O plano sagital mediano divide o encéfalo em lados iguais direito e
esquerdo.
1.8 Bexiga urinária = P, estômago = A, coração = T, intestino delgado =
A, pulmões = T, órgãos genitais internos femininos = P, timo = T,
baço = A, fígado = A.
1.9 Algumas estruturas no mediastino são o coração, o esôfago e a aorta.
1.10 O fígado está principalmente no epigástrio; o colo ascendente está
na região lateral direita; a bexiga urinária está no hipogástrio; o
apêndice está na região inguinal direita.
1.11 A dor associada à apendicite seria sentida no quadrante inferior di-
reito (QID).
Tortora_Gerard.indb 21Tortora_Gerard.indb 21 10/02/12 10:2210/02/12 10:22

More Related Content

What's hot

Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIAAula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIALeonardo Delgado
 
Apostila i introdução a anatomia e aparelho locomotor
Apostila i   introdução a anatomia e aparelho locomotorApostila i   introdução a anatomia e aparelho locomotor
Apostila i introdução a anatomia e aparelho locomotorUirapuru Florêncio
 
Capítulo 1 o organismo humano
Capítulo 1   o organismo humanoCapítulo 1   o organismo humano
Capítulo 1 o organismo humanoLigia Maria Moura
 
Introdução ao estudo da anatomia
Introdução ao estudo da anatomiaIntrodução ao estudo da anatomia
Introdução ao estudo da anatomiaRodrigo Bruno
 
1. aula 1 anatomia e fisiologia
1. aula 1 anatomia e fisiologia1. aula 1 anatomia e fisiologia
1. aula 1 anatomia e fisiologiaIeda Dorneles
 
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdfAula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdfCentrodeCapacitaoemS1
 
Aula 1 introdução a anatomia humana
Aula 1  introdução a anatomia humanaAula 1  introdução a anatomia humana
Aula 1 introdução a anatomia humanadigaomedina
 
célula- tecido- órgãos e sistemas
célula- tecido- órgãos e sistemascélula- tecido- órgãos e sistemas
célula- tecido- órgãos e sistemasRegina E Franck
 
Introdução a Anatomia Humana
Introdução a Anatomia HumanaIntrodução a Anatomia Humana
Introdução a Anatomia HumanaRaimundo Junior
 
Aula 01 introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
Aula 01   introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...Aula 01   introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
Aula 01 introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...Hamilton Nobrega
 

What's hot (20)

Sistema esquelético
Sistema esqueléticoSistema esquelético
Sistema esquelético
 
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIAAula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
Aula01:INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA
 
Apostila i introdução a anatomia e aparelho locomotor
Apostila i   introdução a anatomia e aparelho locomotorApostila i   introdução a anatomia e aparelho locomotor
Apostila i introdução a anatomia e aparelho locomotor
 
Tibia e Fíbula
Tibia e FíbulaTibia e Fíbula
Tibia e Fíbula
 
Osteologia
OsteologiaOsteologia
Osteologia
 
Capítulo 1 o organismo humano
Capítulo 1   o organismo humanoCapítulo 1   o organismo humano
Capítulo 1 o organismo humano
 
1 introdução anatomia
1 introdução anatomia1 introdução anatomia
1 introdução anatomia
 
Siatema muscular
Siatema muscularSiatema muscular
Siatema muscular
 
Introdução ao estudo da anatomia
Introdução ao estudo da anatomiaIntrodução ao estudo da anatomia
Introdução ao estudo da anatomia
 
Sistema Muscular
Sistema MuscularSistema Muscular
Sistema Muscular
 
1. aula 1 anatomia e fisiologia
1. aula 1 anatomia e fisiologia1. aula 1 anatomia e fisiologia
1. aula 1 anatomia e fisiologia
 
Aula de anatomia humana 1º
Aula de anatomia humana 1ºAula de anatomia humana 1º
Aula de anatomia humana 1º
 
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdfAula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
Aula 3 - Sistema Muscular - Prof. Rafael Ramos.pdf
 
Anatomia Coluna Vertebral
Anatomia Coluna VertebralAnatomia Coluna Vertebral
Anatomia Coluna Vertebral
 
Sistema Locomotor
Sistema LocomotorSistema Locomotor
Sistema Locomotor
 
Aula 1 introdução a anatomia humana
Aula 1  introdução a anatomia humanaAula 1  introdução a anatomia humana
Aula 1 introdução a anatomia humana
 
célula- tecido- órgãos e sistemas
célula- tecido- órgãos e sistemascélula- tecido- órgãos e sistemas
célula- tecido- órgãos e sistemas
 
Introdução a Anatomia Humana
Introdução a Anatomia HumanaIntrodução a Anatomia Humana
Introdução a Anatomia Humana
 
Aula 01 introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
Aula 01   introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...Aula 01   introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
Aula 01 introdução a anatomia - posição, planos, cortes e divisões do corpo...
 
Sistema esqueletico.ppt
Sistema esqueletico.pptSistema esqueletico.ppt
Sistema esqueletico.ppt
 

Viewers also liked

Doenças parasitárias - Parte I
Doenças parasitárias - Parte IDoenças parasitárias - Parte I
Doenças parasitárias - Parte Ibioemanuel
 
Organização do Corpo Humano
Organização do Corpo HumanoOrganização do Corpo Humano
Organização do Corpo Humanobioemanuel
 
Revisao gametogenese
Revisao gametogeneseRevisao gametogenese
Revisao gametogenesebioemanuel
 
Principios do desenvolvimento embrionário
Principios do desenvolvimento embrionárioPrincipios do desenvolvimento embrionário
Principios do desenvolvimento embrionáriobioemanuel
 
Diferenciação celular linhagem somatica e germinativa
Diferenciação celular linhagem somatica e germinativaDiferenciação celular linhagem somatica e germinativa
Diferenciação celular linhagem somatica e germinativabioemanuel
 
Sistema Endocrino - Resumo
Sistema Endocrino - ResumoSistema Endocrino - Resumo
Sistema Endocrino - Resumobioemanuel
 
Apostila de Anatomia Humana (produção independente)
Apostila de Anatomia Humana (produção independente)Apostila de Anatomia Humana (produção independente)
Apostila de Anatomia Humana (produção independente)projetacursosba
 
Processos Vitais, Celula, Tecidos
Processos Vitais, Celula, TecidosProcessos Vitais, Celula, Tecidos
Processos Vitais, Celula, TecidosHugo Pedrosa
 
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologiaRevisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologiaIapes Ensino
 
Organizacao Corpo Humano 1
Organizacao Corpo Humano 1Organizacao Corpo Humano 1
Organizacao Corpo Humano 1Hugo Pedrosa
 
Aula 4 blocos economicos parte 1
Aula 4 blocos economicos parte 1Aula 4 blocos economicos parte 1
Aula 4 blocos economicos parte 1CADUCOC
 
01 imunidade inata
01 imunidade inata01 imunidade inata
01 imunidade inataTa_ta
 
Sistema digestório e circulatório
Sistema digestório e circulatórioSistema digestório e circulatório
Sistema digestório e circulatórioemanuel
 
Aula 1 anatomia planos
Aula 1 anatomia planosAula 1 anatomia planos
Aula 1 anatomia planosDébora Souto
 
03 ObservaçãO Da CéLula Da Cebola Ao Microscopio Tc0809
03 ObservaçãO Da CéLula Da Cebola Ao Microscopio Tc080903 ObservaçãO Da CéLula Da Cebola Ao Microscopio Tc0809
03 ObservaçãO Da CéLula Da Cebola Ao Microscopio Tc0809Teresa Monteiro
 

Viewers also liked (20)

Doenças parasitárias - Parte I
Doenças parasitárias - Parte IDoenças parasitárias - Parte I
Doenças parasitárias - Parte I
 
Organização do Corpo Humano
Organização do Corpo HumanoOrganização do Corpo Humano
Organização do Corpo Humano
 
Cn9 bq 00009
Cn9 bq 00009Cn9 bq 00009
Cn9 bq 00009
 
Revisao gametogenese
Revisao gametogeneseRevisao gametogenese
Revisao gametogenese
 
Principios do desenvolvimento embrionário
Principios do desenvolvimento embrionárioPrincipios do desenvolvimento embrionário
Principios do desenvolvimento embrionário
 
Diferenciação celular linhagem somatica e germinativa
Diferenciação celular linhagem somatica e germinativaDiferenciação celular linhagem somatica e germinativa
Diferenciação celular linhagem somatica e germinativa
 
Diabetes
DiabetesDiabetes
Diabetes
 
Sistema Endocrino - Resumo
Sistema Endocrino - ResumoSistema Endocrino - Resumo
Sistema Endocrino - Resumo
 
Physics Introduction
Physics IntroductionPhysics Introduction
Physics Introduction
 
Apostila de Anatomia Humana (produção independente)
Apostila de Anatomia Humana (produção independente)Apostila de Anatomia Humana (produção independente)
Apostila de Anatomia Humana (produção independente)
 
Equilíbrio
EquilíbrioEquilíbrio
Equilíbrio
 
Processos Vitais, Celula, Tecidos
Processos Vitais, Celula, TecidosProcessos Vitais, Celula, Tecidos
Processos Vitais, Celula, Tecidos
 
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologiaRevisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
Revisão e questões resolvidas e comentadas neurologia
 
Organizacao Corpo Humano 1
Organizacao Corpo Humano 1Organizacao Corpo Humano 1
Organizacao Corpo Humano 1
 
Aula 4 blocos economicos parte 1
Aula 4 blocos economicos parte 1Aula 4 blocos economicos parte 1
Aula 4 blocos economicos parte 1
 
01 imunidade inata
01 imunidade inata01 imunidade inata
01 imunidade inata
 
Psicomotricidade
PsicomotricidadePsicomotricidade
Psicomotricidade
 
Sistema digestório e circulatório
Sistema digestório e circulatórioSistema digestório e circulatório
Sistema digestório e circulatório
 
Aula 1 anatomia planos
Aula 1 anatomia planosAula 1 anatomia planos
Aula 1 anatomia planos
 
03 ObservaçãO Da CéLula Da Cebola Ao Microscopio Tc0809
03 ObservaçãO Da CéLula Da Cebola Ao Microscopio Tc080903 ObservaçãO Da CéLula Da Cebola Ao Microscopio Tc0809
03 ObservaçãO Da CéLula Da Cebola Ao Microscopio Tc0809
 

Similar to Organização do corpo e homeostase

07-30-48-anatomia_e_fisiologia_humana.pptx
07-30-48-anatomia_e_fisiologia_humana.pptx07-30-48-anatomia_e_fisiologia_humana.pptx
07-30-48-anatomia_e_fisiologia_humana.pptxNaraLcia2
 
Anatomia e fisiologia humana 1
Anatomia e fisiologia humana 1Anatomia e fisiologia humana 1
Anatomia e fisiologia humana 1RosaneAssuno
 
1NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO_8ANO.pptx
1NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO_8ANO.pptx1NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO_8ANO.pptx
1NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO_8ANO.pptxvidigalmarcia7
 
02 - NÍVEIS ESTRUTURAIS DO CORPO HUMANO.doc
02 - NÍVEIS ESTRUTURAIS DO CORPO HUMANO.doc02 - NÍVEIS ESTRUTURAIS DO CORPO HUMANO.doc
02 - NÍVEIS ESTRUTURAIS DO CORPO HUMANO.docruisilva504
 
tecidos-do-corpo-humano-8-ano.pdf
tecidos-do-corpo-humano-8-ano.pdftecidos-do-corpo-humano-8-ano.pdf
tecidos-do-corpo-humano-8-ano.pdfJuOliveira24
 
