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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM FOTOGRAFIA
LABORATÓRIO PRETO E BRANCO
ALICE LINDORFER
CANOAS
2014/1
Sistema de zonas
O sistema de zonas é um método fotográfico desenvolvido pelo fotógrafo
Ansel Adams em parceria com Fred Archer, no final dos anos 30.
Sua idéia era criar uma nomenclatura adequada para a luz. Sua metodologia
estabelece relações entre os vários valores de luz do objeto e suas respectivas
escalas de densidades, registradas pelo negativo.
Na natureza percebemos visualmente uma ampla variação de brilhos,
incapazes de serem registradas pelo filme fotográfico. Este diferencial se restringe
nos negativos, a principio, em 10 tons diferentes que variam do preto até o branco
da superfície do papel.
A diferença de amplitude de tons pode ser controlada mediante utilização do
método do sistema de zonas. O processo consiste em compreender todas as
características dos materiais fotográficos e manipulá-las com o propósito de se
produzir verossimilhança.
Além de facilitar o registro da imagem metodicamente correta, este sistema
possibilita a criação de outras, segundo o olhar e interpretação de luz de cada autor.
Conhecendo cada característica do processo, poderemos manipular seu respectivo
resultado final. Obtemos, assim, cada tipo de efeito, satisfazendo uma opção
estética. Entretanto, é necessário ter conhecimento de como alterar o processo
padrão, objetivando o resultado desejado.
O primeiro passo deste trabalho é a "visualização da cena". O fotógrafo deve
exercitar um trabalho intelectual: raciocina, sente e produz por meio de seu intelecto
criativo, padrão cultural e experiência de vida, todos os elementos envolvidos no ato
de criação da fotografia. Pode-se dizer que é a habilidade de se antecipar à imagem
final em branco e preto ou mesmo em cores, antes de fotografa-la.
O devido controle das características do processo fotográfico permite ao
fotógrafo explorar seu universo criativo. Para isso, é fundamental a compreensão e
utilização de cada etapa. Deve-se evitar todo tipo de automação, não só das
câmeras, mas também dos processos e tempos fornecidos pelos fabricantes, já que
estes dados são obtidos pela média, tornando impossível a busca de resultados
concretos, se permanecermos fixos apenas aos tempos médios fornecidos.
O espectro tonal do filme foi dividido em dez zonas e para cada uma delas foi
atribuida uma definição de como ela deveria ser representada na ampliação final.
Portanto:
Zona - Tons - Observações
0 - 5.0 - Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro.
I - 4.0 - Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0.
II - 3.0 - Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas.
III - 2.0 - Primeiro tom de cinza escuro.
IV - 1.0 - Cinza Intermediário.
V - 0 - Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%.
VI - +1.0 - Cinza claro.
VII - +2.0 -Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas.
VIII - +3.0 - Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas.
IX - +4.0 - Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro.
Esta escala pode ser subdivida em 0.5 ou até 0.3 pontos. Fotometrando em
5.6 e fotografando uma placa de isopor, seguindo fielmente a leitura do fotometro,
obteremos "0", a Zona V. Abrindo um +1 ponto (f4) obteremos o cinza claro Zona VI.
Abrindo mais um ponto (f2.8), obtemos +2.0, cinza mais claro, Zona VII. Abrindo
mais um ponto (f2), teremos +3.0, ou seja, ultimo tom de cinza, Zona VIII. Por fim,
abrindo o último ponto f(1.4), +4.0, atingiremos o branco puro, sem textura, Zona
XIX. De modo inverso, fechando de um em um ponto partindo da leitura normal do
fotômetro f5.6, atingiremos -5 ou Zona 0, tendo toda a escala real de tons que o
filme negativo preto e branco ou colorido consegue registrar.
A revelação é uma das várias maneiras de se obter definição das zonas
claras. Para cada aumento de densidade no negativo, teremos o equivalente de 1/3
de zona na região das zonas escuras. Na prática, um filme com revelação normal de
10 min, se revelado por 12 min, com uma área exposta em cinza médio (O, Zona V),
será vista como +1 Zona VI.
