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ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO
CONVERSA EM FAMÍLIA
Professora: Joana Ormundo Matéria: Teorias do Texto
Maio 2013
Ana Carolina Polo da Cruz Felício RA: B621EE-4
Déa Dilma Dias Corrêa de Souza RA: B804AB-8
Fátima Cristiane M. da Silva RA: B7878F-3
Nelson Chanquini de Lima Filho RA: B821IH-7
Sônia Sara de Oliveira Gomes RA: B7246F7
ÍNDICE
Apresentação.....................................................................................................................1
Transcrição da Conversa...................................................................................................2
Autorização........................................................................................................................4
Análise da Conversação.....................................................................................................5
Questões sobre o trabalho (pré-projeto feito em sala de aula)..........................................8
Bibliografia......................................................................................................................10
APRESENTAÇÃO
Como diria Luiz Antônio Marcuschi, “a conversação é a prática social mais comum no
dia-a-dia das pessoas”. É através dela que podemos observar a nossa língua na prática, a
nossa pontuação, a nossa habilidade de nos comunicarmos com o outro (ou com os
outros) de maneira clara e objetiva, fazendo com que sejamos compreendidos. Em
segundo plano, a análise da conversação nos disponibiliza a construção de identidades
sociais no contexto real, sem artifícios ou correções – é a nossa naturalidade como
falante que domina.
Mas, para realizarmos tal tarefa, é necessária uma enorme coordenação de ações que
vão além da simples habilidade linguística do falante, preocupando-se com os
conhecimentos paralinguísticos (gestos, por exemplo) e sócio-culturais (região,
educação, renda, entre outros), que ultrapassam a visão de uma análise estrutural,
passando para uma interpretação individual de cada integrante da conversa.
Cada falante é único. Cada falante usa a sua língua de uma maneira diferente, sendo o
contexto um dos principais fatores de análise dessa atividade social.“A rigor, a Análise
da Conversação (aqui, tratada constantemente como AC), é uma tentativa de responder
a questões do tipo: como é que as pessoas se entendem ao conversar? Como sabem que
estão se entendendo? Como sabem que estão agindo coordenada e cooperativamente?
Como usam seus conhecimentos linguísticos e outros para criar condições adequadas à
compreensão mútua? Como criam, desenvolvem resolvem conflitos interacionais?”¹
A partir dos conhecimentos adquiridos com a leitura do livro Análise da Conversação,
de Luiz Antônio Marcuschi, e do conhecimento adquirido em sala de aula, buscamos,
neste trabalho, analisar uma conversa de caráter familiar.
¹MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo: Ática, 2007.
TRANSCRIÇÃO DA CONVERSA
São Paulo - 2013
(Contexto: S está conversando com N sobre a compra de um celular novo quando M
coloca na mesa uma tigela de chouriço que oferece ao J.)
S: Paga mais os... só de taxa, ce deve tá paganu uns quarenta e cinco: : :
M: Olha Joaquim
S: Esse telefone dela é estranho Nelson
M: [[eu naum sei ce gosta ein
N: Eu vou comprá um quivendi ali na Lapa dois chipi
S: Dois chifri não são dois chipis. Que isso”
J: É uma delícia exprementa pra vê qui gostoso que é
S: [[o churiço”
M: É a coisa melhor dibãoqui tem
S: [[ é churiço”
M: É
S: Eu comia isso quando era piquena
N: [[é assado Joaquim”
S: [[am”
M: Ai é muito bão
N: É assado, frito, como que é”
S: É cru
M: [[nããão é cru
S: É os bofi do boi
J: Não é cozido, tá feito, tá feito, é o sangui
M:[[é naaada é o sangui
S: É o sangui do boi tó
M: [[magina o sangue do boi
S: Ce num toma sangue di boi? Comi o sangue di boi ((risada))
N: O boi eu sei qui é gostoso
J: [[muito gostoso
M: Aii eu adoru
(+)
S:Qui horror
J: [[podi frita também mas eu achuqui ele frito ele perde o gosto
N: [[é deixo xo pegar uma... uma latinha
S: [[AHHHHH
J: Issu me faz lembrá o arroz cum...
