SlideShare a Scribd company logo
1 of 7
Download to read offline
Debate Nacional sobre
Contributos Pessoais                       Educação                             Dalila D'Alte Rodrigues
   PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE


   Desenvolver a expressão e estimular a criatividade


   O indivíduo revela-se em tudo o que faz. Através da pintura, da modelação, da
   dança, da música, exprime sentimentos, ideias e emoções. Não há
   comunicação sem expressão. Trata-se de uma necessidade vital. Aquele que
   não consegue exprimir-se corre o risco de ficar incomunicável e pode
   enlouquecer. Quando praticada com autenticidade, a expressão revela o
   ser.
   Ao nível mais profundo, a comunicação artística é intersubjectiva e não se
   satisfaz com os códigos conhecidos; ao nível mais superficial, a comunicação é
   meramente convencional, recorre a lugares comuns, sendo pouco inovadora…
   Sabemos             que   o   sistema   educativo        estimula   predominantemente         o
   pensamento convergente, lógico e objectivo, baseado na observação, em
   detrimento da imaginação criativa, própria do pensamento divergente,
   intuitivo e subjectivo. Também sabemos que o excesso de tecnologia na
   sociedade contemporânea é responsável por uma expressão mecanicista e
   impessoal. A produção em série, através de processos mecânicos, conduz à
   massificação do gosto, promovida pela publicidade e pela moda. A Educação
   deve permitir o equilíbrio entre a mão e o espírito; entre o fazer e o ser. O
   fazer, só por si, leva ao artifício, puramente tecnicista. Nesta perspectiva, a
   técnica é subsidiária da expressão.
   A natureza inquietante e sonhadora do artista contrapõe-se, frequentemente, à
   realidade prática, utilitária e objectiva. Motivada por profundas motivações
   interiores, a sua forma de pensar, divergente e inovadora, pode contribuir para
   a criação de novos modos de agir, sentir e conceber.
   A Arte Contemporânea integra os mais variados suportes, desperdícios e
   detritos da civilização industrial. Um simples trapo ou papel amarrotado, a livre
   associação de fragmentos de objectos e de imagens, o contorno de sombras e
   de formas do acaso, tudo serve de pretexto para desencadear o mecanismo da
   expressão e da criatividade. A criança gosta de pintar, desenhar, modelar e
   construir, experimentando os mais diversos materiais. Sobre diferentes
Debate Nacional sobre
Contributos Pessoais                   Educação                                Dalila D'Alte Rodrigues
   suportes, apreende a expressividade directa do traço, a percepção da linha que
   gera formas, o sentido estrutural do desenho e a harmonia das cores.
   A Educação Artística pressupõe conhecimentos básicos da História da
   Arte, numa perspectiva pedagógica, tomando como referência primordial
   o conhecimento psicológico da criança.
   Não podemos confundir Educação Artística com a mera aplicação de um
   conjunto de «receitas» técnicas que, normalmente, conduzem a formas
   estereotipadas ou convencionais de representação.
   No que diz respeito à Expressão Plástica, a criança deverá ter a oportunidade
   de escolher o seu próprio material e experimentar técnicas que estimulem a
   criatividade. A criatividade é um ponto alto da expressão. A expressão
   oscila entre a regra e a emoção; entre a norma convencional e a inovação.
   Compete ao professor proporcionar meios motivadores que contribuam
   para o desenvolvimento da capacidade expressiva e criativa da criança.
   Compete a cada um encontrar a forma de expressão que melhor se
   adapta às suas reais capacidades físicas e psíquicas.
   Através da expressão Livre, a criança projecta-se no que faz. Se a expressão
   livre, desde a infância, revela o ser, com todas as suas potencialidades
   criativas, a sua prática continuada ajuda a estruturar e a desenvolver a
   personalidade humana, intensificando e esclarecendo fenómenos puramente
   subjectivos, como a sensibilidade estética e a imaginação.
   É preciso ter uma sensibilidade artística apurada para entender e ser sensível à
   pureza e espontaneidade do desenho infantil. Não é por acaso que Picasso
   dizia que aprendia imenso a ver uma criança a desenhar. Qualquer pessoa
   com menos sensibilidade, não só não é capaz de dizer o mesmo, como não
   toma a sério os rabiscos infantis 1 . A ignorância da maior parte das pessoas,