O sistema de zonas não serve apenas para registras o tema fotografado com
a máxima fidelidade possivel. Com a aplicação deste metodo, podemos representar
uma determinada regiao de qualquer tonalidade, dependendo da interpretaçao
desejada. Para isto teremos de manipular o filme por meio de sub-revelaçoes ou
super-revelaçoes.
Para o negativo, cada valor tonal é uma informação. A escala de tons da
cópia gira em torno do Tom V, que equivale ao cartao cinza padrao. Nos tons de
cópia mais escuros, abaixo do Tom V, as texturas e detalhes da superficie
fotografada sao claramente visiveis nas copias de tons IV e III. No Tom II ainda há
um pouco de substância e textura. O Tom I é quase completamente preto, com
pouquissimos detalhes e não transmite nenhuma substancia, e o Tom 0 é a
densidade preta máxima possível e não há textura nem detalhes. Uma progressao
semelhante ocorre com os tons mais claros.
Para a maior parte das fotografias, fazemos o ajuste inicial com base na área
mais escura do objeto em cuja imagem queremos preservar os detalhes. É melhor
ajustar a luminância de uma área escura importante da qual se deseja preservar um
mínimo de textura à Zona II, e uma área da qual se deseja preservar todos os
detalhes à Zona III. Depois de decidir o ajuste das baixas-luzes, devemos medir as
outras luminâncias importantes do objeto e ver onde elas caem na escala de
exposição. A maior parte das fotografias ganha com a presença de alguns tons
muito escuros (Tons 0 e I), mas essas regiões devem ser pequenas. Da mesma
forma, áreas claras que exigem uma reprodução convincente de texturas não devem
ficar acima das Zonas VII ou VIII.
A maioria das fotômetros modernos possui uma escala arbitrária de neros
para representar as luminancias, na qual cada intervalo de um equivale ao dobro ou
à metade da luminância, ou seja, à variação de um ponto na exposição. O numero
indicado pelo fotômetro é transferido para um disco de conversão no proprio
fotometro, o qual, levando em consideração a velocidade do filme, relaciona os
números da escala aos ajustes de exposição em termos de números f e à
velocidade do obturador. O importante é entender que a seta ou marca no disco
corresponde à Zona V de exposição. Qualquer luminância medida pelo fotômetro
que seja indicada no lado oposto dessa marca será exposta pela Zona V.
Zonas:
0 - I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X
Números da escala do fotômetro:
4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14
Quase sempre é possivel fixar uma escala de zonas impressa ao fotômetro
para facilitar a visualização. Com uma escala de zonas no fotômetro podemos medir
a luminância de uma área e alinhas esse valor numérico com a zona desejada.
Quando esse alinhamento tiver sido feito, outras luminâncias podem ser lidas, e as
zonas de exposição nas quais elas caem serão visíveis na escala. Essa visualização
é provavelmente a coisa mais fácil de ser entendida ao estudar o sistema de zonas.
Alguns fotômetros, como o Luna-Pro SBC e o S.E.I, operam pelo princípio do
"O" (zero) e não usam escala numérica. Em um equipamento desse tipo você mede
as luminâncias apontando-o para o objeto e girando o seletor até o ponteiro se
alinhar com o 0, no meio da escala; então é só ler diretamente o número f e a
velocidade do obturador. O ponto zero é equivalente à exposição pela Zona V, o que
facilita o alinhamento com as outras zonas. No Luna-Pro SBC, por exemplo, há três
marcas a intervalos de um ponto em cada lado do ponto zero, e cada um deles
representa variação de uma zona na exposição. Assim, depois de medir a luz com
esse fotômetro, giramos o seletor até o ponteiro chegar na primeira marca á
esquerda do zero: essa é a Zona IV; a primeira marca à direita do zero indica a Zona
VI, e assim por diante.