N: [[meu irmão foi buscá sem álcool puce Joaquim
pera aí
J: Eli faz lembráuuu... o arroz ao molho pardo qui é...
M: [é né”
N: Fedi”
(+)
S: É horrível
J: É, o sangui de galinha qui é uma delícia
M: Ai Joaquim, para
J: Nossa eu... eu não vejo a hora difri
M: [[comi cuca, faisbem
S: [[ai não, naumqueru isso não
AUTORIZAÇÃO
As autorizações foram feitas separadamente numa folha impressa, entregue para a
professora Joana Ormundo.
Eu, Maria Aparecida Polo, autorizo a utilização da gravação de voz feita no dia doze de
maio de dois mil treze,às treze horas.
ASSINATURA: ______________________________________________
Eu, Nelson Henrique Polo, autorizo a utilização da gravação de voz feita no dia doze de
maio de dois mil treze, às treze horas.
ASSINATURA: ______________________________________________
Eu, Silvia Regina Polo da Cruz Felício, autorizo a utilização da gravação de voz feita no
dia doze de maio de dois mil treze, às treze horas.
ASSINATURA: ______________________________________________
Eu, Joaquim Carlos da Cruz Felício, autorizo a utilização da gravação de voz feita no
dia doze de maio de dois mil treze, às treze horas.
ASSINATURA: ______________________________________________
ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO
Esta conversa foi gravada no dia doze de maio de dois mil e treze, por volta das treze
horas, quando a M estava preparando o almoço em comemoração ao dia das mães.
Todos (J, S e N) estavam sentados diante de uma mesa redonda, S estava conversando
com N sobre o celular de uma outra pessoa que não participou do diálogo, enquanto M
estava conversando com J e subitamente, abriu a geladeira e tirou um pote contendo
chouriço e pediu para que J experimentasse.
Logo, a conversa ficou em torno do alimento diferente que M tinha colocado na mesa e
que S e N não estavam muito certos de que conheciam o chouriço e de que era gostoso.
Podemos observar, no decorrer do diálogo, que por diversas vezes os participantes
“atropelam” uns aos outros, querendo tomar o turno, o que nos faz lembrar uma regra
geral básica que Marcuschi citou em seu livro: fala um de cada vez. Se esse esquema
não for seguido, pode acontecer de um falante não entender o outro, formando lacunas
(como aconteceu diversas vezes com o J, que não conseguia terminar a frase) e breves
interrupções que aos olhos dos outros, pode soar como algo grosseiro. Nesse caso, para
evitar esse conflito, é necessário que os falantes observem quem tem a palavra e
quando, respeitando o turno (aqui entendido como aquilo que um falante faz ou diz
enquanto tem a palavra, incluindo aí a possibilidade do silêncio).
Além disso, podemos notar a sobreposição de vozes, ou seja, o turno é realizado desde
seu início por várias pessoas ao mesmo tempo. No momento em que isso ocorre, como
por exemplo:
S: [[o churiço?
M: É a coisa melhor dibãoqui tem
S: [[ é churiço?
M: É
No caso, o S teve que perguntar duas vezes, pois ele não conseguiu atingir a sua meta na
primeira tentativa de perguntar a M o que continha dentro do pote, pois M estava se
dirigindo a todos os falantes e não especificamente a S. Outro exemplo de
simultaneidade:
N: [[é assado Joaquim?
S: [[am?
M: Ai é muito bão
N: É assado, frito, como que é?
S: É cru
M: [[nããão é cru
S: É os bofi do boi
J: Não é cozido, tá feito, tá feito, é o sangui
N também teve de fazer a sua pergunta duas vezes, pois na primeira ele não conseguiu
obter a resposta de J, já que S e M tomaram o turno e responderam por ele. Apenas
quando S concluiu a sua resposta que J pôde responder a N que o chouriço é cozido.
J: Issu me faz lembrá o arroz cum...
N: [[meu irmão foi buscá sem álcool puce Joaquim
pera aí
J: Eli faz lembráuuu... o arroz ao molho pardo qui é...
