1) O documento discute os conceitos de compreensão e interpretação de texto, afirmando que a compreensão depende do que está escrito no texto enquanto a interpretação requer raciocínio e descoberta das relações no texto.
2) Apresenta três tipos de textos: descrição, narração e dissertação, explicando as características de cada um.
3) Discorre sobre conceitos semânticos como sinonímia, antonímia e homonímia e sobre os níveis de linguagem.
2. COMPREENSÃO TEXTUAL
A compreensão ocorre no nível do enunciado, ou seja, depende do que está
escrito, expresso no texto. Neste nível de abordagem, devemos manter-nos
nos limites do texto, no sentido de não fazermos nenhuma extensão do que
está dito. É a forma mais simples de abordagem. Nos concursos, costuma
aparecer em questões que tratam de sinônimos, substituições de termos,
mudanças de estrutura frasal, sem que se altere o sentido.
A compreensão está presente, em especial, em questões que exigem
avaliações como: “dê continuidade à frase”, “avalie a sequência correta de
acordo com o texto” “examine a referência de um termo” e tantos outros modos
de perceber se o candidato tem condições de reconhecer as relações internas
do texto. As questões de compreensão envolvem, em geral, aspectos do
léxico, da morfologia e da sintaxe.
3. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
A interpretação é o nível que mais surge em concursos, pois possibilita avaliar
o grau de desempenho do concursando em questões de leitura. A
interpretação depende de nossa capacidade de aproximação com o texto,
quanto melhor interpretamos, mais próximos chegamos de seu sentido. Na
interpretação, há necessidade de desenvolvermos um raciocínio sobre o texto
e descobrirmos suas relações.
A interpretação está presente em questões que apresentam, no enunciado,
termos como: “ideia central”, “objetivo do texto”, “intenção do autor”,
“inferência” e tantos outros que tenham por objetivo avaliar a capacidade do
sujeito para descobrir a intencionalidade do texto.
4. TIPOLOGIA TEXTUAL
1. Descrição: descrever é apresentar, através da palavra, um objeto, uma
pessoa ou um lugar. Na descrição o autor expõe as características do ser
descrito, principalmente através de pormenores que o identifiquem. A
descrição ocorre através do uso de palavras que possam criar na mente do
leitor uma imagem o mais fiel possível do objeto descrito. Nas descrições de
pessoas, o autor pode fazer um retrato de seu aspecto físico ou de sua
natureza interior.
2. Narração: O texto narrativo tem por finalidade relatar um acontecimento, por
isso seu núcleo central é a ação. Alguns elementos são básicos: o fato, a
personagem, o tempo-espaço e o narrador. Cada um deles tem função própria
dentro da narrativa. O fato é a ação desenvolvida que tomamos conhecimento
através do narrador. A personagem desenvolve a ação dentro do tempo e do
espaço. Para nós, leitores, a narrativa é como uma presentificação de algo que
não conhecíamos. A narrativa é o foco central de textos literários como
romances, contos ou novelas. Lá, o modo como o autor dispõe os fatos é
fundamental para que possamos acompanhar o desenrolar da ação. Nada
pode ser exigido do texto narrativo literário quanto à relação da ação com a
realidade, pois a literatura é o campo da ficção. Por outro lado, não se pode
estabelecer como pura ficção todo o texto literário.
5. 3. Dissertação: Os textos dissertativos têm por função principal expor alguma
ideia, com a finalidade de nos dar ciência de algum conhecimento ou
convencer-nos de algum argumento. Baseados nisso é que podemos
classificar os textos dissertativos em: dissertativo-expositivo e dissertativo-argumentativo.
Ambos são frequentes em provas, pois são fundamentais para
avaliar conhecimentos sobre temas importantes. O primeiro serve para expor
uma ideia, sem intenção direta de nos convencer, enquanto o segundo visa
apresentar argumentos com a finalidade de nos envolver em seus propósitos.
6. As atribuições da Semântica
Na Língua Portuguesa, o significado das palavras leva em consideração os
conceitos descritos a seguir:
Sinonímia
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam
significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: bondoso
– caridoso; distante – afastado; cômico – engraçado.
Antonímia
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam
significados diferentes, contrários, ou seja, os antônimos. Exemplos: bondoso
– maldoso; bom – ruim; economizar – gastar.
Homonímia
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que, embora possuam
significados diferentes, apresentam a mesma estrutura fonológica, ou seja, os
homônimos. Os homônimos subdividem-se em palavras homógrafas,
homófonas e perfeitas:
7. Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diferentes na
pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) – gosto (1ª pessoa do singular do
presente indicativo) / conserto (substantivo) – conserto (1ª pessoa do singular
do presente indicativo);
Homófonas – São as palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na
escrita.
Exemplos: cela (substantivo) – sela (verbo) / cessão (substantivo) – sessão
(substantivo);
Perfeitas: São as palavras iguais tanto na pronúncia como na escrita.
Exemplos: cura (verbo) – cura (substantivo); cedo (verbo) – cedo (advérbio).
8. Paronímia
Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que possuem significados
diferentes, porém são muito semelhantes na pronúncia e na escrita, ou seja, os
parônimos. Exemplos: emigrar – imigrar; cavaleiro – cavalheiro; comprimento –
cumprimento.
Polissemia
A polissemia caracteriza-se pela propriedade que uma mesma palavra possui de
apresentar vários significados. Exemplos: Hidrate as suas mãos (parte do corpo
humano) – Ele abriu mão dos seus direitos (desistir).
Hiperônimo
É uma palavra pertencente ao mesmo campo semântico de outra, mas com o
sentido mais abrangente. Exemplo: A palavra “flor”, que está associada aos
diversos tipos de flores, como rosa, violeta etc.
Hipônimo
O hipônimo é um vocábulo mais específico, possui o sentido mais restrito que os
hiperônimos. Exemplo: “Observar”, “olhar”, “enxergar” são hipônimos de “ver”.
9. Conotação e denotação
Na conotação, a palavra é empregada com um significado diferente do original,
criado pelo contexto, diferente do que está no dicionário da língua, utilizado no
sentido figurado. Exemplo: Ela tem um coração de pedra!
Já na denotação, a palavra é empregada em seu sentido original, com o
significado que encontramos quando consultamos o dicionário, o sentido literal.
Exemplo: O voo dos pássaros é admirável.
10. NÍVEIS DE LINGUAGEM
• A linguagem popular ou coloquial
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem
(solecismo - erros de regência e concordância; barbarismo - erros de
pronúncia, grafia e flexão; ambigüidade; cacofonia; pleonasmo), expressões
vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e
popular da língua.
• A linguagem culta ou padrão
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se
apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das
diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas
gramaticais.
• Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais “que vivem à margem das
classes dominantes: os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões” Eles a usam como
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam a gíria como meio
de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo.
11. • Linguaguem vulgar
Existe uma linguagem vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos
extremamente incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum
contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar multiplicam-se estruturas
com “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”, “Vamo i no mercado”.
• Linguaguem regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua
padrão, quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e
expressões e do ponto de vista fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares
amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
12. Coesão Textual
1. Coesão referencial
Alcançamos a coesão referencial utilizando expressões que retomam ou
antecipam nossas ideias.
2. Coesão lexical
Permite evitar a repetição de palavras e, também, unir partes de um texto.
3. Coesão sequencial
Trata-se de estabelecer relações lógicas entre as ideias do texto. Para tanto,
utilizamos os chamados conectivos (principalmente preposições e conjunções)