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Nome: Eduardo, Felipe, Lucas, Mauricio,
Otavio, Roberto e William P.
Turma: 34MP
Professor: Alexandre Misturini
Matéria: Filosofia
Poder
Disciplina
Panóptico
Controle
A Força e a Justiça
“É justo que o que é justo seja seguido e é necessário que o
que é mais forte seja seguido. A justiça sem a força é
impotente; a força sem a justiça é tirânica. A justiça sem a
força é contestada, porque há sempre maus; a força sem a
justiça é acusada. É preciso portanto pôr em conjunto a
justiça e a força, e, por isso, fazer com que o que é justo seja
forte, e o que é forte seja justo.
A justiça está sujeita à disputa, a força é muito reconhecível
e sem disputa. Assim não se pode dar a força à justiça,
porque a força contradisse a justiça e disse que era injusta,
e disse que era ela que era justa. E assim, não podendo
fazer com que o que é justo fosse forte, fez-se com que o
que é forte fosse justo.”
Blaise Pascal, in "Pensamentos"
SUPLÍCIO
CAPÍTULO I
O CORPO DOS CONDENADOS
[Damiens fora condenado, a 2 de março de 1757], a pedir perdão publicamente diante
da poria principal da Igreja de Paris [aonde devia ser] levado e acompanhado numa
carroça, nu, de camisola, carregando uma tocha de cera acesa de duas libras; [em
seguida], na dita carroça, na praça de Greve, e sobre um patíbulo que aí será erguido,
atenazado nos mamilos, braços, coxas e barrigas das pernas, sua mão direita
segurando a faca com que cometeu o dito parricídio, queimada com fogo de enxofre, e
às partes em que será atenazado se aplicarão chumbo derretido, óleo fervente, piche
em fogo, cera e enxofre derretidos conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e
desmembrado por quatro cavalos e seus membros e corpo consumidos ao fogo,
reduzidos a cinzas, e suas cinzas lançadas ao vento.
(...) Este executor, ainda que forte e robusto, teve grande dificuldade em arrancar os
pedaços de carne que tirava em suas tenazes duas ou três vezes do mesmo lado ao
torcer, e o que ele arrancava formava em cada parte uma chaga do tamanho de um
escudo de seis libras.(...)
(...)Achegaram-se vários confessores e lhe falaram demoradamente; beijava
conformado o crucifixo que lhe apresentavam; estendia os lábios e dizia sempre:
“Perdão, Senhor”.(...)
“(...) A pena de morte natural compreende todos os
tipos de morte: uns podem ser condenados à forca,
outros a ter a mão ou a língua cortada ou furada e
ser enforcados em seguida; outros, por crimes mais
graves, a ser arrebentados vivos e expirar na roda
depois de ter os membros arrebentados; outros a
ser arrebentados até a morte natural, outros a ser
estrangulados e em seguida arrebentados, outros a
ser queimados vivos, outros a ser queimados depois
de estrangulados(...)”
Foucault Vigiar e Punir pg35
“(...) a justiça não mais assume
publicamente a parte de
violência que está ligada a seu
exercício. O fato de ela matar ou
ferir já não é mais a glorificação
de sua força, mas um elemento
intrínseco a ela que ela é
obrigada a tolerar e muito lhe
custa ter que impor.(...)”
Foucault Vigiar e Punir pg 13
A NOÇÃO DE PODER EM
MICHEL FOUCAULT
“(...) há quatro tipos de poder disseminados nas distintas instituições: o poder
econômico; o poder político; o poder judiciário; o poder epistemológico(...)”
GODINHO, 1995, p.67
“(...) o poder deve ser estudado a partir das técnicas e táticas de dominação,
pois, para Foucault (2005) o poder não existe, o que existe são as práticas
ou relações de poder que se estabelecem na sociedade. Dessa forma, ele é
próprio do funcionamento da sociedade(...)”
Na concepção foucaultiana de poder, existem poderes disseminados em
toda a estrutura social por intermédio de uma rede de dispositivos da qual
ninguém, nada escapa. O poder único não existe, mas, sim, práticas de
poder, (...) o poder não é algo que se possui, mas algo que se exerce, (...).
