SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
DIFERENTES MODOS DE SE
VIVER A PAIXÃO: A SEMANA
SANTA NA CIDADE E NO
CAMPO
Docente
Andreia Regina Moura Mendes
andreia.mendez2@gmail.com
A Semana Santa
 A Semana Santa, período que marca simbolicamente a imolação, sacrifício e
ressurreição de Jesus de Nazaré para a crença cristã é uma festa móvel
intimamente relacionada ao Carnaval, de modo geral, a Páscoa é
comemorada quarenta e nove dias depois do Domingo de carnaval. O
Domingo de Ramos é uma data muito importante, pois inicia as celebrações
da Semana Santa ocorrendo sete dias antes do Domingo de Páscoa. Outro
dia importante neste ciclo é a Sexta-feira Santa, que acontece dois dias
antes da comemoração da Páscoa.
 A Páscoa cristã tem duas raízes, uma pagã e outra judaica. Entre os
pagãos, era uma comemoração da primavera e seus cultos e ritos estavam
associados aos ciclos lunares e solares. Como festa da primavera celebrava
a entrada de um ano novo e assim foi mantido pela cultura judaica e pelos
primeiros cristãos. Na Páscoa, os judeus também celebram o Êxodo - fuga
do Egito liderada por Moisés.
 O Domingo de Ramos celebra a entrada de Jesus em Jerusalém. O povo o
recebeu acenando com ramos verdes e folhagens, sendo esta a origem
para a benção dos ramos no domingo que abre a Semana Santa.
Venha Ver e a Semana Santa
 Em Venha Ver os ritos da Semana Santa são vivenciados de forma
coletiva e suas práticas usuais são respeitadas e partilhadas pelas
diferentes faixas etárias da população. Podemos observar muitas
práticas relevantes da Semana Santa, tais como a confecção de
uma cruz de palha no Domingo de Ramos, que é benta pelo padre
local. Retornando para casa, após a missa, as folhas e palhas
abençoadas são entrelaçadas no formato de uma cruz latina que é
fixada na porta de entrada (no caso, de Capim Santo), guardada
para a realização de chás curativos. A população local credita
diversos poderes a esta cruz de palha e confia que a mesma possa
livrar a família e a casa de doenças, mau-olhado, ventos fortes e
tempestades lhe atribuindo méritos e qualidades, já que a cruz seria
portadora de energia benéfica e protetora
 A quinta-feira que antecede o Domingo de Páscoa é marcada pela visitação
entre vizinhos, parentes e afilhados portando e oferecendo alimentos in
natura - geralmente os frutos da colheita de suas roças e sítios. Esta
instituição é conhecida por “esmola” e implica necessariamente numa
reciprocidade imediata, o que fortalece os laços de solidariedade e as
alianças entre as famílias locais, - e nos remete à teoria da dádiva de
Marcel Mauss (1950) .
 A Sexta-feira Santa foi o dia de um jejum maior, diferente dos praticados
em outras datas. A abstinência de açúcar e de carne vermelha foi
severamente observada e os incautos ameaçados pelos mais velhos com as
penas do purgatório.
 Na manhã do Sábado de Aleluia nos deparamos com os primeiros cortejos
de malhadores de Judas. Naquela cidade, os bonecos do Judas eram
confeccionados pelas crianças e adolescentes do sexo masculino e, em
seguida, levados em cortejo pelas ruas e sítios mais distantes. Todos os
adolescentes e crianças portavam máscaras de tecido ou borracha e
disfarçavam as vozes. A malhação estava marcada para a meia-noite.
Cruz de palha e Malhadores do Judas
A Semana Santa nas Rocas
A Sexta-feira de Paixão nas Rocas demonstra pouco do sentido
religioso já observado no campo – Venha Ver. Comum ver grupos
de pessoas, na maioria homens, sentados nas calçadas ou diante de
bares, conversando e tomando vinho. Na observação do mesmo
fenômeno no interior, percebemos que todo e qualquer
estabelecimento comercial encontrava-se fechado, inclusive sendo
interdita a venda neste dia. Entretanto, nas Rocas, o dia de feriado
se caracteriza como uma pausa para o descanso e encontro dos
conhecidos. Naquele dia a Igreja Católica do bairro das Rocas (A
Sagrada Família), encontrava-se com suas portas fechadas .
Segundo os relatos também persiste a instituição da “esmola da
Semana Santa”, quando pessoas carentes visitam as casas pedindo
algum auxílio ou alimento em memória da piedade de Jesus Cristo.
No caso das Rocas as pessoas viriam de outros bairros populares
pedindo a “esmolinha. Neste caso, não há a obrigação da
reciprocidade, o que difere do observado no interior. Outras práticas
cristãs da Semana Santa permanecem, como por exemplo o
respeito pela interdição da carne vermelha.
A festa como sentido da Semana
Santa
 A Malhação do Judas e a festa que sucede o ritual é o
aspecto mais emblemático da Semana Santa nas Rocas.
 Desde a seleção e coleta de materiais, até a confecção e
imolação do Judas, a malhação envolve todas as faixas
etárias e empresta o sentido religioso ao período.
 Diferentemente do observado em Venha Ver, todos
participam do ritual e colaboram para que o rito se
processe. Nas Rocas, é o Judas que personifica as forças
em conflito neste tempo religioso, sendo sua destruição
o motivo para a sociabilidade e celebração na forma de
uma grande festa.
Judas roqueiros