Tecido do corpo humano
Tecido do corpo humanoTecido do corpo humano
Tecido do corpo humanoSusanavRosa
 
Como o corpo se organiza
Como o corpo se organizaComo o corpo se organiza
Como o corpo se organizaNathalia Fuga
 
Classificação dos tecidos.pptx
Classificação dos tecidos.pptxClassificação dos tecidos.pptx
Classificação dos tecidos.pptxRanianeAlmeida
 
Biologia anatomia do corpo humano
Biologia anatomia do corpo humanoBiologia anatomia do corpo humano
Biologia anatomia do corpo humanojoseemersonmarques
 
Ciência da Vida - 8° Ano - Organização do Corpo Humano.pptx
Ciência da Vida - 8° Ano - Organização do Corpo Humano.pptxCiência da Vida - 8° Ano - Organização do Corpo Humano.pptx
Ciência da Vida - 8° Ano - Organização do Corpo Humano.pptxayanakarine1
 
2.Org.biol._Sistemas corpo.pptx
2.Org.biol._Sistemas corpo.pptx2.Org.biol._Sistemas corpo.pptx
2.Org.biol._Sistemas corpo.pptxSílvia Carneiro
 
Aula anatomia celula 03
Aula anatomia  celula 03Aula anatomia  celula 03
Aula anatomia celula 03Laercio Leao
 
os niveis organizaçã celular...2.pdf
os niveis organizaçã celular...2.pdfos niveis organizaçã celular...2.pdf
os niveis organizaçã celular...2.pdfThasLima97
 
Níveis de organização - 1° ano. ensino médio
Níveis de organização - 1° ano. ensino médioNíveis de organização - 1° ano. ensino médio
Níveis de organização - 1° ano. ensino médioprofleticiasantosbio
 

Similar to Organização do corpo e homeostase (20)

07-30-48-anatomia_e_fisiologia_humana.pptx
07-30-48-anatomia_e_fisiologia_humana.pptx07-30-48-anatomia_e_fisiologia_humana.pptx
07-30-48-anatomia_e_fisiologia_humana.pptx
 
Anatomia 1.pdf
Anatomia 1.pdfAnatomia 1.pdf
Anatomia 1.pdf
 
Anatomia e fisiologia humana 1
Anatomia e fisiologia humana 1Anatomia e fisiologia humana 1
Anatomia e fisiologia humana 1
 
1NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO_8ANO.pptx
1NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO_8ANO.pptx1NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO_8ANO.pptx
1NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO_8ANO.pptx
 
02 - NÍVEIS ESTRUTURAIS DO CORPO HUMANO.doc
02 - NÍVEIS ESTRUTURAIS DO CORPO HUMANO.doc02 - NÍVEIS ESTRUTURAIS DO CORPO HUMANO.doc
02 - NÍVEIS ESTRUTURAIS DO CORPO HUMANO.doc
 
tecidos-do-corpo-humano-8-ano.pdf
tecidos-do-corpo-humano-8-ano.pdftecidos-do-corpo-humano-8-ano.pdf
tecidos-do-corpo-humano-8-ano.pdf
 
Tecido do corpo humano
Tecido do corpo humanoTecido do corpo humano
Tecido do corpo humano
 
Como o corpo se organiza
Como o corpo se organizaComo o corpo se organiza
Como o corpo se organiza
 
Classificação dos tecidos.pptx
Classificação dos tecidos.pptxClassificação dos tecidos.pptx
Classificação dos tecidos.pptx
 
Introdução de citologia
Introdução de citologiaIntrodução de citologia
Introdução de citologia
 
Resumo de ciências
Resumo de ciênciasResumo de ciências
Resumo de ciências
 
O Corpo Humano
O Corpo HumanoO Corpo Humano
O Corpo Humano
 
Biologia anatomia do corpo humano
Biologia anatomia do corpo humanoBiologia anatomia do corpo humano
Biologia anatomia do corpo humano
 
Ciência da Vida - 8° Ano - Organização do Corpo Humano.pptx
Ciência da Vida - 8° Ano - Organização do Corpo Humano.pptxCiência da Vida - 8° Ano - Organização do Corpo Humano.pptx
Ciência da Vida - 8° Ano - Organização do Corpo Humano.pptx
 
2.Org.biol._Sistemas corpo.pptx
2.Org.biol._Sistemas corpo.pptx2.Org.biol._Sistemas corpo.pptx
2.Org.biol._Sistemas corpo.pptx
 
Células ppt
Células   pptCélulas   ppt
Células ppt
 
Aula anatomia celula 03
Aula anatomia  celula 03Aula anatomia  celula 03
Aula anatomia celula 03
 
os niveis organizaçã celular...2.pdf
os niveis organizaçã celular...2.pdfos niveis organizaçã celular...2.pdf
os niveis organizaçã celular...2.pdf
 
Níveis de organização - 1° ano. ensino médio
Níveis de organização - 1° ano. ensino médioNíveis de organização - 1° ano. ensino médio
Níveis de organização - 1° ano. ensino médio
 
Anatofisiologia 09 (1)
Anatofisiologia 09 (1)Anatofisiologia 09 (1)
Anatofisiologia 09 (1)
 

Recently uploaded

ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 

Recently uploaded (20)

ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 

Organização do corpo e homeostase

  • 1. Capítulo 1Organização do Corpo Humano Acapacidade do corpo de manter a homeostase (condições estáveis) dá a ele um enorme poder de cura e uma notável resistência a lesões. Os processos fisiológicos responsáveis pela manutenção da homeostase são também responsáveis, em grande parte, pela sua boa saúde. Para a maioria das pessoas, a boa saúde ao longo da vida não é algo que simplesmente acontece. O meio ambiente e seu próprio comportamento são dois dos muitos fatores neste equilíbrio chamado de saúde. A homeostase do seu corpo é afetada pelo ar que você respira, pelo alimento que você ingere e até pelos pensamentos que você tem. O modo como você vive pode interferir positiva ou negativamente na capacidade do seu corpo de manter a homeostase e a boa saúde. Você sabia? Você está começando uma fascinante exploração do corpo humano, a qual aprenderá como ele está organizado e como funciona. Inicialmente, você será introduzido às disciplinas científicas de anatomia e fisiologia. Serão considerados os níveis de organização que caracterizam os seres vivos e as propriedades que todos eles compartilham. A seguir, examinaremos como o corpo está constantemente regulando seu meio ambiente interno. Esse incessante processo, denominado homeostase, é um tema importante em todos os capítulos deste livro. Discutiremos, também, como os vários sistemas individuais que compõem o corpo humano cooperam entre si para manter a saúde como um todo. Finalmente, estabeleceremos um vocabulário básico que nos permita falar sobre o corpo da maneira como é compreendido pelos cientistas e pelos profissionais da saúde. Foco no Bem-Estar: Boa saúde – homeostase é a base. Tortora_Gerard.indb 1Tortora_Gerard.indb 1 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 2. 2 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson DEFINIÇÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA OBJETIVO • Definir anatomia e fisiologia. As ciências da anatomia e da fisiologia são o fundamento para a compreensão das estruturas e das funções do corpo humano. A anatomia (ana- = através de; -tomia = processo de corte) é a ciência da estrutura e das relações entre as estruturas. A fisiologia (fisio- = natureza; -logia = estudo de) é a ciência das funções corporais, isto é, como as partes do corpo trabalham. Como a função nunca pode ser completamente separada da estrutura, podemos entender melhor o corpo humano estudando a anatomia e a fisiologia em conjunto. Veremos como cada estrutura do corpo está projetada para cumprir uma função particular e como a estrutura de uma parte determina, com frequência, as funções que ela é capaz de desempenhar. Os ossos do crânio, por exemplo, são fortemente unidos para formar uma rígida caixa que protege o encéfalo. Os ossos dos dedos, em contraste, são unidos de forma mais frouxa, o que os capacita a desempenhar uma variedade de movimentos, como virar as páginas deste livro. ■ Teste sua compreensão 1. Qual é a diferença básica entre anatomia e fisiologia? 2. Exemplifique como a estrutura de uma parte do corpo está re- lacionada com sua função. NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO E SISTEMAS DO CORPO OBJETIVOS • Descrever a organização estrutural do corpo humano. • Definir os sistemas do corpo e explicar como se relacionam entre si. As estruturas do corpo humano estão organizadas em vários ní- veis, do mesmo modo como estão organizadas as letras do alfabe- to, as palavras, as frases, os parágrafos e assim por diante. Estão listados aqui, em ordem crescente, os seis níveis de organização do corpo humano: químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e de organismo (Figura 1.1). ➊ O nível químico inclui os átomos, as menores unidades da matéria que participam das reações químicas, e as molécu- las, constituídas por dois ou mais átomos unidos. Os átomos e as moléculas podem ser comparados às letras do alfabeto. Certos átomos, como carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), cálcio (Ca) e outros, são essenciais para a manutenção da vida. Os exemplos familiares de moléculas encontradas no corpo são o DNA (ácido desoxirribonuclei- co), o material genético transmitido de uma geração para outra; a hemoglobina, que transporta o oxigênio no sangue; a glicose, comumente conhecida como açúcar no sangue; e as vitaminas, necessárias para uma variedade de processos químicos. Os Capítulos 2 e 20 focam o nível químico de or- ganização. ➋ As moléculas combinam-se para formar as estruturas do próximo nível de organização – o nível celular. As células são as unidades estruturais e funcionais básicas de um or- ganismo. Tal como as palavras são os menores elementos da linguagem, as células são as menores unidades vivas no corpo humano. Entre os numerosos tipos de células em seu corpo estão as células musculares, nervosas e sanguíneas. A Figura 1.1 mostra uma célula muscular lisa, um dos três tipos diferentes de células musculares em seu corpo. Como será visto no Capítulo 3, as células contêm estruturas espe- cializadas, denominadas organelas, como o núcleo, as mito- côndrias e os lisossomos, que desempenham funções espe- cíficas. ➌ O nível tecidual é o próximo nível de organização estrutural. Os tecidos são grupos de células e seus materiais circundantes que trabalham juntos para desempenhar uma função parti- cular. As células unem-se para formar os tecidos, do mesmo modo que as palavras são postas juntas para formar as frases. Os quatro tipos básicos de tecidos em seu corpo são o tecido epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido muscular e o tecido nervoso. As semelhanças e diferenças entre os diferentes tipos de teci- dos são o foco do Capítulo 4. Note, na Figura 1.1, que o tecido muscular liso consiste em células musculares lisas fortemente compactadas. ➍ No nível orgânico, os diferentes tipos de tecidos se unem para formar as estruturas do corpo. Os órgãos geralmente apre- sentam uma forma reconhecível, são compostos por dois ou mais tipos de tecidos diferentes e têm funções específicas. Os tecidos unem-se para formar os órgãos, semelhantemente ao modo como as frases são agrupadas para formar os parágrafos. São exemplos de órgãos o estômago, o coração, o fígado, os pulmões e o cérebro. A Figura 1.1 mostra os diversos teci- dos que constituem o estômago. A túnica serosa é uma camada em torno da superfície externa do estômago, que o protege e reduz o atrito quando ele se move e resvala contra outros órgãos. Abaixo da túnica serosa estão as camadas de tecido mus- cular liso, as quais se contraem para agitar e misturar o alimen- to e empurrá-lo para o próximo órgão digestório, o intestino delgado. O revestimento mais interno do estômago é uma ca- mada de tecido epitelial, que contribui com fluidos e substâncias químicas que auxiliam na digestão. ➎ O próximo nível de organização estrutural no corpo é o ní- vel sistêmico. Um sistema consiste em órgãos relacionados que têm uma função comum. Os órgãos unem-se para for- mar sistemas, semelhantemente ao modo como os parágrafos são agrupados para formar capítulos. O exemplo mostrado na Figura 1.1 é o sistema digestório, o qual decompõe e absor- ve moléculas no alimento. Nos capítulos seguintes, explora- Tortora_Gerard.indb 2Tortora_Gerard.indb 2 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 3. Corpo Humano 3 remos a anatomia e a fisiologia de cada sistema do corpo. A Tabela 1.1 apresenta os componentes e as funções desses siste- mas. À medida que você estudar os sistemas do corpo, desco- brirá como eles funcionam em conjunto para manter a saúde, protegê-lo das doenças e permitir a reprodução da espécie. ➏ O nível de organismo é o maior nível de organização. Todos os sistemas do corpo combinam-se para constituir um orga- nismo, isto é, um ser humano. Os sistemas se unem para for- mar um organismo, do mesmo modo como os capítulos são unidos para formar um livro. Figura 1.1 Níveis de organização estrutural no corpo humano. Os níveis de organização estrutural são químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e de organismo. 6 3 4 5 1 NÍVEL QUÍMICO Átomos (C, H, O, N, P) 2 NÍVEL CELULAR Molécula (DNA) Célula muscular lisa Tecido muscular liso NÍVEL DE ORGANISMO NÍVEL SISTÊMICO Esôfago Fígado Estômago Pâncreas Vesícula biliar Intestino delgado Intestino grosso Sistema digestório Estômago Tecido epitelial Túnica serosa NÍVEL ORGÂNICO NÍVEL TECIDUAL Camadas de tecido muscular liso Faringe Qual nível de organização estrutural geralmente tem uma forma reconhecível e é composto por dois ou mais tipos de tecidos diferentes que têm uma função específica? Tortora_Gerard.indb 3Tortora_Gerard.indb 3 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 4. Tabela 1.1 Componentes e funções dos 11 principais sistemas do corpo humano 1. Tegumento Comum (Capítulo 5) Componentes: Pele e estruturas asso- ciadas a ela, como pelos, unhas e glândulas sudorífe- ras e sebáceas. Funções: Ajuda a regular a tempera- tura corporal; protege o cor- po; elimina alguns resíduos; ajuda a produzir vitamina D; detecta sensações como tato, pressão, dor, calor e frio. 4. Sistema Nervoso (Capítulos 9 a 12) Componentes: Encéfalo, medula espinal, nervos e órgãos dos sentidos especiais, como os olhos e as orelhas. Funções: Regula as atividades corporais por meio de impulsos nervosos, detectando mudanças no meio ambiente, interpretando-as e respondendo a elas, mediante contrações musculares ou se- creções glandulares. 2. Sistema Esquelético (Capítulos 6 e 7) Componentes: Ossos e articulações do corpo e suas carti- lagens associadas. Funções: Sustenta e protege o corpo; fornece uma área específica para fixação muscular; au- xilia nos movimentos corporais; armazena células que produzem as células sanguíneas e armazena minerais e lipídeos (gorduras). 5. Glândulas Endócrinas (Capítulo 13) Componentes: Todas as glândulas e tecidos que produzem substâncias químicas reguladoras das fun- ções do corpo, deno- minadas hormônios. Funções: Regula as atividades do corpo por meio de hormônios transporta- dos pelo sangue até os diversos órgãos-alvo. 3. Sistema Muscular (Capítulo 8) Componentes: Refere-se especificamente ao tecido muscular esquelético, que é a musculatura em geral ligada aos ossos (outros teci- dos musculares incluem o liso e o cardíaco). Funções: Participa da execução de movimentos corporais, como caminhar; mantém a postura; e produz calor. 6. Sistema Circulatório (Capítulos 14 a 16) Componentes: Sangue, coração e vasos san- guíneos. Funções: O coração bombeia sangue através dos vasos sanguíneos; o sangue transporta oxigênio e nutrientes para as células, transporta dióxido de carbono e resíduos das células e ajuda a regular a acidez, a temperatura e o conteúdo de água dos flui- dos corporais; os componentes do sangue auxiliam na defesa contra doenças e no reparo de vasos sanguíneos danificados. Cabelo Pele e glândulas associadas Unhas dos dedos Nervo Medula espinal Encéfalo Osso Cartilagem Articulação Ovário Pâncreas Glândula tireoide Glândula pineal Timo Hipófise Testículo Glândula suprarrenal Músculo esquelético Vasos sanguíneos: Artéria Veia Coração Tortora_Gerard.indb 4Tortora_Gerard.indb 4 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 5. 7. Sistema Linfático e Imunidade (Capítulo 17) Componentes: Líquido linfático (linfa) e vasos linfáticos; baço, timo, linfonodos e tonsilas; células que efetuam as respostas imunes (célula B, cé- lulas T e outras) Funções: Retorna proteínas e líquido para o sangue; transporta lipídeos do trato gastrintestinal para o sangue; con- tém locais de matura- ção e proliferação de células B e células T, que protegem contra os microrganismos causadores de doenças. 9. Sistema Digestório (Capítulo 19) Componentes: Órgãos do trato gastrintestinal, in- cluindo a boca, a faringe (garganta), o esôfago, o estô- mago, os intestinos delgado e grosso, o reto e o ânus; também inclui os órgãos digestórios acessórios que auxiliam nos processos digestivos, como as glândulas salivares, o fíga- do, a vesícula biliar e o pâncreas. Funções: Degrada física e quimicamente os alimentos; absorve os nutrientes; elimina os resíduos sólidos. 