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MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR EM UMA FÁBRICA DE
ARTEFATOS DE CONCRETO
Franciele Bonatto1
, Thaisa Rodrigues 2
, Cidmar Ortiz dos Santos3
1
B.sc. Engenharia de Produção
2
B.sc. Engenharia de Produção
3
Msc. Engenharia de Produção
Campus MEDIANEIRA
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR
Avenida Brasil, 4232 CEP 85884-000 - Caixa Postal 271
bonatto.franciele@gmail.com, tharodrigues89@gmail.com, cidmar@utfpr.edu.br
Resumo - As organizações vêm difundindo um novo contexto dinâmico, principalmente na indústria brasileira,
devido as grandes transformações no mercado atual. Os produtos nacionais têm de competir em preço e
qualidade com similares estrangeiros, estes sendo tanto de países com alto nível de desenvolvimento quanto de
outros que se encontram num patamar bem mais baixo, onde os custos de fabricação são menores. Isso faz com
que a empresa brasileira busque assimilar e desenvolver sempre novas tecnologias e produtos visando à redução
de custos, do tempo de desenvolvimento de novos produtos, das não conformidades, da manutenção e da
ampliação de mercado. Assim o objetivo deste trabalho é verificar o potencial de aplicação da mentalidade
enxuta, a partir do mapeamento do fluxo de valor atual e futuro, adaptado para construção civil.
Palavras-chave: Novas Tecnologias; Redução de Custos; Mapeamento do Fluxo de Valor.
Abstract - The organizations are spreading a new dynamic context, especially in the Brazilian industry, due to
large changes in the market today. Domestic products have to compete on price and quality with similar foreign,
these are both countries with a high level of development and others who are in a much lower level, where
manufacturing costs are lower. That makes the Brazilian company always seeks to assimilate and develop new
technologies and products aimed at reducing costs, development time of new products, the non-conformities,
maintenance and expansion of the market. Thus the objective of this study is to assess the potential application of
lean thinking, from mapping the flow of present and future value, adjusted for construction.
Keywords: New Technologies; Cost Reduction; Value Stream Mapping.
INTRODUÇÃO
As organizações vêm difundindo um novo contexto dinâmico, principalmente na
indústria brasileira, devido as grandes transformações no mercado atual. Os produtos
nacionais tem que competir em preço e qualidade com similares estrangeiros, estes sendo
tanto de países com alto nível de desenvolvimento quanto de outros que se encontram num
patamar bem mais baixo, onde os custos de fabricação são menores. Isso faz com que a
empresa brasileira busque assimilar e desenvolver sempre novas tecnologias e produtos
visando à redução de custos, do tempo de desenvolvimento de novos produtos, das não
conformidades, da manutenção e da ampliação de mercado [1].
O mercado da construção civil, assim como praticamente todos os setores da economia
mundial, tem buscado tanto o aumento da produtividade quanto a qualidade de seus produtos,
através de adoção de sistemas de controle de qualidade, focados em certificação como as
séries NBR/ISO 9000, ou também de sistemas de qualificação evolutiva, tais como o
Qualihab (Qualidade na habitação) e o SIQ-C (Sistema de Qualificação de Empresas de
Construção), ou mesmo através de ferramentas de otimização de processos e corte de
desperdícios, como a Mentalidade Enxuta [2].
A característica mais marcante da ISO 9000 no gerenciamento, além de fornecer
controles assegurando qualidade na produção e expedição de produtos, também é vista como
uma proposta para reduzir o desperdício, tempo de parada das máquinas e ineficiência da mão
de obra, consequentemente resultando aumento da produção [3].
Já a mentalidade enxuta é um conceito abrangente que sugere uma revisão dos
processos produtivos, desde a compra da matéria-prima até a entrega do produto final, além
do fluxo de informação entre essas etapas do processo.
A construção enxuta se refere à adaptação da mentalidade enxuta à construção civil,
tendo como marco teórico inicial a publicação do trabalho de Koskela em 1992, bem como a
criação do International Group for Lean Construction (IGLC), grupo o qual realiza encontros
anuais, onde são apresentados trabalhos sobre a mentalidade enxuta na construção civil,
gerenciamento da cadeia de suprimentos, desenvolvimento de produtos, meio ambiente e
segurança, entre outros [4].
Embora o setor da construção civil seja o que mais se aproxima da manufatura,
pequena parcela das empresas exploram a aplicação da mentalidade enxuta, evidenciando
mudanças mais lentas no setor da construção civil comparado ao da manufatura [5].
