2. Economia açucareira e a sociedade do Engenho
● Faixa litorânea
● Sistema de plantation:
Latifúndio + Monocultura + Trabalho Escravo +
Exportação
● Sociedade do Engenho:
– Senhores de Engenho e famílias
– Trabalhadores assalariados (ex.: feitor, padre, etc.)
– Escravos
3. Outras atividades comerciais
● Algodão (para mercado interno, exceto na 2ª metade do séc.
XVIII, que foi para exportação)
● Tabaco (destinado ao mercado europeu e como “moeda” no
comércio de escravos com a África)
● Alimentos para o mercado interno (rapadura, aguardente,
farinha de mandioca, de milho ou de trigo, feijão, etc.)
● Drogas do sertão (cacau, cravo, canela, castanha, guaraná,
etc.) – exploração da área da Amazônia pelos colonos
● Pecuária – proibida pela Coroa numa faixa de 80km da costa
para o interior desbravamento do interior do território
4. Escravidão indígena
● Século XVI – predomínio de mão-de-obra escrava indígena nos
engenhos de açúcar
● Apresamento principalmente por “Guerra justa”, isto é, em
“legítima defesa”, para assegurar a liberdade de comércio ou para
garantir a pregação do evangelho
5. Por que houve a transição do trabalho
indígena para o africano?
Teses:
● Fernando Novais - Interesses metropolitanos (Coroa exercia
maior controle sobre o tráfico atlântico do que sobre a
escravização indígena)
● Luiz Felipe Alencastro – Irregularidade do comércio de
escravos indígenas (por diversos motivos, principalmente os
interesses dos jesuítas em assegurar a liberdade dos
indígenas, apoiando a escravização de africanos)
● Outros fatores:
– Declínio demográfico indígena
– Percepção pelos senhores de uma maior produtividade
dos africanos
6. Tráfico atlântico de escravos
● Alguns números:
12,5 milhões embarcados entre os séculos XVI e XIX
11 milhões chegaram nas Américas
4,5 milhões vieram para o Brasil
Por que aconteceu a escravização em massa dos africanos?
● Interesses mercantis
● Insuficiência demográfica em algumas regiões da América
● Justificativa religiosa → A Igreja Católica condenou a escravidão
indígena e legitimou o cativeiro dos africanos
● Convergência de interesses entre traficantes e elites africanas
7. → Durante todo o tempo de vigência da escravidão, os comerciantes
europeus e americanos contaram com o auxílio de africanos, cuja
tarefa era escravizar pessoas no interior da África.
→ Elites militares e políticas africanas se beneficiaram e
enriqueceram com o tráfico, às custas de um continente inteiro.
→ Já havia escravidão anteriormente, tanto na Antiguidade Europeia
quanto internamente na África subsaariana e islâmica. Mas nas
Américas, a partir da colonização, a escravidão pela primeira vez
passou a ter uma base racial. “Escravo” tornou-se sinônimo de
“negro”, embora nem todos os negros fossem escravos. Isso serviu
para fortalecer a discriminação contra negros e mulatos livres.
8. 20 de novembro: Zumbi e o
Quilombo dos Palmares (1629-
1694)
● “Quilombo” → “separado”, “sociedade guerreira (Angola,
século XVII)
● Na Serra da Barriga, em Alagoas, chegou a ocupar 27 mil
km² e a ter cerca de 20 mil habitantes.
● Aldeias: Macaco, Subupira, Dambrabanga, Zumbi, Tabocas,
Acotirene e Amaro, Andalaquituche, Aqualrene
● Economia: pecuária, alimentos, comércio com população
vizinha
9. Retrato de Zumbi
feito por Manuel
Victor.
Monumento a
Zumbi,
localizado na
Rua Presidente
Vargas, no
centro do RJ.
Dandara dos Palmares.
10. Ressignificando Palmares
● A ameaça que representou Palmares
● Zumbi, Palmares e o movimento negro brasileiro contemporâneo
● 20 de novembro de 1695: O assassinato de Zumbi
11. Zumbi – Jorge Ben
Angola, Congo, Benguela
Monjolo, Cabinda, Mina
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há
Uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados em carros de boi
Eu quero ver...
Angola, Congo, Benguela
Monjolo, Cabinda, Mina
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
De um lado cana de açúcar
Do outro lado cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
È senhor das demandas
Quando Zumbi chega é Zumbi
É quem manda
Eu quero ver...
12. Kizomba, A Festa Da Raça
Luiz Carlos da Vila
Valeu, Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terra, céus e mares
Influenciando a abolição
Zumbi, valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e Maracatu
Vem, menininha
Pra dançar o Caxambu
Ô,ô, Ô,ô
Nega mina
Anastácia não se deixou
escravizar
Ô,ô
Ô,ô,ô,ô
Clementina, o pagode é o partido
popular
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que congraça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Reza, ajeum e Orixá
Tem a força da cultura
Tem a arte e a bravura
E o bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede e nossa sede
De que o aparthaid se destrua
13. Antiga Poesia – Ellen Oléria
Minha nova poesia é antiga poesia
Eu me fiz sozinha, força feminina,
Escrevo sem ter linha, Escrevo tor to mesmo
Escrevo torto, eu falo tor to, pra seu desespero
É só minha poesia, ant iga poesia
Repito, rasgo, colo poesia
Sem maestria, mas é a minha poesia
Eu não sou mais menina
A minha poesia é poesia combativa
Eu ent endi seu livro, eu ente ndi sua língua
A gora minha língua, minha r ima eu faço
Eu já me fiz s ozinha, Eu t enho mais palavras
Da bo ca esco rrendo
Você dis se que tá junt o e eu continuo escrevendo
A planta é feminina, a luta é feminina
La mar, la sangre, em mi América latina
Meu desejo é o que, seu desejo não me defina!
Minha história é outra, tô rebo binando a fita!
Salve! Negras dos sertões neg ras da Bahia
Salve ! Clementina, Leci, Jovelina
Salve! Nor tis tas caribenhas clandestinas
Salve! Negras da Amér ica latina
A baixa autoestima
da dona Maria
Da sua prima, da sua filha e sua vizinha
Isso me intriga, isso me instiga
E se você não entendeu o que significa feminista
Esquento a barriga no fogão, esfrio na bacia
Cuido do filho do patrão, minha filha tá sozinha
A mão tá no trampo, a mente tá na filha
Um monte de gaiato em volta, ainda pequenina
Porque depois dos 40 é de casa pra igreja
É tudo é por ninharia, pretendente: Jesus, o
Messias
Tive que trabalhar, não pude parar
Guerreira estradeira, capoeira na ginga
Disseram pra neta que a vó era analfabeta
"O mundão não tá doido, acaba" mas ela não
Minha vó formou na vida e nunca soube o que é
reprovação, eis a questão
Se não me espelhou, não me espelhou
Não chamo de educação
Manhã d'água acende o nariz da esfinge
De racha tô cercado oiá Iemanjá vive
Aqui não tem drama ou gente inocente
Aqui tem mulher firme arrebentando as suas
correntes
A vida toda alguma coisa tentou me matar e eu
me refiz
Dandara, Acotirene