O romance "As Pupilas do Senhor Reitor" descreve a história de dois irmãos no século XIX, onde a educação era um privilégio. Enquanto um irmão trabalha na lavoura, o outro estuda para ser médico. O livro também reflete sobre como a educação no Brasil evoluiu para ser um direito de todos.
As Pupilas do Senhor Reitor e a educação no Brasil
1. LIVRO AS PUPILAS DO SENHOR REITOR.
O livro lido, o romance “As Pupilas do Senhor Reitor”, escrito por
Joaquim Guilherme Gomes Coelho, com pseudónimo, Júlio Diniz,escritor de
transição entre o Romantismo e o Realismo,apresenta a história de José das
Dornas, que viuvou, ficando com seus dois filhos Pedro e Daniel. O mais velho
possuía características parecidas com as do pai; trabalhador, forte e sorridente.
Passou a vida no sítio cuidando da lavoura.Daniel, o segundo filho, franzino,
volúvel e irresponsável, principalmente em relação às mulheres. Em tudo
diferente do irmão. Detestava o trabalho no campo, começa estudando latim e
finalmente vai para a cidade do Porto, de onde volta muitos anos depois, já
médico formado.
O romance apresenta outros enfoques, mas um que de certa forma tem
sua relevância é a questão da educação, da formação acadêmica. Portanto, a
reflexão neste trabalho se desenvolverá em torno da temática educação.
O romance gira em torno da tese segundo a qual a vida simples
e natural torna as pessoas alegres e felizes. Júlio Diniz descreve
o campo, os tipos humanos, os hábitos e as ideias,
desenvolvendo toda uma problemática pequeno-burguesa, com
o "propósito de pregar uma moralização de costumes pela vida
rural e pela influência de um clero convertido ao
liberalismo".
Naquele contexto histórico,em pleno século XIX, frequentar a escola e
alcançar um estudo superior era algo reservado para alguns seletos. Na
história, um dos critérios foi este, Daniel não servia para o trabalho pesado do
campo então a melhor opção era estudar, para obter um emprego numa área
mais leve; talvez como padre, médico, enfermeiro etc. a educação no Brasil,
até tempo não muito distante, era privilégio de alguns.
As mulheres, principalmente, havia restrições para conseguiringressar
numa escola.A pequena Margarida teve a sorte de cultivar uma amizade com
Daniel, no seu período de estudo do latim e desenvolveu uma paixão pela
leitura, conseguindo assim aprender por própria conta a ler e escrever. Hoje,
por Lei é obrigatório, toda criança na escola, mesmo aquelas portadoras de
2. necessidades especiais, tem o ensino adaptado a sua realidade. A Lei de
Diretrizes e Base da Educação Nacional 1996, afirma no seu art. 2 e 3.
Art. 2ºA educação, dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana,
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
Art. 3ºO ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
cultura, o pensamento, a arte e o
saber
A educação é primeiramente dever da família, e quando esta não está
devidamente estruturada, se torna difícil o cumprimento dessa lei; deixando
toda a responsabilidade para a escola, e a escola não poderá assumir
totalmente aquilo que é dever dos pais, como ensinar bons princípios, valores;
como o respeito, honestidade, justiça, paz; a escola procura fazer a sua parte,
mas assumir o papel dos pais isso é impossível.Orientar e acompanhar a vida
dessas crianças ou adolescentes, jovens, seja nas suas amizades, programas
que assistem seus contatos na internet, tudo isso é função dos pais.
A educação brasileira teve grande avanço a partir do final da década de
80 com a promulgação da Constituição Brasileira, que dedicou uma atenção
especial a ela; e na sequencia com a reforma da Lei de Diretrizes e Base da
Educação.
A Educação mereceu destaque na Constituição Brasileira de 1988 que
em seus dispositivos transitórios (ADCT 60 modificado pela Emenda
Constitucional 14/1996) dava o prazo de dez anos para a
universalização do Ensino e a erradicação do analfabetismo. Ainda em
1996 surgiu a nova LDB - Lei das Diretrizes Básicas, que instituiu a
Política Educacional Basileira. A lei 9131/1995 criou o Conselho
Nacional de Educação, substituindo o antigo Conselho Federal de
Educação que havia surgido com a LDB de 1961 e tinha sido extinto em
1994. Em 1990 foi organizado o SAEB - Sistema de Avaliação do
Ensino Básico. Com a lei 9.424/96 foi organizado o FUNDEF - Fundo de
Manutenção do Desenvolvimento do Ensino Fundamental (que depois
de dez anos foi substituído pelo FUNDEB), que obrigou os Estados e
Municípios a aplicarem anualmente um percentual mínimo de suas
receitas (e desse montante, 60% pelo menos para o pagamento do
3. pessoal do magistério).
http:/pt.wikipedia.org/wiki/História_da_educação_no_Brasil
No Brasil em pleno século XXI, a educação escolar ainda é um produto
social desigualmente distribuído. O acesso a um padrão elevado de qualidade
no ensino, ainda depende de fatores como classe socioeconômica, sexo, etnia,
local de residência.