O fluxo de negócios na construção civil é o de maior duração dentro da cadeia
produtiva de um empreendimento, englobando todo o seu desenvolvimento, e envolve a
coordenação dos demais fluxos do setor. Ele é liderado pelo investidor, e compreende desde o
levantamento das necessidades, planejamento geral do empreendimento, aprovações em
prefeitura e concessionárias, obtenção de financiamento, contratações, monitoramento do
projeto e construção, recebimento da construção e entrega da mesma ao usuário final [6].
A técnica mais adequada e importante para criar as atividades no melhor tempo e sem
despercídicios, ou seja, obter um fluxo de valor enxuto é o mapeamento do fluxo de valor, de
acordo com [3], sendo esta uma ferramenta simples desenvolvida e difundida mundialmente.
O objetivo deste trabalho é verificar o potencial de aplicação da Mentalidade Enxuta, a
partir do Mapeamento do Fluxo de Valor atual e futuro, adaptado para a construção civil,
especificamente a uma família de produtos do ramo que inclui grelhas, palanques e varais.
REFERENCIAL TEÓRICO
Em muitos países ao redor do mundo, pessoas estudam métodos de gestão: o
taylorismo, o Sistema Toyota de Produção (TPS), a teoria das restrições, a reengenharia, entre
outros. Com o intuito de melhorar os índices de desempenho das organizações para torná-las
competitivas.
O Sistema de Produção Enxuta é uma metodologia que está apresentando resultados
interessantes, método este introduzido na Toyota a partir dos anos 40 por Taiichi Ohno. O
objetivo mais importante deste sistema, também conhecido como Produção Enxuta, é o
aumento da eficiência da produção através da eliminação consistente e completa do
desperdício [7].
De acordo com [8], “desperdício” é referência quando se fala em produção enxuta, que
têm como definição qualquer atividade que absorve recursos e não gera valor.
Conforme [4], o desperdício pode ser classificado em 7 categorias: produtos que não
atendem às necessidades dos clientes; etapas de processamento que na verdade não são
necessárias; erros que exigem retificação; pessoas esperando porque uma atividade anterior
não foi realizada no prazo; produção de itens que ninguém deseja; acúmulo de mercadorias
nos estoques; movimentação de pessoas e produtos de um lugar para o outro sem propósito.
A partir de 1973 com a crise do petróleo, o sistema de produção enxuta começou atrair
a atenção de outras indústrias pela eliminação do desperdício e a apresentação de resultados
positivos.
[4] investigou a aplicação de alguns princípios fundamentais no contexto da
construção civil, como redução de variabilidade, redução de tempo de ciclo, aumento de
transparência e melhoria contínua. Uma característica comum à aplicação de todos esses
princípios se refere à ênfase na melhoria dos fluxos de materiais, desde a matéria-prima até o
produto final. Na construção civil, as atividades de fluxo (transporte, espera e inspeção) não
adicionam valor ao produto, devendo ser reduzidas ou eliminadas do processo.
Uma das ferramentas da mentalidade enxuta, utilizadas para observar em qual parte do
processo existe estas atividades de fluxos que não adicionam valor e que possam ser
eliminadas e reduzidas é o mapa de fluxo de valor.
O Fluxo de Valor é toda a ação, que agrega valor ou não, necessária para trazer um
produto por todos os fluxos essenciais a sua transformação. Mapear o Fluxo de Valor é
percorrer o caminho de todo o processo de transformação de material e informação do
produto. O mapeamento do fluxo completo abrange várias empresas e até outras unidades
produtivas [7].
[7] descrevem o mapeamento do fluxo de valor como uma ferramenta essencial do
Sistema de Produção Enxuta, sendo o mapeamento uma ferramenta de comunicação,
planejamento e gerenciamento de mudanças, que direciona as tomadas de decisões das
empresas em relação ao fluxo, possibilitando ganhos em indicadores de desempenho
interessantes.
Em relação às vantagens que a utilização desta ferramenta apresenta, [9] aponta as
principais: ajuda a visualizar mais do que os processos individuais; ajuda a identificar o
desperdício e suas fontes; fornece uma linguagem comum para tratar os processos de
manufatura; facilita a tomada de decisões sobre o fluxo; aproxima conceitos e técnicas
enxutas, ajudando a evitar a implementação de ferramentas isoladas; forma uma base para o
plano de implantação da Mentalidade Enxuta; apresenta a relação entre o fluxo de informação
e o fluxo de material; é uma ferramenta qualitativa que descreve, em detalhes, qual é o
caminho para a unidade produtiva operar em fluxo.
É uma ferramenta operacional simples que permite enxergar e entender o fluxo de
informações e materiais por todo o fluxo de valor de um produto. Seu principal objetivo é
possibilitar o inicio do processo de transformação enxuta em uma empresa.
