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Células-tronco (CT): Uma
               visão geral


Alunos:
Diego Soares
Flávia Naice
Karen Guimarães
Laura Thiebaut
Mariana Mello
Thiago O. Marinho

Prof(a):
Valéria Coelho




                    Células-tronco neurais dando origem a vários neurônios   1
Tópicos Abordados:

   Introdução - Thiago O. Marinho

   A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello

   Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas
    (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares

   A diferenciação das CT – Laura Thiebaut

   Aplicações clínicas - Flávia Naice

   Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães


                                                   2
Células-tronco: Definição
     Células-tronco são, numa definição simples, células primitivas
(indiferenciadas), produzidas enquanto o organismo se desenvolve, e
capazes de originar outros tipos de células.

     Funcionalmente, as células-tronco
são células com grande capacidade de
diferenciação localizadas no topo da
hierarquia das linhagens celulares.

    Elas se auto-renovam durante
toda a vida de um organismo.

    Apresentam diferenças em relação
às células progenitoras (CP).



          Aglomerado de células-tronco embrionárias



                                                      3
Classificação segundo a
     potencialidade das CT
    As CT podem ser classificadas segundo
sua potencialidade em toti, pluri ou
multipotentes. São chamadas de                     Células de
                                                   ilhotas
totipotentes as células capazes de gerar           pancreáticas

todos os tipos celulares embrionários e                                                        Trofoblasto
                                                                      Massa
extra-embrionários, como o zigoto e o                                 celular
blastômero. As pluripotentes podem                                    externa

originar todas as células que formam              Neurônios

um embrião propriamente dito, e são
provenientes da massa interna do
blastocisto (CTE). São classificadas
como multipotentes as células que
                                                                                CTE pluripotentes
originam apenas um subgrupo de
linhagens celulares, por exemplo, as        Células
                                            Sanguíneas
CT mesenquimais (CTM).

   Existem ainda células unipotentes, que originam apenas um único tipo
celular maduro. Estas últimas devem ser consideradas CP e não CT.



                                                                  4
Classificação segundo as
          fontes de CT
    Podemos dividir as fontes de CT em três classes: embrionária, fetal, e
adulta.

    As CTE são derivadas da massa interna do blastocisto, cinco dias
após fertilização (em humanos). As CTE diferenciam-se espontaneamente
em todos os tipos de tecidos.

    As CT fetais não se diferenciam espontaneamente, e têm como
vantagem o fato de estarem presentes em abundância por todo o
organismo em desenvolvimento. Possuem grande potencial de auto-
renovação.

     As CTA não se diferenciam espontaneamente e, ao contrário das
 CTE, não são capazes de manter suas propriedades por longos
períodos em cultura.
    Um dos locais mais utilizadas para extração de CTA é a medula óssea,
 onde encontramos dois tipos de CT: as hematopoiéticas e as
 mesenquimais.


                                                        5
A importância das CT
    Devido a sua capacidade de
diferenciação, a principal importância
das CT está na aplicação terapêutica,
sendo elas potencialmente úteis em
terapias de combate a doenças
cardiovasculares,
neurodegenerativas,
diabetes, acidentes
vasculares cerebrais, doenças
hematológicas, traumas na medula espinhal e nefropatias.

    O principal objetivo das pesquisas com células-tronco é
usá-las para recuperar tecidos danificados por essas doenças
e traumas. Portanto, as CT têm, atualmente, um papel
importante na medicina regenerativa, e constituem uma de
suas principais promessas.


                                              6
Principais dificuldades no
           estudo com CT
   Questões éticas e legais em relação ao uso
    de CTE e à técnica da clonagem terapêutica.
   Dificuldades na obtenção de CTA, já que elas
    são raras e não apresentam características
    que permitam sua fácil identificação.

   A pluripotencialidade das CTE, que fazem
    com que elas possam vir a formar tumores
    ao serem introduzidas no organismo do
    paciente (conhecidos como teratomas).


                            Células tronco embrionárias podem se transformar em ualquer célula do corpo humano




                                                                             7
Tópicos Abordados:

   Introdução - Thiago O. Marinho

   A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello

   Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas
    (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares

   A diferenciação das CT – Laura Thiebaut

   Aplicações clínicas - Flávia Naice

   Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães


                                                   8
CT mesenquimais

   Células adultas

   Multipotentes

   Alto grau de plasticidade


   Descobertas em meados da década de 70
                                                     Células-tronco mesenquimais em processo de
   A maior parte das CT mesenquimais são            crescimento, oriundas da medula óssea da crista ilíaca –
    retiradas da medula óssea                        do mesmo tipo das usadas na cirurgia realizada no RS




1 CTM para 10.000 a 100.000 céluas de medula óssea


                                                                       9
CT mesenquimais
   Sua presença é descrita em : tecido
    adiposo, medula óssea, sistema
    periférico fetal, membrana sinovial,
    sangue periférico pós-fetal,
    pâncreas, fígado, tendão, líquido
    amniótico e sangue do cordão
    umbilical.


