O documento discute prevenção contra cheias e inundações em Portugal, incluindo as estações em que ocorrem, as bacias hidrográficas mais afetadas, e estratégias de prevenção como monitoramento e sistemas de regularização de rios. Ele também fornece orientações sobre o que fazer antes, durante e depois de uma cheia.
1. Clube de Protecção Civil 2010 / 2011
Prevenção contra cheias e inundações
As situações de chuva intensa, que originam as cheias, encontram-se associadas a
condições de instabilidade atmosférica que, em Portugal continental, ocorrem geralmente do
Outono à Primavera.
As inundações ocorrem um pouco por todo o país mas as bacias hidrográficas dos médios
e grandes rios são as mais afectadas. Os rios Tejo, o Douro e o Sado têm um longo historial de
cheias, frequentemente reportadas na comunicação social. Outros rios apresentam actualmente
maior capacidade para evitar a ocorrência de cheias. O rio Mondego, por exemplo, dispõe já de
um sistema integrado de regularização (barragens e diques) que reduz a ocorrência de cheias
frequentes.
A acção preventiva constitui a estratégia mais eficaz no combate a este tipo de situações
extremas, dadas as suas graves consequências.
A prevenção de secas é efectuada através de duas componentes, a previsão, que
possibilita a antecipação de acções de controlo, e a monitorização, que permite detectar e 1
conhecer em cada instante o grau de gravidade da situação.
A previsão de secas é essencialmente climatológica. A monitorização e detecção têm uma
componente fortemente hidrológica.
O Instituto da Água é a entidade responsável em Portugal pela previsão e detecção de
secas, através do Sistema de Prevenção e Protecção de Secas que, apoiado na monitorização
(Programa de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos) e numa análise de secas regionais,
permite identificar as regiões do país em crise e acompanhar a sua evolução.
SE VIVE NUMA ZONA DE CHEIA:
- Adquira o bom hábito de escutar os noticiários da Meteorologia do Outono à Primavera.
- Procure informar-se sobre o historial de cheias passadas.
- Identifique pontos altos onde se possa refugiar e que estejam o mais perto possível de casa ou
do emprego.
- Elabore uma pequena lista dos objectos importantes que deve levar consigo numa possível
evacuação.
- Pondere a hipótese de fazer um seguro da sua casa e do recheio.
- Arranje um anteparo de madeira ou metal para a porta da rua.
- Tenha sempre em casa uma reserva para dois ou três dias de água potável e alimentos que
não se estraguem.
- Mantenha a limpeza do seu quintal, principalmente no Outono devido à queda das folhas.
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JUNTE NUM ESTOJO DE EMERGÊNCIA O SEGUINTE MATERIAL:
- 1 Rádio transístor e pilhas de reserva;
- 1 Lanterna e pilhas de reserva;
- Velas e fósforos ou isqueiro;
- Medicamentos essenciais para toda a família;
- Agasalhos, reserva de roupa e objectos;
- Artigos especiais e alimentos para bebés;
- Fotocópias de um documento de identificação para cada membro da família;
- Fotocópias de outros documentos importantes.
QUANDO HOUVER UMA CHEIA
- Mantenha-se atento aos noticiários da Meteorologia e às indicações da Protecção Civil
transmitidas pela rádio e televisão.
- Conserve o sangue frio. Transmita calma à sua volta.
- Acondicione num saco de plástico os objectos pessoais mais importantes e os seus documentos.
- Coloque à mão o seu estojo de emergência. 2
- Transfira os alimentos e os objectos de valor para pontos mais altos da casa.
- Liberte os animais domésticos e proceda à evacuação do gado para locais seguros.
- Coloque um anteparo à entrada da casa. Retire do seu quintal objectos que possam ser
arrastados pelas cheias.
- Prepare-se para desligar a água, o gás e a electricidade, se for caso disso.
DURANTE UMA CHEIA
MANTENHA A SERENIDADE
- Procure dar apoio às crianças, aos idosos e aos deficientes.
- Continue atento aos conselhos da Protecção Civil.
- Prepare-se para a necessidade de ter de abandonar a casa.
- Desligue a água, o gás e a electricidade.
- Não ocupe as linhas telefónicas. Use o telefone só em caso de emergência.
- Não caminhe descalço nem saia de casa para visitar os locais mais atingidos.
- Não utilize o carro. Pode ser arrastado para buracos no pavimento, para caixas de esgoto
abertas, ou até para fora da estrada.
- Não entre em zonas caudalosas. Há o risco de não conseguir suportar a força da corrente, além
de que pode ocorrer uma subida inesperada do nível da água.
- A água da cheia pode estar contaminada com substâncias indesejáveis. Não a beba.
- Procure ter sempre uma atitude prática perante os acontecimentos.
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SE FOR EVACUADO
- Mantenha a calma e respeite as orientações que lhe forem transmitidas pela Protecção Civil.
- Não seja alarmista. - Não perca tempo.
- Leve consigo uma mochila com os seus pertences indispensáveis, o estojo de emergência e uma
garrafa de água e bolachas.
- Esteja atento a quem o rodeia. Podem precisar da sua ajuda.
DEPOIS DA CHEIA
- Siga os conselhos da Protecção Civil.
Regresse a casa só depois de lhe ser dada essa indicação.
- Preste atenção às indicações difundidas pela comunicação social.
- Facilite o trabalho das equipas de remoção e limpeza da via pública.
- Ao entrar em casa, faça uma inspecção que lhe permita verificar se a casa ameaça ruir. Se tal
for provável, NÃO ENTRE.
- Não pise nem mexa em cabos eléctricos caídos. Não se esqueça de que a água é condutora de
electricidade.
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- Mantenha-se sempre calçado e, se possível, use luvas de protecção.
- Opte pelo seguro. Deite fora a comida (mesmo embalada) e os medicamentos que estiveram
em contacto com a água da cheia, pois podem estar contaminados.
- Verifique o estado das substâncias inflamáveis ou tóxicas que possa ter em casa.
- Comece a limpeza da casa pela dispensa e zonas mais altas.
- Beba sempre água fervida ou engarrafada.
Resultados possíveis de precipitação intensa
· Cheias rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos
sistemas de drenagem;
· Inundações nas zonas historicamente mais vulneráveis;
· Danos em estruturas montadas ou suspensas;
· Deslizamentos de terras e outros fenómenos geomorfológicos causados por instabilização de
vertentes associada à saturação dos solos, pela perda da sua consistência;
· Aumento do número de acidentes de viação, devido à existência de piso escorregadio e
eventual formação de lençóis de água ou ao arrastamento de materiais sólidos para a via.
Todos estes cenários podem ser prevenidos se, atempadamente, forem tomadas
medidas que anulem ou minimizem os seus efeitos.
Medidas de Prevenção
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· Às informações de meteorologia e indicações da Protecção Civil;
· À desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes que possam
ser arrastados;
· Ao não atravessamento de zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas
ou viaturas;
· À condução de veículos, nomeadamente nas vias propensas à formação de lençóis de água,
aumentando o perigo de acidentes rodoviários, pelo que se aconselha velocidades baixas;
· À adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras
estruturas suspensas;
· Evitar estacionar viaturas em zonas onde possam existir estruturas exteriores que possam cair,
nomeadamente árvores de grande porte;
· Às zonas de cheia das bacias dos rios, procurando, nomeadamente, colocar o gado e
equipamento agrícola ou outro tipo de equipamentos em zonas seguras.
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