O documento discute como o psicanalista lida com o tempo e dinheiro na terapia analítica. A transferência é gerenciada através do intervalo entre sessões, da duração da sessão e do corte interpretativo. O tempo de tratamento é quase impossível de prever e cada sessão reflete a análise como um todo. O psicanalista usa manobras no tempo, como o corte da sessão, para instigar o paciente ao invés de dar sentido imediato.
ALTERAÇÕES DO HUMOR - síntese de aspectos relevantes a partir da CID-10
O que faz o psicanalista? - O tempo na análise
1. O que faz o
psicanalista ?
Tema:
o tempo e o dinheiro:
seus manejos na experiência analítica
Coordenação Alexandre Simões
ALEXANDRE
SIMÕES
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direitos de
autor
reservados.
2. Quanto ao manejo da transferência, vale lembrar o
que demarca mais amplamente o itinerário de uma
análise:
“... O que desejamos ouvir de nosso paciente
não é apenas o que ele sabe e esconde de
outras pessoas; ele deve dizer-nos também
o que não sabe.”
(FREUD. Esboço de psicanálise, p. 201)
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3. Quais são os movimentos ou estratégias que promovem o
manejo da transferência?
Fundamentalmente, compete ao analista apresentar-
se de forma mais intensa bem como, quando
necessário, ausentar-se:
• O intervalo entre as sessões;
• O tempo de duração da sessão; ALEXANDRE
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• A função do corte interpretativo; ® Todos os direitos
de autor reservados.
5. "Uma pergunta importuna que o paciente faz ao médico, no início, é:
'Quanto tempo durará o tratamento. De quanto tempo o senhor
precisará para aliviar-me de meu problema?' Se se propôs um
tratamento experimental de algumas semanas, pode-se evitar fornecer
resposta direta a esta pergunta, prometendo-se fazer um
pronunciamento mais fidedigno ao final do período de prova. Nossa
resposta assemelha-se à resposta dada pelo Filósofo ao Caminhante,
na fábula de Esopo. Quando o caminhante perguntou ao Filósofo
quanto tempo teria de jornada, o Filósofo simplesmente respondeu
'Caminha!' e justificou sua resposta aparentemente inútil, com o
pretexto de que precisava saber a amplitude do passo do Caminhante
antes de lhe poder dizer quanto tempo a viagem duraria. Este
expediente auxilia-nos a superar as primeiras dificuldades, mas a
comparação não é boa, pois o neurótico pode facilmente alterar o passo
e, às vezes, fazer apenas progresso muito lento. Na verdade, a pergunta
relativa à duração de um tratamento é quase irrespondível."
(Freud, 1913. Sobre o início do tratamento)
6. Cada sessão de análise comporta uma
dobra interna da análise inteira.
Isto nos conduz a
verificar que todo final
de sessão remete, de
forma homóloga, a um
final da análise.
7. O que equivale a
afirmar que
O corte da sessão pode ir de encontro ao saber,
na contramão do pensamento, interrompe a fala.
8. Diferentemente de dar sentido ao dizer do analisando, fazendo
interpretações tradutoras ou explicativas, o analista provoca a
instigação, abrindo a cadeia significante do sujeito, para fazê-lo
deslizar.
9. Volta-se, assim, mais de
uma vez a um ponto ...
não de forma circular, porém,
espiralar.
10. Cada sessão de análise comporta uma
dobra interna da análise inteira.
11. Instante de olhar
Tempo para compreender
(que, para Lacan, comporta uma certeza
que é precipitada pela pressa)
Momento de concluir
13. i
Manobras n
t
e
no tempo r
v
a
l
o
tempo da entre as
sessão sessões
14. Prosseguiremos no próximo encontro ainda com o tema
o tempo e o dinheiro: seus manejos na
experiência analítica
Até lá!
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www.alexandresimoes.com.br
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