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      UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB
          DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
         CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM



            MÁCIA SANTOS CARVALHO




    LEITURA: COMPREENSÃO DO PROCESSO DE
CONSTRUÇÃO DO SENTIDO PELOS PROFESSORES DA
  ESCOLA JOSÉ BARRETO FILHO DO MUNICÍPIO DE
               CAMPO FORMOSO.




                SENHOR DO BONFIM
                  ABRIL DE 2009
2



           MÁCIA SANTOS CARVALHO




    LEITURA: COMPREENSÃO DO PROCESSO DE
CONSTRUÇÃO DO SENTIDO PELOS PROFESSORES DA
  ESCOLA JOSÉ BARRETO FILHO DO MUNICÍPIO DE
               CAMPO FORMOSO.




                        Trabalho monográfico apresentado como pré-
                        requisito para a conclusão do curso de licenciatura
                        em Pedagogia, Habilitação nas Séries Iniciais do
                        Ensino Fundamental pelo Departamento de
                        Educação do Campus VII. Senhor do Bonfim.


                        Orientadora: Rita de Cássia Braz Conceição Melo.




                Senhor do Bonfim
                  Abril de 2009
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                     MÁCIA SANTOS CARVALHO




Leitura: Compreensão e vivência do processo de construção do sentido pelos
professores da Escola José Barreto Filho.




        APROVADA:_______________DE_________________DE 2009




                            Orientadora:Rita de Cássia Braz Conceição Melo.




_______________________                ________________________
  BANCA EXAMINADORA                      BANCA EXAMINADORA




            _______________________________________________
              PROFª. RITA DE CÁSSIA BRAZ CONCEIÇÃO MELO
                              ORIENTADORA
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A Deus que iluminou minha mente escrever
cada linha deste trabalho. E aos meus
familiares que torceram pelo meu sucesso.
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                             AGRADECIMENTOS


       Agradeço ao colegiado de Pedagogia e aos professores que foram corpo
docente do Curso de Pedagogia.


       A reitoria da Universidade do Estado da Bahia-UNEB, especialmente o
Campus VII.


       A professora orientadora Rita de Cássia Braz Conceição Melo que foi
importante durante o período de desenvolvimento desta pesquisa.


       Aos funcionários da biblioteca meu muito obrigado.


       E aos demais funcionais deste departamento de educação.
6




“A leitura amplia e integra os conhecimentos.
Quem lê, constrói sua própria ciência, quem
não lê, memoriza elementos de um todo que
não se atingiu”.


(RUIZ, J. A)
7



                               LISTA DE FIGURA



Figura 4.1.1 – Percentual em relação à faixa etária.


Figura 4.1.2 – Percentual em relação ao sexo.


Figura 4.1.3 – Percentual em relação ao nível de escolaridade.


Figura 4.1.4 – Percentual em relação à instituição onde concluíram o ensino médio.


Figura 4.1.5 – Percentual em relação ao tempo de atuação no magistério


Figura 4.1.6 – Percentual em relação à renda familiar.


Figura 4.1.7 – Percentual em relação ao vínculo com o município.


Figura 4.1.8 - Percentual em relação à área de atuação.


Figura 4.1.9 – Percentual em relação onde se costuma buscar informações.


Figura 4.1.10 – Percentual em relação à quantidade de livros que lê durante o ano.


Figura 4.1.11 – Percentual em relação a tipos de livros que mais lê.
8



                                     RESUMO




Está pesquisa visou identificar e analisar as compreensões que os professores das
séries iniciais, da Escola José Barreto Filho de Campo formoso – BA têm sobre a
leitura. Este estudo teve como suporte teórico: Silva (2005); Cagliari (1989); Alarcão
(2005); Kleiman (2002); Barbosa (1994); Solé (1998), dentre muitos outros, com o
intuito de fundamentar epistemologicamente a pesquisa, contribuindo dessa forma
para uma reflexão crítica realizada neste estudo. Os procedimentos metodológicos
seguirão um enfoque qualitativo com os seguintes instrumentos de trabalho: um
questionário fechado traçando o perfil dos sujeitos e um questionário semi-
estruturado para identificar as compreensões dos sujeitos da investigação.
A partir da análise dos questionários, foi possível identificar que 50% das
professoras compreendem a leitura como: ampliação de conhecimento, como
processo de compreender o texto e leitura simultaneamente com a prática.
Como considerações finais são necessárias que se pesquise muito sobre a leitura
para poder melhorar a prática pedagógica das professoras das séries iniciais que
ainda não estão aptas sobre compreensão de leitura.




Palavra-Chave: Compreensão, Leitura, Prática docente.
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                                                        SUMÁRIO



INTRODUÇÃO.....................................................................................................           11

1. PROBLEMATIZAÇÃO – Leitura: Compreensões dos professores das

séries inicias do Ensino Fundamental............................................................                          12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................                             16

2.1. Compreensão...............................................................................................           16

2.2. Leitura...........................................................................................................   18

2.3 Prática docente..............................................................................................         22

3. METODOLOGIA..............................................................................................              26

3.1. Tipo de Pesquisa..........................................................................................           26

3.2. Instrumento de coleta de dados...................................................................                    27

3.3. Local............................................................................................................    27

3.4. Sujeito da pesquisa......................................................................................            28

3.5. Etapas...........................................................................................................    29

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS...................................                                              30

4.1. Resultado do questionário fechado: O perfil dos sujeitos...........................                                  30

4.1.1 Faixa etária.................................................................................................       30

4.1.2 Sexo............................................................................................................    31

4.1.3 Nível de escolaridade.................................................................................              31

4.1.4 Instituição onde concluiu o Ensino Médio..................................................                          32

4.1.5 Tempo de atuação no magistério...............................................................                       32

4.1.6 Renda familiar............................................................................................          33

4.1.7 Vínculo com o município.............................................................................                34
10



4.1.8 Área de atuação.........................................................................................     34

4.1.9 Onde costuma buscar informações............................................................                  35

4.1.10 Quantidade de livros que lê durante o ano..............................................                     37

4.1.11 Tipos de livros que mais lê.......................................................................          37

4.2 Resultados dos questionários.......................................................................            37

4.2.1 Leitura como ampliação de conhecimento.................................................                      38

4.2.2 Leitura como processo de compreender o texto........................................                         39

4.2.3 Leitura simultaneamente com a prática docente........................................                        40

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................               42

REFERÊNCIAS..................................................................................................      44

APÊNDICES ......................................................................................................   46
11



                                   INTRODUÇÃO



           Identificar e analisar as concepções e compreensões que os professores da
escola José Barreto Filho do Município de Campo Formoso-BA, têm sobre a leitura.


           Essa identificação é de grande relevância numa sociedade marcada por
avanços tecnológicos, que atribuem à escola, e primeiramente aos professores a
responsabilidade maior de formar cidadãos críticos, reflexivos e participativos na sua
cidadania.


           Desta forma, com o objetivo de identificar as compreensões; apresentadas
inicialmente nessa pesquisa sobre a importância da compreensão de leitura iniciam-
se o presente trabalho.


           No I Capítulo, abordamos sobre leitura, as indagações e questionamentos
desta problemática e os objetivos desta pesquisa.


       No Capítulo II, apresentaremos os conceitos-chave, discutimos o amparo de
alguns teóricos.


       No Capítulo III, apresenta-se a metodologia, amparados em autores para
concretização da pesquisa qualitativa.


       No Capítulo IV, apresentamos a análise e interpretações dos resultados,
utilizamos os questionários fechados no intuito de traçar o perfil das professoras e o
semi-estruturado para identificar as compreensões que as mesmas têm sobre
leitura.


       Nas considerações finas centramos nossa preocupação na compreensão de
leitura e esperamos que o estudo sirva de orientação e estímulo a todos que a ela
tiverem acesso e que sirva de subsídios para futuras pesquisas.
12



                                    CAPÍTULO I




  LEITURA: COMPREENSÕES DOS PROFESSORES DAS SÉRIES
             INICIAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL



       O mundo apresenta um ritmo de inovação, informação e aperfeiçoamento.
Sendo assim, no decorrer dos últimos anos em que proliferam os recursos
audiovisuais, ainda é, através da leitura que se realiza o processo de transmissão e
aquisição da cultura, adquirimos conhecimentos que nos permitem interagirmos na
sociedade. Como afirma Silva (2005):



                     As experiências conseguidas através da leitura, além de facilitarem o
                     posicionamento do ser do homem, numa condição especial (o usufruir dos
                     bens culturais escritos, por exemplo), são ainda, as grandes fontes de
                     energia que impulsionam a descoberta, elaboração e difusão do
                     conhecimento. (p.38)



       Daí a importância que se atribui ao ato de ler, enquanto lemos vivemos uma
experiência transformadora, buscamos a liberação, adquirimos consciência dos atos
e do potencial na construção e reconstrução de uma sociedade mais justa. Pois é
através do ato de ler que adquirimos conhecimentos para posicionarmos de maneira
crítica diante dos fatos sociais, que segundo Silva (2005) uma leitura crítica é
condição para educação libertadora, para uma verdadeira ação cultura.


       A leitura se faz presente em todos os níveis educacionais e da sociedade
letrada. A mesma começa no lar, aperfeiçoa-se na escola, após continua a se
encontrar nos livros-texto, ao longo da trajetória acadêmica e continua pela vida
afora, ou seja, a prática de leitura se faz presente em nossas vidas desde o
momento em que começamos a compreender o mundo a nossa volta.


       Nos tempos antigos, antes da invenção da imprensa, reservava-se a
pouquíssimos o privilégio da leitura, ela só era acessível a uma elite culta que
segundo Silva (2005) dada às condições do desenvolvimento histórico e cultural do
13



Brasil, a leitura enquanto lazer e atualização sempre foram de uma minoria de
indivíduos que tiveram acesso à educação. Enquanto a grande maioria da
população não teve condição de estudar, utilizaram os meios de comunicação para
se informarem.


        Só nestes últimos anos, com o desenvolvimento tecnológico e econômico
exigindo continuamente a colaboração intelectual da maioria das pessoas,
preocupou-se em tornar o direito de ler para todos.


        Dessa forma, a leitura se faz imprescindível, pois o indivíduo letrado tem a
possibilidade de captar elementos determinados pelo poder massificador e
autoritário, tornando-se um leitor crítico. Como afirma Bamberger (2004) a leitura
desprovida de crítica pode levar a aceitação mecânica de argumentos e situações.


        Todos precisam estar seriamente convencidos da importância da leitura para
a vida individual, social, cultural, pois se a pessoa não compreende o material
impresso, não tem possibilidade de usufruir dos bens culturais que compõe o
patrimônio. Por todas essas razões, a leitura é uma forma exemplar de
aprendizagem.


        Hoje, ninguém diz acreditar que a leitura é tida apenas como decodificação e
processamento de palavras, porém em dizer como uma interação em que o leitor e o
autor constroem um texto.


        Como afirma Bamberger (2004):



                     A habilidade de ler perfeitamente não consiste na capacitação bem treinada
                     de “combinar sons em palavras e palavras em unidades de pensamento”
                     (como se acreditava anteriormente), mas no” reconhecimento imediato de
                     grupos armazenado de palavras (p.23).




        Para Kleiman (2004) leitura é um ato individual de construção de significado
em um contexto onde há interação entre o autor e o leitor, ou seja diferente para
cada leitor, pois dependerão dos conhecimentos, interesses e objetivos do
14



momento. Pois ela é uma atividade individual, já mais duas pessoas fazem a mesma
leitura de um texto.


        Cotidianamente, identificam-se situações em que se requer o uso de leitura.
Desde da escolha de um ônibus até a leitura de bula de remédio. Desta forma, um
dos múltiplos desafios a ser enfrentado pela escola é o de fazer com que os alunos
aprendam a ler. O aluno que saber agir com autonomia dentro da sociedade letrada.


        Segundo Cagliari (1989) é muito mais importante saber ler do escrever. O
melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura.
Porque, de acordo com o autor se aluno não sair muito bem em determinada
atividade, porém, for bom leitor, pode-se afirmar que a escola cumpriu grande parte
de sua função.


        A leitura está presente em muitos momentos da vida, não se restringindo
apenas ao âmbito escola, a maioria do que se aprende na vida deve ser conseguido
através da leitura fora da escola. O ato de ler se manifesta através dos
conhecimentos de outros mundo, realizando nossas descobertas e aumentando
experiências de mundo.


        Segundo Solé (1998). Um dos múltiplos desafios a ser enfrentado pela
escola é o de fazer com que seus alunos aprendam a ler, pois a aquisição da leitura
é muito importante para que o aluno possa agir com autonomia nas sociedades
letradas e a leitura provoca uma desvantagem nas pessoas que não realiza essa
aprendizagem.


        É comum afirmarmos que as crianças não gostam de ler e não
compreendem o que ler. Culpamos os interesses e hábitos diferentes das crianças,
mais poucas vezes questionamos o papel do modo de aprendizagem a qual
aderimos em quanto contribuidor.


        Solé (1998) considera que o problema do ensino de leitura na escola não se
situa no nível do método, mais na própria conceitualização do que é leitura.
15



           Os desafios encontrados na área de ensino de leitura no Brasil são
inúmeras, basta ver os resultados da Provinha Brasil, que foi realizada nas séries
iniciais do Ensino Fundamental. Essa é uma realidade que nos obriga a refletir a
respeito da formação de conceitos de leitura adquiridos por sujeitos responsáveis
pelo ensino aprendizagem de leitura em sala de aula. Talvez, o grande desafio seja
as compreensões de leitura do professores e futuros professores.


           O âmbito de tais discussões e a preocupação com a leitura em geral tem
trazido inquietações e mobilizações, nos motivando a pesquisar sobre a mesma, à
medida que estudamos e refletimos sobre a leitura, projetou nova luz sobre o seu
significado, não só em relação às necessidades da sociedade, mas também às do
indivíduo. Ler significa igualmente o de desenvolver a potencialidade intelectual, o
de aprender e progredir.


       Baseado nessa realidade e buscando o enriquecimento de nossas
experiências profissionais, pretendemos através desta pesquisa refletir alguns
aspectos sobre a conceitualização da leitura pelos professores do município de
Campo Formoso, trazendo a seguinte questão: Quais são as compreensões que os
professores da Escola José Barreto Filho do Ensino Fundamental I têm sobre a
leitura?