   Função das CTM:

    Dar suporte á hematopoese
    Formar o microambiente medular
    (estroma)




                                           10
11
CT mesenquimais

   Diferenciam-se das células hematopoiéticas por originarem células
    do tecido conjutivo como adipócitos, osteoblastos, condrócitos.



   Tal como as células-tronco hematopoéticas, as células-tronco
    mesenquimais podem se proliferar rapidamente na presença de um
    tecido danificado.



   Estimuladas por sinais químicos e genéticos locais, as células-tronco
    se diferenciam rapidamente para formar novas células




                                                           12
CT mesenquimais

   CTM são s fontes de tecido que envolvem a medula óssea, portanto,
    espera-se que elas se diferenciem em células da linhagem
    osteogênica, adipogênica e condrogênica in vitro



   Após transplante sistêmico, as células tronco mesenquimais foram
    encontradas em diversos tecidos, como músculo tecido nervoso.




                                                        13
Tópicos Abordados:

   Introdução - Thiago O. Marinho

   A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello

   Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas
    (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares

   A diferenciação das CT – Laura Thiebaut

   Aplicações clínicas - Flávia Naice

   Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães



                                                   14
Métodos de obtenção de CT

       Métodos de obtenção de CTE:

          São derivadas e coletadas da massa interna do blastocisto cinco dias
           após fertilização (em humanos) e podem ser expandidas em cultura na
           presença de fatores que impeçam sua diferenciação;
          Coleta de células germinativas primordiais do feto.




                                                             15
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTE:

       Clonagem terapêutica: consiste também na formação do
        blastocisto, com a diferença de que, ao invés da
        fecundação de um óvulo por um espermatozóide, é
        realizada a transferência do núcleo de uma célula
        adulta, obtida do indivíduo em tratamento, para um
        óvulo anucleado. Uma vez formado o blastocisto, os
        procedimentos podem ser:
           a) Se ele for implantado no útero de uma fêmea
            resultará na formação de um novo indivíduo, sendo o
            processo denominado clonagem reprodutiva;
           b) Se for destruído para coleta de células-tronco, o
            processo é denominado transferência nuclear.

                                                 16
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTE:

       Clonagem terapêutica:




                                  17
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTE:

       Clonagem terapêutica:
           Vantagem: originar células-tronco embrionárias geneticamente
            idênticas às do indivíduo no qual elas serão utilizadas em
            procedimento terapêutico, o que elimina o problema da
            rejeição de um transplante que, de outro modo, tem as
            mesmas restrições exibidas por qualquer transplante de
            órgãos convencional.
           Desvantagem: o material genético do núcleo de uma célula
            adulta já passou por processos que dificultam sua interação
            com o citoplasma do óvulo, e essa interação é necessária para
            possibilitar as primeiras divisões celulares e formação do
            embrião. Por conta disto, o processo apresenta ainda um baixo
            grau de sucesso.

                                                        18
Métodos de obtenção de CT

       Métodos de obtenção de CTE:

          Futuro: coletando células-tronco embrionárias sem destruição do embrião ou
           reprogramação genética, proporcionando a dediferenciação, um estágio
           intermediário em que uma célula especializada torna-se uma célula mais
           primitiva, multipotente, para então se rediferenciar em um outro tipo
           celular.




                                                                   19
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTA:
       Isolamento:




                                  20
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTA:

       Vários    métodos    foram
        estabelecidos, envolvendo,
        por exemplo, o uso de
        anticorpos que identificam
        proteínas de membrana
        marcadoras dessas células,
        ou propriedades como as
        de aderência ao substrato.




                                     21
Métodos de obtenção de CT

                                            marcador
   Métodos de obtenção de CTA:

       Marcadores (proteínas) de
        superfície:
            Marcação com anticorpos
            específicos;
            Separação em colunas
            magnéticas;




                                       22
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTA:
       Citometria de fluxo :
           Um feixe de luz é direcionado a um meio líquido em fluxo. Um
            número de detectores são apontados ao local onde o fluxo
            passa através do feixe de luz, além de um ou mais detectores
            fluorescentes. Cada partícula suspensa passando através do
            feixe dispersa a luz de uma forma, e os corantes químicos
            fluorescentes encontrados na partícula ou juntos a partícula
            podem ser excitados emitindo luz de menor freqüência do que
            o da fonte de luz. Esta combinação de luz dispersa e
            fluorescente é melhorada pelos detectores, e analisando as
            flutuações de brilho de cada detector é possível explorar
            vários tipos de informação sobre a estrutura física e química
            de cada partícula individual.

                                                        23
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTA:

       Marcadores de superfície
        e Citometria de fluxo :




                                   24
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTA:

       Aderência ao substrato:

           O cultivo é feito selecionando-se as células com
            propriedade de adesão ao plástico, enquanto as células
            que permanecem em suspensão são facilmente
            removidas. Outros tipos celulares “contaminantes”,
            como macrófagos e linfócitos, são eliminados após
            determinado número de passagens.




