Slide share pesquisa princípio científico e educativo
Pesquisa
1. Prefeitura Municipal de Campo Grande
Secretaria Municipal de Campo Grande
Superintendência de Gestão e Políticas Educacionais
Divisão de Tecnologia Educacional
MÓDULO III – Pesquisa, Princípio Científico e Educativo
Mediador- Neiva Valadares
Cursista – Vanessa Janaína Viana de Oliveira
3. TÓPICOS FRASAIS
É possível desenhar o alcance alternativo da pesquisa, que
a torne como base não somente das lides científicas, mas
também do processo de formação educativa, o que permitiria
introduzir a pesquisa já na escola Básica, a partir do pré-
escolar e considerar atividade humana processual pela vida
afora.
Imagem:http://maternalmente.blogspot.com.br/2009_03_01_archive.html
4. Nos espaços onde aparece, de modo geral, por
exemplo, mas sobretudo existe a tendência a reservá- la
para entes especiais.
A formação científica torna-se também formação
educativa, quando se funda no esforço sistemático e
inventivo de elaboração própria, através da qual se constrói
um projeto de emancipação social e se dialoga criticamente
com a realidade.
A curiosidade criativa, por exemplo, encontra espaço
insistente de cultivo na academia, mas é possível na escola básica
e como posicionamento normal da vida.
5. PESQUISAR – O QUE É?
O processo de pesquisa está quase sempre cercado
de ritos especiais, cujo acesso é reservado a poucos
iluminados.
Para tanto, estuda-se metodologia, em particular técnicas
de pesquisa, que ensinam como gerar, manusear e consumir
dados, em contato com a realidade.
6. Tomada como marca definitiva da nossa realidade educativa
e científica, muitos estão dispostos a aceitar universidades
que apenas ensinam, como é o caso típico de instituições
noturnas, nas quais os alunos comparecem somente para
aprender e passar, e os professores, quase todos biscateiros
de tempo parcial, somente dão aulas.
7. Quem ensina carece pesquisar;
quem pesquisa carece ensinar.
Imagem: http://salamultiespecialdaandrea.blogspot.com.br/2012/08/professor-
precisa-se-apropriar-das.html
8. Pesquisa é o processo que deve aparecer em todo
trajeto educativo, como princípio educativo que é, na
base de qualquer proposta emancipatória. Se educar
é sobretudo motivar a criatividade do próprio
educando, para que surja o novo mestre, jamais o
discípulo, a atitude de pesquisa é parte intrínseca.
Desmitificar a pesquisa há de significar, então a
superação de condições atuais da reprodução do
discípulo, comandadas por um professor que nunca
ultrapassou a condição de aluno.
Precisamos reconhecer,no realismo do dia-a-dia
que marca e limita pessoas e sociedades, que criar já
é o processo de digestão própria, pelo menos a
impressão de colorido pessoal em algo retirado de
outrem.
9. O que conta aí é criar. Um dos instrumentos
essenciais da criação é a pesquisa. Nisto está o seu
valor também educativo,para além da descoberta
científica.
HORIZONTES MÚLTIPLOS DA PESQUISA
Compreendida como capacidade de elaboração
própria, a pesquisa condensa-se numa multiplicidade
de horizontes no contexto científico.
10. Mesmo quando colocamos o desafio correto de que a
pesquisa é descoberta da realidade, trata-se de um
conceito estreito de realidade, se a restringimos à sua
manifestação empírica.
O pesquisador não somente é quem sabe acumular dados
mensurados, mas sobretudo quem nunca desiste de
questionar a realidade, sabendo que qualquer
conhecimento é apenas recorte.
“Pesquisa teórica” pode parecer algo estranho, mas
olhando bem as coisas, é indispensável, como formulação
de quadros explicativos de referência, burilamento
conceitual, domínio de alternativas explicativas na
história da ciência, capacidade de criação discursiva e
analítica.
11. Domínio teórico significa a construção, via pesquisa, da
capacidade de relacionar alternativas explicativas, de conhecer
seus vazios e virtudes, sua história, sua consistência, sua
potencialidade, de cultivar a polêmica dialogal construtiva, de
espetacular chances possíveis de caminhos outros ainda não
devassados.
O bom teórico é sobretudo aquele que sabe perguntar, colocando
a teoria no devido lugar: instrumentação criativa diante de
realidade sempre furtiva.
Pesquisa metodológica pode parecer algo ainda mais estranho,
porque predomina a expectativa de que método de aprende, não
se cria.
Todo projeto sério de pesquisa contém em algum momento
discussão do método, pelo menos no sentido barato de fases a
serem seguidas, possíveis resultados colimados, autores que se
pretende ler, interpretar, rebater, superar.
12. nesse sentido, pesquisa metodológica é um dos horizontes
estratégicos da pesquisa como tal, que não se restringe a
“decorar” estatística com seus testes áridos, mas alcança a
capacidade de discutir criativamente caminhos alternativos para
a ciência e mesmo de criá-los.
Alguns tópicos da pesquisa metodológica poderiam ser:
Discussão crítica;
Metodologias alternativas;
Capacidade de aferir;
Capacidade de detectar;
Por fim, outro horizonte da pesquisa é a prática, por mais que as
ciências sociais, contraditoriamente, possam estranhar tal
postura.
Teoria e prática detêm a mesma relevância científica e
constituem no fundo um todo só. Uma não substitui a outra e
cada qual tem a sua lógica própria.
13. A PESQUISA COMO DESCOBERTA E CRIAÇÃO
Em metodologia científica, descobrir e criar não são a mesma
coisa.