Há uma formula que facilita o calculo mental rapido das exposições, sem a
necessidade de afixar escalas ao fotômetro. Ela exige o conhecimento das
luminâncias em candelas por pé quadrado, mas infelizmente poucos fotômetros são
calibrados por essa unidade nos dias de hoje. É preciso que o fotômetro esteja
calibrado em c/ft² para essa fórmula de exposição. Encontre a raiz quadrada
aproximada da velocidade do filme (na escala ASA); esse número será o key stop do
filme. Por exemplo, o key stop de um filme ASA 125 é f/11. No key stop, para uma
superfície que registre 60 c/ft², usaríamos uma velocidade de obturador de 1/60 de
segundo. Se o seu fotômetro tiver um Fator K você deve eliminar seu efeito
utilizando uma velocidade de filme diferente, determinada por testes. Por exemplo,
se o Fator K, exigir que mudemos, no fotômetro, de ASA 64 para ASA 80, devemos
continuar a considerar ASA 64 ao utilizar a fórmula de exposição. Quando você tiver
determinado a luminância em candelas por pé quadrado para todos os números da
escala do seu fotômetro, escreva uma tabela e cole-a no seu aparelho.
É importante e recomendado utilizar um formulário de registro de exposição,
ou qualquer outro sistema similar, para anotar as luminâncias, os ajustes e outros
dados. Esse registro é uma espécie de "diagnóstico" para consultas futuras. Se você
estiver num trabalho de campo sem esses formulários, pelo menos tente anotar as
luminâncias e a relação das zonas, ou desenhe um esboço da cena e marque nele
as luminâncias. Comparando esses registros com a cópia final, você verá como as
luminâncias da cena são traduzidas em tons de cópia e poderá verificar o
desempenho do fotômetro e do método de exposição.
A regra geral da revelação controlada diz que quanto mais revelação, maior o
contraste do negativo, e quanto menos revelação, menos contraste. Isso ocorre
porque a mudança no tempo de revelação não afeta igualmente todas as áreas do
negativo: as densidades mais altas (que representam altas-luzes do objeto e da
cópia) são mais afetadas que as baixas densidades (da Zona III para baixo).
Portanto, a diferença de densidade entre as zonas altas e baixas pode ser
aumentada ou diminuída alterando-se o tempo de revelação.
Na prática, costumamos manter constantes a força do revelador, a
temperatura e a agitação do ampliado, e controlamos a quantidade de revelação
aumentando ou diminuindo sua duração. O objetivo é conseguir um negativo com
ótima escala de densidade que possa ser ampliado em papel normal com todas as
tonalidade desejadas, mesmo que o objeto tenha um espectro de luminâncias maior
ou menor que o normal.
Um negativo que tenha sido exposto a um intervalo de cinco zonas de
luminância pode ser ampliado em papel fotográfico em uma escala de seis tons
graças a expansão. Diz-se que esse negativo foi expandido em uma zona,
designada Normal +, ou revelação N + 1. Se o fotômetro indicar que um objeto tem
escala que vai da Zona III à Zona VII, por exemplo, a revelação N + 1 produzirá um
negativo com escala de densidade que, na cópia, será reproduzida como tons do III
ao VIII. Aumentando ainda mais a revelação, ele pode resultar em tons do III ao IX,
uma expansão de duas zonas ou N + 2 (embora nem todos os filmes atuais
permitam revelação N + 2). Numa cena de contraste amplo, por outro lado, um
negativo exposto às zonas de II a IX resultará, na cópia, em tons de II a VIII se
receber revelação N - 1, ou de II a VII com N - 2.
É importante entender que o principal efeito da expansão e da contração se
dá nas altas-luzes, havendo muito menos alterações nas baixas-luzes. Esse fato
leva a um importante princípio da exposição e do controle da revelação: as baixas-
luzes (áreas de sombra) são controladas principalmente pela exposição, ao passo
que as altas-luzes (áreas claras) são controladas tanto pela exposição quanto pela
revelação. Daí a importância do alinhamento das áreas de baixas-luzes da cena com
as zonas de exposição adequadas: as altas luzes podem ser controladas mais tarde
por meio da expansão e da contração, mas as baixas-luzes não. Esta é apenas a
reafirmação da máxima da fotografia: "exponha pensando nas sombras e revele
pensando nas altas-luzes". O Sistema de Zonas permite-nos utilizar esse princípio
de modo controlado, com resultados previsíveis. Na prática, embora a modificação
da revelação exerça mais efeito nas altas-luzes, ela também provoca leve alteração
da densidade das áreas de sombra.