GODINHO, 1995, p.67
DEFINIÇÃO DE PODER
O PODER É UMA RELAÇÃO DE
FORÇAS,OU MELHOR, TODA RELAÇÃO
DE FORÇAS É UMA “RELAÇÃO DE
PODER” (P. 78).
A FORÇA NÃO TEM
OBJETO NEM SUJEITO A
NÃO SER A FORÇA (P.78).
O PODER
DISCIPLINAR E SUAS
PRÁTICAS
DISCIPLINARES
O poder disciplinar é fruto de transformações da
sociedade burguesa, do deslocamento do
poder soberano para o corpo social. A partir de
então, o poder se exerceria, na forma de
micropoderes ou de uma micropolítica. Tal poder se
exerce sobre os corpos individuais por
meio de exercícios especialmente direcionados
para a ampliação de suas forças. Estes
exercícios tinham como objetivo, o adestramento e
a docilização dos corpos. “É dócil um
corpo que pode ser submetido, que pode ser
utilizado, que pode ser transformado e
aperfeiçoado” (FOUCAULT, 2005, p.118).
Para Foucault (2005), a punição e a vigilância
são mecanismos de poder utilizados para
docilizar e adestrar as pessoas para que essas
se adéquem às normas estabelecidas nas
instituições. A vigilância é uma tecnologia de
poder que incide sobre os corpos dos
indivíduos, controlando seus gestos, suas
atividades, sua aprendizagem, sua vida
cotidiana.
Na concepção foucaultiana, os dispositivos do
poder disciplinar caracterizam-se pela
minúcia e pelo detalhe. Nesse sentido, o corpo
será submetido a uma forma de poder que irá
desarticulá-lo e corrigi-lo através de uma nova
mecânica do poder.
1°) Dividir a duração em segmentos,
sucessivos ou paralelos,[...];
2°) Organizar essas sequências segundo um
esquema analítico [...];
3°) Finalizar esses segmentos temporais, fixar-
lhes um termo marcado por uma prova,[...];
4°) Estabelecer séries de séries; prescrever a
cada um, os exercícios que lhe convêm; [...]
(FOUCAULT, 2005, p.133-134).
A Clausura
A “clausura” consiste em estabelecer a organização no
espaço físico. Na escola, por exemplo, há salas
determinadas para cada tipo de atividade, uma ficha
com a matrícula do aluno, que indicará sua entrada na
escola, seu desempenho escolar. Uma série de
detalhes que localiza o indivíduo e toda sua trajetória
no espaço escolar, fazendo-se uma forma de
vigilância sem se olhar diretamente o indivíduo.
O CONTROLE DA ATIVIDADE
Para Michel Foucault, o controle da atividade implica em saber utilizar
corretamente o tempo, estabelecendo horários rígidos de trabalho,
sempre repetitivos e constantes. Trata-se de construir um tempo
integralmente útil, sem desperdícios. Sendo assim, o horário constitui-se
um importante mecanismo do poder disciplinar.
Foucault (2005) explica que o horário teve inicio em comunidades
monásticas, e que se disseminou rapidamente. Os processos de
regularização temporal, herdados das práticas religiosas, passaram a
especificar e dividir o tempo, contando os quartos de hora, os minutos
e segundos. Assim, associados à organização do espaço, é possível
observar o controle do tempo que além de determinar atividades,
regulamenta a rotina.
“[...] um edifício em forma de anel, no meio do qual havia um pátio
com uma torre no centro. O anel se dividia em pequenas celas que
davam tanto para o interior quanto para o exterior. Em cada uma
dessas pequenas celas, havia segundo o objetivo da instituição,
uma
criança aprendendo a escrever, um operário trabalhando, um
prisioneiro se corrigindo, um louco atualizando sua loucura, etc. Na
torre central havia um vigilante. Como cada cela dava ao mesmo
tempo para o interior e para o exterior, o olhar do vigilante podia
atravessar toda a cela; não havia nela nenhum ponto de sombra e,
por conseguinte, tudo o que fazia o indivíduo estava exposto ao
olhar de um vigilante que observava através de venezianas, de
postigos semicerrados de modo a poder ver sem que ninguém ao
contrário pudesse vê-lo” (Idem: 87).