       A presente pesquisa tem como objetivos: Identificar e analisar as
compreensões que os professores de educação das séries iniciais do Ensino
Fundamental têm sobre leitura.


       Acreditamos que os resultados do presente trabalho poderão contribuir para a
Escola José Barreto Filho, pois a partir dos objetivos deste trabalho conduziremos
para essa instituição uma discussão que possibilite aos professores que atuam nas
Séries Iniciais do ensino fundamental a refletirem sobre sua pratica pedagógica e
fornecer fundamentos teóricos para melhor compreenderem e, se necessário,
alterarem suas práticas de ensino de leitura para melhoria da educação pública do
município.
16



                                    CAPÍTULO II




                              FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA




       Diante   do nosso problema que objetiva identificar e analisar as
compreensões que os professores de educação das séries iniciais do ensino
fundamental têm sobre a leitura. Trabalharemos com os seguintes conceitos –
chave: Compreensão, leitura, prática docente.


       Nesse sentido refletiremos inicialmente a palavra chave compreensão.


2.1. Compreensão


       A sociedade vem sofrendo transformações em sua estrutura social,
econômica e política, passando assim a exigir da escola a formação de um novo
aluno capaz de atuar na sociedade de maneira a transformá-la. Exigindo um
professor que tenha capacidade, que leia para adquirir conhecimento e que seja
reflexivo capaz de compreender a complexidade da situação de hoje, para atuar na
realidade presente, para poder melhorar, ou seja, o professor precisa compreender o
conhecimento que ele tem sobre a leitura.


      Segundo Alarcão (2005):


                     Para que os cidadãos possam assumir este papel de actores críticos,
                     situado, têm de desenvolver a grande competência da compreensão que
                     assenta na capacidade de escutar, de observar e de pensar, mas também
                     na capacidade de utilizar as várias linguagens que permitem o ser humano
                     estabelecer com os outros e com o mundo mecanismos de interação e de
                     intercompreensão. (p.23).



       Nesse sentido sobre compreensão consultamos o dicionário Aurélio (1999) e
encontramos a seguinte definição: ato ou efeito de compreender, faculdade de
17



perceber, percepção: conjunto das características gerais que formam um conceito e
que são os atributos dos objetivos designados por um termo.


        Sendo assim, faz-se necessário que o professor compreenda que a leitura
deve está dirigida por objetivos e que o leitor conheça o que vai ler para poder
compreender. Para que aconteça o educador precisa buscar conhecer bem como
trabalhar com leitura, aperfeiçoar continuamente com responsabilidade, ser criativo e
crítico e tenha a sensibilidade para compreender aqueles com que atua. Assim o
professor precisa ter uma compreensão mesmo que elementar do desenvolvimento
da criança e da aprendizagem, que possibilitem conduzir à aprendizagem dos
educandos a realidade, compreendendo o seu modo de ser e ver o mundo.


        Para Burker (2003):


                      O professor que precisamos e o professor que conhece bem sua matéria,
                      que tem uma boa compreensão das inúmeras interdependências, e que,
                      principalmente conhece profundamente como as pessoas constroem seus
                      conhecimentos (...) e como na prática, estimular e orientar esses
                      processos. (p.96).



        Podemos dizer que quando a leitura envolve compreensão ler torna-se um
instrumento útil para aprender significativamente, pois precisamos ter objetivos,
idéias, experiências prévias para poder compreender o que está lendo e assim à
leitura torna-se útil, ou seja, a construção de significado do texto acontece mediante
a interação entre o autor e o leitor, o seu conhecimento e o leitor completa o texto
com os seus conhecimentos.


        Segundo Silva (2005):


                      O “compreender” deve ser visto de forma de ser, emergindo através das
                      atitudes do leitor diante do texto, assim como através do seu conteúdo, ou
                      seja, o texto como uma percepção ou panorama dentro do quais os
                      significados são atribuídos. (p.44)



        Nesse sentido, não basta simplesmente decodificar as representações
indicadas por sinais e signos é necessário que o leitor que compreende o que lê
18



porta-se diante do texto transformando-o e ao mesmo tempo transformando-se, ou
seja, quando um leitor compreende o que lê, está aprendendo, à medida que sua
leitura o informa permite que o leitor se aproxime do mundo de significados de um
determinado autor e oferece opiniões sobre determinados aspectos.


        Para Freire (1992) a compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura
crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ou seja, se
entende que a partir dos diversos conhecimentos que o leitor possui ele tem
compreensão do texto lido, pois ler é acima de tudo compreender. Para que isso
aconteça é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura, ele precisa
manter um posicionamento crítico sobre o que lê. Quando atende a essa
necessidade, o leitor se projeta no texto, levando para dentro dele toda a sua
vivência pessoal, com suas emoções, expectativas e seus preceitos.


        Segundo Kleiman (2002) a noção de compreensão de texto é um ato que
não é apenas [...] cognitivo com seus processos múltiplos, mas também é um ato
social entre o leitor e o autor que interagem entre si. Ou seja, o leitor transmite aos
textos lidos as cargas de suas experiências humanas e intelectuais. Compreender
não é uma questão de tudo ou nada, mas está associado ao conhecimento de que o
leitor dispõe sobre o texto e os seus objetivos.


        Se ensinarmos a ler compreensivamente e aprender a partir da leitura
estamos fazendo com que aprendam a aprenderem, isto é, com que possamos
aprender de forma autonomia em uma multiplicidade de situações.


        Discutiremos agora o segundo conceito-chave leitura.


2.2. Leitura


        É de fundamental importância frisar que a leitura é muitíssima importante,
pois a mesma amplia e integra o conhecimento, abrindo cada vez mais os
horizontes, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação. Podemos
dizer que a leitura é a atividade principal, desenvolvida pela escola para formação
19



dos educandos. A leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. Pois a maior
parte do que se aprende na vida é conseguido através da leitura fora da escola.


        Segundo Cagliari (1989) a leitura é a extensão da vida na escola das
pessoas. A maioria do que se aprende na vida terá de ser conseguido através da
leitura fora da escola, de acordo com o autor a leitura é uma herança maior do que
qualquer diploma.


        Quando pensamos em ler e escrever, imediatamente nos vêm à mente as
práticas escolares ou as práticas profissionais formais de emprego de leitura e
escrita. Mas podemos pensar é que fora da escola também se lê e se escrevem de
modos diversos, muito singulares para as mais diferentes necessidades e nos mais
diversificados grupos sociais. O processo de ler extrapola os muros escolares e
passam a ser praticados muito além, passam a fazer parte da vida cotidiana.


        Por essa razão não poderíamos de deixar de resgatar o que Freire nos traz:
Segundo Freire (1998) a leitura do mundo precede a leitura da palavra. A tarefa
principalmente dos educadores não é fácil, as crianças chegam à escola com a
leitura do seu mundo particular e a tarefa do professor é construir aos pouco a
passagem desse mundo particular para o mundo geral, ou seja, passa da leitura
simples para a leitura simples para a leitura crítica do mundo.


        Segundo Cagliari (1989) “Ler é uma atividade complexa e que envolve
muitos problemas não só semânticos, culturais, ideológicos filosóficos, mas até
fonético” (p.149). Portanto o ato de ler em sentido amplo corresponde ao processo
de apreensão da realidade que cerca o individuo e essa realidade apresenta para
cada um de nós através de várias linguagens.


        Ler é saber compreender e interpretar, e essa interpretação não são a única,
depende de cada pessoa de seu contexto de vida, sociedade, trabalho, família,
época. Ler implica não só aprender o significado, mas trazer para o texto lido
experiência e visão de mundo do leitor. Para Silva (2005) o ato de ler é uma
necessidade concreta para a aquisição de significados e experiências nas
sociedades onde a escrita se faz presente.
20



        É por isso que a leitura é considerada um processo interativo, no sentido de
que os diversos conhecimentos do leitor interagem em todo momento em para
chegar à compreensão.


        Para Cagliari (1989):


                      A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em
                      primeiro lugar decifrar à escrita depois entender a linguagem encontrada,
                      em seguida decodificar todas as implicações que o texto tem e, finalmente
                      refletir sobre isso e formar o próprio conhecimento e opinião a respeito do
                      que leu.(p.150).



        Para Lanza (1998) a leitura é uma realização intermediada pelo texto em seu
processo de expressão e formação do conhecimento. Dessa forma o leitor pode ser
descrito de três maneiras: Como ser plural, tendo a capacidade de se envolver em
um mundo informatizado, psicológico ser literário para utilização e desenvolvimento
de suas competências e habilidades cognitivas, ou seja, sendo capaz de ler,
escrever, produzir e interpretar o universo a sua volta; e ser social, quando ele
consegue inseri-se diante dos fatos históricos sociais de leitura com a possibilidade
de compreender o ato de ler.


        A leitura não pode ser confundida com decodificação de sinais, com
reprodução mecânica de informações ou respostas convergentes a estímulos
escritos pré-elaborados. Segundo Cagliari (1989) “a leitura é uma atividade de
assimilação de conhecimentos, de interiorização de reflexão”(p.150).


        A leitura deve ser colocada com objetivo, pois o leitor constrói o significado
do texto, exprime opiniões próprias sobre o que leu.


        Para Silva (2005):


                      A leitura crítica sempre leva a produção de construção de um outro texto: O
                      texto do próprio leitor. Em outras palavras a leitura crítica sempre gera
                      expressão. O desvelamento do ser do leitor. Assim, esse tipo de leitura é
                      muito mais do que um simples processo de apropriação de significado; a
                      leitura crítica deve ser caracterizada como um PROJETO, pois se
                      concretiza numa proposta pensada pelo ser-no-mundo, dirigido ao outro
                      (p.81).
21



        Segundo Kleiman (2004) a leitura é um ato individual de construção de
significados num contexto que se configura mediante a interação entre autor e leitor,
e que, portanto, serão diferentes para cada leitor, dependendo de seus
conhecimentos, interesses e objetivos do momento. O leitor coloca em jogo todo seu
conhecimento, quando lê, além disso, completa o texto com seus conhecimentos,
por isso, um mesmo leitor pode atribuir diferentes significados a um mesmo texto se
este for lido em diferentes momentos da vida.


        Para Solé (1998) a leitura: “é um processo mediante o qual se compreende a
linguagem escrita (...). Para ler necessitamos simultaneamente manejar com
destreza as habilidades de decodificar e aportar ao texto nossos objetivos, idéias e
experiências prévias (...)”. (Solé, 1998, p.23).


        Segundo Solé, para uma pessoa se envolver em qualquer atividade de
leitura, é necessário que ela se sinta que é capaz de ler e compreender o texto tanto
de forma autônoma, como pode apoiar-se em leitores mais experientes.


        Ainda conforme: (Solé, 1998) a leitura é um processo de emissão e
verificação de previsões que levam à compreensão do texto. Que enquanto lê, as
previsões feitas pelo leitor devem ser compatíveis com o texto ou substituídos por
outros. Pois quando as previsões são encontradas, a informação do texto integra-se
aos conhecimentos do leitor e a compreensão do texto lido vem acontecer.


        Segundo Kleiman (2000) Compreensão é o esforço para criar o sentido do
texto, tem sido várias vezes descrito como um esforço inconsciente na busca de
coerência do texto. A compreensão do texto é um ato difícil e está ligado
principalmente a inúmeros processos cognitivos que fazem com que o leitor interaja
com o texto, dando sentido ao mesmo.


        Esses processos contribuem na formação do leitor enriquecendo os
aspectos criativos na hora da leitura.


        Segundo Luckesi (2003) a leitura para atender o seu pleno sentido deve,
refere-se à realidade. Caso contrário ela, ela será um processo, mecânico de
decodificação de símbolos.
22



       A leitura tem uma importância fundamental na vida das pessoas. A
necessidade de muita leitura está posto entre todos. Pois, segundo Kleiman (2004)
O bom leitor é aquele que lê muito e que gosta de ler. De acordo com a autora o
caminho para chegar a ser um bom leitor consiste em lê muito. Pois quem lê muito
obtém conhecimento, informação em relação a qualquer contexto e área de
conhecimento.


       Para Vygotsk (1996) a leitura é um ato de reconstrução dos processos de
produção. Para ele a leitura nunca é mera decodificação dos signos está presente a
leitura que vem empregada de sentido e predomina sobre o significado da palavra.


       Freire (1998) também se refere a uma compreensão crítica do ato de ler (...)
que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita
mas que antecipa do mundo e se alonga na inteligência.


       Para que o leitor compreenda o texto a leitura não deve ser restringir apenas
a um ato de reprodução de palavras frases, nenhuma atitude passiva perante o
texto. O leitor deve utilizar na leitura os conhecimentos adquiridos ao longo de sua
vida para obter compreensão.


       Discutiremos agora sobre a Prática Docente


2.3. Prática docente


      O professor não pode e não deve confiar em uma metodologia especial,
milagrosa, mas na sua experiência fundamentada por sua competência pedagógica.
Pois o educador observando seus alunos, refletindo sobre sua prática e
aprofundando seus conhecimentos sobre leitura e aprendizagem, pode compreender
e atender as necessidades, as dificuldades e os interesses de cada criança num
dado momento.


      Segundo Barbosa (1994):
23



                     O professor deixa de ser o mero transmissor de conteúdo e técnicas e
                     assume o papel de orientador, de facilitador da aprendizagem. Para isto,
                     ele necessita, de um lado, aprofundar-se no conteúdo referente às
                     questões de leitura e, de outro, ter um bom conhecimento das crianças que
                     lhe são confiadas, uma atitude positiva e atenta frente aos alunos, uma
                     possibilidade pelos interesses e possibilidades de cada um. (p.137).



       Isso implica que além de desempenhar um papel de educador. Entendo que
ser educador significa orientar os educandos em todos os momentos e em situações
que podem surgir dentro e fora da escola.


       Segundo Cagliari (1999):



                     Ser mediador não pode ser entendido apenas como um aplicador de
                     pacotes educacionais ou um mero constatador do que o aluno faz ou deixa
                     de fazer. Ser Mediador deve significar, antes de qualquer coisa, estar entre
                     o conhecimento e o aprendiz e estabelecer um canal de comunicação entre
                     estes dois pontos. (p.225).




