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Coreia do Norte X Coreia do Sul
O conflito na Coreia remete à dominação imperialista da península pelo Japão entre
1910 e 1945. Com a derrota do Japão na região durante a II Guerra Mundial, em
decorrência da interferência das forças armadas dos EUA e URSS, cada um dos países
passou a controlar uma parte da península, dividida pelo paralelo 38º. O acordo de
divisão entre as duas superpotências resultou na formação da República da Coreia do
Sul, sob domínio dos EUA, e a República Popular Democrática da Coreia do Norte,
apoiada pela URSS e China.
A Guerra Fria, iniciada logo após a II Guerra Mundial, e a ascensão ao poder do Partido
Comunista Chinês, após a Revolução Chinesa de 1949, gerou um conflito entre os dois
países. O ápice das hostilidades se deu com a decisão do governo da Coreia do Norte
de invadir a Coreia do Sul, com o intuito de realizar a unificação, em junho de 1950.
A Guerra da Coreia tomaria âmbito internacional, com a decisão do Conselho de
Segurança da ONU de intervir no conflito contra os norte-coreanos, sob comando dos
EUA. Tal decisão levou a URSS e a China a apoiarem as ações da Coreia do Norte. A
Guerra da Coreia mostrava ao mundo, de forma prática, a bipolarização entre as
esferas de influências dos EUA e da URSS.
Os confrontos diretos entre os exércitos deixou um saldo, entre os militares, de 300
mil baixas para os sul-coreanos, dezenas de milhares para as forças estadunidenses e
da ONU e entre 1,5 e 2 milhões de baixas para os chineses e norte-coreanos. Morreu
ainda um milhão de civis entre a população das duas Coreias. Estes números mostram
a profundidade do impacto da Guerra da Coreia na população da península coreana.
A guerra foi suspensa em 27 de julho de 1953, após a morte de Stálin, que possibilitou
uma reaproximação da URSS com os EUA. O armistício de Pan Munjon suspendeu a
guerra, mas não colocou fim a ela, sendo que em 2013 ainda está declarada,
mantendo as fronteiras entre os dois países próximas ao paralelo 38º.
Após a suspensão do conflito, os rumos tomados pelos países foram divergentes. A
Coreia do Norte foi governada pela “dinastia Kim”. Kim Il-sung governou de 1945 até
1994, quando foi sucedido por seu filho, Kim Jong-il. Este, por sua vez, morreu em
2011 e foi sucedido por Kim Jong-un, seu filho. A aproximação com a URSS garantiu à
Coreia do Norte ser suprida de suas necessidades econômicas e militares pela potência
soviética. Porém, com o fim da URSS em 1991 e do auxílio prestado, sua economia
entrou em franco declínio, aprofundado pelo fato do país não estabelecer laços
comerciais e diplomáticos com quase nenhum país além da China e Rússia. Os
enormes gastos em armamentos aprofundam os problemas econômicos, levando a
população a viver em péssimas condições de vida e, em muitos casos, em situação de
fome.
A Coreia do Sul desde a suspensão da Guerra da Coreia viveu governada por uma
sucessão de governos ditatoriais e corruptos, marcados por diversos golpes militares e
a utilização da oposição ao vizinho do Norte como forma de manter o poder. No final
da década de 1990, o país conheceu uma maior estabilidade política. No aspecto
econômico, a Coreia do Sul foi auxiliada pelos países do capitalismo ocidental,
principalmente os EUA, que realizaram vultosos investimentos na economia do país,
proporcionando um profundo desenvolvimento econômico e social, sendo um dos
principais “tigres asiáticos”.
A diferença entre a economia e a sociedade dos dois países reflete também o colapso
da Guerra Fria, com o capitalismo da esfera estadunidense se mostrando mais
eficiente que o capitalismo da esfera soviética.
Porta-aviões dos EUA durante a Guerra da Coreia (1950-1953). O conflito foi um dos
marcos da Guerra Fria.*
As relações entre as duas Coreias durante a década de 2000 foram contraditoriamente
marcadas pela aproximação econômica, de um lado, e pelo acirramento militar de
outro.
Esta aproximação militar pode ser vista na criação do parque industrial conjunto em
Kaesong, do lado norte-coreano da fronteira. Financiado por capitalistas sul-coreanos,
o parque abriga diversas indústrias, sendo a maioria pequenas empresas sul-coreanas
que atuam na área manufatureira produzindo roupas, calçados, relógios e utensílios de
cozinha, entre outros. Mais de 50.000 trabalhadores norte-coreanos laboram neste
parque. Como resposta às ameaças feitas por ambos os lados em conflito, o presidente
Kim Jong-un fechou a entrada do parque intercoreano em 03 de abril de 2013,
impedindo que 800 sul-coreanos adentrassem na área industrial.