                                                   25
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTA:
       A partir do sangue de cordão umbilical:



 Vantagens:
    o Disponibilidade
    o Estabelecimento de bancos
    o Facilidade de coleta
    o Maior facilidade de expansão
    o Menor risco de GVHD (menor
    freqüência de linfócitos T e maior
    tolerância imunológica)

                                                  26
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTA:

       A partir do sangue de cordão umbilical:



 Desvantagens:
    o Volume limitado


    Volume de CT limitado

Fato: as células-tronco hematopoiéticas do
sangue de cordão umbilical são ótimas no
tratamento de doenças hematológicas.

                                                  27
Métodos de obtenção de CT

   Métodos de obtenção de CTA:
       Bancos de sangue de cordão umbilical:

 Coleta: da veia umbilical, antes ou após a expulsão da placenta;
 Volume média de coleta: 73 ± 23 ml;
 10 – 15 x 106 células nucleadas/ml;
 Primeiros bancos: início da década de 90,
 Atualmente: mais de 250 mil unidades estocadas em 35 bancos,
em 21 países (Goldstein et al. Human umbilical cord blood biology,
transplantation and plasticity. Curr Med Chem. 2006;13:1249-59);
 Anualmente, mais de 25 mil unidades coletadas no mundo.


                                                      28
Métodos de obtenção de CT

   Facilidades na obtenção de CTE:
       As células-tronco embrionárias se apresentam em grande
        quantidade, sendo encontrado no blastocisto o maior
        número de CTE.
   Facilidades na obtenção de CTA:
       São mais facilmente e corretamente induzidas à
        diferenciação com a administração de fatores de
        crescimento apropriados ou outros sinais externos.




                                               29
Métodos de obtenção de CT

   Dificuldades na obtenção de CTE:
       Controle sobre a sua diferenciação, visto que, na ausência
        de   fatores    tróficos,  as    CTE      se   diferenciam
        espontaneamente em todos os tipos de tecidos.
   Dificuldades na obtenção de CTA:
       São raras e não apresentam características que permitam
        sua fácil identificação.
       Não são capazes de manter suas propriedades de
        diferenciação por longos períodos em cultura.




                                                  30
Tópicos Abordados:

   Introdução - Thiago O. Marinho

   A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello

   Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas
    (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares

   A diferenciação das CT – Laura Thiebaut

   Aplicações clínicas - Flávia Naice

   Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães


                                                   31
Diferenciação in vitro e in vivo


Manter e expandir as células-tronco são de
fundamental importância em estudos, porém
mais do que isso é a possibilidade de
manipular sua diferenciação.
Isso pode ser importante para averiguar se as
células em cultura continuam a manter a
plasticidade, isto é, o potencial para originar
vários tipos de células maduras.


                                             32
                                    32
Uma parte considerável das pesquisas com
células-tronco dedica-se a definir as condições
que induzem diferentes tipos a darem origem
a células maduras de diferentes linhagens.
Essas condições envolvem a adição de vários
tipos de substâncias ao meio de cultivo.



                                             33
                                    33
   Produção de células
    hematopoéticas

   G-CSF para granulócitos;

   M-CSF para
    megacariócitos;

   A eritropoetiona estimula
    a produção de eritrócitos

                                     34
                                34
   Para células-tronco mesenquimais, precisa-
    se fatores como:

   beta-glicerofosfato ou dexametasona para
    a formação de osteoblastos;

   Insulina para adipócitos;

   5-azacitina para mioblastos;
                                               35
                                   35
Como não se pode ter
certeza sobre a fidelidade
das informações fornecidas
pelos sistemas de cultivo in
vitro, é importante que elas
sejam complementadas por
estudos in vivo. Para tal, as
células-tronco podem ser
administrada    a    animais
como camundongos.
                                     36
                                36
Algumas ferramentas biológicas importantes
são empregadas nestes estudos:

Camundongos      trangênicos. Linhagens de
camundongos          endocruzados       foram
modificadas com a introdução de genes
“repórter”,    através    de   métodos      de
transferência gênica. Esses genes codificam
proteínas facilmente reconhecíveis nas células
que os expressam.
                                            37
                                   37
Camundongos      imunodeficientes. Podem ser
utilizados para o transplante de células-tronco
de outras espécies, como o homem, servindo
assim como “tubos de ensaio vivos” que
permitem estudar a distribuição e biologia das
células em condições menos artificiais que o
cultivo in vitro.



                                             38
                                   38
Tópicos Abordados:

   Introdução - Thiago O. Marinho

   A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello

   Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas
    (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares

   A diferenciação das CT – Laura Thiebaut

   Aplicações clínicas - Flávia Naice

   Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães


                                                   39
Aplicações Clínicas

   Células tronco embrionárias  totiptentes

   Ilimitada capacidade de proliferação

   Morfologia típica

   Expressão de marcadores específicos

   Formação de teratomas




                                                40
41
42
Aplicações clínicas – células-
          tronco somáticas
   Facilidade de obtenção: medula óssea, sangue do cordão
    umbilical, tecido adiposo, derme e músculos.