Desta forma, ele propicia uma visão de todas as etapas e fluxos dos processos,
buscando desenvolver, posteriormente, um plano de ação para implantar as melhorias.
Para a elaboração do mapeamento [10], afirmam que devem ser seguidas basicamente
4 etapas:
a) Escolher uma família de produtos, pois mapear todos os produtos de uma só vez
pode ser muito demorado e cansativo. A escolha deve ser feita pensando-se na importância e
no valor para o consumidor: os produtos mais vendidos, mais caros, etc.;
b) Desenhar o estado atual, ou seja, como a empresa encontra-se no momento. A
primeira representação a ser feita é a do cliente, no canto superior direito da folha. O próximo
passo é adicionar os processos, inclusive à expedição. O terceiro passo é incluir o fornecedor,
representando apenas uma ou duas matérias-primas principais. O quarto passo trata do fluxo
de informação. No último passo acrescentam-se os respectivos lead times de cada etapa na
parte inferior da folha;
c) Desenhar o estado futuro, uma idealização de como a empresa pode ser com a
eliminação de todos os desperdícios encontrados;
d) Escrever o Plano de Trabalho, dividido em etapas, as quais devem ter objetivos,
metas e datas necessários para se atingir ao máximo possível o estado determinado na etapa
anterior.
Estas etapas para a elaboração do mapeamento do fluxo de valor podem ser
visualizadas melhor na figura 1, conforme [11].
Figura 1. Etapas do Mapeamento do Fluxo de Valor. Fonte: [9].
METODOLOGIA
A empresa pesquisada localiza-se na região oeste do Paraná, que atua no mercado de
pré-moldados e artefatos em concreto há 35 anos. Possuem unidades em Medianeira,
Cascavel, São Miguel do Iguaçu, Santa Helena e Foz do Iguaçu. A empresa conta com vários
fornecedores de agregados (brita e areia), um fornecedor de cimento, um de vergalhão e um
de aditivo para concreto. Entre seus principais clientes destacam-se empresas da região.
O estudo foi realizado com a linha de artefatos de concreto, localizada no “setor de
miudezas” da fábrica. Em função da grande variedade de produtos na linha, foram analisados
apenas três: grelhas, palanques e varal.
Foi realizado um levantamento de informações relacionadas à produtividade e
processos envolvidos na fabricação de artefatos, por meio de entrevista com o administrador
da empresa. Para o levantamento dos tempos de ciclos de cada processo, este foi realizado no
chão da fábrica da empresa, no acompanhamento de um ciclo do processo produtivo.
Determinou-se a família de produtos a ser estudada, levantou-se os dados referente aos
tempos de ciclos, informações relacionadas à produção e a empresa, como fornecedores e
clientes, escolheu-se as técnicas e ferramentas a serem utilizadas e a seguir elaborou-se o
mapa do fluxo de valor com o mapa do estado presente e o mapa do estado futuro seguindo
metodologias descritas por [8]; [9].
Para melhor entendimento do processo, a figura 2 apresenta o fluxograma do processo
de fabricação da família de artefatos escolhida para estudo.
Figura 2. Fluxograma do processo produtivo. Fonte: Acadêmico (2012)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi elaborado o Mapeamento de Fluxo de Valor Atual e em seguida a proposta de
Mapeamento Futuro da indústria de construção civil avaliada.
A empresa atualmente recebe pedidos diários de cimento, brita e areia de seus
fornecedores pro ser produtos usados em grande escala na sua produção diária, já para as
matérias-primas como vergalhões e aditivos, são recebidos pedidos mensalmente, os quais
ficam estocados em armazém.. Os vergalhões são comprados não dobrados, sendo feito o
dobramento na empresa antes de ser usado nos processos de fabricação. Na expedição a
empresa realiza caminhões para transportar seus produtos e são feitos semanalmente para
clientes e mensalmente para lojas de materiais de construção.
No mapa atual observou-se que a realização de pedidos trimestrais de vergalhões e
aditivos, geravam perdas ou falta de material algumas vezes, devido o pedido ser antecipado
para um período longo.
Para atividades que não agregavam valor, observou a retificação e corte de vergalhões,
que aumentam o tempo de ciclo total, ou seja, o tempo do recebimento do pedido e a efetiva
entrega do produto ao cliente.
Os templos de ciclos são apresentados no mapa, assim como a quantidade de
funcionários envolvidos em cada processo. O número de funcionários é apresentado abaixo da
caixa que nomeia cada processo e o tempo de ciclo (TC) é mostrado abaixo desta caixa
designada a cada operação no mapa. O mapa atual é apresentado a seguir na figura 3.