M: [é né”
J não conseguiu completar a sua frase, pois enquanto estava tentando recordar o
acompanhamento do arroz, N tomou o seu turno e desviou completamente a conversa,
avisando ao J de que o irmão de N foi buscar cerveja sem álcool para J, assunto que não
estava em pauta.
M: Ai Joaquim, para
J: Nossa eu... eu não vejo a hora difri
M: [[comi cuca, faisbem
Mais uma vez, J não conseguiu terminar a sua frase, pois M tomou o seu turno quando
foi se direcionar para outro falante.
Outra observação que pode ser feita em nossa análise é a questão das pausas, hesitações
e o silêncio que ocorreram durante o diálogo.
S: Paga mais os... só de taxa, ce deve tá paganu uns quarenta e cinco: : :
Nessa fala, S tenta se recordar da quantia exata do preço do celular, necessitando de um
tempo para que possa se lembrar do valor, S utiliza de uma técnica chamada
reduplicação de artigo, com a utilização da vogal “o” da palavra “cinco”. Às vezes, essa
técnica funciona para o ouvinte como um pedido de socorro, ou seja, como se ela
tivesse dito “me ajudem a lembrar do valor do celular”.
Em outra situação da conversa, há um breve silêncio:
N: Fedi”
(+)
S: É horrível
Este silêncio pode significar que nenhum dos outros falantes (S, J e M) optou por tomar
o turno, deixando o N sem resposta. Após a pausa, S toma a palavra e responde a
pergunta.
QUESTÕES SOBRE O TRABALHO
(PRÉ-PROJETO FEITO EM SALA DE AULA)
1) Introdução:
Após a leitura do livro Análise da Conversação, de Luiz Antônio Marcuschi, e dos
debates realizados em sala de aula, a professora Joana desenvolveu conosco a criação de
um trabalho onde deveríamos gravar ou filmar uma conversa natural entre no mínimo
dois falantes, transcrevê-la (levando em consideração todos os desvios naturais e
individuais dos falantes) e por fim, analisá-la em seus aspectos linguísticos,
paralinguísticos e sócio-culturais. O trabalho será apresentado em sala de aula para os
colegas e uma versão impressa deve ser entregue para a professora.
2) Objetivos:
Ampliar os nossos conhecimentos sobre a conversação - a prática social mais comum no
dia-a-dia de qualquer falante, reconhecer os marcadores conversacionais presentes na
fala e como eles podem ser transcritos, identificar a noção de turno e a maneira como
ele é distribuído na construção da conversa, discorrer sobre como ocorre à organização
da conversa e como os interlocutores se relacionam, interpretar as pausas, as hesitações,
as entonações e o que elas significam, dialogar com as teorias relacionadas a essa
pesquisa, como linguística textual, sociolinguística, pragmática, análise do discurso,
entre outros.
3) Justificativa:
O trabalho abordou temas que foram além da matéria Teorias do Texto, passando por
outras disciplinas, como: semiótica, filosofia da linguagem, antropologia, história,
sociologia, entre outras. Essa atividade nos trouxe uma nova perspectiva
interdisciplinar, estabelecendo relações com a situação da língua enquanto fala e como
ela se materializa (exterioridade da linguagem), sendo assim, desenvolver a capacidade
de separar a materialidade da língua e seus contextos de produção. Foi uma forma de
investigarmos, como alunos do curso de Letras, os aspectos da organização do texto
conversacional e claro, os fenômenos que ocorrem durante o diálogo.
Outros pontos que observamos através da realização deste trabalho, foram:
Como ocorre a organização da conversa;
O que é o turno e como ele funciona;
Quais são e para que servem os marcadores conversacionais;
Como os falantes sabem que estão se entendendo e como eles se corrigem;
Como eles usam seus conhecimentos linguísticos e outros conhecimentos para
serem compreendidos;
Todos esses tópicos nos ajudaram na compreensão da prática social mais comum no
dia-a-dia: a conversação, e claro, como estudantes de Letras, ampliou a nossa percepção
de língua, de linguagem e da forma como fazemos uso delas na prática. Por mais que
cada falante seja único, todos os falantes buscam um único objetivo: serem capazes de
se comunicar com os outros, se fazendo entender e compreender o que o outro tem a lhe
dizer. É por isso que esse trabalho foi tão importante, pois nos fez compreender como
essa atividade, tão corriqueira em nossas vidas, se realiza e o que ela representa para
todos nós, comunicadores.
