SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
        XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

           Sound Branding: A Construção da Imagem da Marca no Rádio1.


                              Sara Aragão de Almeida CAVALCANTE2
                               Andréa Pinheiro Paiva CAVALCANTE3
                                     Universidade Federal do Ceará




Resumo

A marca é a apresentação de uma organização, é um composto sígnico de tudo aquilo
que ela compõe. Cada elemento visual dela representa uma característica que deseja ser
expressa. Trabalhar a sua visualisação e composição é uma estratégia de branding já
bastante utilizada. Como inovação dessas estratégias, nasceu o sound branding, o qual,
através de diretrizes sonoras, revela os significados da marca. Neste artigo apresentamos
o conceito de sound brading e comentamos seus desdobramentos para os meios de
comunicação, considerando ainda o uso de rádio como uma forte estratégia de branding.


Palavras-chave: sound branding; marca; rádio.

        Introdução
        É, principalmente, através de uma marca que ocorre a identificação do
consumidor com o produto, serviço ou organização que ela representa. Por isso, é
fundamental que a marca se comunique de forma eficiente com seu público-alvo Muitas
vezes, quando essa identificação acontece de modo eficaz, há um retorno bastante
positivo, a marca pode passar a valer mais que o próprio bem ou serviço oferecido. “O
branding é muito mais que planejamento estratégico da marca, está ligado diretamente à
relação de afetividade que determinada marca tem com o cliente”. (LIZARDO et al.
Apud COSTA, 2008, p. 2).
        Geralmente, o primeiro contato da empresa com o consumidor é através da
marca, “Percebemos, assim, a fundamental relevância desse elemento sígnico nos
processos comunicacionais das organizações” (PEREZ, 20004, p. 52). Com isso, os
designers exploram as artes e suas vanguardas, as significações das cores, dos elementos


1
  Trabalho a ser apresentado na Divisão Temática Publicidade e Propaganda do Intercom Júnior –
Comunicação, Cultura e Juventude, evento componente do XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação.
2
  Estudante de graduação do 6º semestre de Comunicação Social – habilitação em Publicidade e
Propaganda – da Universidade Federal do Ceará. E-mail: sara.aragaoc@gmail.com
3
  Orientadora do trabalho, Professora do curso de Publicidade e Propaganda do ICA-UFC, e-mail:
andréa@virtual.ufc.br


                                                                                                                 1
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
       XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

visuais, para expressar, motivar e afetar o observador/consumidor da marca. “Na busca
de qualquer objetivo fazem-se escolhas através das quais se pretende reforçar e
intensificar as intenções expressivas, para que se possa deter o controle máximo das
respostas” (DONDIS, 1997, p. 131).
       Quando a criação da identidade visual da marca é definida, ela pode ser adaptada
para diversos meios que proporcionam o contato da organização com o consumidor,
como o ponto de venda e as mídias. Porém, algumas mídias, como o rádio, não se têm
possibilidades para adaptação da visualização da marca, tornando responsabilidade do
texto publicitário identificá-la, o qual vai “(...) escrever especificamente para a visão,
auxiliando com isso na recordação do produto” (MCLEISH apud PRITIKIN, 2001,
p.99). Podemos perceber com isso, que o investimento de branding visual torna-se
ineficaz para esse meio.
       Outra situação com a qual podemos encontrar é a repetição excessiva da marca
do produto por parte do texto publicitário no rádio, como forma de ficar lembrando o
ouvinte quem está anunciando, pois “Criar algo visual para produzir uma imagem
memorável que faça as pessoas se lembrarem do produto exige uma grande imaginação”
(MCLEISH, 2001, p. 100).
       Apesar das dificuldades de expressar o nome da marca de forma criativa no
rádio, anunciar nele possui muitas vantagens. De acordo com Elisângela Godoy (2003)
o rádio ainda hoje é um dos meios de comunicação mais populares, pois ele possui
baixo custo de aquisição, abrangendo grande parte da população: atinge as pessoas que
não sabem ler e de todas as classes sociais, além de estar presente em quase totalidade
dos domicílios do Brasil, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – com dados divulgados em 2002, 89,9% das residências do Brasil possuíam
o aparelho de rádio no ano de 1999. Além dessa presença do rádio no cotidiano das
pessoas, podemos ressaltar também que anunciar no rádio é muito mais barato que
anunciar em outras mídias.
       Outra vantagem da publicidade do rádio é a relação deste com os seus ouvintes,
tratando-os com um caráter íntimo, como podemos perceber em Godoy apud Hartmann
e Muller (2003, p. 3):
                           Quem escuta é psicologicamente só, ele é único. O rádio permite
                           manter uma relação interior com as pessoas. Possui a capacidade de
                           ser um amigo. É muito importante identificar o ouvinte, não tratá-lo
                           como um número. (...) É necessário que ele sinta a sua importância e
                           (...) capaz de responder à mensagem recebida.



                                                                                                                2
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
       XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

       Visualizamos ainda mais esse caráter íntimo quando McLeish (2001, p. 20) fala
do significado do rádio para o indivíduo: O rádio desvia a pessoa de seus problemas,
proporcionando relaxamento. Reduz os sentimentos de solidão, criando uma sensação
de companhia. Ajuda a resolver problemas, agindo como fonte de informação e
aconselhamento. Amplia a “experiência pessoal”, estimulando o interesse por assuntos,
eventos e pessoas antes desconhecidos. Orienta o comportamento social, estabelecendo
padrões e oferecendo modelos de identificação, entre outras.
       A partir de todas as características citadas acima, voltamos então para o conceito
de branding da marca apresentada no início deste artigo. Ainda de acordo com Lizardo
e col. Apud Costa, 2008, o branding “(...) É um conceito que está baseado nas relações
humanas e nas experiências do cliente em relação à marca e todos os pontos de contato
‘experienciados’ por ela”. Percebemos, então, de acordo com o branding, a necessidade
de aproximação da marca com o consumidor, aproximação essa que está intrínseca nas
características do rádio.
       Com isso, podemos destacar a importância do sound branding, o qual hoje pode
se desdobrar para as mais diversas mídias, sendo para o rádio, por causa das suas e das
características de branding que serão discutidas no decorrer deste artigo, uma estratégia
de branding bastante eficaz.
       O sound branding vem do inglês e significa constituição da marca sonora. Ele
também pode ser tratado por áudio branding, entre outros. É o estudo do som para
intensificar a identificação da marca. Entre as suas utilizações, temos a assinatura
sonora. Esta se constitui em uma pequena melodia ou seqüência de notas musicais que
podem vim no meio ou fim do comercial. Ela surgiu para ser mais uma alternativa de
representação da marca que, por causa de todas as características relacionadas ao som, à
música e ao ser humano, ajudará a melhorar a experiência que os consumidores têm
com determinado bem ou serviço. A logo sonora, assim como a logo visual, também
possui elementos que façam que o seu consumidor possa senti-la:
                           Toda potencialidade de representação de uma idéia e/ou de um objeto
                           residia no caráter expressivo do som: o ritmo, a intensidade, o timbre e
                           o intervalo/as pausas, que se materializavam em uma fala
                           marcadamente musical. Naturalmente estes valores básicos do som
                           têm o poder de afetar o ouvinte de muitas maneiras, suscitando- lhe
                           diferentes respostas emocionais. (TAVARES ET al; 2006, p. 2)




                                                                                                                3
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
        XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

        A sociedade midiática contemporânea e a overdose de imagens.
        Atualmente, existem muitos estudos sobre a importância das imagens para a
sociedade. A sua utilização com o objetivo de se comunicar não é recente, desde
os primórdios era a forma encontrada de comunicação antes do advento da escrita. Por
muito tempo, a escrita tornou-se o meio de comunicação das elites, pois não eram todos
que poderiam ter acesso ao seu conhecimento. Hoje, a realidade é outra, na qual a
maioria da população mundial é alfabetizada4.
        Paralelamente a estas mudanças, a imagem sempre esteve presente, quando não
era a única forma de se comunicar, era a forma de entendimento daqueles que não
tinham o conhecimento da escrita. Na atualidade, a imagem ganhou um sentido mais
complexo. De acordo com Martine Joly5:
                            Instrumento de comunicação, divindade, a imagem assemelha-se ou
                            confunde-se com o que representa. Visualmente imitadora, pode
                            enganar ou educar. (...) Consciente ou não, essa história no constituiu
                            e nos convida a abordar a imagem de uma maneira complexa, a
                            atribuir-lhe espontaneamente poderes mágicos, vinculada a todos os
                            grandes mitos. (1996, p.19)