Figura 3. Mapa do fluxo de valor atual da indústria avaliada. Fonte: Acadêmico
(2012).
Após uma análise detalhada do mapa de fluxo atual foram propostas algumas
mudanças, principalmente na forma de programação de pedidos, eliminação de estoques e
desperdícios.
As mudanças propostas são: solicitar pedidos de vergalhões já dobrados,
quinzenalmente e entregas semanais; armazenar o cimento em silos e para os agregados a
armazenagem em baias, facilitando o abastecimento diário do processo, reduzindo o
desperdício de materiais, mão-de-obra e maquinários; entregar produtos acabados para lojas
de materiais de construção, em períodos de quinze dias ao invés de trinta dias, reduzindo os
estoques gerados de produtos acabados. Mudança esta que resultará no aproveitando da
entrega para os clientes, realizada semanalmente.
Com a aplicação destas mudanças, o mapa de fluxo futuro é apresentado na figura 4.
Figura 4. Mapa do fluxo de valor futuro da indústria avaliada. Fonte: Acadêmico (2012).
CONCLUSÕES
Foi possível aplicar o Mapeamento do Fluxo Valor na indústria estudada, uma
ferramenta que permite visualizar o processo produtivo da empresa, permitindo melhores
tomadas de decisões em relação ao fluxo, gerando ganhos e progressos para a empresa. Além
disto, a ferramenta auxilia para a redução do lead time em uma linha de produção, tornando a
empresa mais competitiva.
Através do estudo e mapeamento, foi sugerida redução nos intervalos de tempo feito
os pedidos das matérias primas, para que a demanda seja consumida no intervalo de tempo
designado, evitando desperdício e estoques de materiais não usados. Também se optou pela
compra de vergalhões já dobrados, diminuindo assim o lead time do processo e mão de obra.
O uso de silos na armazenagem do cimento e baias para a areia e brita, trouxe maior
rapidez e menor desperdício de materiais, diminuindo o uso de maquinários e mão de obra,
além de ser economicamente viável, pelo seu baixo custo de instalação.
Outra mudança viável e economicamente interessante foi igualar o intervalo de tempo
que era feito à expedição dos produtos acabados para cliente e para as lojas de materiais de
construção, minimizando assim o transporte e mão de obra que era necessário para os dois
tipos de expedição.
REFERÊNCIAS
[1] ALMEIDA, D.A.; MELLO, C.H.P.; SALGADO, E.G.; SILVA, C.H.S. & OLIVEIRA,
E.S. Análise da aplicação do mapeamento do fluxo de valor na identificação de desperdícios
do processo de desenvolvimento de produtos. Gestão da Produção, São Carlos, vol. 16, n. 3,
p. 344-356, 2009.
[2] HERNANDES, F. S.; JUNGLES, A. E. Avaliação da implantação de sistemas de gestão
da qualidade em empresas construtoras. In: III SIBRAGEC - SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO, 3, 2003, São Carlos, SP. Anais... São Carlos:
ANTAC, 2003.
[3] ROTHERY, B. ISSO 9000. ed. São Paulo. Makron books, 1995.
[4] BENETTI, H. P. Diretrizes para avaliar a estabilidade do fluxo de valor sob a perspectiva
da mentalidade enxuta. Pós-Graduação (Engenharia de Produção). Porto Alegre, RS, 2010.
[5] PICCHI, F. A.; GRANJA, A. D. Construction Sites: Using Lean Principles to Seek
Broader Implementations. In: Annual Conference of the International Group for Lean
Construction, 2004, Elsinore, Denmark. Proceedings. Elsinore: IGLC, 2004.
[6] REIS, T. Aplicação da mentalidade enxuta no fluxo de negócios da construção civil a
partir do mapeamento do fluxo de valor: Estudos de caso. Dissertação (Mestrado) Engenharia
Civil. Campinas. 2004.
[7] BUIA, D. R.; LUIZ, A. A. C. Mapeamento do Fluxo de Valor – Uma ferramenta do
Sistema de Produção Enxuta. Florianópolis, SC, 2004.
[8] WOMACK, J. P; JONES, D. T.; ROOS, D. A máquina que mudou o mundo. 5.ed. Rio de
Janeiro: Campus. 1992.
[9] SHOOK, J.; ROTHER, M. Aprendendo a enxergar: Mapeando o fluxo de valor para
agregar valor e eliminar o desperdício. São Paulo: Lean Institute Brasil, 1999.
[10] MOREIRA, M. P.; FERNANDES, F. C. F. Avaliação do mapeamento do fluxo de valor
como ferramenta da produção enxuta por meio de um estudo de caso. In: ENCONTRO
NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ENEGEP), 21 Anais... 2001.
