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1 INTRODUÇÃO 
1.1 APRESENTAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA 
O trabalho a ser apresentado trata-se de um Trabalho de Conclusão do Curso 
de Design de Móveis, referente ao projeto de uma mesa pedagógica infantil que 
ajude a estimular a aprendizagem desde a fase de iniciação à vida escolar. 
A escolha do tema foi possível graças à observação de mobiliários infantis 
existentes nas escolas. Observou-se que estes não possuem preocupação em 
estimular o interesse da criança em estudar, não obtendo diferencial no que diz 
respeito aos aspectos estéticos e simbólicos. É comum encontrar móveis infantis 
que atendem apenas aos requisitos funcionais básicos de um móvel, preocupando-se 
essencialmente em reduzir o tamanho e atender a principal função prática, que 
é 
a de apoiar objetos. Somente nos últimos anos o usuário infantil vem se 
beneficiando com o interesse por parte dos arquitetos e designers na aquisição 
de 
conhecimentos de sociologia, psicologia e ergonomia infantis com o objetivo de 
atender as reais necessidades das crianças. 
A criança em fase de iniciação escolar necessita de uma atenção especial. 
Ela precisa sentir-se familiarizada com o ambiente escolar e atraída por este, 
de 
modo que possa ser estimulada a aprender, relacionando o ambiente de estudo com 
algo prazeroso e benéfico para ela. Pensando nisso, chegou-se a proposta de 
projetar e desenvolver uma mesa pedagógica infantil, que fosse esteticamente 
atrativa e ergonomicamente confortável para as crianças, possuindo formato 
interessante, cores chamativas e fosse um produto diferenciado, com a intenção 
de 
influenciar positivamente na aprendizagem da criança. 
A metodologia do presente trabalho consiste em: realização de uma pesquisa 
referente ao desenvolvimento infantil, com relação ao processo de formação da 
aprendizagem de crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes ao 
desenvolvimento infantil; pesquisa referente à adaptação da criança em fase de 
iniciação escolar, pesquisa com relação à aprendizagem e motivação, com relação 
ao lúdico e à importância do brincar, estudo de cores e uma pesquisa sobre 
ergonomia e materiais. Além disso, o trabalho abrange uma breve pesquisa de 
Mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa
ser aperfeiçoado; uma pesquisa de campo com professores e alunos de 4 creches 
da cidade de Curitiba, analisando quais as necessidades existentes. Contém 
também um painel do usuário, onde são definidas as características do público 
alvo, 
ou seja, para quem será direcionado o projeto. No item “projeto“, estão contidas 
as 
gerações de alternativas com as possíveis sugestões de mesa pedagógica infantil 
e 
a alternativa escolhida, bem como um “passo a passo“ de como o móvel foi 
fabricado e um memorial descritivo do mesmo. 
É importante lembrar que as crianças, em fase de iniciação escolar, 
encontram-se em plena fase de desenvolvimento e estão começando a possuir 
noções de espaço, estando em constante movimentação. É a fase da descoberta, 
do aprendizado. Portanto, o papel do móvel não é fazer com que as crianças 
fiquem 
“estáticas“ em seu ambiente de estudo, mas que interajam da melhor maneira 
possível com ele, utilizando-o para desenvolver suas atividades pedagógicas e 
recreativas de uma maneira prazerosa e divertida. 
1.2 OBJETIVO GERAL 
Desenvolver uma mesa pedagógica infantil que ajude a estimular o processo 
de aprendizagem e desenvolvimento da criança, na faixa etária de 4 a 6 anos. 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
-Desenvolver um conjunto de mesa pedagógica infantil e bancos, para crianças em 
fase de iniciação escolar (de 4 a 6 anos), voltado para atividades pedagógicas; 
-Propiciar o atendimento de algumas necessidades das crianças em termos 
estéticos, lúdicos, funcionais e ergonômicos, estimulando assim o processo de 
aprendizagem das mesmas; 
-Estimular que a criança, durante a fase de iniciação escolar, comece a enxergar 
os 
estudos como algo positivo e prazeroso a partir da inserção de um móvel atraente 
e 
compatível com suas necessidades.
1.4 JUSTIFICATIVA 
A fase da infância é a fase de descobertas, de experimentações, ou seja, a 
criança precisa ser estimulada a brincar, a interagir, a ler, a exercitar seu 
cérebro. 
Pensando nisso, foi proposto o desenvolvimento do projeto de uma mesa 
pedagógica infantil, podendo ser residencial ou institucional, que atendesse a 
essa 
necessidade, que envolvesse a criança e estimulasse o processo de aprendizagem 
da mesma. 
Pretende-se com o presente trabalho, fazer com que as crianças passem a 
enxergar o ambiente escolar, bem como os estudos, de uma maneira positiva, ao 
contrário do que a grande parte das crianças acaba enxergando. Isso porque 
grande 
parte delas não recebe a devida atenção na fase de iniciação escolar, fase esta 
muito importante para o desenvolvimento infantil, já que representa uma grande 
mudança em sua vida, envolvendo obrigações, responsabilidades, regras a serem 
seguidas, disciplina e adaptação. É o momento de se adequar a um mundo novo e, 
para isso, ela precisa se familiarizar com o ambiente de estudo, precisa sentir-se 
segura, confortável e estimulada a desenvolver suas atividades pedagógicas. 
O trabalho torna-se interessante pelo fato de no Brasil ainda haver uma 
lacuna com relação à preocupação com o design do mobiliário infantil. Ao 
explorar 
esse universo a pesquisa busca encontrar uma maneira de colaborar com a 
satisfação dessa necessidade existente no mercado, de maneira a atender às 
expectativas do público alvo visado. 
A proposta é de interessante relevância, já que envolve uma das principais 
questões nacionais, a questão da Educação, principalmente no que diz respeito à 
fase de iniciação escolar, já que é nesse período que a criança acaba decidindo 
seu 
interesse pelos estudos, o que, inevitavelmente, acaba influenciando em sua 
futura 
vida acadêmica e profissional.
1.5 METODOLOGIA 
A metodologia do presente trabalho consistiu em: realização de uma pesquisa 
referente à aprendizagem e desenvolvimento infantil, estudando especificadamente 
crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes à adaptação da criança 
em 
fase de iniciação escolar, pesquisa com relação à importância do lúdico na 
infância, 
pesquisa com relação à importância das cores no universo infantil, pesquisa 
ergonômica, pesquisa sobre a influência do design do mobiliário infantil no 
comportamento e aprendizagem das crianças, estudo de materiais, pesquisa de 
mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa 
ser aperfeiçoado, pesquisa de campo em quatro centros de educação infantil da 
cidade de Curitiba, analisando quais as necessidades existentes e pesquisa com 
relação aos materiais utilizados. Para o desenvolvimento do projeto 
primeiramente 
foi montado um painel do usuário, especificando qual o público-alvo a ser 
atingido. 
Posteriormente foram feitas gerações de alternativas, através de esboços, que 
foram 
transpassados em maquete eletrônica para melhor visualização, com as possíveis 
sugestões de mobiliário infantil para estudo. A alternativa final se deu, 
analisando 
aspectos positivos e negativos de cada alternativa e buscando solucionar os 
problemas existentes em cada uma, buscando uma maneira de melhorá-la e torná-la 
viável tecnicamente. O trabalho também traz um “passo-a-passo“ de como o móvel 
foi desenvolvido dentro da Universidade, além de ilustrações que representam sua 
inserção em dois ambientes: quarto infantil e sala de aula. Para finalizar, há 
um 
memorial descritivo sobre o móvel.
2 A CRIANÇA E A INFÂNCIA 
A criança é um ser humano em desenvolvimento que explora o mundo ao seu 
redor, através de situações vivenciadas no seu espaço. É através de sua atitude 
de 
curiosidade, juntamente com o auxílio dos pais, professores e do meio em que 
vive, 
que a criança aprende a identificar situações, pessoas e objetos e a interagir 
com 
eles. 
Segundo Rochael (2009), a infância é o período que vai desde o nascimento 
até aproximadamente o décimo primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período 
de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e 
do 
peso da criança -especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a 
puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se 
psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e 
na aquisição das bases de sua personalidade. 
Neste capítulo serão abordadas questões relacionadas ao desenvolvimento 
infantil, especificamente os gradientes de desenvolvimento durante a faixa 
etária de 
4 a 6 anos. 
2.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
De acordo com Vieira (2007) a infância é uma fase de muitas mudanças, 
formulações, experiências, significações, ressignificações e aprendizados. 
Porém, 
como as mudanças no mundo infantil acontecem de uma forma dosada e gradual, o 
adulto tende a interpretar erroneamente, que o mundo da criança é semelhante ao 
seu; todavia a criança possui uma natureza singular, sente e pensa o mundo de um 
jeito muito próprio. Ela inclusive pode ser caracterizada por certas 
características 
referentes ao estágio de seu crescimento e desenvolvimento. 
A criança passa por inúmeras mudanças durante seu processo de 
desenvolvimento: mudanças físicas, motoras, biológicas e psicológicas. Baynes 
(1992) defende que a infância é um período de desenvolvimento físico e mental 
rápido e intenso, e, portanto, a importância das experiências para o 
desenvolvimento 
sadio da criança, não pode ser menosprezada. Porém é necessário lembrar que o 
amadurecimento de cada criança é algo pessoal, ou seja, não é verificado da 
mesma maneira em todas as crianças. O desenvolvimento infantil envolve muitas
variáveis, como saúde física e mental, a influência das relações sociais e 
ambientais, o acesso à educação, entre outras características psicológicas 
próprias 
de cada um. Porém, de acordo com diversos estudos no ramo da psicologia e 
pedagogia, podem-se determinar gradientes de desenvolvimento, que facilitem o 
estudo acerca do desenvolvimento infantil. Estes gradientes servem para 
determinar 
as tendências e os esquemas de comportamento infantil. De acordo com Gessel 
(1987), gradiente do desenvolvimento é uma série de fases ou graus de maturidade 
por onde a criança vai progredir em direção a um nível mais elevado de 
comportamento. O gradiente de desenvolvimento serve como um quadro de 
referência, pois o plano geral de desenvolvimento encontra-se fora do nosso 
alcance. 
Ainda de acordo com Gessel (1987) o desenvolvimento infantil é um processo 
contínuo e gradativo: 
“A personalidade da criança é o produto de um crescimento lento e gradual. O seu 
sistema nervoso amadurece por graus e seqüências naturais. Ela senta-se antes de 
se por em pé, balbucia antes de falar, diz “não“, antes de dizer sim“, inventa 
antes de 
dizer a verdade, desenha uma circunferência antes de desenhar um quadrado, é 
egoísta antes de ser altruísta, depende dos outros antes de depender de si 
própria. 
Todas as suas capacidades, incluindo as morais, estão sujeitas a leis do 
desenvolvimento.“(GESSEL, 1987). 
O autor sustenta essa idéia ao afirmar que todo crescimento depende de um 
crescimento anterior. A criança é, assim, o resultado da essência de seu 
passado. 
Dessa forma, para o autor, a sua psicologia aos cinco anos, é o “produto“ de 
tudo o 
que lhe aconteceu nos quatro anos decorridos após o nascimento -e nas quarenta 
semanas que o precederam. 
De acordo com Gessel (1999), todas as crianças são únicas, mas todas elas 
são também membros de uma só espécie humana. Em obediência às características 
da espécie há seqüências do crescimento que quase nunca são alteradas. O 
domínio motor dos olhos precede o dos dedos, o equilíbrio da cabeça precede o 
equilíbrio do corpo, a preensão palmar precede a digital, apreensão voluntária 
precede o abandono voluntário. Estes são apenas alguns exemplos simples da 
ordem seqüencial inerente à estruturação do comportamento da criança, desde as 
suas manifestações mais simples às mais complexas.
2.2 GRADIENTES DE DESENVOLVIMENTO 
Segundo Gessel (1999), os gradientes do desenvolvimento são quadros que 
podem indicar em que fase da maturidade a criança se encontra e que tipos de 
comportamentos ela pode apresentar. A finalidade dos gradientes é a de 
determinar 
a posição aproximada que a criança ocupa diante das várias seqüências do 
desenvolvimento. 
A seguir serão apresentados os gradientes de desenvolvimento infantil de 
crianças entre 4 a 6 anos de idade, a faixa etária escolhida para o público-alvo. 
2.2.1 A criança de 4 anos 
A criança de 4 anos é afirmativa e expansiva, começa a adquirir certa ordem 
lingüística. Explode de atividade motora, corre, pula num pé só e salta. Possui 
grande atividade mental, traduzida num descuidado emprego de palavras e uso de 
imaginação e fantasia. Nessa fase, a criança tende a sair dos limites, 
principalmente 
na linguagem e nas suas proezas imaginativas. É alegre e viva e possui uma boa 
coordenação motora. (GESSEL, 1987). 
O segredo da psicologia da criança de 4 anos está na sua intensa energia 
associada a uma organização mental de grande mobilidade. A sua criação de 
imagens mentais é muito volátil. Move-se de uma configuração para outra com 
grande agilidade. Nas brincadeiras teatrais envolve-se nos papéis e sai deles 
com a 
maior facilidade. No desenho é, muitas vezes, um autêntico improvisador. 
(GESSEL, 
1987). 
Segundo Rochael (2009), a criança de quatro anos apresenta integração do 
automatismo corporal. É vigorosa nas brincadeiras, seu ritmo corporal está 
repleto 
de novas conquistas e habilidades: anda com firmeza, corre depressa, sobe em 
lugares altos e difíceis. Ao ar livre é irrequieta, necessita gastar energia, 
praticar 
atividades físicas. Seu vocabulário é rico (mais de 2000 mil palavras), pode-se 
concentrar por períodos de 30 minutos e é capaz de criar suas próprias 
atividades. 
Faz perguntas e se interessa pela morte, nascimento, pessoas, Deus, diferenças 
sexuais. Reconhece partes do corpo e interessa-se por gestos e roupas de 
adultos. 
É capaz de realizar construções elaboradas, pode vestir-se, abotoar roupas e 
realizar a higiene pessoal. A figura humana está presente nos desenhos e retrata
coisas que já viu. Recorta papéis e segura objetos como lápis e pincéis. Nessa 
fase, 
a colagem é uma atividade apreciada. 
Ainda Segundo Rochael (2009), na comunicação, a criança expressa palavras 
sem sentido e palavrões. Consegue dizer seu nome, sobrenome e idade. Canta 
pequenas canções e faz perguntas com freqüência. Fala muito sozinha e sua 
imaginação é fértil. Necessita de experiências e vivências, pois as idéias são 
maiores que as capacidades. Suas emoções são extremas: ou gosta muito ou 
detesta. Tem noções de limite. Mostra-se afetuosa, demonstra autoritarismo, 
expansividade e iniciativa. Gosta de ser elogiada e se auto-elogia. 
Demonstrações de medo são evidentes, recomenda-se cuidado com a 
temática das histórias contadas. Tem noção de rua e cidade e é capaz de 
representar itinerários mentalmente. 
As crianças nessa faixa etária passam a se identificar com outra pessoa por 
causa de vários motivos, incluindo laços de amizade (um amigo ou uma pessoa 
próxima como outro parente ou uma babá, por exemplo) e semelhanças físicas e 
psicológicas. Também passam a ver diferenças entre pessoas do sexo masculino e 
feminino, tanto nos aspectos físicos quanto nos aspectos psicológicos, como os 
estereótipos dados a ambos os sexos pela sociedade (exemplos: menino brinca com 
bola, menina brinca com boneca). Crianças desta faixa etária começam a 
desenvolver os aspectos básicos de responsabilidade e de independência, 
preparando a criança para o próximo estágio da infância e os anos iniciais de 
escola. 
Elas são altamente ativas em geral, estão constantemente explorando o mundo à 
sua volta. Passam também a aprender que na sociedade existem coisas que eles 
podem ou não fazer. 
Figura 01: Crianças de 4 anos 
Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
2.2.2 A criança de 5 anos 
De acordo Rochael (2009), a criança de 5 anos apresenta um evidente 
progresso em seu crescimento: são mais altas e com proporções diferenciadas das 
outras. Com ares importantes, tratam os menores com superioridade. Querem ser 
reconhecidas, necessitando apoio e responsabilidade delegados por quem lida com 
elas. A criança nessa faixa etária planeja suas atividades: a idéia precede a 
ação, o 
que significa pensar antes de agir. 
Com um vocabulário rico, vence maiores dificuldades de pronúncia e faz 
muitas perguntas. Apresenta precisão e destreza na motricidade para pedalar, 
correr, sentar, nadar, atirar e virar cambalhotas; tem bom conhecimento das 
proporções corporais e apresenta certa independência. 
A motricidade fina está mais hábil: dá nós simples, modela, manipula, 
constrói, veste-se sozinha; domina atividades gráfico-plásticas. Consegue dentro 
de 
seus limites amarrar, abotoar, usar talheres para comer e escrever seu primeiro 
nome. Com iniciativa e idéias próprias, é mais autocrítica e segura. Apresenta 
ansiedade em relação a coisas cuja explicação desconhece, mas aceita regras e 
limite, conseguindo jogar cooperativamente. É sociável, tem interesse pelos 
vizinhos 
e pessoas novas, demonstrando sentido mais seguro do “eu“. 
A mãe continua sendo o centro de seu universo, embora esteja muito mais 
independente dela. Interessa-se pelo tempo presente e compreende a relação 
dia/noite; manhã/tarde. 
Crianças nessa idade gostam de contos de fada, vivem no mundo da 
imaginação. Nessa época a criança precisa tornar familiar o que já é familiar, 
por 
isso é comum a preferência por representações domésticas, já que a vida em 
família 
ainda é uma novidade. (GESSEL, 1999). Uma das maneiras de facilitar esse 
processo, é por meio de brincadeiras que representem essas relações, como 
“brincar de casinha“ e de boneca. 
Aos cinco anos a criança está apta a enfrentar a simples vida comunitária de 
uma sala de aula. Nas suas características emocionais, na sua inteligência geral 
e 
na faculdade de adaptação revela estar de posse de um sistema de ação bem 
organizado e bem desenvolvido. Os cinco anos são, segundo Gessel (1987), uma 
idade nodal. É o período em que a criança encontra-se numa fase de ajustamento
equilibrado consigo própria e com seu ambiente. É o período em que ela já tem 
marcada sua individualidade. 
Gessel (1987) afirma que aos cinco anos e meio a criança passa por uma 
fase bipolar, tentando ao mesmo tempo encontrar-se e descobrir seu novo 
ambiente. 
A escolha e a conciliação entre os dois pólos criam-lhe tensões e hesitações, já 
que 
novos problemas de desenvolvimento estão sendo resolvidos, por isso é comum 
haver dificuldades e instabilidades durante o percurso de sua educação formal. 
Sendo assim, elas necessitam de muito apoio, responsabilidade, brincadeiras 
em grupo, oportunidade para concentração e boa orientação. 
A seguir será estudada a faixa etária especificada no projeto (4 a 6 anos de 
idade) com relação ao seu nível de desenvolvimento. Este estudo é essencial, já 
que 
é necessário conhecer o público-alvo a ser atingido, antes de iniciar o projeto. 
Figura 02: Crianças de 5 anos 
Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
2.2.3 A criança de 6 anos 
Segundo Rochael (2009), o crescimento físico da criança de 6 anos é 
acentuado e difere-se de outras idades pela perda dos dentes de leite. Consegue 
vestir-se sozinha, precisa de espaço para realizar suas atividades. Canta muito, 
dramatiza, faz comparações e tem senso de humor apurado, possui boa 
comunicação e gosta de repetir palavras aprendidas. 
Suas vivências são relatadas com prazer, querendo transformar o mundo num 
laboratório de experiências; faz muitas perguntas, gosta de planejar passeios, 
querendo fazer tudo à sua maneira. O adulto deve encorajá-la a ouvir e saber 
falar 
na hora exata, sempre estimulando a expressão livre para um bom desenvolvimento 
do vocabulário em conversações. 
O interesse pelas horas já se faz notar, assim como pelas ciências. Dá 
notícias das ocorrências mundiais e sua concentração pode ultrapassar 60 
minutos. 
Sente necessidade da matemática e seu desenvolvimento favorece um interesse 
natural e crescente pela leitura (curiosidade pela língua escrita). A 
racionalização 
também é uma habilidade que é aprendida e constantemente melhorada. Até o 
quinto ou sexto ano de vida as crianças muitas vezes procuram resolver problemas 
através da primeira solução -certa ou não, racional ou não -que vem à sua mente. 
Após o sexto ano de vida, a criança passa a procurar por diversas soluções, e a 
reconhecer a solução correta ou aquela que mais se aplica à solução do problema.
Figura 03: crianças de 6 anos 
Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
3 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
A partir do nascimento a criança vai sendo apresentada ao mundo, fazendo 
uso de seus sentidos para explorá-los, internalizando nomes, cores, sensações, 
sentimentos, percepções, gostos, cheiros, fazendo associações entre as 
informações que recebe. A arrumação ou disposição dessas informações recebida 
pela criança é chamada aprendizagem. 
Segundo Bee (1984) a aprendizagem é algo que deve ser significativo na vida 
do indivíduo, onde se sobressai a qualidade de um envolvimento pessoal 
permanente e que vai ao encontro das necessidades do sujeito. 
É importante lembrar que ocorre aprendizagem sempre que, ao receber 
estímulo, de alguma forma o indivíduo responde ao ambiente. A interação, 
portanto, 
é um fato que está presente nas aprendizagens. 
Foi a partir do século XX , com os estudos mais aprofundados em psicologia, 
que começaram a surgir teorias explicativas do funcionamento do processo do 
aprender. A partir dos estudos realizados ao longo do século XX, percebeu-se que 
era através da aprendizagem que o homem adquiria hábitos e comportamentos. 
Além disso, a aprendizagem passou a ser definida como o processo de aquisição de 
novos conteúdos a partir de um sistema de trocas (homem-meio) constante. Nesse 
ponto nota-se alguns elementos do processo de aprendizagem. São eles: memória, 
atenção, interesse e inteligência. 
Segundo La Rosa (2002), todos os humanos tem potencialidade para 
aprender e curiosidade natural para isso. Porém, na aprendizagem, tudo o que é 
novo é considerado uma ameaça e a pessoa ao se sentir ameaçada pela novidade, 
tende a não querer modificar-se. Ou seja, a aprendizagem é sempre uma mudança 
na organização do self (“si mesmo“) e na sua percepção “ por isso tende a 
provocar 
resistências. Dessa forma é importante que o indivíduo sinta-se motivado a 
aprender, buscando o conhecimento de acordo com seus interesses e seu ritmo 
pessoal. Esta aprendizagem, por conseqüência, será mais duradoura e persistente. 