       Sabemos que a orientação dada pelo professor tende a influenciar no
desenvolvimento do educador, por isso é fundamental que o profissional aja com
discernimento, boa vontade e respeito pelo que faz, afinal são seres em formação
que estão procurando ajustar-se aos novos conceitos principalmente os da língua.
Ou seja, a prática docente dos professores não se resume a um simples trabalho
com os conteúdos. Sua prática deve ir além, pois, é através da mesma que o
professor adquiri conhecimentos e refleti sobre sua experiência em sala de aula.


      Segundo Ghendin (2002):



                     A experiência docente é espaço gerador e produtor de conhecimentos, mas
                     isso não é possível sem uma sistematização que passa por uma postura
                     crítica do educador sobre suas próprias experiências. Refletir sobre os
                     conteúdos trabalhados, as maneiras como se trabalha a postura frente aos
                     educandos, frente ao sistema social, político, econômico, cultural é
                     fundamental para se chegar à produção de um saber fundado na
                     experiência (p.65).
24



        Partindo de uma perspectiva dinâmica a prática docente deve ser entendida
como ação reflexiva, pois, a reflexão sobre a prática, ajuda o, profissional a progredir
no seu desenvolvimento e a construir a sua forma pessoal de conhecer. Trata-se de
olhar retrospectivamente para a ação e refletir sobre o momento, o que aconteceu,
que significados podem atribuir ao que aconteceu. Segundo Libânio, (2004): “o
professor deve compreender seu próprio pensamento e a refletir de modo critico
sobre sua formação e prática docente.


        Então ensinar constitui uma forma de reflexão na ação, ou seja, refletir os
acontecimentos e sobre as formas espontâneas de pensar e de agir de alguém
surgida no contexto da ação. No entanto vale ressaltar, de acordo com Freire (1996).
“Que ensinar exige reflexão crítica sobre a prática. (...) A prática docente crítica
implica, implicamente do pensar certo, envolver o movimento dinâmico dialético,
entre o fazer e o pensar sobre o fazer.” (p.43).


       Por tudo isso, que destacamos a necessidade da reflexão do professor sobre
sua prática para apropriação de um ensino significativo e prazeroso.


        É importante que o professor assuma uma proposta que possa partir do
pressuposto de que a leitura é formada e produto de interação entre leitor e autor,
desenvolvendo uma prática em que a leitura seja vivenciada dinamicamente.


        Sendo importante entender que um leitor só se forma através de uma prática
constante de leitura, organizada em torno da diversidade de gêneros textuais.
Entendemos o leitor não como um mero decodificador, mas como alguém que
compreenda as idéias veiculadas por um autor, posiciona-se diante dela com
criticidade.


        Segundo Silva (2005): “O leitor crítico movido por sua intencionalidade,
desvela o significado pretendido pelo autor (emissor), mas não permanece nesse
nível ele reage, questiona, problematiza, aprecia com criatividade”. (p.80).


        Considerando que a prática docente deve viabilizar diferentes situações de
leitura e ter por objetivo que os alunos construam significados, reflitam sobre o
25



sentido do texto com base em suas experiências, que sejam capazes de
transformarem os sentidos do texto, gerando outro texto, adquirindo novos
conhecimentos.


       Podemos perceber que o professor precisa ir ao encontro do aluno e do
conhecimento     que   é   significativo   para   sua   realidade,   desenvolvendo-lhes
habilidades competências que ajudem na prática do saber fazer.
26



                                  CAPÍTULO III




                               3. METODOLOGIA



3.1. Tipo de Pesquisa


       A presente pesquisa desenvolveu-se por meio da pesquisa qualitativa,
através de instrumentos que possibilitaram ao pesquisador uma compreensão sobre
o objetivo pesquisado: Identificar e analisar as compreensões que os professores de
educação das séries iniciais do Ensino Fundamental I têm sobre a leitura.


       Segundo Lakatos (1991) define a “pesquisa como um procedimento formal,
com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se
constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades
parciais.” (p.155).


        Apontamos que a pesquisa desenvolvida será de cunho qualitativa, que
deve-se levar em conta os fatos reais, fundamentados em questões metodológicas
com a finalidade de observar, analisar e constatar a fidelidade, verdades e idéias se
interagem em função das significações e modos peculiares de cada ator social
encara o mundo e toda uma gama de situações e eventos inerentes a existência
concreta das sociedades.


        Segundo Godoy (1995): “Na pesquisa qualitativa, é freqüente que o
pesquisador procure entender os fenômenos            segundo a perspectiva dos
participantes da situação estudada e, a partir, daí situar sua interação dos
fenômenos estudados” (p.62).


        Assim Ludke e André (1986) postulam que a pesquisa qualitativa “tem o
ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
instrumento”.(p.11).
27



3.2. Instrumentos de coleta de dados.


        Para a realização da pesquisa foram utilizados instrumentos de abordagem
qualitativa visando atingir os objetivos propostos. Utilizou-se como instrumento de
coleta de dados o questionário que é composto por uma série de questões pré-
elaborada sistematicamente e seqüencialmente disposta em itens que constitui o
tema da pesquisa com o objetivo de suscitar dos informantes respostas por escrito
ou verbalmente sobre o assunto que (...) saibam opinar informar. Chizzotti: (2005).


        Trata-se de dois questionários utilizou-se em primeira instância um
questionário fechado contendo perguntas fechada, sendo que o pesquisador deve
escolher entre as respostas previamente elaboradas com questões de multiplicas
escolha, buscando traçar o perfil de cada sujeito entrevistado. Andrade (1999) diz
que “perguntas fechadas são aquelas que indicam três ou quatro opções de
respostas ou se limitam à respostas afirmativas ou negativas e já trazem espaços
destinados à marcação da escolha” (p. 131). E também um questionário semi-
estruturado composto de questões de relevância para o estudo proposto, buscando
a coleta dos dados gerais do sujeito e sobre suas compreensões a cerca do
problema estudo. Minayo (2004) considera que o questionário semi-estruturado
“combina perguntas fechadas (ou estruturadas) e abertas, onde o entrevistado tem a
possibilidade de discorrer o tema proposto, sem respostas ou condições prefixadas
pelo pesquisador” (p, 108). Optou-se pelo seu uso porque se não houver uma ordem
das questões as pessoas pesquisadas poderão discorrer sobre o tema com base
nas informações que possui.


3.3. Local da pesquisa


        Esta pesquisa ocorreu na Escola Municipal José Barreto Filho, que fica
localizada na Rua Manoel Joaquim de Oliveira, no município de Campo Formoso-
Ba, cidade que esta localizada no sertão semi-árido baiano, a cerca de 400Km de
Salvador Capital da Bahia. Seu clima semi-árido. Tendo suas atividades economias
baseadas na agricultura, atividade de artesanais, pecuária, entre outras. Dispõe de
uma ampla rede escolar que atende todos os níveis de ensino desde a Educação
Infantil ao Ensino Superior.
28



          A referida escola, pertence à rede pública de ensino, o órgão mantenedor é
a prefeitura do município, atendendo um total de 725 alunos, possui uma extensão
que esta localizada na Rua Cleriston Andrade, do mesmo município.


          Constatamos que a sede da escola possui (07) salas, uma (01) secretaria,
três (03) banheiros, uma (01) cozinha, um (01) deposito, um (01) pátio para
recreação das crianças.


          O corpo administrativo de funcionários é composto por uma (01) diretora,
uma (01) vice-diretora, três (03) secretárias, nove (09) professores de Educação
Infantil e cinco (05) professoras do Ensino Fundamental I.


          A extensão da escola possui dez (10) salas, três (03) banheiros, uma (01
cozinha, uma (01) secretária, um (01) depósito e uma área onde as crianças
brincam.


          O corpo administrativo e de funcionário são composto por uma (01) vice-
diretora, duas (02) secretária, quatro (04) professoras de Educação Infantil, quatorze
(14) professoras do ensino fundamental e duas (02) professoras do ensino
fundamental e duas (02) professoras de EJA I Educação de Jovens e Adultos.


3.4. Sujeitos da Pesquisa


          São sujeitos deste estudo os professores que atuam na referida escola, nas
series iniciais do ensino fundamental I, pois de acordo com os objetivos desta
pesquisa, somente através dos professores que atuam nesta modalidade de ensino
e que poderíamos obter as informações para o desenvolvimento do nosso objeto de
estudo.


          Embora a escola tenha trinta e dois (32) professoras, foram pesquisadas
apenas 16 professoras que atuam nas series inicial do ensino fundamental e as
demais professoras atuam na Educação Infantil e na EJA I Educação de Jovens e
Adultos
29



3.5. Etapas


       O desenvolvimento da pesquisa seguiu algumas etapas. De início, fizemos
contato com a vice-diretora para deixá-la ciente da pesquisa e coletar dados sobre a
escola e a quantidade de professoras.


       De posse desses dados mantivemos contato com os 16 professores,
entregando os mesmos os questionários, estipulamos um prazo de sete dias para
devolução dos mesmos. Apenas dez (10) dos professores pesquisados devolveram
os questionários.
30



                                           CAPÍTULO IV




                      ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS




        Buscando analisar os dados coletados e interpretar com percepção do
contexto das teorias abordadas quanto ao tema em questão. Julgamos essencial
ordenar cada momento. No primeiro momento traçaremos o perfil das professoras
pesquisadas segundo as variantes de faixa etária, sexo, nível de escolaridade, etc.
no segundo memento analisaremos a discussão dos sujeitos, confortando-os com a
discussão conceitual presente no capítulo II, em busca dos resultados pré vistos nos
objetivos da pesquisa.


        Apresentaremos agora o perfil dos sujeitos pesquisados, através do
questionário fechado.


4.1. Resultado do Questionário Fechado: O Perfil dos Sujeitos.


        Apresentação do perfil dos sujeitos através das informações coletadas com
o questionário fechado.


4.1.1. Faixa etária




 Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa
31



        No    que se refere a faixa etária e o grau de escolaridade das professoras
conforme o gráfico, verificamos que a maioria dos pesquisados 50% (05) estão na
faixa etária acima dos 36 anos. 20% (02) têm entre 27 a 31 anos e 30% (03) tem 32
a 35 anos. Chamou a atenção, a grande incidência de professoras com idade acima
de 36 anos. Evidenciamos que os professores das serieis iniciais possuem um
relativo grau de amadurecimento no que se refere a idade.


4.1.2. Sexo




                            100




Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa


        Dentre os participantes da pesquisa, em sua totalidade são do sexo
feminino. Evidenciando que até os diais de hoje é muito forte a presença da mulher
na educação. Perdura a idéia de que lidar com criança é serviço de mulher.
Reforçando a idéia a cerca da profissionalização da mulher como professora.


4.1.3. Nível de Escolaridade




Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa
32



        Quanto ao grau de instrução das professoras, constatou-se que das 10
professoras, 70% (07) estão cursando o ensino superior, 10% (01) tem o ensino
superior completo, 10% (01) tem pós-graduação e apenas 10% (01) possui o ensino
médio completo. Percebemos então a busca dos professores para uma graduação,
o que passa a surgir um preparo especial dessas professoras para lidar com as
séries iniciais. Evidenciamos a presença maciça da Universidade do Estado da
Bahia – UNEB, pois 70% dos professores estão cursando o curso de Pedagogia na
Rede UNEB 2000 (Programa Especial em Convênio com Prefeituras Municipais), em
nosso município, que vem contribuindo diretamente com a formação dos professores
contribuindo também para melhoria da qualidade da educação.



4.1.4. Instituição onde concluiu o Ensino Médio




Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa


        Quanto à instituição que concluíram o ensino médio, percebemos que 80%
(08) concluíram o ensino médio em instituições públicas e 20% (02) fizeram
formação em instituições privadas.


        As professoras concluíram em escolas públicas porque não tinham
condições financeiras.


4.1.5. Tempo de Atuação no Magistério
33




 Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa



        Observando o gráfico percebemos que há uma experiência considerável na
prática docente, visto que 80% (08) das professoras já atuam a mais de cinco anos,
20% (02) atuam há três anos. Possibilitando aos docentes um maior conhecimento
sobre sua profissão e melhoria na prática de sala de aula.


        Nesse sentido reportamos a Ghendin (2002), ao afirmar que a experiência
docente é espaço gerador e produtor de conhecimentos, mais isso não é possível
sem sistematização que possa por uma postura crítica do educador sobre as suas
próprias experiências. Os professores precisam refletir sobre suas práticas em sala
de aula.


4.1.6. Renda Familiar




Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa
34



       Com relação ao salário 90% (09) dos professores declaram que sua
remuneração é de apenas um a dois salários mínimos e 10% (01) declara que sua
remuneração é de 2 a 4 salários mínimos. Observa-se que a maioria das
professoras têm renda familiar situada na faixa de um a dois salários mínimos,
trabalhando apenas 20 horas semanais. Apontando-nos que a remuneração ainda é
muito baixa, confirmando-se a tendência brasileira da má insatisfatória remuneração
do professor. Levando-nos a refletir sobre o FUNDEB – Fundo de Desenvolvimento
da Educação Básica no Brasil, que foi criado com intuito de valorizar o profissional
da educação básica.



4.1.7. Vínculo com o Município




Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa



        Observamos que todas as professoras são concursadas, ou seja, todos são
efetivos. Percebemos que o município vem realizando concursos para estabilidade
funcional de seus profissionais.


        Porque a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) tem feitos
exigências e o município tem que se adequar, pois é preciso que a classe de
professores sejam todos concursados.



4.1.8. Área de Atuação
35




 Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa



        Em relação à área de atuação do município 90% (09) dos professores atuam
apenas em uma escola e 10% (01) atua em mais de uma escola. Percebemos que
as professoras dispõem de tempo para planejar suas aulas e buscar informações
para melhorar a sua prática docente.


        A realidade da escola pesquisada é diferente da apresentação social, pois a
idéia que passa é que os professores trabalhem em mais de uma escola para
aumentar sua renda.


4.1.9 Onde costuma buscar informações




 Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa
36



         A observação do gráfico nos leva a perceber que 90% (09) dos sujeitos
pesquisados buscam informação através da internet e 10% (01) em jornais. Os
sujeitos pesquisados demonstram formas pelas quais buscam apropria-se das
informações.