São necessários testes para estabelecer, primeiro, a melhor velocidade de
filme para registrar as densidades das zonas baixas; depois, o tempo de revelação
que oferece as densidades esperadas para as altas-luzes. Assim, garantimos que
um negativo exposto a um objeto com oito zonas, por exemplo, resultará numa cópia
com oito tons distintos em papel de contraste normal. Tendo estabelecido isto,
fazemos mais testes para determinar o tempo de revelação que produz expansão de
uma zona, N + 1, e assim por diante, tanto para expansões como para contrações.
Portanto, esse sistema é totalmente prático, já que é baseado em seus próprios
métodos e procedimentos, e não nos padrões estabelecidos nos laboratórios do
fabricantes.
As modificações da revelação servem para controlar a escala de contraste
total do negativo, mas um efeito colateral é o fato de o contraste local, entre os tons
médios e baixos, ser afetado. A maior parte das superfícies apresenta componentes
mais claros e mais escuros que percebemos como texturas, e embora essas
texturas possam todas se manter dentro de uma ou duas zonas, elas serão
reforçadas ou enfraquecidas pela modificação na revelação.
Por exemplo, se reduzirmos o tempo de revelação para controlar o espectro
de tonalidades de uma cena de escala muito longa, a imagem pode perder vitalidade
abaixo da Zona V. A diminuição no tempo de revelação provoca uma compressão do
contraste local nessas tonalidades, o que pode levar a uma sequência
desinteressante. Esse efeito costuma limitar o campo de aplicação da contração. N -
1 é em geral aceitável, mas uma redução maior no tempo de revelação pode ser
insatisfatória, a menor que acrescentemos cerca de meio ponto de exposição para
garantir os tons da sombra.
Há ocasiões em que podemos nos aproveitar do efeito de contraste local. Ele
pode ser apropriado em retratos, para diminuir o contraste nas tonalidades da pele,
especialmente se se tratar da pele de uma pessoa idosa ou que tenha manchas no
rosto. Se os outros tons do objeto permitirem, podemos planejar a exposição para
pele de pessoa branca na Zona VII, em lugar da VI e aplicar revelação N - 1, de
modo que a pele fique no Tom VI na cópia. O resultado é a suavização do contraste
local na pele e um retrato muito mais agradável. Inversamente, em uma situação na
qual precisemos enfatizar a textura, podemos controlar a exposição de modo que a
tonalidade média da pele caia na Zona V e expandir a revelação para realçar a
textura. Novamente, devemos levar em conta o contraste local e a escala geral de
tons ao determinarmos a exposição e a revelação adequadas.
A revelação expandida tende a aumentar a granulação do negativo, o que em
geral não é bom. A revelação N + 1 é boa para a maioria dos filmes, e a N + 2, com
alguns. Além disso, os modernos filmes de emulsão fina tem menos capacidade de
aumentar sua densidade máxima do que os materiais mais antigos, o que impõe
mais um limite prático ao grau de expansão. É importante lembrar que a função
primordial do Sistema de Zonas é auxiliar a visualização, e os meios disponíveis são
numerosos e flexíveis.
Os procedimentos relativos ao Sistema de Zonas descritos se aplicam aos
filmes negativos preto e branco convencionais e, de certa maneira, aos filmes
negativos coloridos. Os filmes reversíveis (aqueles que produzem imagem positiva
em lugar de um negativo) precisam de uma abordagem um pouco diferente.
Com os negativos, o procedimento é expor pensando nas sombras e revelar
pensando nas altas-luzes, um processo que se baseia na utilização apenas da
exposição para controlar as áreas de baixa densidade e na combinação exposição-
revelação para controlar as altas densidades. O mesmo se aplica aos filmes
reversíveis, exceto pelo fato de as áreas de baixa densidade serem agora as altas-
luzes do objeto, e as de altas densidades, as sombras. Desse modo, o procedimento
de alinhamento da exposição e de controle da revelação é o contrário do que ocorre
com o negativo. As tonalidades mais importantes na exposição são os Tons de VI a
VIII, sendo esta a região em que se deve fazer o alinhamento inicial. A Zona de
alinhamento da exposição dependerá da escala do material em uso e a ser
fotografado.