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

02 festa de nossa senhora de lourdes, alto su00 e3o sebastiu00e3o em ilhu00e9us
02 festa de nossa senhora de lourdes, alto su00 e3o  sebastiu00e3o em ilhu00e9us02 festa de nossa senhora de lourdes, alto su00 e3o  sebastiu00e3o em ilhu00e9us
02 festa de nossa senhora de lourdes, alto su00 e3o sebastiu00e3o em ilhu00e9usRoberto Rabat Chame
 
Beatriz 6º M
Beatriz 6º MBeatriz 6º M
Beatriz 6º Mevazmila
 
Programação Festa Padroeira Uruçuca
Programação Festa Padroeira Uruçuca Programação Festa Padroeira Uruçuca
Programação Festa Padroeira Uruçuca Roberto Rabat Chame
 
Breve história de maria marta
Breve história de maria martaBreve história de maria marta
Breve história de maria martaMascf
 
14 peçamos a deus o dom do espírito santo-
14  peçamos a deus o dom do espírito santo-14  peçamos a deus o dom do espírito santo-
14 peçamos a deus o dom do espírito santo-adrianojose1983
 
Trabalho de grupo de moral
Trabalho de grupo de moralTrabalho de grupo de moral
Trabalho de grupo de moralCarla Gonçalves
 
Simbolos Do Natal
Simbolos Do NatalSimbolos Do Natal
Simbolos Do NatalJNR
 
áRvore de natal história e significado
áRvore de natal história e significadoáRvore de natal história e significado
áRvore de natal história e significadoLuzia Gabriele
 
Simbolos 131127042118-phpapp01a
Simbolos 131127042118-phpapp01aSimbolos 131127042118-phpapp01a
Simbolos 131127042118-phpapp01aAnabela Barreira
 
Mariana e Filipa - 6º M
Mariana e Filipa - 6º MMariana e Filipa - 6º M
Mariana e Filipa - 6º Mevazmila
 
Santa Lucia Virgem e Martirio
Santa Lucia Virgem e MartirioSanta Lucia Virgem e Martirio
Santa Lucia Virgem e MartirioMartin M Flynn
 
Festas religiosas no Brasil
Festas religiosas no BrasilFestas religiosas no Brasil
Festas religiosas no BrasilLeonaldo Brandao
 

Mais procurados (19)

Natal
NatalNatal
Natal
 
Teologia16
Teologia16Teologia16
Teologia16
 
Simbologia Pascal
Simbologia PascalSimbologia Pascal
Simbologia Pascal
 
02 festa de nossa senhora de lourdes, alto su00 e3o sebastiu00e3o em ilhu00e9us
02 festa de nossa senhora de lourdes, alto su00 e3o  sebastiu00e3o em ilhu00e9us02 festa de nossa senhora de lourdes, alto su00 e3o  sebastiu00e3o em ilhu00e9us
02 festa de nossa senhora de lourdes, alto su00 e3o sebastiu00e3o em ilhu00e9us
 