   Células-tronco hematopoéiticas  tratamento de várias doenças
    sangüíneas como leucemias e anemias.

   Células-tronco mesenquimais  Versatilidade de diferenciação:
    tecido conjuntivo, incluindo ossos, cartilagem, tecido adiposo,
    tendões e músculos.




                                                    43
Aplicações clínicas - CTMs

                   Anemia aplástica    Osteogênese
                       grave            imperfeita
     Reparo
  cardiovascular

                                           Fibrose
                                          pulmonar

   Lesões da
medula espinhal
e lesões do SN
                                           Retardo de
                                          crescimento



Doença hepática

                    Lesão óssea       Doenças renais


                                        44
Utilização terapêutica


   Medicina regenerativa: utilização de células e bio-materiais que
    permitem ao próprio organismo reparar tecidos e órgãos lesados.



   Alvos principais: órgãos incapazes de desenvolver quaisquer
    processos de regeneração, como o cérebro e o coração.




                                                    45
Tópicos Abordados:

   Introdução - Thiago O. Marinho

   A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello

   Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas
    (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares

   A diferenciação das CT – Laura Thiebaut

   Aplicações clínicas - Flávia Naice

   Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães


                                                 46
Questões éticas e perspectivas

  Quando começa a vida?
Em que momento se considera que um
feto tem os mesmos direitos que um
outro ser humano?

  Embrião = indivíduo com direitos civis?
Vida=fertilização
Pré- embrião=conjunto de células, deve
ser tratado como tal.
                                             47
                                 47
As diferentes considerações:
   Existem diferentes teses científicas
    para o início da vida, são estas:
•   Genética
•   Embriológica
•   Neurológica
•   Ecológica
•   Gradualista

                                           48
                                 48
O “pré-embrião”
   Denominação criada para caracterizar
    a fase até 5 dias de desenvolvimento
    entre a fecundação até a implantação
    no útero.

   Relatório de Warnock – a partir do
    14º dia começa o desenvolvimento do
    SNC.

                                       49
                               49
O destino dos pré-embriões
   Inglaterra - Debate Mundial em 1996 sobre
    a obrigatoriedade de todos os embriões
    congelados serem destruídos.
   Espanha - Em 2004 já estimava-se que
    havia mais de mil embriões que deviam ser
    destruídos.
   Suécia- Pesquisa mostrou que 92% dos
    casais que têm embriões congelados
    preferem doá-los à pesquisa com células-
    tronco a vê-los destruídos.
                                            50
                                  50
A ONU e o debate sobre as células-tronco.

   Em 2001 a ONU tenta criar Convenção Internacional para
    debater as questões éticas no uso de células-tronco.
•   França e Alemanha solicitam proibição internacional da
    clonagem reprodutiva.
•   Mais de 50 países, dentre eles EUA, em acordo com
    vaticano desejam proibição de qualquer forma de
    clonagem.
•   Reino Unido declara que não assinaria tal convenção.
•   Bélgica, Indonésia, Japão, Cuba, entre outros, declaram
    que concordam com a proibição da clonagem reprodutiva
    mas reprovam tratado que proíba a clonagem terapêutica.
   ONU declara defender estudos para a produção de
    embriões humanos por clonagem.
                                                       51
                                           51
Pesquisa realizada com 223 pessoas no Hospital
das Clínicas de Porto Alegre em 2003 demonstrou
que a ciência já vinha ganhando na população.


  Dos interrogados:
74,8% não vêem a destruição do blastocisto como
   uma aniquilação da vida.
41% concordam em produzir embriões.
88,1% concordam com a utilização dos embriões
   que não serão usados para fecundação.
82,1% concordam que os pré-embriões que
   seriam destruídos devem ser utilizados.


                                              52
                                    52
Projeto de Lei de Biossegurança de 2005:


    Permite a utilização de embriões para
     fins de pesquisa e terapia, desde que:
 •   sejam embriões inviáveis, ou
 •   estejam congelados há 3 anos.

 Sendo necessário o consentimento dos
 genitores e proibida a comercialização do
 material biológico.
                                              53
                                   53
Lei de Biossegurança
   Artigo 5º da lei 11.105/05
   Aprovada em 2008.
   Lei insuficiente, julgada pouco
    detalhada.
   Não destruição do embrião na
    retirada das células-tronco.
   Pesquisas devem passar por
    aprovação de um comitê de ética
    central.
                                      54
                              54
Países que permitem pesquisa com
células-tronco:
   Alemanha
   Brasil
   EUA - proíbe aplicação de verbas do
    governo.
   México – permite também a criação
    de embriões.
   Índia
   Turquia
                                          55
                               55
Países que permitem inclusive a
clonagem terapêutica:
   China
   Cingapura
   Coréia do Sul
   África do Sul – único país da África com
    legislação a respeito.
   Israel
   Japão
   Rússia
   Reino Unido – permite inclusive clonagem
    reprodutiva
   Espanha
                                               56
                                   56
Países extremistas:

   Itália é o único país que
    não aprova nenhum tipo
    de pesquisa com células-
    tronco.