   1
      - Tanto a arte da criança como a do homem pré-histórico começam pelo abstracto
   (garatujas). Mas o que fica na memória do senso comum são os girinos ou cabeçudos infantis
   e os animais pré-históricos gravados nas grutas, isto é, o figurativo. O senso comum aceita
   melhor a figuração do que a abstracção, que não pretende representar as aparências do
   mundo exterior. Dizer que «não se entendem os rabiscos», não basta! E é grave, sobretudo no
   caso dos que se dizem eruditos…Toda a Arte procura uma visão sintética da realidade, e,
   nessa medida, não deixa de abstrair, exprimindo o essencial e excluindo o acessório. Aquele
   que compreende a Arte Abstracta, está em muito melhores condições de compreender a Arte
   Figurativa, porque, não se contentando apenas com o tema, é sensível às leis da composição
   que determinam as relações formais e cromáticas, aspectos comuns à Arte Abstracta e à Arte
   Figurativa.
Debate Nacional sobre
Contributos Pessoais              Educação                           Dalila D'Alte Rodrigues
   mesmo as mais instruídas, começa aí. Nesta circunstância, o papel do
   educador pela Arte é extremamente delicado e complexo, para não ferir a
   susceptibilidade dos adultos, nomeadamente a dos pais.
   Não há como a obra de arte para compreender o que é a expressão
   aprofundada e inteiramente assumida pelo artista, que revela não só a sua
   maneira de ser, como também a sua maneira de sentir e de pensar.
   Observando a arte actual, verificamos uma grande diversidade de estilos e
   tendências estéticas. Depende da nossa capacidade de saber ver ou distinguir
   as características dominantes aí implícitas ou, por outras palavras, depende da
   nossa educação visual, do grau de conhecimentos e de cultura para, em
   termos psicológicos, observarmos como é diferente e quantas vezes original a
   expressão pessoal, a autenticidade e o poder criativo da linguagem, tão capaz
   de desmontar códigos conhecidos, como de propor novos códigos.
   Ao evidenciar a técnica utilizada, a Arte Moderna estimula a vontade de
   experimentação, e torna-se acessível nas diversas tendências estéticas que
   preconiza. A diversificação da expressão amplia o sentido de novas
   linguagens. Trata-se de uma comunicação intersubjectiva, comum à
   expressão livre da criança e do artista. O que no artista é consciente e
   deliberado, na criança é prazer lúdico e intuição.
   No plano artístico, a expressão, além de profunda, é inovadora, contribuindo
   para novos modos de pensar, sentir e agir, pelo que a comunicação
   intersubjectiva nem sempre é fácil, apesar de surpreendente, enigmática e
   enriquecedora. Cada autor tem a liberdade de criar a sua própria
   linguagem, que não se limita à prática de meros exercícios académicos…
   O artista, tal como a criança, exprime-se em função da própria vivência,
   projectando na obra toda a sua relação afectiva com o mundo. Ao longo da
   História da Arte, temos vindo a observar, por vezes, que, quanto mais
   inovadora é a expressão, mais difícil se torna a comunicação. Foi esse o drama
   de grandes pintores, como Van Gogh que, incompreendido pela sociedade do
   seu tempo, viveu com extrema dificuldade, acabando por se suicidar. Foi
   preciso esperar mais de meio século para a sua obra ser reconhecida e
   consagrada em todo o mundo. A Arte tem uma componente ética, estética,
   poética e filosófica, pelo que não só documenta a sua época como, em muitos
   aspectos, a antecede e ultrapassa.
Debate Nacional sobre
Contributos Pessoais                           Educação                                       Dalila D'Alte Rodrigues
   A Arte é hoje entendida através de um renovado olhar. O que, outrora, foi
   considerado como expressão rudimentar, inábil ou inacabada, própria de quem
   “não sabe desenhar ou pintar”, segundo retrógrados conceitos académicos, é
   hoje olhado com mais respeito por psicólogos e pedagogos. Manifestações
   pessoais e originais não podem ser adulteradas por caducos sistemas de
   avaliação.
   Os temas actualmente escolhidos e as técnicas ou os modos de desenhar,
   pintar ou modelar diferem bastante daquilo que, convencionalmente, se definia
   como “boa pintura” ou “boa escultura”. Algo evoluiu no gosto e na atitude
   mental que permite a aceitação das várias formas de expressão. Actualmente,
   existem Museus de Arte Bruta, onde se integram a pintura infantil, a expressão
   espontânea do homem comum (arte naïve) e a arte psicopatológica, que se
   manifestam à margem do ensino artístico. Organizam-se exposições com
   visitas guiadas e sessões de animação pedagógica, destinadas a grupos
   escolares.
   É através da expressão lúdica, que a criança aprende. Brincar é a forma mais
   natural de auto-aprendizagem. A criança brinca porque quer crescer e porque é
   saudável. Quando não há prazer no que se faz, há mal-estar e,
   consequentemente, o produto é esforçado e anti-natural. Os jogos, a
   brincadeira, a pintura, as construções, a modelagem, o prazer da descoberta
   ou o que a criança é capaz de aprender pelos seus próprios meios, tornam a
   sua vida mais aliciante e mais feliz 2 , porque eminentemente lúdica e sem
   fronteiras.
   Integrada na sociedade consumista em que vivemos, a criança não pode deixar
   de ser sensível à inevitável influência dos mass media, frequentemente
   imitando o adulto e desvirtuando a sua expressão original. Nos melhores
   casos, revela uma personalidade independente, capaz de reagir contra essa