        A publicidade soube reconhecer este poder das imagens e delas passou a se
utilizar, assim como a explorar os espaços em que ela podia estar presente, o cartaz
multiplicou-se em outdoors6, busdoors7, empenas8. Com a tecnologia, agora há outras
possibilidades, como os painéis de Led9, celulares, internet. Podemos perceber a
predominância do uso de imagens para comunicação na nossa sociedade quando Ítalo
Calvino10, faz a reflexão sobre a relação entre expressão verbal e visual:
                            Voltemos à problemática literária, e perguntemos como se forma o
                            imaginário de uma época em que a literatura, já não mais se referindo
                            a uma autoridade ou tradição que seria sua origem ou seu fim, visa

4
  De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO,
20% da população mundial é analfabeta. No Brasil, esse número chega a 10,38% de sua população,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – em pesquisa realizada no ano
de 2006 .
5
  Pesquisadora bastante conhecida pelos seus estudos sobre a análise da imagem.
6
   Outdoor é um apalavra inglesa, mas seu significado em português não é o mesmo quando designada
pela língua inglesa. Outdoor é uma mídia publicitária exterior. São placas moduladas, geralmente
dispostas em locais de muita visibilidade.
7
   Assim, como o outdoor, o busdoor pode ser definido como uma mídia externa. Sua tradução para
português também possui um significado que diverge com o inglês. É considerado busdoor o espaço
destinado na traseira de ônibus para veiculação de propagandas.
8
   A empena também é considera uma mídia externa. Ela fica disposta em edifícios nas paredes ditas
cegas, pois não possuem janelas ou qualquer ligação que permita a visão do meio interno para o meio
externo - vice e versa - dos prédios.
9
  Estrutura eletrônica de uso interno e externo, muito usada para fins publicitários.
10
   (1923 – 1985) Foi um dos mais importantes escritores italianos do século XX. Formado em letras, é
mais conhecido pelo caráter literário de suas obras.


                                                                                                                 4
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
        XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

                            antes à novidade, à originalidade, à inovação. Parece-me que nessa
                            situação o problema da prioridade da imagem visual ou da expressão
                            verbal (que é um pouco assim como o problema do ovo e da galinha)
                            se inclina decididamente para imagem visual. (CALVINO, 1990,
                            p.102)

        Entre muitas outras inovações além das citadas acima, a imagem aproveitou-se
de todos os espaços disponíveis a ela. Martine Joly consegue expressar muito bem a
presença da imagem cotidiana com a frase: “No começo, havia imagem. Para onde quer
que nos voltemos, há a imagem”. (JOLY, 1996, p.17). Também podemos complementar
e explicar essa citação de Joly retomando o autor Ítalo Calvino:
                            Hoje somos bombardeados por uma tal continuidade de imagens a ponto de
                            não podermos distinguir mais a experiência direta daquilo que vimos há
                            poucos segundos na televisão. Em nossa memória se depositam, por estratos
                            sucessivos, mil estilhaços de imagens, semelhantes a um depósito de lixo,
                            onde é cada vez menos provável que uma delas adquira relevo. (1990, p.
                            107).


        Não é à toa que a publicidade contemporânea tem, agora, como uma de suas
principais discussões a poluição visual, a qual afeta a paisagem urbana, devido ao uso
abusivo de placas, faixas, mídias eletrônicas, entre outros. Muitas leis estão sendo
criadas, outras já executadas, que procuram regularizar o espaço público, como tentativa
de revitalizar a “paisagem natural” das cidades.
        Como exemplo de leis que já estão vigor vale mencionar a “Lei Cidade Limpa”,
do município de São Paulo. Ela impede o uso de mídia externa como outdoor, placas,
banners, ficando restrito o uso apenas em espaços que contém mobília urbana: ponto de
ônibus, relógios. Essa lei gera bastante polêmica, pois envolve questões jurídicas, como
o direito de propriedade, livre concorrência. Apesar desses questionamentos, de acordo
com o IBOPE11, a lei possui aprovação de 76% dos entrevistados.


        Os sons da sociedade.
        Apesar de o conceito de poluição visual estar sendo discutido há pouco tempo no
Brasil, muito já foi discutido sobre a poluição sonora, tanto que esta já possui leis
jurídicas12 quanto a sua violação. Ao mesmo tempo, o som torna-se bastante importante
para a sociedade, seja no quesito entretenimento, seja informativo.


11
   Resultado divulgado por notícias do site do IBOPE. Pode ser encontrada no site da instituição.
<www.ibope.com.br>
12 Lei N.º 11.501 de 11 de abril de 1994: Dispõe sobre o controle e a fiscalização das atividades que

gerem poluição sonora; impõe penalidades, e dá outras providências.


                                                                                                                 5
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
       XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

       Por muito tempo, assim como as imagens, o som era outra forma de
comunicação entre os indivíduos, principalmente ao falarmos da presença da cultura
oral, quando a sociedade podia se informar e retransmitir as informações pela palavra,
no momento em que aquela, em sua maioria, não sabia ler nem escrever.
       “O som é um evento material que atinge o sistema auditivo humano e é
percebido como tendo sonoridade, altura, volume, densidade e complexidade”
(BAUER; GASKELL, 2008, p. 371). A partir do som, podemos reconhecer os ruídos e
a música. Ainda de acordo com Martin Bauer e George Gaskell, o ruído é o som não
desejado e a música, o som pretendido. O ruído é tema de bastantes estudos, pois ficar a
sua exposição por um prolongado tempo pode afetar prejudicialmente o bem-estar das
pessoas.
       Da mesma forma que a publicidade enxergou a importância das imagens para a
sociedade, ela também percebeu a singularidade do som. Diversos estudos foram
realizados sobre a relação deste com o ser humano. Fernando Costa Apud Murch (2003,
p. 4) fala sobre essa relação no momento em que o som ainda era o sentido
predominante:
                           Nós começamos a ouvir antes de nascer, quatro meses e meio após
                           sermos concebidos. Daí em diante, nos desenvolvemos em um
                           exuberante banho de sons: a música da voz de nossa mãe, o ventarolar
                           de sua respiração, o ressoar de suas entranhas, o tambor de seu
                           coração. No decorrer dos outros quatro meses e meio, o Som é o rei
                           soberano de nossos sentidos: a clausura e o mundo líquido da
                           escuridão uterina fazem da Visão e do Olfato impossíveis, do Paladar,
                           monocromático, e do Tato uma pálida idéia geral do que está por vir.
                           O nascimento traz consigo o repentino e simultâneo deflagramento
                           dos outros quatro sentidos, e uma intensa competição pelo trono que o
                           Som havia proclamado seu.


       Apesar de essa citação priorizar o som quando ainda não nascemos ou somos
recém-nascidos, a intensidade com que o sentimos permanece nos acompanhando por
toda a vida, relacionando-se com os outros sentidos, o que podemos perceber quando
Norval Baitello Júnior relaciona a audição com o tato:
                           Se consideramos as características físicas do som, vamos constatar
                           que a recepção de todo som se dá não apenas por um pedaço pequeno
                           da pele chamado tímpano, mas por toda a pele, e que portanto a
                           audição é uma operação corporal e não apenas uma operação visual,
                           de luz. Som é vibração. E vibração opera sobre a pele. Podemos dizer,
                           portanto, que toda voz e todo som é um tipo de massagem. É uma
                           estimulação tátil, uma massagem sutil. (1997, p. 16)




                                                                                                                6
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
         XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

         O som e posteriormente a música são bastante utilizados, principalmente, nas
produções publicitárias voltadas para o rádio e para o audiovisual. Até pouco tempo, a
preocupação das empresas encontravam-se apenas no branding visual da marca,
desenvolvendo seu design. Porém, isso já não é mais o suficiente para diferenciar a
marca perante o mercado alvo, fazendo com que as empresas busquem outras formas de
fortalecimento da sua marca. Entre essas outras formas existe o sound branding.