4) Metodologia:
A gravação foi feita num almoço em família no dia das mães. Todos estavam reunidos
diante de uma mesa redonda, quando um dos integrantes do grupo colocou o celular na
mesa e começou a gravar, sem que ninguém percebesse. Foram feitos vários “testes”,
pois muitas conversas foram iniciadas, mas terminaram sem uma conclusão, já que
todos estavam falando ao mesmo tempo e quase sempre se desentendiam.
Depois que a conversa foi realizada, foi solicitado a autorização dos participantes da
conversação para que o grupo pudesse fazer uso da gravação no trabalho.
Em seguida foi feita a primeira transcrição, levando em consideração apenas as falas.
Depois de uma correção, iniciamos com a colocação dos marcadores conversacionais e
identificamos os interlocutores do diálogo, colocando os turnos.
Terminada a transcrição, partimos para a organização estrutural do projeto (capa, índice,
apresentação, etc), para depois, desenvolver a análise da conversação.
A última parte foi a impressão do trabalho e a criação do mesmo no PowerPoint para
visualização do projeto em sala de aula.
5) Cronograma:
A gravação foi realizada dia doze de maio de dois mil e treze, por volta das treze horas e
as autorizações foram assinadas aproximadamente trinta minutos depois. A primeira
transcrição foi feita no mesmo dia,às vinte horas. Na terça-feira, começamos a segunda
transcrição e a organização estrutural do projeto foi feita no domingo, dia dezenove de
maio de dois mil e treze, por volta das dezenove e trinta.
Resumidamente, disponibilizamos de uma semana para realizar todo o projeto.
6) Bibliografia:
Leitura do livro:
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo: Ática, 2007.
7) Anexos:
CD contendo a gravação da conversação.
BIBLIOGRAFIA
Leitura do livro:
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo: Ática, 2007.
Site consultado:
http://www.coladaweb.com/como-fazer/bibliografia visitado no dia 19/05/13 às
19h50min.

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Trabalho de Análise da Conversação - Teorias do Texto

  • 1. ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO CONVERSA EM FAMÍLIA Professora: Joana Ormundo Matéria: Teorias do Texto Maio 2013 Ana Carolina Polo da Cruz Felício RA: B621EE-4 Déa Dilma Dias Corrêa de Souza RA: B804AB-8 Fátima Cristiane M. da Silva RA: B7878F-3 Nelson Chanquini de Lima Filho RA: B821IH-7 Sônia Sara de Oliveira Gomes RA: B7246F7
  • 2. ÍNDICE Apresentação.....................................................................................................................1 Transcrição da Conversa...................................................................................................2 Autorização........................................................................................................................4 Análise da Conversação.....................................................................................................5 Questões sobre o trabalho (pré-projeto feito em sala de aula)..........................................8 Bibliografia......................................................................................................................10
  • 3. APRESENTAÇÃO Como diria Luiz Antônio Marcuschi, “a conversação é a prática social mais comum no dia-a-dia das pessoas”. É através dela que podemos observar a nossa língua na prática, a nossa pontuação, a nossa habilidade de nos comunicarmos com o outro (ou com os outros) de maneira clara e objetiva, fazendo com que sejamos compreendidos. Em segundo plano, a análise da conversação nos disponibiliza a construção de identidades sociais no contexto real, sem artifícios ou correções – é a nossa naturalidade como falante que domina. Mas, para realizarmos tal tarefa, é necessária uma enorme coordenação de ações que vão além da simples habilidade linguística do falante, preocupando-se com os conhecimentos paralinguísticos (gestos, por exemplo) e sócio-culturais (região, educação, renda, entre outros), que ultrapassam a visão de uma análise estrutural, passando para uma interpretação individual de cada integrante da conversa. Cada falante é único. Cada falante usa a sua língua de uma maneira diferente, sendo o contexto um dos principais fatores de análise dessa atividade social.“A rigor, a Análise da Conversação (aqui, tratada constantemente como AC), é uma tentativa de responder a questões do tipo: como é que as pessoas se entendem ao conversar? Como sabem que estão se entendendo? Como sabem que estão agindo coordenada e cooperativamente? Como usam seus conhecimentos linguísticos e outros para criar condições adequadas à compreensão mútua? Como criam, desenvolvem resolvem conflitos interacionais?”¹ A partir dos conhecimentos adquiridos com a leitura do livro Análise da Conversação, de Luiz Antônio Marcuschi, e do conhecimento adquirido em sala de aula, buscamos, neste trabalho, analisar uma conversa de caráter familiar. ¹MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo: Ática, 2007.