Beatriz 6º M
Beatriz 6º MBeatriz 6º M
Beatriz 6º M
 
Programação Festa Padroeira Uruçuca
Programação Festa Padroeira Uruçuca Programação Festa Padroeira Uruçuca
Programação Festa Padroeira Uruçuca
 
Breve história de maria marta
Breve história de maria martaBreve história de maria marta
Breve história de maria marta
 
14 peçamos a deus o dom do espírito santo-
14  peçamos a deus o dom do espírito santo-14  peçamos a deus o dom do espírito santo-
14 peçamos a deus o dom do espírito santo-
 
Trabalho de grupo de moral
Trabalho de grupo de moralTrabalho de grupo de moral
Trabalho de grupo de moral
 
A historia do natal
A historia do natalA historia do natal
A historia do natal
 
Símbolos de natal
Símbolos de natalSímbolos de natal
Símbolos de natal
 
Feliz natal
Feliz natalFeliz natal
Feliz natal
 
Simbolos Do Natal
Simbolos Do NatalSimbolos Do Natal
Simbolos Do Natal
 
áRvore de natal história e significado
áRvore de natal história e significadoáRvore de natal história e significado
áRvore de natal história e significado
 
Simbolos do Natal
Simbolos do Natal Simbolos do Natal
Simbolos do Natal
 
Simbolos 131127042118-phpapp01a
Simbolos 131127042118-phpapp01aSimbolos 131127042118-phpapp01a
Simbolos 131127042118-phpapp01a
 
Mariana e Filipa - 6º M
Mariana e Filipa - 6º MMariana e Filipa - 6º M
Mariana e Filipa - 6º M
 
Santa Lucia Virgem e Martirio
Santa Lucia Virgem e MartirioSanta Lucia Virgem e Martirio
Santa Lucia Virgem e Martirio
 
Festas religiosas no Brasil
Festas religiosas no BrasilFestas religiosas no Brasil
Festas religiosas no Brasil
 

Semelhante a Diferentes modos de se viver a paixão

A Páscoa na visão do espírita
A Páscoa na visão do espíritaA Páscoa na visão do espírita
A Páscoa na visão do espíritaHelio Cruz
 
Dos Deuses PagãOs à SãO JoãO Batista
Dos Deuses PagãOs à SãO JoãO BatistaDos Deuses PagãOs à SãO JoãO Batista
Dos Deuses PagãOs à SãO JoãO BatistaÁlvaro Bernardes
 
Halloween para os cristaos (portugues)pptx
Halloween para os cristaos   (portugues)pptxHalloween para os cristaos   (portugues)pptx
Halloween para os cristaos (portugues)pptxMartin M Flynn
 
SEMANA SANTA DIA A DIA.doc
SEMANA SANTA DIA A DIA.docSEMANA SANTA DIA A DIA.doc
SEMANA SANTA DIA A DIA.docBrgidaAlves1
 
62 boletim da ipbjn - 31-03-2013
62   boletim da ipbjn - 31-03-201362   boletim da ipbjn - 31-03-2013
62 boletim da ipbjn - 31-03-2013ipbjn
 
Páscoa na visão espírita
Páscoa na visão espíritaPáscoa na visão espírita
Páscoa na visão espíritaTVBarsa
 
A páscoa e o espiritismo
A páscoa e o espiritismoA páscoa e o espiritismo
A páscoa e o espiritismoHelio Cruz
 
pedro martins luis moreira-páscoa final
pedro martins luis moreira-páscoa finalpedro martins luis moreira-páscoa final
pedro martins luis moreira-páscoa finalmargaridalopo
 
Pascoa em diversas religioes
Pascoa em diversas religioesPascoa em diversas religioes
Pascoa em diversas religioesQUEDMA SILVA
 
Pascoa Final ( Luís Moreira , Pedro Martins )
Pascoa Final ( Luís Moreira , Pedro Martins )Pascoa Final ( Luís Moreira , Pedro Martins )
Pascoa Final ( Luís Moreira , Pedro Martins )PedroHunpty
 