Na descoberta criou- se conhecimento novo, não realidade nova,
embora a partir daí se possa inventar usos novos do
conhecimento.
O termo construção pode ser exagerado, quando indica que o
cientista passa a “inventar” a realidade, sobrepondo a ela rigidez
teórica ou o interesse ideológico.
Essa discussão pode mostrar o quanto a pesquisa é fundamental
para descobrir e criar.
Pesquisa se define aqui sobretudo pela capacidade de
questionamento, que não admite resultados definitivos,
estabelecendo a provisoriedade metódica como fonte principal da
renovação científica.
14. Pesquisa deve ser vista como processo social que perpassa toda
vida acadêmica e penetra na medula do professor e do aluno.
A PESQUISA COMO DIÁLOGO
Uma definição pertinente de pesquisa poderia se: diálogo
inteligente com a realidade, tomando-o como processo e atitude,
e como integrante do cotidiano.
De outro lado, é mister fazer a aproximação devida entre
pesquisar e dialogar.
Pesquisar, assim, é sempre também dialogar, no sentido específico
de produzir conhecimento do outro para si, e de si para o outro,
dentro de um contexto comunicativo nunca de todo devassável e que
sempre pode ir a pique.
Uma coisa é aprender pela imitação, outra pela pesquisa. Pesquisar
não somente produzir conhecimento, é sobretudo aprender a ser
criativo.
15. Dialogar com a realidade talvez seja a definição mais apropriada
de pesquisa, porque a apanha como princípio científico e
educativo.
Imagem: http://www.usp.br/aun/imagens/Professora-com-alunos-lendo-livro.jpg
DIÁLOGOS
CRIATIVOS
16. Nesta parte aplicamos ao processo de formação acadêmica na
universidade a visão de pesquisa, ressaltando sua face de
princípio científico.
Nossa atenção estará voltada para a pesquisa como princípio
científico, sem unilateralizar a visão formal da pesquisa. A
pesquisa como princípio educativo estará sempre presente,
mesmo que seja contra –luz.
A QUESTÃO CURRICULAR
Na grade curricular aparecem as matérias ordenadas dentro de
algum princípio didático e de certa concatenação entre elas.
Cumprindo esse trajeto, chega-se ao diploma e considera-se a
aluno detentor de nível superior.
Fruto do mero aprender, naturalmente decaem no mero ensinar.
17. Essas marcas expressam a impropriedade flagrante
da função de professor, banalizada na condição de
repassador barato de conhecimento.
A noção de professor precisa ser totalmente
revista, sem recair em preciosismos importados de
fora.
Assim vale perguntar: o que é professor?
pesquisador
Socializador
Motivador
Em vez do pacote didático e curricular como medida
do ensino e da aprendizagem, é preciso criar
condições de criatividade, via pesquisa para
construir soluções, principalmente diante de
problemas novos.
18. A PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO
Nesta parte buscamos questionar o espaço educativo da
pesquisa, que vamos restringir ao ambiente da escola e da atuação
do professor da educação básica.
No ambiente lúdico da criança é possível visualizar atitude de
pesquisa e fomentá-la via processo educativo, como postura de
questionamento criativo, desafio de inventar soluções próprias,
descoberta e criação de relacionamentos alternativos, sobretudo
motivação emancipatória partir de um sujeito que se recusa ser
tratado como objeto.
Emancipação é o processo histórico de conquista e exercício da
qualidade de ator consciente e produtivo.
Emancipação quer dizer recuperar o espaço próprio que outros
usurparam, já que poder não é bem abundante disponível, mas
apropriado no contexto do conflito social.
19. É patente a relevância da educação e da pesquisa para o processo
emancipatório.
Este tipo de educação é das poucas ofertas públicas capazes de
atingir o universo social na respectiva idade e nisso guarda
potencialidade central.
Pré- escolar se destina a isso, se compreendermos como lugar
estratégico da conquista da autodeterminação, através de
cuidados assistenciais, da estimulação psicossocial, do jogo e da
educação como tal. Aí já temos, em pleno sentido, educação
política, processo emancipatório, dos quais faz parte a pesquisa.
Para além da crítica, é fundamental perguntar por pistas de
atuação alternativa. A primeira preocupação é repensar o
“professor” e na verdade recria- lo. De mero “ensinador”-
instrutor no sentido mais barato- deve passar a “mestre” Para
tanto, é essencial recuperar a atitude de pesquisa, assumindo-a
como conduta estrutural, a começar pelo reconhecimento de que
sem ela não há como ser professor em sentido amplo.
20. Desafio concreto será que o professor passe a elaborar suas
aulas, com mão própria, acrescentando, sempre que possível e
couber, pelo menos sínteses pessoais.
A aula apenas conduz a reprodução, chegando ao extremo de coibir
a criação, quando o instrutor descarta o questionamento por parte
do aluno.
O professor precisa investir na ideia de chegar a motivar o aluno
a fazer elaboração própria, colocando isso como meta da formação.
Professor autoritário é aquele que se vale da posição de força
porque lhe faltam argumentos.
Professor com autoridade, por outra, é aquele que a peso do bom
exemplo impõe respeito.
Somente esse último tipo de professor pode exercer papel
motivador da emancipação do aluno, pois é mestre em sentido
legítimo, podendo, pois apoiar o surgimento de novos mestres.
21. Espera-se um “profissional recriado”, muito diferente dos
vigentes, capaz de construir um projeto próprio educativo e
assistencial, ao mesmo tempo competente cientificamente e
participativo politicamente.
Educação