        O “branding” e o “sound” da marca.
        Julian Treasure, pesquisador e presidente da Sound Agency, realizou em 2009 a
palestra “As quatro maneiras que o som nos afeta”, qual tinha como tema principal o
Sound Branding, na Universidade de Oxford13, Inglaterra. Na dicussão, Treasure afirma
que “a maioria dos sons a nossa volta é acidental. E muitos deles provocam
desconforto”. Devido a isso, passamos a ignorá-los. Os sons afetam a secreção
hormonal do corpo humano o tempo todo, assim como seus batimentos cardíacos, sua
respiração, suas ondas cerebrais. Como exemplo, o palestrante indica o barulho das
ondas como tranqüilizador, o que não sabemos é que a freqüência desse som é a mesma
realizada pela respiração humana quando estamos dormindo. Esse barulho das
ondas também nos remete a descanso, férias, somente por associarmos. Associamos
um som quando apenas algumas notas já nos fazem remeter algum outro momento ou
emoção. Por isso vamos em busca de sons que nos são agradáveis.
        Outro ponto que o palestrante ressalta é o poder da música na associação da
marca: “Música é o som mais poderoso que existe. Freqüentemente utilizado de forma
inadequada. É poderoso por duas razões: Você a conhece rápido e associa muito
poderosamente” (TREASURE, 2009).
        Devido a essas características do som, tem-se uma nova forma de intensificar o
conceito da marca perante o público alvo: o sound branding é a forma de transformar o
conceito da marca em som. Para isso, são estudados e pesquisados a personalidade, as
atitudes, as preferências, entre outros segmentos do comportamento do consumidor para
que sejam estabelecidas “diretrizes de sonoridade” da marca (assim como chama a


13
   Em 2009, aconteceu o Programa TED GLOBAL da Universidade de Oxford, o qual tinha como tema
“a substância das coisas não vistas”. Entre seus convidados estava Julian Treassure para realizar a palestra
sobre    sound      branding.     Pode-se     ter    acesso    a    ela    pela    internet,     no     link
<http://www.ted.com/talks/lang/por_br/julian_treasure_the_4_ways_sound_affects_us.html>. Acesso em
22/05/ 2010).



                                                                                                                  7
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
        XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

agência de sound branding Zanna14, a mais expressiva do segmento do Brasil). Depois
de definida essas diretrizes, podem ser elaborados, entre outros, o som ambiente, a voz e
entonação da marca, o seu tema musical e sua sonoridade, sendo este último o tema
principal da nossa discussão.
        A importância desse novo segmento de sound brading, a assinatura sonora, pode
ser percebida ainda na fala de Julian Treassure (2009):

                            Quero deixar 4 regras de ouro do som comercial. Primeiro, seja
                            congruente alinhando-o com a mesma direção da sua comunicação
                            visual. Isso aumenta o impacto em mais de 1.100%. Se seu som está
                            apontando para direção oposta, incongruente, você reduz o impacto
                            em 86%. Isso é uma ordem de grandeza, para cima ou para baixo.
                            Segundo, torne-o adequado para a situação. Terceiro, torne-o valioso,
                            dê algo as pessoas com o som, não as bombardeie com qualquer coisa.
                            E, finalmente, teste e teste novamente. Som é complexo, há muitas
                            influências simultâneas.

        Os estudos sobre assinatura sonora ainda são feitos de forma resumida.
Oficialmente, o primeiro congresso sobre o assunto aconteceu em novembro de 2009,
na Alemanha, pela Audio Branding Academy - ABA15. Estudos regulares sobre sound
branding no Brasil só vieram acontecer em abril de 2010, quando a Escola Superior de
Propaganda e Marketing ofereceu a primeira oficina sobre o assunto16.
        No Brasil, as empresas de maior porte estão reconhecendo a importância desse
segmento, muitas já investem em sound branding e até já possuem sua assinatura
musical, é o caso da Intel. Poucas agências no mundo hoje são especializadas no sound
branding da marca.
        A assinatura sonora da marca, não possui necessidade de ser acompanhada por
qualquer expressão verbal, depende da vontade do criador ou cliente, pois a mesma
pode substituir tanto a verbalização como a visualização de seus componentes de marca.
O que nos permite perceber a diferença, entre outras, da sonoridade da marca com
jingle. De acordo com TAVARES et al. (2006):
                            O termo jingle vem do inglês e significa tinir, retinir, soar. Na
                            linguagem publicitária, entretanto, ele é definido como uma
                            composição musical e verbal de longa (15 a 30 segundos, às vezes,
                            mais, contendo as características de uma canção) ou curta duração

14
   Agência brasileira que oferece o sound branding como seu principal serviço. Ela está presente no Rio
de Janeiro.
15
   A ABA é a primeira instituição de comunicação sonora de branding. Foi criada em fevereiro de 2009 e
fica em Hamburgo, Alemanha.
16
   A ESPM Rio ofereceu uma oficina de sound branding desde 14 de abril de 2010. Teve duração de 20
horas dividida em cinco sábados e foi ministrada pela especialista Zanna – proprietária da agência de
Sound branding de mesmo nome.


                                                                                                                 8
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
        XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

                            (uma frase ou fragmento de frase musical associado a um nome de
                            marca ou de um slogan; são estes respectivamente jingle-assinatura e
                            jingle-slogan) feita especificamente para um produto ou serviço. (p.1)


Considerações Finais

        O design da marca é elaborado e pode ser adaptado para diversos meios que
possibilitem a comunicação visual. Com a idéia de sound branding, percebemos que os
publicitários e empresas continuam se preocupando com o sentido da audição,
acreditando na sua capacidade de aproximação com seus consumidores. Apesar de ele
ser adaptado para outros meios de comunicação, como a TV e a internet, o sound
brading não deixa de valorizar o meio rádio. Principalmente, quando falamos da
capacidade desse meio de poder fazer enxergar, não só com que se é dito, mas também
com que é capaz de suscitar a imaginação e provocar sensações no ouvinte.
        Quando falamos da constituição das assinaturas sonoras, percebemos a
valorização do som na identificação emocional do público com a marca, fazendo com
que ele não apenas a veja, mas, assim como a música, possa sentir, experienciar, viver
as emoções que a marca lhe deseja passar. Quando aplicada no rádio, permite que o
consumidor não encontre limites para sua imaginação.


Referências

BAITELLO, N. A Cultura do Ouvir. Seminários Especiais de Rádio e Áudio - Arte da
Escuta – ECO, 1997.


BAUER, Martin W. GASKELL, G. Pesquisa Qualitativa, com Texto, Imagem e Som:
Um Manual Prático. Tradução de Pedrinho A. Guareschi. 7 ed. Petrópoolis, RJ: Vozes,
2008.
CALVINO, I. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia das letras,
1990. 1ª Ed.[Lezione americane – Sei proposte per Il prossimo millenio, 1988].
Tradução Ivo Barroso.


CALABRE, L. A Era do Rádio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002.


COSTA e Silva, Adriana. Branding & Design: Identidade no Varejo. Rio de Janeiro:
Rio Books, 2002.


                                                                                                                 9
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
       XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010




COSTA, F. Escutar tanto quanto se vê. (Como um filme iraniano, sobre uma criança
cega, pode ensinar a ouvir?). Belo Horizonte: INTERCOM – Sociedade Brasileira de
Estudos interdisciplinares da Comunicação XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação, 2003.


ECO, U. Como se faz uma tese em ciências humanas. 2ª Ed. Lisboa: Presença, 1977.


GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.


GODOY, E. Rádio: Um Companheiro do Cego. Belo Horizonte: INTERCOM –
Sociedade Brasileira de Estudos interdisciplinares da Comunicação XXVI Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2003


JOLY, M. Introdução à Análise da Imagem. Campinas: Papirus, 1996.


LIZARDO, A; MALHEIROS, E; CARDOSO, E; AZEVEDO, L; DAMASCENO, V.;
PEREIRA, E. Branding: A Importância da Marca. Centro Federal de Educação
Tecnológica do Amazonas. Artigo apresentado no Intercom, 2008.


MCLEISH, R. Produção de Rádio: Um guia abrangente de produção radiofônica. São
Paulo: Summus, 2001.


MCLUHAN, M. Os Meios de Comunicação Como Extensões do Homem. 11. Ed. São
Paulo: Cultrix, 2002.