   Reino Unido tem um
    das legislações mais
    liberais.                   Christopher Reeve:
                                após acidente que o deixou
                                tetraplégico lutou por pesquisas
                                com células-tronco.

                                                        57
                                        57
Referências
   Schwindt TT, Barnabé GF, Mello LEAM: Proliferar ou diferenciar?
    Perspectivas de destino das células-tronco. Jornal Brasileiro de
    Neurocirurgia 16: 13-19, 2005

   Nance Beyer Nardi: Células-tronco: fatos, ficção e futuro.
    Departamento de Genética, UFRGS.

   Na internet:

    http://www.unifesp.br/dfisio/fisioneuro/celulas_tronco.htm

    http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula-tronco

    http://www.comciencia.br/reportagens/celulas/03.shtml


                                                          58

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Células-tronco: Uma visão geral

  • 1. Células-tronco (CT): Uma visão geral Alunos: Diego Soares Flávia Naice Karen Guimarães Laura Thiebaut Mariana Mello Thiago O. Marinho Prof(a): Valéria Coelho Células-tronco neurais dando origem a vários neurônios 1
  • 2. Tópicos Abordados:  Introdução - Thiago O. Marinho  A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello  Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares  A diferenciação das CT – Laura Thiebaut  Aplicações clínicas - Flávia Naice  Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães 2
  • 3. Células-tronco: Definição Células-tronco são, numa definição simples, células primitivas (indiferenciadas), produzidas enquanto o organismo se desenvolve, e capazes de originar outros tipos de células. Funcionalmente, as células-tronco são células com grande capacidade de diferenciação localizadas no topo da hierarquia das linhagens celulares. Elas se auto-renovam durante toda a vida de um organismo. Apresentam diferenças em relação às células progenitoras (CP). Aglomerado de células-tronco embrionárias 3
  • 4. Classificação segundo a potencialidade das CT As CT podem ser classificadas segundo sua potencialidade em toti, pluri ou multipotentes. São chamadas de Células de ilhotas totipotentes as células capazes de gerar pancreáticas todos os tipos celulares embrionários e Trofoblasto Massa extra-embrionários, como o zigoto e o celular blastômero. As pluripotentes podem externa originar todas as células que formam Neurônios um embrião propriamente dito, e são provenientes da massa interna do blastocisto (CTE). São classificadas como multipotentes as células que CTE pluripotentes originam apenas um subgrupo de linhagens celulares, por exemplo, as Células Sanguíneas CT mesenquimais (CTM). Existem ainda células unipotentes, que originam apenas um único tipo celular maduro. Estas últimas devem ser consideradas CP e não CT. 4
  • 5. Classificação segundo as fontes de CT Podemos dividir as fontes de CT em três classes: embrionária, fetal, e adulta. As CTE são derivadas da massa interna do blastocisto, cinco dias após fertilização (em humanos). As CTE diferenciam-se espontaneamente em todos os tipos de tecidos. As CT fetais não se diferenciam espontaneamente, e têm como vantagem o fato de estarem presentes em abundância por todo o organismo em desenvolvimento. Possuem grande potencial de auto- renovação. As CTA não se diferenciam espontaneamente e, ao contrário das CTE, não são capazes de manter suas propriedades por longos períodos em cultura. Um dos locais mais utilizadas para extração de CTA é a medula óssea, onde encontramos dois tipos de CT: as hematopoiéticas e as mesenquimais. 5
  • 6. A importância das CT Devido a sua capacidade de diferenciação, a principal importância das CT está na aplicação terapêutica, sendo elas potencialmente úteis em terapias de combate a doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal e nefropatias. O principal objetivo das pesquisas com células-tronco é usá-las para recuperar tecidos danificados por essas doenças e traumas. Portanto, as CT têm, atualmente, um papel importante na medicina regenerativa, e constituem uma de suas principais promessas. 6
  • 7. Principais dificuldades no estudo com CT  Questões éticas e legais em relação ao uso de CTE e à técnica da clonagem terapêutica.  Dificuldades na obtenção de CTA, já que elas são raras e não apresentam características que permitam sua fácil identificação.  A pluripotencialidade das CTE, que fazem com que elas possam vir a formar tumores ao serem introduzidas no organismo do paciente (conhecidos como teratomas). Células tronco embrionárias podem se transformar em ualquer célula do corpo humano 7
  • 8. Tópicos Abordados:  Introdução - Thiago O. Marinho  A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello  Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares  A diferenciação das CT – Laura Thiebaut  Aplicações clínicas - Flávia Naice  Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães 8