[11] GHINATO, P. Análise do Fluxo de Informação. Apostila de sala de aula. Recife, 2005.

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Mapeamento do fluxo de valor em uma fábrica de artefatos de concreto

  • 1. MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR EM UMA FÁBRICA DE ARTEFATOS DE CONCRETO Franciele Bonatto1 , Thaisa Rodrigues 2 , Cidmar Ortiz dos Santos3 1 B.sc. Engenharia de Produção 2 B.sc. Engenharia de Produção 3 Msc. Engenharia de Produção Campus MEDIANEIRA Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Avenida Brasil, 4232 CEP 85884-000 - Caixa Postal 271 bonatto.franciele@gmail.com, tharodrigues89@gmail.com, cidmar@utfpr.edu.br Resumo - As organizações vêm difundindo um novo contexto dinâmico, principalmente na indústria brasileira, devido as grandes transformações no mercado atual. Os produtos nacionais têm de competir em preço e qualidade com similares estrangeiros, estes sendo tanto de países com alto nível de desenvolvimento quanto de outros que se encontram num patamar bem mais baixo, onde os custos de fabricação são menores. Isso faz com que a empresa brasileira busque assimilar e desenvolver sempre novas tecnologias e produtos visando à redução de custos, do tempo de desenvolvimento de novos produtos, das não conformidades, da manutenção e da ampliação de mercado. Assim o objetivo deste trabalho é verificar o potencial de aplicação da mentalidade enxuta, a partir do mapeamento do fluxo de valor atual e futuro, adaptado para construção civil. Palavras-chave: Novas Tecnologias; Redução de Custos; Mapeamento do Fluxo de Valor. Abstract - The organizations are spreading a new dynamic context, especially in the Brazilian industry, due to large changes in the market today. Domestic products have to compete on price and quality with similar foreign, these are both countries with a high level of development and others who are in a much lower level, where manufacturing costs are lower. That makes the Brazilian company always seeks to assimilate and develop new technologies and products aimed at reducing costs, development time of new products, the non-conformities, maintenance and expansion of the market. Thus the objective of this study is to assess the potential application of lean thinking, from mapping the flow of present and future value, adjusted for construction. Keywords: New Technologies; Cost Reduction; Value Stream Mapping. INTRODUÇÃO As organizações vêm difundindo um novo contexto dinâmico, principalmente na indústria brasileira, devido as grandes transformações no mercado atual. Os produtos nacionais tem que competir em preço e qualidade com similares estrangeiros, estes sendo tanto de países com alto nível de desenvolvimento quanto de outros que se encontram num patamar bem mais baixo, onde os custos de fabricação são menores. Isso faz com que a empresa brasileira busque assimilar e desenvolver sempre novas tecnologias e produtos visando à redução de custos, do tempo de desenvolvimento de novos produtos, das não conformidades, da manutenção e da ampliação de mercado [1].
  • 2. O mercado da construção civil, assim como praticamente todos os setores da economia mundial, tem buscado tanto o aumento da produtividade quanto a qualidade de seus produtos, através de adoção de sistemas de controle de qualidade, focados em certificação como as séries NBR/ISO 9000, ou também de sistemas de qualificação evolutiva, tais como o Qualihab (Qualidade na habitação) e o SIQ-C (Sistema de Qualificação de Empresas de Construção), ou mesmo através de ferramentas de otimização de processos e corte de desperdícios, como a Mentalidade Enxuta [2]. A característica mais marcante da ISO 9000 no gerenciamento, além de fornecer controles assegurando qualidade na produção e expedição de produtos, também é vista como uma proposta para reduzir o desperdício, tempo de parada das máquinas e ineficiência da mão de obra, consequentemente resultando aumento da produção [3]. Já a mentalidade enxuta é um conceito abrangente que sugere uma revisão dos processos produtivos, desde a compra da matéria-prima até a entrega do produto final, além do fluxo de informação entre essas etapas do processo. A construção enxuta se refere à adaptação da mentalidade enxuta à construção civil, tendo como marco teórico inicial a publicação do trabalho de Koskela em 1992, bem como a criação do International Group for Lean Construction (IGLC), grupo o qual realiza encontros anuais, onde são apresentados trabalhos sobre a mentalidade enxuta na construção civil, gerenciamento da cadeia de suprimentos, desenvolvimento de produtos, meio ambiente e segurança, entre outros [4]. Embora o setor da construção civil seja o que mais se aproxima da manufatura, pequena parcela das empresas exploram a