1. Leitura e (i)literacia.
Da leitura à sistematização da informação
17 de outubro de 2011
Práticas Textuais, 2011-2012 1º semestre
Maria Antónia Coutinho acoutinho@fcsh.unl.pt
2. Alfabetização e (i)literacia
• Alfabetização
• Relaciona-se com o • Literacia
ensino / a • Capacidade de usar
aprendizagem da as competências de
leitura, da escrita e leitura, de escrita e
do cálculo de cálculo aprendidas
• ‘Novo analfabetismo’ ou
analfabetismo funcional
• Uma nova realidade
• a iliteracia
informática
3. Literacia de leitura
• PISA – Programme for International Student Assessment
• Relaciona-se com o ensino / a aprendizagem da
leitura, da escrita e do cálculo
• “O PISA define literacia de leitura como «a
capacidade do indivíduo de
compreender, usar, reflectir sobre e se envolver
com textos escritos, de forma a alcançar os seus
objectivos, desenvolver o próprio conhecimento e
potencial e participar na sociedade»
(OCDE, 2010, p. 14)”
Lumley, 2010: 8, sublinhado meu
4. Literacia de leitura
• PISA – Programme for International Student Assessment
• Relaciona-se com o ensino / a aprendizagem da leitura,
da escrita e do cálculo
• “O PISA define literacia de leitura como «a
capacidade do indivíduo de compreender, usar,
reflectir sobre e se envolver com textos escritos, de
forma a alcançar os seus objectivos, desenvolver o
próprio conhecimento e potencial e participar na
sociedade» (OCDE, 2010, p. 14)”
Lumley, 2010: 8, sublinhado meu
8. Macroestruturas (semânticas)
Constituem uma conceptualização teórica daquilo a
que nos referimos empiricamente quando dizemos
que um determinado texto trata de…(isto ou daquilo)
Correspondem a uma representação semântica
(uma proposição) que dá conta do conteúdo global
do texto (ou de partes do texto)
isto é, uma proposição que, por dar conta do conteúdo a um nível
global, é considerada um macroproposição
9. Macroestruturas (semânticas)
Correspondem a uma espécie de formulação (de tipo
proposicional) que muito frequentemente não é explicitada
como tal, não passa para a linearidade do texto (razão pela qual é
dita “abstracta”);
há no entanto muitas situações em que é conveniente ou mesmo
necessária a formulação explícita de macroestruturas (cf. exemplos à
frente)
10. Macroestruturas (semânticas)
Assumem importantes funções de natureza
cognitiva, tanto do ponto de vista da interpretação
como da produção textual:
reduzir e (re)organizar a informação
assegurar que a informação funciona como um todo
coerente
facilitar a reutilização eficiente em tarefas posteriores
por exemplo, a memorização, a resposta a perguntas, o resumo e a
paráfrase
11. Funcionamento das macroestruturas
Macrorregras de tipo inferencial que actuam sobre o
conteúdo semântico, derivando macroestruturas de
microestruturas
As macrorregras podem funcionar
em termos de redução, se conduzem a perdas de informação;
em termos de construção, se combinam a informação de forma a
obter novas e (mais) complexas unidades de informação
12. Macrorregras
De anulação ou apagamento
omitir (formulada em termos negativos): “suprimir, numa sequência de
proposições, todas as proposições que não são condição para a interpretação
das proposições que se seguem no texto” (van Dijk, 1981-s/d: 66)
seleccionar (a correspondente, em termos positivos): escolher e manter as
proposições que condicionam a interpretação do que se segue.
de construção:
generalizar ou integrar : substituir uma sequência de proposições por uma
formulação (macroproposição) que as contenha ou que remeta globalmente
para o mesmo acontecimento
13. Macrorregras
de anulação ou apagamento
omitir (formulada em termos negativos)
seleccionar (a correspondente, em termos positivos)
de construção:
generalizar ou integrar : substituir uma sequência de proposições por uma
formulação (macroproposição) que as contenha ou que remeta globalmente
para o mesmo acontecimento
substituição de enumerações ou séries por elementos supra-
ordenados: substituir elementos (ou listas / grupos de elementos)
por outros mais gerais que os incluem (rosas, cravos,
malmequeres, …→ flores)
substituir um bloco (conjunto de frases, parágrafo ou parágrafos)
por uma formulação mais geral que inclua a informação necessária
(caminharam depressa…atravessaram a rua…voltaram para casa →
voltaram para casa)
(…)
14. Carácter relativo das macroestruturas
O que é macroestrutura num texto pode corresponder a uma
microestrutura num outro texto
Para um mesmo texto podem identificar-se diferentes níveis
macroestruturais
em função dos sujeitos que realizam a tarefa
em função dos objectivos associados à tarefa
15. Carácter relativo das macroestruturas
Não significa admitir que as macroestruturas variem de forma
completamente arbitrária
o entendimento fundamentalmente cognitivo das estruturas textuais
globais deve ser complementado tomando em consideração a
vertente social necessariamente associada ao uso da linguagem e à
interacção;
em última análise, a dimensão social determina e regula o tratamento
cognitivo da informação
16. Contração de texto / Resumo de texto
Contracção de texto
Assente nas macrorregras de anulação ou
apagamento
Resumo
Condensação da informação através das
macrorregras de construção
17. Contração de texto / Resumo de texto
Contracção de texto
Que fronteiras entre a contracção de texto e o
plágio?...
Contrair o seu próprio texto (e não o dos outros!)
Resumo
Para quem? Porquê? O quê?
18. Resumir…para quê? E para quem?
“(…) o que conta, num texto, como de resto no seu sentido e na sua
coerência (cf. Charolles, 1989) não está inscrito nele. É importante
o que é julgado como tal por aquele que resume, considerado
importante por aquele a quem o resumo se dirige. Daqui decorre
que resumir um texto é uma actividade argumentativa, isto é, que
pretende intervir sobre o destinatário. Seja – mas intervir com que
objectivo? Eu diria que o objectivo geral é ajudar o leitor do
resumo a responder a uma questão que se supõe que se lhe
coloca e é por isso que os apontamentos de aulas que tomamos
para nós próprios são frequentemente de uma total inutilidade para
outra pessoa qualquer.”
Grize 1992 : 56 (destaque meu)