O documento descreve um projeto interdisciplinar sobre energia atômica conduzido por professores de diferentes disciplinas. O projeto aborda a história da energia nuclear, suas aplicações e implicações éticas por meio de pesquisas, debates e atividades em grupo.
2. Projeto: Interdisciplinaridade e Energia Atômica
Professores:
Ângela, Cristiane, Osn
ey e José
Disciplinas:
Química, Física, Biolog
ia, Artes
História, Sociologia e
Filosofia
3. No cotidiano dos alunos, especialmente, os alunos
dos 3º Anos do Ensino Médio, o tema sobre a energia
nuclear é bastante recorrente. Desperta
polêmicas, curiosidades, e ímpeto por entender melhor
o funcionamento, a utilidade e as conseqüências do uso
da energia atômica. O tema é atual e ocupa longos
momentos nos nossos noticiários. A grande questão
suscitada é: a energia atômica é para o bem da
humanidade ou ela pode causar o seu extermínio?
Movido por essa máxima, nós (Prof. José Gomes, e
Profª. Maria Ângela) professores do 3º Ano do Ensino
Médio optamos por trabalhar o tema de maneira
interdisciplinar e transversal, visando uma maior
contextualização do mesmo. Para esse nosso
desafio, convidamos a profª Cristiane e profº Osney
4. - Compreender a Energia nuclear dos seus
primórdios aos dias atuais;
- Elencar as contribuições da energia nuclear;
- Analisar os processos que envolvem a
fabricação e o uso da bomba atômica;
- Ponderar sobre as implicações éticas que
envolvem a pesquisa atômica.
5. Conteúdo:
- Energia atômica;
- Energia Nuclear;
- Fabricação e uso da Bomba Atômica;
- Ética científica e Energia atômica.
6. - Uso de slides com o recurso do data-show;
- Pesquisa nos seguintes sites:
www.ciencia.hsw.uol.com.br/bomba-nuclear
www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/vol05a15.pdf
www.eletronuclear.gov.br
www.cnen.gov.br
www.ipen.br
- Navegação para visualizar vídeos que
complementem o entendimento do assunto.
7. - Engajamento nas atividades e temas propostos;
- Debate;
- Produção de textos críticos acerca do tema.
- Resolução de exercícios.
8. Os alunos serão estimulados durante o período de uma
semana a observarem na mídia, notícias relacionadas a
energia atômica. Essas notícias deveriam ser fichadas.
Como introdução ao tema; os alunos deverão compartilhar
os dados levantados durante o período de observação.
Interpelações serão utilizadas como forma de suscitar os
assuntos.
9. Duas aulas serão utilizadas para a exposição do tema. O
objetivo dessas aulas são de dotar os alunos de
conhecimentos teóricos sobre o assunto. Obviamente não
será utilizado o quadro e o giz (nada contra), mas
preparamos slides sobre o tema e utilizaremos o recurso do
data-show. Além do mais, acessaremos coletivamente um
vídeo postado no You tube que faz referência ao assunto.
Em outra aula, os alunos acessam, de maneira espontânea,
sites, vídeos, charges, slogans etc., sobre o assunto. A idéia é
deixá-los a vontade para trilhar e buscar sanar suas dúvidas.
As descobertas podem nos surpreender.
O último passo será um debate acalorado com o tema:
Energia atômica: boa ou ruim?
O resultado será exposto no blog.
12. Aspectos históricos e filosóficos
Qual a essência das coisas? Do que é feita a matéria?
Qual a origem dos seres? Perguntas como essas
desafiam o ser humano desde os tempos mais
antigos. Muitas respostas já foram propostas, sempre
levando em consideração o tempo e a cultura
daqueles que ousaram responder tamanho
questionamento. A primeira resposta que se
desvinculou do campo mítico foi a que Tales de
Mileto elaborou.
16. Tales, observou que o calor necessita de água, que o
morto resseca, que a natureza é úmida, que os
germens são úmidos, que os alimentos contêm
seiva, e conclui que o princípio de tudo era a água.
Mais tarde, observando que o ar é fundamental para a
vida e também capaz de produzir
movimento, Anaxímenes teria dito que o ar e não a
água seria o princípio de todas as coisas.
19. O princípio de tudo, o arqué, seria o
ar e as coisas da natureza seriam o ar
condensado em vários graus. A
rarefação e condensação do ar forma
o mundo.
A alma é ar, o fogo é ar rarefeito;
quando acontece uma condensação,
o ar se transforma em água, se
condensa ainda mais e se transforma
em terra, e por fim em pedra.
20. O ar é a própria vida, a força vital, a
divindade que “anima” o mundo.
Do ar nascem todas as coisas
existentes.