   2
      - A criança é feliz nas suas brincadeiras. O conceito de felicidade, no caso do adulto, é muito relativo e
   discutível. As pessoas conformistas podem ser felizes à sua maneira…apregoando um “ideal de felicidade
   superficial”, que os mais sensíveis, nomeadamente os artistas rejeitam ou põem em questão. As pessoas
   pouco ambiciosas em termos intelectuais e culturais, lutam pela aquisição de bens materiais, mas
   descuram os bens espirituais, como a Arte. As suas casas raramente ultrapassam o trivial e
   frequentemente são exemplo de manifesto mau gosto, bem como a maneira como se vestem e cuidam do
   próprio corpo…Em contrapartida, o artista, sendo um ser por natureza insatisfeito, tem necessidade de
   ser criativo, para aprofundar e melhorar a sua relação com o mundo que o rodeia, intervindo nele
   activamente, com formas inovadoras que chocam, e por vezes escandalizam o senso comum. Tal atitude
   pressupõe uma séria crítica ao sistema dominante e a necessidade de o transformar. Em termos
   psicanalíticos, a criatividade é sintoma de saúde mental. Ninguém nega a função terapêutica da Arte. Já
   Nadir Afonso afirmou: «Aquele que encontrou a Arte está meio curado».
Debate Nacional sobre
Contributos Pessoais                     Educação                                 Dalila D'Alte Rodrigues
   influência, descobrindo intuitivamente as normas elementares em que se
   baseia o modo como se organizam as formas e as cores, no plano e no
   volume.
   No desenho, o estereótipo, que consiste em repetir mecanicamente
   esquemas de representação inexpressiva, deve ser combatido ou, pelo
   menos, não estimulado. Quantas vezes a mão do adulto (do pai, da mãe ou
   do professor) actua em detrimento da pureza do traço infantil, numa atitude de
   pseudo-ajuda, que não podemos deixar de condenar. Conscientes destas e
   outras influências inevitáveis, os educadores e professores devem estar
   atentos, no sentido de defender a autenticidade e a singularidade da
   expressão. “A Arte não entra na criança; sai dela”, diz Arno Stern, que mostra
   assim a diferença entre quem está na origem da Arte (a criança e o primitivo) e
   quem a utiliza como obra acabada e arrumada nos museus. Afigura-se-nos, no
   entanto, ser da maior importância o contacto da criança com a obra de arte, de
   expressão diversificada. Ao suscitar diferentes interpretações ou modos de
   abordagem, a Arte contribui para o despertar da sensibilidade estética e
   para desbloquear a criatividade, proporcionando a descoberta das mais
   variadas        técnicas   e   formas       de   expressão,       bem    como      o     pleno
   desenvolvimento da personalidade, que age e reage como um todo
   psicossomático (corpo e mente). Na Arte Contemporânea, a técnica está à
   vista e ao alcance de qualquer mão, tendo deixado de ser “ segredo de atelier”.
   Talvez por isso haja menos preconceitos e maior abertura mental. Hoje, a
   criança aceita tudo isso com naturalidade, em formas abstractas ou figurativas.
   O conhecimento da Arte, numa correcta perspectiva histórica e
   pedagógica, contribui para o entendimento da expressão livre 3 . Ao
   exprimirem-se         livremente,      as     crianças        e   os    jovens     adquirem
   autoconfiança e tornam-se mais responsáveis e cooperantes no
   relacionamento com os outros. Respeitando a expressão pessoal de cada
   um, é possível realizar surpreendentes trabalhos individuais e colectivos
   3
     - É importante lembrar que, propor à criança um trabalho livre, não basta! Não basta dizer:
   «hoje é trabalho livre, façam o que quiserem!», como infelizmente ainda muitas vezes
   acontece…e que corresponde, a não se ter preparado nada para aquela aula…Quando o professor
   procede desta maneira, as crianças/jovens fazem sempre a mesma coisa, caindo no
   estereótipo e no banal. É aí que as técnicas que estimulam a criatividade podem contribuir para
   combater o estereótipo. É urgente fazer ver que a Expressão Livre não é uma «balda»! Muito
   pelo contrário: a expressão livre só faz sentido, quando é inteiramente assumida pelo próprio,
   sendo, porventura, a forma mais elevada de responsabilidade.
Debate Nacional sobre
Contributos Pessoais                      Educação                                 Dalila D'Alte Rodrigues
   através de técnicas que estimulam a criatividade, como a colagem, a
   montagem objectual, a frottage, a decalcomania e muitas outras, que o
   professor, sensibilizado e informado no domínio das artes plásticas, poderá
   sugerir oportunamente.
   «Todos os indivíduos são potencialmente criativos. (…) A criatividade pode
   cultivar-se individualmente e em grupo, através de experiências que estimulam
   o pensamento divergente que, ao contrário do pensamento convergente, em
   vez de uma única solução, aceita várias soluções possíveis, vários modos de
   resolver o problema. (…) Menos adstrito à conformidade da resposta do que à
   sua originalidade, tranquilo em face das questões amplas e mal definidas, o
   pensamento divergente é capaz de apreender relações entre factos nunca
   anteriormente notados e de produzir formas novas, através de ensaios e de
   erros, por “aproximação experimental”» 4 . É o pensamento divergente que
   caracteriza o espírito de aventura e fantasia do artista inovador.
   A Escola deve criar condições que favoreçam o desenvolvimento de uma
   relação de equilíbrio entre o pensamento convergente ou lógico e o
   pensamento divergente ou intuitivo que, sendo complementares, fazem
   parte da formação integral do indivíduo. Os Programas devem adaptar-se à
   criança e ao seu desenvolvimento e não a criança aos Programas. O
   professor tem autoridade pedagógica para os interpretar e, se necessário,
   alterá-los,         em   favor   de   uma     prática      docente   mais     adequada         ao
   desenvolvimento da personalidade dos seus alunos.


   (...) Não podemos deixar de reconhecer o papel da Arte na formação da
   personalidade do indivíduo, pelo que a Educação Artística não pode deixar de
   figurar como componente essencial nos programas escolares dos vários graus
   de ensino desde o Jardim-de-Infância até ao Superior.




   DALILA D’ ALTE RODRIGUES



   4
       - Gonçalves, Eurico – A Arte Descobre a Criança, pp. 23-24, Raiz Editora, 1991
Debate Nacional sobre
Contributos Pessoais   Educação                Dalila D'Alte Rodrigues

More Related Content

Viewers also liked

EstratéGias Essenciais No Campo Da
EstratéGias Essenciais No Campo DaEstratéGias Essenciais No Campo Da
EstratéGias Essenciais No Campo DaAlfredo Lopes
 
O Jogo DramáTico Na Vida Da CriançA
O Jogo DramáTico Na Vida Da CriançAO Jogo DramáTico Na Vida Da CriançA
O Jogo DramáTico Na Vida Da CriançAAlfredo Lopes
 
ReflexãO CríTica Didatica Evt
ReflexãO CríTica Didatica EvtReflexãO CríTica Didatica Evt
ReflexãO CríTica Didatica EvtAlfredo Lopes
 
Atividades de equilibrio
Atividades de equilibrioAtividades de equilibrio
Atividades de equilibrioLeticia Miura
 
Aividades ludicas jogos em sala de aula
Aividades ludicas   jogos em sala de aulaAividades ludicas   jogos em sala de aula
Aividades ludicas jogos em sala de aulaLeticia Miura
 
1185617336 26.animacaoeducacao infantil
1185617336 26.animacaoeducacao infantil1185617336 26.animacaoeducacao infantil
1185617336 26.animacaoeducacao infantilPelo Siro
 

Viewers also liked (9)

