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Clínica Psicanalítica:
                manejo e subjetivações na contemporaneidade




                                     Tema:
                        Histeria e atuação: corpo e gozo
ALEXANDRE
   SIMÕES
 ® Todos os
                                 Coordenação   Alexandre Simões
  direitos de
     autor
 reservados.
De início, as primeiras histéricas
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 mal-estar que, em
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 histérico na
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 perspectiva
 conversiva
  era zeloso
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se os desmaios e convulsões trouxessem
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                epilepsia.

  Se o desmaio - seguido ou não de
convulsões - não implicasse em danos
  ao corpo, estaríamos nas águas da
O que esta fórmula - de
 alcance duvidoso - acaba
por mostrar é precisamente
a forma como o corpo estava
   apropriado na histeria:




tratava-se ali de um corpo erótico, envolvido pela lógica
                       libidinal;
A partir principalmente do caso da jovem homossexual
  (“Sobre a psicogênese de um caso de homossexualidade feminina”, de 1920), o
modelo clínico da histeria começa a passar, em Freud, por
                              uma transição




      Trata-se de uma jovem que, em um dado
    momento, joga-se de uma ponte sobre os trilhos
                       do trem
O tratamento psicanalítico foi iniciado seis meses
   após esse acontecimento. A adolescente já se
  encontrava refeita dos seus ferimentos – estes
 foram muito sérios, mas não deixaram sequelas
                      físicas.
Essa atitude da jovem paciente de
Freud foi considerada mais do que
    uma simples encenação:

 foi tomada por Freud como uma
  autêntica tentativa de suicídio
Temos, pois:



   Um corpo
     tocado
      pelo
    sintoma

              Um corpo que se
                deixa cair
Um pouco mais do que
 isto, na atualidade:



       Um corpo tocado
        pelo sintoma




                             Um corpo que se deixa
                         cair, rasgar, abrir, transformar.
Como o mal-estar se
inscreve, hoje, no corpo do
     sujeito histérico?
Fragmento clínico:
Há alguns anos, recebi em meu consultório uma
jovem na faixa dos 27 anos de idade, muito vivaz
         e de inteligência bem afinada.

   Nascida no interior do Estado, ela vai para a
capital completar o segundo grau e dar ingresso à
    vida universitária. Em Belo Horizonte, foi
      acolhida pela tia (uma executiva bem
 sucedida, solteira e sem filhos) e assim realizou
     seus estudos, desfrutando das melhores
  condições materiais que podia obter na época.

     Ao lado dos estudos, destacou-se como
 nadadora, chegando a ganhar alguns torneios e
  , em alguns momentos, foi uma praticante de
                    triathlon.
Via-se como uma jovem aplicada em
seus estudos e com uma vida bastante
              saudável.

A sua trilha universitária iniciou-se em
   meio a um desagrado. O seu curso
superior foi, segundo ela, decidido pela
  tia. A tia preocupava-se muito com a
   futura inserção profissional de sua
 sobrinha e a conduziu a se decidir por
      fazer o mesmo curso realizado
 anteriormente por ela (a própria tia) e
que tinha relação direta com a sua área
                de atuação.

                             Esperava-se, assim, que
                                a sobrinha desse
                             continuidade à carreira
                                     da tia.
Aqui, há um detalhe acerca do vínculo bastante estreito
entre esta menina e a sua tia. A relação da paciente com a
 sua mãe era extremamente tensa, desde os anos iniciais
 da infância. A mãe surgia como uma mulher descuidada
   acerca da maternidade e, adicionado a isto o uso de
 álcool, não se mostrava em condições de cuidar da filha.
Neste cenário, é desde bem cedo que esta tia ocupará um
    lugar de referência para a paciente: uma referência
     feminina transversalizada por uma atitude fálica.

   Esta referência não era feita sem se acompanhar da
indicação do desmerecimento da progenitora em ser mãe.
A paciente se forma na área de atuação almejada pela
   tia e dá início às suas atividades profissionais.

Porém, nos locais em que ela atuou, rapidamente se
embaralhou em dificuldades de relacionamento com
alguns colegas e também com os gestores, aliadas a
  um questionamento político que ela fazia de sua
    atuação e da lógica do mercado que acabava
influenciando diretamente sua atuação profissional.
Não tardou o aparecimento de questionamentos
cada vez mais inviáveis acerca de sua carreira e
  a manifestação de uma grande infelicidade
           quanto à sua profissão.

A permanência em Belo Horizonte e na atuação
  direta da profissão tornaram-se inviáveis e a
paciente voltou para sua cidade, vindo a exercer
    um cargo burocrático junto à Prefeitura.