21. Apesar do grande esforço dos filósofos pré-
socráticos algumas perguntas insistiam em
aparecer: como a terra pode ser formada por água
ou ar? Para tentar resolver essa situação, outros
gregos resolveram colaborar. Leucipo e Demócrito,
postularam que a diversidade de substâncias que
observamos não poderiam ser atribuída a um
único elemento, mas sim a um conjunto básico de
substâncias que se misturavam. Concluíram que a
matéria era descontínua (possui partes vazias
como minúsculos “buracos”) e que se
dividíssemos a matéria em partes cada vez
menores chegaríamos a unidades indivisíveis,
eternas, homogêneas e invisíveis, às quais
denominaram átomos. Esses se diferenciam em
forma e tamanho e as propriedades da matéria
dependeriam do tipo de átomos que as constitui.
22.
23. Tudo o que existe é composto de
átomos, partículas invisíveis e indivisíveis. Os
átomos, infinitos em número, combinam-se uns
aos outros e formam todas as coisas.
24. Para Demócrito é o acaso ou a necessidade que
promove a aglomeração de certos átomos e a
repulsão de outros.
25. Com a queda do império romano no século V e o posterior
fortalecimento da Igreja, as tentativas de entender o
mundo ganharam um caráter mais religioso e tudo seria
obra divina e as explicações dos naturalistas perderam
sentido.
TECNOLOGIA E CIÊNCIA
Apenas no Renascimento, entre os séculos XIV e XVI, com
a revalorização das humanidades, em detrimento do
pensamento teocrático dominante, diferentes maneiras de
pensar o mundo emergiram. As formas de se praticar o
comércio muda, aparece as grandes Navegações Marítimas
e o Mercantilismo. A integração entre pessoas de diferentes
locais favoreceu as trocas culturais e novos saberes
afloraram. As descobertas de Cristóvão Colombo e
Galileu, redefiniram os mapas da terra e dos
céus, tornando muitos conhecimentos antigos obsoletos.
26. Foi por volta do século XVIII, entretanto, com a
Revolução Industrial, que aquelas questões iniciais sobre
a matéria retomaram lugar de destaque no pensamento
científico. Até então, o desenvolvimento tecnológico não
estava atrelado ao desenvolvimento científico. A
tecnologia vinculada à prática é muito mais antiga do
que a ciência, que está ligada a teoria. Desde a pré-
história o ser humano se valia de experiência prática
acumulada.
Todavia, para o aperfeiçoamento das máquinas a
vapor, pilares da Revolução Industrial, tornou-se
fundamental explicar os fenômenos observados (surgem
os filósofos empiristas: Lock, Hume e Bacon). Desde o
final do século XVIII, portanto, ciência, tecnologia e
sociedade passaram a andarem juntas, ligadas ao
desenvolvimento industrial. Nesse época se
multiplicaram as Universidades, os centros de
pesquisas, as publicações científicas, etc.
27. Vários países passaram a financiar as pesquisas em
ciência e tecnologia, visando aumentar a produção de
conhecimento, capital e poder. A partir dessa época, é
possível estabelecer uma forte relação entre
investimento em ciência e tecnologia e desenvolvimento
econômico e social.
Para explicar os resultados experimentais obtidos em
laboratório sobre a densidade dos materiais e as
proporções entre as substâncias que misturava para
obter novos produtos, o cientista inglês John Dalton, no
início do século XIX, retomaria as ideias
atomistas, publicando Novo Sistema de Filosofia
Química, livro no qual afirmava que os átomos existem
como esferas muito pequenas e maciças, com diferentes
tamanhos. Cada elemento químico teria seu próprio
átomo e esses se misturariam para compor as demais
28. O nome do livro é muito sugestivo, pois marca a
transposição de um modelo abstrativo e especulativo para
um paradigma científico, baseados em resultados
experimentais (empiria), incluindo medidas e relações
matemáticas entre elas. Novas experiências mostraram,
entretanto, que o átomo não seria uma bolinha maciça, mas
que seria composto de outras partículas menores com cargas
negativas (elétrons) e positivas (prótons).
Atualmente existem inúmeras polêmicas envolvendo a
energia nuclear. Em 1970 foi realizado o primeiro Tratado de
Não-Ploliferação Nuclear. O tratado autorizou apenas cinco
países a deter armas nucleares e a permanecer livres de
inspeções – EUA, Rússia, Reino Unido, França e China.
Calcula-se que Rússia e Estados Unidos possuam juntos 96%
(força capaz de destruir mais de 1 planeta terra)das armas
nucleares existentes no mundo. Apesar de novos acordos (
Tratado de redução de Armas Ofensivas Estratégicas
[START])preverem a diminuição desse arsenal em sete anos.