  • 9. CT mesenquimais  Células adultas  Multipotentes  Alto grau de plasticidade  Descobertas em meados da década de 70 Células-tronco mesenquimais em processo de  A maior parte das CT mesenquimais são crescimento, oriundas da medula óssea da crista ilíaca – retiradas da medula óssea do mesmo tipo das usadas na cirurgia realizada no RS 1 CTM para 10.000 a 100.000 céluas de medula óssea 9
  • 10. CT mesenquimais  Sua presença é descrita em : tecido adiposo, medula óssea, sistema periférico fetal, membrana sinovial, sangue periférico pós-fetal, pâncreas, fígado, tendão, líquido amniótico e sangue do cordão umbilical.  Função das CTM: Dar suporte á hematopoese Formar o microambiente medular (estroma) 10
  • 11. 11
  • 12. CT mesenquimais  Diferenciam-se das células hematopoiéticas por originarem células do tecido conjutivo como adipócitos, osteoblastos, condrócitos.  Tal como as células-tronco hematopoéticas, as células-tronco mesenquimais podem se proliferar rapidamente na presença de um tecido danificado.  Estimuladas por sinais químicos e genéticos locais, as células-tronco se diferenciam rapidamente para formar novas células 12
  • 13. CT mesenquimais  CTM são s fontes de tecido que envolvem a medula óssea, portanto, espera-se que elas se diferenciem em células da linhagem osteogênica, adipogênica e condrogênica in vitro  Após transplante sistêmico, as células tronco mesenquimais foram encontradas em diversos tecidos, como músculo tecido nervoso. 13
  • 14. Tópicos Abordados:  Introdução - Thiago O. Marinho  A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello  Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares  A diferenciação das CT – Laura Thiebaut  Aplicações clínicas - Flávia Naice  Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães 14
  • 15. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTE:  São derivadas e coletadas da massa interna do blastocisto cinco dias após fertilização (em humanos) e podem ser expandidas em cultura na presença de fatores que impeçam sua diferenciação;  Coleta de células germinativas primordiais do feto. 15
  • 16. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTE:  Clonagem terapêutica: consiste também na formação do blastocisto, com a diferença de que, ao invés da fecundação de um óvulo por um espermatozóide, é realizada a transferência do núcleo de uma célula adulta, obtida do indivíduo em tratamento, para um óvulo anucleado. Uma vez formado o blastocisto, os procedimentos podem ser:  a) Se ele for implantado no útero de uma fêmea resultará na formação de um novo indivíduo, sendo o processo denominado clonagem reprodutiva;  b) Se for destruído para coleta de células-tronco, o processo é denominado transferência nuclear. 16
  • 17. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTE:  Clonagem terapêutica: 17
  • 18. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTE:  Clonagem terapêutica:  Vantagem: originar células-tronco embrionárias geneticamente idênticas às do indivíduo no qual elas serão utilizadas em procedimento terapêutico, o que elimina o problema da rejeição de um transplante que, de outro modo, tem as mesmas restrições exibidas por qualquer transplante de órgãos convencional.  Desvantagem: o material genético do núcleo de uma célula adulta já passou por processos que dificultam sua interação com o citoplasma do óvulo, e essa interação é necessária para possibilitar as primeiras divisões celulares e formação do embrião. Por conta disto, o processo apresenta ainda um baixo grau de sucesso. 18
  • 19. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTE:  Futuro: coletando células-tronco embrionárias sem destruição do embrião ou reprogramação genética, proporcionando a dediferenciação, um estágio intermediário em que uma célula especializada torna-se uma célula mais primitiva, multipotente, para então se rediferenciar em um outro tipo celular. 19
  • 20. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTA:  Isolamento: 20
  • 21. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTA:  Vários métodos foram estabelecidos, envolvendo, por exemplo, o uso de anticorpos que identificam proteínas de membrana marcadoras dessas células, ou propriedades como as de aderência ao substrato. 21
  • 22. Métodos de obtenção de CT marcador  Métodos de obtenção de CTA:  Marcadores (proteínas) de superfície:  Marcação com anticorpos específicos;  Separação em colunas magnéticas; 22
  • 23. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTA:  Citometria de fluxo :  Um feixe de luz é direcionado a um meio líquido em fluxo. Um número de detectores são apontados ao local onde o fluxo passa através do feixe de luz, além de um ou mais detectores fluorescentes. Cada partícula suspensa passando através do feixe dispersa a luz de uma forma, e os corantes químicos fluorescentes encontrados na partícula ou juntos a partícula podem ser excitados emitindo luz de menor freqüência do que o da fonte de luz. Esta combinação de luz dispersa e fluorescente é melhorada pelos detectores, e analisando as flutuações de brilho de cada detector é possível explorar vários tipos de informação sobre a estrutura física e química de cada partícula individual. 23