aplicação da mentalidade enxuta, evidenciando mudanças mais lentas no setor da construção civil comparado ao da manufatura [5]. O fluxo de negócios na construção civil é o de maior duração dentro da cadeia produtiva de um empreendimento, englobando todo o seu desenvolvimento, e envolve a coordenação dos demais fluxos do setor. Ele é liderado pelo investidor, e compreende desde o levantamento das necessidades, planejamento geral do empreendimento, aprovações em prefeitura e concessionárias, obtenção de financiamento, contratações, monitoramento do projeto e construção, recebimento da construção e entrega da mesma ao usuário final [6]. A técnica mais adequada e importante para criar as atividades no melhor tempo e sem despercídicios, ou seja, obter um fluxo de valor enxuto é o mapeamento do fluxo de valor, de acordo com [3], sendo esta uma ferramenta simples desenvolvida e difundida mundialmente. O objetivo deste trabalho é verificar o potencial de aplicação da Mentalidade Enxuta, a partir do Mapeamento do Fluxo de Valor atual e futuro, adaptado para a construção civil, especificamente a uma família de produtos do ramo que inclui grelhas, palanques e varais. REFERENCIAL TEÓRICO Em muitos países ao redor do mundo, pessoas estudam métodos de gestão: o taylorismo, o Sistema Toyota de Produção (TPS), a teoria das restrições, a reengenharia, entre outros. Com o intuito de melhorar os índices de desempenho das organizações para torná-las competitivas. O Sistema de Produção Enxuta é uma metodologia que está apresentando resultados interessantes, método este introduzido na Toyota a partir dos anos 40 por Taiichi Ohno. O objetivo mais importante deste sistema, também conhecido como Produção Enxuta, é o aumento da eficiência da produção através da eliminação consistente e completa do desperdício [7]. De acordo com [8], “desperdício” é referência quando se fala em produção enxuta, que têm como definição qualquer atividade que absorve recursos e não gera valor.
  • 3. Conforme [4], o desperdício pode ser classificado em 7 categorias: produtos que não atendem às necessidades dos clientes; etapas de processamento que na verdade não são necessárias; erros que exigem retificação; pessoas esperando porque uma atividade anterior não foi realizada no prazo; produção de itens que ninguém deseja; acúmulo de mercadorias nos estoques; movimentação de pessoas e produtos de um lugar para o outro sem propósito. A partir de 1973 com a crise do petróleo, o sistema de produção enxuta começou atrair a atenção de outras indústrias pela eliminação do desperdício e a apresentação de resultados positivos. [4] investigou a aplicação de alguns princípios fundamentais no contexto da construção civil, como redução de variabilidade, redução de tempo de ciclo, aumento de transparência e melhoria contínua. Uma característica comum à aplicação de todos esses princípios se refere à ênfase na melhoria dos fluxos de materiais, desde a matéria-prima até o produto final. Na construção civil, as atividades de fluxo (transporte, espera e inspeção) não adicionam valor ao produto, devendo ser reduzidas ou eliminadas do processo. Uma das ferramentas da mentalidade enxuta, utilizadas para observar em qual parte do processo existe estas atividades de fluxos que não adicionam valor e que possam ser eliminadas e reduzidas é o mapa de fluxo de valor. O Fluxo de Valor é toda a ação, que agrega valor ou não, necessária para trazer um produto por todos os fluxos essenciais a sua transformação. Mapear o Fluxo de Valor é percorrer o caminho de todo o processo de transformação de material e informação do produto. O mapeamento do fluxo completo abrange várias empresas e até outras unidades produtivas [7]. [7] descrevem o mapeamento do fluxo de valor como uma ferramenta essencial do Sistema de Produção Enxuta, sendo o mapeamento uma ferramenta de comunicação, planejamento e gerenciamento de mudanças, que direciona as tomadas de decisões das empresas em relação ao fluxo, possibilitando ganhos em indicadores de desempenho interessantes. Em relação às vantagens que a utilização desta ferramenta apresenta, [9] aponta as principais: ajuda a visualizar mais do que os processos individuais; ajuda a identificar o desperdício e suas fontes; fornece uma linguagem comum para tratar os processos de manufatura; facilita a tomada de decisões sobre o fluxo; aproxima conceitos e técnicas enxutas, ajudando a evitar a implementação de ferramentas isoladas; forma uma base para o plano de implantação da Mentalidade Enxuta; apresenta a relação entre o fluxo de informação e o fluxo de material; é uma ferramenta qualitativa que descreve, em detalhes, qual é o caminho para a unidade produtiva operar em fluxo. É uma ferramenta operacional simples que permite enxergar e entender