PANOPTICO
[O PANOPTICO É DEFINIDO] PELA PURA FUNÇÃO DE IMPOR UMA TAREFA OU UM
COMPORTAMENTO QUALQUER A UMA MULTIPLICIDADE QUALQUER DE
INDIVÍDUOS, SOB A ÚNICA CONDIÇÃO DE QUE A MULTIPLICIDADE SEJA POUCO
NUMEROSA E O ESPAÇO LIMITADO, POUCO EXTENSO (P. 80).
A loucura, porém, não está somente ligada às assombrações e
aos mistérios do mundo, mas ao próprio homem, às suas
fraquezas, às suas ilusões e a seus sonhos, representando um
sutil relacionamento que o homem mantém consigo mesmo.
Aqui, portanto, a loucura não diz respeito à verdade do mundo,
mas ao homem e à verdade que ele distingue de si mesmo.
Foucault. in A História da Loucura
A loucura
(...) ao poder do médico em tomar decisões fundamentais
sobre a vida do outro. É através do corpo que o poder em
estado de força age sobre as mentes. (...) corpo submetido a
um sistema de coerção moral onde o sujeitado revela um
sentido ontológico nulo e vazio (...).
Foucault.

A Extração da Pedra da Loucura, Hieronymus Bosch

Até o século XVII, a imagem que se tinha da
loucura era sua representação medieval de algo
místico, desconhecido, considerado o lugar
imaginário da passagem da vida à morte. Ao
mesmo tempo, convivia-se com o chamado “nau
dos loucos”, navios que carregavam loucos para
outras cidades em busca da razão.
Michel Foucault tenta demonstrar a criação do panoptismo como
sistema de vigilância e controle exercido sobre os presos, os
operários das fábricas, e também, nas escolas e nos conventos.
“O panoptismo é o princípio geral de uma nova ‘anatomia política’
cujo objeto e fim não são a relação de soberania, mas as relações
de disciplina” (FOUCAULT, 2005, p.172).
“o panoptismo constitui-se uma forma de poder que vai produzir o
exame, um saber de vigilância que regula a vida dos indivíduos e se
constitui a base do poder-saber que produzirá as ciências humanas.
Assim sendo, este dispositivo tornou-se o protótipo dos sistemas
sociais de controle e vigilância total presentes na atualidade.”
Godinho (1995)

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Pós modernidade otávio 34 mp

  • 1. Nome: Eduardo, Felipe, Lucas, Mauricio, Otavio, Roberto e William P. Turma: 34MP Professor: Alexandre Misturini Matéria: Filosofia
  • 3. A Força e a Justiça “É justo que o que é justo seja seguido e é necessário que o que é mais forte seja seguido. A justiça sem a força é impotente; a força sem a justiça é tirânica. A justiça sem a força é contestada, porque há sempre maus; a força sem a justiça é acusada. É preciso portanto pôr em conjunto a justiça e a força, e, por isso, fazer com que o que é justo seja forte, e o que é forte seja justo. A justiça está sujeita à disputa, a força é muito reconhecível e sem disputa. Assim não se pode dar a força à justiça, porque a força contradisse a justiça e disse que era injusta, e disse que era ela que era justa. E assim, não podendo fazer com que o que é justo fosse forte, fez-se com que o que é forte fosse justo.” Blaise Pascal, in "Pensamentos"
  • 4. SUPLÍCIO CAPÍTULO I O CORPO DOS CONDENADOS [Damiens fora condenado, a 2 de março de 1757], a pedir perdão publicamente diante da poria principal da Igreja de Paris [aonde devia ser] levado e acompanhado numa carroça, nu, de camisola, carregando uma tocha de cera acesa de duas libras; [em seguida], na dita carroça, na praça de Greve, e sobre um patíbulo que aí será erguido, atenazado nos mamilos, braços, coxas e barrigas das pernas, sua mão direita segurando a faca com que cometeu o dito parricídio, queimada com fogo de enxofre, e às partes em que será atenazado se aplicarão chumbo derretido, óleo fervente, piche em fogo, cera e enxofre derretidos conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e desmembrado por quatro cavalos e seus membros e corpo consumidos ao fogo, reduzidos a cinzas, e suas cinzas lançadas ao vento. (...) Este executor, ainda que forte e robusto, teve grande dificuldade em arrancar os pedaços de carne que tirava em suas tenazes duas ou três vezes do mesmo lado ao torcer, e o que ele arrancava formava em cada parte uma chaga do tamanho de um escudo de seis libras.(...) (...)Achegaram-se vários confessores e lhe falaram demoradamente; beijava conformado o crucifixo que lhe apresentavam; estendia os lábios e dizia sempre: “Perdão, Senhor”.(...)