MEDITSCH, E. A compreensão da mensagem no radiojornalismo: uma abordagem
cognitiva. Belo Horizonte: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos
interdisciplinares da Comunicação XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação, 2003


PEREZ, Clotilde. Signos da Marca: Expressividade e Sensorialidade. São Paulo.
Pioneira Thompson, 2004.



                                                                                                                10
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
       XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

TAVARES, S; SANTOS, Cláudia; SANTOS, Clerivaldo; NASCIMENTO, M. Brasília:
INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos interdisciplinares da Comunicação
XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2006.


TEASURE, Julian. Palestra. In: TED Global. Inglaterra, Universidade de Oxford.
Exibido          em            novembro               de          2009.             Disponível              em
<http://www.ted.com/talks/lang/por_br/julian_treasure_the_4_ways_sound_affects_us.h
tml>. Acesso em 22 mai, 2010.


RIO DE JANEIRO (Município). Agência Zanna Sound. Comunicação Sonora.
Disponível em <http://www.zanna.net>. Acesso em: 8 jun. 2010.




                                                                                                                11
Jornalismo Popular e Representação das Periferias
Jornalismo Popular e Representação das Periferias
Jornalismo Popular e Representação das Periferias
Jornalismo Popular e Representação das Periferias

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Periodic classification
Periodic classificationPeriodic classification
Periodic classificationLakshya Sharma
 
Contents analysis
Contents analysisContents analysis
Contents analysisjackahern11
 
Planejamento estrategico para a copa de 2014
Planejamento estrategico para a copa de 2014Planejamento estrategico para a copa de 2014
Planejamento estrategico para a copa de 2014Rede Democrática PMDF
 
Recruitment and Onboarding_Opening SD
Recruitment and Onboarding_Opening SDRecruitment and Onboarding_Opening SD
Recruitment and Onboarding_Opening SDJulie J. Guerrero
 
Eu, o tal do marketing e a vontade de empreender
Eu, o tal do marketing e a vontade de empreenderEu, o tal do marketing e a vontade de empreender
Eu, o tal do marketing e a vontade de empreenderEderson Manoel
 
Todo dia era dia de Índio1
Todo dia era dia de Índio1Todo dia era dia de Índio1
Todo dia era dia de Índio1Dayse Portugal
 
Diapositivas de tecnologia.pptx
Diapositivas de tecnologia.pptxDiapositivas de tecnologia.pptx
Diapositivas de tecnologia.pptxSolis28
 
Java pra web mais fácil com MVC
Java pra web mais fácil com MVCJava pra web mais fácil com MVC
Java pra web mais fácil com MVCCecilia Fernandes
 
O homossexual e as relações homoafetivas na nova arte
O homossexual e as relações homoafetivas na nova arteO homossexual e as relações homoafetivas na nova arte
O homossexual e as relações homoafetivas na nova arteRodrigo Araujo
 
Glosario de términos desconocido
Glosario de términos desconocidoGlosario de términos desconocido
Glosario de términos desconocidoGrupo6ma
 
Palestra - Tendências na comunicação
Palestra - Tendências na comunicaçãoPalestra - Tendências na comunicação
Palestra - Tendências na comunicaçãoCésar Chagas
 
20101129 mat30 nilton silveira
20101129 mat30   nilton silveira20101129 mat30   nilton silveira
20101129 mat30 nilton silveiraFabio Americano
 
Glosario de términos desconocidos
Glosario de términos desconocidosGlosario de términos desconocidos
Glosario de términos desconocidosGrupo6ma
 

Destaque (20)

Periodic classification
Periodic classificationPeriodic classification
Periodic classification
 
Contents analysis
Contents analysisContents analysis
Contents analysis
 
Planejamento estrategico para a copa de 2014
Planejamento estrategico para a copa de 2014Planejamento estrategico para a copa de 2014
Planejamento estrategico para a copa de 2014
 
Recruitment and Onboarding_Opening SD
Recruitment and Onboarding_Opening SDRecruitment and Onboarding_Opening SD
Recruitment and Onboarding_Opening SD
 
Eu, o tal do marketing e a vontade de empreender
Eu, o tal do marketing e a vontade de empreenderEu, o tal do marketing e a vontade de empreender
Eu, o tal do marketing e a vontade de empreender
 
India
IndiaIndia
India
 
Todo dia era dia de Índio1
Todo dia era dia de Índio1Todo dia era dia de Índio1
Todo dia era dia de Índio1
 
Diapositivas de tecnologia.pptx
Diapositivas de tecnologia.pptxDiapositivas de tecnologia.pptx
Diapositivas de tecnologia.pptx
 
Fotos variadas 2
Fotos variadas 2Fotos variadas 2
Fotos variadas 2
 
Metro UI na IxDA Floripa
Metro UI na IxDA FloripaMetro UI na IxDA Floripa
Metro UI na IxDA Floripa
 
Essencial 3ºciclo port
Essencial 3ºciclo portEssencial 3ºciclo port
Essencial 3ºciclo port
 
Japão
Japão Japão
Japão
 
Historia de las finanzas.
Historia de las finanzas.Historia de las finanzas.
Historia de las finanzas.
 
Java pra web mais fácil com MVC
Java pra web mais fácil com MVCJava pra web mais fácil com MVC
Java pra web mais fácil com MVC
 
O homossexual e as relações homoafetivas na nova arte
O homossexual e as relações homoafetivas na nova arteO homossexual e as relações homoafetivas na nova arte
O homossexual e as relações homoafetivas na nova arte
 
Glosario de términos desconocido
Glosario de términos desconocidoGlosario de términos desconocido
Glosario de términos desconocido
 
Trabalho no Exterior
Trabalho no ExteriorTrabalho no Exterior
Trabalho no Exterior
 
Palestra - Tendências na comunicação
Palestra - Tendências na comunicaçãoPalestra - Tendências na comunicação
Palestra - Tendências na comunicação
 
20101129 mat30 nilton silveira
20101129 mat30   nilton silveira20101129 mat30   nilton silveira
20101129 mat30 nilton silveira
 
Glosario de términos desconocidos
Glosario de términos desconocidosGlosario de términos desconocidos
Glosario de términos desconocidos
 

Semelhante a Jornalismo Popular e Representação das Periferias

O que é Relações Públicas?
O que é Relações Públicas?O que é Relações Públicas?
O que é Relações Públicas?brunaschorn
 
O indivíduo como marca: A aproximação entre as Relações Públicas e o Personal...
O indivíduo como marca: A aproximação entre as Relações Públicas e o Personal...O indivíduo como marca: A aproximação entre as Relações Públicas e o Personal...
O indivíduo como marca: A aproximação entre as Relações Públicas e o Personal...Felipe Medeiros
 
Artigo logo bradesco
Artigo logo bradescoArtigo logo bradesco
Artigo logo bradescoKátia Keller
 
Imagem e percepcao de marcas de moda
Imagem e percepcao de marcas de modaImagem e percepcao de marcas de moda
Imagem e percepcao de marcas de modaMarcelo Anjos
 
Artigo - Spot Comunicação - O design nas relações humanas
Artigo - Spot Comunicação -  O design nas relações humanasArtigo - Spot Comunicação -  O design nas relações humanas
Artigo - Spot Comunicação - O design nas relações humanasGuilherme Lisboa
 
O ENTRECRUZAR DAS MÍDIAS COM OS CONCEITOS ADORNIANOS DE INDÚSTRIA CULTURAL E...
O ENTRECRUZAR DAS MÍDIAS COM OS CONCEITOS ADORNIANOS DE  INDÚSTRIA CULTURAL E...O ENTRECRUZAR DAS MÍDIAS COM OS CONCEITOS ADORNIANOS DE  INDÚSTRIA CULTURAL E...
O ENTRECRUZAR DAS MÍDIAS COM OS CONCEITOS ADORNIANOS DE INDÚSTRIA CULTURAL E...Marcos Rosendo
 
A transposição das estratégias do branding para as mídias móveis. (com n...
A transposição das estratégias do branding para as mídias móveis. (com n...A transposição das estratégias do branding para as mídias móveis. (com n...
A transposição das estratégias do branding para as mídias móveis. (com n...Fabio Buss
 
Brand experience como ferramenta de fortalecimento da relação entre indivíduo...
Brand experience como ferramenta de fortalecimento da relação entre indivíduo...Brand experience como ferramenta de fortalecimento da relação entre indivíduo...
Brand experience como ferramenta de fortalecimento da relação entre indivíduo...Barbara Melo
 
Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Joanna Alimonda
 
Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Joanna Alimonda
 
Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Joanna Alimonda
 
Direção de Arte
Direção de ArteDireção de Arte
Direção de ArteYu Amaral
 
Apresentação TCC - Branding Sensorial, o despertar de um mercado sensível
Apresentação TCC - Branding Sensorial, o despertar de um mercado sensível Apresentação TCC - Branding Sensorial, o despertar de um mercado sensível
Apresentação TCC - Branding Sensorial, o despertar de um mercado sensível Adriana Pinto
 
Publicidade e Surrealismo: Uma análise intertextual da Melting Campaign da Pe...
Publicidade e Surrealismo: Uma análise intertextual da Melting Campaign da Pe...Publicidade e Surrealismo: Uma análise intertextual da Melting Campaign da Pe...
Publicidade e Surrealismo: Uma análise intertextual da Melting Campaign da Pe...Thamiris Lima
 

Semelhante a Jornalismo Popular e Representação das Periferias (20)

O que é Relações Públicas?
O que é Relações Públicas?O que é Relações Públicas?
O que é Relações Públicas?
 