Para que ocorram as aprendizagens é necessário um estado de alerta 
(moderado), impulso, vontade e desejo de aprender, ou seja, motivação. Sabe-se 
que aquilo que não é tomado como significativo, tende a ser abandonado. 
De acordo com La Rosa (2002), as aprendizagens sempre ocorrem na vida 
do homem, porém, existem algumas condições que podem favorecê-las ou inibí-las,
tais como condições físicas, psicológicas , ambientais ou sociais. Para o autor, 
as 
condições psicológicas da aprendizagem dizem respeito à motivação do indivíduo, 
ou seja, à forma como este se mobiliza e direciona sua ação na aprendizagem. 
Sendo a motivação um processo interno e constituindo-se em uma resposta pessoal 
do indivíduo frente à determinada situação, está também na dependência 
(especialmente em alunos mais novos) do incentivo propiciado pelo professor. 
As situações ambientais que influem na aprendizagem dizem respeito a um 
ambiente adequado e reforçador, que possua condição de acomodação física, de 
temperatura, iluminação e ventilação agradáveis. Todos esses aspectos tendem a 
favorecer as aprendizagens em eficácia e realização. 
A aprendizagem pode ser dada de maneira informal, através das variadas 
interações em diversos ambientes, circunstâncias e com diferentes indivíduos 
através da experiência diária -a chamada aprendizagem circunstancial. Ou pode 
ser 
formal, onde os eventos devem ser organizados e planejados. Por exemplo, sala de 
aula. 
Aprendizagem não é apenas ampliar o número de informação e 
conhecimentos, mas principalmente, constitui-se na mudança que opera no sujeito 
através das experiências. 
Segundo Koffka (apud Piaget, 1998) o desenvolvimento refere-se a um 
âmbito mais amplo que a aprendizagem. A criança aprende a realizar uma operação 
de determinado gênero, mas ao mesmo tempo está obtendo outros tipos de 
conhecimentos, pois todo o caminho que ela utiliza para chegar até o 
conhecimento 
(suas dúvidas, suas pesquisas, conversas) também faz parte da aprendizagem e 
acaba por contribuir para o desenvolvimento da criança. Ao dar um passo em 
frente 
no campo da aprendizagem, a criança dá dois no campo do desenvolvimento. Por 
isso aprendizagem e desenvolvimento não são coincidentes. 
De acordo com Rosa (2007) a memória é um fator bastante importante na 
aprendizagem, pois que, sem ela, as aprendizagens se tornariam sem significado. 
É 
a memória o elemento que faz a ligação entre o ontem e o hoje e, embora não 
existam ainda conhecimentos substanciais acerca de seu funcionamento, sabe-se 
que, através dela, pelo menos em parte, aquilo que foi aprendido fica retido e, 
de 
alguma forma, alguns fatos podem ser reativados pela lembrança. A memória é um 
elemento importante porque permite a identificação do ontem, estabelecendo 
relação com o hoje, o agora.
É interessante ressaltar que a aprendizagem da criança inicia-se muito antes 
da aprendizagem escolar. A aprendizagem escolar não parte do zero. Por exemplo, 
a criança começa a estudar aritmética, mas já muito antes de ir à escola, 
adquiriu 
determinada experiência referente à quantidade, encontrou já varias operações de 
divisão e adição, complexas e simples. Portanto, a criança já se deparou com 
problemas semelhantes, antes mesmo de aprender na escola sobre aritmética. Ou 
seja, a aprendizagem escolar é precedida de uma etapa perfeitamente definida de 
desenvolvimento, alcançado pela criança antes de entrar para a escola.(PIAGET, 
1998). 
Toda e qualquer aprendizagem, quer seja hábito, informação, conhecimento 
ou aprendizagens de sentimentos e emoções, são importantes para a vida porque 
vão levar o indivíduo ao sentido de adequação e participação no meio. Pela 
aprendizagem é possível o conhecimento. Só o conhecimento é que possibilita ao 
homem a descoberta de novas teorias, novos métodos e novos padrões que podem 
levar a espécie humana a progredir, no sentido de melhores condições de vida e 
também no que se refere à compreensão dos fenômenos que caracterizam o ser 
humano. (ROSA, 2007). 
Segundo Vygotsky (2007) a aprendizagem deve ser considerada como um 
fator de desenvolvimento. De acordo com o autor, se a aprendizagem está em 
função não só da comunicação, mas também no nível de desenvolvimento 
alcançado, adquire então importância especial. Trata-se de compreender como 
funcionam esses mecanismos mentais que permitem a construção dos conceitos e 
que se modificam em função do desenvolvimento. 
Neste tópico foram abordados conceitos sobre aprendizagem e sua 
importância. Esta pesquisa é essencial, pois contempla o objetivo do trabalho: 
estimular a aprendizagem das crianças. No próximo capítulo serão abordados os 
seguintes tópicos: teorias sobre o processo de aprendizagem, adaptação da 
criança 
em fase de iniciação escolar e aprendizagem x motivação.
3.1 TEORIAS SOBRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
Um conjunto de teorias foi sendo criado para explicar de que forma o ser 
humano aprende ao longo de seu desenvolvimento. Geralmente as teorias da 
aprendizagem estão associadas às teorias de desenvolvimento humano, justamente 
porque é durante o desenvolvimento que vai da infância à fase adulta, que pode-se 
observar como as crianças, jovens e adultos constroem suas aprendizagens. 
O primeiro grande conjunto de teorias que tentou explicar a aprendizagem 
foram as teorias inatistas. De acordo com Ferreira (1986, p 929), inatista 
significa 
aquilo que “nasce com o indivíduo, congênito, que pertence à natureza de um 
ser.“ 
Assim, as teorias inatistas são aquelas que acreditam na existência de idéias 
ou princípios, independente da experiência. Ou seja, para essa corrente teórica, 
a 
aprendizagem independe daquilo que é vivido pelo sujeito, independe das suas 
experiências no mundo, estando a aprendizagem relacionada à capacidade 
congênita do sujeito de desempenhar as tarefas que lhe são propostas. 
Segundo Moura, Azevedo e Mehlecke (2006) o inatismo opõe-se à 
experimentação por considerar que o indivíduo, ao nascer, já traz determinadas 
condições do conhecimento e da aprendizagem que se manifesta, ou 
imediatamente, ou progressivamente, durante o processo de seu desenvolvimento 
biológico. Assim, toda a atividade de conhecimento passa a ser exclusivamente do 
sujeito que aprende, sem participação do meio. 
Já as teorias ambientalistas levam em consideração o meio no qual a criança 
está inserida. O ambiente passa a ser o grande responsável pelo que a criança 
aprende. A criança aparece como uma folha em branco, na qual serão inseridos 
hábitos, comportamentos e demais aprendizagens. 
Tanto no caso das teorias inatistas quanto no caso das ambientalistas, não se 
fala em interação entre o dentro e o fora, ou seja, entre a criança e suas 
estruturas 
internas e o meio no qual está inserida. Essa relação passa a ser encontrada no 
conjunto de teorias conhecido como interacionistas, da qual fazem parte as 
teorias 
construtivistas, que têm como principal teórico Jeam Piaget. 
As teorias interacionistas percebem a aprendizagem como um processo de 
inter-relação entre o sujeito e o objeto, ou melhor, é através da interação do 
sujeito e 
do objeto que o aprendiz extrai aquilo que quer conhecer e as informações 
necessárias para seu uso, caracterizando um tipo de aprendizagem ativa.
Dessa maneira o construtivismo, além de ver a aprendizagem como um 
processo de interação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, também 
considera 
o aprendizado um sujeito ativo, construtor (daí a origem do termo 
construtivismo) de 
seu próprio conhecimento. É a partir das relações estabelecidas que ocorre não 
só a 
construção de um tipo específico de aprendizagem, mas também uma 
aprendizagem mais humana, que envolve não apenas os processos mentais ou 
estímulos gerados no meio, nem tão somente a interação do sujeito com o objeto 
do 
seu interesse, mas passa a levar em consideração também as relações 
estabelecidas pelo sujeito durante o seu processo de aprender, colocando em foco 
a 
relação de sala de aula, ou mais especificadamente, a relação professor-aluno. 
Dentro do processo de aprendizagem duas coisas são muito importantes: a 
memória e a atenção. 
A memória é tratada como a capacidade de armazenamento de informações 
no cérebro, ou ainda como a capacidade de resgatar aquilo que foi armazenado. 
Segundo Teelving e Thomsom (1973), apenas aquilo que foi armazenado 
pode ser recuperado e a maneira em que pode ser recuperado depende de como foi 
armazenado. É por isso que a memória é um processo importante para aprender, o 
que não significa dizer que só aprendemos memorizando, mas que ela nos auxilia 
quando precisamos de alguma informação anterior. 
Existem muitas teorias sobre a memória, mas uma das mais atuais é a que 
faz uma analogia entre a memória humana e a memória dos computadores, a partir 
dos sistemas de input (entrada) e output (saída) de informações, onde as mesmas 
são acessadas a partir de estímulos dados pelo usuário. No caso, os aprendizes. 
De acordo com Eysence e Keane (1994), o termo “atenção“ tem sido utilizado 
de muitas maneiras, dentre as quais destaca-se a que considera a atenção um 
processo de concentração. Pode-se dizer que a concentração ocorre a partir de 
estímulos que tanto podem ser internos quanto externos. Geralmente prestamos 
atenção nas coisas ou objetos que nos despertam algum tipo de interesse. Esse 
interesse pode ser gerado por estímulos internos, (como a vontade de conhecer 
algo) ou por estímulos externos (necessidade de aprender para passar no 
vestibular). Logo, uma aula desinteressante, desconectada dos interesses dos 
alunos e de suas faixas etárias, provavelmente não provocam estímulos 
suficientes 
para que os alunos se mantenham atentos ao que os professores estão dizendo em 
sala de aula.
Dessa maneira pode-se dizer que a capacidade de concentração e a memória 
estão intimamente ligados com o processo de aprendizagem. 
3.2 ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA EM FASE DE INICIAÇÃO ESCOLAR 
De acordo com Maturana (1997, p.105) estuda-se que na maioria das 
culturas, o ingresso da criança na escola corresponde a uma fase de 
desenvolvimento socialmente decisiva. Verifica-se que nesta etapa, a criança 
experimenta a necessidade de ser reconhecida pela realização das tarefas 
valorizadas pelo ambiente. O aprender na escola, torna-se especialmente marcante 
nas etapas iniciais de escolarização, cumprindo importante papel no processo do 
desenvolvimento da criança. Sabe-se que no processo de aprender, variáveis 
afetivas e cognitivas são consideradas como importantes na compreensão e no 
envolvimento da criança, influenciando o desempenho escolar. 
É sabido que o sucesso escolar depende, em grande maioria, de 
características emocionais que foram cultivadas nos anos que antecedem a entrada 
da criança na escola. A primeira oportunidade para moldar os ingredientes da 
inteligência emocional é nos primeiros anos, embora essas aptidões continuem a 
formar-se durante todo o período escolar. Por isso é importante que os pais 
estimulem a inteligência emocional de seus filhos para aprendizagem escolar, 
trabalhando neles o interesse e a auto-confiança em aprender, para que sejam 
capazes de realizar tarefas escolares e expressarem suas necessidades em 
companhia de outras crianças. (MATURANA, 1997). 
De acordo com o pediatra e psicanalista D. W. Winnicott (1975), quando 
estamos falando em separações, em situações novas e desconhecidas a criança 
experimenta angústia, medo e desamparo e por isso, precisa de apoio, para se 
sentir segura e familiarizada com o ambiente. A fase de iniciação escolar é um 
exemplo disso, já que se trata de uma transição extremamente importante na vida 
da criança e da mãe. É a primeira separação real dos dois, marcando a entrada da 
criança no mundo social. Evidentemente isso não pode acontecer de forma brusca. 
Por isso é necessário que a escola represente algo positivo para a criança, um 
local 
amigável de aprendizado, onde ela possa interagir com outras crianças e realizar 
diversas atividades que auxiliem em seu desenvolvimento. Isso porque ela passará
grande parcela de sua vida em instituições de ensino. Portanto, a escola 
representará uma parte importante da vida da criança durante a maior parte de 
seus 
anos de desenvolvimento. É papel dos pais ou responsáveis estimularem seus 
filhos 
a freqüentarem as escolas, acompanhá-los em suas atividades escolares e 
oferecerem apoio e motivação às crianças, principalmente durante o processo de 
iniciação à vida escolar. 
Observa-se que na fase de descoberta e aprendizagem infantil acontecem 
vários níveis sensitivos, tudo é concreto, palpável, tem gosto, cheiro, volume, 
toma 
forma para ser aprendido e descoberto para se fazer real no mundo da criança. 
Essas descobertas levam à criança às abstrações favorecendo interações para suas 
hipóteses sobre o mundo. Com isso prevê-se que a educação básica é o que 
garante habilidades que serão desenvolvidas no futuro como compreensão, 
flexibilidade de raciocínio para solucionar problemas, incentivo à liderança, à 
iniciativa, autonomia e habilidades de comunicação. 
3.3 APRENDIZAGEM X MOTIVAÇÃO 
De acordo com Rosa (2007) “ é através da aprendizagem que o homem muda 
e transforma o meio“. A aprendizagem pode ser definida como uma modificação 
sistemática do comportamento, por efeito da prática ou experiência, com um 
sentido 
de progressiva adaptação ou ajustamento“. (CAMPOS, 1986). 
De acordo com Luria et all (1990) a motivação para aprender pode ser 
determinada em grande parte pelos valores que apóiam e que justificam esta 
aprendizagem. Por exemplo, aprender com o objetivo de se tornar um bom 
profissional ou a fim de se qualificar para o mercado de trabalho. Por outro 
lado, a 
“capacidade“ de aprender é determinada em grande parte pela motivação interna, 
dentro dos limites do desenvolvimento. 
Segundo Neto (2005) o reforço externo, relativo à performance das 
habilidades adquiridas vinda dos pais e conhecidos, possibilita o incentivo a 
motivação. Se a performance for percebida pela criança, ao adquirir um 
aperfeiçoamento, então, poderá levá-la a uma boa auto-estima, e também à 
motivação intrínseca ou interna. Por outro lado, a criança que pouco percebe as 
suas competências, necessita de maior estímulo externo, possui baixa auto-estima 
e
demonstra-se ansiosa, e ainda, enxerga pouca perspectiva de melhora em suas 
habilidades. 
Neto (2005) defende que é necessário conciliar o desenvolvimento da 
motivação intrínseca da criança (pela auto percepção dos avanços obtidos), com o 
apoio da motivação externa (avaliação dos adultos, informações a respeito, 
elogios 
verdadeiros). Este tipo de desenvolvimento requer acompanhamento, contato e 
participação. Os afetos devem estar presentes, uma vez que são fonte fundamental 
de motivação, além das informações que se fazem presentes em cada situação. Boa 
dose de paciência e vontade complementam o arsenal de instrumentos necessários 
ao adulto para que colabore quanto ao desenvolvimento motivacional da criança. 
A motivação deve receber especial atenção e ser melhor considerada pelas 
pessoas que mantêm contato com as crianças, realçando a importância desta esfera 
em seu desenvolvimento. A motivação é a energia para a aprendizagem, o convívio 
social, os afetos, o exercício das capacidades gerais do cérebro, da superação, 
da 
participação, da conquista, da defesa, entre outros. 
A criança se sente motivada a executar muitas tarefas em virtude do 
reconhecimento e impressões daqueles com quem convive, na tentativa de 
demonstrar a sua evolução e as conquistas que realiza. Os bons motivos serão 
sempre a chave para o desenvolvimento natural da criança, além de gerar harmonia 
entre os elementos internos e externos, parte da própria natureza humana. (NETO, 
2005). 
Este tópico possui extrema importância, já que abordou a questão da 
motivação, ou seja, a principal maneira de atingir o objetivo do projeto: 
estimular o 
desenvolvimento de crianças em fase de iniciação escolar. 
Figura 04: Criança aprendendo a escrever 
Fonte: http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
4 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA INFÂNCIA 
Martins (1999) acredita que o lúdico acerca as fantasias descompromissadas 
com a realidade, e que proporciona aos objetos o ganho de poderes humanos, e aos 
humanos, poderes sobre-humanos. Em outras palavras, é o lúdico que aguça a 
imaginação e que está presente em produtos, brincadeiras e jogos. E se o lúdico 
está intimamente ligado à imaginação, esta por sua vez está ligada a jogos, 
brinquedos e brincadeiras. 
Segundo Marinho (1992), a ludicidade é um dos principais eixos norteadores 
do processo ensino-aprendizagem, pois possibilita a organização dos diferentes 
conhecimentos numa abordagem metodológica com a utilização de estratégias 
desafiadoras. Assim a criança motiva-se ainda mais a aprender, pois tem mais 
prazer em descobrir. A brincadeira é uma das formas de estimular a ludicidade, é 
a 
linguagem das crianças. Pela brincadeira pode-se aprender a interação social, a 
trabalhar a atenção, seqüência, habilidades, solucionar problemas, explorar 
sentimentos, desenvolver causa e efeito, estimular a criatividade, além de 
desenvolver áreas do cérebro responsáveis pela afetividade e sociabilidade. 
Além disso, para Marinho (1992) o lúdico possui relação com a construção 
social da criança. Está intimamente ligado ao contexto social em que essa vive, 
tendo em vista que as brincadeiras revelam a cultura e os costumes de uma 
determinada sociedade. 
O lúdico pode ser considerado como a forma em que as crianças representam 
a cultura de uma sociedade e também uma forma por meio da qual descarregam 
suas tensões e frustrações, além de ser um instrumento para a aprendizagem de 
regras sociais. Sobre isso Vygotsky (1998, p. 132) comenta que “uma criança não 
se 
comporta de forma puramente simbólica no brinquedo; ao invés disso, ela quer 
realizar seus desejos, permitindo que as categorias básicas da realidade passem 
através de sua experiência“. 
Neste capítulo serão abordados temas referentes à importância do lúdico na 
infância: importância dos jogos e da brincadeira. Este capítulo é extremamente 
relevante, já que servirá de base para a elaboração do projeto da mesa 
pedagógica.
4.1 A LUDICIDADE COMO RECURSO EDUCATIVO 
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo“. Se 
achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao 
jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido 
como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano, de modo que a 
definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da 
necessidade 
lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. 
A principal preocupação dos educadores refere-se a como ensinar, 
envolvendo e estimulando o aluno a aprender. 
Desde épocas passadas o jogo já era visto por vários estudiosos como uma 
atividade bastante rica, no sentido de apontar possibilidades pedagógicas para o 
desenvolvimento de conhecimentos em inúmeras áreas. Froebel, que foi o primeiro 
pedagogo a incluir o jogo no sistema educativo, acreditava que as crianças 
aprendiam através do brincar e a personalidade poderia ser aperfeiçoada e 
enriquecida através do brinquedo. 
É possível perceber que a valorização do jogo permanece no processo 
educativo das crianças pelos educadores contemporâneos: 
Jacquin (1963) enfatiza que o jogo facilita tanto o progresso da personalidade 
integral da criança como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, 
intelectuais e morais. Partindo da consideração de que as atividades lúdicas 
podem 
contribuir para o desenvolvimento intelectual da criança, Cratty (1975) sugere a 
utilização de atividades motoras sob a forma de jogos para o domínio de 
conceitos e 
para o desenvolvimento de algumas capacidades psicológicas, tais como: memória, 
avaliação e resolução de problemas. De acordo com Piaget (1976) a atividade 
lúdica 
é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo dessa forma, 
indispensável à prática educativa. Vygotsky (1989) sustenta a idéia de que é 
enorme 
a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança. Para o autor, no 
brinquedo 
a criança cria e expressa uma situação imaginária, além de projetar-se nas 
atividades adultas de sua cultura e ensaiar seus futuros papéis e valores. 
Estudos evidenciam a importância das atividades lúdicas, principalmente do 
jogo na aprendizagem infantil, destacando que essas atividades são uma fonte de 
prazer e descoberta para a criança. O lúdico tem grande valor educativo e pode 
ser 
utilizado na escola como um dos recursos didáticos no processo de ensino
aprendizagem, contribuindo com o desenvolvimento de atividades didático-pedagógicas. 
Dessa forma, as atividades lúdicas contribuem de maneira 
significativa 
para o processo de construção do conhecimento pelo indivíduo. 
Segundo Marinho (1992), no brincar, casam-se a espontaneidade e a 
criatividade com a progressiva aceitação das regras sociais e morais. Segundo o 
autor, o brincar pode ser entendido como a capacidade de criar da criança e está 
relacionado com a suas vivências. Toda brincadeira é uma imitação transformada, 
no plano das emoções e das idéias, de uma realidade anteriormente experenciada. 
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e têm um 
significado diferente daquele que aparentam ter. A brincadeira favorece na 
criança a 
melhoria da auto-estima e contribui para a interiorização de determinados 
modelos 
de adulto presentes nos diversos grupos sociais. 
De acordo com Miranda (2001) a brincadeira é assunto sério. É justamente 
quando a criança viaja na imaginação que ela experimenta o mundo e “treina“ para 
ser adulto. É interessante notar que para a criança, o ato de brincar e jogar 
desempenha o mesmo papel, em nível de importância, que o trabalho produtivo para 
os adultos, já que as situações vivenciadas através das brincadeiras e dos jogos 
possibilitam o desenvolvimento da sociabilidade, da linguagem, da coordenação 
motora, da noção espacial e corporal. Além disso, ela aprende a cumprir regras, 
trabalhar em grupo, conhecer e desafiar limites, ao mesmo tempo em que melhora 
sua agilidade e perspicácia diante das situações que aparecem durante as 
brincadeiras e os jogos. Ou seja, o ato de brincar contribui para um melhor 
desenvolvimento da criança em todos os aspectos: físico, afetivo, intelectual e 
social. 
“Brincando a criança organiza e constrói seu próprio conhecimento e 
conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão 
oral e corporal, reforça as habilidades sociais e reduz a agressividade.“ 
(MIRANDA,1992). Beloni (2007) acrescenta que é através da atividade lúdica que a 
criança prepara-se para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, 
integrando-se a ele, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e 
aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser 
social.
Segundo Teixeira 1995 (apud NUNES), várias são as razões que levam os 
educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no 
processo de ensino-aprendizagem: 
“ As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste 
sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma 
tendência lúdica; 
“ O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço 
espontâneo; 
Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o 
indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este 
aspecto 
de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, 
capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de 
prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse 
intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para 
consecução 
de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também 
requerem um esforço voluntário; 
“ As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e 
mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações 
mentais, estimulando o pensamento. 
Dessa maneira, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da 
vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade do lúdico é 
essencialmente pedagógica, visto que a criança e até mesmo o jovem geralmente 
opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é 
lúdica, 
não é prazerosa. (NEVES, 2007). Por isso é muito importante que a escola ofereça 
condições, com relação a espaços e materiais, entre outros aspectos, que 
possibilitem o desenvolvimento de projetos e planejamentos que privilegiem a 
ludicidade. 