Revistas Infantis
Revistas InfantisRevistas Infantis
Revistas Infantis
 
Cartaz Carta 2070
Cartaz Carta 2070Cartaz Carta 2070
Cartaz Carta 2070
 
EstratéGias Essenciais No Campo Da
EstratéGias Essenciais No Campo DaEstratéGias Essenciais No Campo Da
EstratéGias Essenciais No Campo Da
 
O Jogo DramáTico Na Vida Da CriançA
O Jogo DramáTico Na Vida Da CriançAO Jogo DramáTico Na Vida Da CriançA
O Jogo DramáTico Na Vida Da CriançA
 
ReflexãO CríTica Didatica Evt
ReflexãO CríTica Didatica EvtReflexãO CríTica Didatica Evt
ReflexãO CríTica Didatica Evt
 
ReflexãO Critica
ReflexãO CriticaReflexãO Critica
ReflexãO Critica
 
Atividades de equilibrio
Atividades de equilibrioAtividades de equilibrio
Atividades de equilibrio
 
Aividades ludicas jogos em sala de aula
Aividades ludicas   jogos em sala de aulaAividades ludicas   jogos em sala de aula
Aividades ludicas jogos em sala de aula
 
1185617336 26.animacaoeducacao infantil
1185617336 26.animacaoeducacao infantil1185617336 26.animacaoeducacao infantil
1185617336 26.animacaoeducacao infantil
 

Similar to Desenvolvimento da Criatividade e Expressão na Educação

Apresentação1 em formatação fund e metod de ciencias 7 semestre
Apresentação1 em formatação fund e metod de ciencias 7 semestreApresentação1 em formatação fund e metod de ciencias 7 semestre
Apresentação1 em formatação fund e metod de ciencias 7 semestreSandra Guerra
 
A arte como um direito da criança - o papel do professor na construção de um ...
A arte como um direito da criança - o papel do professor na construção de um ...A arte como um direito da criança - o papel do professor na construção de um ...
A arte como um direito da criança - o papel do professor na construção de um ...Ateliê Giramundo
 
Projeto desenho completo
Projeto desenho completoProjeto desenho completo
Projeto desenho completoRose Silva
 
Texto aula 9 moura a brincadeira como encontro de todas as artes
Texto aula 9 moura a brincadeira como encontro de todas as artesTexto aula 9 moura a brincadeira como encontro de todas as artes
Texto aula 9 moura a brincadeira como encontro de todas as artesLiana Pereira Borba
 
Artes visuais: desenho e pintura
Artes visuais: desenho e pinturaArtes visuais: desenho e pintura
Artes visuais: desenho e pinturalechemi
 
Projeto de desenho apresentação
Projeto de desenho apresentaçãoProjeto de desenho apresentação
Projeto de desenho apresentaçãoRose Silva
 
Metodologia do ensino de artes
Metodologia do ensino de artesMetodologia do ensino de artes
Metodologia do ensino de artesAna Guimaraes
 
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO NA SALA DE AULA
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO NA SALA DE  AULAA ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO NA SALA DE  AULA
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO NA SALA DE AULAGuilhermeVillela4
 
Currículo referência arte 6º ao 9º ano
Currículo referência arte 6º ao 9º anoCurrículo referência arte 6º ao 9º ano
Currículo referência arte 6º ao 9º anotecnicossme
 
4. infâncias e suas linguagens
4. infâncias e suas linguagens4. infâncias e suas linguagens
4. infâncias e suas linguagensUlisses Vakirtzis
 
-Textos-de-Apoio-DesenhoInfantil.pdf
-Textos-de-Apoio-DesenhoInfantil.pdf-Textos-de-Apoio-DesenhoInfantil.pdf
-Textos-de-Apoio-DesenhoInfantil.pdfVanessa Gontscharow
 
Auto Estima Da Identidade Surda
Auto Estima Da Identidade SurdaAuto Estima Da Identidade Surda
Auto Estima Da Identidade Surdaasustecnologia
 
A CriançA Conhecendo Arte
A CriançA Conhecendo ArteA CriançA Conhecendo Arte
A CriançA Conhecendo ArteEdmilson Faria
 
Arte educação e terapia by sidnei
Arte educação e terapia by sidneiArte educação e terapia by sidnei
Arte educação e terapia by sidneisidtkt
 
CompreensãO Dos Interesses E Necessidades Das Crianca E A Diversidade, A Incl...
CompreensãO Dos Interesses E Necessidades Das Crianca E A Diversidade, A Incl...CompreensãO Dos Interesses E Necessidades Das Crianca E A Diversidade, A Incl...
CompreensãO Dos Interesses E Necessidades Das Crianca E A Diversidade, A Incl...infoedu
 
Artigo o desenho no desenvolvimento infantil
Artigo o desenho no desenvolvimento infantilArtigo o desenho no desenvolvimento infantil
Artigo o desenho no desenvolvimento infantilariana limonta
 

Similar to Desenvolvimento da Criatividade e Expressão na Educação (20)

Apresentação1 em formatação fund e metod de ciencias 7 semestre
Apresentação1 em formatação fund e metod de ciencias 7 semestreApresentação1 em formatação fund e metod de ciencias 7 semestre
Apresentação1 em formatação fund e metod de ciencias 7 semestre
 
A arte como um direito da criança - o papel do professor na construção de um ...
A arte como um direito da criança - o papel do professor na construção de um ...A arte como um direito da criança - o papel do professor na construção de um ...
A arte como um direito da criança - o papel do professor na construção de um ...
 
