2. A filosofia medieval contempla o período que vai
a partir do século VIII até o século XIV. Durante todos
esses anos, ocorreram vários pensadores árabes,
europeus e judeus. Uma das principais
características desta época foi o domínio da Igreja
Romana sobre a Europa, organizando Cruzadas à
Terra Santa, sagrando e corando os reis.
3. Outro importantíssimo fato foi que a filosofia
medieval passou a ser ensinada nas escolas, onde
ficou conhecida como Escolástica tal método que
teve total domínio do ensino entre os anos de 1100 a
1500 D.C.
A Escolástica criou um método para discutir
ideias filosóficas.
4. Conhecido como uma disputa, este artificio
consistia na apresentação de uma tese, que seria
totalmente defendida ou rejeitada com base nos
argumentos que foram encontrados na Bíblia, na obra
de Platão, Aristóteles, entre outros padres
encontrados na igreja.
Na idade média, ocorreu um ecletismo entre
todas as crenças religiosas e o conhecimento
clássico.
5.
6. Devido a isso os filósofos tiveram influencia nas
obras de Aristóteles, que foram conservadas e
trazidas por árabes Averróis e Avicena. Platão
também influenciou muito no pensamento medieval.
Mas, os filósofos de antigamente apenas conheciam
o neoplatônico, pela filosofia de Plotino do século VI
D.C.
7. Apesar de possuir as mesmas preocupações
que a filosofia patrística, filosofia cristã dos primeiros
séculos, os pensadores do medievo acrescentaram
assuntos a importantes para a filosofia: o problema
dos universais, que se refere a ideias e a sua relação
com a realidade. Na filosofia dos gregos, os
medievais acabaram sendo influenciados pelo
pensamento de Santo Agostinho, bispo, escritor,
teólogo, filósofo, Padre latino e Doutor da Igreja
Católica.
8. Nesta mesma época surge a teologia, que é a
filosofia cristã. Um dos temas mais discutidos por
esta criação filosófica seria a prova da existência de
Deus e da alma. Para isto era necessário descobrir a
existência do criador e do espirito humano imortal.
9. Um dos assuntos mais discutidos na filosofia
está à hierarquia entre os seres existentes (relação
de domínio entre superiores e inferiores), total
domínio de papas e bispos sobre os reis e barões,
separação e a diferença entre espirito e corpo, fé e
razão, Deus e homem.
10. Aurélio Agostinho, foi um importante bispo
cristão e teólogo, nasceu na região norte da África
em 354 e morreu em 430. Era filho de mão que
seguia o cristianismo, mas seu pai era pagão.
11. Em sua formação teve
importante influência do
maniqueísmo (sistema
religioso que une elementos
cristãos e pagãos).
Santo Agostinho
ensinou retórica nas cidades
italianas de Roma e Milão,
onde teve contato com o
neoplatonismo cristão.
12. Viveu num monastério por um tempo. Em 395,
passou a ser bispo, atuando em Hipona. Escreveu
diversos sermões importantes. Em “A Cidade de
Deus”, Santo Agostinho combate as heresias e ao
paganismo. Na obra “Confissões” fez uma descrição
de sua vida antes da conversão ao cristianismo.
13. Ele também analisava a vida levando em
consideração a psicologia e o conhecimento da
natureza. Porém, o conhecimento e as ideias eram
de origem divina.
Para o bispo, nada era mais importante do que
a fé em Jesus e em Deus. A Bíblia, por exemplo,
deveria ser analisada, levando-se em conta os
conhecimentos de cada época.
14. Defendia também a predestinação (conceito
teológico que afirma que a vida de todas as pessoas
é traçada anteriormente por Deus).
As obras de Santo Agostinho influenciaram
muito o pensamento teológico da Igreja Católica na
Idade Média.
Morreu em 28 de agosto de 420, durante um
ataque dos vândalos ao norte da África.
15. Santo Agostinho
é considerado o
santo protetor
dos teólogos,
impressores e
cervejeiros (seu
dia é 28 de
agosto).
16. Agostinho defendeu a superioridade da alma
humana, ou seja, a supremacia do espírito sobre o
corpo, a matéria. A alma teria sido criada por Deus
para reinar sobre o corpo, para dirigi-lo a pratica do
bem. A verdadeira liberdade estaria em harmonia das
ações humanas com a vontade de Deus. Ser livre é
servir a Deus, pois o prazer de pecar é a escravidão.
17. Segundo o filósofo, o homem que peca só
consegue retornar aos caminhos de Deus mediante a
combinação de seu esforço pessoal de vontade e a
concessão imprescindível, da graça divina. Sem a
graça de Deus, o homem nada pode conseguir, e
nem todas as pessoas são dignas de receber essa
graça, mas somente alguns eleitos predestinados à
salvação.
18.
19. São Tomás de Aquino
nasceu na Itália, próximo a
Roccasecca, na Itália, mais
precisamente perto de
Aquino, e ficou conhecido
como um dos mais
importantes pensadores
cristão e culto existente até
hoje.