O indivíduo como marca: A aproximação entre as Relações Públicas e o Personal...
O indivíduo como marca: A aproximação entre as Relações Públicas e o Personal...O indivíduo como marca: A aproximação entre as Relações Públicas e o Personal...
O indivíduo como marca: A aproximação entre as Relações Públicas e o Personal...
 
Artigo logo bradesco
Artigo logo bradescoArtigo logo bradesco
Artigo logo bradesco
 
Imagem e percepcao de marcas de moda
Imagem e percepcao de marcas de modaImagem e percepcao de marcas de moda
Imagem e percepcao de marcas de moda
 
Artigo - Spot Comunicação - O design nas relações humanas
Artigo - Spot Comunicação -  O design nas relações humanasArtigo - Spot Comunicação -  O design nas relações humanas
Artigo - Spot Comunicação - O design nas relações humanas
 
O ENTRECRUZAR DAS MÍDIAS COM OS CONCEITOS ADORNIANOS DE INDÚSTRIA CULTURAL E...
O ENTRECRUZAR DAS MÍDIAS COM OS CONCEITOS ADORNIANOS DE  INDÚSTRIA CULTURAL E...O ENTRECRUZAR DAS MÍDIAS COM OS CONCEITOS ADORNIANOS DE  INDÚSTRIA CULTURAL E...
O ENTRECRUZAR DAS MÍDIAS COM OS CONCEITOS ADORNIANOS DE INDÚSTRIA CULTURAL E...
 
A transposição das estratégias do branding para as mídias móveis. (com n...
A transposição das estratégias do branding para as mídias móveis. (com n...A transposição das estratégias do branding para as mídias móveis. (com n...
A transposição das estratégias do branding para as mídias móveis. (com n...
 
Brand experience como ferramenta de fortalecimento da relação entre indivíduo...
Brand experience como ferramenta de fortalecimento da relação entre indivíduo...Brand experience como ferramenta de fortalecimento da relação entre indivíduo...
Brand experience como ferramenta de fortalecimento da relação entre indivíduo...
 
Aula 1 tt
Aula 1 ttAula 1 tt
Aula 1 tt
 
Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1
 
Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1
 
Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1Comunicacao comunitaria mod1
Comunicacao comunitaria mod1
 
Apostila Palermo
Apostila PalermoApostila Palermo
Apostila Palermo
 
Direção de Arte
Direção de ArteDireção de Arte
Direção de Arte
 
09
0909
09
 
Introdução à Mídia
Introdução à MídiaIntrodução à Mídia
Introdução à Mídia
 
6087 23874-2-pb
6087 23874-2-pb6087 23874-2-pb
6087 23874-2-pb
 
Apresentação TCC - Branding Sensorial, o despertar de um mercado sensível
Apresentação TCC - Branding Sensorial, o despertar de um mercado sensível Apresentação TCC - Branding Sensorial, o despertar de um mercado sensível
Apresentação TCC - Branding Sensorial, o despertar de um mercado sensível
 
Exxmartt_PR Contemporâneas - Parte 1
Exxmartt_PR Contemporâneas - Parte 1 Exxmartt_PR Contemporâneas - Parte 1
Exxmartt_PR Contemporâneas - Parte 1
 
Publicidade e Surrealismo: Uma análise intertextual da Melting Campaign da Pe...
Publicidade e Surrealismo: Uma análise intertextual da Melting Campaign da Pe...Publicidade e Surrealismo: Uma análise intertextual da Melting Campaign da Pe...
Publicidade e Surrealismo: Uma análise intertextual da Melting Campaign da Pe...
 

Mais de Atitude Digital

Redação Publicitária II
Redação Publicitária IIRedação Publicitária II
Redação Publicitária IIAtitude Digital
 
Atendimento e Planejamento Publicitário
Atendimento e Planejamento PublicitárioAtendimento e Planejamento Publicitário
Atendimento e Planejamento PublicitárioAtitude Digital
 
Jornal Atitude Expresso - Edição 14
Jornal Atitude Expresso - Edição 14Jornal Atitude Expresso - Edição 14
Jornal Atitude Expresso - Edição 14Atitude Digital
 
Jornal Atitude Expresso - Edição 15
Jornal Atitude Expresso - Edição 15Jornal Atitude Expresso - Edição 15
Jornal Atitude Expresso - Edição 15Atitude Digital
 
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2Atitude Digital
 
Resumos TCC - Curso Jornalismo 2010-2
Resumos TCC - Curso Jornalismo 2010-2Resumos TCC - Curso Jornalismo 2010-2
Resumos TCC - Curso Jornalismo 2010-2Atitude Digital
 
Jornal atitude expresso n8
Jornal atitude expresso n8Jornal atitude expresso n8
Jornal atitude expresso n8Atitude Digital
 
Um estudo sobre a publicidade do wwf sob a ótica da teoria dos gêneros do dis...
Um estudo sobre a publicidade do wwf sob a ótica da teoria dos gêneros do dis...Um estudo sobre a publicidade do wwf sob a ótica da teoria dos gêneros do dis...
Um estudo sobre a publicidade do wwf sob a ótica da teoria dos gêneros do dis...Atitude Digital
 

Mais de Atitude Digital (20)

Pesquisa Jornalística
Pesquisa JornalísticaPesquisa Jornalística
Pesquisa Jornalística
 
Comunicação e Cinema
Comunicação e CinemaComunicação e Cinema
Comunicação e Cinema
 
Telejornalismo II
Telejornalismo IITelejornalismo II
Telejornalismo II
 
Projeto Experimental
Projeto ExperimentalProjeto Experimental
Projeto Experimental
 
Projeto Experimental
Projeto ExperimentalProjeto Experimental
Projeto Experimental
 
Mídias Digitais
Mídias DigitaisMídias Digitais
Mídias Digitais
 
Redação Publicitária II
Redação Publicitária IIRedação Publicitária II
Redação Publicitária II
 
Atendimento e Planejamento Publicitário
Atendimento e Planejamento PublicitárioAtendimento e Planejamento Publicitário
Atendimento e Planejamento Publicitário
 
Marketing I
Marketing IMarketing I
Marketing I
 
Atitude expresso-01
Atitude expresso-01Atitude expresso-01
Atitude expresso-01
 
Atitude expresso-03
Atitude expresso-03Atitude expresso-03
Atitude expresso-03
 
Atitude expresso-02
Atitude expresso-02Atitude expresso-02
Atitude expresso-02
 
Atitude expresso-04
Atitude expresso-04Atitude expresso-04
Atitude expresso-04
 
Jornal Atitude Expresso - Edição 14
Jornal Atitude Expresso - Edição 14Jornal Atitude Expresso - Edição 14
Jornal Atitude Expresso - Edição 14
 
Jornal Atitude Expresso - Edição 15
Jornal Atitude Expresso - Edição 15Jornal Atitude Expresso - Edição 15
Jornal Atitude Expresso - Edição 15
 
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
 
Resumos TCC - Curso Jornalismo 2010-2
Resumos TCC - Curso Jornalismo 2010-2Resumos TCC - Curso Jornalismo 2010-2
Resumos TCC - Curso Jornalismo 2010-2
 
Jornal atitude expresso n8
Jornal atitude expresso n8Jornal atitude expresso n8
Jornal atitude expresso n8
 
Um estudo sobre a publicidade do wwf sob a ótica da teoria dos gêneros do dis...
Um estudo sobre a publicidade do wwf sob a ótica da teoria dos gêneros do dis...Um estudo sobre a publicidade do wwf sob a ótica da teoria dos gêneros do dis...
Um estudo sobre a publicidade do wwf sob a ótica da teoria dos gêneros do dis...
 