No entanto, uma das grandes vantagens do sistema de zonas é que ele nos
deixa livres para agir conforme as necessidades impostas por nossa visualização, e
não exige uma reprodução literal.

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  • 1. UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM FOTOGRAFIA LABORATÓRIO PRETO E BRANCO ALICE LINDORFER CANOAS 2014/1
  • 2. Sistema de zonas O sistema de zonas é um método fotográfico desenvolvido pelo fotógrafo Ansel Adams em parceria com Fred Archer, no final dos anos 30. Sua idéia era criar uma nomenclatura adequada para a luz. Sua metodologia estabelece relações entre os vários valores de luz do objeto e suas respectivas escalas de densidades, registradas pelo negativo. Na natureza percebemos visualmente uma ampla variação de brilhos, incapazes de serem registradas pelo filme fotográfico. Este diferencial se restringe nos negativos, a principio, em 10 tons diferentes que variam do preto até o branco da superfície do papel. A diferença de amplitude de tons pode ser controlada mediante utilização do método do sistema de zonas. O processo consiste em compreender todas as características dos materiais fotográficos e manipulá-las com o propósito de se produzir verossimilhança. Além de facilitar o registro da imagem metodicamente correta, este sistema possibilita a criação de outras, segundo o olhar e interpretação de luz de cada autor. Conhecendo cada característica do processo, poderemos manipular seu respectivo resultado final. Obtemos, assim, cada tipo de efeito, satisfazendo uma opção estética. Entretanto, é necessário ter conhecimento de como alterar o processo padrão, objetivando o resultado desejado. O primeiro passo deste trabalho é a "visualização da cena". O fotógrafo deve exercitar um trabalho intelectual: raciocina, sente e produz por meio de seu intelecto criativo, padrão cultural e experiência de vida, todos os elementos envolvidos no ato de criação da fotografia. Pode-se dizer que é a habilidade de se antecipar à imagem final em branco e preto ou mesmo em cores, antes de fotografa-la. O devido controle das características do processo fotográfico permite ao fotógrafo explorar seu universo criativo. Para isso, é fundamental a compreensão e utilização de cada etapa. Deve-se evitar todo tipo de automação, não só das câmeras, mas também dos processos e tempos fornecidos pelos fabricantes, já que estes dados são obtidos pela média, tornando impossível a busca de resultados concretos, se permanecermos fixos apenas aos tempos médios fornecidos.
  • 3. O espectro tonal do filme foi dividido em dez zonas e para cada uma delas foi atribuida uma definição de como ela deveria ser representada na ampliação final. Portanto: Zona - Tons - Observações 0 - 5.0 - Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro. I - 4.0 - Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0. II - 3.0 - Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas. III - 2.0 - Primeiro tom de cinza escuro. IV - 1.0 - Cinza Intermediário. V - 0 - Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%. VI - +1.0 - Cinza claro. VII - +2.0 -Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas. VIII - +3.0 - Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas. IX - +4.0 - Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro. Esta escala pode ser subdivida em 0.5 ou até 0.3 pontos. Fotometrando em 5.6 e fotografando uma placa de isopor, seguindo fielmente a leitura do fotometro, obteremos "0", a Zona V. Abrindo um +1 ponto (f4) obteremos o cinza claro Zona VI. Abrindo mais um ponto (f2.8), obtemos +2.0, cinza mais claro, Zona VII. Abrindo mais um ponto (f2), teremos +3.0, ou seja, ultimo tom de cinza, Zona VIII. Por fim, abrindo o último ponto f(1.4), +4.0, atingiremos o branco puro, sem textura, Zona XIX. De modo inverso, fechando de um em um ponto partindo da leitura normal do fotômetro f5.6, atingiremos -5 ou Zona 0, tendo toda a escala real de tons que o filme negativo preto e branco ou colorido consegue registrar. A revelação é uma das várias maneiras de se obter definição das zonas claras. Para cada aumento de densidade no negativo, teremos o equivalente de 1/3 de zona na região das zonas escuras. Na prática, um filme com revelação normal de