20. São Tomás era filho do Conde de Aquino, que
realizou seus estudos no mosteiro da ordem de São
Bento de Cassino, que em seguida seguiu para a
Universidade de Nápoles. No ano de 1244, mesmo
contra o anseio da família, decidiu tornar-se um
Dominicano, abdicando de todos os bens e títulos
que possuía, no mesmo ano parte com seu mestre
Alberto Magno, para Paris, onde passam a viver no
convento Saint Jacques, depois vão para Colônia na
Alemanha.
21. A permanência de quatro anos aí lhe permite
exprimir por escrito suas primeiras obras: De ente et
essentia e De princípios natura. No ano de 1259 dá
aula em Anagni; em 1265 em Roma, e em 1267 na
cidade de Viterbo. Entre os anos de 1259 e 1268 São
Tomás informou-se na Universidade da Cúria Papal,
na Itália.
22.
23. Após o término de seus estudos decidiu publicar
suas explanações a respeito da Física, Metafísica,
Ética e da Política defendida por Aristóteles. Foi
para Paris, onde deu aulas na Unidade do Intelecto,
onde era a favor da existência individual, da
faculdade de pensar e do caráter essencial e
exclusivo das pessoas. São Tomás acabou
voltando para a Universidade de Nápoles, onde
viveu os últimos anos da sua vida.
24. Um dos seus feitos mais marcantes para o
conjunto de ideias ocidentais foi sua confiança de que
o avanço da civilização ocidental possui um
significado real e que a existência espiritual e
intelectual é assaz preciosa neste sentido. Em 1252
Tomás voltou para a universidade de Paris, onde
ensinou até 1269, quando regressou à Itália,
chamado à corte papal.
25.
26. Em 1269 foi de novo à universidade de Paris,
onde lutou contra o averroísmo de Siger de Brabante;
em 1272, voltou a Nápoles, onde lecionou teologia.
Dois anos depois, em 1274, viajando para tomar
parte no Concílio de Lião, por ordem de Gregório X,
faleceu no mosteiro de Fossanova, entre Nápoles e
Roma. Tinha apenas quarenta e nove anos de idade.
27. O conflito entre razão e fé é atribuído a um
período onde acontecia um confronto entre os
adeptos a religião crista e seus adversários gregos e
romanos, na tentativa de imporem seus pontos de
vistas.
28. Para estes, o mundo natural era a fonte da lei,
da ordem e da harmonia, tendo entendido que o
homem faz parte de uma organização determinada
sem a qual ele não reconhece e é através do logos
que se dá tal reconhecimento. Já para os cristãos, a
verdade é a fonte da compreensão do que o homem
é, qual é a sua origem, sendo ele semelhante a
Deus-pais, tendo que obedecer enquanto a sua
liberdade consiste em seguir o testamento.
29. Com esse debate, surgem as formas clássicas
de combinação dos padres medievais: alguns
acreditam que a fé e a razão são domínios
separados, mas que poder ter uma conciliação entre
elas, outros que pensam que a fé deveria submeter a
razão à verdade revelada. E aqueles que veem como
distintas e irreconciliáveis.
30.
31. Mas esse conflito pode representar um conflito
entre fé e razão que aconteceu em algum momento
localizado na história.
A filosofia tem como característica a
radicalidade, a insubordinação, a luta para superar
pré-conceitos e estabelecer conceitos cada vez mais
racionais através da história, mostra que desde o
início, esta relação tem seus momentos de
estranhamento e reconciliação.
32. Por exemplo, na Grécia antiga, a filosofia surgiu
na tentativa de superar obstáculos vindos de uma fé
cega nas narrativas dos poetas Homero e Hesíodo,
os educadores da Hélade.
A tentativa de explicar os conflitos racionais já
evidenciava o confronto com as formas de pensar e
agir (fé) do povo grego que pautava sai conduta pelos
mitos.
33. O próprio
Sócrates foi
condenado por
investigar a
natureza e isso
lhe rendeu a
acusação de
impiedade.
34. Mais tarde, a filosofia se digladiou para
fundamentar seu domínio ideológico debatendo sobre
os temas supracitados. Na era moderna surge o
renascimento que apela à razão humana contra a
tirania da Igreja.
A expressão máxima desse movimento foi o
Iluminismo que entendia a superação total das
crenças e superstições injustas e prometia ao
humano dias melhores a partir da evolução e do
progresso.
35. Hoje essa promessa não se cumpre. O homem
tomou conta da natureza, mas não consegue dominar
as suas paixões e interesses particulares.
Ele é declarado com desapropriado para a
produção e forçado a sobreviver, eis que o homem se
aliena do processo produtivo e se mantem em um
domínio cego, numa crença inconsciente de si e do
outro (ideologia).
36. Com as
promessas de
liberdade aos
seres humanos a
partir de uma
outra fé, o
trabalho, surge o
irracionalismo.
37. “ Parece, que a luta entre razão e fé não é
apenas localizada, mas contínua, já que sempre
há esclarecidos, esclarecimentos e resistência a
esses esclarecimentos. A razão se rebela com o
estabelecido e quando se impõe, torna-se um
dogma incutido nos homens de cada tempo.
Numa linguagem hegeliana, uma tese que se
torna antítese e necessita já de uma síntese para
que a razão desdobre a si mesma.”