O documento discute as novas abordagens da história, incluindo a história cultural, a influência da antropologia, a representação como categoria central e o imaginário. Também aborda a história local e cotidiana, a memória e a importância da história do presente.
Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...
Faces da história
1. FACES DA
HISTÓRIA:
AS NOVAS
ABORDAGENS
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Professora Mestra
Andreia Regina Moura Mendes
2. JANO, DIVINDADE DO TEMPO
PASSADO E DO TEMPO FUTURO
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3. PARADIGMAS PARA A HISTÓRIA:
HISTÓRIA ECONÔMICA E HISTÓRIA
SOCIAL
A Escola dos Annales:
Annales
História das mentalidades.
História econômica.
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História total.
História narrativa.
Conceito de longa e média duração.
Uso de categorias: estrutura e conjuntura.
Materialismo histórico:
histórico
História enquanto processo dinâmico dialético.
Caráter científico do conhecimento histórico.
Análise das estruturas sociais.
História social.
4. CRÍTICA AOS PARADIGMAS
ANTERIORES
Materialismo histórico:
Reducionismo.
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Mecanicismo.
Etapismo evolutivo.
Escola dos Annale:
Ambição de uma história total.
Vazio teórico.
Reduzido poder explicativo.
5. A HISTÓRIA HOJE EM DIA
A transformação é a essência da História e o
tempo é sua dimensão de análise
Deve se evitar a idéia de que o processo histórico
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está associado ao progresso. Afirmar que o
processo histórico é dinâmico não significa dizer
que ele obedece a um desenvolvimento linear.
São os próprios homens, enquanto agentes da
história os responsáveis pelas mudanças nestes
processos.
Importante fazer uma história que mesmo
preocupada com o tempo passado esteja
comprometida com a explicação da realidade
presente.
7. HISTÓRIA CULTURAL
História Cultural:
A representação como categoria central.
Cultura enquanto um conjunto de sentidos
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partilhados e elaborados pelos homens para explicar o
mundo a sua volta.
Produção de sentidos para a realidade.
Encontro da história com a antropologia.
Vinculação da micro-história com a macro-história: do
tempo curto dos dados de um arquivo até o tempo
macro de uma época.
Utilização de novas fontes: memória oral, lendas,
mitos, cultura material, construções etc.
Perspectiva sociocultural.
Renovação da história política.
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“O texto do historiador tem a
pretensão de ser verdadeiro, mas
toda estratégia narrativa envolve
representação e reconstrução”.
PAUL RICOEUR
10. MUDANÇAS EPISTEMOLÓGICAS
A REPRESENTAÇÃO
A representação é a categoria central, ela envolve:
Percepção
Identificação
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Reconhecimento
Classificação
Legitimação
Exclusão
As representações são portadoras do simbólico, pois:
“carregam sentidos ocultos, que, construídos social e
historicamente, se internalizam no inconsciente
coletivo e se apresentam como naturais, dispensando
a reflexão”.
A História Cultural transforma-se numa
representação que resgata as representações, ou seja,
procura elaborar uma representação do que já foi
representado.
11. O IMAGINÁRIO
Sistema de idéias e imagens de representação coletiva.
Produto construído pelo homem que atribui sentido ao mundo.
Conjunto dotado de uma devida coerência e articulação
Características de historicidade e abrangência.
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Saber-fazer que ordena o mundo, provocando a coesão ou o conflito.
Tudo o que se considera realidade é o próprio imaginário.
Imaginário como uma forma de realidade.
Para a antropologia, o imaginário remete às noções de estruturas mentais,
de tendências permanentes de organização do espírito humano. Eles são
os arquétipos:
Consciência de uma realidade transcendente.
Idéia de morte, duplo e de além.
Conceitos de alteridade e unidade.
Atualização das origens.
Decifração do futuro.
Necessidade de evasão.
Luta ou polarização dos conflitos.
12. INFLUÊNCIA DA ANTROPOLOGIA
produção de uma nova narrativa.
trabalhos tanto com o individual quanto com o coletivo.
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associação da análise com à descrição e a descoberta de
novas fontes.
o fato do historiador pode ser objeto de várias versões.
sensibilidade na percepção e tradução da experiência
humana no mundo.
descrição densa: a antropologia indica como tratar as fontes
nas suas possibilidades mais profundas e revelar
significados.
Clifford Geertz: defesa da unidade de sentidos. Procurar
tecer com a fonte uma gama de relações e observações
possíveis, em uma recomposição cuidadosa de toda a trama
de significados socialmente estabelecidos.
Marshall Sallins: ênfase na busca da diversidade ou da
diferença entre as significações.
busca pelo relativismo.
13. ILHAS DE HISTÓRIA
MARSHALL SAHLINS
Objetivo da obra: analisar as mudanças culturais
provocadas pela chegada da segunda expedição do capitão
James Cook nas ilhas havaianas.