  • 4. 10 min, se revelado por 12 min, com uma área exposta em cinza médio (O, Zona V), será vista como +1 Zona VI. O sistema de zonas não serve apenas para registras o tema fotografado com a máxima fidelidade possivel. Com a aplicação deste metodo, podemos representar uma determinada regiao de qualquer tonalidade, dependendo da interpretaçao desejada. Para isto teremos de manipular o filme por meio de sub-revelaçoes ou super-revelaçoes. Para o negativo, cada valor tonal é uma informação. A escala de tons da cópia gira em torno do Tom V, que equivale ao cartao cinza padrao. Nos tons de cópia mais escuros, abaixo do Tom V, as texturas e detalhes da superficie fotografada sao claramente visiveis nas copias de tons IV e III. No Tom II ainda há um pouco de substância e textura. O Tom I é quase completamente preto, com pouquissimos detalhes e não transmite nenhuma substancia, e o Tom 0 é a densidade preta máxima possível e não há textura nem detalhes. Uma progressao semelhante ocorre com os tons mais claros. Para a maior parte das fotografias, fazemos o ajuste inicial com base na área mais escura do objeto em cuja imagem queremos preservar os detalhes. É melhor ajustar a luminância de uma área escura importante da qual se deseja preservar um mínimo de textura à Zona II, e uma área da qual se deseja preservar todos os detalhes à Zona III. Depois de decidir o ajuste das baixas-luzes, devemos medir as outras luminâncias importantes do objeto e ver onde elas caem na escala de exposição. A maior parte das fotografias ganha com a presença de alguns tons muito escuros (Tons 0 e I), mas essas regiões devem ser pequenas. Da mesma forma, áreas claras que exigem uma reprodução convincente de texturas não devem ficar acima das Zonas VII ou VIII. A maioria das fotômetros modernos possui uma escala arbitrária de neros para representar as luminancias, na qual cada intervalo de um equivale ao dobro ou à metade da luminância, ou seja, à variação de um ponto na exposição. O numero indicado pelo fotômetro é transferido para um disco de conversão no proprio fotometro, o qual, levando em consideração a velocidade do filme, relaciona os números da escala aos ajustes de exposição em termos de números f e à velocidade do obturador. O importante é entender que a seta ou marca no disco
  • 5. corresponde à Zona V de exposição. Qualquer luminância medida pelo fotômetro que seja indicada no lado oposto dessa marca será exposta pela Zona V. Zonas: 0 - I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X Números da escala do fotômetro: 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 Quase sempre é possivel fixar uma escala de zonas impressa ao fotômetro para facilitar a visualização. Com uma escala de zonas no fotômetro podemos medir a luminância de uma área e alinhas esse valor numérico com a zona desejada. Quando esse alinhamento tiver sido feito, outras luminâncias podem ser lidas, e as zonas de exposição nas quais elas caem serão visíveis na escala. Essa visualização é provavelmente a coisa mais fácil de ser entendida ao estudar o sistema de zonas. Alguns fotômetros, como o Luna-Pro SBC e o S.E.I, operam pelo princípio do "O" (zero) e não usam escala numérica. Em um equipamento desse tipo você mede as luminâncias apontando-o para o objeto e girando o seletor até o ponteiro se alinhar com o 0, no meio da escala; então é só ler diretamente o número f e a velocidade do obturador. O ponto zero é equivalente à exposição pela Zona V, o que facilita o alinhamento com as outras zonas. No Luna-Pro SBC, por exemplo, há três marcas a intervalos de um ponto em cada lado do ponto zero, e cada um deles representa variação de uma zona na exposição. Assim, depois de medir a luz com esse fotômetro, giramos o seletor até o ponteiro chegar na primeira marca á esquerda do zero: essa é a Zona IV; a primeira marca à direita do zero indica a Zona VI, e assim por diante. Há uma formula que facilita o calculo mental rapido das exposições, sem a necessidade de afixar escalas ao fotômetro. Ela exige o conhecimento das luminâncias em candelas por pé quadrado, mas infelizmente poucos fotômetros são calibrados por essa unidade nos dias de hoje. É preciso que o fotômetro esteja calibrado em c/ft² para essa fórmula de exposição. Encontre a raiz quadrada aproximada da velocidade do filme (na escala ASA); esse número será o key stop do filme. Por exemplo, o key stop de um filme ASA 125 é f/11. No key stop, para uma superfície que registre 60 c/ft², usaríamos uma velocidade de obturador de 1/60 de