Tv e novas tecnologias
Tv e novas tecnologiasTv e novas tecnologias
Tv e novas tecnologias
 

Último

AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxfabiolalopesmartins1
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 

Jornalismo Popular e Representação das Periferias

  • 1. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 Sound Branding: A Construção da Imagem da Marca no Rádio1. Sara Aragão de Almeida CAVALCANTE2 Andréa Pinheiro Paiva CAVALCANTE3 Universidade Federal do Ceará Resumo A marca é a apresentação de uma organização, é um composto sígnico de tudo aquilo que ela compõe. Cada elemento visual dela representa uma característica que deseja ser expressa. Trabalhar a sua visualisação e composição é uma estratégia de branding já bastante utilizada. Como inovação dessas estratégias, nasceu o sound branding, o qual, através de diretrizes sonoras, revela os significados da marca. Neste artigo apresentamos o conceito de sound brading e comentamos seus desdobramentos para os meios de comunicação, considerando ainda o uso de rádio como uma forte estratégia de branding. Palavras-chave: sound branding; marca; rádio. Introdução É, principalmente, através de uma marca que ocorre a identificação do consumidor com o produto, serviço ou organização que ela representa. Por isso, é fundamental que a marca se comunique de forma eficiente com seu público-alvo Muitas vezes, quando essa identificação acontece de modo eficaz, há um retorno bastante positivo, a marca pode passar a valer mais que o próprio bem ou serviço oferecido. “O branding é muito mais que planejamento estratégico da marca, está ligado diretamente à relação de afetividade que determinada marca tem com o cliente”. (LIZARDO et al. Apud COSTA, 2008, p. 2). Geralmente, o primeiro contato da empresa com o consumidor é através da marca, “Percebemos, assim, a fundamental relevância desse elemento sígnico nos processos comunicacionais das organizações” (PEREZ, 20004, p. 52). Com isso, os designers exploram as artes e suas vanguardas, as significações das cores, dos elementos 1 Trabalho a ser apresentado na Divisão Temática Publicidade e Propaganda do Intercom Júnior – Comunicação, Cultura e Juventude, evento componente do XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Estudante de graduação do 6º semestre de Comunicação Social – habilitação em Publicidade e Propaganda – da Universidade Federal do Ceará. E-mail: sara.aragaoc@gmail.com 3 Orientadora do trabalho, Professora do curso de Publicidade e Propaganda do ICA-UFC, e-mail: andréa@virtual.ufc.br 1
  • 2. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 visuais, para expressar, motivar e afetar o observador/consumidor da marca. “Na busca de qualquer objetivo fazem-se escolhas através das quais se pretende reforçar e intensificar as intenções expressivas, para que se possa deter o controle máximo das respostas” (DONDIS, 1997, p. 131). Quando a criação da identidade visual da marca é definida, ela pode ser adaptada para diversos meios que proporcionam o contato da organização com o consumidor, como o ponto de venda e as mídias. Porém, algumas mídias, como o rádio, não se têm possibilidades para adaptação da visualização da marca, tornando responsabilidade do texto publicitário identificá-la, o qual vai “(...) escrever especificamente para a visão, auxiliando com isso na recordação do produto” (MCLEISH apud PRITIKIN, 2001, p.99). Podemos perceber com isso, que o investimento de branding visual torna-se ineficaz para esse meio. Outra situação com a qual podemos encontrar é a repetição excessiva da marca do produto por parte do texto publicitário no rádio, como forma de ficar lembrando o ouvinte quem está anunciando, pois “Criar algo visual para produzir uma imagem memorável que faça as pessoas se lembrarem do produto exige uma grande imaginação” (MCLEISH, 2001, p. 100). Apesar das dificuldades de expressar o nome da marca de forma criativa no rádio, anunciar nele possui muitas vantagens. De acordo com Elisângela Godoy (2003) o rádio ainda hoje é um dos meios de comunicação mais populares, pois ele possui baixo custo de aquisição, abrangendo grande parte da população: atinge as pessoas que não sabem ler e de todas as classes sociais, além de estar presente em quase totalidade dos domicílios do Brasil, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – com dados divulgados em 2002, 89,9% das residências do Brasil possuíam o aparelho de rádio no ano de 1999. Além dessa presença do rádio no cotidiano das pessoas, podemos ressaltar também que anunciar no rádio é muito mais barato que anunciar em outras mídias. Outra vantagem da publicidade do rádio é a relação deste com os seus ouvintes, tratando-os com um caráter íntimo, como podemos perceber em Godoy apud Hartmann e Muller (2003, p. 3): Quem escuta é psicologicamente só, ele é único. O rádio permite manter uma relação interior com as pessoas. Possui a capacidade de ser um amigo. É muito importante identificar o ouvinte, não tratá-lo como um número. (...) É necessário que ele sinta a sua importância e (...) capaz de responder à mensagem recebida. 2
  • 3. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 Visualizamos ainda mais esse caráter íntimo quando McLeish (2001, p. 20) fala do significado do rádio para o indivíduo: O rádio desvia a pessoa de seus problemas, proporcionando relaxamento. Reduz os sentimentos de solidão, criando uma sensação de companhia. Ajuda a resolver problemas, agindo como fonte de informação e aconselhamento. Amplia a “experiência pessoal”, estimulando o interesse por assuntos, eventos e pessoas antes desconhecidos. Orienta o comportamento social, estabelecendo padrões e oferecendo modelos de identificação, entre outras. A partir de todas as características citadas acima, voltamos então para o conceito de branding da marca apresentada no início deste artigo. Ainda de acordo com Lizardo e col. Apud Costa, 2008, o branding “(...) É um conceito que está baseado nas relações humanas e nas experiências do cliente em relação à marca e todos os pontos de contato ‘experienciados’ por ela”. Percebemos, então, de acordo com o branding, a necessidade de aproximação da marca com o consumidor, aproximação essa que está intrínseca nas características do rádio. Com isso, podemos destacar a importância do sound branding, o qual hoje pode se desdobrar para as mais diversas mídias, sendo para o rádio, por causa das suas e das características de branding que serão discutidas no decorrer deste artigo, uma estratégia de branding bastante eficaz. O sound branding vem do inglês e significa constituição da marca sonora. Ele também pode ser tratado por áudio branding, entre outros. É o estudo do som para intensificar a identificação da marca. Entre as suas utilizações, temos a assinatura sonora. Esta se constitui em uma pequena melodia ou seqüência de notas musicais que podem vim no meio ou fim do comercial. Ela surgiu para ser mais uma alternativa de representação da marca que, por causa de todas as características relacionadas ao som, à música e ao ser humano, ajudará a melhorar a experiência que os consumidores têm com determinado bem ou serviço. A logo sonora, assim como a logo visual, também possui elementos que façam que o seu consumidor possa senti-la: Toda potencialidade de representação de uma idéia e/ou de um objeto residia no caráter expressivo do som: o ritmo, a intensidade, o timbre e o intervalo/as pausas, que se materializavam em uma fala marcadamente musical. Naturalmente estes valores básicos do som têm o poder de afetar o ouvinte de muitas maneiras, suscitando- lhe diferentes respostas emocionais. (TAVARES ET al; 2006, p. 2) 3