         A sociedade tecnológica e globalizada do mundo pós-moderno necessita de
professores capazes de buscar informações e está consciente da realidade em que
vivem. As professoras precisam ser desafiadas a buscar informações sobre o seu
trabalho pedagógico.


4.1.10. Quantidade de livros que lê durante o ano.




Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa



         Verifica-se no gráfico que 60% (06) dos professores lêem entre 3 e 5 (três e
cinco) livros durante o ano e 40% (04) lê entre seis e oito livros. Evidenciamos que
os professores lêem muito pouco durante o ano.


         Nesse sentido reportamos a Kleiman (2004) quando diz: (...) Hoje, que o
leitor é aquele que lê muito e que gosta de ler. De acordo com a autora o caminho
para chegar a ser um bom leitor consiste em ler muito.
37



         Os professores precisam ler mais para adquire conhecimentos e
informações para ajudar na sua prática docente.


4.1.11. Tipos de livros que mais lê




 Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa



         Percebemos que as maiorias dos professores gostam de ler livros de auto-
ajuda 60% (06), 10% (01) gosta de ler livros técnicos e 30% (03) lê outros livros.
Evidenciamos que as pessoas que lêem são consideradas cultas, precisamos
lembrar de que a leitura oferece possibilidades suficientes para que cada leitor
possa desfrutar de acordo com suas necessidades. A maioria das professoras não
deveriam simplesmente se prender na leitura de livros de auto-ajuda, pois os mesmo
só vão lhe auto-ajudar, não vão contribuir para ampliar seus conhecimentos e tornar
profissionais críticos. Sendo assim os professores, devem dedicar-se a leitura de
livros técnicos que vão contribuiu para melhorar a sua prática docente.


         Os livros desempenham inúmeros papeis nessa auto-educação. Primeiro há
a necessidade de satisfazer os interesses, necessidades e aspirações individuais
através da seleção individual do material de leitura.


4.2. Resultados do Questionário Semi – Estruturado
38



            A partir da análise do questionário semi-estruturado aplicado as professoras,
   conseguiram obter a compreensão de leitura dentro das séries iniciais do ensino
   fundamental.


            Sobre compreensão de leitura pudemos identificar que as professoras têm
   as seguintes compreensões:


   4.1.2. Leitura como ampliação de conhecimento


            Em relação a essa categoria podemos observar que 80% das professoras
   compreendem que a leitura serve para formar conhecimentos.


            Sobre isso, o P72 enfatiza que:


                            “Para obter informações e formar conhecimentos”


            Ao fazer essa afirmação a professora reforça o que nos afirmou Lanza
   (1998) que a leitura é uma realização intermediada pelo texto em seu processo de
   expressão, e formação do conhecimento. Pois é através da leitura que o mesmo
   adquiri conhecimento, expressa e defende pontos de vista e se coloca de maneira
   crítica diante dos fatos.


            A P3 Afirma que a leitura:


                            “Abre caminhos para o conhecimento ajudando o individuo descobrir novos
                            horizontes, passando a fazer isso de uma linguagem, mas rebuscada.”



           A P3 em suas palavras ressalta que a leitura não deve ser entendida apenas
   como a aquisição de conhecimento. Na sua concepção a leitura ajuda também a
   desenvolver a linguagem.


            Nesse sentido a professora concorda com a definição de Cagliari (1989) “Ler
   é uma atividade muito complexa e que envolve muitos problemas não só
   semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas até fonético” (p, 149).

______________
2-Termo utilizado para preservação da identidade dos sujeitos pesquisados, utilizaremos a letra P,
seguida de números arábicos para identificar os sujeitos pesquisados.
39



        As demais professoras dessa categoria, afirmara o seguinte:


                       “Para desenvolver a expressão oral e escrita e ampliar os conhecimentos
                       das pessoas”. (P8)
                       “Assimilar conhecimentos” (P9)


                       “É uma prática social como ferramenta essencial do ofício dos leitores para
                       entender melhor o mundo a qual está inserido”. (P10)



        Ressaltando a compreensão da P8, P9 E P10, nos reportamos mais uma
vez a Cagliari (1989) “a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimento, de
interiorização de reflexão” (p.150).


        Além da compreensão de leitura como ampliação de conhecimento, as
professoras evidenciam também outra compreensão sobre o assunto, que
passaremos a apresentar agora.


4.2.2. Leitura como processo de compreender o texto.


      Nessa categoria 50% das professoras compreendem a leitura como:


                       “Leitura não significa decodificar letra e palavras, precisa da sentido as
                       mesmas fazendo com que elas se tornem viva podendo ser reavaliada a
                       todo momento em busca de melhorar.” (P2)

                       “É uma prática que auxilia na nossa concentração, na criatividade, no
                       raciocínio e no relacionamento com o próximo, ou seja, desenvolver a
                       percepção entre texto e contexto e das dimensões efetivas e sociais do
                       conhecimento.” (P5)


        Com essa compreensão, é importante perceber que as professoras,
compreendem que a leitura não é simplesmente decodificar é ler e compreender o
que está lendo.


        Nesse sentido as professoras concordam com a definição de Solé (1998) “é
um processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita (...). Para ler
necessitamos simultaneamente manejar com destreza as habilidades de decodificar
e aportar ao texto nossos objetivos, idéias e experiências prévias (...”) (p.23).
40



          A P4 salienta que:


                       “A leitura é um hábito muito importante, pois é através dela que buscamos
                       entendimento das coisas e uma compreensão melhor de tudo a nossa
                       volta”.



          A compreensão da professora revela que a leitura está presente em muitos
momentos da vida, não se restringindo apenas ao âmbito escolar.


          As demais professoras dessa categoria afirmam o seguinte:


                       “Entender o que está lendo para poder compreender a linguagem escrita”.
                       P6

                       “Leitura é compreender e buscar significados e sentidos existentes no
                       texto”. P10


          Nesse sentido de compreensão é importante perceber que as professoras
compreendem que leitura é buscar significados e sentido existentes no texto.


          Ao fazer essa afirmação as professoras reforçam o que afirmou Cagliari
(1989):

                       “A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em
                       primeiro lugar decifrar à escrita depois entender a linguagem encontrada,
                       em seguida decodificar todas as implicações que o texto tem e, finalmente,
                       refletir sobre isso e formar o próprio conhecimento e opinião a respeito do
                       que leu.” (p.150)



          É por isso que a leitura é considerada um processo de interação, ou seja,
para se chegar à compreensão do texto o leitor precisa ter conhecimentos que vão
se interagir a todo o momento.


          Isso conduz o professor das séries inicias a necessidade de está lendo e
compreendo o que lê.


4.2.3. Leitura simultaneamente com prática docente.
41



        Quando se fala em prática pedagógica voltada para a leitura quais as
primeiras palavras que lhe vem à mente.


                         P1 “escrita, criatividade, leitura, conhecimento informação”.

                         P6 “Prazer, crítica, informação, conhecimento compreensão”.


        Percebemos que as palavras citadas pelos pesquisados devem fazer parte
da prática pedagoga voltada para leitura.


        Segundo Freire (1996) “(...) A prática docente crítica implica, implicamente
do pensar certo, envolver o movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar
sobre o fazer” (p.43).


        O professor precisa esta sempre fazendo uma reflexão sobre a sua prática
docente para que a leitura seja significativa para os seus alunos. Sendo importante
entender que o leitor deve compreender o texto e se posicionar criticamente diante
das idéias do autor. Segundo Silva (2005):


                     O leitor crítico movido por sua intencionalidade, desvela o significado
                     pretendido pelo autor (emissor), mas não permanece nesse nível – ele reage,
                     questiona, problematiza, aprecia com criatividade. (p.80)



        Nesse sentido o professor precisa e ao encontro do aluno e do
conhecimento que é significativo para sua realidade e que ajude na sua prática
docente.


        A prática de leitura deve está presente na ação educativa. Desta forma
atendendo ao objetivo da nossa pesquisa, identificar e analisar as compreensões
que as professoras da Escola José Barreto Filho do Município de Campo Formoso
das séries iniciais tem sobre leitura. Chegamos às seguintes compreensões:


1. Leitura como ampliação de conhecimento.
2.Leitura como processo de compreender o texto.
3.Leitura simultaneamente com a prática.
42



                          CONSIDERAÇÕES FINAIS



        Dentro do contexto da pesquisa apresentada, com o intuito de responder as
questões norteadoras do problema exposto no I Capítulo, surgiu à necessidade de
identificar e analisar as compreensões que os professores da Escola José Barreto
Filho do município de Campo Formoso têm sobre leitura. É importante salientar que
por se tratar de uma pesquisa qualitativa, não se pretende apresentar respostas
para os questionamentos aqui abordados, mas sim, refletir criticamente sobre as
compreensões das professoras pesquisadas.


        Dentre muitas informações coletadas pudemos observar o seguinte: Em
relação ao perfil das professoras observou-se que as professoras têm um relativo
grau de amadurecimento, pois a maioria está com idade à cima de 36 anos e 70%
das professoras estão cursando o Ensino Superior.


        Perante as questões levantadas com as professoras percebe-se que 50%
das professoras pesquisadas têm compreensão de leitura de acordo com os
seguintes autores: Solé (1998), Kleiman (2004), Kleiman (2000), Cagliari (1989),
Vygotsk (1996) e Freire (1998).


        Por se tratar de professoras que estão cursando o ensino superior e por
professoras graduadas, percebemos que as mesmas compreendem a leitura como
ampliação de conhecimento; leitura como processo de compreender o texto e leitura
simultaneamente com a prática. Verificou-se também que 50% das professoras
estão distante do real contexto que essa temática vem trazendo, uma vez que foi
explicitada nas respostas a ausência e falta de conhecimento sobre a compreensão
de leitura.


        Os resultados obtidos aqui permitiu-nos perceber que ainda a muito que se
pesquisar sobre a leitura para melhorar a situação da leitura na série iniciais do
Ensino Fundamental.
43



       Acreditamos que este trabalho nos deu a oportunidade de aprofundarmos
nossos conhecimentos em relação à temática e esperamos que esse estudo possa
ser utilizado como fonte de informação e desperte novas investigações para
melhorar a compreensão de leitura.
44




                               REFERÊNCIAS




ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva, 4ª. ed - São Paulo,
Cortez, 2005.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico.
4ª. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

BAMBERG, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática, 2004.

BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez – 1994 – 2
ed. Ver – (Coleção magistério 2º grau, série formação do professor: v16)

BURKE, Thomas Joseph: O professor revolucionário: da pré-escola a
universidade Petrópolis, RJ: vozes, 2003.

CAGLIARI, Luiz Carlos. A mediação professor na alfabetização In: MASSIN,
CAGLIARI, ARI, GLADIS, CAGLIARI, Luiz Carlos. Diante das letras: a escrita na
alfabetização. Campinas. SP. Mercado de letras, Associação de Leitura no BRASIL,
ALP: São Paulo, Fapesp, 1999.

___________, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione,1989.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa Qualitativa em ciências humanas e sociais.
Petrópolis: Vozes, (2005).

FERREIRA, Aurélio. Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed.
– Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. Chizzolt (2005).

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança um Reencontro com a Pedagogia do
Oprimido, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992, 245p.

___________, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez 1998.

___________, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessário à prática
educativa. S.P: Paz e Terra, 1996.

GHENDIN, E. Professor Reflexivo: da alienação da Técnica à autonomia da
crítica. In. PIMENTA, S G , GHENDIN, e ( Orgs.) Professor Reflexivo no Brasil;
gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002, ps. 129 – 150.

GODOY, Arilda S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. IN:
Revista de Administração de Empresas. V. 35, n.2, Mar./Abr. 1995, os. 57 – 63.

KLEIMAN, Ângela. Leitura: Ensino e Pesquisa, 7ª ed. Campinas, Pontes. 2000.
45



___________, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 8ª ed.
Campinas: Pontes, 2002.


_________, Ângela. Oficina de literatura: Teoria e Prática, 10ª edição, Campinas,
SP: Pontes, 2004.

LANZA, Avanir Avelar Xavier. Projeto pró-leitura na formação do professor.
Brasília: MEC, 1998.

LAKATOS, Eva Mari; Marconi; MARCONI, Marina de Andrade, Fundamentos em
metodologia cientifica. 3ª ed. Ver. E ampl. São Paulo: Atlas, 1991.

LIBANEO; José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências
educacionais e profissão docente. 8ª ed. São Paulo: Cortez. 2004.

LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E.A.D. Pesquisa em educação: abordagens
qualitativas. São Paulo. : EPU, 1986.

LUCHESI, C.C. (et. al) Universidade: Uma proposta metodológica. 13ª. Ed. SÃO
Paulo. Cortez, 2003.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa
qualitativa em saúde. 8ª. ed. São Paulo: Hucitec, 2004.

SILVA, Ezequiel Theodoro da, O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma
nova pedagogia da leitura – 10ª. ed. – São Paulo: Cortez, 2005.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6ª. ed. Porto Alegre: Artemed, 1998.

VYGOTSKY. L. S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo:
Ícone, 1988.
46




APÊNDICES
47



                         QUESTIONÁRIO – FECHADO


Caro Professor


      Estamos realizando esta pesquisa para a elaboração do trabalho monográfico
relativo à conclusão do curso de pedagogia da Universidade do Estado da Bahia –
UNEB. Por isso solicitamos a sua colaboração no sentido de responder as questões
abaixo, pois os dados servirão de apoio para efetivação da nossa pesquisa.
Lembramos que a sua identidade será mantida em sigilo na apresentação dos
resultados.