  • 6. segundo. Se o seu fotômetro tiver um Fator K você deve eliminar seu efeito utilizando uma velocidade de filme diferente, determinada por testes. Por exemplo, se o Fator K, exigir que mudemos, no fotômetro, de ASA 64 para ASA 80, devemos continuar a considerar ASA 64 ao utilizar a fórmula de exposição. Quando você tiver determinado a luminância em candelas por pé quadrado para todos os números da escala do seu fotômetro, escreva uma tabela e cole-a no seu aparelho. É importante e recomendado utilizar um formulário de registro de exposição, ou qualquer outro sistema similar, para anotar as luminâncias, os ajustes e outros dados. Esse registro é uma espécie de "diagnóstico" para consultas futuras. Se você estiver num trabalho de campo sem esses formulários, pelo menos tente anotar as luminâncias e a relação das zonas, ou desenhe um esboço da cena e marque nele as luminâncias. Comparando esses registros com a cópia final, você verá como as luminâncias da cena são traduzidas em tons de cópia e poderá verificar o desempenho do fotômetro e do método de exposição. A regra geral da revelação controlada diz que quanto mais revelação, maior o contraste do negativo, e quanto menos revelação, menos contraste. Isso ocorre porque a mudança no tempo de revelação não afeta igualmente todas as áreas do negativo: as densidades mais altas (que representam altas-luzes do objeto e da cópia) são mais afetadas que as baixas densidades (da Zona III para baixo). Portanto, a diferença de densidade entre as zonas altas e baixas pode ser aumentada ou diminuída alterando-se o tempo de revelação. Na prática, costumamos manter constantes a força do revelador, a temperatura e a agitação do ampliado, e controlamos a quantidade de revelação aumentando ou diminuindo sua duração. O objetivo é conseguir um negativo com ótima escala de densidade que possa ser ampliado em papel normal com todas as tonalidade desejadas, mesmo que o objeto tenha um espectro de luminâncias maior ou menor que o normal. Um negativo que tenha sido exposto a um intervalo de cinco zonas de luminância pode ser ampliado em papel fotográfico em uma escala de seis tons graças a expansão. Diz-se que esse negativo foi expandido em uma zona, designada Normal +, ou revelação N + 1. Se o fotômetro indicar que um objeto tem escala que vai da Zona III à Zona VII, por exemplo, a revelação N + 1 produzirá um
  • 7. negativo com escala de densidade que, na cópia, será reproduzida como tons do III ao VIII. Aumentando ainda mais a revelação, ele pode resultar em tons do III ao IX, uma expansão de duas zonas ou N + 2 (embora nem todos os filmes atuais permitam revelação N + 2). Numa cena de contraste amplo, por outro lado, um negativo exposto às zonas de II a IX resultará, na cópia, em tons de II a VIII se receber revelação N - 1, ou de II a VII com N - 2. É importante entender que o principal efeito da expansão e da contração se dá nas altas-luzes, havendo muito menos alterações nas baixas-luzes. Esse fato leva a um importante princípio da exposição e do controle da revelação: as baixas- luzes (áreas de sombra) são controladas principalmente pela exposição, ao passo que as altas-luzes (áreas claras) são controladas tanto pela exposição quanto pela revelação. Daí a importância do alinhamento das áreas de baixas-luzes da cena com as zonas de exposição adequadas: as altas luzes podem ser controladas mais tarde por meio da expansão e da contração, mas as baixas-luzes não. Esta é apenas a reafirmação da máxima da fotografia: "exponha pensando nas sombras e revele pensando nas altas-luzes". O Sistema de Zonas permite-nos utilizar esse princípio de modo controlado, com resultados previsíveis. Na prática, embora a modificação da revelação exerça mais efeito nas altas-luzes, ela também provoca leve alteração da densidade das áreas de sombra. São necessários testes para estabelecer, primeiro, a melhor velocidade de filme para registrar as densidades das zonas baixas; depois, o tempo de