  • 4. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 A sociedade midiática contemporânea e a overdose de imagens. Atualmente, existem muitos estudos sobre a importância das imagens para a sociedade. A sua utilização com o objetivo de se comunicar não é recente, desde os primórdios era a forma encontrada de comunicação antes do advento da escrita. Por muito tempo, a escrita tornou-se o meio de comunicação das elites, pois não eram todos que poderiam ter acesso ao seu conhecimento. Hoje, a realidade é outra, na qual a maioria da população mundial é alfabetizada4. Paralelamente a estas mudanças, a imagem sempre esteve presente, quando não era a única forma de se comunicar, era a forma de entendimento daqueles que não tinham o conhecimento da escrita. Na atualidade, a imagem ganhou um sentido mais complexo. De acordo com Martine Joly5: Instrumento de comunicação, divindade, a imagem assemelha-se ou confunde-se com o que representa. Visualmente imitadora, pode enganar ou educar. (...) Consciente ou não, essa história no constituiu e nos convida a abordar a imagem de uma maneira complexa, a atribuir-lhe espontaneamente poderes mágicos, vinculada a todos os grandes mitos. (1996, p.19) A publicidade soube reconhecer este poder das imagens e delas passou a se utilizar, assim como a explorar os espaços em que ela podia estar presente, o cartaz multiplicou-se em outdoors6, busdoors7, empenas8. Com a tecnologia, agora há outras possibilidades, como os painéis de Led9, celulares, internet. Podemos perceber a predominância do uso de imagens para comunicação na nossa sociedade quando Ítalo Calvino10, faz a reflexão sobre a relação entre expressão verbal e visual: Voltemos à problemática literária, e perguntemos como se forma o imaginário de uma época em que a literatura, já não mais se referindo a uma autoridade ou tradição que seria sua origem ou seu fim, visa 4 De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, 20% da população mundial é analfabeta. No Brasil, esse número chega a 10,38% de sua população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – em pesquisa realizada no ano de 2006 . 5 Pesquisadora bastante conhecida pelos seus estudos sobre a análise da imagem. 6 Outdoor é um apalavra inglesa, mas seu significado em português não é o mesmo quando designada pela língua inglesa. Outdoor é uma mídia publicitária exterior. São placas moduladas, geralmente dispostas em locais de muita visibilidade. 7 Assim, como o outdoor, o busdoor pode ser definido como uma mídia externa. Sua tradução para português também possui um significado que diverge com o inglês. É considerado busdoor o espaço destinado na traseira de ônibus para veiculação de propagandas. 8 A empena também é considera uma mídia externa. Ela fica disposta em edifícios nas paredes ditas cegas, pois não possuem janelas ou qualquer ligação que permita a visão do meio interno para o meio externo - vice e versa - dos prédios. 9 Estrutura eletrônica de uso interno e externo, muito usada para fins publicitários. 10 (1923 – 1985) Foi um dos mais importantes escritores italianos do século XX. Formado em letras, é mais conhecido pelo caráter literário de suas obras. 4
  • 5. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 antes à novidade, à originalidade, à inovação. Parece-me que nessa situação o problema da prioridade da imagem visual ou da expressão verbal (que é um pouco assim como o problema do ovo e da galinha) se inclina decididamente para imagem visual. (CALVINO, 1990, p.102) Entre muitas outras inovações além das citadas acima, a imagem aproveitou-se de todos os espaços disponíveis a ela. Martine Joly consegue expressar muito bem a presença da imagem cotidiana com a frase: “No começo, havia imagem. Para onde quer que nos voltemos, há a imagem”. (JOLY, 1996, p.17). Também podemos complementar e explicar essa citação de Joly retomando o autor Ítalo Calvino: Hoje somos bombardeados por uma tal continuidade de imagens a ponto de não podermos distinguir mais a experiência direta daquilo que vimos há poucos segundos na televisão. Em nossa memória se depositam, por estratos sucessivos, mil estilhaços de imagens, semelhantes a um depósito de lixo, onde é cada vez menos provável que uma delas adquira relevo. (1990, p. 107). Não é à toa que a publicidade contemporânea tem, agora, como uma de suas principais discussões a poluição visual, a qual afeta a paisagem urbana, devido ao uso abusivo de placas, faixas, mídias eletrônicas, entre outros. Muitas leis estão sendo criadas, outras já executadas, que procuram regularizar o espaço público, como tentativa de revitalizar a “paisagem natural” das cidades. Como exemplo de leis que já estão vigor vale mencionar a “Lei Cidade Limpa”, do município de São Paulo. Ela impede o uso de mídia externa como outdoor, placas, banners, ficando restrito o uso apenas em espaços que contém mobília urbana: ponto de ônibus, relógios. Essa lei gera bastante polêmica, pois envolve questões jurídicas, como o direito de propriedade, livre concorrência. Apesar desses questionamentos, de acordo com o IBOPE11, a lei possui aprovação de 76% dos entrevistados. Os sons da sociedade. Apesar de o conceito de poluição visual estar sendo discutido há pouco tempo no Brasil, muito já foi discutido sobre a poluição sonora, tanto que esta já possui leis jurídicas12 quanto a sua violação. Ao mesmo tempo, o som torna-se bastante importante para a sociedade, seja no quesito entretenimento, seja informativo. 11 Resultado divulgado por notícias do site do IBOPE. Pode ser encontrada no site da instituição. <www.ibope.com.br> 12 Lei N.º 11.501 de 11 de abril de 1994: Dispõe sobre o controle e a fiscalização das atividades que gerem poluição sonora; impõe penalidades, e dá outras providências. 5
  • 6. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 Por muito tempo, assim como as imagens, o som era outra forma de comunicação entre os indivíduos, principalmente ao falarmos da presença da cultura oral, quando a sociedade podia se informar e retransmitir as informações pela palavra, no momento em que aquela, em sua maioria, não sabia ler nem escrever. “O som é um evento material que atinge o sistema auditivo humano e é percebido como tendo sonoridade, altura, volume, densidade e complexidade” (BAUER; GASKELL, 2008, p. 371). A partir do som, podemos reconhecer os ruídos e a música. Ainda de acordo com Martin Bauer e George Gaskell, o ruído é o som não desejado e a música, o som pretendido. O ruído é tema de bastantes estudos, pois ficar a sua exposição por um prolongado tempo pode afetar prejudicialmente o bem-estar das pessoas. Da mesma forma que a publicidade enxergou a importância das imagens para a sociedade, ela também percebeu a singularidade do som. Diversos estudos foram realizados sobre a relação deste com o ser humano. Fernando Costa Apud Murch (2003, p. 4) fala sobre essa relação no momento em que o som ainda era o sentido predominante: Nós começamos a ouvir antes de nascer, quatro meses e meio após sermos concebidos. Daí em diante, nos desenvolvemos em um exuberante banho de sons: a música da voz de nossa mãe, o ventarolar de sua respiração, o ressoar de suas entranhas, o tambor de seu coração. No decorrer dos outros quatro meses e meio, o Som é o rei soberano de nossos sentidos: a clausura e o mundo líquido da escuridão uterina fazem da Visão e do Olfato impossíveis, do Paladar, monocromático, e do Tato uma pálida idéia geral do que está por vir. O nascimento traz consigo o repentino e simultâneo deflagramento dos outros quatro sentidos, e uma intensa competição pelo trono que o Som havia proclamado seu. Apesar de essa citação priorizar o som quando ainda não nascemos ou somos recém-nascidos, a intensidade com que o sentimos permanece nos acompanhando por toda a vida, relacionando-se com os outros sentidos, o que podemos perceber quando Norval Baitello Júnior relaciona a audição com o tato: Se consideramos as características físicas do som, vamos constatar que a recepção de todo som se dá não apenas por um pedaço pequeno da pele chamado tímpano, mas por toda a pele, e que portanto a audição é uma operação corporal e não apenas uma operação visual, de luz. Som é vibração. E vibração opera sobre a pele. Podemos dizer, portanto, que toda voz e todo som é um tipo de massagem. É uma estimulação tátil, uma massagem sutil. (1997, p. 16) 6