8. Sistema Respiratório (Capítulo 18) Componentes: Pulmões e vias aéreas, como a faringe (garganta), a laringe, a traqueia e os brôn- quios, que conduzem aos pulmões. Funções: Transfere o oxigênio do ar inspirado para o sangue e o dióxido de carbono do sangue para o ar expirado; ajuda a regular a acidez dos líquidos corporais; o fluxo de ar para fora dos pulmões, através das pregas vocais, produz sons. 10. Sistema Urinário (Capítulo 21) Componentes: Rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. Funções: Produz, armazena e elimina a urina; elimina resíduos e regula o volume e a composição quí- mica do sangue; ajuda a regular o equilíbrio acido básico dos líquidos corporais; mantém o equilíbrio mineral do corpo; aju- da a regular a produção de célu- las sanguíneas vermelhas. Ovário Glândula mamária Próstata Ducto deferente Glândula seminal Tuba uterina (de Falópio) Pênis Testículo Útero Vagina 11. Sistemas Genitais (Capítulo 23) Componentes: Gônadas (testículos em homens e ovários em mu- lheres) e órgãos associados: tubas uterinas, útero e vagina em mulheres, e epidídimo, ducto deferente e pênis em homens. Glândulas mamárias em mu- lheres. Funções: As gônadas produzem os gametas (espermatozoi- des ou ovócitos), que se unem para formar um novo organismo, e liberam hormônios que regulam a reprodução e outros processos corporais; os órgãos associados transportam e armazenam os gametas. As glândulas mamárias produzem leite. Linfonodo Vaso linfático Baço Timo Ducto torácico Pâncreas (atrás do estômago) EstômagoFígado Esôfago Glândula salivar Boca Ânus Vesícula biliar (atrás e abaixo do fígado) Intestino grosso Intestino delgado Faringe (garganta) Pulmão Brônquio Laringe Faringe Traqueia Rim Ureter Uretra Bexiga urinária Tortora_Gerard.indb 5Tortora_Gerard.indb 5 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 6. 6 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson ■ Teste sua compreensão 3. Defina os seguintes termos: átomo, molécula, célula, tecido, órgão, sistema e organismo. 4. Recorrendo à Tabela 1.1, responda: quais são os sistemas do corpo que ajudam a eliminar resíduos? PROCESSOS VITAIS OBJETIVO • Definir os processos vitais dos seres humanos. Todos os organismos vivos possuem determinadas características que os distinguem das coisas não vivas. A seguir, estão seis proces- sos vitais dos seres humanos: 1. O metabolismo é a soma de todos os processos químicos que ocorrem no corpo. Ele inclui a degradação de moléculas gran- des e complexas em moléculas menores e mais simples e a construção de moléculas complexas a partir de moléculas me- nores e mais simples. Por exemplo, as proteínas dos alimentos são decompostas em aminoácidos. Os aminoácidos são os blo- cos de construção, que podem ser usados para construir novas proteínas, as quais formam os músculos e os ossos. 2. A responsividade é a capacidade do corpo de detectar e res- ponder a mudanças em seu meio ambiente interno (dentro do corpo) ou externo (fora do corpo). No corpo, células di- ferentes detectam diferentes tipos de mudanças e respondem de modo característico. As células nervosas respondem a va- riações no ambiente por meio da geração de sinais elétricos, conhecidos como impulsos nervosos. As células musculares respondem aos impulsos nervosos por meio da contração, que gera força para mover partes do corpo. 3. O movimento inclui o movimento do corpo inteiro, de órgãos individuais, de células simples ou ainda de pequenas organelas dentro das células. Por exemplo, a ação coordenada de vários músculos e ossos lhe permite mover seu corpo de um local para outro, andando ou correndo. Após você ter ingerido uma refeição que contém gorduras, sua vesícula biliar (um órgão) se contrai e lança bile dentro do trato gastrintestinal para aju- dar na digestão das gorduras. Quando um tecido do corpo é danificado ou infectado, determinadas células sanguíneas brancas movem-se do sangue para o tecido afetado, para aju- dar a limpar e reparar a área. E, no interior de células indivi- duais, vários componentes celulares se movem de uma posição a outra para desempenharem suas funções. 4. O crescimento é um aumento no tamanho do corpo. Ele pode ser devido a um aumento (1) no tamanho das células existen- tes, (2) no número de células ou (3) na quantidade de material intercelular. 5. A diferenciação é o processo pelo qual células não especializa- das se tornam especializadas. As células especializadas diferem em estrutura e função das não especializadas que as origina- ram. Por exemplo, as células sanguíneas vermelhas especializa- das e diversos tipos de células sanguíneas brancas diferenciam- -se das mesmas células não especializadas na medula óssea. Similarmente, uma simples célula ovular fertilizada sofre tre- menda diferenciação para se desenvolver em um indivíduo úni- co, que é semelhante aos pais, ainda que diferente deles. 6. A reprodução refere-se (1) à formação de novas células para crescimento, reparação ou substituição, ou (2) à produção de um novo indivíduo. Embora nem todos esses processos estejam ocorrendo nas cé- lulas por todo o corpo durante todo o tempo, quando eles cessam de ocorrer adequadamente pode haver morte celular. Quando a morte celular é extensa e leva à falência do órgão, o resultado é a morte do organismo. • CONEXÃO CLÍNICA Autópsia Uma autópsia (ver com os próprios olhos) é um exame pós-mortem (após a morte) do corpo e a dissecação dos seus órgãos internos para confirmar ou determinar a causa da morte. Uma autópsia pode des- cobrir a existência de doenças não detectadas durante a vida, deter- minar a extensão de lesões e explicar como essas lesões podem ter contribuído para a morte da pessoa. Ela também pode fornecer mais informação sobre a doença, auxiliar no acúmulo de dados estatísticos e ensinar os estudantes da área da saúde. Além disso, uma autópsia pode revelar condições capazes de afetar a descendência ou os irmãos (como os defeitos cardíacos congênitos). Algumas vezes, uma autópsia é requerida legalmente, como durante uma investigação criminal; ela também pode ser proveitosa na resolução de disputas entre beneficiá- rios e companhias de seguros sobre a causa de uma morte. • ■ Teste sua compreensão 5. Quais são os tipos de movimento que podem ocorrer no corpo humano? HOMEOSTASE: MANTENDO OS LIMITES OBJETIVOS • Definir homeostase e explicar sua importância. • Descrever os componentes de um sistema de retroalimentação. • Comparar o funcionamento dos sistemas de retroalimentação negativa e positiva. • Distinguir entre os sintomas e os sinais de uma doença. Os trilhões de células do corpo humano necessitam de condições relativamente estáveis para funcionarem de modo efetivo e contri- buírem para a sobrevivência do corpo como um todo. A manuten- ção de condições relativamente estáveis é denominada homeostase (homeo- = semelhança; -stase = estabilidade). A homeostase garante que o ambiente interno do corpo permaneça constante, apesar de mudanças dentro e fora do corpo. Uma grande parte do meio in- terno consiste no fluido circundante das células do corpo, chama- do de líquido intersticial. Cada sistema corporal, de algum modo, contribui para a home- ostase. Por exemplo, no sistema circulatório, a contração e o relaxa- mento alternados do coração impulsionam o sangue para todos os vasos sanguíneos do corpo. À medida que o sangue flui pelos vasos capilares, os menores vasos sanguíneos, os nutrientes e o oxigênio Tortora_Gerard.indb 6Tortora_Gerard.indb 6 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 7. Corpo Humano 7 se movem para o líquido intersticial, e os resíduos se movem para o sangue. As células, por sua vez, removem os nutrientes e o oxigênio do líquido intersticial e liberam seus resíduos no líquido intersticial. A homeostase é dinâmica, isto é, ela pode variar sobre uma faixa limi- tada que seja compatível com a manutenção dos processos celulares vitais. Por exemplo, o nível de glicose no sangue é mantido dentro de uma faixa estreita. Ele normalmente não cai muito entre as refeições nem sobe muito, mesmo após a ingestão de uma refeição com alto teor de glicose. O encéfalo necessita de um suprimento regular de glicose para permanecer funcionando – um baixo nível sanguíneo de glicose pode levar à inconsciência ou mesmo à morte. Em contraste, um nível sanguíneo elevado e prolongado de glicose pode danificar os vasos sanguíneos e causar perda excessiva de água na urina. Controle da homeostase: sistemas de retroalimentação Felizmente, cada estrutura corporal, das células aos sistemas, têm um ou mais dispositivos homeostáticos que trabalham para man- ter o meio interno dentro dos limites normais. Os mecanismos homeostáticos do corpo estão, principalmente, sob o controle do sistema nervoso e das glândulas endócrinas. O sistema nervoso de- tecta as alterações do estado de equilíbrio e envia mensagens, na forma de impulsos nervosos, para os órgãos que podem se contrapor a essas alterações. Por exemplo, quando a temperatura corporal se eleva, os impulsos nervosos fazem as glândulas sudoríferas li- berarem mais suor, que esfria o corpo à medida que evapora. As glândulas endócrinas corrigem as alterações por meio da secreção de moléculas, chamadas de hormônios, no sangue. Os hormônios afetam células específicas do corpo, onde causam respostas que restauram a homeostase. Por exemplo, o hormônio insulina reduz o nível sanguíneo de glicose quando ele está muito alto. Os impul- sos nervosos normalmente causam correções rápidas, os hormô- nios geralmente trabalham de forma mais lenta. A homeostase é mantida por meio de muitos sistemas de re- troalimentação. Um sistema de retroalimentação ou alça de retro- alimentação é um ciclo de eventos no qual uma condição no corpo é continuamente monitorizada, avaliada, modificada, remonitori- zada, reavaliada e assim por diante. Cada condição monitorizada, como a temperatura corporal, a pressão sanguínea ou o nível san- guíneo de glicose, é denominada uma condição controlada. Qual- quer ruptura que cause uma mudança em uma condição controla- da é chamada de estímulo. Alguns estímulos provêm do ambiente externo, como o calor intenso ou a falta de oxigênio. Outros se originam no ambiente interno, como um nível sanguíneo de glico- se que esteja muito baixo. Os desequilíbrios homeostáticos podem também ocorrer devido a estresses psicológicos em nosso ambien- te social – as demandas do trabalho ou da escola, por exemplo. Na maioria dos casos, a ruptura da homeostase é leve e temporária, e as respostas das células do corpo restauram rapidamente o equilí- brio no ambiente interno. Em outros casos, a ruptura da homeos- tase pode ser intensa e prolongada, como no envenenamento, na superexposição a temperaturas extremas, na infecção grave ou na morte de um ente querido. Três componentes básicos constituem um sistema de retro- alimentação: um receptor, um centro de controle e um efetor (Figura 1.2). 1. Um receptor é uma estrutura do corpo que monitoriza as al- terações em uma condição controlada e envia a informação, chamada de entrada, para um centro de controle. A entrada apresenta-se na forma de impulsos nervosos ou de sinais quí- micos. As terminações nervosas na pele que sentem a tem- peratura constituem um em centenas de tipos diferentes de receptores no corpo. 2. Um centro de controle no corpo, por exemplo, o encéfalo, es- tabelece uma faixa de valores dentro da qual uma condição controlada deveria ser mantida, avalia a entrada que ele re- cebe dos receptores e gera comandos de saída, quando estes Figura 1.2 Componentes de um sistema de retroalimenta- ção. A seta tracejada de retorno, à direita, simboliza a retroalimen- tação negativa. Os três elementos básicos de um sistema de retroalimenta- ção são o receptor, o centro de controle e o efetor. Efetores que provocam uma mudança ou Centro de controle Condição controlada que é monitorizada por Receptores que enviam Algum estímulo rompe a homeostase Impulsos nervosos ou sinais químicos para um aumentado ou diminuindo uma Impulsos nervosos ou sinais químicos para os Há um retorno à homeostase quando a resposta traz a condição controlada de volta ao normal. que recebe a entrada e fornece Resposta que altera a condição controlada Entrada Saída Qual é a diferença básica entre os sistemas de retroalimentação negativa e positiva? Tortora_Gerard.indb 7Tortora_Gerard.indb 7 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 8. 8 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson são necessários. A saída é a informação, na forma de impulsos nervosos ou sinais químicos, que é retransmitida do centro de controle para um efetor. 