Este documento discute a importância da comunicação efetiva e do desenvolvimento pessoal para anestesiologistas. Apresenta os três inimigos da comunicação, como falhas de comunicação e comportamentos disruptivos prejudicam a equipe e os pacientes. Defende que anestesiologistas devem ser sábios de si mesmos, atentos, comunicativos e acessíveis para melhorar a segurança dos pacientes e as relações interpessoais.
Manifesto para o desenvolvimento do anestesiologista SACA
1. Um manifesto para o desenvolvimento do anestesiologista sábio
de si, atento, comunicativo e acessível.
Congresso Brasileiro de
Anestesiologia 2014. Recife, Brasil
Dr. Bruno C. R. Borges
Professor Assistente – McMaster University, Canadá
Anestesiologista Obstétrico e Pediátrico – Hamilton Health Sciences, Canadá
2. Os 3 Inimigos da Comunicação Eficiente
O “Anestesiologista Modelo”: Trazendo a
Atenção de Volta ao Foco Principal
Na Prática: Cenários e Técnicas
4. Fellowship, Aluno e Instrutor de Simulação em Anestesia
Muita Terapia (Individual, Casal, Grupo) – “Dinâmica Interpessoal”
Um Livro por Semana em Comunicação, Bem-estar e Trabalho de
Equipe (lista dos meus favoritos no final)
Aluno e Instrutor em Workshops em Comunicação e “feedback” há 3
anos (Residentes, Anestesiologistas e Profissionais da Faculdade de
Ciências da Saude da McMacmaster)
Chefe da Anestesia Obstétrica
Atleta de Esportes de Equipe
6. Comentários depreciativos a pacientes ou colegas da equipe
cirúrgica
Expressão de desdém ou desrespeito
Uso de palavrões, palavras vulgares, obscenas
Ameaças, Intimidação
Explosões de Raiva ou Conduta Agressiva
Humiliação, Ridicularização
“Disruptive Behaviors” - Website da Canadian Medical Protective Association (CMPA)
7. Rosenstein AH, O’Daniel M. Impact and Implications of Disruptive Behavior in the
Perioperative Arena. Journal of the American College of Surgeons 2006;203:96–105.
8. Disconecção entre membros do time
Medo
▪ “ele/ela vai tirar meu ganha pão”
▪ “eu serei agredido/insultado agora. 3,2,1…”
▪ “ninguém vai gostar de mim”
Desespero e Desesperança
▪ “Isso nunca vai mudar”
▪ “Agora é cada um por si!”
Isolamento e Solidão
▪ “Ninguém se importa com a com o que eu digo ou com anestesia”
▪ “Estão todos contra mim”
▪ “Eles querem que eu me prejudique e passe vergonha”
Vergonha e Culpa
▪ “É, acho que eu não sou um bom médico mesmo…”
▪ “Devia ter prestado mais atenção…”
9. Desperdício de energia mental,
física, psíquica
Desfunção da Equipe
Cérebro em modo de
sobrevivência
Abandono de Emprego
Encarecimento da Medicina
Falta de Sustentabilidade
Perda de foco principal:
cuidado do paciente
Exaustão, “Burnout”
10. Falhas de Ocasião
“Injetou anestésico local?” com curativo já instalado
Falhas de Conteúdo
“Esse paciente tem cama de UTI?” “Não, nunca tem cama disponível mesmo”.
Falhas de Audiência
Posicionamento do paciente posto em prática sem a presença do cirurgião
Falhas de Propósito
Enfermagem discute entre si se precisa-se de gelo para armazenar o rim a ser
transplantado. Ninguém sabe. Fica por isso mesmo.
Lingard L. Quality and Safety in Health Care 2004;13:330–4.
11. Ineficiência
Irritação e Estresse na equipe cirúrgica (comportamentos nocivos?)
Desperdício Material
Adaptações
Atraso
Incoveniência/desconforto do paciente
Cirurgia/procedimento errado
Lingard L. Quality and Safety in Health Care 2004;13:330–4.
12. Nossa Falta de Conhecimento
Falta de Insight Sobre Nosso Papel no
Problema
Como Prevenir e Remediar Comportamentos
Nocivos e Falhas de Comunicação
13. Para o paciente: segurança, menos dor,
menos dias no hospital, satisfação, etc.