Portanto, a brincadeira, o jogo e o brinquedo, enfim as atividades lúdicas 
devem ser utilizadas como recursos didáticos no processo educacional, 
principalmente na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental.
4.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGAR 
Uma das primeiras teorias sobre o brincar infantil surgiu no século XVIII e 
entendia esta atividade como o produto de uma energia excedente.(GROOS,1976). 
Já os estudiosos que dominaram as teorias do brincar na primeira metade do 
século 
XX, como Piaget e Vygotsky, definem o brincar a partir da sua relação com o 
desenvolvimento psicológico mais amplo. Posteriormente, teóricos como Berlyne 
(1963) explica o brincar como um comportamento intrinsecamente motivado; e 
Bruner (1976) postula o brincar como uma atividade que deve facilitar a 
aprendizagem e/ou a prática de comportamentos específicos. 
O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e 
intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os tempos mais 
remotos. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a 
socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão 
capaz 
de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas 
suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no 
desenvolvimento psicomotor, bem como no desenvolvimento de habilidades do 
pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a 
criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a 
aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, 
acontecem 
quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa 
competição ou em outras situações. (CAMPOS, 2006). 
Oliveira (2002) afirma que o desenvolvimento humano decorre das trocas 
recíprocas que se estabelecem durante toda a vida entre indivíduos e o meio, 
cada 
aspecto influindo sobre o outro, por isso não se pode ignorar a significativa 
contribuição que a brincadeira traz à infância. Ela favorece as trocas de 
experiências 
vividas por cada criança, ajudando-a no processo de inserção na sociedade em que 
vive, pois a auxilia na compreensão dos signos sociais que a rodeia. 
O brinquedo facilita a apreensão da realidade e é muito mais um processo do 
que um produto. Exige movimentação física, envolvimento emocional, além do 
desafio mental que provoca. Possibilita a emergência de comportamentos 
espontâneos e improvisados. O brinquedo é a essência da infância; é o veículo do 
crescimento; é um meio extremamente natural que possibilita à criança explorar 
seu
mundo, possibilitando as descobertas, o entendimento, conhecer os seus 
sentimentos, suas idéias e sua forma de reação. (OLIVEIRA, 2002). 
Segundo Piaget (1967), da mesma forma, o jogo não pode ser visto apenas 
como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o 
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral. Através dele se processa a 
construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e 
préoperatório. 
Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu 
espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à 
representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para 
usar a 
inteligência, pois se esforçam para superar obstáculos tanto cognitivos como 
emocionais. 
Tem-se expandido rapidamente a investigação sobre o papel e valor do jogo 
no desenvolvimento humano. Um largo corpo de suportes científicos, muitas vezes 
recorrendo a dimensões multidisciplinares de estudo, evidencia certas 
conclusões: 
a) O jogo promove o desenvolvimento cognitivo em muitos aspectos: descoberta, 
capacidade verbal, produção divergente, habilidades manipulativas, resolução de 
problemas, processos mentais, capacidade de processar informação. (RUBIN et all, 
1983); 
b) Em sequência, o empenhamento no jogo e os níveis de complexidade envolvidos, 
alteram e provocam mudanças na diversidade das operações mentais (LEVY, 1984); 
c) A criança aprende a estruturar a linguagem através do jogo, isto é, brinca 
com 
verbalizações e ao fazê-lo, generaliza e adquire novas formas lingüísticas. 
(GARVEY, 1977); 
d) A cultura é passada através do jogo. Esquemas lúdicos e formas de jogo passam 
de geração em geração, adulto para a criança, e de criança para criança. (SMITH, 
1979); 
e) Habilidades motoras são formadas e desenvolvidas através de situações 
pedagógicas que utilizam o jogo como meio educativo. (NETO & PIÉRON, 1993). 
O jogo, portanto, é a mais importante das atividades da infância, pois a 
criança necessita brincar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o 
mundo. A 
importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na 
prática 
pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser 
explorados somente para lazer, mas também como elementos bastante 
enriquecedores a fim de promover a aprendizagem. Através dos jogos e
brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de 
aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Os professores 
precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes 
contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. 
4.2.1 Jogos para crianças de 4 anos 
Nessa idade, sua energia e sua iniciativa devem ser empregadas em jogos 
livres. Começam a desenvolver mais as habilidades manuais, apreciando muito o 
desenho e a pintura. A criança de 4 anos utiliza bastante a imaginação: aprecia 
jogos de faz-de-conta e dos “jogos de papéis“. Além disso, é bastante curiosa e 
começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo 
com outras crianças. É capaz de obedecer aos mais velhos, seguindo regras 
simples do que "pode" e "não pode". Brincam de casinha, boneca, chutar bola. 
Compreendem regras simples, como as do dominó, ao mesmo tempo em que 
gostam de inventar suas próprias regras. A criança dessa idade mostra interesse 
em 
aprender letras e números. Os jogos indicados são os que propiciam regras, além 
dos brinquedos de estímulo criativo e de memória. (GESSEL,2007). 
A figura 05 representa um dos jogos indicados para essa faixa etária: Logos 
lógicos. Indica-se este jogo por estimular as crianças a entrarem em contato com 
figuras geométricas e estimular a criatividade, através dos encaixes das peças. 
FIGURA 5 “ LOGOS LÓGICOS 
Descrição: 
Formas e cores com encaixe. 
Indicação Pedagógica: 
Desenvolve a imaginação e a criatividade utilizando 
formas geométricas, cores primárias, espessuras, texturas 
e encaixes. 
Dimensões: 
3 placas “ 10mm “ 21,5cm x 20cm 
3 placas “ 5mm “ 21,5cm x 20cm 
FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
4.2.2 Jogos para crianças de 5 anos 
A criança de cinco anos tem um domínio mais regular e mais seguro do corpo e 
por isso, é capaz de brincar sem grande ajuda dos adultos. Interessa-se por 
pintar, 
desenhar, cortar e colar. O material mais apreciado para seus brinquedos, quer 
pelos meninos, quer pelas meninas, continuam a ser os blocos de construções. As 
meninas gostam de fazer casas para as bonecas e de criar com elas situações 
pessoais. Os meninos constroem estradas, pontes, túneis, aviões, caminhões 
militares e carro de bombeiros. O interesse das crianças de cinco anos pelas 
casas 
exprime-se na reprodução imaginativa de acontecimentos domésticos. Nessa fase 
as crianças também gostam de se balançar, de galgar obstáculos, de saltar, de 
patinar e de pular de lugares altos além de sentirem grande interesse pela 
leitura, 
apreciando muito ouvir histórias infantis. (GESSEL,1999). Outros jogos sugeridos 
são: jogos de tabuleiro, quebra cabeça, jogos de pintar, escrever, ler, colar ou 
desenhar, jogos da memória. 
A figura 06 representa um dos jogos indicados para essa faixa etária: a 
centopéia 
vocálica. Indica-se este jogo por estimular a alfabetização das crianças nessa 
idade. 
FIGURA 6 “ CENTOPÉIA VOCÁLICA 
Descrição: Quebra-Cabeça com Vogais. 
Indicação Pedagógica: Desenvolve a coordenação 
motora, auxilia o reconhecimento de cores e a grafia das 
vogais. 
FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
4.2.3 Jogos para crianças de 6 anos 
O interesse pela pintura, pelo corte e pela colagem continua sendo evidenciado 
aos 6 anos. Uma das exigências mais positivas que fazem as crianças dessa idade 
é a de uma bicicleta. Essa ânsia parece basear-se mais na necessidade e no 
desejo 
de um exercício locomotor nas pernas e de equilíbrio do corpo do que o desejo de 
possuir um veículo. 
A diferença entre os sexos começa a definir-se mais claramente na escolha das 
brincadeiras. Contudo, em brincadeiras de forte atividade motora e em 
brincadeiras 
de imaginação, ambos os sexos competem num terreno comum. Verifica-se um 
grande interesse por parte das meninas em brincar de boneca e casinha. Os 
meninos mostram forte interesse em transportes e construções. Além disso, as 
crianças mostram interesse pela leitura, escrita e pelos números. Os jogos 
preferidos das crianças nessa fase são anagramas, dominó, damas e jogos de 
cartas simples, pois são jogos que se ajustam bem a seus interesses 
intelectuais. 
(GESSEL, 1999). 
Pode-se perceber que o desenho e a pintura são uma das primeiras atividades 
que as crianças desenvolvem, pois estimulam a criatividade e a imaginação, já 
que o 
desenho é sempre acompanhado de confabulação e fantasia. Também possibilitam 
que a criança melhore sua visão de mundo e de ser humano e que enriqueça sua 
percepção. 
A figura 07 representa um dos jogos indicados para esta idade: o jogo do quebra-cabeças. 
Além disso este jogo estimula a criança a aprender as horas. 
FIGURA 07 “ RELÓGIO QUEBRA-CABEÇA 
Descrição: 
Quebra-Cabeça. 
Indicação Pedagógica: 
De forma lúdica a criança aprende formas, cores, encaixe, 
grafia dos númerais, a identificação e formação das horas. 
Dimensões: 
1 placa “ 5mm “ 21,3cm x 19,8cm 
FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
O estudo dos jogos neste capítulo foi essencial para definir que tipos de jogos 
são mais adequados para as crianças em fase de iniciação escolar. 
5 A IMPORTÂNCIA DAS CORES NO UNIVERSO INFANTIL 
A cor é um dos fatores de grande importância para o bem-estar psicológico 
das crianças, principalmente ao utilizarem o móvel com a finalidade de praticar 
atividades escolares, já que a percepção visual pelo ser humano também envolve 
aspectos subjetivos, simbólicos e culturais que podem influenciar no 
comportamento 
das pessoas. 
Segundo Pasteureau (1997), o uso das cores tem uma ligação direta no 
desenvolvimento da criança. Estímulos decorrentes da presença de figuras 
coloridas 
contribuem para o aprimoramento da capacidade motora e cognitiva, raciocínio, 
fala, 
audição, entre outras funções. Isso acontece porque a criança é influenciada 
pelas 
cores desde a fase inicial de vida, se estendendo por muitos anos. As cores 
alegres 
e vibrantes comprovadamente chamam a atenção da criança. Por esse fato, os pais 
devem usar e abusar do “mundo colorido“ como peça importante também na 
educação dos filhos. 
As cores facilitam no processo de assimilação dos ensinamentos por parte dos 
pais. É interessante observar de que maneira as cores podem influenciar na vida 
de 
uma criança. Por exemplo, muitos pais estimulam a criança a comer frutas e 
verduras, atraindo o olhar da criança para o prato colorido. Dessa maneira ela 
sente-se 
convencida que o alimento em questão faz bem, é saudável e apetitoso. Da 
mesma forma acontece com a higiene, quando os pais compram escova de dente, 
xampu ou esponja de banho colorida para motivar indiretamente a criança a se 
limpar. 
Aplicadas na decoração de ambientes ou nos móveis, as cores constituem-se 
como poderosos estímulos, capazes de promoverem as mais diversas sensações. 
Definidas corretamente, elas podem representar um componente dos mais 
importantes para a construção de móveis infantis que sejam agradáveis e 
atrativos 
visualmente, além de estimular a criança a estudar.
Este capítulo abrangerá a importância e o significado das cores. A partir dessa 
pesquisa, juntamente com a pesquisa de campo, é que serão escolhidas as cores 
que melhor se adequam ao projeto da mesa pedagógica infantil. 
5.1 SIGNIFICADO DAS CORES 
O psicólogo Paulo Felix Conceição, vice-presidente da Associação Pró-Cor do 
Brasil e membro do conselho técnico-científico da entidade, explica que, para 
que 
haja uma melhor interação entre o ambiente e seus usuários, faz-se necessária 
uma 
correta avaliação dos fatores que compõe o espaço, tais como: tamanho, 
localização, posição, fluxo de pessoas, iluminação e ventilação, além de 
perfeito 
conhecimento do perfil psicológico e social das pessoas que irão habitar esse 
ambiente. 
Em sua “Teoria das Cores“, Barros (2006, p. 302) afirma que“[...] cada cor 
produz um efeito específico sobre o homem [...]“ Esse efeito é em grande parte 
produzido pelas propriedades e características de cada cor. 
Pedrosa (2003), outro estudioso da cor, afirma que o vermelho, por exemplo, 
é a cor que mais se destaca visualmente e a que mais rapidamente é distinguida 
pelos olhos, pois é a mais saturada das cores. Já o laranja, apresenta a 
característica da luminosidade, assim como o amarelo. 
Neufert (1976) também realizou estudos sobre as relações do homem com a 
cor. Para ele a cor tanto pode provocar otimismo ou depressão, quanto atividade 
ou 
passividade. Em relação às cores e sua aplicação nos ambientes, o autor faz 
algumas observações: A cor mais impulsiva é o alaranjado; seguem-se o amarelo, 
os verdes e o púrpura. As menos impulsivas são o azul, o verde e o violeta 
(cores 
frias). As cores impulsivas geralmente são indicadas para compartimentos 
pequenos, as pouco impulsivas, pelo contrário, são indicadas para grandes 
superfícies. As cores quentes são ativas, excitantes, porém também podem ser 
irritantes. As cores frias são passivas, tranqüilizante ou íntimas. 
A ação da cor depende também da iluminação e do ambiente. O branco é 
considerado a cor da limpeza e da ordem absoluta. Na organização cromática dos 
compartimentos o branco desempenha um papel muito importante para desligar as 
cores umas das outras assim como neutralizar, aclarar, alegrar e estruturar. 
(NEUFERT, 1976, p. 27).
O psicólogo Paulo Felix (2009) citou as características básicas de algumas 
cores: 
Os azuis “ É uma cor fria que acalma. É a cor do infinito, do sonho, da 
fidelidade, da 
água e da aristocracia. Possui apelo racional associado à inteligência e ao 
raciocínio, diferente do vermelho que possui apelo emocional. As tonalidades 
azuis 
simbolicamente associadas à imensidão do céu, às águas claras e à 
espiritualidade, 
provocam sensações refrescantes. São tons que permitem o relaxamento, alívio de 
tensões e a calma, mas as nuances devem ser cuidadosamente estudadas e 
dosadas, pois os excessos podem causar introversão e denotar tentativa de 
supercontrole 
dos sentimentos e da excitação. 
Os amarelos -As tonalidades amarelas são, simbolicamente, associadas à luz, ao 
sol, à consciência e à alegria de viver.Também estão ligadas à idéia de nobreza, 
riqueza material e espiritual. No oriente é a cor mais importante depois do 
vermelho; 
pela associação com a cor do ouro. Entretanto, o excesso de amarelo pode denotar 
tendências excessivamente extrovertidas, que podem remeter a algo de mau gosto. 
Os laranjas -As tonalidades laranjas pertencem a um grupo intermediário entre os 
amarelos e os vermelhos. Estão ligados à idéia de vitalidade, alegria e 
energia.Também estão associados a sinais de saúde e dinamismo, cor quente, viva, 
alegre e acolhedora. 
Os vermelhos -O aspecto simbólico do vermelho está relacionado à força da vida, 
ao coração, ao erotismo, à nobreza, ao fogo, à proibição, mas também, se usado 
em 
excesso, à instabilidade emocional e à agressividade. É uma das cores preferidas 
pelas crianças e por ser a cor da criatividade, da alegria e do dinamismo é 
considerada como a cor da infância. (PASTEUREAU,1997). 
Os verdes -As tonalidades de verde estão ligadas ao sentido de esperança, de 
vida 
e de sorte. É uma cor equilibrada, isto é, sem muita alegria ou tristeza, sem 
muita 
paixão ou ódio. É associada a calmantes “justificando seu uso em hospitais, 
locais 
de repouso e mesas de jogo.“(IIDA, 2005, p 484), assim como à saúde, higiene, 
ecologia, natureza e à liberdade.
Branco -Cor da pureza, da castidade e da inocência. É, na cultura ocidental 
associada à paz, à limpeza, à simplicidade e discrição, à sabedoria. 
Preto -Cor da morte e do luto, na cultura ocidental. É a cor da depressão, da 
falta, 
do pecado, do ódio, da solidão e da tristeza. Pode ser ainda associada à 
elegância, 
modernidade e à autoridade. 
A seguir o assunto tratado será a ergonomia, uma questão de grande 
relevância para a definição das medidas do projeto.
6 ERGONOMIA 
Segundo Rio e Pires (2001), Ergonomia é uma disciplina científica que estuda 
o relacionamento do homem e o ambiente no qual desenvolve sua atividade, 
buscando solucionar os problemas de saúde, segurança e conforto que podem 
surgir desta relação. 
Ainda segundo o autor, o estudo ergonômico pode ser dividido em duas 
etapas: 
Na primeira etapa é analisado o ambiente de trabalho, ou seja, local onde a 
pessoa desempenha suas atividades. Na análise do ambiente verifica-se o layout, 
o 
mobiliário, a iluminação, a temperatura, os ruídos e os elementos 
arquitetônicos. 
Na segunda etapa do estudo ergonômico analisam-se as características 
físicas do homem, a execução de seus movimentos e posturas corporais, e as 
tensões musculares que surgem quando estas posturas são realizadas 
inadequadamente. 
Neste estudo, alguns fatores são detalhados, considerando a direta 
interferência com a situação do mobiliário e da sala de aula. 
Sendo assim são apresentados, dos fatores ambientais, o mobiliário, layout e 
iluminação. Quanto à segunda etapa do estudo ergonômico, apresentam-se, na 
seqüência, as considerações antropométricas. 
Na primeira etapa, analisando o mobiliário deve-se considerar o seguinte: 
-Se está disposto de forma que os espaços de uso ou alcances, propiciem as 
melhores situações no desenvolvimento das atividades; 
-Se possui elementos que possam machucar os segmentos corporais do 
usuário; 
-Se a relação espacial entre os móveis está proporcionando um conjunto 
equilibrado. 
Na análise da cadeira, especificamente, deve-se considerar o seguinte: 
-Se permite a alternância postural e ao mesmo tempo evita o desconforto da 
posição por períodos mais longos; 
-Se evita induzir o usuário a posturas erradas, que possam desencadear 
problemas na coluna lombar e cervical e nos membros superiores (ombros,
cotovelos e punhos), além de causar deficiências circulatórias nos membros 
inferiores; 
-Se é apropriada à atividade que o usuário desenvolve no dia-a-dia; 
-Se está sendo usada corretamente, apoiando as nádegas no assento e os 
pés no chão, ou em apoio próprio para esse fim, quando isso não puder 
ocorrer é preciso possuir regulagens para permitir o mesmo. 
Na análise da iluminação do ambiente deve-se considerar o seguinte: 
-Sua adequação para cada atividade e o ideal é que permita contrastes pouco 
intensos e ausência de ofuscamento, gerando boas condições de trabalho e 
contribuindo para o conforto visual; 
-Utilização de materiais ou cores com baixa intensidade refletora em 
superfícies de mesas, para evitar reflexos de quaisquer espécies, por isto é 
importante escolher adequadamente as cores do ambiente. 
Na análise do layout, definido como o arranjo espacial do ambiente 
constituído pela disposição do mobiliário, das máquinas e das pessoas, deve-se 
considerar o seguinte: 
-Se existe um conjunto de relações ótimas entre pessoas, espaços físicos, 
componentes e disposição do mobiliário; 
-Se as distâncias previstas nas áreas de fluxo ou circulação, movimentação ou 
posturas, propiciam conforto entre as pessoas. Segundo RIO e PIRES (2001) 
o estudo ergonômico do ambiente tem como objetivo proporcionar um estado 
agradável e satisfatório de harmonia com o ser humano, evitando fadigas 
físicas como distorções posturais e movimentos anti ergonômicos, que 
resultam de adaptações corporais feitas no sentido de obter melhor 
visualização de componentes colocados de forma inadequada no espaço. 
As duas ciências contribuintes da ergonomia que mais se aproximam das 
questões aproximadas ao móvel escolar são: a Antropometria e a Biomecânica. 
A Antropometria estuda as medidas das várias características do corpo, sendo a 
“estática“ voltada para a medição das dimensões do corpo parado, e a “dinâmica“ 
centrada na medida das pessoas enquanto executam uma função.
A Biomecânica analisa as causas e fenômenos dos movimentos e é aplicável em 
diversos campos de atividades como por exemplo: estudo de postura e locomoção; 
classificação de grupos de movimentos em relação a postos de trabalho; estudos 
das interfaces entre homem, máquina e meio ambiente; saúde e segurança nas 
tarefas do trabalho; prevenção e reabilitação de processos patológicos 
relacionados 
ao movimento; análise e diagnóstico do rendimento nos esportes, e outros. 
(CUNHA; 
ESTEVES, 2001). 
6.1 ERGONOMIA INFANTIL 
Para a elaboração de um espaço interativo de ensino devem-se aplicar conceitos 
ergonômicos. O estudo da ergonomia tem como objetivo integrar harmonicamente o 
homem com seu posto de trabalho. A ergonomia tem aplicações gerais de 
convivência do ser humano para gerar bem-estar, conforto e êxito nas atividades 
que desenvolve diariamente. Com a ajuda da ergonomia pode-se adaptar de forma 
usual, o espaço interativo de ensino relacionando a atividade, o espaço e seu 
mobiliário. (IIDA, 2005). 
No ambiente de estudos, mesa e cadeira são as peças mais importantes, 
devendo possuir regulagens para que suas medidas possam permitir uma postura 
correta de acordo com a faixa etária. A idade entre 3 e 12 anos tem sido a mais 
esquecida “ com freqüência são encontrados móveis para bebês e logo em seguida 
para adolescentes já em escala adulta. A criança que começa a alfabetizar-se, 
por 
exemplo, muitas vezes é obrigada a utilizar mesa e cadeira em escalas 
inadequadas. Os próprios pais contribuem para esta filosofia, esquecendo que 
durante anos estão privando seus filhos de um espaço mais ergonômico onde 
possam crescer aprendendo a exprimir e expandir sua criatividade. Para que a 
casa 
e a escola realizem da melhor maneira sua vocação de transmitir segurança e 
saber, 
é necessário que o espaço arquitetônico e os móveis sejam projetados de maneira 
adequada para as crianças, de modo a permitir o livre exercício da imaginação. 
O ambiente deve ser claro e arejado, os móveis simples e leves e o material 
prático e lavável. A zona de estudos também pode estar situada em diferentes 
alturas: -A partir de 50 cm, por exemplo, o espaço embaixo é perfeito para 
guardar 
brinquedos grandes e jogos, sem poluir visualmente o ambiente.
As figuras 08 e 09 abaixo mostram as medidas ergonômicas adequadas de mesa e 
cadeira de estudo para cada idade, dentro do universo Infantil. 