Pascoa final.pdf
Pascoa final.pdfPascoa final.pdf
Pascoa final.pdfJT77
 
Pascoa final.pdf
Pascoa final.pdfPascoa final.pdf
Pascoa final.pdfJT77
 
Significado da Páscoa
Significado da PáscoaSignificado da Páscoa
Significado da PáscoaANDRÉA LEMOS
 

Semelhante a Diferentes modos de se viver a paixão (20)

Apostila 16
Apostila 16Apostila 16
Apostila 16
 
Os feriados
Os feriadosOs feriados
Os feriados
 
A Páscoa na visão do espírita
A Páscoa na visão do espíritaA Páscoa na visão do espírita
A Páscoa na visão do espírita
 
Dos Deuses PagãOs à SãO JoãO Batista
Dos Deuses PagãOs à SãO JoãO BatistaDos Deuses PagãOs à SãO JoãO Batista
Dos Deuses PagãOs à SãO JoãO Batista
 
Tradições de loriga
Tradições de lorigaTradições de loriga
Tradições de loriga
 
Halloween para os cristaos (portugues)pptx
Halloween para os cristaos   (portugues)pptxHalloween para os cristaos   (portugues)pptx
Halloween para os cristaos (portugues)pptx
 
SEMANA SANTA DIA A DIA.doc
SEMANA SANTA DIA A DIA.docSEMANA SANTA DIA A DIA.doc
SEMANA SANTA DIA A DIA.doc
 
62 boletim da ipbjn - 31-03-2013
62   boletim da ipbjn - 31-03-201362   boletim da ipbjn - 31-03-2013
62 boletim da ipbjn - 31-03-2013
 
Páscoa na visão espírita
Páscoa na visão espíritaPáscoa na visão espírita
Páscoa na visão espírita
 
A páscoa e o espiritismo
A páscoa e o espiritismoA páscoa e o espiritismo
A páscoa e o espiritismo
 
Significado da quaresma
Significado da quaresmaSignificado da quaresma
Significado da quaresma
 
Será que o natal é bíblico
Será que o natal é bíblicoSerá que o natal é bíblico
Será que o natal é bíblico
 
pedro martins luis moreira-páscoa final
pedro martins luis moreira-páscoa finalpedro martins luis moreira-páscoa final
pedro martins luis moreira-páscoa final
 
Páscoa
Páscoa Páscoa
Páscoa
 
A Clave Outubro 10
A Clave Outubro 10A Clave Outubro 10
A Clave Outubro 10
 
Pascoa em diversas religioes
Pascoa em diversas religioesPascoa em diversas religioes
Pascoa em diversas religioes
 
Pascoa Final ( Luís Moreira , Pedro Martins )
Pascoa Final ( Luís Moreira , Pedro Martins )Pascoa Final ( Luís Moreira , Pedro Martins )
Pascoa Final ( Luís Moreira , Pedro Martins )
 
Pascoa final.pdf
Pascoa final.pdfPascoa final.pdf
Pascoa final.pdf
 
Pascoa final.pdf
Pascoa final.pdfPascoa final.pdf
Pascoa final.pdf
 
Significado da Páscoa
Significado da PáscoaSignificado da Páscoa
Significado da Páscoa
 

Mais de Andreia Regina Moura Mendes

Aula O ofício do cientista social- relato de uma pesquisa
Aula O ofício do cientista social- relato de uma pesquisaAula O ofício do cientista social- relato de uma pesquisa
Aula O ofício do cientista social- relato de uma pesquisaAndreia Regina Moura Mendes
 
Módulo do curso de didática: A A função social da ensino
Módulo do curso de didática: A A função social da ensinoMódulo do curso de didática: A A função social da ensino
Módulo do curso de didática: A A função social da ensinoAndreia Regina Moura Mendes
 
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuro
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuroAula Os sete saberes necessários à educação do futuro
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuroAndreia Regina Moura Mendes
 
Cibercultura a sociedade em rede e as mídias interativas
Cibercultura a sociedade em rede e as mídias interativasCibercultura a sociedade em rede e as mídias interativas
Cibercultura a sociedade em rede e as mídias interativasAndreia Regina Moura Mendes
 
Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...
Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...
Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...Andreia Regina Moura Mendes
 