  • 4. TRANSCRIÇÃO DA CONVERSA São Paulo - 2013 (Contexto: S está conversando com N sobre a compra de um celular novo quando M coloca na mesa uma tigela de chouriço que oferece ao J.) S: Paga mais os... só de taxa, ce deve tá paganu uns quarenta e cinco: : : M: Olha Joaquim S: Esse telefone dela é estranho Nelson M: [[eu naum sei ce gosta ein N: Eu vou comprá um quivendi ali na Lapa dois chipi S: Dois chifri não são dois chipis. Que isso” J: É uma delícia exprementa pra vê qui gostoso que é S: [[o churiço” M: É a coisa melhor dibãoqui tem S: [[ é churiço” M: É S: Eu comia isso quando era piquena N: [[é assado Joaquim” S: [[am” M: Ai é muito bão N: É assado, frito, como que é” S: É cru M: [[nããão é cru S: É os bofi do boi J: Não é cozido, tá feito, tá feito, é o sangui M:[[é naaada é o sangui S: É o sangui do boi tó
  • 5. M: [[magina o sangue do boi S: Ce num toma sangue di boi? Comi o sangue di boi ((risada)) N: O boi eu sei qui é gostoso J: [[muito gostoso M: Aii eu adoru (+) S:Qui horror J: [[podi frita também mas eu achuqui ele frito ele perde o gosto N: [[é deixo xo pegar uma... uma latinha S: [[AHHHHH J: Issu me faz lembrá o arroz cum... N: [[meu irmão foi buscá sem álcool puce Joaquim pera aí J: Eli faz lembráuuu... o arroz ao molho pardo qui é... M: [é né” N: Fedi” (+) S: É horrível J: É, o sangui de galinha qui é uma delícia M: Ai Joaquim, para J: Nossa eu... eu não vejo a hora difri M: [[comi cuca, faisbem S: [[ai não, naumqueru isso não
  • 6. AUTORIZAÇÃO As autorizações foram feitas separadamente numa folha impressa, entregue para a professora Joana Ormundo. Eu, Maria Aparecida Polo, autorizo a utilização da gravação de voz feita no dia doze de maio de dois mil treze,às treze horas. ASSINATURA: ______________________________________________ Eu, Nelson Henrique Polo, autorizo a utilização da gravação de voz feita no dia doze de maio de dois mil treze, às treze horas. ASSINATURA: ______________________________________________ Eu, Silvia Regina Polo da Cruz Felício, autorizo a utilização da gravação de voz feita no dia doze de maio de dois mil treze, às treze horas. ASSINATURA: ______________________________________________ Eu, Joaquim Carlos da Cruz Felício, autorizo a utilização da gravação de voz feita no dia doze de maio de dois mil treze, às treze horas. ASSINATURA: ______________________________________________
  • 7. ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO Esta conversa foi gravada no dia doze de maio de dois mil e treze, por volta das treze horas, quando a M estava preparando o almoço em comemoração ao dia das mães. Todos (J, S e N) estavam sentados diante de uma mesa redonda, S estava conversando com N sobre o celular de uma outra pessoa que não participou do diálogo, enquanto M estava conversando com J e subitamente, abriu a geladeira e tirou um pote contendo chouriço e pediu para que J experimentasse. Logo, a conversa ficou em torno do alimento diferente que M tinha colocado na mesa e que S e N não estavam muito certos de que conheciam o chouriço e de que era gostoso. Podemos observar, no decorrer do diálogo, que por diversas