o fluxo de informações e materiais por todo o fluxo de valor de um produto. Seu principal objetivo é possibilitar o inicio do processo de transformação enxuta em uma empresa. Desta forma, ele propicia uma visão de todas as etapas e fluxos dos processos, buscando desenvolver, posteriormente, um plano de ação para implantar as melhorias. Para a elaboração do mapeamento [10], afirmam que devem ser seguidas basicamente 4 etapas: a) Escolher uma família de produtos, pois mapear todos os produtos de uma só vez pode ser muito demorado e cansativo. A escolha deve ser feita pensando-se na importância e no valor para o consumidor: os produtos mais vendidos, mais caros, etc.; b) Desenhar o estado atual, ou seja, como a empresa encontra-se no momento. A primeira representação a ser feita é a do cliente, no canto superior direito da folha. O próximo passo é adicionar os processos, inclusive à expedição. O terceiro passo é incluir o fornecedor, representando apenas uma ou duas matérias-primas principais. O quarto passo trata do fluxo
  • 4. de informação. No último passo acrescentam-se os respectivos lead times de cada etapa na parte inferior da folha; c) Desenhar o estado futuro, uma idealização de como a empresa pode ser com a eliminação de todos os desperdícios encontrados; d) Escrever o Plano de Trabalho, dividido em etapas, as quais devem ter objetivos, metas e datas necessários para se atingir ao máximo possível o estado determinado na etapa anterior. Estas etapas para a elaboração do mapeamento do fluxo de valor podem ser visualizadas melhor na figura 1, conforme [11]. Figura 1. Etapas do Mapeamento do Fluxo de Valor. Fonte: [9]. METODOLOGIA A empresa pesquisada localiza-se na região oeste do Paraná, que atua no mercado de pré-moldados e artefatos em concreto há 35 anos. Possuem unidades em Medianeira, Cascavel, São Miguel do Iguaçu, Santa Helena e Foz do Iguaçu. A empresa conta com vários fornecedores de agregados (brita e areia), um fornecedor de cimento, um de vergalhão e um de aditivo para concreto. Entre seus principais clientes destacam-se empresas da região. O estudo foi realizado com a linha de artefatos de concreto, localizada no “setor de miudezas” da fábrica. Em função da grande variedade de produtos na linha, foram analisados apenas três: grelhas, palanques e varal. Foi realizado um levantamento de informações relacionadas à produtividade e processos envolvidos na fabricação de artefatos, por meio de entrevista com o administrador da empresa. Para o levantamento dos tempos de ciclos de cada processo, este foi realizado no chão da fábrica da empresa, no acompanhamento de um ciclo do processo produtivo. Determinou-se a família de produtos a ser estudada, levantou-se os dados referente aos tempos de ciclos, informações relacionadas à produção e a empresa, como fornecedores e clientes, escolheu-se as técnicas e ferramentas a serem utilizadas e a seguir elaborou-se o mapa do fluxo de valor com o mapa do estado presente e o mapa do estado futuro seguindo metodologias descritas por [8]; [9]. Para melhor entendimento do processo, a figura 2 apresenta o fluxograma do processo de fabricação da família de artefatos escolhida para estudo.
  • 5. Figura 2. Fluxograma do processo produtivo. Fonte: Acadêmico (2012) RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi elaborado o Mapeamento de Fluxo de Valor Atual e em seguida a proposta de Mapeamento Futuro da indústria de construção civil avaliada. A empresa atualmente recebe pedidos diários de cimento, brita e areia de seus fornecedores pro ser produtos usados em grande escala na sua produção diária, já para as matérias-primas como vergalhões e aditivos, são recebidos pedidos mensalmente, os quais ficam estocados em armazém.. Os vergalhões são comprados não dobrados, sendo feito o dobramento na empresa antes de ser usado nos processos de fabricação. Na expedição a empresa realiza caminhões para transportar seus produtos e são feitos semanalmente para clientes e mensalmente para lojas de materiais de construção. No mapa atual observou-se que a realização de pedidos trimestrais de vergalhões e aditivos, geravam perdas ou falta de material algumas vezes, devido o pedido ser antecipado para um período longo. Para atividades que não agregavam valor, observou a retificação e corte de vergalhões, que aumentam o tempo de ciclo total, ou seja, o tempo do recebimento do pedido e a efetiva entrega do produto ao cliente. Os templos de ciclos são apresentados no mapa, assim como a quantidade de funcionários envolvidos em cada processo. O número de funcionários é apresentado abaixo da caixa que nomeia cada processo e o tempo de ciclo (TC) é mostrado abaixo desta caixa designada a cada operação no mapa. O mapa atual é apresentado a seguir na figura 3.