Mais de Andreia Regina Moura Mendes (20)

Os deuses gregos e a origem dos mitos
 Os deuses gregos e a origem dos mitos Os deuses gregos e a origem dos mitos
Os deuses gregos e a origem dos mitos
 
Aula O ofício do cientista social- relato de uma pesquisa
Aula O ofício do cientista social- relato de uma pesquisaAula O ofício do cientista social- relato de uma pesquisa
Aula O ofício do cientista social- relato de uma pesquisa
 
Módulo do curso de didática: A A função social da ensino
Módulo do curso de didática: A A função social da ensinoMódulo do curso de didática: A A função social da ensino
Módulo do curso de didática: A A função social da ensino
 
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuro
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuroAula Os sete saberes necessários à educação do futuro
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuro
 
Palestra Competências para a cibercultura
Palestra Competências para a ciberculturaPalestra Competências para a cibercultura
Palestra Competências para a cibercultura
 
Aula Sociologia da educação
Aula Sociologia da educaçãoAula Sociologia da educação
Aula Sociologia da educação
 
Aula O nascimento da filosofia 2015
Aula  O nascimento da filosofia 2015Aula  O nascimento da filosofia 2015
Aula O nascimento da filosofia 2015
 
Aula A origem da filosofia
Aula  A origem da filosofia Aula  A origem da filosofia
Aula A origem da filosofia
 
Aula Para que serve a filosofia?
Aula  Para que serve a filosofia?Aula  Para que serve a filosofia?
Aula Para que serve a filosofia?
 
Cultura um conceito antropológico
Cultura  um conceito antropológicoCultura  um conceito antropológico
Cultura um conceito antropológico
 
Malhação do Judas: rito e identidade
Malhação do Judas: rito e identidadeMalhação do Judas: rito e identidade
Malhação do Judas: rito e identidade
 
Cibercultura a sociedade em rede e as mídias interativas
Cibercultura a sociedade em rede e as mídias interativasCibercultura a sociedade em rede e as mídias interativas
Cibercultura a sociedade em rede e as mídias interativas
 
O que é pós moderno
O que é pós modernoO que é pós moderno
O que é pós moderno
 
O conhecimento
O conhecimentoO conhecimento
O conhecimento
 
Ciência com consciência
Ciência com consciênciaCiência com consciência
Ciência com consciência
 
Faces da história
Faces da históriaFaces da história
Faces da história
 
O que é etnocentrismo
O que é etnocentrismoO que é etnocentrismo
O que é etnocentrismo
 
Democracia
DemocraciaDemocracia
Democracia
 
Aprender antropologia
Aprender antropologiaAprender antropologia
Aprender antropologia
 
Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...
Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...
Avaliação e o trabalho com as TIC's: as novas competências do professor na ci...
 

Último

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxAntonioVieira539017
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmicolourivalcaburite
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxLeonardoGabriel65
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticash5kpmr7w7
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdfjacquescardosodias
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...DirceuNascimento5
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfamarianegodoi
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPaulaYaraDaasPedro
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 