Projeto desenho completo
Projeto desenho completoProjeto desenho completo
Projeto desenho completo
 
TCC ARTE KERLINI.doc
TCC ARTE KERLINI.docTCC ARTE KERLINI.doc
TCC ARTE KERLINI.doc
 
Meu tcc
Meu tccMeu tcc
Meu tcc
 
Texto aula 9 moura a brincadeira como encontro de todas as artes
Texto aula 9 moura a brincadeira como encontro de todas as artesTexto aula 9 moura a brincadeira como encontro de todas as artes
Texto aula 9 moura a brincadeira como encontro de todas as artes
 
Artes visuais: desenho e pintura
Artes visuais: desenho e pinturaArtes visuais: desenho e pintura
Artes visuais: desenho e pintura
 
35 127-1-pb
35 127-1-pb35 127-1-pb
35 127-1-pb
 
Projeto de desenho apresentação
Projeto de desenho apresentaçãoProjeto de desenho apresentação
Projeto de desenho apresentação
 
Metodologia do ensino de artes
Metodologia do ensino de artesMetodologia do ensino de artes
Metodologia do ensino de artes
 
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO NA SALA DE AULA
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO NA SALA DE  AULAA ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO NA SALA DE  AULA
A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO NA SALA DE AULA
 
Currículo referência arte 6º ao 9º ano
Currículo referência arte 6º ao 9º anoCurrículo referência arte 6º ao 9º ano
Currículo referência arte 6º ao 9º ano
 
4. infâncias e suas linguagens
4. infâncias e suas linguagens4. infâncias e suas linguagens
4. infâncias e suas linguagens
 
-Textos-de-Apoio-DesenhoInfantil.pdf
-Textos-de-Apoio-DesenhoInfantil.pdf-Textos-de-Apoio-DesenhoInfantil.pdf
-Textos-de-Apoio-DesenhoInfantil.pdf
 
Auto Estima Da Identidade Surda
Auto Estima Da Identidade SurdaAuto Estima Da Identidade Surda
Auto Estima Da Identidade Surda
 
Arte na escola
Arte na escolaArte na escola
Arte na escola
 
A CriançA Conhecendo Arte
A CriançA Conhecendo ArteA CriançA Conhecendo Arte
A CriançA Conhecendo Arte
 
Arte educação e terapia by sidnei
Arte educação e terapia by sidneiArte educação e terapia by sidnei
Arte educação e terapia by sidnei
 
CompreensãO Dos Interesses E Necessidades Das Crianca E A Diversidade, A Incl...
CompreensãO Dos Interesses E Necessidades Das Crianca E A Diversidade, A Incl...CompreensãO Dos Interesses E Necessidades Das Crianca E A Diversidade, A Incl...
CompreensãO Dos Interesses E Necessidades Das Crianca E A Diversidade, A Incl...
 
Artigo o desenho no desenvolvimento infantil
Artigo o desenho no desenvolvimento infantilArtigo o desenho no desenvolvimento infantil
Artigo o desenho no desenvolvimento infantil
 

More from Alfredo Lopes

ExpressãO DramáTica
ExpressãO DramáTicaExpressãO DramáTica
ExpressãO DramáTicaAlfredo Lopes
 
A ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
A ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTicaA ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
A ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTicaAlfredo Lopes
 
ExpressãO E EducaçãO FíSico
ExpressãO E EducaçãO FíSicoExpressãO E EducaçãO FíSico
ExpressãO E EducaçãO FíSicoAlfredo Lopes
 
ExpressãO PláStica Mascaras
ExpressãO PláStica MascarasExpressãO PláStica Mascaras
ExpressãO PláStica MascarasAlfredo Lopes
 
ExpressãO PláStica E Expressao Musical
ExpressãO PláStica E Expressao MusicalExpressãO PláStica E Expressao Musical
ExpressãO PláStica E Expressao MusicalAlfredo Lopes
 
Actividade Para O Dia Da Avó E Do Pai
Actividade Para O Dia Da Avó E Do PaiActividade Para O Dia Da Avó E Do Pai
Actividade Para O Dia Da Avó E Do PaiAlfredo Lopes
 
A CriançA E O Movimento ExpressãO FíSico Motora
A CriançA E O Movimento ExpressãO FíSico MotoraA CriançA E O Movimento ExpressãO FíSico Motora
A CriançA E O Movimento ExpressãO FíSico MotoraAlfredo Lopes
 
ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTicaExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTicaAlfredo Lopes
 
Imitar O Chefe, Apanhar A Cauda, O SéRio
Imitar O Chefe, Apanhar A Cauda, O SéRioImitar O Chefe, Apanhar A Cauda, O SéRio
Imitar O Chefe, Apanhar A Cauda, O SéRioAlfredo Lopes
 
Roteiro Para A EducaçãO ArtíStica
Roteiro Para A EducaçãO ArtíSticaRoteiro Para A EducaçãO ArtíStica
Roteiro Para A EducaçãO ArtíSticaAlfredo Lopes
 
Livro Competencias Essenciais
Livro Competencias EssenciaisLivro Competencias Essenciais
Livro Competencias EssenciaisAlfredo Lopes
 
Finalidades Da EducaçãO ArtíStica]
Finalidades Da EducaçãO ArtíStica]Finalidades Da EducaçãO ArtíStica]
Finalidades Da EducaçãO ArtíStica]Alfredo Lopes
 
ConstruçãO Do Colectivo Como Unidade De Trabalho
ConstruçãO Do Colectivo Como Unidade De TrabalhoConstruçãO Do Colectivo Como Unidade De Trabalho
ConstruçãO Do Colectivo Como Unidade De TrabalhoAlfredo Lopes
 
Jogosactivadoresdecriatividade
JogosactivadoresdecriatividadeJogosactivadoresdecriatividade
JogosactivadoresdecriatividadeAlfredo Lopes
 

More from Alfredo Lopes (20)

ExpressãO DramáTica
ExpressãO DramáTicaExpressãO DramáTica
ExpressãO DramáTica
 
A ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
A ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTicaA ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
A ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
 
ExpressãO E EducaçãO FíSico
ExpressãO E EducaçãO FíSicoExpressãO E EducaçãO FíSico
ExpressãO E EducaçãO FíSico
 
ExpressãO PláStica Mascaras
ExpressãO PláStica MascarasExpressãO PláStica Mascaras
ExpressãO PláStica Mascaras
 