  • 24. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTA:  Marcadores de superfície e Citometria de fluxo : 24
  • 25. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTA:  Aderência ao substrato:  O cultivo é feito selecionando-se as células com propriedade de adesão ao plástico, enquanto as células que permanecem em suspensão são facilmente removidas. Outros tipos celulares “contaminantes”, como macrófagos e linfócitos, são eliminados após determinado número de passagens. 25
  • 26. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTA:  A partir do sangue de cordão umbilical:  Vantagens: o Disponibilidade o Estabelecimento de bancos o Facilidade de coleta o Maior facilidade de expansão o Menor risco de GVHD (menor freqüência de linfócitos T e maior tolerância imunológica) 26
  • 27. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTA:  A partir do sangue de cordão umbilical:  Desvantagens: o Volume limitado Volume de CT limitado Fato: as células-tronco hematopoiéticas do sangue de cordão umbilical são ótimas no tratamento de doenças hematológicas. 27
  • 28. Métodos de obtenção de CT  Métodos de obtenção de CTA:  Bancos de sangue de cordão umbilical:  Coleta: da veia umbilical, antes ou após a expulsão da placenta;  Volume média de coleta: 73 ± 23 ml;  10 – 15 x 106 células nucleadas/ml;  Primeiros bancos: início da década de 90,  Atualmente: mais de 250 mil unidades estocadas em 35 bancos, em 21 países (Goldstein et al. Human umbilical cord blood biology, transplantation and plasticity. Curr Med Chem. 2006;13:1249-59);  Anualmente, mais de 25 mil unidades coletadas no mundo. 28
  • 29. Métodos de obtenção de CT  Facilidades na obtenção de CTE:  As células-tronco embrionárias se apresentam em grande quantidade, sendo encontrado no blastocisto o maior número de CTE.  Facilidades na obtenção de CTA:  São mais facilmente e corretamente induzidas à diferenciação com a administração de fatores de crescimento apropriados ou outros sinais externos. 29
  • 30. Métodos de obtenção de CT  Dificuldades na obtenção de CTE:  Controle sobre a sua diferenciação, visto que, na ausência de fatores tróficos, as CTE se diferenciam espontaneamente em todos os tipos de tecidos.  Dificuldades na obtenção de CTA:  São raras e não apresentam características que permitam sua fácil identificação.  Não são capazes de manter suas propriedades de diferenciação por longos períodos em cultura. 30
  • 31. Tópicos Abordados:  Introdução - Thiago O. Marinho  A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello  Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares  A diferenciação das CT – Laura Thiebaut  Aplicações clínicas - Flávia Naice  Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães 31
  • 32. Diferenciação in vitro e in vivo Manter e expandir as células-tronco são de fundamental importância em estudos, porém mais do que isso é a possibilidade de manipular sua diferenciação. Isso pode ser importante para averiguar se as células em cultura continuam a manter a plasticidade, isto é, o potencial para originar vários tipos de células maduras. 32 32
  • 33. Uma parte considerável das pesquisas com células-tronco dedica-se a definir as condições que induzem diferentes tipos a darem origem a células maduras de diferentes linhagens. Essas condições envolvem a adição de vários tipos de substâncias ao meio de cultivo. 33 33
  • 34. Produção de células hematopoéticas  G-CSF para granulócitos;  M-CSF para megacariócitos;  A eritropoetiona estimula a produção de eritrócitos 34 34
  • 35. Para células-tronco mesenquimais, precisa- se fatores como:  beta-glicerofosfato ou dexametasona para a formação de osteoblastos;  Insulina para adipócitos;  5-azacitina para mioblastos; 35 35
  • 36. Como não se pode ter certeza sobre a fidelidade das informações fornecidas pelos sistemas de cultivo in vitro, é importante que elas sejam complementadas por estudos in vivo. Para tal, as células-tronco podem ser administrada a animais como camundongos. 36 36
  • 37. Algumas ferramentas biológicas importantes são empregadas nestes estudos: Camundongos trangênicos. Linhagens de camundongos endocruzados foram modificadas com a introdução de genes “repórter”, através de métodos de transferência gênica. Esses genes codificam proteínas facilmente reconhecíveis nas células que os expressam. 37 37
  • 38. Camundongos imunodeficientes. Podem ser utilizados para o transplante de células-tronco de outras espécies, como o homem, servindo assim como “tubos de ensaio vivos” que permitem estudar a distribuição e biologia das células em condições menos artificiais que o cultivo in vitro. 38 38
  • 39. Tópicos Abordados:  Introdução - Thiago O. Marinho  A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello  Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares  A diferenciação das CT – Laura Thiebaut  Aplicações clínicas - Flávia Naice  Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães 39
  • 40. Aplicações Clínicas  Células tronco embrionárias  totiptentes  Ilimitada capacidade de proliferação  Morfologia típica  Expressão de marcadores específicos  Formação de teratomas 40
  • 41. 41
  • 42. 42