Diferentes modos de se viver a paixão

  • 1. DIFERENTES MODOS DE SE VIVER A PAIXÃO: A SEMANA SANTA NA CIDADE E NO CAMPO Docente Andreia Regina Moura Mendes andreia.mendez2@gmail.com
  • 2. A Semana Santa  A Semana Santa, período que marca simbolicamente a imolação, sacrifício e ressurreição de Jesus de Nazaré para a crença cristã é uma festa móvel intimamente relacionada ao Carnaval, de modo geral, a Páscoa é comemorada quarenta e nove dias depois do Domingo de carnaval. O Domingo de Ramos é uma data muito importante, pois inicia as celebrações da Semana Santa ocorrendo sete dias antes do Domingo de Páscoa. Outro dia importante neste ciclo é a Sexta-feira Santa, que acontece dois dias antes da comemoração da Páscoa.  A Páscoa cristã tem duas raízes, uma pagã e outra judaica. Entre os pagãos, era uma comemoração da primavera e seus cultos e ritos estavam associados aos ciclos lunares e solares. Como festa da primavera celebrava a entrada de um ano novo e assim foi mantido pela cultura judaica e pelos primeiros cristãos. Na Páscoa, os judeus também celebram o Êxodo - fuga do Egito liderada por Moisés.  O Domingo de Ramos celebra a entrada de Jesus em Jerusalém. O povo o recebeu acenando com ramos verdes e folhagens, sendo esta a origem para a benção dos ramos no domingo que abre a Semana Santa.
  • 3. Venha Ver e a Semana Santa  Em Venha Ver os ritos da Semana Santa são vivenciados de forma coletiva e suas práticas usuais são respeitadas e partilhadas pelas diferentes faixas etárias da população. Podemos observar muitas práticas relevantes da Semana Santa, tais como a confecção de uma cruz de palha no Domingo de Ramos, que é benta pelo padre local. Retornando para casa, após a missa, as folhas e palhas abençoadas são entrelaçadas no formato de uma cruz latina que é fixada na porta de entrada (no caso, de Capim Santo), guardada para a realização de chás curativos. A população local credita diversos poderes a esta cruz de palha e confia que a mesma possa livrar a família e a casa de doenças, mau-olhado, ventos fortes e tempestades lhe atribuindo méritos e qualidades, já que a cruz seria portadora de energia benéfica e protetora
  • 4.  A quinta-feira que antecede o Domingo de Páscoa é marcada pela visitação entre vizinhos, parentes e afilhados portando e oferecendo alimentos in natura - geralmente os frutos da colheita de suas roças e sítios. Esta instituição é conhecida por “esmola” e implica necessariamente numa reciprocidade imediata, o que fortalece os laços de solidariedade e as alianças entre as famílias locais, - e nos remete à teoria da dádiva de Marcel Mauss (1950) .  A Sexta-feira Santa foi o dia de um jejum maior, diferente dos praticados em outras datas. A abstinência de açúcar e de carne vermelha foi severamente observada e os incautos ameaçados pelos mais velhos com as penas do purgatório.  Na manhã do Sábado de Aleluia nos deparamos com os primeiros cortejos de malhadores de Judas. Naquela cidade, os bonecos do Judas eram confeccionados pelas crianças e adolescentes do sexo masculino e, em seguida, levados em cortejo pelas ruas e sítios mais distantes. Todos os adolescentes e crianças portavam máscaras de tecido ou borracha e disfarçavam as vozes. A malhação estava marcada para a meia-noite.
  • 5. Cruz de palha e Malhadores do Judas
  • 6. A Semana Santa nas Rocas A Sexta-feira de Paixão nas Rocas demonstra pouco do sentido religioso já observado no campo – Venha Ver. Comum ver grupos de pessoas, na maioria homens, sentados nas calçadas ou diante de bares, conversando e tomando vinho. Na observação do mesmo fenômeno no interior, percebemos que todo e qualquer estabelecimento comercial encontrava-se fechado, inclusive sendo interdita a venda neste dia. Entretanto, nas Rocas, o dia de feriado se caracteriza como uma pausa para o descanso e encontro dos conhecidos. Naquele dia a Igreja Católica do bairro das Rocas (A Sagrada Família), encontrava-se com suas portas fechadas . Segundo os relatos também persiste a instituição da “esmola da Semana Santa”, quando pessoas carentes visitam as casas pedindo algum auxílio ou alimento em memória da piedade de Jesus Cristo. No caso das Rocas as pessoas viriam de outros bairros populares pedindo a “esmolinha. Neste caso, não há a obrigação da reciprocidade, o que difere do observado no interior. Outras práticas cristãs da Semana Santa permanecem, como por exemplo o respeito pela interdição da carne vermelha.
  • 7. A festa como sentido da Semana Santa  A Malhação do Judas e a festa que sucede o ritual é o aspecto mais emblemático da Semana Santa nas Rocas.  Desde a seleção e coleta de materiais, até a confecção e imolação do Judas, a malhação envolve todas as faixas etárias e empresta o sentido religioso ao período.  Diferentemente do observado em Venha Ver, todos participam do ritual e colaboram para que o rito se processe. Nas Rocas, é o Judas que personifica as forças em conflito neste tempo religioso, sendo sua destruição o motivo para a sociabilidade e celebração na forma de uma grande festa.