vezes os participantes “atropelam” uns aos outros, querendo tomar o turno, o que nos faz lembrar uma regra geral básica que Marcuschi citou em seu livro: fala um de cada vez. Se esse esquema não for seguido, pode acontecer de um falante não entender o outro, formando lacunas (como aconteceu diversas vezes com o J, que não conseguia terminar a frase) e breves interrupções que aos olhos dos outros, pode soar como algo grosseiro. Nesse caso, para evitar esse conflito, é necessário que os falantes observem quem tem a palavra e quando, respeitando o turno (aqui entendido como aquilo que um falante faz ou diz enquanto tem a palavra, incluindo aí a possibilidade do silêncio). Além disso, podemos notar a sobreposição de vozes, ou seja, o turno é realizado desde seu início por várias pessoas ao mesmo tempo. No momento em que isso ocorre, como por exemplo: S: [[o churiço? M: É a coisa melhor dibãoqui tem S: [[ é churiço? M: É No caso, o S teve que perguntar duas vezes, pois ele não conseguiu atingir a sua meta na primeira tentativa de perguntar a M o que continha dentro do pote, pois M estava se dirigindo a todos os falantes e não especificamente a S. Outro exemplo de simultaneidade: N: [[é assado Joaquim? S: [[am? M: Ai é muito bão N: É assado, frito, como que é?
  • 8. S: É cru M: [[nããão é cru S: É os bofi do boi J: Não é cozido, tá feito, tá feito, é o sangui N também teve de fazer a sua pergunta duas vezes, pois na primeira ele não conseguiu obter a resposta de J, já que S e M tomaram o turno e responderam por ele. Apenas quando S concluiu a sua resposta que J pôde responder a N que o chouriço é cozido. J: Issu me faz lembrá o arroz cum... N: [[meu irmão foi buscá sem álcool puce Joaquim pera aí J: Eli faz lembráuuu... o arroz ao molho pardo qui é... M: [é né” J não conseguiu completar a sua frase, pois enquanto estava tentando recordar o acompanhamento do arroz, N tomou o seu turno e desviou completamente a conversa, avisando ao J de que o irmão de N foi buscar cerveja sem álcool para J, assunto que não estava em pauta. M: Ai Joaquim, para J: Nossa eu... eu não vejo a hora difri M: [[comi cuca, faisbem Mais uma vez, J não conseguiu terminar a sua frase, pois M tomou o seu turno quando foi se direcionar para outro falante. Outra observação que pode ser feita em nossa análise é a questão das pausas, hesitações e o silêncio que ocorreram durante o diálogo. S: Paga mais os... só de taxa, ce deve tá paganu uns quarenta e cinco: : : Nessa fala, S tenta se recordar da quantia exata do preço do celular, necessitando de um tempo para que possa se lembrar do valor, S utiliza de uma técnica chamada reduplicação de artigo, com a utilização da vogal “o” da palavra “cinco”. Às vezes, essa técnica funciona para o ouvinte como um pedido de socorro, ou seja, como se ela tivesse dito “me ajudem a lembrar do valor do celular”. Em outra situação da conversa, há um breve silêncio:
  • 9. N: Fedi” (+) S: É horrível Este silêncio pode significar que nenhum dos outros falantes (S, J e M) optou por tomar o turno, deixando o N sem resposta. Após a pausa, S toma a palavra e responde a pergunta.