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Dentro de um contexto histórico específico, o evento
introduz a mudança na prática das categorias culturais.
Teoria nativa: reino sagrado sendo fundado a partir da
usurpação da dinastia já existente.
Durante o festival Makahiki acontecia a passagem do ano
novo e servia para reforçar o poder real. O capitão James
Cook aportou na época destas celebrações, e por uma série
de fatos foi transformado no deus-rival personificado, que
voltou para continuar a luta cósmica e assim, restabelecer
o seu poderio.
14. “(...)
a história havaiana certamente não é
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a única em demonstrar que a cultura
funciona como uma síntese de estabilidade
e mudança, de passado e presente, de
diacronia e sincronia.”
(Sahlins, 2003, p. 180)
15. OBSERVANDO O ISLÃ
CLIFFORD GEERTZ
Objetivo da obra: realizar um estudo comparativo da
religião muçulmana em diferentes contextos históricos.
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Oferecer uma explicação sobre os processos de mudanças
que marcaram o islamismo em cada área de estudo.
Busca pelo sentido mais geral dos processos de islamização
no Marrocos e Indonésia.
Observação das particularidades de cada cultura em
análise, como também percepção das diferenças e variações
internas.
O Islã encontrou uma sociedade formada em cada país,
mas lhe deu novas feições, favorecendo os processos de
mudança a partir dos elementos e categorias encontrados
dentro da própria sociedade.
16. “Ofato de que somente um (futuro) foi
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alcançado não prova que o presente estava
implícito no passado, mas que na história,
antes de acontecer, os eventos são
possibilidades e passam a ser certezas
somente depois.”
(Geertz, 2004, p. 71)
17. “Representar é, pois, fundamentalmente, estar no
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lugar de, é presentificação de um ausente, é um
apresentar de novo, que dá a ver uma ausência. A
idéia central é, pois, a da substituição, que
recoloca uma ausência e torna sensível uma
presença”.
Sandra Pesavento.
19. HISTÓRIA IMEDIATA:
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Domínio conceitual da história do tempo presente
Necessidade de situar a história imediata dentro do
conceito de contemporâneo
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Importância da categoria modernidade
Utilização de novos documentos: fontes audiovisuais,
sonoras e orais além de produções da mídia
Equívocos comuns:
Anacronismo
Desconsideração dos contextos geradores de diferenças e
semelhanças
“É impossível compreender seu tempo para quem ignora todo o
passado; ser uma pessoa contemporânea é também ter
consciência das heranças, consentidas ou contestadas”
René Rémond
21. COTIDIANO E HISTÓRIA LOCAL
Busca pela articulação entre a história individual com
a história coletiva.
Associação entre cotidiano e história de vida.
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Reflexão a respeito dos pressupostos da história do
cotidiano e história local.
História do cotidiano: uma história social capaz de
redimensionar a visão política.
História da vida privada.
Ligação da história do cotidiano com a história
cultural.
O queijo e os vermes, Carlo Ginzburg.
História do cotidiano enquanto objeto de estudo da
história das mentalidades, ou história nova francesa.
22. “ A vida cotidiana é a vida do homem inteiro; ou seja,
o homem participa na vida cotidiana com todos os
aspectos de sua individualidade, de sua
personalidade. Nela, colocam-se “em funcionamento”
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todos os sentidos, todas as suas capacidades
intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus
sentimentos, suas paixões, idéias, ideologias .(...)
Repetimos: a vida cotidiana não é alienada
necessariamente, em conseqüência de sua estrutura,
mas apenas em determinadas circunstâncias sociais.
Em todas as épocas, existiram personalidades
representativas que viveram uma cotidianidade não-
alienada; e, dado que a estruturação científica da
sociedade possibilita o final da alienação, essa
possibilidade encontra-se aberta a qualquer ser
humano.”
Agnes Heller
23. MEMÓRIA E HISTÓRIA LOCAL
Importância da história local para situar os
problemas significativos da história do presente.
A memória é fator relevante na elaboração de
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uma história local, tanto para historiadores como
para os alunos.
A memória impõe-se por ser a base da
identidade.
Os estudos de história local remetem aos
processos de construção identitária do aluno.
Necessário que os estudos de história local
enfoquem a memória familiar, do trabalho, da
migração, da festa, etc.
Foco nos “lugares da memória”: monumentos,
praças, edifícios públicos ou privados.
24. BIBLIOGRAFIA
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de
história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BORGES, Vavy Pacheco. O que é história. São Paulo:
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Brasiliense, 1987.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de
Janeiro: LTC, 1989.
_________________ Observando o Islã. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2004.
LURKER, Manfred. Dicionário de simbologia. São Paulo:
Martins e Fontes, 2003.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e história cultural.
SAHLINS, Marshall. Ilhas de história. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2003.