revelação que oferece as densidades esperadas para as altas-luzes. Assim, garantimos que um negativo exposto a um objeto com oito zonas, por exemplo, resultará numa cópia com oito tons distintos em papel de contraste normal. Tendo estabelecido isto, fazemos mais testes para determinar o tempo de revelação que produz expansão de uma zona, N + 1, e assim por diante, tanto para expansões como para contrações. Portanto, esse sistema é totalmente prático, já que é baseado em seus próprios métodos e procedimentos, e não nos padrões estabelecidos nos laboratórios do fabricantes. As modificações da revelação servem para controlar a escala de contraste total do negativo, mas um efeito colateral é o fato de o contraste local, entre os tons médios e baixos, ser afetado. A maior parte das superfícies apresenta componentes mais claros e mais escuros que percebemos como texturas, e embora essas
  • 8. texturas possam todas se manter dentro de uma ou duas zonas, elas serão reforçadas ou enfraquecidas pela modificação na revelação. Por exemplo, se reduzirmos o tempo de revelação para controlar o espectro de tonalidades de uma cena de escala muito longa, a imagem pode perder vitalidade abaixo da Zona V. A diminuição no tempo de revelação provoca uma compressão do contraste local nessas tonalidades, o que pode levar a uma sequência desinteressante. Esse efeito costuma limitar o campo de aplicação da contração. N - 1 é em geral aceitável, mas uma redução maior no tempo de revelação pode ser insatisfatória, a menor que acrescentemos cerca de meio ponto de exposição para garantir os tons da sombra. Há ocasiões em que podemos nos aproveitar do efeito de contraste local. Ele pode ser apropriado em retratos, para diminuir o contraste nas tonalidades da pele, especialmente se se tratar da pele de uma pessoa idosa ou que tenha manchas no rosto. Se os outros tons do objeto permitirem, podemos planejar a exposição para pele de pessoa branca na Zona VII, em lugar da VI e aplicar revelação N - 1, de modo que a pele fique no Tom VI na cópia. O resultado é a suavização do contraste local na pele e um retrato muito mais agradável. Inversamente, em uma situação na qual precisemos enfatizar a textura, podemos controlar a exposição de modo que a tonalidade média da pele caia na Zona V e expandir a revelação para realçar a textura. Novamente, devemos levar em conta o contraste local e a escala geral de tons ao determinarmos a exposição e a revelação adequadas. A revelação expandida tende a aumentar a granulação do negativo, o que em geral não é bom. A revelação N + 1 é boa para a maioria dos filmes, e a N + 2, com alguns. Além disso, os modernos filmes de emulsão fina tem menos capacidade de aumentar sua densidade máxima do que os materiais mais antigos, o que impõe mais um limite prático ao grau de expansão. É importante lembrar que a função primordial do Sistema de Zonas é auxiliar a visualização, e os meios disponíveis são numerosos e flexíveis. Os procedimentos relativos ao Sistema de Zonas descritos se aplicam aos filmes negativos preto e branco convencionais e, de certa maneira, aos filmes negativos coloridos. Os filmes reversíveis (aqueles que produzem imagem positiva em lugar de um negativo) precisam de uma abordagem um pouco diferente.
  • 9. Com os negativos, o procedimento é expor pensando nas sombras e revelar pensando nas altas-luzes, um processo que se baseia na utilização apenas da exposição para controlar as áreas de baixa densidade e na combinação exposição- revelação para controlar as altas densidades. O mesmo se aplica aos filmes reversíveis, exceto pelo fato de as áreas de baixa densidade serem agora as altas- luzes do objeto, e as de altas densidades, as sombras. Desse modo, o procedimento de alinhamento da exposição e de controle da revelação é o contrário do que ocorre com o negativo. As tonalidades mais importantes na exposição são os Tons de VI a VIII, sendo esta a região em que se deve fazer o alinhamento inicial. A Zona de alinhamento da exposição dependerá da escala do material em uso e a ser fotografado. No entanto, uma das grandes vantagens do sistema de zonas é que ele nos deixa livres para agir conforme as necessidades impostas por nossa visualização, e não exige uma reprodução literal.