ExpressãO PláStica E Expressao Musical
ExpressãO PláStica E Expressao MusicalExpressãO PláStica E Expressao Musical
ExpressãO PláStica E Expressao Musical
 
Actividade Para O Dia Da Avó E Do Pai
Actividade Para O Dia Da Avó E Do PaiActividade Para O Dia Da Avó E Do Pai
Actividade Para O Dia Da Avó E Do Pai
 
A CriançA E O Movimento ExpressãO FíSico Motora
A CriançA E O Movimento ExpressãO FíSico MotoraA CriançA E O Movimento ExpressãO FíSico Motora
A CriançA E O Movimento ExpressãO FíSico Motora
 
ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTicaExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
ExpressãO E EducaçãO Musical E DramáTica
 
Imitar O Chefe, Apanhar A Cauda, O SéRio
Imitar O Chefe, Apanhar A Cauda, O SéRioImitar O Chefe, Apanhar A Cauda, O SéRio
Imitar O Chefe, Apanhar A Cauda, O SéRio
 
Roteiro Para A EducaçãO ArtíStica
Roteiro Para A EducaçãO ArtíSticaRoteiro Para A EducaçãO ArtíStica
Roteiro Para A EducaçãO ArtíStica
 
Livro Competencias Essenciais
Livro Competencias EssenciaisLivro Competencias Essenciais
Livro Competencias Essenciais
 
Acorda
AcordaAcorda
Acorda
 
A Carta De 2070
A Carta De 2070A Carta De 2070
A Carta De 2070
 
46 1986
46 198646 1986
46 1986
 
49 2005
49 200549 2005
49 2005
 
115 1997
115 1997115 1997
115 1997
 
Prog 1 Ciclo Eb
Prog  1 Ciclo EbProg  1 Ciclo Eb
Prog 1 Ciclo Eb
 
Finalidades Da EducaçãO ArtíStica]
Finalidades Da EducaçãO ArtíStica]Finalidades Da EducaçãO ArtíStica]
Finalidades Da EducaçãO ArtíStica]
 
ConstruçãO Do Colectivo Como Unidade De Trabalho
ConstruçãO Do Colectivo Como Unidade De TrabalhoConstruçãO Do Colectivo Como Unidade De Trabalho
ConstruçãO Do Colectivo Como Unidade De Trabalho
 
Jogosactivadoresdecriatividade
JogosactivadoresdecriatividadeJogosactivadoresdecriatividade
Jogosactivadoresdecriatividade
 

Recently uploaded

Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......suporte24hcamin
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdfBlendaLima1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 

Recently uploaded (20)

Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 

Desenvolvimento da Criatividade e Expressão na Educação

  • 1. Debate Nacional sobre Contributos Pessoais Educação Dalila D'Alte Rodrigues PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE Desenvolver a expressão e estimular a criatividade O indivíduo revela-se em tudo o que faz. Através da pintura, da modelação, da dança, da música, exprime sentimentos, ideias e emoções. Não há comunicação sem expressão. Trata-se de uma necessidade vital. Aquele que não consegue exprimir-se corre o risco de ficar incomunicável e pode enlouquecer. Quando praticada com autenticidade, a expressão revela o ser. Ao nível mais profundo, a comunicação artística é intersubjectiva e não se satisfaz com os códigos conhecidos; ao nível mais superficial, a comunicação é meramente convencional, recorre a lugares comuns, sendo pouco inovadora… Sabemos que o sistema educativo estimula predominantemente o pensamento convergente, lógico e objectivo, baseado na observação, em detrimento da imaginação criativa, própria do pensamento divergente, intuitivo e subjectivo. Também sabemos que o excesso de tecnologia na sociedade contemporânea é responsável por uma expressão mecanicista e impessoal. A produção em série, através de processos mecânicos, conduz à massificação do gosto, promovida pela publicidade e pela moda. A Educação deve permitir o equilíbrio entre a mão e o espírito; entre o fazer e o ser. O fazer, só por si, leva ao artifício, puramente tecnicista. Nesta perspectiva, a técnica é subsidiária da expressão. A natureza inquietante e sonhadora do artista contrapõe-se, frequentemente, à realidade prática, utilitária e objectiva. Motivada por profundas motivações interiores, a sua forma de pensar, divergente e inovadora, pode contribuir para a criação de novos modos de agir, sentir e conceber. A Arte Contemporânea integra os mais variados suportes, desperdícios e detritos da civilização industrial. Um simples trapo ou papel amarrotado, a livre associação de fragmentos de objectos e de imagens, o contorno de sombras e de formas do acaso, tudo serve de pretexto para desencadear o mecanismo da expressão e da criatividade. A criança gosta de pintar, desenhar, modelar e construir, experimentando os mais diversos materiais. Sobre diferentes
  • 2. Debate Nacional sobre Contributos Pessoais Educação Dalila D'Alte Rodrigues suportes, apreende a expressividade directa do traço, a percepção da linha que gera formas, o sentido estrutural do desenho e a harmonia das cores. A Educação Artística pressupõe conhecimentos básicos da História da Arte, numa perspectiva pedagógica, tomando como referência primordial o conhecimento psicológico da criança. Não podemos confundir Educação Artística com a mera aplicação de um conjunto de «receitas» técnicas que, normalmente, conduzem a formas estereotipadas ou convencionais de representação. No que diz respeito à Expressão Plástica, a criança deverá ter a oportunidade de escolher o seu próprio material e experimentar técnicas que estimulem a criatividade. A criatividade é um ponto alto da expressão. A expressão oscila entre a regra e a emoção; entre a norma convencional e a inovação. Compete ao professor proporcionar meios motivadores que contribuam para o desenvolvimento da capacidade expressiva e criativa da criança. Compete a cada um encontrar a forma de expressão que melhor se adapta às suas reais capacidades físicas e psíquicas. Através da expressão Livre, a criança projecta-se no que faz. Se a expressão livre, desde a infância, revela o ser, com todas as suas potencialidades criativas, a sua prática continuada ajuda a estruturar e a desenvolver a personalidade humana, intensificando e esclarecendo fenómenos puramente subjectivos, como a sensibilidade estética e a imaginação. É preciso ter uma sensibilidade artística apurada para entender e ser sensível à pureza e espontaneidade do desenho infantil. Não é por acaso que Picasso dizia que aprendia imenso a ver uma criança a desenhar. Qualquer pessoa com menos sensibilidade, não só não é capaz de dizer o mesmo, como não toma a sério os rabiscos infantis 1 . A ignorância da maior parte das pessoas, 1 - Tanto a arte da criança como a do homem pré-histórico começam pelo abstracto (garatujas). Mas o que fica na memória do senso comum são os girinos ou cabeçudos infantis e os animais pré-históricos gravados nas grutas, isto é, o figurativo. O senso comum aceita melhor a figuração do que a abstracção, que não pretende representar as aparências do mundo exterior. Dizer que «não se entendem os rabiscos», não basta! E é grave, sobretudo no caso dos que se dizem eruditos…Toda a Arte procura uma visão sintética da realidade, e, nessa medida, não deixa de abstrair, exprimindo o essencial e excluindo o acessório. Aquele que compreende a Arte Abstracta, está em muito melhores condições de compreender a Arte Figurativa, porque, não se contentando apenas com o tema, é sensível às leis da composição que determinam as relações formais e cromáticas, aspectos comuns à Arte Abstracta e à Arte Figurativa.
  • 3. Debate Nacional sobre Contributos Pessoais Educação Dalila D'Alte Rodrigues mesmo as mais instruídas, começa aí. Nesta circunstância, o papel do educador pela Arte é extremamente delicado e complexo, para não ferir a susceptibilidade dos adultos, nomeadamente a dos pais. Não há como a obra de arte para compreender o que é a expressão aprofundada e inteiramente assumida pelo artista, que revela não só a sua maneira de ser, como também a sua maneira de sentir e de pensar. Observando a arte actual, verificamos uma grande diversidade de estilos e tendências estéticas. Depende da nossa capacidade de saber ver ou distinguir as características dominantes aí implícitas ou, por outras palavras, depende da nossa educação visual, do grau de conhecimentos e de cultura para, em termos psicológicos, observarmos como é diferente e quantas vezes original a expressão pessoal, a autenticidade e o poder criativo da linguagem, tão capaz de desmontar códigos conhecidos, como de propor novos códigos. Ao evidenciar a técnica utilizada, a Arte Moderna estimula a vontade de experimentação, e torna-se acessível nas diversas tendências estéticas que preconiza. A diversificação da expressão amplia o sentido de novas linguagens. Trata-se de uma comunicação intersubjectiva, comum à expressão livre da criança e do artista. O que no artista é consciente e deliberado, na criança é prazer lúdico e intuição. No plano artístico, a expressão, além de profunda, é inovadora, contribuindo para novos modos de pensar, sentir e agir, pelo que a comunicação intersubjectiva nem sempre é fácil, apesar de surpreendente, enigmática e enriquecedora. Cada autor tem a liberdade de criar a sua própria linguagem, que não se limita à prática de meros exercícios académicos… O artista, tal como a criança, exprime-se em função da própria vivência, projectando na obra toda a sua relação afectiva com o mundo. Ao longo da História da Arte, temos vindo a observar, por vezes, que, quanto mais inovadora é a expressão, mais difícil se torna a comunicação. Foi esse o drama de grandes pintores, como Van Gogh que, incompreendido pela sociedade do seu tempo, viveu com extrema dificuldade, acabando por se suicidar. Foi preciso esperar mais de meio século para a sua obra ser reconhecida e consagrada em todo o mundo. A Arte tem uma componente ética, estética, poética e filosófica, pelo que não só documenta a sua época como, em muitos aspectos, a antecede e ultrapassa.