3. Um efetor é uma estrutura do corpo que recebe a saída do centro de controle e produz uma resposta que altera a condi- ção controlada. Quase todo órgão ou tecido no corpo pode se comportar como um efetor. Por exemplo, quando sua tempe- ratura corporal cai bruscamente, seu encéfalo (centro de con- trole) envia impulsos nervosos para os seus músculos esquelé- ticos (efetores), que causam tremores, os quais geram calor e elevam a sua temperatura. Sistemas de retroalimentação podem ser classificados tanto como sistemas de retroalimentação negativa quanto como siste- mas de retroalimentação positiva. Sistemas de retroalimentação negativa Um sistema de retroalimentação negativa reverte uma alteração em uma condição controlada. Consideremos um sistema de retro- alimentação negativa que ajuda a regular a pressão sanguínea. A pressão sanguínea (PS) é a força exercida pelo sangue quando ele está pressionado contra as paredes dos vasos sanguíneos. Quando o coração bate mais rápido e mais forte, a PS aumenta. Se um es- tímulo faz a pressão sanguínea (condição controlada) subir, ocorre a seguinte sequência de eventos (Figura 1.3). A pressão mais alta é detectada por barorreceptores, células nervosas sensíveis à pressão localizadas na parede de certos vasos sanguíneos (os receptores). Os barorreceptores enviam impulsos nervosos (entrada) para o en- céfalo (centro de controle), que interpreta os impulsos e responde enviando impulsos nervosos (saída) para o coração (o efetor). A frequência cardíaca diminui, o que faz a PS diminuir (resposta). Essa sequência de eventos retorna a condição controlada – pressão sanguínea – para o normal, e a homeostase é restaurada. Isso é um sistema de retroalimentação negativa, porque a atividade do efetor produz um resultado, uma queda na PS, que reverte o efeito do estímulo. Os sistemas de retroalimentação negativa tendem a regular as condições no corpo que são mantidas razoavelmente estáveis durante longos períodos de tempo, como a PS, o nível sanguíneo de glicose e a temperatura corporal. Sistemas de retroalimentação positiva Um sistema de retroalimentação positiva reforça uma alteração em uma condição controlada. Os sistemas de retroalimentação positiva regulares tendem a reforçar condições que não aconte- cem com muita frequência, como o parto, a ovulação e a coagula- ção sanguínea. Devido ao fato de um sistema de retroalimentação positiva reforçar continuamente uma mudança em uma condição controlada, ele deve ser desligado por algum evento fora do sis- tema. Se a ação de um sistema de retroalimentação positiva não for interrompida, ele poderá “disparar” e produzir alterações no corpo ameaçadoras à vida. Homeostase e doença Enquanto todas as condições controladas do corpo permanecem dentro de certos limites estreitos, as células do corpo funcio- nam eficientemente, a homeostase é mantida e o corpo perma- Figura 1.3 Homeostase da pressão sanguínea por meio de um sistema de retroalimentação negativa. Note que a resposta é alimentada de volta para o sistema e o sistema continua a reduzir a pressão sanguínea até haver um retorno à pressão sanguínea normal (homeostase). Se a resposta reverte uma alteração em uma condição con- trolada, um sistema está operando por retroalimentação negativa. Uma diminuição na frequência cardíaca diminui a pressão sanguínea Efetor Centro de controle Receptores Pressão sanguínea Os barorreceptores em certos vasos sanguíneos enviam Algum estímulo rompe a homeostase pelo Entrada Saída Impulsos nervosos Impulsos nervosos Retorno à homeostase quando a resposta traz a pressão sanguínea de volta ao normal aumento da O encéfalo interpretaO encéfalo interpreta a entrada e enviaa entrada e envia Coração O encéfalo interpreta a entrada e envia O que aconteceria à frequência cardíaca, se algum estímulo causasse a diminuição da pressão sanguínea? Isso ocorreria por retroalimentação positiva ou negativa? Tortora_Gerard.indb 8Tortora_Gerard.indb 8 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 9. Corpo Humano 9 nece saudável. Contudo, se um ou mais componentes do corpo perderem sua capacidade de contribuir para a homeostase, o equilíbrio normal entre todos os processos do corpo poderá ser perturbado. Se o desequilíbrio homeostático for moderado, po- derá ocorrer um transtorno ou uma doença; se for grave, poderá resultar em morte. Um transtorno (distúrbio) é qualquer anormalidade de estru- tura e/ou função. Doença é um termo mais específico para uma enfermidade caracterizada por um conjunto reconhecível de sin- tomas e sinais. Os sintomas são alterações subjetivas nas funções corporais, que não são aparentes para um observador, como, por exemplo, a dor de cabeça ou a náusea. Os sinais são alterações ob- jetivas que um clínico pode observar e avaliar, como sangramento, inchaço, vômito, diarreia, febre, erupção ou paralisia. As doenças específicas alteram a estrutura e a função do corpo de maneira característica, geralmente produzindo um conjunto de sintomas e sinais reconhecíveis. • CONEXÃO CLÍNICA Diagnóstico O diagnóstico (dia- = através; -gnose = conhecimento) é a iden- tificação de uma doença ou de um transtorno com base em uma avaliação científica dos sintomas e sinais do paciente, história clí- nica, exame físico e, algumas vezes, dados de testes laboratoriais. A obtenção de uma história clínica consiste em coletar informações sobre eventos que podem estar relacionados à enfermidade do pa- ciente, incluindo a queixa principal, a história da doença atual, os problemas clínicos passados, os problemas clínicos familiares e a história social. Um exame físico é uma avaliação ordenada do corpo e de suas funções. Esse processo inclui a inspeção (observar o corpo para qualquer alteração que se afasta do normal), a palpação (sentir as superfícies corporais com as mãos), a ausculta (ouvir os sons cor- porais, frequentemente usando um estetoscópio), a percussão (bater levemente sobre as superfícies corporais e ouvir o eco resultante) e avaliação dos sinais vitais (medir temperatura, pulso, frequência res- piratória e pressão sanguínea). Alguns testes comuns de laboratório incluem as análises do sangue e da urina. • ■ Teste sua compreensão 6. Quais são os tipos de perturbações capazes de atuar como estí- mulos que iniciam um sistema de retroalimentação? 7. Como os sistemas de retroalimentação negativa e positiva se assemelham? Como diferem? 8. Diferencie e dê exemplos de sintomas e sinais de uma doença. O ENVELHECIMENTO E A HOMEOSTASE OBJETIVO • Descrever algumas mudanças anatômicas e fisiológicas que ocorrem com o envelhecimento. Como você verá mais tarde, o envelhecimento é um processo normal, caracterizado por um declínio progressivo na capacidade do corpo de restaurar a homeostase. O envelhecimento produz mudanças observáveis na estrutura e na função e aumenta a vul- nerabilidade ao estresse e à doença. As mudanças associadas ao envelhecimento são evidentes em todos os sistemas do corpo. Os exemplos incluem a pele enrugada, o cabelo grisalho, a perda de massa óssea, a redução da força e da massa muscular, os reflexos lentos, a produção reduzida de alguns hormônios, o aumento da incidência de doenças cardíacas, o aumento da suscetibilidade às infecções e ao câncer, a diminuição da capacidade pulmonar, o funcionamento menos eficiente do sistema digestório, a diminui- ção da função renal, a menopausa e o aumento da próstata. Esses e outros efeitos do envelhecimento serão discutidos com detalhes em capítulos posteriores. ■ Teste sua compreensão 9. Cite alguns sinais do envelhecimento. TERMOS ANATÔMICOS OBJETIVOS • Descrever a posição anatômica. • Identificar as principais regiões do corpo e relacionar os nomes comuns de várias partes do corpo aos termos anatômicos correspondentes. • Definir os termos direcionais e os planos e secções anatômicas utilizados para localizar as partes do corpo humano. A linguagem da anatomia e da fisiologia é muito precisa. Quan- do se descreve onde o punho está localizado, é correto dizer “o punho está acima dos dedos”? Essa descrição é verdadeira se seus braços estiverem nas laterais do seu corpo. Mas, se você manti- vesse suas mãos acima da sua cabeça, seus dedos estariam acima do seu punho. Para evitar esse tipo de confusão, os cientistas e os profissionais da saúde referem-se a uma posição anatômica pa- drão e usam um vocabulário especial para relacionar as partes do corpo entre si. No estudo da anatomia, as descrições de qualquer parte do corpo humano assumem que o corpo está em uma postura espe- cífica, chamada de posição anatômica. Na posição anatômica, o indivíduo está em pé, ereto, de frente para o observador, com a cabeça nivelada e os olhos voltados para a frente. Os pés estão pla- nos sobre o solo e dirigidos para a frente, e os braços estão nos lados do corpo, com as palmas das mãos voltadas para a frente. (Figura 1.4, página 11). Na posição anatômica, o corpo está na ver- tical. Dois termos descrevem um corpo reclinado. Se o corpo está deitado com a face para baixo, ele está na posição prona. Se o cor- po está deitado com a face para cima, ele está na posição supina. Denominações das regiões do corpo O corpo humano é dividido em várias regiões principais que po- dem ser identificadas externamente. Essas regiões são a cabeça, o pescoço, o tronco, os membros superiores e os membros inferiores (Figura 1.4). A cabeça consiste no crânio e na face. O crânio é a parte da cabeça que envolve e protege o encéfalo, e a face é a por- ção frontal da cabeça que inclui os olhos, o nariz, a boca, a fronte, as bochechas e o queixo. O pescoço sustenta a cabeça e a liga ao Tortora_Gerard.indb 9Tortora_Gerard.indb 9 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 10. tronco. O tronco consiste em tórax, abdome e pelve. Cada mem- bro superior está ligado ao tronco e consiste em ombro, axila, bra- ço (porção do membro, do ombro ao cotovelo), antebraço (porção do membro, do cotovelo ao punho), punho e mão. Cada membro inferior está também ligado ao tronco e consiste em nádega, coxa (porção do membro, do quadril ao joelho), perna (porção do mem- bro, do joelho ao tornozelo), tornozelo e pé. A virilha é a área na superfície frontal do corpo, marcada por uma depressão linear a cada lado, onde o tronco se liga às coxas. Na Figura 1.4, o adjetivo anatômico correspondente a cada parte do corpo aparece entre parênteses, próximo ao nome co- mum. Por exemplo, se você receber uma injeção contra o tétano em sua nádega, isso será uma injeção glútea. A forma descritiva de uma parte do corpo é baseada em uma palavra ou “raiz” grega ou latina para a mesma parte ou área. A palavra latina para axila é axilla, por exemplo, portanto um dos nervos que passa dentro da axila é denominado nervo axilar. Você aprenderá mais sobre as raízes dos termos anatômicos e fisiológicos à medida que ler este livro. Termos direcionais Para localizar as várias estruturas corporais, os anatomistas uti- lizam termos direcionais específicos, palavras que descrevem a posição de uma parte do corpo em relação à outra. Vários termos direcionais podem ser agrupados em pares que têm significados opostos, por exemplo, anterior (frente) e posterior (atrás). Estude o Quadro 1.1 e a Figura 1.5 para determinar, entre outras coisas, se seu estômago é superior a seus pulmões. Você tem visto a homeostase definida como uma condição na qual o meio interno do corpo permanece relativamente estável. O que isso significa em sua vida diária? Homeostase: o poder de curar A capacidade do corpo de manter a ho- meostase dá a ele enorme poder de cura e uma notável resistência às lesões. Os processos fisiológicos responsáveis pela manutenção da homeostase são, em gran- de parte, também responsáveis por sua boa saúde. Para a maioria das pessoas, a boa saúde ao longo da vida não é algo que simplesmente acontece. Dois dos nume- rosos fatores nesse equilíbrio chamado de saúde são o meio ambiente e o seu próprio comportamento. Importante também é a sua constituição genética. A homeostase do seu corpo é afetada pelo ar que você respira, pelo alimento que você ingere e até pelos pensamentos que você tem. O modo como você vive pode ajudar ou interferir na capacidade do seu corpo de manter a homeostase e recuperar-se dos inevitáveis estresses que ocorrem em sua vida. Consideremos o resfriado comum. Você apoia seus processos naturais de cura quando se cuida. Bastante repouso, líquidos e caldo de galinha permitem ao sistema imunológico fazer seu trabalho. O resfriado segue seu curso e você logo volta a estar de pé. Se, em vez de se cuidar, você continuar fumando dois maços de cigar- ros por dia, deixar de se alimentar e passar várias noites estudando para um exame de anatomia e fisiologia, você interferi- rá na capacidade do