Figura 08: Medidas de mesa e cadeira escolar infantil 
Fonte: http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4 
Figura 09: Representação Ergonômica-Material de apoio visual referente a Fig 06 
Fonte: http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4 
Infelizmente observa-se que as crianças, ao entrarem sadias na escola, saem 
anos depois com a postura comprometida de alguma forma. A causa desses 
problemas, segundo Mandal (apud Moro, 2005), são as cadeiras inclinadas para 
trás, com a superfície da mesa na horizontal, onde, na tentativa de se acomodar, 
as 
crianças inclinam-se sobre a superfície da mesa, comprimindo as suas vértebras 
lombares. A pressão mantida por diversas horas sobre os ossos em formação das 
crianças, irá ocasionar transformações posturais permanentes, que provavelmente 
comprometerá gravemente a saúde das crianças no futuro.
Infelizmente, conforme sustentado por KAO (1976), a utilização de 
conhecimentos de Ergonomia às questões educacionais ainda são raros. 
As Normas Brasileiras (NBR 140006/1997) prevêem esse problema, dividindo 
a carteira escolar em sete classes de medidas de tamanho para mesas e assentos 
em todas as instituições educacionais, onde deveriam ser observadas as variáveis 
antropométricas de cada aluno. Porém, na prática, essa norma nunca foi 
obedecida. 
Uma proposta ergonômica para o mobiliário escolar implica primeiramente em 
disseminar os resultados de estudos sobre o tema e adoção de medidas práticas de 
substituição do design da mobília atual para reduzir custos humanos nos alunos. 
Essa humanização do posto de trabalho do estudante exigiria, também, a revisão 
crítica de procedimentos associados às práticas antigas de concepção. As 
práticas 
atuais de manejo do comportamento, para manter o estudante na posição sentada, 
devem ser substituídas por conseqüências reforçadoras presentes no próprio 
conjunto cadeira-mesa. 
Além disso, não basta que cadeiras e mesas educacionais, para serem 
reconhecidas como tal, localizem-se dentro das salas de aula. Antes de mais 
nada, 
essas peças de mobiliário devem cumprir seu papel de agente físico facilitador 
no 
processo educacional, como bem salientou SASAKI (1988). Desta maneira buscou-se 
neste projeto, desenvolver um conjunto de móvel infantil pedagógico 
ergonomicamente correto, que possa ser tanto de uso institucional, quanto de uso 
residencial, podendo ser utilizado em atividades pedagógicas ou recreativas, de 
maneira a influenciar positivamente no processo de aprendizagem das crianças em 
fase de iniciação escolar. 
6.1.1 Antropometria Infantil 
Segundo Dul e Weerdmeester (1995), a antropometria estuda as dimensões e 
proporções do corpo humano, os alcances dos movimentos, as variações 
individuais, as diferenças entre as etnias, regiões e culturas. As dimensões 
antropométricas são usadas na Ergonomia para planejar o dimensionamento do 
espaço de trabalho, e projetar mobiliário e outros equipamentos (IIDA, 2005).
Conforme o autor, na realização de um projeto de mobiliário, ou qualquer 
objeto que terá integração direta com um usuário, é necessária a aplicação de 
parâmetros antropométricos para garantir conforto e segurança em sua utilização. 
O levantamento antropométrico é realizado com o objetivo de oferecer dados 
dimensionais, confiáveis e fiéis do homem para uso em projeto de produtos, 
móveis 
e ambientes de trabalho. 
Segundo Iida (2005), o método de medição do levantamento antropométrico 
pode ser funcional, dinâmico e estático. 
O método funcional trata da medição relacionada com a execução de tarefas 
específicas, em que cada parte do corpo não se move isoladamente, mas há a 
conjunção de diversos movimentos para realizar uma função. 
No dinâmico, são medidos os alcances dos movimentos, de todos os 
segmentos corporais, como a cabeça, as pernas, os antebraços e os braços, e é 
aplicado nos projetos de máquinas com partes móveis e ambientes de trabalho, 
como pode ser visto na figura 10. 
FIGURA 10“ ANTROPOMÉTRIA DINÂMICA 
FONTE: IIDA (1990) 
O método estático trata das medidas corporais do indivíduo com o corpo 
parado ou com poucos movimentos, nas posições em pé ou sentada. Este tipo de 
medição é aplicada nos projetos de objetos sem partes móveis ou com pouca 
mobilidade, como por exemplo, o mobiliário. 
Segundo IIDA (1990), o levantamento antropométrico é constituído por seis 
etapas, que consistem em: 
1º) Definição dos objetivos: onde e porquê serão utilizadas as medidas.
2º) Definição das medidas: descrição detalhada indicando a postura corporal, 
os instrumentos antropométricos a serem utilizados e as técnicas. Ex: medição 
com 
ou sem calçado, com ou sem roupa, na postura ereta ou relaxada. 
3º) Método de medição: direto, com instrumentos de medição como régua, 
trena, fita-métrica e balança; ou indireto, através de fotos do corpo ou parte 
dele, a 
probabilidade de erro é maior. 
4º) Seleção da amostra: universo representativo de sujeitos onde serão 
aplicados os resultados: país, atividade desenvolvida pelas pessoas e faixa 
etária. 
5º) Medições: elaboração de roteiro de medidas e formulário para anotações, 
e treinamento das pessoas que farão a medição. 
6º) Análises estatísticas: média e desvio padrão, percentis. 
Ao estabelecer as dimensões de uma cadeira, os aspectos antropométricos 
devem estar relacionados às exigências biodinâmicas envolvidas. O processo de 
estabilização corporal envolve não só a superfície do assento, mas também as 
pernas, os pés e as costas em contato com outras superfícies. Além disso, certa 
força muscular também é exigida. Se, através de um projeto inadequado de 
antropometria, a cadeira não permitir que a maioria dos usuários de fato tenha 
os 
pés ou as costas em contato com outras superfícies, a instabilidade do corpo 
aumentará e uma força muscular adicional terá que ser gerada para manter o 
equilíbrio. Quanto maior o grau de força muscular ou controle exigido, maior a 
fadiga 
e o desconforto. (PANERO & ZELNIK,2002). 
As dimensões básicas, geralmente aceitas no projeto de cadeiras e afins, 
incluem altura, profundidade e largura no assento, altura do encosto e altura e 
espaçamento dos apoios para braços. (PANERO & ZELNIK,2002). 
Para a confecção do protótipo, observaram-se algumas normas presentes na 
NBR 14006 (1997) para Móveis escolares: 
-Dadas as peculiaridades das escolas brasileiras, as dimensões mínimas de 
profundidade e largura do tampo da mesa foram definidas como 450 mm x 600 mm; 
-A superfície da mesa especificada nesta norma é horizontal. Entretanto, se for 
necessária uma superfície inclinada esta não deve ter uma inclinação maior que 
10º; 
-A inclinação do assento deve ter no máximo 4º. A superfície do assento pode ser 
plana ou ter conformações. Qualquer conformação deve estar nos dois terços 
posteriores do assento;
-As saliências não devem apresentar características cortantes ou perfurantes 
capazes de causar ferimentos ou danos em vestimentas, quando verificadas 
conforme a norma estabelecida; 
-O tampo, encosto e assento nas superfícies em contato direto e constante com o 
usuário não podem ser de material metálico. 
Estas foram algumas considerações importantes tomadas como base para a 
iniciação do projeto. 
Este capítulo tratou da ergonomia e da antropometria infantil. Foi a partir 
deste estudo, juntamente com a observação das medidas do mobiliário existente no 
mercado e nas escolas, que se chegou à definição das medidas do projeto. A 
seguir 
será abordada a questão da influência do design do mobiliário, voltado 
principalmente à ergonomia.
7 A INFLUÊNCIA DO DESIGN DO MOBILIÁRIO INFANTIL NO 
COMPORTAMENTO E APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS 
Segundo Hatschbach (2006) o mobiliário escolar é sem dúvida um elemento 
da sala de aula que influencia no desempenho, segurança, conforto e em diversos 
comportamentos dos alunos. Quando não atende as necessidades físicas do usuário 
esta influência é negativa, pois o uso contínuo do móvel pode provocar sérios 
danos 
a sua saúde física. 
Comportamentos indesejados na sala de aula, ocorrência de barulho 
repetitivo, como também, comportamento acadêmico inapropriado, muitas vezes são 
observados em decorrência do desconforto causado pelo mobiliário. 
É comum verificarmos em instituições de ensino crianças de diversas idades 
que compartilham os mesmos conjuntos escolares. Por exemplo, crianças da 
primeira e oitava séries utilizando o mesmo móvel, desrespeitando as diferenças 
físicas existentes entre crianças e adolescentes. Essa prática acaba ocasionando 
desconforto postural e, por conseqüência, influencia no comportamento dos alunos 
em sala de aula. 
Hatschbach (2006) lembra que as regulamentações sobre o conjunto escolar 
determinam que deve ser constituído por dois elementos independentes, a mesa e a 
cadeira do aluno. A mesa deve possuir tampo, estrutura e porta-objetos, e a 
cadeira 
deve ser constituída de assento, encosto e estrutura. O móvel precisa 
proporcionar 
conforto e segurança ao aluno na relação com o conjunto cadeira e mesa conforme 
as regulamentações sobre os aspectos ergonômicos da norma. 
Pesquisas demonstram que há uma relação estreita entre carteiras escolares 
e problemas médicos, segurança e disciplina na sala de aula. O mobiliário, em 
função dos requisitos da tarefa, determina a configuração postural dos usuários 
e 
define os esforços, dispêndios e constrangimentos -elementos essenciais para a 
adoção de comportamentos diversos -estabelecidos numa jornada de trabalho em 
sala de aula, além de manter vínculo restrito com a absorção do conhecimento 
(Nunes et al., In Rangé, 1995). 
Dessa maneira é importante que o móvel seja confortável, funcional e 
apropriado ao tamanho da criança, além de ergonomicamente correto e visualmente 
atrativo. Essas características farão com que as crianças sintam-se estimuladas 
a 
aprender e a estar no ambiente de estudo, já que elas associarão o mobiliário a 
algo
positivo e agradável, o que acabará auxiliando e influenciando em suas 
atividades 
pedagógicas. 
A seguir será apresentado um tópico sobre os tipos de materiais mais comuns 
de serem utilizados em móveis escolares, bem como suas características e 
benefícios.
8 ESTUDO DE MATERIAIS 
8.1 MDF 
Segundo o Manual prático do mobiliário escolar, J. R. A. da CUNHA; R. 
ESTEVES (2001), em função da pequena dimensão das fibras, a superfície do MDF 
é mais lisa do que a maioria dos outros painéis utilizados na fabricação de 
móveis, 
permitindo bom acabamento com pintura, laminação por folhas de celulose, ou 
laminados melamínicos de alta pressão. Embora possuam uma menor quantidade 
de resina e suas fibras sejam muito menores que as partículas dos aglomerados, a 
densidade do MDF (Médium Density Fiberboard “ “Placa de Fibras de Média 
Densidade“) é muito próxima a dos aglomerados, estando entre 640 e 840 kg/m³, 
dependendo da espessura da chapa. 
Ainda se comparado ao aglomerado, o MDF possui preço superior, porém 
algumas vantagens técnicas como sua maior resistência à umidade; ao arranque de 
parafusos e usinabilidade têm feito este produto espaço crescente no espaço 
moveleiro. 
Dimensões comerciais de painéis de MDF : 
Espessuras (em mm): 
6 / 9 / 10 / 12 / 15 / 18 / 20 / 25 / 30 e 35 
Dimensões da Placas (em m): 
1,83 x 2,75. 
8.2 MDP 
O MDP é especialmente indicado para a produção de móveis residenciais e 
comerciais de linhas retas, formas orgânicas, que não exijam usinagens em baixo 
relevo, entalhes ou cantos arredondados. 
O MDP é resultado do uso intensivo de tecnologia de prensas contínuas, de 
modernos classificadores de partículas e complexos softwares de controle de 
processo, associado à utilização de resinas de última geração e madeira de 
florestas 
plantadas. Por isso, o MDP pertence a uma nova geração de Painéis de Partículas 
de média Densidade com características superiores e totalmente distintas dos 
painéis de madeira aglomerada de antigamente.
Características: 
. Alta densidade das camadas superficiais, assegurando um acabamento superior 
nos processos de impressão, pintura e revestimentos; 
. Produção com o conceito de 3 camadas: colchão de partículas no miolo e camadas 
finas nas superfícies; 
. Homogeneidade e grande uniformidade das partículas das camadas externas e 
interna; 
. Propriedades mecânicas superiores: melhor resistência ao arrancamento de 
parafuso, menor absorção de umidade e empenamento; 
. Utilização de madeiras selecionadas provenientes de florestas plantadas, 
econômica e ecologicamente sustentáveis. 
O MDP é encontrado com revestimento melamínico em Baixa Pressão (BP), 
Finish Foil (FF), ou sem revestimento para aplicação de Lâminas de Madeira, 
Laminados de Alta-Pressão ou Pintura e Impressão. 
8.3 COMPENSADO 
De acordo com a NBR 94907 citado por CUNHA; ESTEVES (2001) 
“Compensado ou Chapa de Madeira Compensada é um painel normalmente 
composto de lâminas cruzadas entre si, ou lâminas em combinação com miolo de 
sarrafeado ou outro tipo de painel à base de madeira.“ Essas lâminas, 
normalmente 
em número ímpar são coladas entre si perpendicularmente com um adesivo. 
O nome Compensado deriva da compensação de esforços de empenamento 
de uma prancha composta de lâminas de madeira coladas uma sobre as outras, 
obtida pelo entrelaçamento dessas lâminas perpendicularmente entre si. 
Pela existência de tensões internas e pela capacidade de absorção da umidade 
do ambiente a madeira maciça e, mais ainda as lâminas finas de madeira, 
movimentam-se, dilatando e contraindo conforme varia a umidade do ar. Sem a 
compensação desses esforços seria impossível a obtenção de chapas planas 
estáveis.
Segundo a NBR 9490 (Normas Brasileiras 9490) define: 
a) Compensado é geralmente construído a partir com número ímpar de 
camadas com grãos das lâminas adjacentes perpendiculares entre si. 
b) As lâminas externas e todas as lâminas de ordem ímpar geralmente 
possuem as grãs (veios) orientadas paralelamente à maior dimensão do 
painel. 
Os compensados podem ser fabricados integralmente com lâminas (laminados 
ou multilaminados), ou compostos por lâminas e sarrafos de madeira maciça 
(sarrafeados), estes últimos tendo sempre as lâminas do lado externo, recobrindo 
de 
ambos os lados os sarrafos. 
Existem ainda os compensados moldados, que podem originar peças curvas 
moldadas conforme sua aplicação. Eles são utilizados geralmente, na fabricação 
de 
assentos e encostos anatômicos para cadeiras. 
Outro tipo de compensado existente é o naval. Este é muito utilizado na 
construção civil ou em situações que exigem alta exposição à umidade. 
Dentre suas vantagens Teixeira (1999) destaca: 
-Uniformidade de resistência por causa da disposição cruzada das fibras; 
-Menor possibilidade de fendas e empenamentos, pois os sentidos diferentes das 
fibras compensam as diferenças de contrações. 
-Facilidade em ser moldado; 
-Em relação aos móveis, proporciona leveza física e pode ser aplicada nas suas 
estruturas aparentes. 
Desvantagens: 
-Pode possuir restrições de natureza ambiental, ao utilizar madeiras maciças, ou 
baixa disponibilidade de toras de qualidade para a laminação. 
-Custos elevados em relação a outras madeiras transformadas.
8.4 AGLOMERADO 
O aglomerado é uma chapa de madeira, com miolo composto de resíduos de 
madeira como pó e serragem, resina e cola, que após passar por processo de 
prensa se transforma em painel de madeira. Não possui acabamento, portanto, pode 
receber qualquer tipo de revestimento. É Utilizado na fabricação de móveis de 
baixa 
qualidade montados com cavilhas e cola. Não é recomendado o uso de pregos e 
parafusos, devido ao risco de ocorrerem rachaduras. Disponível no tamanho-padrão 
de 2,75 m x 1,83 m e espessuras que variam de 0,6 mm a 30 mm. 
A madeira aglomerada é constituída por três camadas de diferentes 
densidades, pois as duas camadas externas são densas, compactas e lisas, com 
espessuras iguais e partículas finas; já a camada é menos densa, com porosidades 
para absorver tensões (TEIXEIRA, 1999). 
Teixeira (1999) destaca as vantagens desse material: 
-Permite acabamento com laminado melamínico, lâminas de madeira, plásticos ou 
pintura; 
-Apresenta resistência à flexão e à ruptura; 
-Bom isolante acústico e térmico; 
-Laminação pode ser feita em qualquer direção; 
-Partículas dispostas de maneira aleatória o que confere resistência 
multidirecional; 
-Múltiplas aplicações: móveis, tampos de mesa, laterais de portas e de armários, 
divisórias, laterais de estantes, cabeceiras, racks; 
-Pode ser colado, grampeado e aceita buchas e dobradiças; 
-Custo relativamente baixo. 
Como desvantagem pode-se citar: 
-A densidade reduzida do núcleo pode ocasionar problemas para a retensão de 
ferragens, as quais precisam ser cuidadosamente selecionadas; 
-Quando sem revestimento pode tornar-se muito suscetível à umidade, absorvendo 
água e inchando.
8.5 LAMINADOS MELAMÍNICOS 
Laminado melamínico (também conhecido como Fórmica, que é a marca 
registrada de um fabricante) é um elemento decorativo inventado por John 
Frederick 
Hosler e Theodore Russell Clarke, utilizando a resina melamínica. São chapas 
compostas de folhas de papel “kraft“ impregnadas com resinas fenólicas 
revestidas 
com uma capa de papel claro de celulose pura, impregnado com resina melamínica. 
Os papéis “Kraft“ previamente banhados na resina fenólica e secos, são 
formados em pilhas de cinco ou mais folhas recebendo como acabamento a última 
folha de papel de celulose pura (branco, colorido ou impresso com motivos 
decorativos) e impregnada com resina melamínica. 
Este pacote de folhas saturadas de resinas é levado a prensas aquecidas em 
pressões acima de 70 Kg/cm2 e temperatura de 160 º C ou mais. Para cada “pacote“ 
de folhas é intercalada uma folha de aço inoxidável denominada de “espelho“, que 
conforme sua superfície brilhante, fosca ou texturizada, resultará a textura do 
laminado. Em decorrência da combinação de elevada pressão e temperatura, uma 
pilha de 6 a 7 folhas resultará em laminado de 0,8 mm de espessura, altamente 
denso, com elevada resistência superficial ao impacto e principalmente à 
abrasão. 
No mobiliário escolar sua principal aplicação se dá no revestimento dos 
tampos das mesas, em função de sua resistência aos produtos de limpeza; à 
umidade e à abrasão, além de suas características higiênicas. (TEIXEIRA, 1999). 
8.5.1 Post-forming 
O Fórmica Postforming é um laminado decorativo de alta pressão, termomoldável, 
que diferencia-se dos demais laminados devido a sua propriedade de 
poder ser curvado quando aquecido em equipamento específico. A sua aplicação 
em bordas arredondadas, com raio mínimo interno ou externo de 12,7 mm, permite 
opções originais de design para revestimentos horizontais e verticais. 
O Fórmica PF possui grande resistência ao desgaste, ao calor, ao impacto e a 
manchas, tornando-o prático e durável. Sua composição baseia-se na impregnação 
de materiais celulósicos com resinas termoestáveis, formando um conjunto que 
será 
prensado por meio de calor e de alta pressão.
No móvel escolar este material é indicado para revestimento de superfícies de 
mesas e carteiras e como superfície em assentos e encostos anatômicos de 
compensado moldado. 
A seguir será apresentada uma breve pesquisa de mercado realizada pela 
internet. O objetivo desta pesquisa é conhecer os tipos de carteiras infantis 
existentes no mercado e a partir desse estudo, detectar as características 
positivas 
do mobiliário, bem como a necessidade de melhoria existente.
9 PESQUISA DE MERCADO 
9.1 CONJUNTOS ESCOLARES EXISTENTES NO MERCADO 
Nesta etapa da pesquisa buscou-se fazer um levantamento dos móveis 
existentes no mercado, através de pesquisas feitas pela internet. O objetivo 
dessa 
pesquisa é observar o design do mobiliário contemporâneo, verificando seus 
materiais, formatos, funcionalidades, cores, ergonomia, entre outras 
características. 
Esta pesquisa contribuirá para o desenvolvimento do móvel infantil, já que serão 
observadas as características positivas e negativas dos móveis existentes, 
buscando, dessa maneira, perceber as necessidades das crianças que estão em 
fase pré-escolar. 
Segue os exemplos de móveis infantis pedagógicos existentes no Mercado 
atualmente: 
FIGURA 11 “ CONJUNTO PRÉ-ESCOLAR TREVO 
Tipo: Conjunto coletivo, composto por mesa em forma de 
trevo e 4 cadeiras. 
Materiais: Mesa em compensado revestido com fórmica 
texturizada, e cadeiras com assento e encosto em ABS1 . 
Cores: Azul, amarelo, verde e vermelho. 
Fabricante: Empresa CEQUIPEL. 
FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005
FIGURA 12 “ CARTEIRA ESCOLAR COM INCLINAÇAO NO TAMPO 
Tipo: Conjunto escolar com tampo levemente inclinado. 
Materiais: Carteira com tampo em compensado revestido 
com post-forming2 , e com gradil em aço. Cadeira com 
assento e encosto em compensado envernizados na cor 
natural e estrutura de aço. 
Cores: Tampo branco e estrutura azul. 
Fabricante: Empresa CEQUIPEL. 
FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005 
FIGURA 13 “ CARTEIRA ESCOLAR MODELO TRADICIONAL 
Tipo: Conjunto escolar tradicional. 
Materiais: Tampo, assento e encosto em compensado, 
com bordas arredondadas, e revestidos com fórmica. A 
carteira possui gradil para livros e a estrutura do móvel é 
toda em aço. 
Cores: Estrutura preta, e o assento, encosto e tampo em 
verde claro. 
Fabricante: Empresa CEQUIPEL. 
FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005 
FIGURA 14 “ CONJUNTO ESCOLAR BRINQUEDO 
Tipo: Conjunto Brinquedo 
Materiais: Pés e quadro fabricado em madeira de pinus 
e tampo em MDF. 
Acompanha 4 cadeiras fabricadas em madeira de pinus. 
Ideal para crianças de até 6 anos. Pintura Atóxica. 
Medidas: 52 cm de largura, 52 cm de profundidade e 50 
cm de altura. 
FONTE: http://www.macpool.com.br/Artigos/
FIGURA 15 “ CONJUNTO ESCOLAR EM ABS 
Tipo: Conjunto Escolar em ABS 
Materiais: polietileno 
Medidas: Comprimento: 74 cm 
Largura: 46cm 
Altura: 42 cm. 