      QUESTIONÁRIO 1 – PERFIL DOS SUJEITOS DA PESQUISA


                                  I IDENTIFICAÇÃO


1. Escola que ensina:_______________________________


2. Faixa etária:
      (   ) 17 – 21 anos
      (   ) 22 – 26 anos
      (   ) 27 – 31 anos
      (   ) 32 – 35 anos
      (   ) Acima de 36 anos


3. Sexo
      (   ) Feminino
      (   ) Masculino


4. Local onde mora:
      (   ) Zona urbana
      (   ) Zona rural
48



5. Nível de escolaridade:
      (   ) Ensino médio completo
      (   ) Ensino superior incompleto
      (   ) Ensino superior completo. Curso _________________________
      (   ) Pós graduação incompleto.
      (   ) Pós-graduação completo. Curso _________________________


6. Instituição onde concluiu o ensino médio:
      (   ) Pública
      (   ) Privada


7. Tempo de atuação no magistério:
      (   ) 1 ano
      (   ) 2 anos
      (   ) 3 anos
      (   ) 4 anos
      (   ) Mais de 5 anos.


8. Vínculo com o município:
      (   ) Concursado (a)
      (   ) Contratado(a)


9. Renda familiar:
      (   ) de 1 a 2 salários mínimos
      (   ) de 2 a 4 salários mínimos
      (   ) de 4 a 6 salários mínimos
      (   ) de 6 a 8 salários mínimos


10. Em quantas escolas você atua:
      (   ) Apenas 1
      (   ) mais de 1


11. Exerce outras função na escola:
      (   ) Sim. Qual?_________________
49



      (   ) Não


12. Onde você costuma buscar informações:
      (   ) Jornais.
      (   ) TV
      (   ) Internet
      (   ) Revistas
      (   ) Rádio
      (   ) Outros meios. Quais?________________________


13. Quantos livros você lê durante o ano?
      (   ) Nenhum
      (   ) No máximo 2
      (   ) Entre três e cinco
      (   ) Entre seis e oito
      (   ) Mais de oito


14. Quais os tipos de livros que você mais lê?
      (   ) Obras literárias de ficção
      (   ) Livros técnicos
      (   ) Livros de auto-ajuda
      (   ) Outros
50



                 QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO



1. Você gosta de ler?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________


2. Na sua opinião o que é ler?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________


3. Na sua opinião para que serve a leitura?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________


4. Explique o que você compreende de leitura?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________


5. Quais são as práticas de leitura utilizada em sala de aula?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________


6. Quando se fala em prática pedagógica voltada para a leitura quais as
primeiras palavras que lhe vem a mente?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________________________________

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Leitura: compreensões dos professores da Escola José Barreto Filho