16. Necessidades de um Indivíduo (Você): senso de
propósito/comunidade, auto-estima,
avanço/conquistas, respeito, saúde física,
reconhecimento, contribuição,
seguridade/estabilidade.
Equipe Ideal: eficiência, resiliência,
comunicação saudável, cultura de segurança,
ausência de hierarquias, plano compartilhado,
apoio, confiança e aprendizado mútuos.
18. As coisas que você controla:
Suas palavras
Suas ações / comportamentos
Sua anestesia
A ocorrência ou não da mesma
As coisas que você não controla:
Aparecimento/erupção de emoções/sentimentos em você,
ou nos outros
Comportamento de Cirurgiões, enfermeiras (os),outras
pessoas na sala de cirurgia, pacientes, ou equipamentos
quebrados.
19. Sempre assuma que “todos estão tentando
fazer o melhor possível”
Sempre assuma que “todos são bons nas
suas profissões”
Confiança
Curiosidade
Compaixão
20. Segurança do Paciente
Melhoria dos Relationamentos Interpessoais
Aprendizado Mútuo
21. Enfermeira -“Dr. Bruno, o senhor quer fazer
mais um exame de sangue neste paciente?”.
Anestesista: -“Não”.
Anestesista SACA: -“Não, mas, você está
preocupada com alguma coisa?”
22. Anestesista com dificultade de entubar
Cirurgião: “…”
Anestesista ainda com dificuldade de entubar
Cirurgião: por que você não usa um guia no tubo?
Anestesista pega, usa o guia e entuba rapidamente
Anestesista SACA: Obrigado por me lembrar de usar
o guia.
23.
24. Enfermeira – “Este paciente tem vaga reservada
na UTI com certeza”?
Anestesista – “Esse paciente não precisa ir pra a
UTI. E nunca tem vaga mesmo”.
An. SACA– “Eu particularmente não vejo
porque o paciente precisaria de UTI. Você tem
uma opinião diferente? Está preocupada com
alguma coisa específica?”
25. Anestesista para novo
residente/enfermeira/circulante/estudante na
sala de cirurgia:
“Se você notar alguma coisa estranha, por favor
me diga. Mesmo que seja parte do meu trabalho.
Você agora faz parte da equipe de segurança da
sala”.
26. A enfermeira aperta o botão de emergência
ao notar laringospasmo
Anstesista reclama grosseiramente na frente
de todos… Conseqüências?
Anestesista SACA: Obrigado por ter
apertado o botão. Eu só me preocupo
com…
27. Anestesista – “Este paciente tem vaga
reservada na UTI”?
Cirurgião – “Esse paciente provavelmente não
precisa ir pra a UTI. E nunca tem vaga mesmo.
Vamos prosseguir.”
Pausa para reflexão…
28. Descrição
“Devido a esse paciente ter DPOC grave, o tipo de incisão
e o tempo cirúrgico,…
Preocupação
…estou preocupado com a segurança dele, caso precise de
UTI. Do meu ponto de vista, essa probabilidade é alta….
Sugestão/Pergunta (Curiosidade)
…Preciso saber se a UTI pode recebê-lo antes de começar o
caso.
Por que você acha que a probabilidade de UTI é remota?
29. Foque em melhorar o que você pode
controlar (você, suas ações)
Tome conta dos membros do seu time
quando estiver bem e aceite ajuda quando
não estiver tão bem
Faça a sua sala de cirurgia um centro
(sagrado) de comunicação segura
30. “Thanks for the Feedback”, Sheila Heen
“Difficult Conversations”, Douglas Stone
“Crucial Conversations” and “Crucial
Confrontations”, Kerry Patterson
“Fierce Leadership”, Susan Scott
“Getting to Yes” e “The Power of a Positive
No”, William Ury
“Positive Personality Profiles”, Robert Rohm
Editor's Notes
que impede você particularmente de agir desta maneira?
Quais as consequencias de agir dessa maneira – enfermeira se sentirá importante, segura pra compartilhar outras preocupações clínicas.
Objetivo é manter as pessoas perceberem que você é
ável.