FONTE: http://www.fantasyplay.com.br 
FIGURA 16 “ CONJUNTO ESCOLAR MESA E BANCOS 
Tipo: Mesa e bancos 
Características: mesa acoplada a dois bancos para até 
4 crianças. Possui porta-lápis direto no tampo. 
Materiais: polietileno 
Medidas: comprimento: 81 cm 
Largura: 86 cm 
Altura: 40 cm. 
Fabricante: Brinquedos bandeirante. 
FONTE: http://www.fantasyplay.com.br
FIGURA 17“ CONJUNTO ESCOLAR ESCRIVANINHA COM CADEIRINHA 
Tipo: Conjunto escolar escrivaninha com cadeirinha 
Características: Espaço para guardar material ao 
levantar a tampa. Esta pode ser utilizada para escrever ou 
desenhar com caneta W MP. 
Materiais: polietileno 
Medidas: comprimento: 50 cm 
Largura: 39,4 cm 
Altura: 60 cm. 
Fabricante: Xalingo 
FONTE: http://www.fantasyplay.com.br 
FIGURA 18“ CONJUNTO ESCOLAR-ESCRIVANINHA TURTLE 
Tipo: Conjunto escolar escrivaninha Turtle 
Características: Uma inédita escrivaninha em formato 
de tartaruga, com várias funções: 
a) mesinha para as crianças estudarem, lancharem, 
brincarem. 
b) levantando o tampo funciona como cavalete de 
pintura com suporte para prender o papel. 
Materiais: polietileno 
Medidas: comprimento: 73 cm 
Largura: 40 cm 
Altura: 77 cm. 
Fabricante: Step 2 
FONTE: http://www.fantasyplay.com.br
FIGURA 19“ CONJUNTO ESCOLAR-ESCRIVANINHA LITLE TIKES 
Tipo: Conjunto Escolar escrivaninha Litle Tikes 
Características: Inclui cadeira, nichos nas laterais para 
colocar revistas e espaços para guardar materiais. 
Pode ser usada como cavalete. Possui luz embutida. 
Materiais: Polietileno 
Medidas: Comprimento: 84 cm 
Largura: 48 cm 
Altura: 110 cm 
Fabricante: Litle Tikes 
FONTE: http://www.pimpao.com.br/produtos.php
9.1.1 Análise da Pesquisa de Mercado 
A pesquisa de mercado é de grande importância, pois é através dela que se 
pode observar o que as empresas de móveis estão fabricando para o público 
infantil, 
quais as tendências do mercado e se esses móveis estão satisfazendo as 
necessidades das crianças. 
Pôde-se perceber que existe uma variedade muito grande de tipos de 
conjuntos escolares no mercado, feitos de diversos materiais, como: MDF, 
compensados, aglomerados, revestidos em fórmica, estruturados em aço ou 
madeira, ou feitos em material plástico -o ABS. Verificou-se, com essa pesquisa, 
que as empresas que investem em Design no ramo do mobiliário infantil, ou seja, 
que levam em consideração aspectos ergonômicos, funcionais e estéticos no móvel, 
são na grande maioria das vezes, as empresas voltadas para uma classe social 
mais elevada. Isso porque o emprego de processos e materiais diferenciados, como 
os que utilizam o plástico moldado no processo de fabricação, acaba encarecendo 
o 
produto final. Analisando essa situação, verificou-se a necessidade de projetar 
um 
conjunto de móveis para atividades pedagógicas, que utilizasse processos e 
materiais acessíveis a maioria das pessoas e, que ao mesmo tempo, fosse 
confortável, ergonomicamente correto, funcional e atrativo para as crianças. 
A seguir serão apresentadas as pesquisas de campo realizadas com 
professores e alunos em quatro instituições de ensino na Cidade de Curitiba. 
Estas 
pesquisas têm por objetivo detectar as necessidades existentes no mobiliário a 
partir 
da observação e análise do mesmo, dentro destas instituições.
Mesa estimula aprendizagem
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Mesa estimula aprendizagem

  • 1. 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA O trabalho a ser apresentado trata-se de um Trabalho de Conclusão do Curso de Design de Móveis, referente ao projeto de uma mesa pedagógica infantil que ajude a estimular a aprendizagem desde a fase de iniciação à vida escolar. A escolha do tema foi possível graças à observação de mobiliários infantis existentes nas escolas. Observou-se que estes não possuem preocupação em estimular o interesse da criança em estudar, não obtendo diferencial no que diz respeito aos aspectos estéticos e simbólicos. É comum encontrar móveis infantis que atendem apenas aos requisitos funcionais básicos de um móvel, preocupando-se essencialmente em reduzir o tamanho e atender a principal função prática, que é a de apoiar objetos. Somente nos últimos anos o usuário infantil vem se beneficiando com o interesse por parte dos arquitetos e designers na aquisição de conhecimentos de sociologia, psicologia e ergonomia infantis com o objetivo de atender as reais necessidades das crianças. A criança em fase de iniciação escolar necessita de uma atenção especial. Ela precisa sentir-se familiarizada com o ambiente escolar e atraída por este, de modo que possa ser estimulada a aprender, relacionando o ambiente de estudo com algo prazeroso e benéfico para ela. Pensando nisso, chegou-se a proposta de projetar e desenvolver uma mesa pedagógica infantil, que fosse esteticamente atrativa e ergonomicamente confortável para as crianças, possuindo formato interessante, cores chamativas e fosse um produto diferenciado, com a intenção de influenciar positivamente na aprendizagem da criança. A metodologia do presente trabalho consiste em: realização de uma pesquisa referente ao desenvolvimento infantil, com relação ao processo de formação da aprendizagem de crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes ao desenvolvimento infantil; pesquisa referente à adaptação da criança em fase de iniciação escolar, pesquisa com relação à aprendizagem e motivação, com relação ao lúdico e à importância do brincar, estudo de cores e uma pesquisa sobre ergonomia e materiais. Além disso, o trabalho abrange uma breve pesquisa de Mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa
  • 2. ser aperfeiçoado; uma pesquisa de campo com professores e alunos de 4 creches da cidade de Curitiba, analisando quais as necessidades existentes. Contém também um painel do usuário, onde são definidas as características do público alvo, ou seja, para quem será direcionado o projeto. No item “projeto“, estão contidas as gerações de alternativas com as possíveis sugestões de mesa pedagógica infantil e a alternativa escolhida, bem como um “passo a passo“ de como o móvel foi fabricado e um memorial descritivo do mesmo. É importante lembrar que as crianças, em fase de iniciação escolar, encontram-se em plena fase de desenvolvimento e estão começando a possuir noções de espaço, estando em constante movimentação. É a fase da descoberta, do aprendizado. Portanto, o papel do móvel não é fazer com que as crianças fiquem “estáticas“ em seu ambiente de estudo, mas que interajam da melhor maneira possível com ele, utilizando-o para desenvolver suas atividades pedagógicas e recreativas de uma maneira prazerosa e divertida. 1.2 OBJETIVO GERAL Desenvolver uma mesa pedagógica infantil que ajude a estimular o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, na faixa etária de 4 a 6 anos. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS -Desenvolver um conjunto de mesa pedagógica infantil e bancos, para crianças em fase de iniciação escolar (de 4 a 6 anos), voltado para atividades pedagógicas; -Propiciar o atendimento de algumas necessidades das crianças em termos estéticos, lúdicos, funcionais e ergonômicos, estimulando assim o processo de aprendizagem das mesmas; -Estimular que a criança, durante a fase de iniciação escolar, comece a enxergar os estudos como algo positivo e prazeroso a partir da inserção de um móvel atraente e compatível com suas necessidades.
  • 3. 1.4 JUSTIFICATIVA A fase da infância é a fase de descobertas, de experimentações, ou seja, a criança precisa ser estimulada a brincar, a interagir, a ler, a exercitar seu cérebro. Pensando nisso, foi proposto o desenvolvimento do projeto de uma mesa pedagógica infantil, podendo ser residencial ou institucional, que atendesse a essa necessidade, que envolvesse a criança e estimulasse o processo de aprendizagem da mesma. Pretende-se com o presente trabalho, fazer com que as crianças passem a enxergar o ambiente escolar, bem como os estudos, de uma maneira positiva, ao contrário do que a grande parte das crianças acaba enxergando. Isso porque grande parte delas não recebe a devida atenção na fase de iniciação escolar, fase esta muito importante para o desenvolvimento infantil, já que representa uma grande mudança em sua vida, envolvendo obrigações, responsabilidades, regras a serem seguidas, disciplina e adaptação. É o momento de se adequar a um mundo novo e, para isso, ela precisa se familiarizar com o ambiente de estudo, precisa sentir-se segura, confortável e estimulada a desenvolver suas atividades pedagógicas. O trabalho torna-se interessante pelo fato de no Brasil ainda haver uma lacuna com relação à preocupação com o design do mobiliário infantil. Ao explorar esse universo a pesquisa busca encontrar uma maneira de colaborar com a satisfação dessa necessidade existente no mercado, de maneira a atender às expectativas do público alvo visado. A proposta é de interessante relevância, já que envolve uma das principais questões nacionais, a questão da Educação, principalmente no que diz respeito à fase de iniciação escolar, já que é nesse período que a criança acaba decidindo seu interesse pelos estudos, o que, inevitavelmente, acaba influenciando em sua futura vida acadêmica e profissional.
  • 4. 1.5 METODOLOGIA A metodologia do presente trabalho consistiu em: realização de uma pesquisa referente à aprendizagem e desenvolvimento infantil, estudando especificadamente crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes à adaptação da criança em fase de iniciação escolar, pesquisa com relação à importância do lúdico na infância, pesquisa com relação à importância das cores no universo infantil, pesquisa ergonômica, pesquisa sobre a influência do design do mobiliário infantil no comportamento e aprendizagem das crianças, estudo de materiais, pesquisa de mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa ser aperfeiçoado, pesquisa de campo em quatro centros de educação infantil da cidade de Curitiba, analisando quais as necessidades existentes e pesquisa com relação aos materiais utilizados. Para o desenvolvimento do projeto primeiramente foi montado um painel do usuário, especificando qual o público-alvo a ser atingido. Posteriormente foram feitas gerações de alternativas, através de esboços, que foram transpassados em maquete eletrônica para melhor visualização, com as possíveis sugestões de mobiliário infantil para estudo. A alternativa final se deu, analisando aspectos positivos e negativos de cada alternativa e buscando solucionar os problemas existentes em cada uma, buscando uma maneira de melhorá-la e torná-la viável tecnicamente. O trabalho também traz um “passo-a-passo“ de como o móvel foi desenvolvido dentro da Universidade, além de ilustrações que representam sua inserção em dois ambientes: quarto infantil e sala de aula. Para finalizar, há um memorial descritivo sobre o móvel.
  • 5. 2 A CRIANÇA E A INFÂNCIA A criança é um ser humano em desenvolvimento que explora o mundo ao seu redor, através de situações vivenciadas no seu espaço. É através de sua atitude de curiosidade, juntamente com o auxílio dos pais, professores e do meio em que vive, que a criança aprende a identificar situações, pessoas e objetos e a interagir com eles. Segundo Rochael (2009), a infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança -especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade. Neste capítulo serão abordadas questões relacionadas ao desenvolvimento infantil, especificamente os gradientes de desenvolvimento durante a faixa etária de 4 a 6 anos. 2.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL De acordo com Vieira (2007) a infância é uma fase de muitas mudanças, formulações, experiências, significações, ressignificações e aprendizados. Porém, como as mudanças no mundo infantil acontecem de uma forma dosada e gradual, o adulto tende a interpretar erroneamente, que o mundo da criança é semelhante ao seu; todavia a criança possui uma natureza singular, sente e pensa o mundo de um jeito muito próprio. Ela inclusive pode ser caracterizada por certas características referentes ao estágio de seu crescimento e desenvolvimento. A criança passa por inúmeras mudanças durante seu processo de desenvolvimento: mudanças físicas, motoras, biológicas e psicológicas. Baynes (1992) defende que a infância é um período de desenvolvimento físico e mental rápido e intenso, e, portanto, a importância das experiências para o desenvolvimento sadio da criança, não pode ser menosprezada. Porém é necessário lembrar que o amadurecimento de cada criança é algo pessoal, ou seja, não é verificado da mesma maneira em todas as crianças. O desenvolvimento infantil envolve muitas
  • 6. variáveis, como saúde física e mental, a influência das relações sociais e ambientais, o acesso à educação, entre outras características psicológicas próprias de cada um. Porém, de acordo com diversos estudos no ramo da psicologia e pedagogia, podem-se determinar gradientes de desenvolvimento, que facilitem o estudo acerca do desenvolvimento infantil. Estes gradientes servem para determinar as tendências e os esquemas de comportamento infantil. De acordo com Gessel (1987), gradiente do desenvolvimento é uma série de fases ou graus de maturidade por onde a criança vai progredir em direção a um nível mais elevado de comportamento. O gradiente de desenvolvimento serve como um quadro de referência, pois o plano geral de desenvolvimento encontra-se fora do nosso alcance. Ainda de acordo com Gessel (1987) o desenvolvimento infantil é um processo contínuo e gradativo: “A personalidade da criança é o produto de um crescimento lento e gradual. O seu sistema nervoso amadurece por graus e seqüências naturais. Ela senta-se antes de se por em pé, balbucia antes de falar, diz “não“, antes de dizer sim“, inventa antes de dizer a verdade, desenha uma circunferência antes de desenhar um quadrado, é egoísta antes de ser altruísta, depende dos outros antes de depender de si própria. Todas as suas capacidades, incluindo as morais, estão sujeitas a leis do desenvolvimento.“(GESSEL, 1987). O autor sustenta essa idéia ao afirmar que todo crescimento depende de um crescimento anterior. A criança é, assim, o resultado da essência de seu passado. Dessa forma, para o autor, a sua psicologia aos cinco anos, é o “produto“ de tudo o que lhe aconteceu nos quatro anos decorridos após o nascimento -e nas quarenta semanas que o precederam. De acordo com Gessel (1999), todas as crianças são únicas, mas todas elas são também membros de uma só espécie humana. Em obediência às características da espécie há seqüências do crescimento que quase nunca são alteradas. O domínio motor dos olhos precede o dos dedos, o equilíbrio da cabeça precede o equilíbrio do corpo, a preensão palmar precede a digital, apreensão voluntária precede o abandono voluntário. Estes são apenas alguns exemplos simples da ordem seqüencial inerente à estruturação do comportamento da criança, desde as suas manifestações mais simples às mais complexas.
  • 7. 2.2 GRADIENTES DE DESENVOLVIMENTO Segundo Gessel (1999), os gradientes do desenvolvimento são quadros que podem indicar em que fase da maturidade a criança se encontra e que tipos de comportamentos ela pode apresentar. A finalidade dos gradientes é a de determinar a posição aproximada que a criança ocupa diante das várias seqüências do desenvolvimento. A seguir serão apresentados os gradientes de desenvolvimento infantil de crianças entre 4 a 6 anos de idade, a faixa etária escolhida para o público-alvo. 2.2.1 A criança de 4 anos A criança de 4 anos é afirmativa e expansiva, começa a adquirir certa ordem lingüística. Explode de atividade motora, corre, pula num pé só e salta. Possui grande atividade mental, traduzida num descuidado emprego de palavras e uso de imaginação e fantasia. Nessa fase, a criança tende a sair dos limites, principalmente na linguagem e nas suas proezas imaginativas. É alegre e viva e possui uma boa coordenação motora. (GESSEL, 1987). O segredo da psicologia da criança de 4 anos está na sua intensa energia associada a uma organização mental de grande mobilidade. A sua criação de imagens mentais é muito volátil. Move-se de uma configuração para outra com grande agilidade. Nas brincadeiras teatrais envolve-se nos papéis e sai deles com a maior facilidade. No desenho é, muitas vezes, um autêntico improvisador. (GESSEL, 1987). Segundo Rochael (2009), a criança de quatro anos apresenta integração do automatismo corporal. É vigorosa nas brincadeiras, seu ritmo corporal está repleto de novas conquistas e habilidades: anda com firmeza, corre depressa, sobe em lugares altos e difíceis. Ao ar livre é irrequieta, necessita gastar energia, praticar atividades físicas. Seu vocabulário é rico (mais de 2000 mil palavras), pode-se concentrar por períodos de 30 minutos e é capaz de criar suas próprias atividades. Faz perguntas e se interessa pela morte, nascimento, pessoas, Deus, diferenças sexuais. Reconhece partes do corpo e interessa-se por gestos e roupas de adultos. É capaz de realizar construções elaboradas, pode vestir-se, abotoar roupas e realizar a higiene pessoal. A figura humana está presente nos desenhos e retrata
  • 8. coisas que já viu. Recorta papéis e segura objetos como lápis e pincéis. Nessa fase, a colagem é uma atividade apreciada. Ainda Segundo Rochael (2009), na comunicação, a criança expressa palavras sem sentido e palavrões. Consegue dizer seu nome, sobrenome e idade. Canta pequenas canções e faz perguntas com freqüência. Fala muito sozinha e sua imaginação é fértil. Necessita de experiências e vivências, pois as idéias são maiores que as capacidades. Suas emoções são extremas: ou gosta muito ou detesta. Tem noções de limite. Mostra-se afetuosa, demonstra autoritarismo, expansividade e iniciativa. Gosta de ser elogiada e se auto-elogia. Demonstrações de medo são evidentes, recomenda-se cuidado com a temática das histórias contadas. Tem noção de rua e cidade e é capaz de representar itinerários mentalmente. As crianças nessa faixa etária passam a se identificar com outra pessoa por causa de vários motivos, incluindo laços de amizade (um amigo ou uma pessoa próxima como outro parente ou uma babá, por exemplo) e semelhanças físicas e psicológicas. Também passam a ver diferenças entre pessoas do sexo masculino e feminino, tanto nos aspectos físicos quanto nos aspectos psicológicos, como os estereótipos dados a ambos os sexos pela sociedade (exemplos: menino brinca com bola, menina brinca com boneca). Crianças desta faixa etária começam a desenvolver os aspectos básicos de responsabilidade e de independência, preparando a criança para o próximo estágio da infância e os anos iniciais de escola. Elas são altamente ativas em geral, estão constantemente explorando o mundo à sua volta. Passam também a aprender que na sociedade existem coisas que eles podem ou não fazer. Figura 01: Crianças de 4 anos Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
  • 9. 2.2.2 A criança de 5 anos De acordo Rochael (2009), a criança de 5 anos apresenta um evidente progresso em seu crescimento: são mais altas e com proporções diferenciadas das outras. Com ares importantes, tratam os menores com superioridade. Querem ser reconhecidas, necessitando apoio e responsabilidade delegados por quem lida com elas. A criança nessa faixa etária planeja suas atividades: a idéia precede a ação, o que significa pensar antes de agir. Com um vocabulário rico, vence maiores dificuldades de pronúncia e faz muitas perguntas. Apresenta precisão e destreza na motricidade para pedalar, correr, sentar, nadar, atirar e virar cambalhotas; tem bom conhecimento das proporções corporais e apresenta certa independência. A motricidade fina está mais hábil: dá nós simples, modela, manipula, constrói, veste-se sozinha; domina atividades gráfico-plásticas. Consegue dentro de seus limites amarrar, abotoar, usar talheres para comer e escrever seu primeiro nome. Com iniciativa e idéias próprias, é mais autocrítica e segura. Apresenta ansiedade em relação a coisas cuja explicação desconhece, mas aceita regras e limite, conseguindo jogar cooperativamente. É sociável, tem interesse pelos vizinhos e pessoas novas, demonstrando sentido mais seguro do “eu“. A mãe continua sendo o centro de seu universo, embora esteja muito mais independente dela. Interessa-se pelo tempo presente e compreende a relação dia/noite; manhã/tarde. Crianças nessa idade gostam de contos de fada, vivem no mundo da imaginação. Nessa época a criança precisa tornar familiar o que já é familiar, por isso é comum a preferência por representações domésticas, já que a vida em família ainda é uma novidade. (GESSEL, 1999). Uma das maneiras de facilitar esse processo, é por meio de brincadeiras que representem essas relações, como “brincar de casinha“ e de boneca. Aos cinco anos a criança está apta a enfrentar a simples vida comunitária de uma sala de aula. Nas suas características emocionais, na sua inteligência geral e na faculdade de adaptação revela estar de posse de um sistema de ação bem organizado e bem desenvolvido. Os cinco anos são, segundo Gessel (1987), uma idade nodal. É o período em que a criança encontra-se numa fase de ajustamento
  • 10. equilibrado consigo própria e com seu ambiente. É o período em que ela já tem marcada sua individualidade. Gessel (1987) afirma que aos cinco anos e meio a criança passa por uma fase bipolar, tentando ao mesmo tempo encontrar-se e descobrir seu novo ambiente. A escolha e a conciliação entre os dois pólos criam-lhe tensões e hesitações, já que novos problemas de desenvolvimento estão sendo resolvidos, por isso é comum haver dificuldades e instabilidades durante o percurso de sua educação formal. Sendo assim, elas necessitam de muito apoio, responsabilidade, brincadeiras em grupo, oportunidade para concentração e boa orientação. A seguir será estudada a faixa etária especificada no projeto (4 a 6 anos de idade) com relação ao seu nível de desenvolvimento. Este estudo é essencial, já que é necessário conhecer o público-alvo a ser atingido, antes de iniciar o projeto. Figura 02: Crianças de 5 anos Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
  • 11. 2.2.3 A criança de 6 anos Segundo Rochael (2009), o crescimento físico da criança de 6 anos é acentuado e difere-se de outras idades pela perda dos dentes de leite. Consegue vestir-se sozinha, precisa de espaço para realizar suas atividades. Canta muito, dramatiza, faz comparações e tem senso de humor apurado, possui boa comunicação e gosta de repetir palavras aprendidas. Suas vivências são relatadas com prazer, querendo transformar o mundo num laboratório de experiências; faz muitas perguntas, gosta de planejar passeios, querendo fazer tudo à sua maneira. O adulto deve encorajá-la a ouvir e saber falar na hora exata, sempre estimulando a expressão livre para um bom desenvolvimento do vocabulário em conversações. O interesse pelas horas já se faz notar, assim como pelas ciências. Dá notícias das ocorrências mundiais e sua concentração pode ultrapassar 60 minutos. Sente necessidade da matemática e seu desenvolvimento favorece um interesse natural e crescente pela leitura (curiosidade pela língua escrita). A racionalização também é uma habilidade que é aprendida e constantemente melhorada. Até o quinto ou sexto ano de vida as crianças muitas vezes procuram resolver problemas através da primeira solução -certa ou não, racional ou não -que vem à sua mente. Após o sexto ano de vida, a criança passa a procurar por diversas soluções, e a reconhecer a solução correta ou aquela que mais se aplica à solução do problema.