  • 6. Figura 3. Mapa do fluxo de valor atual da indústria avaliada. Fonte: Acadêmico (2012). Após uma análise detalhada do mapa de fluxo atual foram propostas algumas mudanças, principalmente na forma de programação de pedidos, eliminação de estoques e desperdícios. As mudanças propostas são: solicitar pedidos de vergalhões já dobrados, quinzenalmente e entregas semanais; armazenar o cimento em silos e para os agregados a armazenagem em baias, facilitando o abastecimento diário do processo, reduzindo o desperdício de materiais, mão-de-obra e maquinários; entregar produtos acabados para lojas de materiais de construção, em períodos de quinze dias ao invés de trinta dias, reduzindo os estoques gerados de produtos acabados. Mudança esta que resultará no aproveitando da entrega para os clientes, realizada semanalmente. Com a aplicação destas mudanças, o mapa de fluxo futuro é apresentado na figura 4.
  • 7. Figura 4. Mapa do fluxo de valor futuro da indústria avaliada. Fonte: Acadêmico (2012). CONCLUSÕES Foi possível aplicar o Mapeamento do Fluxo Valor na indústria estudada, uma ferramenta que permite visualizar o processo produtivo da empresa, permitindo melhores tomadas de decisões em relação ao fluxo, gerando ganhos e progressos para a empresa. Além disto, a ferramenta auxilia para a redução do lead time em uma linha de produção, tornando a empresa mais competitiva. Através do estudo e mapeamento, foi sugerida redução nos intervalos de tempo feito os pedidos das matérias primas, para que a demanda seja consumida no intervalo de tempo designado, evitando desperdício e estoques de materiais não usados. Também se optou pela compra de vergalhões já dobrados, diminuindo assim o lead time do processo e mão de obra. O uso de silos na armazenagem do cimento e baias para a areia e brita, trouxe maior rapidez e menor desperdício de materiais, diminuindo o uso de maquinários e mão de obra, além de ser economicamente viável, pelo seu baixo custo de instalação. Outra mudança viável e economicamente interessante foi igualar o intervalo de tempo que era feito à expedição dos produtos acabados para cliente e para as lojas de materiais de construção, minimizando assim o transporte e mão de obra que era necessário para os dois tipos de expedição. REFERÊNCIAS [1] ALMEIDA, D.A.; MELLO, C.H.P.; SALGADO, E.G.; SILVA, C.H.S. & OLIVEIRA, E.S. Análise da aplicação do mapeamento do fluxo de valor na identificação de desperdícios do processo de desenvolvimento de produtos. Gestão da Produção, São Carlos, vol. 16, n. 3, p. 344-356, 2009. [2] HERNANDES, F. S.; JUNGLES, A. E. Avaliação da implantação de sistemas de gestão da qualidade em empresas construtoras. In: III SIBRAGEC - SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
  • 8. GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO, 3, 2003, São Carlos, SP. Anais... São Carlos: ANTAC, 2003. [3] ROTHERY, B. ISSO 9000. ed. São Paulo. Makron books, 1995. [4] BENETTI, H. P. Diretrizes para avaliar a estabilidade do fluxo de valor sob a perspectiva da mentalidade enxuta. Pós-Graduação (Engenharia de Produção). Porto Alegre, RS, 2010. [5] PICCHI, F. A.; GRANJA, A. D. Construction Sites: Using Lean Principles to Seek Broader Implementations. In: Annual Conference of the International Group for Lean Construction, 2004, Elsinore, Denmark. Proceedings. Elsinore: IGLC, 2004. [6] REIS, T. Aplicação da mentalidade enxuta no fluxo de negócios da construção civil a partir do mapeamento do fluxo de valor: Estudos de caso. Dissertação (Mestrado) Engenharia Civil. Campinas. 2004. [7] BUIA, D. R.; LUIZ, A. A. C. Mapeamento do Fluxo de Valor – Uma ferramenta do Sistema de Produção Enxuta. Florianópolis, SC, 2004. [8] WOMACK, J. P; JONES, D. T.; ROOS, D. A máquina que mudou o mundo. 5.ed. Rio de Janeiro: Campus. 1992. [9] SHOOK, J.; ROTHER, M. Aprendendo a enxergar: Mapeando o fluxo de valor para agregar valor e eliminar o desperdício. São Paulo: Lean Institute Brasil, 1999. [10] MOREIRA, M. P.; FERNANDES, F. C. F. Avaliação do mapeamento do fluxo de valor como ferramenta da produção enxuta por meio de um estudo de caso. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ENEGEP), 21 Anais... 2001. [11] GHINATO, P. Análise do Fluxo de Informação. Apostila de sala de aula. Recife, 2005.