  • 5. “(...) A pena de morte natural compreende todos os tipos de morte: uns podem ser condenados à forca, outros a ter a mão ou a língua cortada ou furada e ser enforcados em seguida; outros, por crimes mais graves, a ser arrebentados vivos e expirar na roda depois de ter os membros arrebentados; outros a ser arrebentados até a morte natural, outros a ser estrangulados e em seguida arrebentados, outros a ser queimados vivos, outros a ser queimados depois de estrangulados(...)” Foucault Vigiar e Punir pg35
  • 6. “(...) a justiça não mais assume publicamente a parte de violência que está ligada a seu exercício. O fato de ela matar ou ferir já não é mais a glorificação de sua força, mas um elemento intrínseco a ela que ela é obrigada a tolerar e muito lhe custa ter que impor.(...)” Foucault Vigiar e Punir pg 13
  • 7. A NOÇÃO DE PODER EM MICHEL FOUCAULT “(...) há quatro tipos de poder disseminados nas distintas instituições: o poder econômico; o poder político; o poder judiciário; o poder epistemológico(...)” GODINHO, 1995, p.67 “(...) o poder deve ser estudado a partir das técnicas e táticas de dominação, pois, para Foucault (2005) o poder não existe, o que existe são as práticas ou relações de poder que se estabelecem na sociedade. Dessa forma, ele é próprio do funcionamento da sociedade(...)” Na concepção foucaultiana de poder, existem poderes disseminados em toda a estrutura social por intermédio de uma rede de dispositivos da qual ninguém, nada escapa. O poder único não existe, mas, sim, práticas de poder, (...) o poder não é algo que se possui, mas algo que se exerce, (...). GODINHO, 1995, p.67
  • 8. DEFINIÇÃO DE PODER O PODER É UMA RELAÇÃO DE FORÇAS,OU MELHOR, TODA RELAÇÃO DE FORÇAS É UMA “RELAÇÃO DE PODER” (P. 78). A FORÇA NÃO TEM OBJETO NEM SUJEITO A NÃO SER A FORÇA (P.78).
  • 9. O PODER DISCIPLINAR E SUAS PRÁTICAS DISCIPLINARES
  • 10. O poder disciplinar é fruto de transformações da sociedade burguesa, do deslocamento do poder soberano para o corpo social. A partir de então, o poder se exerceria, na forma de micropoderes ou de uma micropolítica. Tal poder se exerce sobre os corpos individuais por meio de exercícios especialmente direcionados para a ampliação de suas forças. Estes exercícios tinham como objetivo, o adestramento e a docilização dos corpos. “É dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado” (FOUCAULT, 2005, p.118).
  • 11.
  • 12. Para Foucault (2005), a punição e a vigilância são mecanismos de poder utilizados para docilizar e adestrar as pessoas para que essas se adéquem às normas estabelecidas nas instituições. A vigilância é uma tecnologia de poder que incide sobre os corpos dos indivíduos, controlando seus gestos, suas atividades, sua aprendizagem, sua vida cotidiana.
  • 13. Na concepção foucaultiana, os dispositivos do poder disciplinar caracterizam-se pela minúcia e pelo detalhe. Nesse sentido, o corpo será submetido a uma forma de poder que irá desarticulá-lo e corrigi-lo através de uma nova mecânica do poder.
  • 14. 1°) Dividir a duração em segmentos, sucessivos ou paralelos,[...]; 2°) Organizar essas sequências segundo um esquema analítico [...]; 3°) Finalizar esses segmentos temporais, fixar- lhes um termo marcado por uma prova,[...]; 4°) Estabelecer séries de séries; prescrever a cada um, os exercícios que lhe convêm; [...] (FOUCAULT, 2005, p.133-134).