              Na sua nova atuação profissional, não cessava
                  de considerar os gestores e seus chefes
                imediatos como pessoas sem inteligência e
               como legítimos burocratas de plantão. Neste
                 cenário, ela se via desperdiçada em suas
                                qualidades.
Nos últimos anos, com o retorno
    para a sua cidade natal, esta
paciente começa a notar algo que até
 então não fazia parte de sua vida:




    um conjunto amplo de atuações com sérias
 repercussões para sua integridade física e saúde.
 Ao lado disso, havia também diversas exposições
     de caráter erótico que, em alguma medida,
  tornavam melindroso o lugar desta paciente em
    meio às suas relações sociais e profissionais.
Um encontro bastante intenso com
                   vários tipos de drogas associou-se ao
                  uso de álcool. Tornou-se cada vez mais
                  frequente estes usos se darem em meio
                    a uma atmosfera boêmia: a paciente
                    passava muitas noites seguidas em
                      bares, chegando em casa de dia.



  Em alguns momentos, após diversas aventuras sexuais
     (tanto hetero quanto homoeróticas, algumas delas
    arriscadas), era tomada de forte culpabilidade. Era
sobretudo nestas ocasiões que a paciente punha-se a cortar
    seu corpo insistentemente com um estilete. Ao lado
   disso, ela realizava um intenso uso de medicamentos
vindo, mais de uma vez, a ser encontrada desacordada após
                a associação fármaco-álcool.
Em mais de uma ocasião, seja na vida
profissional ou na trajetória boêmia, esta pessoa
             „qual é o meu
portava a indagação:

lugar?‟, „o que sou para o
           Outro?‟
O que, em termos de condução do
tratamento, pode nos conduzir a indagar se as
   atuações - por mais problemáticas que
 possam ser - não possibilitam a este sujeito
               um chamado:




                   reapropriar-se de sua
                    condição desejante
Prosseguiremos com o tema:

07/05: Adolescência e transgressão: o supereu imperativo




                        Até lá!
               Acesso a este conteúdo:
             www.alexandresimoes.com.br


                                                         ALEXANDRE
                                                           SIMÕES
                                                      ® Todos os direitos
                                                      de autor reservados.

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CURSO CLÍNICA PSICANALÍTICA 2012 - Aula 4 - Histeria e atuação: corpo e gozo