  • 4. Debate Nacional sobre Contributos Pessoais Educação Dalila D'Alte Rodrigues A Arte é hoje entendida através de um renovado olhar. O que, outrora, foi considerado como expressão rudimentar, inábil ou inacabada, própria de quem “não sabe desenhar ou pintar”, segundo retrógrados conceitos académicos, é hoje olhado com mais respeito por psicólogos e pedagogos. Manifestações pessoais e originais não podem ser adulteradas por caducos sistemas de avaliação. Os temas actualmente escolhidos e as técnicas ou os modos de desenhar, pintar ou modelar diferem bastante daquilo que, convencionalmente, se definia como “boa pintura” ou “boa escultura”. Algo evoluiu no gosto e na atitude mental que permite a aceitação das várias formas de expressão. Actualmente, existem Museus de Arte Bruta, onde se integram a pintura infantil, a expressão espontânea do homem comum (arte naïve) e a arte psicopatológica, que se manifestam à margem do ensino artístico. Organizam-se exposições com visitas guiadas e sessões de animação pedagógica, destinadas a grupos escolares. É através da expressão lúdica, que a criança aprende. Brincar é a forma mais natural de auto-aprendizagem. A criança brinca porque quer crescer e porque é saudável. Quando não há prazer no que se faz, há mal-estar e, consequentemente, o produto é esforçado e anti-natural. Os jogos, a brincadeira, a pintura, as construções, a modelagem, o prazer da descoberta ou o que a criança é capaz de aprender pelos seus próprios meios, tornam a sua vida mais aliciante e mais feliz 2 , porque eminentemente lúdica e sem fronteiras. Integrada na sociedade consumista em que vivemos, a criança não pode deixar de ser sensível à inevitável influência dos mass media, frequentemente imitando o adulto e desvirtuando a sua expressão original. Nos melhores casos, revela uma personalidade independente, capaz de reagir contra essa 2 - A criança é feliz nas suas brincadeiras. O conceito de felicidade, no caso do adulto, é muito relativo e discutível. As pessoas conformistas podem ser felizes à sua maneira…apregoando um “ideal de felicidade superficial”, que os mais sensíveis, nomeadamente os artistas rejeitam ou põem em questão. As pessoas pouco ambiciosas em termos intelectuais e culturais, lutam pela aquisição de bens materiais, mas descuram os bens espirituais, como a Arte. As suas casas raramente ultrapassam o trivial e frequentemente são exemplo de manifesto mau gosto, bem como a maneira como se vestem e cuidam do próprio corpo…Em contrapartida, o artista, sendo um ser por natureza insatisfeito, tem necessidade de ser criativo, para aprofundar e melhorar a sua relação com o mundo que o rodeia, intervindo nele activamente, com formas inovadoras que chocam, e por vezes escandalizam o senso comum. Tal atitude pressupõe uma séria crítica ao sistema dominante e a necessidade de o transformar. Em termos psicanalíticos, a criatividade é sintoma de saúde mental. Ninguém nega a função terapêutica da Arte. Já Nadir Afonso afirmou: «Aquele que encontrou a Arte está meio curado».
  • 5. Debate Nacional sobre Contributos Pessoais Educação Dalila D'Alte Rodrigues influência, descobrindo intuitivamente as normas elementares em que se baseia o modo como se organizam as formas e as cores, no plano e no volume. No desenho, o estereótipo, que consiste em repetir mecanicamente esquemas de representação inexpressiva, deve ser combatido ou, pelo menos, não estimulado. Quantas vezes a mão do adulto (do pai, da mãe ou do professor) actua em detrimento da pureza do traço infantil, numa atitude de pseudo-ajuda, que não podemos deixar de condenar. Conscientes destas e outras influências inevitáveis, os educadores e professores devem estar atentos, no sentido de defender a autenticidade e a singularidade da expressão. “A Arte não entra na criança; sai dela”, diz Arno Stern, que mostra assim a diferença entre quem está na origem da Arte (a criança e o primitivo) e quem a utiliza como obra acabada e arrumada nos museus. Afigura-se-nos, no entanto, ser da maior importância o contacto da criança com a obra de arte, de expressão diversificada. Ao suscitar diferentes interpretações ou modos de abordagem, a Arte contribui para o despertar da sensibilidade estética e para desbloquear a criatividade, proporcionando a descoberta das mais variadas técnicas e formas de expressão, bem como o pleno desenvolvimento da personalidade, que age e reage como um todo psicossomático (corpo e mente). Na Arte Contemporânea, a técnica está à vista e ao alcance de qualquer mão, tendo deixado de ser “ segredo de atelier”. Talvez por isso haja menos preconceitos e maior abertura mental. Hoje, a criança aceita tudo isso com naturalidade, em formas abstractas ou figurativas. O conhecimento da Arte, numa correcta perspectiva histórica e pedagógica, contribui para o entendimento da expressão livre 3 . Ao exprimirem-se livremente, as crianças e os jovens adquirem autoconfiança e tornam-se mais responsáveis e cooperantes no relacionamento com os outros. Respeitando a expressão pessoal de cada um, é possível realizar surpreendentes trabalhos individuais e colectivos 3 - É importante lembrar que, propor à criança um trabalho livre, não basta! Não basta dizer: «hoje é trabalho livre, façam o que quiserem!», como infelizmente ainda muitas vezes acontece…e que corresponde, a não se ter preparado nada para aquela aula…Quando o professor procede desta maneira, as crianças/jovens fazem sempre a mesma coisa, caindo no estereótipo e no banal. É aí que as técnicas que estimulam a criatividade podem contribuir para combater o estereótipo. É urgente fazer ver que a Expressão Livre não é uma «balda»! Muito pelo contrário: a expressão livre só faz sentido, quando é inteiramente assumida pelo próprio, sendo, porventura, a forma mais elevada de responsabilidade.
  • 6. Debate Nacional sobre Contributos Pessoais Educação Dalila D'Alte Rodrigues através de técnicas que estimulam a criatividade, como a colagem, a montagem objectual, a frottage, a decalcomania e muitas outras, que o professor, sensibilizado e informado no domínio das artes plásticas, poderá sugerir oportunamente. «Todos os indivíduos são potencialmente criativos. (…) A criatividade pode cultivar-se individualmente e em grupo, através de experiências que estimulam o pensamento divergente que, ao contrário do pensamento convergente, em vez de uma única solução, aceita várias soluções possíveis, vários modos de resolver o problema. (…) Menos adstrito à conformidade da resposta do que à sua originalidade, tranquilo em face das questões amplas e mal definidas, o pensamento divergente é capaz de apreender relações entre factos nunca anteriormente notados e de produzir formas novas, através de ensaios e de erros, por “aproximação experimental”» 4 . É o pensamento divergente que caracteriza o espírito de aventura e fantasia do artista inovador. A Escola deve criar condições que favoreçam o desenvolvimento de uma relação de equilíbrio entre o pensamento convergente ou lógico e o pensamento divergente ou intuitivo que, sendo complementares, fazem parte da formação integral do indivíduo. Os Programas devem adaptar-se à criança e ao seu desenvolvimento e não a criança aos Programas. O professor tem autoridade pedagógica para os interpretar e, se necessário, alterá-los, em favor de uma prática docente mais adequada ao desenvolvimento da personalidade dos seus alunos. (...) Não podemos deixar de reconhecer o papel da Arte na formação da personalidade do indivíduo, pelo que a Educação Artística não pode deixar de figurar como componente essencial nos programas escolares dos vários graus de ensino desde o Jardim-de-Infância até ao Superior. DALILA D’ ALTE RODRIGUES 4 - Gonçalves, Eurico – A Arte Descobre a Criança, pp. 23-24, Raiz Editora, 1991
  • 7. Debate Nacional sobre Contributos Pessoais Educação Dalila D'Alte Rodrigues