sistema imunológico de defender-se de micróbios invasores e trazer o corpo de volta à homeostase e à boa saúde. Outras infecções obtêm vanta- gem do seu estado enfraquecido, e logo o resfriado terá se “transformado” em uma bronquite ou uma pneumonia. Homeostase e prevenção de doenças Muitas doenças são o resultado de anos de comportamento pouco saudável, que interfere na atividade natural do corpo para manter a homeostase. Um exemplo óbvio é a enfermidade relacionada ao fumo. O tabagismo expõe o sensível te- cido pulmonar a uma grande quantidade de de substâncias químicas que causam câncer e prejudicam a capacidade do pulmão de reparar a si mesmo. Devido ao fato de doenças como o enfisema e o câncer de pulmão serem difíceis de tratar e muito raramente terem cura, é muito mais sensato parar de fumar – ou nunca começar – do que esperar que um médico possa curá-lo, uma vez que você foi diag- nosticado com uma doença pulmonar. Desenvolver um estilo de vida que traba- lhe com, ao invés de contra, os processos homeostáticos do seu corpo ajuda você a maximizar seu potencial pessoal para óti- ma saúde e bem-estar. ᭤ Pense sobre isto… ᭤ Quais são os hábitos sadios que você desenvolveu ao longo dos anos para evitar doenças ou aprimorar a capacidade do seu corpo de manter a saúde e a homeostase? FOCO NO BEM-ESTAR Boa saúde – homeostase é a base Tortora_Gerard.indb 10Tortora_Gerard.indb 10 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 11. Corpo Humano 11 Figura 1.4 A posição anatômica. Os nomes comuns e os termos anatômicos correspondentes (entre parênteses) indicam regiões específicas do corpo. Por exemplo, a cabeça é a região cefálica. Na posição anatômica, o indivíduo está em pé, ereto, de frente para o observador, com a cabeça nivelada e os olhos voltados para a frente. Os pés estão planos sobre o solo e dirigidos para a frente e os braços estão nos lados do corpo com as palmas das mãos voltadas para a frente. (b) Visão posterior(a) Visão anterior Tórax (torácica) TRONCO Pelve (pélvica) Abdome (abdominal) PESCOÇO (CERVICAL) Braço (braquial) Axila (axilar) Região anterior do cotovelo (cubital anterior) Punho (carpal) Antebraço (antebraquial) Superfície anterior do joelho (patelar) Pé (podálico) Dedos do pé (digital ou falângica) Tornozelo (tarsal) Perna (crural) Coxa (femoral) Palma da mão (palmar ou volar) Púbis (púbica) Parte superior do pé (dorso) Grande dedo do pé (hálux) Umbigo (umbilical) Quadril (coxal) Virilha (inguinal) Primeiro dedo da mão (polegar) Mama (mamária) Osso esterno (esternal) Queixo (mentual) Boca (oral) Nariz (nasal) Bochecha (bucal) Orelha (ótica) Olho (orbital ou ocular) Fronte (frontal) Têmpora (temporal) Mão (manual) Crânio (cranial) Face (facial) CABEÇA (CEFÁLICO) CABEÇA (CEFÁLICO) PESCOÇO (CERVICAL) Dedos da mão (digital ou falângica) Região posterior do cotovelo (cubital posterior) Entre os ossos do quadril (sacral) Concavidade posterior do joelho (poplítea) Nádegas (glútea) Região entre o ânus e os genitais externos (perineal) Planta do pé (plantar) Panturrilha (sural) Parte posterior da base do crânio (occipital) Coluna vertebral (vertebral) Escápula (escapular) Região posterior da mão (dorsal) MEMBRO SUPERIOR Dorso (dorsal) Lombo (lombar) Calcanhar (calcânea) MEMBRO INFERIOR Onde está localizada uma verruga plantar? Tortora_Gerard.indb 11Tortora_Gerard.indb 11 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 12. 12 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson Quadro 1.1 Termos direcionais (Figura 1.5) OBJETIVO • Definir cada termo direcional utilizado para descrever o corpo humano. A maioria dos termos direcionais utilizados para descrever o corpo humano pode ser agrupa- da em pares que têm significados opostos. Por exemplo, superior indica em direção à parte de cima do corpo, e inferior significa em direção à parte de baixo do corpo. É importante compreen- der que os termos direcionais têm significados relativos; eles somente fazem sentido quando usados para descrever a posição de uma estru- tura em relação a alguma outra. Por exemplo, seu joelho é superior ao seu tornozelo, embora ambos estejam localizados na metade inferior do corpo. Estude os termos direcionais e o exemplo de como cada um é utilizado. À medida que ler cada exemplo, recorra à Figura 1.5 para ver a lo- calização das estruturas mencionadas. ■ Teste sua compreensão Que termos direcionais podem ser usados para especificar as relações entre (1) o cotovelo e o ombro, (2) os ombros esquerdo e direito, (3) o esterno e o úmero e (4) o coração e o diafragma? Termo direcional Definição Exemplo de uso Superior (cefálico ou cranial) Em direção à cabeça ou a parte mais alta de uma estrutura. O coração é superior ao fígado. Inferior (caudal) Distante da cabeça ou a parte mais baixa de uma estrutura. O estômago é inferior aos pulmões. Anterior (ventral) Mais próximo ou na frente do corpo. O osso esterno é anterior ao coração. Posterior (dorsal) Mais próximo ou no dorso do corpo. O esôfago é posterior à traqueia. Medial Mais próximo da linha mediana † ou do plano sagital mediano. A ulna é medial ao rádio. Lateral Mais afastado da linha mediana ou do plano sagital mediano. Os pulmões são laterais ao coração. Proximal Mais próximo da fixação de um membro ao tronco; mais pró- ximo do ponto de origem ou do início. O úmero é proximal ao rádio. Distal Mais afastado da fixação de um membro ao tronco; mais afastado do ponto de origem ou do início. As falanges são distais aos ossos carpais. Superficial Em direção à ou na superfície do corpo. As costelas são superficiais aos pulmões. Profundo Distante da superfície do corpo. As costelas são profundas à pele do tórax e do dorso. † A linha mediana é uma linha vertical imaginária que divide o corpo em lados iguais, direito e esquerdo. Tortora_Gerard.indb 12Tortora_Gerard.indb 12 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 13. Corpo Humano 13 Figura 1.5 Termos direcionais. Os termos direcionais localizam com precisão as várias partes do corpo uma em relação às outras. Pulmão direito Linha mediana PROXIMAL LATERAL MEDIAL Esôfago Traqueia Costela Pulmão esquerdo Coração Diafragma Estômago Colo transverso Intestino delgado Colo descendente Bexiga urinária Visão anterior do tronco e membro superior direito INFERIOR SUPERIOR LATERAL Esterno Úmero Fígado Vesícula biliar Rádio Ulna Colo ascendente Ossos carpais Ossos metacarpais Falanges DISTAL O rádio é proximal ao úmero? O esôfago é anterior à traqueia? As costelas são superficiais aos pulmões? A bexiga urinária é medial ao colo ascendente? O esterno é lateral ao colo descendente? Tortora_Gerard.indb 13Tortora_Gerard.indb 13 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 14. 14 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson Planos e secções Você também estudará as partes do corpo em quatro planos prin- cipais, isto é, superfícies planas imaginárias que passam através das partes do corpo (Figura 1.6): sagital, frontal, transverso e oblíquo. Um plano sagital (sagitta = seta) é um plano vertical que divide o corpo ou um órgão em lados direito e esquerdo. Mais especifica- mente, quando um plano passa através da linha mediana do corpo ou do órgão e os divide em metades iguais direita e esquerda, ele é denominado plano sagital mediano. Se o plano sagital não passa através da linha mediana, mas, em vez disso, divide o corpo ou um órgão em lados direito e esquerdo desiguais, ele é denominado pla- no sagital paramediano (para- = ao lado de, próximo). Um plano frontal ou plano coronal divide o corpo ou um órgão em porções anterior (frente) e posterior (atrás). Um plano transverso divide o corpo ou um órgão em porções superior (acima) e inferior (abai- xo). Um plano transverso pode também ser chamado de plano ho- rizontal ou seccional. Os planos sagitais, frontais e transversos estão todos em ângulos retos uns com os outros. Um plano oblíquo, em contraste, passa através do corpo ou de um órgão em um ângulo entre o plano transverso e um plano sagital ou entre o plano trans- verso e um plano frontal. Quando você estudar uma região do corpo, com frequência a verá em secção. Uma secção é um corte do corpo ou de um órgão feito ao longo de um dos planos já descritos. É importante conhecer o plano da secção, de modo que você possa entender as relações ana- tômicas de uma parte com as outras. A Figura 1.7 indica como três secções diferentes – uma secção transversa, uma secção frontal e uma secção sagital mediana – proporcionam visões diferentes do encéfalo. Figura 1.6 Planos através do corpo humano. Os planos frontal, transverso, sagital e oblíquo dividem o corpo de maneiras específicas. Visão anterolateral direita Plano sagital paramedianoPlano oblíquo Plano frontal Plano sagital mediano (através da linha mediana) Plano transverso Qual é o plano que divide o coração em porções anterior e pos- terior? Figura 1.7 Planos e secções através de diferentes partes do encéfalo. Os diagramas (à esquerda) mostram os planos, e as fotografias (à direita) mostram as secções resultantes. (Nota: As setas com origem em “Visão”, no diagrama, indicam a direção a partir da qual cada secção é visualizada. Esse subsídio é usado em todo o livro para indicar a perspectiva da visão.) Os planos dividem o corpo de várias maneiras, para produ- zir secções. (a) (b) (c) Plano frontal Plano sagital mediano Plano transverso Visão Visão Visão AnteriorPosterior Secção transversa Secção frontal Secção sagital mediana Qual é o plano que divide o encéfalo em lados iguais direito e esquerdo? Tortora_Gerard.indb 14Tortora_Gerard.indb 14 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 15. Corpo Humano 15 ■ Teste sua compreensão 10. Descreva a posição anatômica e explique por que ela é utilizada. 11. Localize cada região do seu próprio corpo e então a identifique pelo nome comum e a forma descritiva anatômica correspon- dente. 12. Para cada termo direcional listado no Quadro 1.1, forneça seu próprio exemplo. 13. Quais são os diversos planos que podem ser passados através do corpo? Explique como cada um deles divide o corpo. CAVIDADES DO CORPO OBJETIVOS • Descrever as principais cavidades do corpo e os órgãos que elas contêm. • Explicar por que a cavidade abdominopélvica é dividida em regiões e quadrantes. As cavidades do corpo são espaços dentro do corpo que contêm, protegem, separam e sustentam os órgãos internos. Aqui, discuti- mos várias das maiores cavidades do corpo (Figura 1.8). A cavidade do crânio é formada pelos ossos cranianos e con- tém o encéfalo. O canal vertebral é formado pelos ossos da coluna vertebral e contém a medula espinal. As principais cavidades do tronco são as cavidades torácica e abdominopélvica. A cavidade torácica (torac- = tórax, peito) é a cavidade do tórax. Dentro da cavidade torácica estão três cavida- des menores: a cavidade do pericárdio (peri- = em torno de; -cár- dio = coração), um espaço preenchido por líquido, que circunda o coração, e duas cavidades pleurais (pleur- = costela ou lado), cada qual circundando um pulmão e contendo uma pequena quanti- dade de líquido (Figura 1.9). A porção central da cavidade torá- cica é uma região anatômica chamada de mediastino (media- = no meio; -stino = partição). Ele está entre os pulmões, estendendo do esterno à coluna vertebral e da primeira costela ao diafragma (Figura 1.9), e contém todos os órgãos torácicos, exceto os pró- prios pulmões. Dentre as estruturas no mediastino estão o co- ração, o esôfago, a traqueia e vários grandes vasos sanguíneos. O diafragma (divisória ou parede) é um músculo em forma de domo, que possibilita a respiração e separa a cavidade torácica da cavidade abdominopélvica. A cavidade abdominopélvica estende-se do diafragma até a região da virilha. Como o nome sugere, ela está dividida em duas Figura 1.8 Cavidades do corpo. As linhas tracejadas indicam o limite entre as cavidades abdominal e pélvica. As principais cavidades corporais do tronco são as cavidades torácica e abdominopélvica. (a) Visão lateral direita (b) Visão anterior Cavidade do crânio Canal vertebral Cavidade torácica Cavidade abdominopélvica: Cavidade abdominal Diafragma Cavidade pélvica É formada pelos ossos do crânio e contém o encéfalo. É formado pela coluna vertebral e contém a medula espinal e o início dos nervos espinais. Cavidade do tórax; contém as cavidades pleurais e do pericárdio e o mediastino Cada uma circunda um pulmão; a membrana serosa de cada cavidade pleural é a pleura. Circunda o coração; a membrana serosa da cavidade do pericárdio é o pericárdio. Porção central da cavidade torácica entre os pulmões; estende-se do esterno até a coluna vertebral e do pescoço até o diafragma; contém o coração, o timo, o esôfago, a traqueia e vários grandes vasos sanguíneos. Subdividida em cavidades abdominal e pélvica. Contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso; a membrana serosa da cavidade abdominal é o peritônio. Cavidade do crânio Canal vertebral Cavidade torácica* Cavidade pleural Cavidade do pericárdio Mediastino Cavidade abdominopélvica Cavidade abdominal Cavidade pélvica * Ver Figura 1.9, para detalhes da cavidade torácica. CAVIDADE COMENTÁRIOS Contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos genitais internos femininos e masculinos. Em quais cavidades estão localizados os seguintes órgãos: bexiga urinária, estômago, coração, intestino delgado, pulmões, órgãos geni- tais internos femininos, timo, baço e fígado? Use os seguintes símbolos para a sua resposta: T = cavidade torácica, A = cavidade abdominal, P = cavidade pélvica. Tortora_Gerard.indb 15Tortora_Gerard.indb 15 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 16. 