Mas o maior receio está ligado à escalada das ações bélicas. Em 12 de fevereiro de
2013, a Coreia do Norte anunciou ter realizado com sucesso um terceiro teste nuclear
no campo de Punggye-ri, situado na região nordeste do país. Os dois primeiros testes
ocorreram em 2006 e 2009. Em 12 de dezembro de 2012, o governo norte-coreano
havia realizado um teste com um foguete espacial, considerado por especialistas como
um míssil balístico de longo alcance. Frente a isso, a ONU promulgou novas sanções ao
país do Norte, em 7 de março de 2013. A nova sanção acarretará uma piora das
condições sociais da população norte-coreana e servirá como argumento para os
discursos belicosos de ambos os lados. Desde então o governo norte-coreano tem
ameaçado diariamente atacar os EUA e a Coreia do Sul. Por outro lado, os dois países
realizam constantes manobras militares no mar e em terra, na região próxima à
fronteira entre os dois países.
A ameaça do governo norte-coreano, feita em 02 de abril, de reativar o reator nuclear
de Yonbyon tem piorado a situação. Utilizando tecnologia soviética para a produção de
energia nuclear e com capacidade de 5 megawatts, o reator foi utilizado para produzir
armamento atômico. Em 2007, a torre de resfriamento foi destruída, mesmo estando à
época já obsoleta. A ameaça de agora estabelece a reconstrução da torre de
resfriamento como início de reativação do reator de Yonbyon. O reator é capaz de
enriquecer plutônio, mas há interesse em reativar uma usina de enriquecimento de
urânio com o discurso de resolver os graves problemas energéticos do país e também
intensificar sua produção bélica nuclear.
Frente a essas ameaças, o governo dos EUA enviou à região do Pacífico dois grandes
navios de guerra, os destróieres USS John McCain e USS Decatur, com o intuito de se
mostrar pronto para um eventual ataque à Coreia do Norte, como para evitar que
mísseis lançados pelos norte-coreanos cheguem a territórios dos EUA, já que
equipamentos antimísseis também serão instalados na ilha de Guam.
A própria Coreia do Sul vem, há algum tempo, realizando testes com mísseis de longo
alcance, que poderiam atingir o vizinho do Norte.
Toda essa situação mostra que o conflito coreano ainda está vivo e que pode ter
desdobramentos nefastos. Além da preocupação com a escalada bélica da região, o
vestibulando deve ter em mente que a importância do conflito pode resultar em algum
conteúdo cobrado pelos vestibulares neste ano de 2013.

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  • 1. Coreia do Norte X Coreia do Sul O conflito na Coreia remete à dominação imperialista da península pelo Japão entre 1910 e 1945. Com a derrota do Japão na região durante a II Guerra Mundial, em decorrência da interferência das forças armadas dos EUA e URSS, cada um dos países passou a controlar uma parte da península, dividida pelo paralelo 38º. O acordo de divisão entre as duas superpotências resultou na formação da República da Coreia do Sul, sob domínio dos EUA, e a República Popular Democrática da Coreia do Norte, apoiada pela URSS e China. A Guerra Fria, iniciada logo após a II Guerra Mundial, e a ascensão ao poder do Partido Comunista Chinês, após a Revolução Chinesa de 1949, gerou um conflito entre os dois países. O ápice das hostilidades se deu com a decisão do governo da Coreia do Norte de invadir a Coreia do Sul, com o intuito de realizar a unificação, em junho de 1950. A Guerra da Coreia tomaria âmbito internacional, com a decisão do Conselho de Segurança da ONU de intervir no conflito contra os norte-coreanos, sob comando dos EUA. Tal decisão levou a URSS e a China a apoiarem as ações da Coreia do Norte. A Guerra da Coreia mostrava ao mundo, de forma prática, a bipolarização entre as esferas de influências dos EUA e da URSS. Os confrontos diretos entre os exércitos deixou um saldo, entre os militares, de 300 mil baixas para os sul-coreanos, dezenas de milhares para as forças estadunidenses e da ONU e entre 1,5 e 2 milhões de baixas para os chineses e norte-coreanos. Morreu ainda um milhão de civis entre a população das duas Coreias. Estes números mostram a profundidade do impacto da Guerra da Coreia na população da península coreana. A guerra foi suspensa em 27 de julho de 1953, após a morte de Stálin, que possibilitou uma reaproximação da URSS com os EUA. O armistício de Pan Munjon suspendeu a guerra, mas não colocou fim a ela, sendo que em 2013 ainda está declarada, mantendo as fronteiras entre os dois países próximas ao paralelo 38º. Após a suspensão do conflito, os rumos tomados pelos países foram divergentes. A Coreia do Norte foi governada pela “dinastia Kim”. Kim Il-sung governou de 1945 até 1994, quando foi sucedido por seu filho, Kim Jong-il. Este, por sua vez, morreu em