No Brasil, 3,6 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estão fora
da escola. A maioria (2 milhões) tem entre 15 e 17 anos e deveria estar
cursando o ensino médio. O déficit também é grande entre aqueles com
idade entre 4 e 5 anos (1 milhão), que deveriam estar na educação
infantil. Os dados foram divulgados hoje (6) no relatório De Olho
nas Metas, do movimento Todos pela Educação (TPE)*. A
entidade estabelece que até 2022, 98% ou mais dos jovens e
crianças entre 4 e 17 anos estejam matriculados e frequentando a
escola.http:/genciabrasil.ebc.com.br/.../2013.../brasil-tem-36-
milhoes-de-criancas-e-.
A educação se universalizou, mas muitas crianças ainda estão fora da
escola, trabalhando desde tenra idade, para ajudar no sustento da família;ou
mesmo nas ruas das grandes cidades, pedindo esmola para sobreviver.
Mesmo com o incentivo do (bolsa escola)/ bolsa família, o número de crianças
fora da escola ainda é muito elevado.
Outra situação bastante comum são as comunidades ribeirinhas onde o
ensino vai até o 5º ano do Ensino Fundamental, precisando assim que muitos
estudantes, abandonem cedo o lar paterno.Nas cidades do interior, ainda é
comum essa realidade também.Os jovens,para continuar seus estudos fazendo
uma faculdade, deixa muito cedoa casa paterna e com grande saudade,
partem para a capital ou outra cidade mais desenvolvida para estudar.
Morando com parentes ou em apartamentos. Esses jovens sofrem muito a
saudade de sua família e passam por grandes privações para conseguirem
diplomar em uma área e alcançar um emprego melhor.
Outro motivo que acelerou a ida de Daniel para cidade do Porto estudar,
foi sua amizade com Margarida. Embora fosse um amor ainda inocente, mas
colaborou com a ida de Daniel em busca dos estudos, possibilitando sua
4. carreira, logo cedo na profissão que mais tarde favoreceria aos demais de sua
localidade.
Hoje, os motivos para um jovem abandonar sua pequena cidade e ir
buscar forauma faculdade, é a falta de opção, de um curso que seja de seu
agrado em se profissionalizar;outros, a procura de um emprego que garanta
uma ajuda na sua formação acadêmica.
Pedro, símbolo do jovem mais despreocupado com a vida; trabalhava,
mas sem nenhuma ambição em acumular bens. Aproveitava bem a vida,
participava das festas, jogos com os amigos e é dado ao namoro.
Margarida, jovem voltada à solidão imposta pelos maus tratos da
madrasta, adquire junto a Daniel o gosto pela leitura, o desejo de buscar
aprofundar no conhecimento, na reflexão. Ação que mais tarde dará a ela a
capacidade de se tornar a professora de crianças que, fora disso, nunca teria
tido a oportunidade de aprender, ao menos assinar o próprio nome.
Por muito tempo no Brasil alguém que sabia um pouco mais já podia
tornar professor(a), nas escolas principalmente nas comunidade rurais, devido
à escassez de profissionais formados para esse trabalho. Mas o professor era
tratado como um mestre, alguém importante, que recebia toda a reverência dos
alunos e da comunidade. Era em geral a pessoa mais informada e que ajudava
os demais.
Portanto, o romance trouxe essa reflexão sobre um pouco dahistória da
educação no Brasil, e os avanços da mesma ao longo dos anos.
Fontes Bibliográficas
http:/pt.wikipedia.org/wiki/Educação_básica
http:/www.passeiweb.com/na_ponta.../analises.../as_pupilas_do_senhor_reitor
http:/bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_5ed.pdf
http:/genciabrasil.ebc.com.br/.../2013.../brasil-tem-36-milhoes-de-criancas-e-.