  • 12. Figura 03: crianças de 6 anos Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
  • 13. 3 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL A partir do nascimento a criança vai sendo apresentada ao mundo, fazendo uso de seus sentidos para explorá-los, internalizando nomes, cores, sensações, sentimentos, percepções, gostos, cheiros, fazendo associações entre as informações que recebe. A arrumação ou disposição dessas informações recebida pela criança é chamada aprendizagem. Segundo Bee (1984) a aprendizagem é algo que deve ser significativo na vida do indivíduo, onde se sobressai a qualidade de um envolvimento pessoal permanente e que vai ao encontro das necessidades do sujeito. É importante lembrar que ocorre aprendizagem sempre que, ao receber estímulo, de alguma forma o indivíduo responde ao ambiente. A interação, portanto, é um fato que está presente nas aprendizagens. Foi a partir do século XX , com os estudos mais aprofundados em psicologia, que começaram a surgir teorias explicativas do funcionamento do processo do aprender. A partir dos estudos realizados ao longo do século XX, percebeu-se que era através da aprendizagem que o homem adquiria hábitos e comportamentos. Além disso, a aprendizagem passou a ser definida como o processo de aquisição de novos conteúdos a partir de um sistema de trocas (homem-meio) constante. Nesse ponto nota-se alguns elementos do processo de aprendizagem. São eles: memória, atenção, interesse e inteligência. Segundo La Rosa (2002), todos os humanos tem potencialidade para aprender e curiosidade natural para isso. Porém, na aprendizagem, tudo o que é novo é considerado uma ameaça e a pessoa ao se sentir ameaçada pela novidade, tende a não querer modificar-se. Ou seja, a aprendizagem é sempre uma mudança na organização do self (“si mesmo“) e na sua percepção “ por isso tende a provocar resistências. Dessa forma é importante que o indivíduo sinta-se motivado a aprender, buscando o conhecimento de acordo com seus interesses e seu ritmo pessoal. Esta aprendizagem, por conseqüência, será mais duradoura e persistente. Para que ocorram as aprendizagens é necessário um estado de alerta (moderado), impulso, vontade e desejo de aprender, ou seja, motivação. Sabe-se que aquilo que não é tomado como significativo, tende a ser abandonado. De acordo com La Rosa (2002), as aprendizagens sempre ocorrem na vida do homem, porém, existem algumas condições que podem favorecê-las ou inibí-las,
  • 14. tais como condições físicas, psicológicas , ambientais ou sociais. Para o autor, as condições psicológicas da aprendizagem dizem respeito à motivação do indivíduo, ou seja, à forma como este se mobiliza e direciona sua ação na aprendizagem. Sendo a motivação um processo interno e constituindo-se em uma resposta pessoal do indivíduo frente à determinada situação, está também na dependência (especialmente em alunos mais novos) do incentivo propiciado pelo professor. As situações ambientais que influem na aprendizagem dizem respeito a um ambiente adequado e reforçador, que possua condição de acomodação física, de temperatura, iluminação e ventilação agradáveis. Todos esses aspectos tendem a favorecer as aprendizagens em eficácia e realização. A aprendizagem pode ser dada de maneira informal, através das variadas interações em diversos ambientes, circunstâncias e com diferentes indivíduos através da experiência diária -a chamada aprendizagem circunstancial. Ou pode ser formal, onde os eventos devem ser organizados e planejados. Por exemplo, sala de aula. Aprendizagem não é apenas ampliar o número de informação e conhecimentos, mas principalmente, constitui-se na mudança que opera no sujeito através das experiências. Segundo Koffka (apud Piaget, 1998) o desenvolvimento refere-se a um âmbito mais amplo que a aprendizagem. A criança aprende a realizar uma operação de determinado gênero, mas ao mesmo tempo está obtendo outros tipos de conhecimentos, pois todo o caminho que ela utiliza para chegar até o conhecimento (suas dúvidas, suas pesquisas, conversas) também faz parte da aprendizagem e acaba por contribuir para o desenvolvimento da criança. Ao dar um passo em frente no campo da aprendizagem, a criança dá dois no campo do desenvolvimento. Por isso aprendizagem e desenvolvimento não são coincidentes. De acordo com Rosa (2007) a memória é um fator bastante importante na aprendizagem, pois que, sem ela, as aprendizagens se tornariam sem significado. É a memória o elemento que faz a ligação entre o ontem e o hoje e, embora não existam ainda conhecimentos substanciais acerca de seu funcionamento, sabe-se que, através dela, pelo menos em parte, aquilo que foi aprendido fica retido e, de alguma forma, alguns fatos podem ser reativados pela lembrança. A memória é um elemento importante porque permite a identificação do ontem, estabelecendo relação com o hoje, o agora.
  • 15. É interessante ressaltar que a aprendizagem da criança inicia-se muito antes da aprendizagem escolar. A aprendizagem escolar não parte do zero. Por exemplo, a criança começa a estudar aritmética, mas já muito antes de ir à escola, adquiriu determinada experiência referente à quantidade, encontrou já varias operações de divisão e adição, complexas e simples. Portanto, a criança já se deparou com problemas semelhantes, antes mesmo de aprender na escola sobre aritmética. Ou seja, a aprendizagem escolar é precedida de uma etapa perfeitamente definida de desenvolvimento, alcançado pela criança antes de entrar para a escola.(PIAGET, 1998). Toda e qualquer aprendizagem, quer seja hábito, informação, conhecimento ou aprendizagens de sentimentos e emoções, são importantes para a vida porque vão levar o indivíduo ao sentido de adequação e participação no meio. Pela aprendizagem é possível o conhecimento. Só o conhecimento é que possibilita ao homem a descoberta de novas teorias, novos métodos e novos padrões que podem levar a espécie humana a progredir, no sentido de melhores condições de vida e também no que se refere à compreensão dos fenômenos que caracterizam o ser humano. (ROSA, 2007). Segundo Vygotsky (2007) a aprendizagem deve ser considerada como um fator de desenvolvimento. De acordo com o autor, se a aprendizagem está em função não só da comunicação, mas também no nível de desenvolvimento alcançado, adquire então importância especial. Trata-se de compreender como funcionam esses mecanismos mentais que permitem a construção dos conceitos e que se modificam em função do desenvolvimento. Neste tópico foram abordados conceitos sobre aprendizagem e sua importância. Esta pesquisa é essencial, pois contempla o objetivo do trabalho: estimular a aprendizagem das crianças. No próximo capítulo serão abordados os seguintes tópicos: teorias sobre o processo de aprendizagem, adaptação da criança em fase de iniciação escolar e aprendizagem x motivação.
  • 16. 3.1 TEORIAS SOBRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM Um conjunto de teorias foi sendo criado para explicar de que forma o ser humano aprende ao longo de seu desenvolvimento. Geralmente as teorias da aprendizagem estão associadas às teorias de desenvolvimento humano, justamente porque é durante o desenvolvimento que vai da infância à fase adulta, que pode-se observar como as crianças, jovens e adultos constroem suas aprendizagens. O primeiro grande conjunto de teorias que tentou explicar a aprendizagem foram as teorias inatistas. De acordo com Ferreira (1986, p 929), inatista significa aquilo que “nasce com o indivíduo, congênito, que pertence à natureza de um ser.“ Assim, as teorias inatistas são aquelas que acreditam na existência de idéias ou princípios, independente da experiência. Ou seja, para essa corrente teórica, a aprendizagem independe daquilo que é vivido pelo sujeito, independe das suas experiências no mundo, estando a aprendizagem relacionada à capacidade congênita do sujeito de desempenhar as tarefas que lhe são propostas. Segundo Moura, Azevedo e Mehlecke (2006) o inatismo opõe-se à experimentação por considerar que o indivíduo, ao nascer, já traz determinadas condições do conhecimento e da aprendizagem que se manifesta, ou imediatamente, ou progressivamente, durante o processo de seu desenvolvimento biológico. Assim, toda a atividade de conhecimento passa a ser exclusivamente do sujeito que aprende, sem participação do meio. Já as teorias ambientalistas levam em consideração o meio no qual a criança está inserida. O ambiente passa a ser o grande responsável pelo que a criança aprende. A criança aparece como uma folha em branco, na qual serão inseridos hábitos, comportamentos e demais aprendizagens. Tanto no caso das teorias inatistas quanto no caso das ambientalistas, não se fala em interação entre o dentro e o fora, ou seja, entre a criança e suas estruturas internas e o meio no qual está inserida. Essa relação passa a ser encontrada no conjunto de teorias conhecido como interacionistas, da qual fazem parte as teorias construtivistas, que têm como principal teórico Jeam Piaget. As teorias interacionistas percebem a aprendizagem como um processo de inter-relação entre o sujeito e o objeto, ou melhor, é através da interação do sujeito e do objeto que o aprendiz extrai aquilo que quer conhecer e as informações necessárias para seu uso, caracterizando um tipo de aprendizagem ativa.
  • 17. Dessa maneira o construtivismo, além de ver a aprendizagem como um processo de interação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, também considera o aprendizado um sujeito ativo, construtor (daí a origem do termo construtivismo) de seu próprio conhecimento. É a partir das relações estabelecidas que ocorre não só a construção de um tipo específico de aprendizagem, mas também uma aprendizagem mais humana, que envolve não apenas os processos mentais ou estímulos gerados no meio, nem tão somente a interação do sujeito com o objeto do seu interesse, mas passa a levar em consideração também as relações estabelecidas pelo sujeito durante o seu processo de aprender, colocando em foco a relação de sala de aula, ou mais especificadamente, a relação professor-aluno. Dentro do processo de aprendizagem duas coisas são muito importantes: a memória e a atenção. A memória é tratada como a capacidade de armazenamento de informações no cérebro, ou ainda como a capacidade de resgatar aquilo que foi armazenado. Segundo Teelving e Thomsom (1973), apenas aquilo que foi armazenado pode ser recuperado e a maneira em que pode ser recuperado depende de como foi armazenado. É por isso que a memória é um processo importante para aprender, o que não significa dizer que só aprendemos memorizando, mas que ela nos auxilia quando precisamos de alguma informação anterior. Existem muitas teorias sobre a memória, mas uma das mais atuais é a que faz uma analogia entre a memória humana e a memória dos computadores, a partir dos sistemas de input (entrada) e output (saída) de informações, onde as mesmas são acessadas a partir de estímulos dados pelo usuário. No caso, os aprendizes. De acordo com Eysence e Keane (1994), o termo “atenção“ tem sido utilizado de muitas maneiras, dentre as quais destaca-se a que considera a atenção um processo de concentração. Pode-se dizer que a concentração ocorre a partir de estímulos que tanto podem ser internos quanto externos. Geralmente prestamos atenção nas coisas ou objetos que nos despertam algum tipo de interesse. Esse interesse pode ser gerado por estímulos internos, (como a vontade de conhecer algo) ou por estímulos externos (necessidade de aprender para passar no vestibular). Logo, uma aula desinteressante, desconectada dos interesses dos alunos e de suas faixas etárias, provavelmente não provocam estímulos suficientes para que os alunos se mantenham atentos ao que os professores estão dizendo em sala de aula.
  • 18. Dessa maneira pode-se dizer que a capacidade de concentração e a memória estão intimamente ligados com o processo de aprendizagem. 3.2 ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA EM FASE DE INICIAÇÃO ESCOLAR De acordo com Maturana (1997, p.105) estuda-se que na maioria das culturas, o ingresso da criança na escola corresponde a uma fase de desenvolvimento socialmente decisiva. Verifica-se que nesta etapa, a criança experimenta a necessidade de ser reconhecida pela realização das tarefas valorizadas pelo ambiente. O aprender na escola, torna-se especialmente marcante nas etapas iniciais de escolarização, cumprindo importante papel no processo do desenvolvimento da criança. Sabe-se que no processo de aprender, variáveis afetivas e cognitivas são consideradas como importantes na compreensão e no envolvimento da criança, influenciando o desempenho escolar. É sabido que o sucesso escolar depende, em grande maioria, de características emocionais que foram cultivadas nos anos que antecedem a entrada da criança na escola. A primeira oportunidade para moldar os ingredientes da inteligência emocional é nos primeiros anos, embora essas aptidões continuem a formar-se durante todo o período escolar. Por isso é importante que os pais estimulem a inteligência emocional de seus filhos para aprendizagem escolar, trabalhando neles o interesse e a auto-confiança em aprender, para que sejam capazes de realizar tarefas escolares e expressarem suas necessidades em companhia de outras crianças. (MATURANA, 1997). De acordo com o pediatra e psicanalista D. W. Winnicott (1975), quando estamos falando em separações, em situações novas e desconhecidas a criança experimenta angústia, medo e desamparo e por isso, precisa de apoio, para se sentir segura e familiarizada com o ambiente. A fase de iniciação escolar é um exemplo disso, já que se trata de uma transição extremamente importante na vida da criança e da mãe. É a primeira separação real dos dois, marcando a entrada da criança no mundo social. Evidentemente isso não pode acontecer de forma brusca. Por isso é necessário que a escola represente algo positivo para a criança, um local amigável de aprendizado, onde ela possa interagir com outras crianças e realizar diversas atividades que auxiliem em seu desenvolvimento. Isso porque ela passará
  • 19. grande parcela de sua vida em instituições de ensino. Portanto, a escola representará uma parte importante da vida da criança durante a maior parte de seus anos de desenvolvimento. É papel dos pais ou responsáveis estimularem seus filhos a freqüentarem as escolas, acompanhá-los em suas atividades escolares e oferecerem apoio e motivação às crianças, principalmente durante o processo de iniciação à vida escolar. Observa-se que na fase de descoberta e aprendizagem infantil acontecem vários níveis sensitivos, tudo é concreto, palpável, tem gosto, cheiro, volume, toma forma para ser aprendido e descoberto para se fazer real no mundo da criança. Essas descobertas levam à criança às abstrações favorecendo interações para suas hipóteses sobre o mundo. Com isso prevê-se que a educação básica é o que garante habilidades que serão desenvolvidas no futuro como compreensão, flexibilidade de raciocínio para solucionar problemas, incentivo à liderança, à iniciativa, autonomia e habilidades de comunicação. 3.3 APRENDIZAGEM X MOTIVAÇÃO De acordo com Rosa (2007) “ é através da aprendizagem que o homem muda e transforma o meio“. A aprendizagem pode ser definida como uma modificação sistemática do comportamento, por efeito da prática ou experiência, com um sentido de progressiva adaptação ou ajustamento“. (CAMPOS, 1986). De acordo com Luria et all (1990) a motivação para aprender pode ser determinada em grande parte pelos valores que apóiam e que justificam esta aprendizagem. Por exemplo, aprender com o objetivo de se tornar um bom profissional ou a fim de se qualificar para o mercado de trabalho. Por outro lado, a “capacidade“ de aprender é determinada em grande parte pela motivação interna, dentro dos limites do desenvolvimento. Segundo Neto (2005) o reforço externo, relativo à performance das habilidades adquiridas vinda dos pais e conhecidos, possibilita o incentivo a motivação. Se a performance for percebida pela criança, ao adquirir um aperfeiçoamento, então, poderá levá-la a uma boa auto-estima, e também à motivação intrínseca ou interna. Por outro lado, a criança que pouco percebe as suas competências, necessita de maior estímulo externo, possui baixa auto-estima e
  • 20. demonstra-se ansiosa, e ainda, enxerga pouca perspectiva de melhora em suas habilidades. Neto (2005) defende que é necessário conciliar o desenvolvimento da motivação intrínseca da criança (pela auto percepção dos avanços obtidos), com o apoio da motivação externa (avaliação dos adultos, informações a respeito, elogios verdadeiros). Este tipo de desenvolvimento requer acompanhamento, contato e participação. Os afetos devem estar presentes, uma vez que são fonte fundamental de motivação, além das informações que se fazem presentes em cada situação. Boa dose de paciência e vontade complementam o arsenal de instrumentos necessários ao adulto para que colabore quanto ao desenvolvimento motivacional da criança. A motivação deve receber especial atenção e ser melhor considerada pelas pessoas que mantêm contato com as crianças, realçando a importância desta esfera em seu desenvolvimento. A motivação é a energia para a aprendizagem, o convívio social, os afetos, o exercício das capacidades gerais do cérebro, da superação, da participação, da conquista, da defesa, entre outros. A criança se sente motivada a executar muitas tarefas em virtude do reconhecimento e impressões daqueles com quem convive, na tentativa de demonstrar a sua evolução e as conquistas que realiza. Os bons motivos serão sempre a chave para o desenvolvimento natural da criança, além de gerar harmonia entre os elementos internos e externos, parte da própria natureza humana. (NETO, 2005). Este tópico possui extrema importância, já que abordou a questão da motivação, ou seja, a principal maneira de atingir o objetivo do projeto: estimular o desenvolvimento de crianças em fase de iniciação escolar. Figura 04: Criança aprendendo a escrever Fonte: http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
  • 21. 4 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA INFÂNCIA Martins (1999) acredita que o lúdico acerca as fantasias descompromissadas com a realidade, e que proporciona aos objetos o ganho de poderes humanos, e aos humanos, poderes sobre-humanos. Em outras palavras, é o lúdico que aguça a imaginação e que está presente em produtos, brincadeiras e jogos. E se o lúdico está intimamente ligado à imaginação, esta por sua vez está ligada a jogos, brinquedos e brincadeiras. Segundo Marinho (1992), a ludicidade é um dos principais eixos norteadores do processo ensino-aprendizagem, pois possibilita a organização dos diferentes conhecimentos numa abordagem metodológica com a utilização de estratégias desafiadoras. Assim a criança motiva-se ainda mais a aprender, pois tem mais prazer em descobrir. A brincadeira é uma das formas de estimular a ludicidade, é a linguagem das crianças. Pela brincadeira pode-se aprender a interação social, a trabalhar a atenção, seqüência, habilidades, solucionar problemas, explorar sentimentos, desenvolver causa e efeito, estimular a criatividade, além de desenvolver áreas do cérebro responsáveis pela afetividade e sociabilidade. Além disso, para Marinho (1992) o lúdico possui relação com a construção social da criança. Está intimamente ligado ao contexto social em que essa vive, tendo em vista que as brincadeiras revelam a cultura e os costumes de uma determinada sociedade. O lúdico pode ser considerado como a forma em que as crianças representam a cultura de uma sociedade e também uma forma por meio da qual descarregam suas tensões e frustrações, além de ser um instrumento para a aprendizagem de regras sociais. Sobre isso Vygotsky (1998, p. 132) comenta que “uma criança não se comporta de forma puramente simbólica no brinquedo; ao invés disso, ela quer realizar seus desejos, permitindo que as categorias básicas da realidade passem através de sua experiência“. Neste capítulo serão abordados temas referentes à importância do lúdico na infância: importância dos jogos e da brincadeira. Este capítulo é extremamente relevante, já que servirá de base para a elaboração do projeto da mesa pedagógica.
  • 22. 4.1 A LUDICIDADE COMO RECURSO EDUCATIVO O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo“. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano, de modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. A principal preocupação dos educadores refere-se a como ensinar, envolvendo e estimulando o aluno a aprender. Desde épocas passadas o jogo já era visto por vários estudiosos como uma atividade bastante rica, no sentido de apontar possibilidades pedagógicas para o desenvolvimento de conhecimentos em inúmeras áreas. Froebel, que foi o primeiro pedagogo a incluir o jogo no sistema educativo, acreditava que as crianças aprendiam através do brincar e a personalidade poderia ser aperfeiçoada e enriquecida através do brinquedo. É possível perceber que a valorização do jogo permanece no processo educativo das crianças pelos educadores contemporâneos: Jacquin (1963) enfatiza que o jogo facilita tanto o progresso da personalidade integral da criança como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais. Partindo da consideração de que as atividades lúdicas podem contribuir para o desenvolvimento intelectual da criança, Cratty (1975) sugere a utilização de atividades motoras sob a forma de jogos para o domínio de conceitos e para o desenvolvimento de algumas capacidades psicológicas, tais como: memória, avaliação e resolução de problemas. De acordo com Piaget (1976) a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo dessa forma, indispensável à prática educativa. Vygotsky (1989) sustenta a idéia de que é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança. Para o autor, no brinquedo a criança cria e expressa uma situação imaginária, além de projetar-se nas atividades adultas de sua cultura e ensaiar seus futuros papéis e valores. Estudos evidenciam a importância das atividades lúdicas, principalmente do jogo na aprendizagem infantil, destacando que essas atividades são uma fonte de prazer e descoberta para a criança. O lúdico tem grande valor educativo e pode ser utilizado na escola como um dos recursos didáticos no processo de ensino
  • 23. aprendizagem, contribuindo com o desenvolvimento de atividades didático-pedagógicas. Dessa forma, as atividades lúdicas contribuem de maneira significativa para o processo de construção do conhecimento pelo indivíduo. Segundo Marinho (1992), no brincar, casam-se a espontaneidade e a criatividade com a progressiva aceitação das regras sociais e morais. Segundo o autor, o brincar pode ser entendido como a capacidade de criar da criança e está relacionado com a suas vivências. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das idéias, de uma realidade anteriormente experenciada. No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e têm um significado diferente daquele que aparentam ter. A brincadeira favorece na criança a melhoria da auto-estima e contribui para a interiorização de determinados modelos de adulto presentes nos diversos grupos sociais. De acordo com Miranda (2001) a brincadeira é assunto sério. É justamente quando a criança viaja na imaginação que ela experimenta o mundo e “treina“ para ser adulto. É interessante notar que para a criança, o ato de brincar e jogar desempenha o mesmo papel, em nível de importância, que o trabalho produtivo para os adultos, já que as situações vivenciadas através das brincadeiras e dos jogos possibilitam o desenvolvimento da sociabilidade, da linguagem, da coordenação motora, da noção espacial e corporal. Além disso, ela aprende a cumprir regras, trabalhar em grupo, conhecer e desafiar limites, ao mesmo tempo em que melhora sua agilidade e perspicácia diante das situações que aparecem durante as brincadeiras e os jogos. Ou seja, o ato de brincar contribui para um melhor desenvolvimento da criança em todos os aspectos: físico, afetivo, intelectual e social. “Brincando a criança organiza e constrói seu próprio conhecimento e conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça as habilidades sociais e reduz a agressividade.“ (MIRANDA,1992). Beloni (2007) acrescenta que é através da atividade lúdica que a criança prepara-se para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, integrando-se a ele, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social.