  • 1. 1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM MÁCIA SANTOS CARVALHO LEITURA: COMPREENSÃO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SENTIDO PELOS PROFESSORES DA ESCOLA JOSÉ BARRETO FILHO DO MUNICÍPIO DE CAMPO FORMOSO. SENHOR DO BONFIM ABRIL DE 2009
  • 2. 2 MÁCIA SANTOS CARVALHO LEITURA: COMPREENSÃO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SENTIDO PELOS PROFESSORES DA ESCOLA JOSÉ BARRETO FILHO DO MUNICÍPIO DE CAMPO FORMOSO. Trabalho monográfico apresentado como pré- requisito para a conclusão do curso de licenciatura em Pedagogia, Habilitação nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental pelo Departamento de Educação do Campus VII. Senhor do Bonfim. Orientadora: Rita de Cássia Braz Conceição Melo. Senhor do Bonfim Abril de 2009
  • 3. 3 MÁCIA SANTOS CARVALHO Leitura: Compreensão e vivência do processo de construção do sentido pelos professores da Escola José Barreto Filho. APROVADA:_______________DE_________________DE 2009 Orientadora:Rita de Cássia Braz Conceição Melo. _______________________ ________________________ BANCA EXAMINADORA BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ PROFª. RITA DE CÁSSIA BRAZ CONCEIÇÃO MELO ORIENTADORA
  • 4. 4 A Deus que iluminou minha mente escrever cada linha deste trabalho. E aos meus familiares que torceram pelo meu sucesso.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço ao colegiado de Pedagogia e aos professores que foram corpo docente do Curso de Pedagogia. A reitoria da Universidade do Estado da Bahia-UNEB, especialmente o Campus VII. A professora orientadora Rita de Cássia Braz Conceição Melo que foi importante durante o período de desenvolvimento desta pesquisa. Aos funcionários da biblioteca meu muito obrigado. E aos demais funcionais deste departamento de educação.
  • 6. 6 “A leitura amplia e integra os conhecimentos. Quem lê, constrói sua própria ciência, quem não lê, memoriza elementos de um todo que não se atingiu”. (RUIZ, J. A)
  • 7. 7 LISTA DE FIGURA Figura 4.1.1 – Percentual em relação à faixa etária. Figura 4.1.2 – Percentual em relação ao sexo. Figura 4.1.3 – Percentual em relação ao nível de escolaridade. Figura 4.1.4 – Percentual em relação à instituição onde concluíram o ensino médio. Figura 4.1.5 – Percentual em relação ao tempo de atuação no magistério Figura 4.1.6 – Percentual em relação à renda familiar. Figura 4.1.7 – Percentual em relação ao vínculo com o município. Figura 4.1.8 - Percentual em relação à área de atuação. Figura 4.1.9 – Percentual em relação onde se costuma buscar informações. Figura 4.1.10 – Percentual em relação à quantidade de livros que lê durante o ano. Figura 4.1.11 – Percentual em relação a tipos de livros que mais lê.
  • 8. 8 RESUMO Está pesquisa visou identificar e analisar as compreensões que os professores das séries iniciais, da Escola José Barreto Filho de Campo formoso – BA têm sobre a leitura. Este estudo teve como suporte teórico: Silva (2005); Cagliari (1989); Alarcão (2005); Kleiman (2002); Barbosa (1994); Solé (1998), dentre muitos outros, com o intuito de fundamentar epistemologicamente a pesquisa, contribuindo dessa forma para uma reflexão crítica realizada neste estudo. Os procedimentos metodológicos seguirão um enfoque qualitativo com os seguintes instrumentos de trabalho: um questionário fechado traçando o perfil dos sujeitos e um questionário semi- estruturado para identificar as compreensões dos sujeitos da investigação. A partir da análise dos questionários, foi possível identificar que 50% das professoras compreendem a leitura como: ampliação de conhecimento, como processo de compreender o texto e leitura simultaneamente com a prática. Como considerações finais são necessárias que se pesquise muito sobre a leitura para poder melhorar a prática pedagógica das professoras das séries iniciais que ainda não estão aptas sobre compreensão de leitura. Palavra-Chave: Compreensão, Leitura, Prática docente.
  • 9. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................................... 11 1. PROBLEMATIZAÇÃO – Leitura: Compreensões dos professores das séries inicias do Ensino Fundamental............................................................ 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................... 16 2.1. Compreensão............................................................................................... 16 2.2. Leitura........................................................................................................... 18 2.3 Prática docente.............................................................................................. 22 3. METODOLOGIA.............................................................................................. 26 3.1. Tipo de Pesquisa.......................................................................................... 26 3.2. Instrumento de coleta de dados................................................................... 27 3.3. Local............................................................................................................ 27 3.4. Sujeito da pesquisa...................................................................................... 28 3.5. Etapas........................................................................................................... 29 4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS................................... 30 4.1. Resultado do questionário fechado: O perfil dos sujeitos........................... 30 4.1.1 Faixa etária................................................................................................. 30 4.1.2 Sexo............................................................................................................ 31 4.1.3 Nível de escolaridade................................................................................. 31 4.1.4 Instituição onde concluiu o Ensino Médio.................................................. 32 4.1.5 Tempo de atuação no magistério............................................................... 32 4.1.6 Renda familiar............................................................................................ 33 4.1.7 Vínculo com o município............................................................................. 34
  • 10. 10 4.1.8 Área de atuação......................................................................................... 34 4.1.9 Onde costuma buscar informações............................................................ 35 4.1.10 Quantidade de livros que lê durante o ano.............................................. 37 4.1.11 Tipos de livros que mais lê....................................................................... 37 4.2 Resultados dos questionários....................................................................... 37 4.2.1 Leitura como ampliação de conhecimento................................................. 38 4.2.2 Leitura como processo de compreender o texto........................................ 39 4.2.3 Leitura simultaneamente com a prática docente........................................ 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 42 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 44 APÊNDICES ...................................................................................................... 46
  • 11. 11 INTRODUÇÃO Identificar e analisar as concepções e compreensões que os professores da escola José Barreto Filho do Município de Campo Formoso-BA, têm sobre a leitura. Essa identificação é de grande relevância numa sociedade marcada por avanços tecnológicos, que atribuem à escola, e primeiramente aos professores a responsabilidade maior de formar cidadãos críticos, reflexivos e participativos na sua cidadania. Desta forma, com o objetivo de identificar as compreensões; apresentadas inicialmente nessa pesquisa sobre a importância da compreensão de leitura iniciam- se o presente trabalho. No I Capítulo, abordamos sobre leitura, as indagações e questionamentos desta problemática e os objetivos desta pesquisa. No Capítulo II, apresentaremos os conceitos-chave, discutimos o amparo de alguns teóricos. No Capítulo III, apresenta-se a metodologia, amparados em autores para concretização da pesquisa qualitativa. No Capítulo IV, apresentamos a análise e interpretações dos resultados, utilizamos os questionários fechados no intuito de traçar o perfil das professoras e o semi-estruturado para identificar as compreensões que as mesmas têm sobre leitura. Nas considerações finas centramos nossa preocupação na compreensão de leitura e esperamos que o estudo sirva de orientação e estímulo a todos que a ela tiverem acesso e que sirva de subsídios para futuras pesquisas.
  • 12. 12 CAPÍTULO I LEITURA: COMPREENSÕES DOS PROFESSORES DAS SÉRIES INICIAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL O mundo apresenta um ritmo de inovação, informação e aperfeiçoamento. Sendo assim, no decorrer dos últimos anos em que proliferam os recursos audiovisuais, ainda é, através da leitura que se realiza o processo de transmissão e aquisição da cultura, adquirimos conhecimentos que nos permitem interagirmos na sociedade. Como afirma Silva (2005): As experiências conseguidas através da leitura, além de facilitarem o posicionamento do ser do homem, numa condição especial (o usufruir dos bens culturais escritos, por exemplo), são ainda, as grandes fontes de energia que impulsionam a descoberta, elaboração e difusão do conhecimento. (p.38) Daí a importância que se atribui ao ato de ler, enquanto lemos vivemos uma experiência transformadora, buscamos a liberação, adquirimos consciência dos atos e do potencial na construção e reconstrução de uma sociedade mais justa. Pois é através do ato de ler que adquirimos conhecimentos para posicionarmos de maneira crítica diante dos fatos sociais, que segundo Silva (2005) uma leitura crítica é condição para educação libertadora, para uma verdadeira ação cultura. A leitura se faz presente em todos os níveis educacionais e da sociedade letrada. A mesma começa no lar, aperfeiçoa-se na escola, após continua a se encontrar nos livros-texto, ao longo da trajetória acadêmica e continua pela vida afora, ou seja, a prática de leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a compreender o mundo a nossa volta. Nos tempos antigos, antes da invenção da imprensa, reservava-se a pouquíssimos o privilégio da leitura, ela só era acessível a uma elite culta que segundo Silva (2005) dada às condições do desenvolvimento histórico e cultural do
  • 13. 13 Brasil, a leitura enquanto lazer e atualização sempre foram de uma minoria de indivíduos que tiveram acesso à educação. Enquanto a grande maioria da população não teve condição de estudar, utilizaram os meios de comunicação para se informarem. Só nestes últimos anos, com o desenvolvimento tecnológico e econômico exigindo continuamente a colaboração intelectual da maioria das pessoas, preocupou-se em tornar o direito de ler para todos. Dessa forma, a leitura se faz imprescindível, pois o indivíduo letrado tem a possibilidade de captar elementos determinados pelo poder massificador e autoritário, tornando-se um leitor crítico. Como afirma Bamberger (2004) a leitura desprovida de crítica pode levar a aceitação mecânica de argumentos e situações. Todos precisam estar seriamente convencidos da importância da leitura para a vida individual, social, cultural, pois se a pessoa não compreende o material impresso, não tem possibilidade de usufruir dos bens culturais que compõe o patrimônio. Por todas essas razões, a leitura é uma forma exemplar de aprendizagem. Hoje, ninguém diz acreditar que a leitura é tida apenas como decodificação e processamento de palavras, porém em dizer como uma interação em que o leitor e o autor constroem um texto. Como afirma Bamberger (2004): A habilidade de ler perfeitamente não consiste na capacitação bem treinada de “combinar sons em palavras e palavras em unidades de pensamento” (como se acreditava anteriormente), mas no” reconhecimento imediato de grupos armazenado de palavras (p.23). Para Kleiman (2004) leitura é um ato individual de construção de significado em um contexto onde há interação entre o autor e o leitor, ou seja diferente para cada leitor, pois dependerão dos conhecimentos, interesses e objetivos do
  • 14. 14 momento. Pois ela é uma atividade individual, já mais duas pessoas fazem a mesma leitura de um texto. Cotidianamente, identificam-se situações em que se requer o uso de leitura. Desde da escolha de um ônibus até a leitura de bula de remédio. Desta forma, um dos múltiplos desafios a ser enfrentado pela escola é o de fazer com que os alunos aprendam a ler. O aluno que saber agir com autonomia dentro da sociedade letrada. Segundo Cagliari (1989) é muito mais importante saber ler do escrever. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Porque, de acordo com o autor se aluno não sair muito bem em determinada atividade, porém, for bom leitor, pode-se afirmar que a escola cumpriu grande parte de sua função. A leitura está presente em muitos momentos da vida, não se restringindo apenas ao âmbito escola, a maioria do que se aprende na vida deve ser conseguido através da leitura fora da escola. O ato de ler se manifesta através dos conhecimentos de outros mundo, realizando nossas descobertas e aumentando experiências de mundo. Segundo Solé (1998). Um dos múltiplos desafios a ser enfrentado pela escola é o de fazer com que seus alunos aprendam a ler, pois a aquisição da leitura é muito importante para que o aluno possa agir com autonomia nas sociedades letradas e a leitura provoca uma desvantagem nas pessoas que não realiza essa aprendizagem. É comum afirmarmos que as crianças não gostam de ler e não compreendem o que ler. Culpamos os interesses e hábitos diferentes das crianças, mais poucas vezes questionamos o papel do modo de aprendizagem a qual aderimos em quanto contribuidor. Solé (1998) considera que o problema do ensino de leitura na escola não se situa no nível do método, mais na própria conceitualização do que é leitura.
  • 15. 15 Os desafios encontrados na área de ensino de leitura no Brasil são inúmeras, basta ver os resultados da Provinha Brasil, que foi realizada nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Essa é uma realidade que nos obriga a refletir a respeito da formação de conceitos de leitura adquiridos por sujeitos responsáveis pelo ensino aprendizagem de leitura em sala de aula. Talvez, o grande desafio seja as compreensões de leitura do professores e futuros professores. O âmbito de tais discussões e a preocupação com a leitura em geral tem trazido inquietações e mobilizações, nos motivando a pesquisar sobre a mesma, à medida que estudamos e refletimos sobre a leitura, projetou nova luz sobre o seu significado, não só em relação às necessidades da sociedade, mas também às do indivíduo. Ler significa igualmente o de desenvolver a potencialidade intelectual, o de aprender e progredir. Baseado nessa realidade e buscando o enriquecimento de nossas experiências profissionais, pretendemos através desta pesquisa refletir alguns aspectos sobre a conceitualização da leitura pelos professores do município de Campo Formoso, trazendo a seguinte questão: Quais são as compreensões que os professores da Escola José Barreto Filho do Ensino Fundamental I têm sobre a leitura? A presente pesquisa tem como objetivos: Identificar e analisar as compreensões que os professores de educação das séries iniciais do Ensino Fundamental têm sobre leitura. Acreditamos que os resultados do presente trabalho poderão contribuir para a Escola José Barreto Filho, pois a partir dos objetivos deste trabalho conduziremos para essa instituição uma discussão que possibilite aos professores que atuam nas Séries Iniciais do ensino fundamental a refletirem sobre sua pratica pedagógica e fornecer fundamentos teóricos para melhor compreenderem e, se necessário, alterarem suas práticas de ensino de leitura para melhoria da educação pública do município.
  • 16. 16 CAPÍTULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Diante do nosso problema que objetiva identificar e analisar as compreensões que os professores de educação das séries iniciais do ensino fundamental têm sobre a leitura. Trabalharemos com os seguintes conceitos – chave: Compreensão, leitura, prática docente. Nesse sentido refletiremos inicialmente a palavra chave compreensão. 2.1. Compreensão A sociedade vem sofrendo transformações em sua estrutura social, econômica e política, passando assim a exigir da escola a formação de um novo aluno capaz de atuar na sociedade de maneira a transformá-la. Exigindo um professor que tenha capacidade, que leia para adquirir conhecimento e que seja reflexivo capaz de compreender a complexidade da situação de hoje, para atuar na realidade presente, para poder melhorar, ou seja, o professor precisa compreender o conhecimento que ele tem sobre a leitura. Segundo Alarcão (2005): Para que os cidadãos possam assumir este papel de actores críticos, situado, têm de desenvolver a grande competência da compreensão que assenta na capacidade de escutar, de observar e de pensar, mas também na capacidade de utilizar as várias linguagens que permitem o ser humano estabelecer com os outros e com o mundo mecanismos de interação e de intercompreensão. (p.23). Nesse sentido sobre compreensão consultamos o dicionário Aurélio (1999) e encontramos a seguinte definição: ato ou efeito de compreender, faculdade de
  • 17. 17 perceber, percepção: conjunto das características gerais que formam um conceito e que são os atributos dos objetivos designados por um termo. Sendo assim, faz-se necessário que o professor compreenda que a leitura deve está dirigida por objetivos e que o leitor conheça o que vai ler para poder compreender. Para que aconteça o educador precisa buscar conhecer bem como trabalhar com leitura, aperfeiçoar continuamente com responsabilidade, ser criativo e crítico e tenha a sensibilidade para compreender aqueles com que atua. Assim o professor precisa ter uma compreensão mesmo que elementar do desenvolvimento da criança e da aprendizagem, que possibilitem conduzir à aprendizagem dos educandos a realidade, compreendendo o seu modo de ser e ver o mundo. Para Burker (2003): O professor que precisamos e o professor que conhece bem sua matéria, que tem uma boa compreensão das inúmeras interdependências, e que, principalmente conhece profundamente como as pessoas constroem seus conhecimentos (...) e como na prática, estimular e orientar esses processos. (p.96). Podemos dizer que quando a leitura envolve compreensão ler torna-se um instrumento útil para aprender significativamente, pois precisamos ter objetivos, idéias, experiências prévias para poder compreender o que está lendo e assim à leitura torna-se útil, ou seja, a construção de significado do texto acontece mediante a interação entre o autor e o leitor, o seu conhecimento e o leitor completa o texto com os seus conhecimentos. Segundo Silva (2005): O “compreender” deve ser visto de forma de ser, emergindo através das atitudes do leitor diante do texto, assim como através do seu conteúdo, ou seja, o texto como uma percepção ou panorama dentro do quais os significados são atribuídos. (p.44) Nesse sentido, não basta simplesmente decodificar as representações indicadas por sinais e signos é necessário que o leitor que compreende o que lê