  • 7. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 O som e posteriormente a música são bastante utilizados, principalmente, nas produções publicitárias voltadas para o rádio e para o audiovisual. Até pouco tempo, a preocupação das empresas encontravam-se apenas no branding visual da marca, desenvolvendo seu design. Porém, isso já não é mais o suficiente para diferenciar a marca perante o mercado alvo, fazendo com que as empresas busquem outras formas de fortalecimento da sua marca. Entre essas outras formas existe o sound branding. O “branding” e o “sound” da marca. Julian Treasure, pesquisador e presidente da Sound Agency, realizou em 2009 a palestra “As quatro maneiras que o som nos afeta”, qual tinha como tema principal o Sound Branding, na Universidade de Oxford13, Inglaterra. Na dicussão, Treasure afirma que “a maioria dos sons a nossa volta é acidental. E muitos deles provocam desconforto”. Devido a isso, passamos a ignorá-los. Os sons afetam a secreção hormonal do corpo humano o tempo todo, assim como seus batimentos cardíacos, sua respiração, suas ondas cerebrais. Como exemplo, o palestrante indica o barulho das ondas como tranqüilizador, o que não sabemos é que a freqüência desse som é a mesma realizada pela respiração humana quando estamos dormindo. Esse barulho das ondas também nos remete a descanso, férias, somente por associarmos. Associamos um som quando apenas algumas notas já nos fazem remeter algum outro momento ou emoção. Por isso vamos em busca de sons que nos são agradáveis. Outro ponto que o palestrante ressalta é o poder da música na associação da marca: “Música é o som mais poderoso que existe. Freqüentemente utilizado de forma inadequada. É poderoso por duas razões: Você a conhece rápido e associa muito poderosamente” (TREASURE, 2009). Devido a essas características do som, tem-se uma nova forma de intensificar o conceito da marca perante o público alvo: o sound branding é a forma de transformar o conceito da marca em som. Para isso, são estudados e pesquisados a personalidade, as atitudes, as preferências, entre outros segmentos do comportamento do consumidor para que sejam estabelecidas “diretrizes de sonoridade” da marca (assim como chama a 13 Em 2009, aconteceu o Programa TED GLOBAL da Universidade de Oxford, o qual tinha como tema “a substância das coisas não vistas”. Entre seus convidados estava Julian Treassure para realizar a palestra sobre sound branding. Pode-se ter acesso a ela pela internet, no link <http://www.ted.com/talks/lang/por_br/julian_treasure_the_4_ways_sound_affects_us.html>. Acesso em 22/05/ 2010). 7
  • 8. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 agência de sound branding Zanna14, a mais expressiva do segmento do Brasil). Depois de definida essas diretrizes, podem ser elaborados, entre outros, o som ambiente, a voz e entonação da marca, o seu tema musical e sua sonoridade, sendo este último o tema principal da nossa discussão. A importância desse novo segmento de sound brading, a assinatura sonora, pode ser percebida ainda na fala de Julian Treassure (2009): Quero deixar 4 regras de ouro do som comercial. Primeiro, seja congruente alinhando-o com a mesma direção da sua comunicação visual. Isso aumenta o impacto em mais de 1.100%. Se seu som está apontando para direção oposta, incongruente, você reduz o impacto em 86%. Isso é uma ordem de grandeza, para cima ou para baixo. Segundo, torne-o adequado para a situação. Terceiro, torne-o valioso, dê algo as pessoas com o som, não as bombardeie com qualquer coisa. E, finalmente, teste e teste novamente. Som é complexo, há muitas influências simultâneas. Os estudos sobre assinatura sonora ainda são feitos de forma resumida. Oficialmente, o primeiro congresso sobre o assunto aconteceu em novembro de 2009, na Alemanha, pela Audio Branding Academy - ABA15. Estudos regulares sobre sound branding no Brasil só vieram acontecer em abril de 2010, quando a Escola Superior de Propaganda e Marketing ofereceu a primeira oficina sobre o assunto16. No Brasil, as empresas de maior porte estão reconhecendo a importância desse segmento, muitas já investem em sound branding e até já possuem sua assinatura musical, é o caso da Intel. Poucas agências no mundo hoje são especializadas no sound branding da marca. A assinatura sonora da marca, não possui necessidade de ser acompanhada por qualquer expressão verbal, depende da vontade do criador ou cliente, pois a mesma pode substituir tanto a verbalização como a visualização de seus componentes de marca. O que nos permite perceber a diferença, entre outras, da sonoridade da marca com jingle. De acordo com TAVARES et al. (2006): O termo jingle vem do inglês e significa tinir, retinir, soar. Na linguagem publicitária, entretanto, ele é definido como uma composição musical e verbal de longa (15 a 30 segundos, às vezes, mais, contendo as características de uma canção) ou curta duração 14 Agência brasileira que oferece o sound branding como seu principal serviço. Ela está presente no Rio de Janeiro. 15 A ABA é a primeira instituição de comunicação sonora de branding. Foi criada em fevereiro de 2009 e fica em Hamburgo, Alemanha. 16 A ESPM Rio ofereceu uma oficina de sound branding desde 14 de abril de 2010. Teve duração de 20 horas dividida em cinco sábados e foi ministrada pela especialista Zanna – proprietária da agência de Sound branding de mesmo nome. 8
  • 9. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 (uma frase ou fragmento de frase musical associado a um nome de marca ou de um slogan; são estes respectivamente jingle-assinatura e jingle-slogan) feita especificamente para um produto ou serviço. (p.1) Considerações Finais O design da marca é elaborado e pode ser adaptado para diversos meios que possibilitem a comunicação visual. Com a idéia de sound branding, percebemos que os publicitários e empresas continuam se preocupando com o sentido da audição, acreditando na sua capacidade de aproximação com seus consumidores. Apesar de ele ser adaptado para outros meios de comunicação, como a TV e a internet, o sound brading não deixa de valorizar o meio rádio. Principalmente, quando falamos da capacidade desse meio de poder fazer enxergar, não só com que se é dito, mas também com que é capaz de suscitar a imaginação e provocar sensações no ouvinte. Quando falamos da constituição das assinaturas sonoras, percebemos a valorização do som na identificação emocional do público com a marca, fazendo com que ele não apenas a veja, mas, assim como a música, possa sentir, experienciar, viver as emoções que a marca lhe deseja passar. Quando aplicada no rádio, permite que o consumidor não encontre limites para sua imaginação. Referências BAITELLO, N. A Cultura do Ouvir. Seminários Especiais de Rádio e Áudio - Arte da Escuta – ECO, 1997. BAUER, Martin W. GASKELL, G. Pesquisa Qualitativa, com Texto, Imagem e Som: Um Manual Prático. Tradução de Pedrinho A. Guareschi. 7 ed. Petrópoolis, RJ: Vozes, 2008. CALVINO, I. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia das letras, 1990. 1ª Ed.[Lezione americane – Sei proposte per Il prossimo millenio, 1988]. Tradução Ivo Barroso. CALABRE, L. A Era do Rádio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002. COSTA e Silva, Adriana. Branding & Design: Identidade no Varejo. Rio de Janeiro: Rio Books, 2002. 9
  • 10. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 COSTA, F. Escutar tanto quanto se vê. (Como um filme iraniano, sobre uma criança cega, pode ensinar a ouvir?). Belo Horizonte: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos interdisciplinares da Comunicação XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2003. ECO, U. Como se faz uma tese em ciências humanas. 2ª Ed. Lisboa: Presença, 1977. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. GODOY, E. Rádio: Um Companheiro do Cego. Belo Horizonte: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos interdisciplinares da Comunicação XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2003 JOLY, M. Introdução à Análise da Imagem. Campinas: Papirus, 1996. LIZARDO, A; MALHEIROS, E; CARDOSO, E; AZEVEDO, L; DAMASCENO, V.; PEREIRA, E. Branding: A Importância da Marca. Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas. Artigo apresentado no Intercom, 2008. MCLEISH, R. Produção de Rádio: Um guia abrangente de produção radiofônica. São Paulo: Summus, 2001. MCLUHAN, M. Os Meios de Comunicação Como Extensões do Homem. 11. Ed. São Paulo: Cultrix, 2002. MEDITSCH, E. A compreensão da mensagem no radiojornalismo: uma abordagem cognitiva. Belo Horizonte: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos interdisciplinares da Comunicação XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2003 PEREZ, Clotilde. Signos da Marca: Expressividade e Sensorialidade. São Paulo. Pioneira Thompson, 2004. 10
  • 11. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010 TAVARES, S; SANTOS, Cláudia; SANTOS, Clerivaldo; NASCIMENTO, M. Brasília: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos interdisciplinares da Comunicação XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2006. TEASURE, Julian. Palestra. In: TED Global. Inglaterra, Universidade de Oxford. Exibido em novembro de 2009. Disponível em <http://www.ted.com/talks/lang/por_br/julian_treasure_the_4_ways_sound_affects_us.h tml>. Acesso em 22 mai, 2010. RIO DE JANEIRO (Município). Agência Zanna Sound. Comunicação Sonora. Disponível em <http://www.zanna.net>. Acesso em: 8 jun. 2010. 11