  • 10. QUESTÕES SOBRE O TRABALHO (PRÉ-PROJETO FEITO EM SALA DE AULA) 1) Introdução: Após a leitura do livro Análise da Conversação, de Luiz Antônio Marcuschi, e dos debates realizados em sala de aula, a professora Joana desenvolveu conosco a criação de um trabalho onde deveríamos gravar ou filmar uma conversa natural entre no mínimo dois falantes, transcrevê-la (levando em consideração todos os desvios naturais e individuais dos falantes) e por fim, analisá-la em seus aspectos linguísticos, paralinguísticos e sócio-culturais. O trabalho será apresentado em sala de aula para os colegas e uma versão impressa deve ser entregue para a professora. 2) Objetivos: Ampliar os nossos conhecimentos sobre a conversação - a prática social mais comum no dia-a-dia de qualquer falante, reconhecer os marcadores conversacionais presentes na fala e como eles podem ser transcritos, identificar a noção de turno e a maneira como ele é distribuído na construção da conversa, discorrer sobre como ocorre à organização da conversa e como os interlocutores se relacionam, interpretar as pausas, as hesitações, as entonações e o que elas significam, dialogar com as teorias relacionadas a essa pesquisa, como linguística textual, sociolinguística, pragmática, análise do discurso, entre outros. 3) Justificativa: O trabalho abordou temas que foram além da matéria Teorias do Texto, passando por outras disciplinas, como: semiótica, filosofia da linguagem, antropologia, história, sociologia, entre outras. Essa atividade nos trouxe uma nova perspectiva interdisciplinar, estabelecendo relações com a situação da língua enquanto fala e como ela se materializa (exterioridade da linguagem), sendo assim, desenvolver a capacidade de separar a materialidade da língua e seus contextos de produção. Foi uma forma de investigarmos, como alunos do curso de Letras, os aspectos da organização do texto conversacional e claro, os fenômenos que ocorrem durante o diálogo. Outros pontos que observamos através da realização deste trabalho, foram: Como ocorre a organização da conversa; O que é o turno e como ele funciona; Quais são e para que servem os marcadores conversacionais; Como os falantes sabem que estão se entendendo e como eles se corrigem; Como eles usam seus conhecimentos linguísticos e outros conhecimentos para serem compreendidos; Todos esses tópicos nos ajudaram na compreensão da prática social mais comum no dia-a-dia: a conversação, e claro, como estudantes de Letras, ampliou a nossa percepção de língua, de linguagem e da forma como fazemos uso delas na prática. Por mais que cada falante seja único, todos os falantes buscam um único objetivo: serem capazes de se comunicar com os outros, se fazendo entender e compreender o que o outro tem a lhe
  • 11. dizer. É por isso que esse trabalho foi tão importante, pois nos fez compreender como essa atividade, tão corriqueira em nossas vidas, se realiza e o que ela representa para todos nós, comunicadores. 4) Metodologia: A gravação foi feita num almoço em família no dia das mães. Todos estavam reunidos diante de uma mesa redonda, quando um dos integrantes do grupo colocou o celular na mesa e começou a gravar, sem que ninguém percebesse. Foram feitos vários “testes”, pois muitas conversas foram iniciadas, mas terminaram sem uma conclusão, já que todos estavam falando ao mesmo tempo e quase sempre se desentendiam. Depois que a conversa foi realizada, foi solicitado a autorização dos participantes da conversação para que o grupo pudesse fazer uso da gravação no trabalho. Em seguida foi feita a primeira transcrição, levando em consideração apenas as falas. Depois de uma correção, iniciamos com a colocação dos marcadores conversacionais e identificamos os interlocutores do diálogo, colocando os turnos. Terminada a transcrição, partimos para a organização estrutural do projeto (capa, índice, apresentação, etc), para depois, desenvolver a análise da conversação. A última parte foi a impressão do trabalho e a criação do mesmo no PowerPoint para visualização do projeto em sala de aula. 5) Cronograma: A gravação foi realizada dia doze de maio de dois mil e treze, por volta das treze horas e as autorizações foram assinadas aproximadamente trinta minutos depois. A primeira transcrição foi feita no mesmo dia,às vinte horas. Na terça-feira, começamos a segunda transcrição e a organização estrutural do projeto foi feita no domingo, dia dezenove de maio de dois mil e treze, por volta das dezenove e trinta. Resumidamente, disponibilizamos de uma semana para realizar todo o projeto. 6) Bibliografia: Leitura do livro: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo: Ática, 2007. 7) Anexos: CD contendo a gravação da conversação.
  • 12. BIBLIOGRAFIA Leitura do livro: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 6 ed. São Paulo: Ática, 2007. Site consultado: http://www.coladaweb.com/como-fazer/bibliografia visitado no dia 19/05/13 às 19h50min.