  • 15. A Clausura A “clausura” consiste em estabelecer a organização no espaço físico. Na escola, por exemplo, há salas determinadas para cada tipo de atividade, uma ficha com a matrícula do aluno, que indicará sua entrada na escola, seu desempenho escolar. Uma série de detalhes que localiza o indivíduo e toda sua trajetória no espaço escolar, fazendo-se uma forma de vigilância sem se olhar diretamente o indivíduo.
  • 16. O CONTROLE DA ATIVIDADE Para Michel Foucault, o controle da atividade implica em saber utilizar corretamente o tempo, estabelecendo horários rígidos de trabalho, sempre repetitivos e constantes. Trata-se de construir um tempo integralmente útil, sem desperdícios. Sendo assim, o horário constitui-se um importante mecanismo do poder disciplinar. Foucault (2005) explica que o horário teve inicio em comunidades monásticas, e que se disseminou rapidamente. Os processos de regularização temporal, herdados das práticas religiosas, passaram a especificar e dividir o tempo, contando os quartos de hora, os minutos e segundos. Assim, associados à organização do espaço, é possível observar o controle do tempo que além de determinar atividades, regulamenta a rotina.
  • 17. “[...] um edifício em forma de anel, no meio do qual havia um pátio com uma torre no centro. O anel se dividia em pequenas celas que davam tanto para o interior quanto para o exterior. Em cada uma dessas pequenas celas, havia segundo o objetivo da instituição, uma criança aprendendo a escrever, um operário trabalhando, um prisioneiro se corrigindo, um louco atualizando sua loucura, etc. Na torre central havia um vigilante. Como cada cela dava ao mesmo tempo para o interior e para o exterior, o olhar do vigilante podia atravessar toda a cela; não havia nela nenhum ponto de sombra e, por conseguinte, tudo o que fazia o indivíduo estava exposto ao olhar de um vigilante que observava através de venezianas, de postigos semicerrados de modo a poder ver sem que ninguém ao contrário pudesse vê-lo” (Idem: 87).
  • 18.  PANOPTICO [O PANOPTICO É DEFINIDO] PELA PURA FUNÇÃO DE IMPOR UMA TAREFA OU UM COMPORTAMENTO QUALQUER A UMA MULTIPLICIDADE QUALQUER DE INDIVÍDUOS, SOB A ÚNICA CONDIÇÃO DE QUE A MULTIPLICIDADE SEJA POUCO NUMEROSA E O ESPAÇO LIMITADO, POUCO EXTENSO (P. 80).
  • 19. A loucura, porém, não está somente ligada às assombrações e aos mistérios do mundo, mas ao próprio homem, às suas fraquezas, às suas ilusões e a seus sonhos, representando um sutil relacionamento que o homem mantém consigo mesmo. Aqui, portanto, a loucura não diz respeito à verdade do mundo, mas ao homem e à verdade que ele distingue de si mesmo. Foucault. in A História da Loucura A loucura (...) ao poder do médico em tomar decisões fundamentais sobre a vida do outro. É através do corpo que o poder em estado de força age sobre as mentes. (...) corpo submetido a um sistema de coerção moral onde o sujeitado revela um sentido ontológico nulo e vazio (...). Foucault.
  • 20.  A Extração da Pedra da Loucura, Hieronymus Bosch
  • 21.  Até o século XVII, a imagem que se tinha da loucura era sua representação medieval de algo místico, desconhecido, considerado o lugar imaginário da passagem da vida à morte. Ao mesmo tempo, convivia-se com o chamado “nau dos loucos”, navios que carregavam loucos para outras cidades em busca da razão.
  • 22. Michel Foucault tenta demonstrar a criação do panoptismo como sistema de vigilância e controle exercido sobre os presos, os operários das fábricas, e também, nas escolas e nos conventos. “O panoptismo é o princípio geral de uma nova ‘anatomia política’ cujo objeto e fim não são a relação de soberania, mas as relações de disciplina” (FOUCAULT, 2005, p.172). “o panoptismo constitui-se uma forma de poder que vai produzir o exame, um saber de vigilância que regula a vida dos indivíduos e se constitui a base do poder-saber que produzirá as ciências humanas. Assim sendo, este dispositivo tornou-se o protótipo dos sistemas sociais de controle e vigilância total presentes na atualidade.” Godinho (1995)