16 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson Figura 1.9 A cavidade torácica. As linhas tracejadas indicam os limites do mediastino. Note que a cavidade do pericárdio circunda o coração e que as cavidades pleurais circundam os pulmões. O mediastino é a região anatômica medial aos pulmões, que se estende do esterno até a coluna vertebral e da primeira costela até o diafragma. Cavidade pleural direita Mediastino Cavidade pleural esquerda Visão anterior Cavidade do pericárdio Lâmina parietal do pericárdio seroso Lâmina visceral do pericárdio seroso Pleura parietal Pleura visceral Diafragma Quais das seguintes estruturas estão contidas no mediastino: pulmão direito, coração, esôfago, medula espinal, aorta, cavidade pleural esquerda? Figura 1.10 As nove regiões da cavidade abdominopélvica. Os órgãos genitais internos na cavidade pélvica são mostrados nas Figuras 23.1 e 23.6. A designação de nove regiões é utilizada para estudos anatômicos. (b) Visão anterior superficial dos órgãos nas regiões abdominopélvicas NDRIOHIPOCÔNDRIO DIREITO REGIÃO (ILÍACA) HIPOGÁSTRIOGUINAL IREITA REGIÃ LATER ESQUE REGIÃO UMBILICAL GIÃO TERAL REITA HIPOCÔ ESQUE EPIGÁSTRIOEPIGÁSTRIO REGIÃO LATERAL DIREITA REGIÃO LATERAL ESQUERDA REGIÃO UMBILICAL REGIÃO INGUINAL (ILÍACA) DIREITA REGIÃO INGUINAL (ILÍACA) ESQUERDA HIPOGÁSTRIO (a) Visão anterior mostrando a localização das regiões abdominopélvicas Direita Esquerda HIPOCÔNDRIO ESQUERDO Diafragma Fígado Estômago Intestino grosso Bexiga urinária Vesícula biliar Intestino grosso (colo ascendente) Intestino delgado Apêndice vermiforme Em qual região abdominopélvica é encontrado cada um dos seguintes órgãos: a maior parte do fígado, o colo ascendente, a bexiga urinária e o apêndice? Tortora_Gerard.indb 16Tortora_Gerard.indb 16 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 17. Corpo Humano 17 porções, embora nenhuma parede as separe (ver Figura 1.8). A porção superior, a cavidade abdominal (abdomin- = ventre), con- tém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. A porção inferior, a cavidade pélvica (pelv- = bacia) contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos internos do sistema genital. Os órgãos dentro das cavidades torácica e abdominopélvica são cha- mados de vísceras. Uma membrana serosa de dupla camada, fina e escorregadia, cobre as vísceras dentro das cavidades torácica e abdominal e forra as paredes do tórax e do abdome. As partes de uma membrana serosa são (1) a lâmina parietal, que forra as paredes das cavidades, e (2) a lâmina visceral, que cobre e se adere às vísceras dentro das cavidades. Uma pequena quantidade de líquido lubrificante entre as duas lâminas reduz o atrito, permitindo às vísceras deslizar um pouco durante os movimentos, como quando os pulmões insuflam e desinsuflam durante a respiração. A membrana serosa da cavidade pleural é chamada de pleura. A membrana serosa da cavidade do pericárdio é o pericárdio. O peritônio é a membrana serosa da cavidade abdominal. Além das já descritas, você também aprenderá sobre outras cavidades do corpo em capítulos posteriores. Estas incluem a cavi- dade oral (bucal), que contém a língua e os dentes; a cavidade nasal, no nariz; as cavidades orbitais, que contêm os bulbos dos olhos; a ca- vidade timpânica, que contém os ossículos da orelha média, e as ca- vidades articulares, que são encontradas em articulações livremente móveis e contêm sinóvia. Regiões e quadrantes abdominopélvicos Para descrever mais precisamente a localização dos vários ór- gãos abdominais e pélvicos, a cavidade abdominopélvica pode ser dividida em compartimentos menores. Em um dos métodos, duas linhas horizontais e duas linhas verticais, como uma gra- de de jogo-da-velha, repartem a cavidade em nove regiões ab- dominopélvicas (Figura 1.10). Os nomes das nove regiões são: hipocôndrio direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo, região lateral direita, região umbilical, região lateral esquerda, região inguinal (ilíaca) direita, hipogástrio e região inguinal (ilíaca) esquerda. Em outro método, uma linha horizontal e uma linha vertical que passam através do umbigo dividem a cavidade abdominopélvica em quadrantes (quad- = quarta parte) (Figura 1.11). Os nomes dos quadrantes abdominopélvicos são: quadrante superior direito (QSD), quadrante superior esquerdo (QSE), quadrante inferior di- reito (QID) e quadrante inferior esquerdo (QIE). A divisão em nove regiões é mais amplamente usada para estudos anatômicos, e os quadrantes são mais comumente usados pelos clínicos para des- crever o local de uma dor abdominopélvica, uma massa ou outra anormalidade. ■ Teste sua compreensão 14. Quais limites de referência separam as diversas cavidades do corpo umas das outras? 15. Localize as nove regiões abdominopélvicas e os quatro qua- drantes abdominopélvicos em você mesmo e liste alguns ór- gãos encontrados em cada um(a). • • • No Capítulo 2, examinaremos o nível químico de organiza- ção. Você aprenderá sobre os vários grupos de substâncias quími- cas, suas funções e como elas contribuem para a homeostase. Figura 1.11 Quadrantes da cavidade abdominopélvica. As duas linhas cruzam-se em ângulos retos no umbigo. A designação quadrante é usada para localizar o sítio da dor, uma massa ou alguma outra anormalidade. Visão anterior mostrando a localização dos quadrantes abdominopélvicos. QUADRANTE INFERIOR ESQUERDO (QIE) QUADRANTE SUPERIOR ESQUERDO (QSE) QUADRANTE INFERIOR DIREITO (QID) QUADRANTE SUPERIOR DIREITO (QSD) Em qual quadrante abdominopélvico seria sentida a dor da apendicite (inflamação do apêndice vermiforme)? Tortora_Gerard.indb 17Tortora_Gerard.indb 17 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 18. 18 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson TERMINOLOGIA E CONDIÇÕES MÉDICAS A maioria dos capítulos deste texto é seguida por um glossário de ter- mos-chave médicos, que inclui condições normais e patológicas. Você deve familiarizar-se com esses termos, porque eles desempenharão um papel essencial em seu vocabulário médico. Algumas dessas condições, bem como as discutidas no texto, são referidas como locais ou sistêmicas. Uma doença local é a que afeta uma parte ou uma área limitada do corpo. Uma doença sistêmica afeta o corpo inteiro ou várias partes. Epidemiologia (epi- = sobre; -demi = povo) A ciência que lida com o por quê, quando e onde as doenças ocorrem e como elas são transmiti- das dentro de uma população humana definida. Geriatria (ger- = velho; -iatria = medicina) A ciência que lida com os problemas médicos e o cuidado de pessoas idosas. Patologia (pato- = doença) A ciência que lida com a natureza, as causas e o desenvolvimento de condições anormais e com as alterações estru- turais e funcionais que as doenças produzem. Farmacologia (farmaco- = medicamento) A ciência que lida com os efeitos e o uso dos fármacos no tratamento da doença. RESUMO Definição de anatomia e fisiologia 1. Anatomia é a ciência da estrutura e das relações entre as estruturas do corpo. 2. Fisiologia é a ciência de como as estruturas do corpo funcionam. Níveis de organização e sistemas do corpo 1. O corpo humano consiste em seis níveis de organização: químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e de organismo. 2. As células são as unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo e as menores unidades vivas no corpo humano. 3. Os tecidos consistem em grupos de células e de materiais circun- dantes, que trabalham em conjunto para desempenhar uma função particular. 4. Os órgãos geralmente têm formas reconhecíveis, são compostos de dois ou mais tipos de tecidos diferentes e têm funções específicas. 5. Os sistemas consistem em órgãos relacionados que têm uma função comum. 6. A Tabela 1.1 introduz os 11 sistemas do corpo humano: o do tegu- mento comum, o esquelético, o muscular, o nervoso, o das glându- las endócrinas, o circulatório, o linfático, o respiratório, o digestó- rio, o urinário e o genital. 7. O organismo humano é uma coleção de sistemas estrutural e fun- cionalmente integrados. 8. Os sistemas do corpo trabalham juntos para manter a saúde, prote- ger contra doenças e permitir a reprodução da espécie. Processos vitais 1. Todos os organismos vivos têm certas características que os distin- guem das coisas não vivas. 2. Entre os processos vitais nos seres humanos estão o metabolismo, a responsividade, o movimento, o crescimento, a diferenciação e a reprodução. Homeostase: mantendo os limites 1. A homeostase é uma condição na qual o meio interno do corpo per- manece estável, dentro de certos limites. 2. Uma grande parte do meio interno do corpo é de líquido intersti- cial, que circunda todas as células corporais. 3. A homeostase é regulada pelo sistema nervoso e pelas glândulas en- dócrinas, atuando em conjunto ou separadamente. O sistema ner- voso detecta as alterações corporais e envia impulsos nervosos para manter a homeostase. As glândulas endócrinas regulam a homeos- tase por meio da secreção de hormônios. 4. As rupturas da homeostase provêm de estímulos internos e exter- nos e de estresses psicológicos. Quando a ruptura da homeostase é leve e temporária, as respostas das células do corpo rapidamente restauram o equilíbrio no meio interno. Se a ruptura for extre- ma, as tentativas do corpo para restaurar a homeostase poderão falhar. 5. Um sistema de retroalimentação consiste em (1) receptores que monitoram mudanças em uma condição controlada e enviam a informação para (2) um centro de controle que estabelece os va- lores nos quais uma condição controlada deve ser mantida, avalia a informação que recebe e gera comandos de saída, quando estes são necessários, e (3) efetores que recebem a saída do centro de controle e produzem uma resposta (efeito) que altera a condição controlada. 6. Se uma resposta reverte uma mudança em uma condição con- trolada, o sistema é chamado de sistema de retroalimentação ne- gativa. Se uma resposta reforça uma mudança em uma condição controlada, o sistema é referido como sistema de retroalimenta- ção positiva. 7. Um exemplo de retroalimentação negativa é o do sistema que re- gula a pressão sanguínea. Se um estímulo faz a pressão sanguínea (condição controlada) subir, os barorreceptores (células nervosas sensíveis à pressão, os receptores) nos vasos sanguíneos enviam im- pulsos (entrada) para o encéfalo (centro de controle). O encéfalo Tortora_Gerard.indb 18Tortora_Gerard.indb 18 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 19. Corpo Humano 19 envia impulsos (saída) para o coração (efetor). Como resultado, a frequência cardíaca diminui (resposta) e a pressão sanguínea cai de volta ao normal (restauração da homeostase). 8. As rupturas da homeostase – desequilíbrios homeostáticos – podem conduzir a transtornos, doenças e mesmo à morte. 9. Um transtorno é qualquer anormalidade de estrutura e/ou função. Doença é um termo mais específico para uma enfermidade com um conjunto definido de sinais e sintomas. 10. Os sintomas são alterações subjetivas nas funções corporais, que não são aparentes para um observador, ao passo que os sinais são alterações objetivas que podem ser observadas e avaliadas. 11. O diagnóstico da doença envolve a identificação de sintomas e si- nais, uma história clínica, exame físico e, algumas vezes, testes de laboratório. O envelhecimento e a homeostase 1. O envelhecimento produz alterações observáveis na estrutura e na função e aumenta a vulnerabilidade ao estresse e à doença. 