  • 2. 2011 e foi sucedido por Kim Jong-un, seu filho. A aproximação com a URSS garantiu à Coreia do Norte ser suprida de suas necessidades econômicas e militares pela potência soviética. Porém, com o fim da URSS em 1991 e do auxílio prestado, sua economia entrou em franco declínio, aprofundado pelo fato do país não estabelecer laços comerciais e diplomáticos com quase nenhum país além da China e Rússia. Os enormes gastos em armamentos aprofundam os problemas econômicos, levando a população a viver em péssimas condições de vida e, em muitos casos, em situação de fome. A Coreia do Sul desde a suspensão da Guerra da Coreia viveu governada por uma sucessão de governos ditatoriais e corruptos, marcados por diversos golpes militares e a utilização da oposição ao vizinho do Norte como forma de manter o poder. No final da década de 1990, o país conheceu uma maior estabilidade política. No aspecto econômico, a Coreia do Sul foi auxiliada pelos países do capitalismo ocidental, principalmente os EUA, que realizaram vultosos investimentos na economia do país, proporcionando um profundo desenvolvimento econômico e social, sendo um dos principais “tigres asiáticos”. A diferença entre a economia e a sociedade dos dois países reflete também o colapso da Guerra Fria, com o capitalismo da esfera estadunidense se mostrando mais eficiente que o capitalismo da esfera soviética. Porta-aviões dos EUA durante a Guerra da Coreia (1950-1953). O conflito foi um dos marcos da Guerra Fria.* As relações entre as duas Coreias durante a década de 2000 foram contraditoriamente marcadas pela aproximação econômica, de um lado, e pelo acirramento militar de outro. Esta aproximação militar pode ser vista na criação do parque industrial conjunto em Kaesong, do lado norte-coreano da fronteira. Financiado por capitalistas sul-coreanos, o parque abriga diversas indústrias, sendo a maioria pequenas empresas sul-coreanas que atuam na área manufatureira produzindo roupas, calçados, relógios e utensílios de cozinha, entre outros. Mais de 50.000 trabalhadores norte-coreanos laboram neste
  • 3. parque. Como resposta às ameaças feitas por ambos os lados em conflito, o presidente Kim Jong-un fechou a entrada do parque intercoreano em 03 de abril de 2013, impedindo que 800 sul-coreanos adentrassem na área industrial. Mas o maior receio está ligado à escalada das ações bélicas. Em 12 de fevereiro de 2013, a Coreia do Norte anunciou ter realizado com sucesso um terceiro teste nuclear no campo de Punggye-ri, situado na região nordeste do país. Os dois primeiros testes ocorreram em 2006 e 2009. Em 12 de dezembro de 2012, o governo norte-coreano havia realizado um teste com um foguete espacial, considerado por especialistas como um míssil balístico de longo alcance. Frente a isso, a ONU promulgou novas sanções ao país do Norte, em 7 de março de 2013. A nova sanção acarretará uma piora das condições sociais da população norte-coreana e servirá como argumento para os discursos belicosos de ambos os lados. Desde então o governo norte-coreano tem ameaçado diariamente atacar os EUA e a Coreia do Sul. Por outro lado, os dois países realizam constantes manobras militares no mar e em terra, na região próxima à fronteira entre os dois países. A ameaça do governo norte-coreano, feita em 02 de abril, de reativar o reator nuclear de Yonbyon tem piorado a situação. Utilizando tecnologia soviética para a produção de energia nuclear e com capacidade de 5 megawatts, o reator foi utilizado para produzir armamento atômico. Em 2007, a torre de resfriamento foi destruída, mesmo estando à época já obsoleta. A ameaça de agora estabelece a reconstrução da torre de resfriamento como início de reativação do reator de Yonbyon. O reator é capaz de enriquecer plutônio, mas há interesse em reativar uma usina de enriquecimento de urânio com o discurso de resolver os graves problemas energéticos do país e também intensificar sua produção bélica nuclear. Frente a essas ameaças, o governo dos EUA enviou à região do Pacífico dois grandes navios de guerra, os destróieres USS John McCain e USS Decatur, com o intuito de se mostrar pronto para um eventual ataque à Coreia do Norte, como para evitar que mísseis lançados pelos norte-coreanos cheguem a territórios dos EUA, já que equipamentos antimísseis também serão instalados na ilha de Guam. A própria Coreia do Sul vem, há algum tempo, realizando testes com mísseis de longo alcance, que poderiam atingir o vizinho do Norte.
  • 4. Toda essa situação mostra que o conflito coreano ainda está vivo e que pode ter desdobramentos nefastos. Além da preocupação com a escalada bélica da região, o vestibulando deve ter em mente que a importância do conflito pode resultar em algum conteúdo cobrado pelos vestibulares neste ano de 2013.