  • 43. Aplicações clínicas – células- tronco somáticas  Facilidade de obtenção: medula óssea, sangue do cordão umbilical, tecido adiposo, derme e músculos.  Células-tronco hematopoéiticas  tratamento de várias doenças sangüíneas como leucemias e anemias.  Células-tronco mesenquimais  Versatilidade de diferenciação: tecido conjuntivo, incluindo ossos, cartilagem, tecido adiposo, tendões e músculos. 43
  • 44. Aplicações clínicas - CTMs Anemia aplástica Osteogênese grave imperfeita Reparo cardiovascular Fibrose pulmonar Lesões da medula espinhal e lesões do SN Retardo de crescimento Doença hepática Lesão óssea Doenças renais 44
  • 45. Utilização terapêutica  Medicina regenerativa: utilização de células e bio-materiais que permitem ao próprio organismo reparar tecidos e órgãos lesados.  Alvos principais: órgãos incapazes de desenvolver quaisquer processos de regeneração, como o cérebro e o coração. 45
  • 46. Tópicos Abordados:  Introdução - Thiago O. Marinho  A CT mesenquimal (CTM) – Mariana Mello  Métodos de obtenção de céluas-tronco embrionárias humanas (CTEH) e células-tronco adultas (CTA) - Diego Soares  A diferenciação das CT – Laura Thiebaut  Aplicações clínicas - Flávia Naice  Questões éticas e perspectivas – Karen Guimarães 46
  • 47. Questões éticas e perspectivas  Quando começa a vida? Em que momento se considera que um feto tem os mesmos direitos que um outro ser humano?  Embrião = indivíduo com direitos civis? Vida=fertilização Pré- embrião=conjunto de células, deve ser tratado como tal. 47 47
  • 48. As diferentes considerações:  Existem diferentes teses científicas para o início da vida, são estas: • Genética • Embriológica • Neurológica • Ecológica • Gradualista 48 48
  • 49. O “pré-embrião”  Denominação criada para caracterizar a fase até 5 dias de desenvolvimento entre a fecundação até a implantação no útero.  Relatório de Warnock – a partir do 14º dia começa o desenvolvimento do SNC. 49 49
  • 50. O destino dos pré-embriões  Inglaterra - Debate Mundial em 1996 sobre a obrigatoriedade de todos os embriões congelados serem destruídos.  Espanha - Em 2004 já estimava-se que havia mais de mil embriões que deviam ser destruídos.  Suécia- Pesquisa mostrou que 92% dos casais que têm embriões congelados preferem doá-los à pesquisa com células- tronco a vê-los destruídos. 50 50
  • 51. A ONU e o debate sobre as células-tronco.  Em 2001 a ONU tenta criar Convenção Internacional para debater as questões éticas no uso de células-tronco. • França e Alemanha solicitam proibição internacional da clonagem reprodutiva. • Mais de 50 países, dentre eles EUA, em acordo com vaticano desejam proibição de qualquer forma de clonagem. • Reino Unido declara que não assinaria tal convenção. • Bélgica, Indonésia, Japão, Cuba, entre outros, declaram que concordam com a proibição da clonagem reprodutiva mas reprovam tratado que proíba a clonagem terapêutica.  ONU declara defender estudos para a produção de embriões humanos por clonagem. 51 51
  • 52. Pesquisa realizada com 223 pessoas no Hospital das Clínicas de Porto Alegre em 2003 demonstrou que a ciência já vinha ganhando na população.  Dos interrogados: 74,8% não vêem a destruição do blastocisto como uma aniquilação da vida. 41% concordam em produzir embriões. 88,1% concordam com a utilização dos embriões que não serão usados para fecundação. 82,1% concordam que os pré-embriões que seriam destruídos devem ser utilizados. 52 52
  • 53. Projeto de Lei de Biossegurança de 2005:  Permite a utilização de embriões para fins de pesquisa e terapia, desde que: • sejam embriões inviáveis, ou • estejam congelados há 3 anos. Sendo necessário o consentimento dos genitores e proibida a comercialização do material biológico. 53 53
  • 54. Lei de Biossegurança  Artigo 5º da lei 11.105/05  Aprovada em 2008.  Lei insuficiente, julgada pouco detalhada.  Não destruição do embrião na retirada das células-tronco.  Pesquisas devem passar por aprovação de um comitê de ética central. 54 54
  • 55. Países que permitem pesquisa com células-tronco:  Alemanha  Brasil  EUA - proíbe aplicação de verbas do governo.  México – permite também a criação de embriões.  Índia  Turquia 55 55
  • 56. Países que permitem inclusive a clonagem terapêutica:  China  Cingapura  Coréia do Sul  África do Sul – único país da África com legislação a respeito.  Israel  Japão  Rússia  Reino Unido – permite inclusive clonagem reprodutiva  Espanha 56 56
  • 57. Países extremistas:  Itália é o único país que não aprova nenhum tipo de pesquisa com células- tronco.  Reino Unido tem um das legislações mais liberais. Christopher Reeve: após acidente que o deixou tetraplégico lutou por pesquisas com células-tronco. 57 57
  • 58. Referências  Schwindt TT, Barnabé GF, Mello LEAM: Proliferar ou diferenciar? Perspectivas de destino das células-tronco. Jornal Brasileiro de Neurocirurgia 16: 13-19, 2005  Nance Beyer Nardi: Células-tronco: fatos, ficção e futuro. Departamento de Genética, UFRGS.  Na internet: http://www.unifesp.br/dfisio/fisioneuro/celulas_tronco.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula-tronco http://www.comciencia.br/reportagens/celulas/03.shtml 58