1. O documento discute como propiciar momentos qualificados e ricos para que bebês e crianças pequenas tenham contato com livros, leitura e literatura.
2. É necessário tanto intervenção direta, como mediação das educadoras, quanto intervenção indireta, dando às crianças acesso livre aos livros.
3. Reorganizar a sala de aula para dar livre acesso aos livros e outros materiais aumentou o interesse e engajamento das crianças com os livros.
1. Em busca da construção de
pontes que anulam distâncias:
Como mediar o encontro dos
bebês e as crianças bem
pequenas com os livros, a
leitura e a literatura?
Ana Dondoni
(EMEI Maria Marques Fernandes)
Rosele Martins Guimarães
(FACED/UFRGS)
2. Bebês e as crianças bem pequenas
• Biológico;
• Ser social desde o nascimento;
• Ser potente, dotados de múltiplas capacidades
de relação e interação.
3. Bebês e as crianças bem pequenas
• Hábeis questionadores do mundo
• Exploram e interrogam o mundo em busca da
construção de significados, isto é, de
aprendizagem sobre si e o mundo.
Como funciona isso?
O que posso fazer com isso?
Quando faço isso... Acontece isso... Se eu fizer de
novo, acontece de novamente? O que mais pode
ser?...
4. Bebês e as crianças bem pequenas
• Biologicamente organizado para a vida
sociocultural (WALLON, 1986)
Pré-organizado desde o nascimento para o encontro com
o outro e para a troca social, condição constitutiva de
seu desenvolvimento
• Um Ser imaginativo (WINNICOTT, 1984)
5. [...] se não aprendermos a escutar as crianças, será
difícil aprender a arte de estar e conversar com
elas (de conversar em um sentido
físico, formal, ético e simbólico). Será também
difícil, acaso impossível, compreender como e
porque pensam e falam as crianças; compreender
o que fazem, pedem, planejam, teorizam ou
desejam; compreender qual mensagem
preferem, quais procedimentos exploram ou
elegem para influenciar seu entorno ou obter
conhecimento. (Loris Malaguzzi)
6. Bebê, criança bem pequena o
livro, a leitura e a literatura
• Pesquisa de mestrado (2010/sem II)
• Local: EMEI Maria Marques Fernandes
• Turma de berçário I (8 meses a 23 meses)
• Parceria com a Profª Ana e sua equipe de
educadoras
• Metodologia: Pesquisa intervenção; pesquisa
com crianças
7. Dos achados/resultados da pesquisa
• Se interessam
• Sentem prazer
• Elaboram pensamentos
• Atos de “entender” com a boca; interpelar com as mãos
acompanhavam as “leituras” multisensoriais dos livros
• Modos/jeitos singulares/ específicos de uso/leitura dos livros
reprodução interpretativa dos jeitos leitores
• Forma/norma convencional na cultura de uso do livro do
universo letrado
Quando lhes é ofertado, intencionalmente, situações qualificadas
e ricas de contato com livros e suas narrativas
8. Como propiciar momentos qualificados e
ricos para esses pequenos?
O que interfere, o que é necessário
ter, saber, ser para que possamos dar conta
de fomentar o desejo pelo livro, a leitura e
literatura?
9. Duas dimensões:
• Intervenção direta
• Intervenção indireta
O que as crianças fazem com os livros, o quanto
apreciam e buscam por eles e suas leituras é
uma projeção de um somatório de ações e
situações que lhes são oportunizados
11. Intervenção indireta: protagonismo das
crianças em contato direto com os livros
Objeto livro:
Manipulação , exploração dos suportes dos livros –
interpretação sinestésica, estética, estésica
Linguagens visuais, textuais, táteis, sonoras, olfativas
(PAIVA, 2010)
BebêsLivro
12. As crianças pensam no contato com os
livros, nas reações que os diferentes
suportes, superfícies, sonoridades
despertam
13. São duas dimensões que se
complementam, se nutrem e sustentam a
introdução do bebê e a criança bem
pequena no mundo simbólico do livro, a
leitura e a literatura
14. 1. Que livros usar numa turma de berçário?
2. Onde e quando as crianças teriam acesso a eles?
3. O que são narrativas?
Como são produzidas as narrativas?
4. O que é leitura?
15. Leitura
Compreende a leitura como uma ação no
mundo, que estabelece relações entre
diferentes linguagens e as vivências
experimentadas no mundo. (FREIRE, 1982)
Leitura como produção de sentidos.
(GOULEMOT, 1996)
16. Texto lido ultrapassa as palavras, as imagens e
abrange as formas, os traços, a sonoridade, o
movimento, a densidade, a textura,
as cores ...dos livros infantis.
(SANTAELLA ,2003)
17. Livro
• Portador de múltiplas narrativas, ferramenta
que engaja adultos e crianças na produção de
uma nova cultura de uso do objeto livro.
• Da materialidade do livro às ações interativas
e a produção de sentido
19. Mediadora de leitura
• Mediadora que aprecia, conhece, busca se
atualizar acerca da literatura infantil;
• Mediadora que sente prazer na partilha com as
crianças
• Trabalho em andamento de contação de
histórias e produção de diferentes narrativas.
20. O cenário da pesquisa
• Cantigas e contações de histórias, desde o
período da adaptação das crianças
• Projeto Adote
• Pouco acesso aos livros (biblioteca e na sala)
21. O que aconteceu?
1. Observação e diálogo com a Profª Ana e sua
equipe de educadoras
2. Proposição dos cestos dos livros
3. Reorganização da sala/livre acesso aos livros
e outros materiais/brinquedos
4. Maior escuta e diálogo com as crianças
durante a contações/leituras de histórias
23. )...Conclusões...(
Primeiras experiências e noções de leitura:
estéticas, sinestésicas, multissensoriais.
O contato direto, livre e lúdico com os livros, é
fundamental.
Ninguém aprende a ler e, principalmente, gostar
de ler, teoricamente. É preciso praticar. Uma
prática que
inicia ouvindo narrativas e, também, explorando
as superfícies de leitura.
24. As “leituras” são aprendizagens construídas através
da relação com adultos e mesmo com outras
crianças.
Ofertar livros, por mais adequados e ricos que
sejam, não é a garantia que as crianças irão
significá-los como objetos para serem
“lidos”, brincados, imaginados apreciados.
Como uma aprendizagem social, o uso do livro e da
leitura, tanto das letras como dos aspectos gráfico
e visual dos livros, prescinde de mediadores que
ora ajam direta, ora indiretamente na interação
dos pequenos com os livros.
25. Não basta narrar histórias as crianças, é preciso
possibilitar que possam tocar
, vivenciar, atualizar em movimentos e
expressividade a narrativa das imagens, das
formas, das histórias...
26. O Livro trampolim
A criança se experimenta e se joga a outros
meios, que mobilizam para outros
fazeres, outros saberes, outras partilhas, outros
lugares, outros desejos, outros prazeres e outras
linguagens.