O documento discute a progressão contínua na organização escolar brasileira, desde a década de 1890 até os dias atuais. Apresenta os principais pontos do debate sobre a implementação de ciclos de alfabetização nos três primeiros anos do ensino fundamental, destacando a importância de se considerar a heterogeneidade dos alunos e o respeito às diferentes necessidades e ritmos de aprendizagem.
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
Slides Unidade 8
1. REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DO
PROFESSOR NO CICLO DE
ALFABETIZAÇÃO:
PROGRESSÃO E CONTINUIDADE DAS
APRENDIZAGENS PARA A
CONSTRUÇÃO DOS CONHECIMENTOS
POR TODAS AS CRIANÇAS
Unidade 08 - Ano 02
4. Progressão contínua ou promoção
Progressão contínua ou promoção
automática: o que a proposta de ciclo
automática: o que a proposta de ciclo
precisa potencializar?
precisa potencializar?
5. PROGRESSÃO CONTINUADA
Procedimento utilizado pela escola que permite ao
aluno avanços sucessivos e sem interrupções, nas
séries, ciclos ou fases. É considerada uma
metodologia pedagógica avançada por propor uma
avaliação constante, contínua e cumulativa, além de
se basear na ideia de que reprovar o aluno
sucessivamente não contribui para melhorar seu
aprendizado.
6. " A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã
alguma coisa que não é possível de ser feita hoje, é fazer hoje
aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não fizer hoje o que
hoje não pode ser feito e tentar fazer hoje o que hoje não pode
ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não
pude fazer". (Paulo Freire)
Para finalizar gostaria de lembrar o mestre Paulo Freire que
idealizou a Progressão Continuada mas não a promoção
automática com seu caráter mascarado, pelo contrário Paulo
Freire idealizou o bom ensino, a leitura de mundo, a educação
como meio para a libertação, o respeito aquele que está sendo
alfabetizado e a garantia de que ler é direito de todos.
Infelizmente suas idéias foram distorcidas e que vemos é uma
educação pública em crise e a Progressão Continuada se
transformou em promoção automática.(CORTELLA)
7. CICLO DE ALFABETIZAÇÃO E PROGRESSÃO
ESCOLAR
Telma Ferraz Leal
No primeiro texto da unidade 8, vemos enunciadas
importantes questões sobre a reorganização do tempo
escolar por meio dos ciclos.
Para Leal (2013), os ciclos de alfabetização constituem-se
na reestruturação dos 3 primeiros anos do ensino
fundamental por meio da supressão da retenção entre
eles. Essa proposta está fundamentada sobre as ideias de
garantia às crianças de mais tempo para entenderem o
espaço escolar de interação e engajarem-se na cultura
escolar, bem como no reconhecimento da complexidade
relativa à aprendizagem e consolidação da escrita (p. 9).
8. No início do texto, o relato de Mário Sérgio Cortella
conduz-nos a algumas reflexões...
9. A narrativa anterior emerge de uma análise crítica
dos ciclos implantados no Brasil no final do século.
Acreditamos que as intenções de Leal (2013) com
essa citação congregam objetivos de afirmação dos
ciclos de aprendizagem, sem contudo desconsiderar
uma análise crítica da história da educação.
10. Ao considerarmos a política de ciclos implantada nos
anos de 1990, concordamos com a autora que, para
potencializar o ensino ciclado, torna-se imprescindível
um olhar crítico sobre:
••
••
a naturalização da progressão dos estudantes (p. 6);
a naturalização da progressão dos estudantes (p. 6);
o currículo – que não pode ser entendido como aglomerado de
o currículo – que não pode ser entendido como aglomerado de
conteúdos, mas como experiências escolares que contribuem
conteúdos, mas como experiências escolares que contribuem
para a construção de identidades (p. 7);
para a construção de identidades (p. 7);
•• o trabalho pedagógico que tem sido organizado nas escolas (p.
o trabalho pedagógico que tem sido organizado nas escolas (p.
8);
8);
•• a linguagem – que precisa ser entendida como eixo que integre
a linguagem – que precisa ser entendida como eixo que integre
os diferentes componentes curriculares (p. 8).
os diferentes componentes curriculares (p. 8).
11. ORGANIZAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL
1890 – Escola seriada, para poucos, por volta dos anos
1890 – Escola seriada, para poucos, por volta dos anos
finais dessa década;
finais dessa década;
1970 – Acesso a escola pública seriada: um ano para
1970 – Acesso a escola pública seriada: um ano para
alfabetização; concepção de leitura e escrita como
alfabetização; concepção de leitura e escrita como
decodificação e codificação;
decodificação e codificação;
1918/1921-1984 – críticas à reprovação e discussões em
1918/1921-1984 – críticas à reprovação e discussões em
torno da promoção automática;
torno da promoção automática;
12. ORGANIZAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL
1984-1990 – emergência dos ciclos básicos de
1984-1990 – emergência dos ciclos básicos de
alfabetização, eliminação da reprovação ao final da 1ª
alfabetização, eliminação da reprovação ao final da 1ª
série;
série;
1990 – ampliação do sistema de ciclos para todo o Ensino
1990 – ampliação do sistema de ciclos para todo o Ensino
Fundamental; concepção de leitura e escrita como um
Fundamental; concepção de leitura e escrita como um
sistema de representação.
sistema de representação.