  • 18. 18 porta-se diante do texto transformando-o e ao mesmo tempo transformando-se, ou seja, quando um leitor compreende o que lê, está aprendendo, à medida que sua leitura o informa permite que o leitor se aproxime do mundo de significados de um determinado autor e oferece opiniões sobre determinados aspectos. Para Freire (1992) a compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ou seja, se entende que a partir dos diversos conhecimentos que o leitor possui ele tem compreensão do texto lido, pois ler é acima de tudo compreender. Para que isso aconteça é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura, ele precisa manter um posicionamento crítico sobre o que lê. Quando atende a essa necessidade, o leitor se projeta no texto, levando para dentro dele toda a sua vivência pessoal, com suas emoções, expectativas e seus preceitos. Segundo Kleiman (2002) a noção de compreensão de texto é um ato que não é apenas [...] cognitivo com seus processos múltiplos, mas também é um ato social entre o leitor e o autor que interagem entre si. Ou seja, o leitor transmite aos textos lidos as cargas de suas experiências humanas e intelectuais. Compreender não é uma questão de tudo ou nada, mas está associado ao conhecimento de que o leitor dispõe sobre o texto e os seus objetivos. Se ensinarmos a ler compreensivamente e aprender a partir da leitura estamos fazendo com que aprendam a aprenderem, isto é, com que possamos aprender de forma autonomia em uma multiplicidade de situações. Discutiremos agora o segundo conceito-chave leitura. 2.2. Leitura É de fundamental importância frisar que a leitura é muitíssima importante, pois a mesma amplia e integra o conhecimento, abrindo cada vez mais os horizontes, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação. Podemos dizer que a leitura é a atividade principal, desenvolvida pela escola para formação
  • 19. 19 dos educandos. A leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. Pois a maior parte do que se aprende na vida é conseguido através da leitura fora da escola. Segundo Cagliari (1989) a leitura é a extensão da vida na escola das pessoas. A maioria do que se aprende na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola, de acordo com o autor a leitura é uma herança maior do que qualquer diploma. Quando pensamos em ler e escrever, imediatamente nos vêm à mente as práticas escolares ou as práticas profissionais formais de emprego de leitura e escrita. Mas podemos pensar é que fora da escola também se lê e se escrevem de modos diversos, muito singulares para as mais diferentes necessidades e nos mais diversificados grupos sociais. O processo de ler extrapola os muros escolares e passam a ser praticados muito além, passam a fazer parte da vida cotidiana. Por essa razão não poderíamos de deixar de resgatar o que Freire nos traz: Segundo Freire (1998) a leitura do mundo precede a leitura da palavra. A tarefa principalmente dos educadores não é fácil, as crianças chegam à escola com a leitura do seu mundo particular e a tarefa do professor é construir aos pouco a passagem desse mundo particular para o mundo geral, ou seja, passa da leitura simples para a leitura simples para a leitura crítica do mundo. Segundo Cagliari (1989) “Ler é uma atividade complexa e que envolve muitos problemas não só semânticos, culturais, ideológicos filosóficos, mas até fonético” (p.149). Portanto o ato de ler em sentido amplo corresponde ao processo de apreensão da realidade que cerca o individuo e essa realidade apresenta para cada um de nós através de várias linguagens. Ler é saber compreender e interpretar, e essa interpretação não são a única, depende de cada pessoa de seu contexto de vida, sociedade, trabalho, família, época. Ler implica não só aprender o significado, mas trazer para o texto lido experiência e visão de mundo do leitor. Para Silva (2005) o ato de ler é uma necessidade concreta para a aquisição de significados e experiências nas sociedades onde a escrita se faz presente.
  • 20. 20 É por isso que a leitura é considerada um processo interativo, no sentido de que os diversos conhecimentos do leitor interagem em todo momento em para chegar à compreensão. Para Cagliari (1989): A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em primeiro lugar decifrar à escrita depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar todas as implicações que o texto tem e, finalmente refletir sobre isso e formar o próprio conhecimento e opinião a respeito do que leu.(p.150). Para Lanza (1998) a leitura é uma realização intermediada pelo texto em seu processo de expressão e formação do conhecimento. Dessa forma o leitor pode ser descrito de três maneiras: Como ser plural, tendo a capacidade de se envolver em um mundo informatizado, psicológico ser literário para utilização e desenvolvimento de suas competências e habilidades cognitivas, ou seja, sendo capaz de ler, escrever, produzir e interpretar o universo a sua volta; e ser social, quando ele consegue inseri-se diante dos fatos históricos sociais de leitura com a possibilidade de compreender o ato de ler. A leitura não pode ser confundida com decodificação de sinais, com reprodução mecânica de informações ou respostas convergentes a estímulos escritos pré-elaborados. Segundo Cagliari (1989) “a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimentos, de interiorização de reflexão”(p.150). A leitura deve ser colocada com objetivo, pois o leitor constrói o significado do texto, exprime opiniões próprias sobre o que leu. Para Silva (2005): A leitura crítica sempre leva a produção de construção de um outro texto: O texto do próprio leitor. Em outras palavras a leitura crítica sempre gera expressão. O desvelamento do ser do leitor. Assim, esse tipo de leitura é muito mais do que um simples processo de apropriação de significado; a leitura crítica deve ser caracterizada como um PROJETO, pois se concretiza numa proposta pensada pelo ser-no-mundo, dirigido ao outro (p.81).
  • 21. 21 Segundo Kleiman (2004) a leitura é um ato individual de construção de significados num contexto que se configura mediante a interação entre autor e leitor, e que, portanto, serão diferentes para cada leitor, dependendo de seus conhecimentos, interesses e objetivos do momento. O leitor coloca em jogo todo seu conhecimento, quando lê, além disso, completa o texto com seus conhecimentos, por isso, um mesmo leitor pode atribuir diferentes significados a um mesmo texto se este for lido em diferentes momentos da vida. Para Solé (1998) a leitura: “é um processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita (...). Para ler necessitamos simultaneamente manejar com destreza as habilidades de decodificar e aportar ao texto nossos objetivos, idéias e experiências prévias (...)”. (Solé, 1998, p.23). Segundo Solé, para uma pessoa se envolver em qualquer atividade de leitura, é necessário que ela se sinta que é capaz de ler e compreender o texto tanto de forma autônoma, como pode apoiar-se em leitores mais experientes. Ainda conforme: (Solé, 1998) a leitura é um processo de emissão e verificação de previsões que levam à compreensão do texto. Que enquanto lê, as previsões feitas pelo leitor devem ser compatíveis com o texto ou substituídos por outros. Pois quando as previsões são encontradas, a informação do texto integra-se aos conhecimentos do leitor e a compreensão do texto lido vem acontecer. Segundo Kleiman (2000) Compreensão é o esforço para criar o sentido do texto, tem sido várias vezes descrito como um esforço inconsciente na busca de coerência do texto. A compreensão do texto é um ato difícil e está ligado principalmente a inúmeros processos cognitivos que fazem com que o leitor interaja com o texto, dando sentido ao mesmo. Esses processos contribuem na formação do leitor enriquecendo os aspectos criativos na hora da leitura. Segundo Luckesi (2003) a leitura para atender o seu pleno sentido deve, refere-se à realidade. Caso contrário ela, ela será um processo, mecânico de decodificação de símbolos.
  • 22. 22 A leitura tem uma importância fundamental na vida das pessoas. A necessidade de muita leitura está posto entre todos. Pois, segundo Kleiman (2004) O bom leitor é aquele que lê muito e que gosta de ler. De acordo com a autora o caminho para chegar a ser um bom leitor consiste em lê muito. Pois quem lê muito obtém conhecimento, informação em relação a qualquer contexto e área de conhecimento. Para Vygotsk (1996) a leitura é um ato de reconstrução dos processos de produção. Para ele a leitura nunca é mera decodificação dos signos está presente a leitura que vem empregada de sentido e predomina sobre o significado da palavra. Freire (1998) também se refere a uma compreensão crítica do ato de ler (...) que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita mas que antecipa do mundo e se alonga na inteligência. Para que o leitor compreenda o texto a leitura não deve ser restringir apenas a um ato de reprodução de palavras frases, nenhuma atitude passiva perante o texto. O leitor deve utilizar na leitura os conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida para obter compreensão. Discutiremos agora sobre a Prática Docente 2.3. Prática docente O professor não pode e não deve confiar em uma metodologia especial, milagrosa, mas na sua experiência fundamentada por sua competência pedagógica. Pois o educador observando seus alunos, refletindo sobre sua prática e aprofundando seus conhecimentos sobre leitura e aprendizagem, pode compreender e atender as necessidades, as dificuldades e os interesses de cada criança num dado momento. Segundo Barbosa (1994):
  • 23. 23 O professor deixa de ser o mero transmissor de conteúdo e técnicas e assume o papel de orientador, de facilitador da aprendizagem. Para isto, ele necessita, de um lado, aprofundar-se no conteúdo referente às questões de leitura e, de outro, ter um bom conhecimento das crianças que lhe são confiadas, uma atitude positiva e atenta frente aos alunos, uma possibilidade pelos interesses e possibilidades de cada um. (p.137). Isso implica que além de desempenhar um papel de educador. Entendo que ser educador significa orientar os educandos em todos os momentos e em situações que podem surgir dentro e fora da escola. Segundo Cagliari (1999): Ser mediador não pode ser entendido apenas como um aplicador de pacotes educacionais ou um mero constatador do que o aluno faz ou deixa de fazer. Ser Mediador deve significar, antes de qualquer coisa, estar entre o conhecimento e o aprendiz e estabelecer um canal de comunicação entre estes dois pontos. (p.225). Sabemos que a orientação dada pelo professor tende a influenciar no desenvolvimento do educador, por isso é fundamental que o profissional aja com discernimento, boa vontade e respeito pelo que faz, afinal são seres em formação que estão procurando ajustar-se aos novos conceitos principalmente os da língua. Ou seja, a prática docente dos professores não se resume a um simples trabalho com os conteúdos. Sua prática deve ir além, pois, é através da mesma que o professor adquiri conhecimentos e refleti sobre sua experiência em sala de aula. Segundo Ghendin (2002): A experiência docente é espaço gerador e produtor de conhecimentos, mas isso não é possível sem uma sistematização que passa por uma postura crítica do educador sobre suas próprias experiências. Refletir sobre os conteúdos trabalhados, as maneiras como se trabalha a postura frente aos educandos, frente ao sistema social, político, econômico, cultural é fundamental para se chegar à produção de um saber fundado na experiência (p.65).
  • 24. 24 Partindo de uma perspectiva dinâmica a prática docente deve ser entendida como ação reflexiva, pois, a reflexão sobre a prática, ajuda o, profissional a progredir no seu desenvolvimento e a construir a sua forma pessoal de conhecer. Trata-se de olhar retrospectivamente para a ação e refletir sobre o momento, o que aconteceu, que significados podem atribuir ao que aconteceu. Segundo Libânio, (2004): “o professor deve compreender seu próprio pensamento e a refletir de modo critico sobre sua formação e prática docente. Então ensinar constitui uma forma de reflexão na ação, ou seja, refletir os acontecimentos e sobre as formas espontâneas de pensar e de agir de alguém surgida no contexto da ação. No entanto vale ressaltar, de acordo com Freire (1996). “Que ensinar exige reflexão crítica sobre a prática. (...) A prática docente crítica implica, implicamente do pensar certo, envolver o movimento dinâmico dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer.” (p.43). Por tudo isso, que destacamos a necessidade da reflexão do professor sobre sua prática para apropriação de um ensino significativo e prazeroso. É importante que o professor assuma uma proposta que possa partir do pressuposto de que a leitura é formada e produto de interação entre leitor e autor, desenvolvendo uma prática em que a leitura seja vivenciada dinamicamente. Sendo importante entender que um leitor só se forma através de uma prática constante de leitura, organizada em torno da diversidade de gêneros textuais. Entendemos o leitor não como um mero decodificador, mas como alguém que compreenda as idéias veiculadas por um autor, posiciona-se diante dela com criticidade. Segundo Silva (2005): “O leitor crítico movido por sua intencionalidade, desvela o significado pretendido pelo autor (emissor), mas não permanece nesse nível ele reage, questiona, problematiza, aprecia com criatividade”. (p.80). Considerando que a prática docente deve viabilizar diferentes situações de leitura e ter por objetivo que os alunos construam significados, reflitam sobre o
  • 25. 25 sentido do texto com base em suas experiências, que sejam capazes de transformarem os sentidos do texto, gerando outro texto, adquirindo novos conhecimentos. Podemos perceber que o professor precisa ir ao encontro do aluno e do conhecimento que é significativo para sua realidade, desenvolvendo-lhes habilidades competências que ajudem na prática do saber fazer.
  • 26. 26 CAPÍTULO III 3. METODOLOGIA 3.1. Tipo de Pesquisa A presente pesquisa desenvolveu-se por meio da pesquisa qualitativa, através de instrumentos que possibilitaram ao pesquisador uma compreensão sobre o objetivo pesquisado: Identificar e analisar as compreensões que os professores de educação das séries iniciais do Ensino Fundamental I têm sobre a leitura. Segundo Lakatos (1991) define a “pesquisa como um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.” (p.155). Apontamos que a pesquisa desenvolvida será de cunho qualitativa, que deve-se levar em conta os fatos reais, fundamentados em questões metodológicas com a finalidade de observar, analisar e constatar a fidelidade, verdades e idéias se interagem em função das significações e modos peculiares de cada ator social encara o mundo e toda uma gama de situações e eventos inerentes a existência concreta das sociedades. Segundo Godoy (1995): “Na pesquisa qualitativa, é freqüente que o pesquisador procure entender os fenômenos segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir, daí situar sua interação dos fenômenos estudados” (p.62). Assim Ludke e André (1986) postulam que a pesquisa qualitativa “tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento”.(p.11).
  • 27. 27 3.2. Instrumentos de coleta de dados. Para a realização da pesquisa foram utilizados instrumentos de abordagem qualitativa visando atingir os objetivos propostos. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados o questionário que é composto por uma série de questões pré- elaborada sistematicamente e seqüencialmente disposta em itens que constitui o tema da pesquisa com o objetivo de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto que (...) saibam opinar informar. Chizzotti: (2005). Trata-se de dois questionários utilizou-se em primeira instância um questionário fechado contendo perguntas fechada, sendo que o pesquisador deve escolher entre as respostas previamente elaboradas com questões de multiplicas escolha, buscando traçar o perfil de cada sujeito entrevistado. Andrade (1999) diz que “perguntas fechadas são aquelas que indicam três ou quatro opções de respostas ou se limitam à respostas afirmativas ou negativas e já trazem espaços destinados à marcação da escolha” (p. 131). E também um questionário semi- estruturado composto de questões de relevância para o estudo proposto, buscando a coleta dos dados gerais do sujeito e sobre suas compreensões a cerca do problema estudo. Minayo (2004) considera que o questionário semi-estruturado “combina perguntas fechadas (ou estruturadas) e abertas, onde o entrevistado tem a possibilidade de discorrer o tema proposto, sem respostas ou condições prefixadas pelo pesquisador” (p, 108). Optou-se pelo seu uso porque se não houver uma ordem das questões as pessoas pesquisadas poderão discorrer sobre o tema com base nas informações que possui. 3.3. Local da pesquisa Esta pesquisa ocorreu na Escola Municipal José Barreto Filho, que fica localizada na Rua Manoel Joaquim de Oliveira, no município de Campo Formoso- Ba, cidade que esta localizada no sertão semi-árido baiano, a cerca de 400Km de Salvador Capital da Bahia. Seu clima semi-árido. Tendo suas atividades economias baseadas na agricultura, atividade de artesanais, pecuária, entre outras. Dispõe de uma ampla rede escolar que atende todos os níveis de ensino desde a Educação Infantil ao Ensino Superior.
  • 28. 28 A referida escola, pertence à rede pública de ensino, o órgão mantenedor é a prefeitura do município, atendendo um total de 725 alunos, possui uma extensão que esta localizada na Rua Cleriston Andrade, do mesmo município. Constatamos que a sede da escola possui (07) salas, uma (01) secretaria, três (03) banheiros, uma (01) cozinha, um (01) deposito, um (01) pátio para recreação das crianças. O corpo administrativo de funcionários é composto por uma (01) diretora, uma (01) vice-diretora, três (03) secretárias, nove (09) professores de Educação Infantil e cinco (05) professoras do Ensino Fundamental I. A extensão da escola possui dez (10) salas, três (03) banheiros, uma (01 cozinha, uma (01) secretária, um (01) depósito e uma área onde as crianças brincam. O corpo administrativo e de funcionário são composto por uma (01) vice- diretora, duas (02) secretária, quatro (04) professoras de Educação Infantil, quatorze (14) professoras do ensino fundamental e duas (02) professoras do ensino fundamental e duas (02) professoras de EJA I Educação de Jovens e Adultos. 3.4. Sujeitos da Pesquisa São sujeitos deste estudo os professores que atuam na referida escola, nas series iniciais do ensino fundamental I, pois de acordo com os objetivos desta pesquisa, somente através dos professores que atuam nesta modalidade de ensino e que poderíamos obter as informações para o desenvolvimento do nosso objeto de estudo. Embora a escola tenha trinta e dois (32) professoras, foram pesquisadas apenas 16 professoras que atuam nas series inicial do ensino fundamental e as demais professoras atuam na Educação Infantil e na EJA I Educação de Jovens e Adultos
  • 29. 29 3.5. Etapas O desenvolvimento da pesquisa seguiu algumas etapas. De início, fizemos contato com a vice-diretora para deixá-la ciente da pesquisa e coletar dados sobre a escola e a quantidade de professoras. De posse desses dados mantivemos contato com os 16 professores, entregando os mesmos os questionários, estipulamos um prazo de sete dias para devolução dos mesmos. Apenas dez (10) dos professores pesquisados devolveram os questionários.
  • 30. 30 CAPÍTULO IV ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Buscando analisar os dados coletados e interpretar com percepção do contexto das teorias abordadas quanto ao tema em questão. Julgamos essencial ordenar cada momento. No primeiro momento traçaremos o perfil das professoras pesquisadas segundo as variantes de faixa etária, sexo, nível de escolaridade, etc. no segundo memento analisaremos a discussão dos sujeitos, confortando-os com a discussão conceitual presente no capítulo II, em busca dos resultados pré vistos nos objetivos da pesquisa. Apresentaremos agora o perfil dos sujeitos pesquisados, através do questionário fechado. 4.1. Resultado do Questionário Fechado: O Perfil dos Sujeitos. Apresentação do perfil dos sujeitos através das informações coletadas com o questionário fechado. 4.1.1. Faixa etária Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa
  • 31. 31 No que se refere a faixa etária e o grau de escolaridade das professoras conforme o gráfico, verificamos que a maioria dos pesquisados 50% (05) estão na faixa etária acima dos 36 anos. 20% (02) têm entre 27 a 31 anos e 30% (03) tem 32 a 35 anos. Chamou a atenção, a grande incidência de professoras com idade acima de 36 anos. Evidenciamos que os professores das serieis iniciais possuem um relativo grau de amadurecimento no que se refere a idade. 4.1.2. Sexo 100 Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa Dentre os participantes da pesquisa, em sua totalidade são do sexo feminino. Evidenciando que até os diais de hoje é muito forte a presença da mulher na educação. Perdura a idéia de que lidar com criança é serviço de mulher. Reforçando a idéia a cerca da profissionalização da mulher como professora. 4.1.3. Nível de Escolaridade Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa
  • 32. 32 Quanto ao grau de instrução das professoras, constatou-se que das 10 professoras, 70% (07) estão cursando o ensino superior, 10% (01) tem o ensino superior completo, 10% (01) tem pós-graduação e apenas 10% (01) possui o ensino médio completo. Percebemos então a busca dos professores para uma graduação, o que passa a surgir um preparo especial dessas professoras para lidar com as séries iniciais. Evidenciamos a presença maciça da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, pois 70% dos professores estão cursando o curso de Pedagogia na Rede UNEB 2000 (Programa Especial em Convênio com Prefeituras Municipais), em nosso município, que vem contribuindo diretamente com a formação dos professores contribuindo também para melhoria da qualidade da educação. 4.1.4. Instituição onde concluiu o Ensino Médio Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa Quanto à instituição que concluíram o ensino médio, percebemos que 80% (08) concluíram o ensino médio em instituições públicas e 20% (02) fizeram formação em instituições privadas. As professoras concluíram em escolas públicas porque não tinham condições financeiras. 4.1.5. Tempo de Atuação no Magistério
  • 33. 33 Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa Observando o gráfico percebemos que há uma experiência considerável na prática docente, visto que 80% (08) das professoras já atuam a mais de cinco anos, 20% (02) atuam há três anos. Possibilitando aos docentes um maior conhecimento sobre sua profissão e melhoria na prática de sala de aula. Nesse sentido reportamos a Ghendin (2002), ao afirmar que a experiência docente é espaço gerador e produtor de conhecimentos, mais isso não é possível sem sistematização que possa por uma postura crítica do educador sobre as suas próprias experiências. Os professores precisam refletir sobre suas práticas em sala de aula. 4.1.6. Renda Familiar Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa
  • 34. 34 Com relação ao salário 90% (09) dos professores declaram que sua remuneração é de apenas um a dois salários mínimos e 10% (01) declara que sua remuneração é de 2 a 4 salários mínimos. Observa-se que a maioria das professoras têm renda familiar situada na faixa de um a dois salários mínimos, trabalhando apenas 20 horas semanais. Apontando-nos que a remuneração ainda é muito baixa, confirmando-se a tendência brasileira da má insatisfatória remuneração do professor. Levando-nos a refletir sobre o FUNDEB – Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil, que foi criado com intuito de valorizar o profissional da educação básica. 4.1.7. Vínculo com o Município Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa Observamos que todas as professoras são concursadas, ou seja, todos são efetivos. Percebemos que o município vem realizando concursos para estabilidade funcional de seus profissionais. Porque a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) tem feitos exigências e o município tem que se adequar, pois é preciso que a classe de professores sejam todos concursados. 4.1.8. Área de Atuação
  • 35. 35 Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa Em relação à área de atuação do município 90% (09) dos professores atuam apenas em uma escola e 10% (01) atua em mais de uma escola. Percebemos que as professoras dispõem de tempo para planejar suas aulas e buscar informações para melhorar a sua prática docente. A realidade da escola pesquisada é diferente da apresentação social, pois a idéia que passa é que os professores trabalhem em mais de uma escola para aumentar sua renda. 4.1.9 Onde costuma buscar informações Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa
  • 36. 36 A observação do gráfico nos leva a perceber que 90% (09) dos sujeitos pesquisados buscam informação através da internet e 10% (01) em jornais. Os sujeitos pesquisados demonstram formas pelas quais buscam apropria-se das informações. A sociedade tecnológica e globalizada do mundo pós-moderno necessita de professores capazes de buscar informações e está consciente da realidade em que vivem. As professoras precisam ser desafiadas a buscar informações sobre o seu trabalho pedagógico. 4.1.10. Quantidade de livros que lê durante o ano. Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa Verifica-se no gráfico que 60% (06) dos professores lêem entre 3 e 5 (três e cinco) livros durante o ano e 40% (04) lê entre seis e oito livros. Evidenciamos que os professores lêem muito pouco durante o ano. Nesse sentido reportamos a Kleiman (2004) quando diz: (...) Hoje, que o leitor é aquele que lê muito e que gosta de ler. De acordo com a autora o caminho para chegar a ser um bom leitor consiste em ler muito.
  • 37. 37 Os professores precisam ler mais para adquire conhecimentos e informações para ajudar na sua prática docente. 4.1.11. Tipos de livros que mais lê Fonte: Questionário fechado aplicado com sujeito da pesquisa Percebemos que as maiorias dos professores gostam de ler livros de auto- ajuda 60% (06), 10% (01) gosta de ler livros técnicos e 30% (03) lê outros livros. Evidenciamos que as pessoas que lêem são consideradas cultas, precisamos lembrar de que a leitura oferece possibilidades suficientes para que cada leitor possa desfrutar de acordo com suas necessidades. A maioria das professoras não deveriam simplesmente se prender na leitura de livros de auto-ajuda, pois os mesmo só vão lhe auto-ajudar, não vão contribuir para ampliar seus conhecimentos e tornar profissionais críticos. Sendo assim os professores, devem dedicar-se a leitura de livros técnicos que vão contribuiu para melhorar a sua prática docente. Os livros desempenham inúmeros papeis nessa auto-educação. Primeiro há a necessidade de satisfazer os interesses, necessidades e aspirações individuais através da seleção individual do material de leitura. 4.2. Resultados do Questionário Semi – Estruturado
  • 38. 38 A partir da análise do questionário semi-estruturado aplicado as professoras, conseguiram obter a compreensão de leitura dentro das séries iniciais do ensino fundamental. Sobre compreensão de leitura pudemos identificar que as professoras têm as seguintes compreensões: 4.1.2. Leitura como ampliação de conhecimento Em relação a essa categoria podemos observar que 80% das professoras compreendem que a leitura serve para formar conhecimentos. Sobre isso, o P72 enfatiza que: “Para obter informações e formar conhecimentos” Ao fazer essa afirmação a professora reforça o que nos afirmou Lanza (1998) que a leitura é uma realização intermediada pelo texto em seu processo de expressão, e formação do conhecimento. Pois é através da leitura que o mesmo adquiri conhecimento, expressa e defende pontos de vista e se coloca de maneira crítica diante dos fatos. A P3 Afirma que a leitura: “Abre caminhos para o conhecimento ajudando o individuo descobrir novos horizontes, passando a fazer isso de uma linguagem, mas rebuscada.” A P3 em suas palavras ressalta que a leitura não deve ser entendida apenas como a aquisição de conhecimento. Na sua concepção a leitura ajuda também a desenvolver a linguagem. Nesse sentido a professora concorda com a definição de Cagliari (1989) “Ler é uma atividade muito complexa e que envolve muitos problemas não só semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas até fonético” (p, 149). ______________ 2-Termo utilizado para preservação da identidade dos sujeitos pesquisados, utilizaremos a letra P, seguida de números arábicos para identificar os sujeitos pesquisados.
  • 39. 39 As demais professoras dessa categoria, afirmara o seguinte: “Para desenvolver a expressão oral e escrita e ampliar os conhecimentos das pessoas”. (P8) “Assimilar conhecimentos” (P9) “É uma prática social como ferramenta essencial do ofício dos leitores para entender melhor o mundo a qual está inserido”. (P10) Ressaltando a compreensão da P8, P9 E P10, nos reportamos mais uma vez a Cagliari (1989) “a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização de reflexão” (p.150). Além da compreensão de leitura como ampliação de conhecimento, as professoras evidenciam também outra compreensão sobre o assunto, que passaremos a apresentar agora. 4.2.2. Leitura como processo de compreender o texto. Nessa categoria 50% das professoras compreendem a leitura como: “Leitura não significa decodificar letra e palavras, precisa da sentido as mesmas fazendo com que elas se tornem viva podendo ser reavaliada a todo momento em busca de melhorar.” (P2) “É uma prática que auxilia na nossa concentração, na criatividade, no raciocínio e no relacionamento com o próximo, ou seja, desenvolver a percepção entre texto e contexto e das dimensões efetivas e sociais do conhecimento.” (P5) Com essa compreensão, é importante perceber que as professoras, compreendem que a leitura não é simplesmente decodificar é ler e compreender o que está lendo. Nesse sentido as professoras concordam com a definição de Solé (1998) “é um processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita (...). Para ler necessitamos simultaneamente manejar com destreza as habilidades de decodificar e aportar ao texto nossos objetivos, idéias e experiências prévias (...”) (p.23).
  • 40. 40 A P4 salienta que: “A leitura é um hábito muito importante, pois é através dela que buscamos entendimento das coisas e uma compreensão melhor de tudo a nossa volta”. A compreensão da professora revela que a leitura está presente em muitos momentos da vida, não se restringindo apenas ao âmbito escolar. As demais professoras dessa categoria afirmam o seguinte: “Entender o que está lendo para poder compreender a linguagem escrita”. P6 “Leitura é compreender e buscar significados e sentidos existentes no texto”. P10 Nesse sentido de compreensão é importante perceber que as professoras compreendem que leitura é buscar significados e sentido existentes no texto. Ao fazer essa afirmação as professoras reforçam o que afirmou Cagliari (1989): “A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em primeiro lugar decifrar à escrita depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar todas as implicações que o texto tem e, finalmente, refletir sobre isso e formar o próprio conhecimento e opinião a respeito do que leu.” (p.150) É por isso que a leitura é considerada um processo de interação, ou seja, para se chegar à compreensão do texto o leitor precisa ter conhecimentos que vão se interagir a todo o momento. Isso conduz o professor das séries inicias a necessidade de está lendo e compreendo o que lê. 4.2.3. Leitura simultaneamente com prática docente.
  • 41. 41 Quando se fala em prática pedagógica voltada para a leitura quais as primeiras palavras que lhe vem à mente. P1 “escrita, criatividade, leitura, conhecimento informação”. P6 “Prazer, crítica, informação, conhecimento compreensão”. Percebemos que as palavras citadas pelos pesquisados devem fazer parte da prática pedagoga voltada para leitura. Segundo Freire (1996) “(...) A prática docente crítica implica, implicamente do pensar certo, envolver o movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer” (p.43). O professor precisa esta sempre fazendo uma reflexão sobre a sua prática docente para que a leitura seja significativa para os seus alunos. Sendo importante entender que o leitor deve compreender o texto e se posicionar criticamente diante das idéias do autor. Segundo Silva (2005): O leitor crítico movido por sua intencionalidade, desvela o significado pretendido pelo autor (emissor), mas não permanece nesse nível – ele reage, questiona, problematiza, aprecia com criatividade. (p.80) Nesse sentido o professor precisa e ao encontro do aluno e do conhecimento que é significativo para sua realidade e que ajude na sua prática docente. A prática de leitura deve está presente na ação educativa. Desta forma atendendo ao objetivo da nossa pesquisa, identificar e analisar as compreensões que as professoras da Escola José Barreto Filho do Município de Campo Formoso das séries iniciais tem sobre leitura. Chegamos às seguintes compreensões: 1. Leitura como ampliação de conhecimento. 2.Leitura como processo de compreender o texto. 3.Leitura simultaneamente com a prática.
  • 42. 42 CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentro do contexto da pesquisa apresentada, com o intuito de responder as questões norteadoras do problema exposto no I Capítulo, surgiu à necessidade de identificar e analisar as compreensões que os professores da Escola José Barreto Filho do município de Campo Formoso têm sobre leitura. É importante salientar que por se tratar de uma pesquisa qualitativa, não se pretende apresentar respostas para os questionamentos aqui abordados, mas sim, refletir criticamente sobre as compreensões das professoras pesquisadas. Dentre muitas informações coletadas pudemos observar o seguinte: Em relação ao perfil das professoras observou-se que as professoras têm um relativo grau de amadurecimento, pois a maioria está com idade à cima de 36 anos e 70% das professoras estão cursando o Ensino Superior. Perante as questões levantadas com as professoras percebe-se que 50% das professoras pesquisadas têm compreensão de leitura de acordo com os seguintes autores: Solé (1998), Kleiman (2004), Kleiman (2000), Cagliari (1989), Vygotsk (1996) e Freire (1998). Por se tratar de professoras que estão cursando o ensino superior e por professoras graduadas, percebemos que as mesmas compreendem a leitura como ampliação de conhecimento; leitura como processo de compreender o texto e leitura simultaneamente com a prática. Verificou-se também que 50% das professoras estão distante do real contexto que essa temática vem trazendo, uma vez que foi explicitada nas respostas a ausência e falta de conhecimento sobre a compreensão de leitura. Os resultados obtidos aqui permitiu-nos perceber que ainda a muito que se pesquisar sobre a leitura para melhorar a situação da leitura na série iniciais do Ensino Fundamental.
  • 43. 43 Acreditamos que este trabalho nos deu a oportunidade de aprofundarmos nossos conhecimentos em relação à temática e esperamos que esse estudo possa ser utilizado como fonte de informação e desperte novas investigações para melhorar a compreensão de leitura.
  • 44. 44 REFERÊNCIAS ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva, 4ª. ed - São Paulo, Cortez, 2005. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 1999. BAMBERG, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática, 2004. BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez – 1994 – 2 ed. Ver – (Coleção magistério 2º grau, série formação do professor: v16) BURKE, Thomas Joseph: O professor revolucionário: da pré-escola a universidade Petrópolis, RJ: vozes, 2003. CAGLIARI, Luiz Carlos. A mediação professor na alfabetização In: MASSIN, CAGLIARI, ARI, GLADIS, CAGLIARI, Luiz Carlos. Diante das letras: a escrita na alfabetização. Campinas. SP. Mercado de letras, Associação de Leitura no BRASIL, ALP: São Paulo, Fapesp, 1999. ___________, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione,1989. CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa Qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis: Vozes, (2005). FERREIRA, Aurélio. Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. Chizzolt (2005). FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992, 245p. ___________, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez 1998. ___________, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessário à prática educativa. S.P: Paz e Terra, 1996. GHENDIN, E. Professor Reflexivo: da alienação da Técnica à autonomia da crítica. In. PIMENTA, S G , GHENDIN, e ( Orgs.) Professor Reflexivo no Brasil; gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002, ps. 129 – 150. GODOY, Arilda S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. IN: Revista de Administração de Empresas. V. 35, n.2, Mar./Abr. 1995, os. 57 – 63. KLEIMAN, Ângela. Leitura: Ensino e Pesquisa, 7ª ed. Campinas, Pontes. 2000.
  • 45. 45 ___________, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 8ª ed. Campinas: Pontes, 2002. _________, Ângela. Oficina de literatura: Teoria e Prática, 10ª edição, Campinas, SP: Pontes, 2004. LANZA, Avanir Avelar Xavier. Projeto pró-leitura na formação do professor. Brasília: MEC, 1998. LAKATOS, Eva Mari; Marconi; MARCONI, Marina de Andrade, Fundamentos em metodologia cientifica. 3ª ed. Ver. E ampl. São Paulo: Atlas, 1991. LIBANEO; José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 8ª ed. São Paulo: Cortez. 2004. LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E.A.D. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo. : EPU, 1986. LUCHESI, C.C. (et. al) Universidade: Uma proposta metodológica. 13ª. Ed. SÃO Paulo. Cortez, 2003. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8ª. ed. São Paulo: Hucitec, 2004. SILVA, Ezequiel Theodoro da, O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura – 10ª. ed. – São Paulo: Cortez, 2005. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6ª. ed. Porto Alegre: Artemed, 1998. VYGOTSKY. L. S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.
  • 47. 47 QUESTIONÁRIO – FECHADO Caro Professor Estamos realizando esta pesquisa para a elaboração do trabalho monográfico relativo à conclusão do curso de pedagogia da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Por isso solicitamos a sua colaboração no sentido de responder as questões abaixo, pois os dados servirão de apoio para efetivação da nossa pesquisa. Lembramos que a sua identidade será mantida em sigilo na apresentação dos resultados. QUESTIONÁRIO 1 – PERFIL DOS SUJEITOS DA PESQUISA I IDENTIFICAÇÃO 1. Escola que ensina:_______________________________ 2. Faixa etária: ( ) 17 – 21 anos ( ) 22 – 26 anos ( ) 27 – 31 anos ( ) 32 – 35 anos ( ) Acima de 36 anos 3. Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino 4. Local onde mora: ( ) Zona urbana ( ) Zona rural
  • 48. 48 5. Nível de escolaridade: ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior completo. Curso _________________________ ( ) Pós graduação incompleto. ( ) Pós-graduação completo. Curso _________________________ 6. Instituição onde concluiu o ensino médio: ( ) Pública ( ) Privada 7. Tempo de atuação no magistério: ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) 3 anos ( ) 4 anos ( ) Mais de 5 anos. 8. Vínculo com o município: ( ) Concursado (a) ( ) Contratado(a) 9. Renda familiar: ( ) de 1 a 2 salários mínimos ( ) de 2 a 4 salários mínimos ( ) de 4 a 6 salários mínimos ( ) de 6 a 8 salários mínimos 10. Em quantas escolas você atua: ( ) Apenas 1 ( ) mais de 1 11. Exerce outras função na escola: ( ) Sim. Qual?_________________
  • 49. 49 ( ) Não 12. Onde você costuma buscar informações: ( ) Jornais. ( ) TV ( ) Internet ( ) Revistas ( ) Rádio ( ) Outros meios. Quais?________________________ 13. Quantos livros você lê durante o ano? ( ) Nenhum ( ) No máximo 2 ( ) Entre três e cinco ( ) Entre seis e oito ( ) Mais de oito 14. Quais os tipos de livros que você mais lê? ( ) Obras literárias de ficção ( ) Livros técnicos ( ) Livros de auto-ajuda ( ) Outros
  • 50. 50 QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO 1. Você gosta de ler? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. Na sua opinião o que é ler? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 3. Na sua opinião para que serve a leitura? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. Explique o que você compreende de leitura? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Quais são as práticas de leitura utilizada em sala de aula? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. Quando se fala em prática pedagógica voltada para a leitura quais as primeiras palavras que lhe vem a mente? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ________________________________________________________________