  • 24. Segundo Teixeira 1995 (apud NUNES), várias são as razões que levam os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no processo de ensino-aprendizagem: “ As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica; “ O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo; Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário; “ As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento. Dessa maneira, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade do lúdico é essencialmente pedagógica, visto que a criança e até mesmo o jovem geralmente opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não é prazerosa. (NEVES, 2007). Por isso é muito importante que a escola ofereça condições, com relação a espaços e materiais, entre outros aspectos, que possibilitem o desenvolvimento de projetos e planejamentos que privilegiem a ludicidade. Portanto, a brincadeira, o jogo e o brinquedo, enfim as atividades lúdicas devem ser utilizadas como recursos didáticos no processo educacional, principalmente na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental.
  • 25. 4.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGAR Uma das primeiras teorias sobre o brincar infantil surgiu no século XVIII e entendia esta atividade como o produto de uma energia excedente.(GROOS,1976). Já os estudiosos que dominaram as teorias do brincar na primeira metade do século XX, como Piaget e Vygotsky, definem o brincar a partir da sua relação com o desenvolvimento psicológico mais amplo. Posteriormente, teóricos como Berlyne (1963) explica o brincar como um comportamento intrinsecamente motivado; e Bruner (1976) postula o brincar como uma atividade que deve facilitar a aprendizagem e/ou a prática de comportamentos específicos. O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os tempos mais remotos. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição ou em outras situações. (CAMPOS, 2006). Oliveira (2002) afirma que o desenvolvimento humano decorre das trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a vida entre indivíduos e o meio, cada aspecto influindo sobre o outro, por isso não se pode ignorar a significativa contribuição que a brincadeira traz à infância. Ela favorece as trocas de experiências vividas por cada criança, ajudando-a no processo de inserção na sociedade em que vive, pois a auxilia na compreensão dos signos sociais que a rodeia. O brinquedo facilita a apreensão da realidade e é muito mais um processo do que um produto. Exige movimentação física, envolvimento emocional, além do desafio mental que provoca. Possibilita a emergência de comportamentos espontâneos e improvisados. O brinquedo é a essência da infância; é o veículo do crescimento; é um meio extremamente natural que possibilita à criança explorar seu
  • 26. mundo, possibilitando as descobertas, o entendimento, conhecer os seus sentimentos, suas idéias e sua forma de reação. (OLIVEIRA, 2002). Segundo Piaget (1967), da mesma forma, o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral. Através dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e préoperatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois se esforçam para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais. Tem-se expandido rapidamente a investigação sobre o papel e valor do jogo no desenvolvimento humano. Um largo corpo de suportes científicos, muitas vezes recorrendo a dimensões multidisciplinares de estudo, evidencia certas conclusões: a) O jogo promove o desenvolvimento cognitivo em muitos aspectos: descoberta, capacidade verbal, produção divergente, habilidades manipulativas, resolução de problemas, processos mentais, capacidade de processar informação. (RUBIN et all, 1983); b) Em sequência, o empenhamento no jogo e os níveis de complexidade envolvidos, alteram e provocam mudanças na diversidade das operações mentais (LEVY, 1984); c) A criança aprende a estruturar a linguagem através do jogo, isto é, brinca com verbalizações e ao fazê-lo, generaliza e adquire novas formas lingüísticas. (GARVEY, 1977); d) A cultura é passada através do jogo. Esquemas lúdicos e formas de jogo passam de geração em geração, adulto para a criança, e de criança para criança. (SMITH, 1979); e) Habilidades motoras são formadas e desenvolvidas através de situações pedagógicas que utilizam o jogo como meio educativo. (NETO & PIÉRON, 1993). O jogo, portanto, é a mais importante das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados somente para lazer, mas também como elementos bastante enriquecedores a fim de promover a aprendizagem. Através dos jogos e
  • 27. brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Os professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. 4.2.1 Jogos para crianças de 4 anos Nessa idade, sua energia e sua iniciativa devem ser empregadas em jogos livres. Começam a desenvolver mais as habilidades manuais, apreciando muito o desenho e a pintura. A criança de 4 anos utiliza bastante a imaginação: aprecia jogos de faz-de-conta e dos “jogos de papéis“. Além disso, é bastante curiosa e começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo com outras crianças. É capaz de obedecer aos mais velhos, seguindo regras simples do que "pode" e "não pode". Brincam de casinha, boneca, chutar bola. Compreendem regras simples, como as do dominó, ao mesmo tempo em que gostam de inventar suas próprias regras. A criança dessa idade mostra interesse em aprender letras e números. Os jogos indicados são os que propiciam regras, além dos brinquedos de estímulo criativo e de memória. (GESSEL,2007). A figura 05 representa um dos jogos indicados para essa faixa etária: Logos lógicos. Indica-se este jogo por estimular as crianças a entrarem em contato com figuras geométricas e estimular a criatividade, através dos encaixes das peças. FIGURA 5 “ LOGOS LÓGICOS Descrição: Formas e cores com encaixe. Indicação Pedagógica: Desenvolve a imaginação e a criatividade utilizando formas geométricas, cores primárias, espessuras, texturas e encaixes. Dimensões: 3 placas “ 10mm “ 21,5cm x 20cm 3 placas “ 5mm “ 21,5cm x 20cm FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
  • 28. 4.2.2 Jogos para crianças de 5 anos A criança de cinco anos tem um domínio mais regular e mais seguro do corpo e por isso, é capaz de brincar sem grande ajuda dos adultos. Interessa-se por pintar, desenhar, cortar e colar. O material mais apreciado para seus brinquedos, quer pelos meninos, quer pelas meninas, continuam a ser os blocos de construções. As meninas gostam de fazer casas para as bonecas e de criar com elas situações pessoais. Os meninos constroem estradas, pontes, túneis, aviões, caminhões militares e carro de bombeiros. O interesse das crianças de cinco anos pelas casas exprime-se na reprodução imaginativa de acontecimentos domésticos. Nessa fase as crianças também gostam de se balançar, de galgar obstáculos, de saltar, de patinar e de pular de lugares altos além de sentirem grande interesse pela leitura, apreciando muito ouvir histórias infantis. (GESSEL,1999). Outros jogos sugeridos são: jogos de tabuleiro, quebra cabeça, jogos de pintar, escrever, ler, colar ou desenhar, jogos da memória. A figura 06 representa um dos jogos indicados para essa faixa etária: a centopéia vocálica. Indica-se este jogo por estimular a alfabetização das crianças nessa idade. FIGURA 6 “ CENTOPÉIA VOCÁLICA Descrição: Quebra-Cabeça com Vogais. Indicação Pedagógica: Desenvolve a coordenação motora, auxilia o reconhecimento de cores e a grafia das vogais. FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
  • 29. 4.2.3 Jogos para crianças de 6 anos O interesse pela pintura, pelo corte e pela colagem continua sendo evidenciado aos 6 anos. Uma das exigências mais positivas que fazem as crianças dessa idade é a de uma bicicleta. Essa ânsia parece basear-se mais na necessidade e no desejo de um exercício locomotor nas pernas e de equilíbrio do corpo do que o desejo de possuir um veículo. A diferença entre os sexos começa a definir-se mais claramente na escolha das brincadeiras. Contudo, em brincadeiras de forte atividade motora e em brincadeiras de imaginação, ambos os sexos competem num terreno comum. Verifica-se um grande interesse por parte das meninas em brincar de boneca e casinha. Os meninos mostram forte interesse em transportes e construções. Além disso, as crianças mostram interesse pela leitura, escrita e pelos números. Os jogos preferidos das crianças nessa fase são anagramas, dominó, damas e jogos de cartas simples, pois são jogos que se ajustam bem a seus interesses intelectuais. (GESSEL, 1999). Pode-se perceber que o desenho e a pintura são uma das primeiras atividades que as crianças desenvolvem, pois estimulam a criatividade e a imaginação, já que o desenho é sempre acompanhado de confabulação e fantasia. Também possibilitam que a criança melhore sua visão de mundo e de ser humano e que enriqueça sua percepção. A figura 07 representa um dos jogos indicados para esta idade: o jogo do quebra-cabeças. Além disso este jogo estimula a criança a aprender as horas. FIGURA 07 “ RELÓGIO QUEBRA-CABEÇA Descrição: Quebra-Cabeça. Indicação Pedagógica: De forma lúdica a criança aprende formas, cores, encaixe, grafia dos númerais, a identificação e formação das horas. Dimensões: 1 placa “ 5mm “ 21,3cm x 19,8cm FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
  • 30. O estudo dos jogos neste capítulo foi essencial para definir que tipos de jogos são mais adequados para as crianças em fase de iniciação escolar. 5 A IMPORTÂNCIA DAS CORES NO UNIVERSO INFANTIL A cor é um dos fatores de grande importância para o bem-estar psicológico das crianças, principalmente ao utilizarem o móvel com a finalidade de praticar atividades escolares, já que a percepção visual pelo ser humano também envolve aspectos subjetivos, simbólicos e culturais que podem influenciar no comportamento das pessoas. Segundo Pasteureau (1997), o uso das cores tem uma ligação direta no desenvolvimento da criança. Estímulos decorrentes da presença de figuras coloridas contribuem para o aprimoramento da capacidade motora e cognitiva, raciocínio, fala, audição, entre outras funções. Isso acontece porque a criança é influenciada pelas cores desde a fase inicial de vida, se estendendo por muitos anos. As cores alegres e vibrantes comprovadamente chamam a atenção da criança. Por esse fato, os pais devem usar e abusar do “mundo colorido“ como peça importante também na educação dos filhos. As cores facilitam no processo de assimilação dos ensinamentos por parte dos pais. É interessante observar de que maneira as cores podem influenciar na vida de uma criança. Por exemplo, muitos pais estimulam a criança a comer frutas e verduras, atraindo o olhar da criança para o prato colorido. Dessa maneira ela sente-se convencida que o alimento em questão faz bem, é saudável e apetitoso. Da mesma forma acontece com a higiene, quando os pais compram escova de dente, xampu ou esponja de banho colorida para motivar indiretamente a criança a se limpar. Aplicadas na decoração de ambientes ou nos móveis, as cores constituem-se como poderosos estímulos, capazes de promoverem as mais diversas sensações. Definidas corretamente, elas podem representar um componente dos mais importantes para a construção de móveis infantis que sejam agradáveis e atrativos visualmente, além de estimular a criança a estudar.
  • 31. Este capítulo abrangerá a importância e o significado das cores. A partir dessa pesquisa, juntamente com a pesquisa de campo, é que serão escolhidas as cores que melhor se adequam ao projeto da mesa pedagógica infantil. 5.1 SIGNIFICADO DAS CORES O psicólogo Paulo Felix Conceição, vice-presidente da Associação Pró-Cor do Brasil e membro do conselho técnico-científico da entidade, explica que, para que haja uma melhor interação entre o ambiente e seus usuários, faz-se necessária uma correta avaliação dos fatores que compõe o espaço, tais como: tamanho, localização, posição, fluxo de pessoas, iluminação e ventilação, além de perfeito conhecimento do perfil psicológico e social das pessoas que irão habitar esse ambiente. Em sua “Teoria das Cores“, Barros (2006, p. 302) afirma que“[...] cada cor produz um efeito específico sobre o homem [...]“ Esse efeito é em grande parte produzido pelas propriedades e características de cada cor. Pedrosa (2003), outro estudioso da cor, afirma que o vermelho, por exemplo, é a cor que mais se destaca visualmente e a que mais rapidamente é distinguida pelos olhos, pois é a mais saturada das cores. Já o laranja, apresenta a característica da luminosidade, assim como o amarelo. Neufert (1976) também realizou estudos sobre as relações do homem com a cor. Para ele a cor tanto pode provocar otimismo ou depressão, quanto atividade ou passividade. Em relação às cores e sua aplicação nos ambientes, o autor faz algumas observações: A cor mais impulsiva é o alaranjado; seguem-se o amarelo, os verdes e o púrpura. As menos impulsivas são o azul, o verde e o violeta (cores frias). As cores impulsivas geralmente são indicadas para compartimentos pequenos, as pouco impulsivas, pelo contrário, são indicadas para grandes superfícies. As cores quentes são ativas, excitantes, porém também podem ser irritantes. As cores frias são passivas, tranqüilizante ou íntimas. A ação da cor depende também da iluminação e do ambiente. O branco é considerado a cor da limpeza e da ordem absoluta. Na organização cromática dos compartimentos o branco desempenha um papel muito importante para desligar as cores umas das outras assim como neutralizar, aclarar, alegrar e estruturar. (NEUFERT, 1976, p. 27).
  • 32. O psicólogo Paulo Felix (2009) citou as características básicas de algumas cores: Os azuis “ É uma cor fria que acalma. É a cor do infinito, do sonho, da fidelidade, da água e da aristocracia. Possui apelo racional associado à inteligência e ao raciocínio, diferente do vermelho que possui apelo emocional. As tonalidades azuis simbolicamente associadas à imensidão do céu, às águas claras e à espiritualidade, provocam sensações refrescantes. São tons que permitem o relaxamento, alívio de tensões e a calma, mas as nuances devem ser cuidadosamente estudadas e dosadas, pois os excessos podem causar introversão e denotar tentativa de supercontrole dos sentimentos e da excitação. Os amarelos -As tonalidades amarelas são, simbolicamente, associadas à luz, ao sol, à consciência e à alegria de viver.Também estão ligadas à idéia de nobreza, riqueza material e espiritual. No oriente é a cor mais importante depois do vermelho; pela associação com a cor do ouro. Entretanto, o excesso de amarelo pode denotar tendências excessivamente extrovertidas, que podem remeter a algo de mau gosto. Os laranjas -As tonalidades laranjas pertencem a um grupo intermediário entre os amarelos e os vermelhos. Estão ligados à idéia de vitalidade, alegria e energia.Também estão associados a sinais de saúde e dinamismo, cor quente, viva, alegre e acolhedora. Os vermelhos -O aspecto simbólico do vermelho está relacionado à força da vida, ao coração, ao erotismo, à nobreza, ao fogo, à proibição, mas também, se usado em excesso, à instabilidade emocional e à agressividade. É uma das cores preferidas pelas crianças e por ser a cor da criatividade, da alegria e do dinamismo é considerada como a cor da infância. (PASTEUREAU,1997). Os verdes -As tonalidades de verde estão ligadas ao sentido de esperança, de vida e de sorte. É uma cor equilibrada, isto é, sem muita alegria ou tristeza, sem muita paixão ou ódio. É associada a calmantes “justificando seu uso em hospitais, locais de repouso e mesas de jogo.“(IIDA, 2005, p 484), assim como à saúde, higiene, ecologia, natureza e à liberdade.
  • 33. Branco -Cor da pureza, da castidade e da inocência. É, na cultura ocidental associada à paz, à limpeza, à simplicidade e discrição, à sabedoria. Preto -Cor da morte e do luto, na cultura ocidental. É a cor da depressão, da falta, do pecado, do ódio, da solidão e da tristeza. Pode ser ainda associada à elegância, modernidade e à autoridade. A seguir o assunto tratado será a ergonomia, uma questão de grande relevância para a definição das medidas do projeto.
  • 34. 6 ERGONOMIA Segundo Rio e Pires (2001), Ergonomia é uma disciplina científica que estuda o relacionamento do homem e o ambiente no qual desenvolve sua atividade, buscando solucionar os problemas de saúde, segurança e conforto que podem surgir desta relação. Ainda segundo o autor, o estudo ergonômico pode ser dividido em duas etapas: Na primeira etapa é analisado o ambiente de trabalho, ou seja, local onde a pessoa desempenha suas atividades. Na análise do ambiente verifica-se o layout, o mobiliário, a iluminação, a temperatura, os ruídos e os elementos arquitetônicos. Na segunda etapa do estudo ergonômico analisam-se as características físicas do homem, a execução de seus movimentos e posturas corporais, e as tensões musculares que surgem quando estas posturas são realizadas inadequadamente. Neste estudo, alguns fatores são detalhados, considerando a direta interferência com a situação do mobiliário e da sala de aula. Sendo assim são apresentados, dos fatores ambientais, o mobiliário, layout e iluminação. Quanto à segunda etapa do estudo ergonômico, apresentam-se, na seqüência, as considerações antropométricas. Na primeira etapa, analisando o mobiliário deve-se considerar o seguinte: -Se está disposto de forma que os espaços de uso ou alcances, propiciem as melhores situações no desenvolvimento das atividades; -Se possui elementos que possam machucar os segmentos corporais do usuário; -Se a relação espacial entre os móveis está proporcionando um conjunto equilibrado. Na análise da cadeira, especificamente, deve-se considerar o seguinte: -Se permite a alternância postural e ao mesmo tempo evita o desconforto da posição por períodos mais longos; -Se evita induzir o usuário a posturas erradas, que possam desencadear problemas na coluna lombar e cervical e nos membros superiores (ombros,
  • 35. cotovelos e punhos), além de causar deficiências circulatórias nos membros inferiores; -Se é apropriada à atividade que o usuário desenvolve no dia-a-dia; -Se está sendo usada corretamente, apoiando as nádegas no assento e os pés no chão, ou em apoio próprio para esse fim, quando isso não puder ocorrer é preciso possuir regulagens para permitir o mesmo. Na análise da iluminação do ambiente deve-se considerar o seguinte: -Sua adequação para cada atividade e o ideal é que permita contrastes pouco intensos e ausência de ofuscamento, gerando boas condições de trabalho e contribuindo para o conforto visual; -Utilização de materiais ou cores com baixa intensidade refletora em superfícies de mesas, para evitar reflexos de quaisquer espécies, por isto é importante escolher adequadamente as cores do ambiente. Na análise do layout, definido como o arranjo espacial do ambiente constituído pela disposição do mobiliário, das máquinas e das pessoas, deve-se considerar o seguinte: -Se existe um conjunto de relações ótimas entre pessoas, espaços físicos, componentes e disposição do mobiliário; -Se as distâncias previstas nas áreas de fluxo ou circulação, movimentação ou posturas, propiciam conforto entre as pessoas. Segundo RIO e PIRES (2001) o estudo ergonômico do ambiente tem como objetivo proporcionar um estado agradável e satisfatório de harmonia com o ser humano, evitando fadigas físicas como distorções posturais e movimentos anti ergonômicos, que resultam de adaptações corporais feitas no sentido de obter melhor visualização de componentes colocados de forma inadequada no espaço. As duas ciências contribuintes da ergonomia que mais se aproximam das questões aproximadas ao móvel escolar são: a Antropometria e a Biomecânica. A Antropometria estuda as medidas das várias características do corpo, sendo a “estática“ voltada para a medição das dimensões do corpo parado, e a “dinâmica“ centrada na medida das pessoas enquanto executam uma função.
  • 36. A Biomecânica analisa as causas e fenômenos dos movimentos e é aplicável em diversos campos de atividades como por exemplo: estudo de postura e locomoção; classificação de grupos de movimentos em relação a postos de trabalho; estudos das interfaces entre homem, máquina e meio ambiente; saúde e segurança nas tarefas do trabalho; prevenção e reabilitação de processos patológicos relacionados ao movimento; análise e diagnóstico do rendimento nos esportes, e outros. (CUNHA; ESTEVES, 2001). 6.1 ERGONOMIA INFANTIL Para a elaboração de um espaço interativo de ensino devem-se aplicar conceitos ergonômicos. O estudo da ergonomia tem como objetivo integrar harmonicamente o homem com seu posto de trabalho. A ergonomia tem aplicações gerais de convivência do ser humano para gerar bem-estar, conforto e êxito nas atividades que desenvolve diariamente. Com a ajuda da ergonomia pode-se adaptar de forma usual, o espaço interativo de ensino relacionando a atividade, o espaço e seu mobiliário. (IIDA, 2005). No ambiente de estudos, mesa e cadeira são as peças mais importantes, devendo possuir regulagens para que suas medidas possam permitir uma postura correta de acordo com a faixa etária. A idade entre 3 e 12 anos tem sido a mais esquecida “ com freqüência são encontrados móveis para bebês e logo em seguida para adolescentes já em escala adulta. A criança que começa a alfabetizar-se, por exemplo, muitas vezes é obrigada a utilizar mesa e cadeira em escalas inadequadas. Os próprios pais contribuem para esta filosofia, esquecendo que durante anos estão privando seus filhos de um espaço mais ergonômico onde possam crescer aprendendo a exprimir e expandir sua criatividade. Para que a casa e a escola realizem da melhor maneira sua vocação de transmitir segurança e saber, é necessário que o espaço arquitetônico e os móveis sejam projetados de maneira adequada para as crianças, de modo a permitir o livre exercício da imaginação. O ambiente deve ser claro e arejado, os móveis simples e leves e o material prático e lavável. A zona de estudos também pode estar situada em diferentes alturas: -A partir de 50 cm, por exemplo, o espaço embaixo é perfeito para guardar brinquedos grandes e jogos, sem poluir visualmente o ambiente.
  • 37. As figuras 08 e 09 abaixo mostram as medidas ergonômicas adequadas de mesa e cadeira de estudo para cada idade, dentro do universo Infantil. Figura 08: Medidas de mesa e cadeira escolar infantil Fonte: http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4 Figura 09: Representação Ergonômica-Material de apoio visual referente a Fig 06 Fonte: http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4 Infelizmente observa-se que as crianças, ao entrarem sadias na escola, saem anos depois com a postura comprometida de alguma forma. A causa desses problemas, segundo Mandal (apud Moro, 2005), são as cadeiras inclinadas para trás, com a superfície da mesa na horizontal, onde, na tentativa de se acomodar, as crianças inclinam-se sobre a superfície da mesa, comprimindo as suas vértebras lombares. A pressão mantida por diversas horas sobre os ossos em formação das crianças, irá ocasionar transformações posturais permanentes, que provavelmente comprometerá gravemente a saúde das crianças no futuro.
  • 38. Infelizmente, conforme sustentado por KAO (1976), a utilização de conhecimentos de Ergonomia às questões educacionais ainda são raros. As Normas Brasileiras (NBR 140006/1997) prevêem esse problema, dividindo a carteira escolar em sete classes de medidas de tamanho para mesas e assentos em todas as instituições educacionais, onde deveriam ser observadas as variáveis antropométricas de cada aluno. Porém, na prática, essa norma nunca foi obedecida. Uma proposta ergonômica para o mobiliário escolar implica primeiramente em disseminar os resultados de estudos sobre o tema e adoção de medidas práticas de substituição do design da mobília atual para reduzir custos humanos nos alunos. Essa humanização do posto de trabalho do estudante exigiria, também, a revisão crítica de procedimentos associados às práticas antigas de concepção. As práticas atuais de manejo do comportamento, para manter o estudante na posição sentada, devem ser substituídas por conseqüências reforçadoras presentes no próprio conjunto cadeira-mesa. Além disso, não basta que cadeiras e mesas educacionais, para serem reconhecidas como tal, localizem-se dentro das salas de aula. Antes de mais nada, essas peças de mobiliário devem cumprir seu papel de agente físico facilitador no processo educacional, como bem salientou SASAKI (1988). Desta maneira buscou-se neste projeto, desenvolver um conjunto de móvel infantil pedagógico ergonomicamente correto, que possa ser tanto de uso institucional, quanto de uso residencial, podendo ser utilizado em atividades pedagógicas ou recreativas, de maneira a influenciar positivamente no processo de aprendizagem das crianças em fase de iniciação escolar. 6.1.1 Antropometria Infantil Segundo Dul e Weerdmeester (1995), a antropometria estuda as dimensões e proporções do corpo humano, os alcances dos movimentos, as variações individuais, as diferenças entre as etnias, regiões e culturas. As dimensões antropométricas são usadas na Ergonomia para planejar o dimensionamento do espaço de trabalho, e projetar mobiliário e outros equipamentos (IIDA, 2005).