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15. Projeto de Lei do PNE 2011/2020 – institui o ciclo
de alfabetização para os três anos iniciais do
Ensino Fundamental;
Princípios: continuidade e aprofundamento
durante o ciclo de alfabetização.
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17. a) supressão da avaliação ao longo do processo;
b) Visa a não retenção de um ano ao outro, sem
necessariamente ter efetuado aprendizagens;
c) Não há ações efetivas de promoção de
aprendizagem para alunos de baixo rendimento
escolar;
d) Objetivo é racionalizar o fluxo de alunos e
reduzir as taxas de reprovação.
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19. 1ª As crianças precisam de tempo para entender
o espaço escolar de interação e para engajaramse na cultura escolar;
2ª Reconhecer a complexidade relativa à
aprendizagem e consolidação da escrita com
domínio autônomo da leitura e produção de
textos;
3ª Favorecer a criação de novas formas de
organizar os tempos e espaços escolares com
possibilidade de diversificar agrupamentos.
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26. Professor reflexivo:
Como organizo o ensino?
*Como relaciono a multiplicidade de atividades
com a sua sequenciação e duração?
*Qual intervenção necessária às especificidades
da turma?
*Como
os
materiais
pedagógicos
são
elaborados/aplicados/socializados?
*Como o conhecimento das crianças são
acompanhados/socializados?
27. Pré-requisitos para uma prática reflexiva:
*Percepção de novas alternativas a sua prática sem
ficar preso a preconceitos que promovem a redução
de sua ação;
*Aceitação da possibilidade de erro como um dos
caminhos para aprender;
*Responsabilidade concebida mais como um traço
moral do que um recurso intelectual;
*Ponderação quanto as consequências do ato de
ensinar;
*Construção de um trabalho docente como prática
social.
28. *Analisar a proposta curricular do município,
considerar os conteúdos a serem ensinados;
*Organizar, coletivamente, o planejamento anual
escolar;
*Sistematizar planos de ensino;
*Refletir sobre as ações pedagógicas com base
nas formações continuadas e nos estudos
realizados;
*Trocar experiências com colegas.
31. *Realizar o mapeamento de aprendizagens da turma;
*Anotar os avanços e/ou dificuldades dos estudantes;
*Planejar estratégias de intervenções específicas;
*Trocar experiências com colegas.
34. *Considerar a alfabetização na perspectiva do letramento;
*Acompanhar a progressão, a continuidade do ensino, a
aprendizagem e a escolarização das crianças nos três anos do
ensino Fundamental;
*Respeitar às diferenças e atendimento à diversidade,
considerando a heterogeneidade de aprendizagens e
percursos diferenciados das crianças;
*Diversificar atividades, procedimentos e agrupamentos;
*Desenvolver postura avaliativa em uma perspectiva formativa;
*Acompanhar as aprendizagens de forma qualitativa.
38. PROPOSTA DE PLANEJAMENTO
PROPOSTA DE PLANEJAMENTO
A partir do quadro “perfil da turma”, organizar um
planejamento, em grupos por ano, refletindo
sobre:
Gênero textual;
Os quatro eixos da Língua Portuguesa;
Conteúdos de Língua Portuguesa (Diretrizes
Curriculares);
Caderno de critérios;
As 10 propriedades do SEA vinculadas a
atividades que promovam o trabalho com a
heterogeneidade.
39. Por isso...
Por isso...
Pensamos
ser
importante,
nesse
momento,
rememorarmos discussões anteriores (mesmo as
reformulações dos quadros de direitos de aprendizagem),
pois acreditamos que, embora defendendo a promoção
contínua e progressiva, a proposta do PNAIC ainda se
sustenta numa perspectiva classificatória.
Ressaltando sílabas e palavras como conhecimentos a
serem consolidados no 1º ano e reafirmando a
classificação das crianças, não há reconhecimento de uma
diversidade de saberes, prerrogativa para o respeito à
heterogeneidade.
Seus objetivos, portanto, acabam contradizendo suas
pretensões.
40. MAS AINDA FICA UMA QUESTÃO...
MAS AINDA FICA UMA QUESTÃO...
Retomamos as discussões anteriores quanto ao
tratamento que devemos dar à heterogeneidade
presente em nossas salas de aula, considerando
todas as dimensões da alfabetização.
41. CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todas as considerações reafirmam a ideia de que a proposta da
escola em ciclos:
questiona a lógica da escola graduada (principalmente suas
limitações mais visíveis: os elevados índices de reprovação e
evasão escolar, além da distorção idade/série);
propõe uma ruptura com o modelo de escola que sustenta a
avaliação sobre os pilares da reprovação escolar;
sinaliza para um sistema educacional não-excludente, nãoseletivo e inclusivo.
42. Para que os direitos de
aprendizagem
sejam
garantidos, o ensino precisa ser
orientado
por
processos
permanentes de avaliação e
planejamento
de
situações
didáticas que atendam às
diferentes necessidades das
crianças!