  • 1. Clínica Psicanalítica: manejo e subjetivações na contemporaneidade Tema: Histeria e atuação: corpo e gozo ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os Coordenação Alexandre Simões direitos de autor reservados.
  • 2. De início, as primeiras histéricas escutadas por Freud mantinham um aparente distanciamento das atuações
  • 3. Elas exibiam um mal-estar que, em boa medida, era veiculado pelo sintoma clássico da histeria: o sintoma conversivo
  • 4. Isto já indicava uma abertura do corpo à escrita sintomática
  • 5. Mas, havia a ideia de que enquanto uma histérica falasse do seu sofrimento, ela não atuaria O sintoma histérico na sua perspectiva conversiva era zeloso quanto ao corpo
  • 6. Tanto que no caso de uma convulsão histérica havia um imaginário que, em certa medida, guiava a clínica: se os desmaios e convulsões trouxessem um sério risco à integridade do corpo, estaríamos diante de uma epilepsia. Se o desmaio - seguido ou não de convulsões - não implicasse em danos ao corpo, estaríamos nas águas da
  • 7. O que esta fórmula - de alcance duvidoso - acaba por mostrar é precisamente a forma como o corpo estava apropriado na histeria: tratava-se ali de um corpo erótico, envolvido pela lógica libidinal;
  • 8. A partir principalmente do caso da jovem homossexual (“Sobre a psicogênese de um caso de homossexualidade feminina”, de 1920), o modelo clínico da histeria começa a passar, em Freud, por uma transição Trata-se de uma jovem que, em um dado momento, joga-se de uma ponte sobre os trilhos do trem
  • 9. O tratamento psicanalítico foi iniciado seis meses após esse acontecimento. A adolescente já se encontrava refeita dos seus ferimentos – estes foram muito sérios, mas não deixaram sequelas físicas.
  • 10. Essa atitude da jovem paciente de Freud foi considerada mais do que uma simples encenação: foi tomada por Freud como uma autêntica tentativa de suicídio
  • 11. Temos, pois: Um corpo tocado pelo sintoma Um corpo que se deixa cair
  • 12. Um pouco mais do que isto, na atualidade: Um corpo tocado pelo sintoma Um corpo que se deixa cair, rasgar, abrir, transformar.
  • 13. Como o mal-estar se inscreve, hoje, no corpo do sujeito histérico?
  • 14. Fragmento clínico: Há alguns anos, recebi em meu consultório uma jovem na faixa dos 27 anos de idade, muito vivaz e de inteligência bem afinada. Nascida no interior do Estado, ela vai para a capital completar o segundo grau e dar ingresso à vida universitária. Em Belo Horizonte, foi acolhida pela tia (uma executiva bem sucedida, solteira e sem filhos) e assim realizou seus estudos, desfrutando das melhores condições materiais que podia obter na época. Ao lado dos estudos, destacou-se como nadadora, chegando a ganhar alguns torneios e , em alguns momentos, foi uma praticante de triathlon.
  • 15. Via-se como uma jovem aplicada em seus estudos e com uma vida bastante saudável. A sua trilha universitária iniciou-se em meio a um desagrado. O seu curso superior foi, segundo ela, decidido pela tia. A tia preocupava-se muito com a futura inserção profissional de sua sobrinha e a conduziu a se decidir por fazer o mesmo curso realizado anteriormente por ela (a própria tia) e que tinha relação direta com a sua área de atuação. Esperava-se, assim, que a sobrinha desse continuidade à carreira da tia.
  • 16. Aqui, há um detalhe acerca do vínculo bastante estreito entre esta menina e a sua tia. A relação da paciente com a sua mãe era extremamente tensa, desde os anos iniciais da infância. A mãe surgia como uma mulher descuidada acerca da maternidade e, adicionado a isto o uso de álcool, não se mostrava em condições de cuidar da filha. Neste cenário, é desde bem cedo que esta tia ocupará um lugar de referência para a paciente: uma referência feminina transversalizada por uma atitude fálica. Esta referência não era feita sem se acompanhar da indicação do desmerecimento da progenitora em ser mãe.
  • 17. A paciente se forma na área de atuação almejada pela tia e dá início às suas atividades profissionais. Porém, nos locais em que ela atuou, rapidamente se embaralhou em dificuldades de relacionamento com alguns colegas e também com os gestores, aliadas a um questionamento político que ela fazia de sua atuação e da lógica do mercado que acabava influenciando diretamente sua atuação profissional.
  • 18. Não tardou o aparecimento de questionamentos cada vez mais inviáveis acerca de sua carreira e a manifestação de uma grande infelicidade quanto à sua profissão. A permanência em Belo Horizonte e na atuação direta da profissão tornaram-se inviáveis e a paciente voltou para sua cidade, vindo a exercer um cargo burocrático junto à Prefeitura. Na sua nova atuação profissional, não cessava de considerar os gestores e seus chefes imediatos como pessoas sem inteligência e como legítimos burocratas de plantão. Neste cenário, ela se via desperdiçada em suas qualidades.
  • 19. Nos últimos anos, com o retorno para a sua cidade natal, esta paciente começa a notar algo que até então não fazia parte de sua vida: um conjunto amplo de atuações com sérias repercussões para sua integridade física e saúde. Ao lado disso, havia também diversas exposições de caráter erótico que, em alguma medida, tornavam melindroso o lugar desta paciente em meio às suas relações sociais e profissionais.
  • 20. Um encontro bastante intenso com vários tipos de drogas associou-se ao uso de álcool. Tornou-se cada vez mais frequente estes usos se darem em meio a uma atmosfera boêmia: a paciente passava muitas noites seguidas em bares, chegando em casa de dia. Em alguns momentos, após diversas aventuras sexuais (tanto hetero quanto homoeróticas, algumas delas arriscadas), era tomada de forte culpabilidade. Era sobretudo nestas ocasiões que a paciente punha-se a cortar seu corpo insistentemente com um estilete. Ao lado disso, ela realizava um intenso uso de medicamentos vindo, mais de uma vez, a ser encontrada desacordada após a associação fármaco-álcool.
  • 21. Em mais de uma ocasião, seja na vida profissional ou na trajetória boêmia, esta pessoa „qual é o meu portava a indagação: lugar?‟, „o que sou para o Outro?‟
  • 22. O que, em termos de condução do tratamento, pode nos conduzir a indagar se as atuações - por mais problemáticas que possam ser - não possibilitam a este sujeito um chamado: reapropriar-se de sua condição desejante
  • 23. Prosseguiremos com o tema: 07/05: Adolescência e transgressão: o supereu imperativo Até lá! Acesso a este conteúdo: www.alexandresimoes.com.br ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.