O documento descreve a história da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) no município de Bom Jardim, Maranhão. Inicialmente oferecido apenas na sede municipal em 1993, o programa expandiu para a zona rural e outras escolas nos anos seguintes. As taxas de analfabetismo caíram de 50% para 42% entre 1993 e 2000, porém o descaso de gestores levou ao fechamento de escolas EJAI entre 2002 e 2010.
Histórico da Educação de Jovens e Adultos em Bom Jardim - Maranhão
1. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS (EJAI) EM BOM JARDIM – MA
Por Adilson Motta, 2013
No município de Bom Jardim, a Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) foi aderido em 1993, no 6º prefeito eleito, Dr. Carlos Celso Ribeiro. Em seu momento inicial funcionou apenas na sede municipal – ou melhor, Zona Urbana – deixando a zona rural como sempre, na condição de excluídos e relegados. A primeira escola do município onde funcionou o EJA foi a Escola Frei Antonio Sinibalde. No momento, o município apresentava um índice de analfabetismo alarmante, cerca de 50%, e em 2000 esse índice caiu para 42%. O índice de analfabetos funcionais era outro indicador perverso, que dentro de um universo ou região Nordeste, colocava o município num elevado índice de pobreza e desigualdade social. Tal realidade ou situação comprimia, ou melhor, levava o grande número de jovens a abandonarem seus estudos, muitos destes, por razões socioeconômicas.
De acordo com relatos de professores da época e alunos evadidos, a falta de emprego e renda foi um dos principais elementos que contribuiu para a evasão, e outra causa é a busca de trabalho em outras localidades para garantir o sustento da família. Para VIEIRA (2005), esses problemas devem ser vistos como efeito da má distribuição de renda e a falta de acesso a escola na idade própria.
Frente a esse grande contingentes de alunos evadidos daqui e outros que chegavam de outros lugares com situações semelhantes, a gestão que sucedeu aquela que implantou (no ano de 1997 a 2004 – Gestor Manoel Gralhada) abriu largas portas ampliando as demandas educacionais dessa modalidade a esse contingente de desassistidos, entregues a revelia do governo anterior, e em muitos outros municípios, onde não se via na educação um instrumento de fazer política pública para fins de desenvolvimento e da inclusão social.
Além de funcionar na Escola Frei Antonio Sinibalde, funcionou também na EMEB. Fernanda Sarney (Hoje Dinare Feitosa), no Ney Braga e escola Nova Brasília (hoje conhecida Rosilda Martins de Oliveira).
2. Em levantamentos realizados verificou-se que de 2002 a 2010, muitas escolas da Modalidade EJA na zona urbana e rural foram fechadas por mero descaso e “desvalor” a esse segmento de excluídos na visão de gestores que não veem na educação um dos eixos centrais para a promoção da inclusão social e desenvolvimento local. Em 2011, o município contava com um total de 1080 alunos do EJA matriculados na Rede Municipal. No ano de 2013 caiu para 707 alunos. No entanto, no ano de 2014, devido campanhas ou Mutirão de Matrículas promovidos pela Secretária de Educação Maria Nazaré, esse número de alunos matriculados subiu para 1.534 alunos.
Evolução do Número de Matrículas no EJAI 2011-2014 Etapas Ano 2011 Ano2013 Ano 2014 EJA 1080 707 1534
Fonte: Secretaria Municipal de Educação/SEMED – 2014.
Não sendo diferente do que acontece nas outras regiões brasileiras, a modalidade EJA/EJAI apresenta um alto índice de abandono, conforme mostra a tabela abaixo.
Em m2014, segundo MEC/INEP, o município apresenta um total de 1.543 alunos matriculados distribuídos num total de 40 escolas e 77 professores. Três destas funcionam na zona urbana e as demais na zona rural. Do total de alunos matriculados, 35% são da zona urbana e 65% da zona rural.
Podemos constatar o descaso no investimento econômico e social, pois o problema tem maior gravidade dando menos oportunidadeeducacional, apesar de discursos oficiais das
3. políticas educacionais procurando-se incluir a população jovem e adultos excluídos da escola ou dela expulsa precocemente.
Referências
Plano Decenal de Educação de Bom Jardim, 2003-2013.
Raimundinha, Professora. Professora de Educação de Jovens e Adultos dos primeiros dias em Bom Jardim nos anos 90. 2014.
VIEIRA, Luzinete e Silva. Educação de Jovens e Adultos: Refletindo sobre a evasão escolar em Bom Jardim – MA. 2005.