  • 39. Conforme o autor, na realização de um projeto de mobiliário, ou qualquer objeto que terá integração direta com um usuário, é necessária a aplicação de parâmetros antropométricos para garantir conforto e segurança em sua utilização. O levantamento antropométrico é realizado com o objetivo de oferecer dados dimensionais, confiáveis e fiéis do homem para uso em projeto de produtos, móveis e ambientes de trabalho. Segundo Iida (2005), o método de medição do levantamento antropométrico pode ser funcional, dinâmico e estático. O método funcional trata da medição relacionada com a execução de tarefas específicas, em que cada parte do corpo não se move isoladamente, mas há a conjunção de diversos movimentos para realizar uma função. No dinâmico, são medidos os alcances dos movimentos, de todos os segmentos corporais, como a cabeça, as pernas, os antebraços e os braços, e é aplicado nos projetos de máquinas com partes móveis e ambientes de trabalho, como pode ser visto na figura 10. FIGURA 10“ ANTROPOMÉTRIA DINÂMICA FONTE: IIDA (1990) O método estático trata das medidas corporais do indivíduo com o corpo parado ou com poucos movimentos, nas posições em pé ou sentada. Este tipo de medição é aplicada nos projetos de objetos sem partes móveis ou com pouca mobilidade, como por exemplo, o mobiliário. Segundo IIDA (1990), o levantamento antropométrico é constituído por seis etapas, que consistem em: 1º) Definição dos objetivos: onde e porquê serão utilizadas as medidas.
  • 40. 2º) Definição das medidas: descrição detalhada indicando a postura corporal, os instrumentos antropométricos a serem utilizados e as técnicas. Ex: medição com ou sem calçado, com ou sem roupa, na postura ereta ou relaxada. 3º) Método de medição: direto, com instrumentos de medição como régua, trena, fita-métrica e balança; ou indireto, através de fotos do corpo ou parte dele, a probabilidade de erro é maior. 4º) Seleção da amostra: universo representativo de sujeitos onde serão aplicados os resultados: país, atividade desenvolvida pelas pessoas e faixa etária. 5º) Medições: elaboração de roteiro de medidas e formulário para anotações, e treinamento das pessoas que farão a medição. 6º) Análises estatísticas: média e desvio padrão, percentis. Ao estabelecer as dimensões de uma cadeira, os aspectos antropométricos devem estar relacionados às exigências biodinâmicas envolvidas. O processo de estabilização corporal envolve não só a superfície do assento, mas também as pernas, os pés e as costas em contato com outras superfícies. Além disso, certa força muscular também é exigida. Se, através de um projeto inadequado de antropometria, a cadeira não permitir que a maioria dos usuários de fato tenha os pés ou as costas em contato com outras superfícies, a instabilidade do corpo aumentará e uma força muscular adicional terá que ser gerada para manter o equilíbrio. Quanto maior o grau de força muscular ou controle exigido, maior a fadiga e o desconforto. (PANERO & ZELNIK,2002). As dimensões básicas, geralmente aceitas no projeto de cadeiras e afins, incluem altura, profundidade e largura no assento, altura do encosto e altura e espaçamento dos apoios para braços. (PANERO & ZELNIK,2002). Para a confecção do protótipo, observaram-se algumas normas presentes na NBR 14006 (1997) para Móveis escolares: -Dadas as peculiaridades das escolas brasileiras, as dimensões mínimas de profundidade e largura do tampo da mesa foram definidas como 450 mm x 600 mm; -A superfície da mesa especificada nesta norma é horizontal. Entretanto, se for necessária uma superfície inclinada esta não deve ter uma inclinação maior que 10º; -A inclinação do assento deve ter no máximo 4º. A superfície do assento pode ser plana ou ter conformações. Qualquer conformação deve estar nos dois terços posteriores do assento;
  • 41. -As saliências não devem apresentar características cortantes ou perfurantes capazes de causar ferimentos ou danos em vestimentas, quando verificadas conforme a norma estabelecida; -O tampo, encosto e assento nas superfícies em contato direto e constante com o usuário não podem ser de material metálico. Estas foram algumas considerações importantes tomadas como base para a iniciação do projeto. Este capítulo tratou da ergonomia e da antropometria infantil. Foi a partir deste estudo, juntamente com a observação das medidas do mobiliário existente no mercado e nas escolas, que se chegou à definição das medidas do projeto. A seguir será abordada a questão da influência do design do mobiliário, voltado principalmente à ergonomia.
  • 42. 7 A INFLUÊNCIA DO DESIGN DO MOBILIÁRIO INFANTIL NO COMPORTAMENTO E APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS Segundo Hatschbach (2006) o mobiliário escolar é sem dúvida um elemento da sala de aula que influencia no desempenho, segurança, conforto e em diversos comportamentos dos alunos. Quando não atende as necessidades físicas do usuário esta influência é negativa, pois o uso contínuo do móvel pode provocar sérios danos a sua saúde física. Comportamentos indesejados na sala de aula, ocorrência de barulho repetitivo, como também, comportamento acadêmico inapropriado, muitas vezes são observados em decorrência do desconforto causado pelo mobiliário. É comum verificarmos em instituições de ensino crianças de diversas idades que compartilham os mesmos conjuntos escolares. Por exemplo, crianças da primeira e oitava séries utilizando o mesmo móvel, desrespeitando as diferenças físicas existentes entre crianças e adolescentes. Essa prática acaba ocasionando desconforto postural e, por conseqüência, influencia no comportamento dos alunos em sala de aula. Hatschbach (2006) lembra que as regulamentações sobre o conjunto escolar determinam que deve ser constituído por dois elementos independentes, a mesa e a cadeira do aluno. A mesa deve possuir tampo, estrutura e porta-objetos, e a cadeira deve ser constituída de assento, encosto e estrutura. O móvel precisa proporcionar conforto e segurança ao aluno na relação com o conjunto cadeira e mesa conforme as regulamentações sobre os aspectos ergonômicos da norma. Pesquisas demonstram que há uma relação estreita entre carteiras escolares e problemas médicos, segurança e disciplina na sala de aula. O mobiliário, em função dos requisitos da tarefa, determina a configuração postural dos usuários e define os esforços, dispêndios e constrangimentos -elementos essenciais para a adoção de comportamentos diversos -estabelecidos numa jornada de trabalho em sala de aula, além de manter vínculo restrito com a absorção do conhecimento (Nunes et al., In Rangé, 1995). Dessa maneira é importante que o móvel seja confortável, funcional e apropriado ao tamanho da criança, além de ergonomicamente correto e visualmente atrativo. Essas características farão com que as crianças sintam-se estimuladas a aprender e a estar no ambiente de estudo, já que elas associarão o mobiliário a algo
  • 43. positivo e agradável, o que acabará auxiliando e influenciando em suas atividades pedagógicas. A seguir será apresentado um tópico sobre os tipos de materiais mais comuns de serem utilizados em móveis escolares, bem como suas características e benefícios.
  • 44. 8 ESTUDO DE MATERIAIS 8.1 MDF Segundo o Manual prático do mobiliário escolar, J. R. A. da CUNHA; R. ESTEVES (2001), em função da pequena dimensão das fibras, a superfície do MDF é mais lisa do que a maioria dos outros painéis utilizados na fabricação de móveis, permitindo bom acabamento com pintura, laminação por folhas de celulose, ou laminados melamínicos de alta pressão. Embora possuam uma menor quantidade de resina e suas fibras sejam muito menores que as partículas dos aglomerados, a densidade do MDF (Médium Density Fiberboard “ “Placa de Fibras de Média Densidade“) é muito próxima a dos aglomerados, estando entre 640 e 840 kg/m³, dependendo da espessura da chapa. Ainda se comparado ao aglomerado, o MDF possui preço superior, porém algumas vantagens técnicas como sua maior resistência à umidade; ao arranque de parafusos e usinabilidade têm feito este produto espaço crescente no espaço moveleiro. Dimensões comerciais de painéis de MDF : Espessuras (em mm): 6 / 9 / 10 / 12 / 15 / 18 / 20 / 25 / 30 e 35 Dimensões da Placas (em m): 1,83 x 2,75. 8.2 MDP O MDP é especialmente indicado para a produção de móveis residenciais e comerciais de linhas retas, formas orgânicas, que não exijam usinagens em baixo relevo, entalhes ou cantos arredondados. O MDP é resultado do uso intensivo de tecnologia de prensas contínuas, de modernos classificadores de partículas e complexos softwares de controle de processo, associado à utilização de resinas de última geração e madeira de florestas plantadas. Por isso, o MDP pertence a uma nova geração de Painéis de Partículas de média Densidade com características superiores e totalmente distintas dos painéis de madeira aglomerada de antigamente.
  • 45. Características: . Alta densidade das camadas superficiais, assegurando um acabamento superior nos processos de impressão, pintura e revestimentos; . Produção com o conceito de 3 camadas: colchão de partículas no miolo e camadas finas nas superfícies; . Homogeneidade e grande uniformidade das partículas das camadas externas e interna; . Propriedades mecânicas superiores: melhor resistência ao arrancamento de parafuso, menor absorção de umidade e empenamento; . Utilização de madeiras selecionadas provenientes de florestas plantadas, econômica e ecologicamente sustentáveis. O MDP é encontrado com revestimento melamínico em Baixa Pressão (BP), Finish Foil (FF), ou sem revestimento para aplicação de Lâminas de Madeira, Laminados de Alta-Pressão ou Pintura e Impressão. 8.3 COMPENSADO De acordo com a NBR 94907 citado por CUNHA; ESTEVES (2001) “Compensado ou Chapa de Madeira Compensada é um painel normalmente composto de lâminas cruzadas entre si, ou lâminas em combinação com miolo de sarrafeado ou outro tipo de painel à base de madeira.“ Essas lâminas, normalmente em número ímpar são coladas entre si perpendicularmente com um adesivo. O nome Compensado deriva da compensação de esforços de empenamento de uma prancha composta de lâminas de madeira coladas uma sobre as outras, obtida pelo entrelaçamento dessas lâminas perpendicularmente entre si. Pela existência de tensões internas e pela capacidade de absorção da umidade do ambiente a madeira maciça e, mais ainda as lâminas finas de madeira, movimentam-se, dilatando e contraindo conforme varia a umidade do ar. Sem a compensação desses esforços seria impossível a obtenção de chapas planas estáveis.
  • 46. Segundo a NBR 9490 (Normas Brasileiras 9490) define: a) Compensado é geralmente construído a partir com número ímpar de camadas com grãos das lâminas adjacentes perpendiculares entre si. b) As lâminas externas e todas as lâminas de ordem ímpar geralmente possuem as grãs (veios) orientadas paralelamente à maior dimensão do painel. Os compensados podem ser fabricados integralmente com lâminas (laminados ou multilaminados), ou compostos por lâminas e sarrafos de madeira maciça (sarrafeados), estes últimos tendo sempre as lâminas do lado externo, recobrindo de ambos os lados os sarrafos. Existem ainda os compensados moldados, que podem originar peças curvas moldadas conforme sua aplicação. Eles são utilizados geralmente, na fabricação de assentos e encostos anatômicos para cadeiras. Outro tipo de compensado existente é o naval. Este é muito utilizado na construção civil ou em situações que exigem alta exposição à umidade. Dentre suas vantagens Teixeira (1999) destaca: -Uniformidade de resistência por causa da disposição cruzada das fibras; -Menor possibilidade de fendas e empenamentos, pois os sentidos diferentes das fibras compensam as diferenças de contrações. -Facilidade em ser moldado; -Em relação aos móveis, proporciona leveza física e pode ser aplicada nas suas estruturas aparentes. Desvantagens: -Pode possuir restrições de natureza ambiental, ao utilizar madeiras maciças, ou baixa disponibilidade de toras de qualidade para a laminação. -Custos elevados em relação a outras madeiras transformadas.
  • 47. 8.4 AGLOMERADO O aglomerado é uma chapa de madeira, com miolo composto de resíduos de madeira como pó e serragem, resina e cola, que após passar por processo de prensa se transforma em painel de madeira. Não possui acabamento, portanto, pode receber qualquer tipo de revestimento. É Utilizado na fabricação de móveis de baixa qualidade montados com cavilhas e cola. Não é recomendado o uso de pregos e parafusos, devido ao risco de ocorrerem rachaduras. Disponível no tamanho-padrão de 2,75 m x 1,83 m e espessuras que variam de 0,6 mm a 30 mm. A madeira aglomerada é constituída por três camadas de diferentes densidades, pois as duas camadas externas são densas, compactas e lisas, com espessuras iguais e partículas finas; já a camada é menos densa, com porosidades para absorver tensões (TEIXEIRA, 1999). Teixeira (1999) destaca as vantagens desse material: -Permite acabamento com laminado melamínico, lâminas de madeira, plásticos ou pintura; -Apresenta resistência à flexão e à ruptura; -Bom isolante acústico e térmico; -Laminação pode ser feita em qualquer direção; -Partículas dispostas de maneira aleatória o que confere resistência multidirecional; -Múltiplas aplicações: móveis, tampos de mesa, laterais de portas e de armários, divisórias, laterais de estantes, cabeceiras, racks; -Pode ser colado, grampeado e aceita buchas e dobradiças; -Custo relativamente baixo. Como desvantagem pode-se citar: -A densidade reduzida do núcleo pode ocasionar problemas para a retensão de ferragens, as quais precisam ser cuidadosamente selecionadas; -Quando sem revestimento pode tornar-se muito suscetível à umidade, absorvendo água e inchando.
  • 48. 8.5 LAMINADOS MELAMÍNICOS Laminado melamínico (também conhecido como Fórmica, que é a marca registrada de um fabricante) é um elemento decorativo inventado por John Frederick Hosler e Theodore Russell Clarke, utilizando a resina melamínica. São chapas compostas de folhas de papel “kraft“ impregnadas com resinas fenólicas revestidas com uma capa de papel claro de celulose pura, impregnado com resina melamínica. Os papéis “Kraft“ previamente banhados na resina fenólica e secos, são formados em pilhas de cinco ou mais folhas recebendo como acabamento a última folha de papel de celulose pura (branco, colorido ou impresso com motivos decorativos) e impregnada com resina melamínica. Este pacote de folhas saturadas de resinas é levado a prensas aquecidas em pressões acima de 70 Kg/cm2 e temperatura de 160 º C ou mais. Para cada “pacote“ de folhas é intercalada uma folha de aço inoxidável denominada de “espelho“, que conforme sua superfície brilhante, fosca ou texturizada, resultará a textura do laminado. Em decorrência da combinação de elevada pressão e temperatura, uma pilha de 6 a 7 folhas resultará em laminado de 0,8 mm de espessura, altamente denso, com elevada resistência superficial ao impacto e principalmente à abrasão. No mobiliário escolar sua principal aplicação se dá no revestimento dos tampos das mesas, em função de sua resistência aos produtos de limpeza; à umidade e à abrasão, além de suas características higiênicas. (TEIXEIRA, 1999). 8.5.1 Post-forming O Fórmica Postforming é um laminado decorativo de alta pressão, termomoldável, que diferencia-se dos demais laminados devido a sua propriedade de poder ser curvado quando aquecido em equipamento específico. A sua aplicação em bordas arredondadas, com raio mínimo interno ou externo de 12,7 mm, permite opções originais de design para revestimentos horizontais e verticais. O Fórmica PF possui grande resistência ao desgaste, ao calor, ao impacto e a manchas, tornando-o prático e durável. Sua composição baseia-se na impregnação de materiais celulósicos com resinas termoestáveis, formando um conjunto que será prensado por meio de calor e de alta pressão.
  • 49. No móvel escolar este material é indicado para revestimento de superfícies de mesas e carteiras e como superfície em assentos e encostos anatômicos de compensado moldado. A seguir será apresentada uma breve pesquisa de mercado realizada pela internet. O objetivo desta pesquisa é conhecer os tipos de carteiras infantis existentes no mercado e a partir desse estudo, detectar as características positivas do mobiliário, bem como a necessidade de melhoria existente.
  • 50. 9 PESQUISA DE MERCADO 9.1 CONJUNTOS ESCOLARES EXISTENTES NO MERCADO Nesta etapa da pesquisa buscou-se fazer um levantamento dos móveis existentes no mercado, através de pesquisas feitas pela internet. O objetivo dessa pesquisa é observar o design do mobiliário contemporâneo, verificando seus materiais, formatos, funcionalidades, cores, ergonomia, entre outras características. Esta pesquisa contribuirá para o desenvolvimento do móvel infantil, já que serão observadas as características positivas e negativas dos móveis existentes, buscando, dessa maneira, perceber as necessidades das crianças que estão em fase pré-escolar. Segue os exemplos de móveis infantis pedagógicos existentes no Mercado atualmente: FIGURA 11 “ CONJUNTO PRÉ-ESCOLAR TREVO Tipo: Conjunto coletivo, composto por mesa em forma de trevo e 4 cadeiras. Materiais: Mesa em compensado revestido com fórmica texturizada, e cadeiras com assento e encosto em ABS1 . Cores: Azul, amarelo, verde e vermelho. Fabricante: Empresa CEQUIPEL. FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005
  • 51. FIGURA 12 “ CARTEIRA ESCOLAR COM INCLINAÇAO NO TAMPO Tipo: Conjunto escolar com tampo levemente inclinado. Materiais: Carteira com tampo em compensado revestido com post-forming2 , e com gradil em aço. Cadeira com assento e encosto em compensado envernizados na cor natural e estrutura de aço. Cores: Tampo branco e estrutura azul. Fabricante: Empresa CEQUIPEL. FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005 FIGURA 13 “ CARTEIRA ESCOLAR MODELO TRADICIONAL Tipo: Conjunto escolar tradicional. Materiais: Tampo, assento e encosto em compensado, com bordas arredondadas, e revestidos com fórmica. A carteira possui gradil para livros e a estrutura do móvel é toda em aço. Cores: Estrutura preta, e o assento, encosto e tampo em verde claro. Fabricante: Empresa CEQUIPEL. FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005 FIGURA 14 “ CONJUNTO ESCOLAR BRINQUEDO Tipo: Conjunto Brinquedo Materiais: Pés e quadro fabricado em madeira de pinus e tampo em MDF. Acompanha 4 cadeiras fabricadas em madeira de pinus. Ideal para crianças de até 6 anos. Pintura Atóxica. Medidas: 52 cm de largura, 52 cm de profundidade e 50 cm de altura. FONTE: http://www.macpool.com.br/Artigos/
  • 52. FIGURA 15 “ CONJUNTO ESCOLAR EM ABS Tipo: Conjunto Escolar em ABS Materiais: polietileno Medidas: Comprimento: 74 cm Largura: 46cm Altura: 42 cm. FONTE: http://www.fantasyplay.com.br FIGURA 16 “ CONJUNTO ESCOLAR MESA E BANCOS Tipo: Mesa e bancos Características: mesa acoplada a dois bancos para até 4 crianças. Possui porta-lápis direto no tampo. Materiais: polietileno Medidas: comprimento: 81 cm Largura: 86 cm Altura: 40 cm. Fabricante: Brinquedos bandeirante. FONTE: http://www.fantasyplay.com.br
  • 53. FIGURA 17“ CONJUNTO ESCOLAR ESCRIVANINHA COM CADEIRINHA Tipo: Conjunto escolar escrivaninha com cadeirinha Características: Espaço para guardar material ao levantar a tampa. Esta pode ser utilizada para escrever ou desenhar com caneta W MP. Materiais: polietileno Medidas: comprimento: 50 cm Largura: 39,4 cm Altura: 60 cm. Fabricante: Xalingo FONTE: http://www.fantasyplay.com.br FIGURA 18“ CONJUNTO ESCOLAR-ESCRIVANINHA TURTLE Tipo: Conjunto escolar escrivaninha Turtle Características: Uma inédita escrivaninha em formato de tartaruga, com várias funções: a) mesinha para as crianças estudarem, lancharem, brincarem. b) levantando o tampo funciona como cavalete de pintura com suporte para prender o papel. Materiais: polietileno Medidas: comprimento: 73 cm Largura: 40 cm Altura: 77 cm. Fabricante: Step 2 FONTE: http://www.fantasyplay.com.br
  • 54. FIGURA 19“ CONJUNTO ESCOLAR-ESCRIVANINHA LITLE TIKES Tipo: Conjunto Escolar escrivaninha Litle Tikes Características: Inclui cadeira, nichos nas laterais para colocar revistas e espaços para guardar materiais. Pode ser usada como cavalete. Possui luz embutida. Materiais: Polietileno Medidas: Comprimento: 84 cm Largura: 48 cm Altura: 110 cm Fabricante: Litle Tikes FONTE: http://www.pimpao.com.br/produtos.php
  • 55. 9.1.1 Análise da Pesquisa de Mercado A pesquisa de mercado é de grande importância, pois é através dela que se pode observar o que as empresas de móveis estão fabricando para o público infantil, quais as tendências do mercado e se esses móveis estão satisfazendo as necessidades das crianças. Pôde-se perceber que existe uma variedade muito grande de tipos de conjuntos escolares no mercado, feitos de diversos materiais, como: MDF, compensados, aglomerados, revestidos em fórmica, estruturados em aço ou madeira, ou feitos em material plástico -o ABS. Verificou-se, com essa pesquisa, que as empresas que investem em Design no ramo do mobiliário infantil, ou seja, que levam em consideração aspectos ergonômicos, funcionais e estéticos no móvel, são na grande maioria das vezes, as empresas voltadas para uma classe social mais elevada. Isso porque o emprego de processos e materiais diferenciados, como os que utilizam o plástico moldado no processo de fabricação, acaba encarecendo o produto final. Analisando essa situação, verificou-se a necessidade de projetar um conjunto de móveis para atividades pedagógicas, que utilizasse processos e materiais acessíveis a maioria das pessoas e, que ao mesmo tempo, fosse confortável, ergonomicamente correto, funcional e atrativo para as crianças. A seguir serão apresentadas as pesquisas de campo realizadas com professores e alunos em quatro instituições de ensino na Cidade de Curitiba. Estas pesquisas têm por objetivo detectar as necessidades existentes no mobiliário a partir da observação e análise do mesmo, dentro destas instituições.