2. As alterações associadas ao envelhecimento ocorrem em todos os sistemas do corpo. Termos anatômicos 1. Descrições de qualquer região do corpo assumem que o corpo está na posição anatômica, em que o indivíduo está em pé, ereto, de frente para o observador, com a cabeça nivelada e os olhos voltados para a frente. Os pés estão planos sobre o solo e dirigidos para a frente, e os braços estão nos lados do corpo, com as palmas das mãos voltadas para a frente. 2. O corpo humano é dividido em diversas regiões principais: a ca- beça, o pescoço, o tronco, os membros superiores e os membros inferiores. 3. Dentro das regiões do corpo, as partes específicas do corpo têm denominações comuns e correspondentes formas anatômicas des- critivas (adjetivos). Os exemplos são: tórax (torácico), nariz (nasal) e punho (carpal). 4. Os termos direcionais indicam a relação de uma parte do corpo com outra. O Quadro 1.1 resume os termos direcionais comumente usados. 5. Os planos são superfícies planas imaginárias que dividem o corpo ou os órgãos em duas partes. Um plano sagital mediano divide o corpo ou um órgão em lados direito e esquerdo iguais. Um plano sagital paramediano divide o corpo ou um órgão em lados direito e esquerdo desiguais. Um plano frontal divide o corpo ou um órgão em porções anterior e posterior. Um plano transverso divide o cor- po ou um órgão em porções superior e inferior. Um plano oblíquo passa através do corpo ou de um órgão em um ângulo entre um plano transverso e um plano sagital ou entre um plano transverso e um plano frontal. 6. As secções resultam de cortes através das estruturas corporais. Elas são nomeadas de acordo com o plano no qual o corte é feito: trans- versa, frontal ou sagital. Cavidades do corpo 1. Os espaços no corpo que contêm, protegem, separam e sustentam os órgãos internos são chamados de cavidades do corpo. 2. A cavidade do crânio contém o encéfalo, e o canal vertebral contém a medula espinal. 3. A cavidade torácica é subdividida em três cavidades menores: a ca- vidade do pericárdio, que contém o coração, e duas cavidades pleu- rais, cada qual contendo um pulmão. 4. A porção central da cavidade torácica é o mediastino. Ele está loca- lizado entre os pulmões e se estende do esterno até a coluna verte- bral e do pescoço até o diafragma. Contém todos os órgãos toráci- cos, exceto os pulmões. 5. A cavidade abdominopélvica está separada da cavidade torácica pelo diafragma e é dividida em uma cavidade abdominal, superior, e uma cavidade pélvica, inferior. 6. Os órgãos nas cavidades torácica e abdominopélvica são chamados de vísceras. 7. As vísceras da cavidade abdominal incluem o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado e a maior parte do in- testino grosso. 8. As vísceras da cavidade pélvica incluem a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos internos do sistema genital. 9. Para descrever facilmente a localização dos órgãos, a cavidade ab- dominopélvica pode ser dividida em nove regiões abdominopélvi- cas, por meio de duas linhas horizontais e duas linhas verticais. 10. As denominações das nove regiões abdominopélvicas são: hipocôn- drio direito, epigástrio, hipocôndrio esquerdo, região lateral direi- ta, região umbilical, região lateral esquerda, região inguinal direita, hipogástrio, região inguinal esquerda. 11. A cavidade abdominopélvica pode também ser dividida em qua- drantes, passando-se uma linha horizontal e uma linha vertical através do umbigo. 12. As denominações dos quadrantes abdominopélvicos são: quadrante superior direito (QSD), quadrante superior esquerdo (QSE), quan- drante inferior direito (QID) e quadrante inferior esquerdo (QIE). AUTOAVALIAÇÃO 1. Para reconectar adequadamente os ossos desconectados de um esque- leto humano, você necessitaria de um bom conhecimento de a. fisiologia b. homeostase c. química d. anatomia e. sistemas de retroalimentação 2. Qual das seguintes opções ilustra melhor a ideia dos níveis crescen- tes de complexidade organizacional? a. químico → tecidual → celular → orgânico → de organismo → sistêmico b. químico → celular → tecidual → orgânico → sistêmico → de organismo c. celular → químico → tecidual → de organismo → orgânico → sistêmico d. químico → celular → tecidual → sistêmico → orgânico → de organismo e. tecidual → celular → químico → orgânico → sistêmico → de organismo Tortora_Gerard.indb 19Tortora_Gerard.indb 19 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 20. 20 Gerard J. Tortora & Bryan Derrickson 3. Combine os seguintes: _____a. transporta oxigênio, nutrientes e dióxido de carbono A. sistema urinário _____b. degrada alimento e ab- sorve nutrientes B. sistema digestório _____c. funciona no movimento corporal, na postura e na produção de calor C. glândulas endócrinas _____d. regula as atividades do corpo através de hormô- nios D. tegumento comum _____e. sustenta o corpo, ajuda a proteger órgãos do cor- po, fornece áreas para fixação muscular E. sistema muscular _____f. elimina resíduos e regu- la a composição química e o volume do sangue F. sistema esquelético _____g. protege o corpo, detec- ta sensações e ajuda a regular a temperatura corporal G. sistema circulatório 4. Preencha os espaços em branco na seguinte tabela. Sistema Órgãos Principais Funções a b Regula atividades do cor- po por meio de impulsos nervosos c Vasos linfáticos, baço, timo, tonsilas, linfonodos d e f Supre oxigênio para as células, elimina dióxido de carbono, ajuda a regu- lar a acidez dos líquidos corporais Genital g h 5. Homeostase é a. a soma de todos os processos químicos no corpo b. o sinal de um distúrbio ou doença c. a combinação de crescimento, reparo e liberação de energia, que é básica para a vida d. a tendência a manter as condições internas do corpo constantes e favoráveis e. causada por estresse 6. Combine os itens seguintes ao processo vital correto. _____a. as pupilas dos seus olhos tornando-se menores, quando expostas à luz forte A. metabolismo _____b. a capacidade de caminhar para o seu carro, após a aula B. diferenciação _____c. a cura de um osso quebrado C. movimento _____d. digestão e absorção do seu alimento do café da manhã D. crescimento _____e. o desenvolvimento inicial do sistema nervoso em um feto E. responsividade _____f. o pediatra constatando o aumento da circunferência da cabeça de um bebê de quatro meses de idade F. reprodução 7. Qual(ais) do(s) seguinte(s) sistema(s) do corpo é(são) controlador(es) primários(s) da homeostase? a. respiratório b. nervoso c. endócrino d. circulatório e. urinário 8. A parte de um sistema de retroalimentação que recebe a informação de entrada e gera o comando de saída é o(a) a. efetor b. receptor c. alça de retroalimentação d. resposta e. centro de controle 9. Combine os seguintes: _____a. alteração observável e avaliável A. doença _____b. anormalidade de função B. sintoma _____c. um reconhecível conjunto de al- terações corporais C. sinal _____d. alteração subjetiva que não é fa- cilmente observada D. transtorno 10. Uma coceira na sua região axilar faria você coçar a. sua axila b. a parte anterior do seu cotovelo c. seu pescoço d. a parte superior da sua cabeça e. sua panturrilha 11. Se você estivesse diante de uma pessoa que está na posição anatô- mica correta, você poderia observar a a. região crural b. região lombar c. região glútea d. região poplítea e. região escapular 12. Onde você procuraria pela artéria femoral? a. punho b. antebraço c. face d. coxa e. ombro 13 A orelha direita é ________ à narina direita. a. intermédia b. inferior c. lateral d. distal e. medial 14. Seu queixo é ________ em relação aos seus lábios. a. lateral b. superio c. profundo d. posterior e. inferior 15. Seu crânio é ________ em relação ao seu encéfalo. a. intermédio b. superior c. profundo d. superficial e. proximal 16. Um mágico está prestes a separar o corpo de seu assistente em por- ções superior e inferior. O plano através do qual ele passará sua vara mágica é o a. sagital mediano b. frontal c. transverso d. sagital paramediano e. oblíquo Tortora_Gerard.indb 20Tortora_Gerard.indb 20 10/02/12 10:2210/02/12 10:22
  • 21. Corpo Humano 21 17. Qual afirmativa NÃO é verdadeira sobre as cavidades do corpo? a. O diafragma separa as cavidades torácica e abdominopélvica. b. Os órgãos na cavidade do crânio e no canal vertebral são cha- mados de vísceras. c. A bexiga urinária está na cavidade pélvica. d. A cavidade abdominal está abaixo da cavidade torácica. e. A cavidade pélvica termina abaixo da virilha. 18. Para expor o coração para uma cirurgia cardíaca aberta, o cirurgião necessitaria cortar através da(o) a. cavidade do pericárdio b. cavidade pélvica c. diafragma d. cavidade pleural e. cavidade abdominal 19. Para encontrar a bexiga urinária, você procuraria no(a) a. hipocôndrio b. região umbilical c. epigástrio d. região inguinal (ilíaca) e. hipogástrio 20. Combine os seguintes: _____a. contém a bexiga urinária e os órgãos genitais A. cavidade do crânio _____b. contém o encéfalo B. cavidade abdominal _____c. “contém” o coração C. canal vertebral _____d. é a região entre os pul- mões, do osso esterno até a coluna vertebral D. cavidade pélvica _____e. separa as cavidades torá- cica e abdominal E. cavidade pleural _____f. “contém” um pulmão F. mediastino _____g. contém a medula espinal G. diafragma _____h. contém o estômago e o fígado H. cavidade do pericárdio APLICAÇÕES DO PENSAMENTO CRÍTICO 1. Júlia estava tentando quebrar o recorde de maior permanência de cabeça para baixo nas barras paralelas no pátio durante o recreio. Ela não conseguiu e pode ter quebrado seu braço. O técnico da sala de emergência gostaria de uma radiografia do braço de Júlia na po- sição anatômica. Use os termos anatômicos apropriados para des- crever a posição do braço de Júlia na radiografia. 2. Você está trabalhando em um laboratório e pensa que pode estar observando um novo organismo. Que nível mínimo de organização estrutural você necessitaria estar observando? Quais são algumas das características que você precisaria observar para assegurar que ele é um organismo vivo? 3. Guilherme estava tentando impressionar Jéssica com uma história sobre a sua última partida de rúgbi. “O treinador disse que eu sofri uma lesão caudal à região sural dorsal em minha virilha.” Jéssica respondeu, “Eu acho que você ou o seu treinador sofreu uma le- são encefálica.” Por que Jéssica não ficou impressionada pela proeza atlética de Guilherme? 4. Existe um espelho especial em uma casa de diversões, que esconde metade do seu corpo e duplica a imagem da sua outra metade. No espelho, você pode realizar proezas incríveis, como elevar ambas as pernas do chão. Ao longo de qual plano o espelho está dividindo o seu corpo? Um espelho diferente, na próxima sala, mostra seu re- flexo com duas cabeças, quatro braços e nenhuma perna. Ao longo de qual plano este espelho está dividindo o seu corpo? RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DAS FIGURAS 1.1 Órgãos têm uma forma reconhecível e consistem em dois ou mais diferentes tipos de tecidos que têm uma função específica. 1.2 A diferença básica entre os sistemas de retroalimentação negativa e positiva é que, nos sistemas de retroalimentação negativa, a respos- ta contrapõe-se a uma mudança em uma condição controlada; e nos sistemas de retroalimentação positiva, a resposta reforça a mudança em uma condição controlada. 1.3 Se um estímulo causou a diminuição da pressão sanguínea, a fre- quência cardíaca deveria aumentar, devido à operação deste sistema de retroalimentação negativa. 1.4 Uma verruga plantar é encontrada na planta do pé. 1.5 Não, o rádio é distal ao úmero. Não, o esôfago é posterior à tra- queia. Sim, as costelas são superficiais aos pulmões. Sim, a bexiga urinária é medial ao colo ascendente. Não, o esterno é medial ao colo descendente. 1.6 O plano frontal divide o coração em porções anterior e posterior. 1.7 O plano sagital mediano divide o encéfalo em lados iguais direito e esquerdo. 1.8 Bexiga urinária = P, estômago = A, coração = T, intestino delgado = A, pulmões = T, órgãos genitais internos femininos = P, timo = T, baço = A, fígado = A. 1.9 Algumas estruturas no mediastino são o coração, o esôfago e a aorta. 1.10 O fígado está principalmente no epigástrio; o colo ascendente está na região lateral direita; a bexiga urinária está no hipogástrio; o apêndice está na região inguinal direita. 1.11 A dor associada à apendicite seria sentida no quadrante inferior di- reito (QID). Tortora_Gerard.indb 21Tortora_Gerard.indb 21 10/02/12 10:2210/02/12 10:22