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Análise do texto “Promover a compreensão da educação em toda a Europa. As
visitas de estudo e o contributo da Educação Comparada” de Dimitris Mattheou.


          Marc-Antoine Jullien de Paris foi um dos primeiros pedagogos a reconhecer a
importância da educação para o bem-estar e progresso das sociedades europeias
mediante a actualização dos métodos pedagógicos aplicados e bem sucedidos em outros
países europeus. Criou então um questionário pormenorizado para recolher informações
e recomendou a organização de visitas de estudo de funcionários do sector da educação
a outros países. O objectivo desse projecto consistia em encontrar melhores métodos
educativos para colocar em prática em países considerados menos desenvolvidos, com
base na observação de países mais avançados. O projecto, embora não tivesse um
grande sucesso, foi posto em prática e alguns funcionários partiram em visitas de
estudo.
          Os anos passaram e a educação comparada tem vindo a ganhar peso, pois muitos
são os pedagogos e agentes educativos que fazem uso dela. Contudo, esta área das
ciências sociais apresenta algumas dificuldades e riscos. A principal dificuldade prende-
se com o facto de existirem disparidades entre os diversos países que dificultam a
comparação entre os mesmos quer a nível de valores, estruturas, administração ou
organizações. Além disso, quando se extrai um dos elementos de um sistema educativo
e o transpomos para outro, corremos o risco de não obter os mesmos resultados tal
como no contexto original. Devemos ter em conta que o sistema depende
essencialmente do seu contexto social, pois este é mais importante que alguns dos seus
aspectos educativos. Assim, podemos verificar que perante diferentes contextos sociais,
temos forçosamente diferenças a nível educacional.
          Outra dificuldade com que nos deparamos no decorrer de uma visita de estudo é
a objectividade da observação, pois o viajante corre sempre o risco de relatar as
experiências vividas segundo a sua bagagem cultural, ideais, emoções, personalidade,
formação académica, tradições, prioridades e competências a nível da investigação.
Ainda outra dificuldade da Educação Comparada é o facto dos funcionários se
depararem com conceitos que possuem diferentes significados no país estrangeiro,
sendo necessária alguma prudência no decorrer da investigação para não retirar
conclusões erradas.
          A educação comparada avisa aqueles que participam nestas visitas, a prestar
especial atenção à natureza histórica/contextual em que os estabelecimentos e sistemas
educativos se situam e alertam ainda para a possibilidade de uma interpretação ingénua
e superficial. Logo, devemos manter-nos atentos aos limites da nossa observação, e
devemos verificar constantemente a veracidade dos dados adquiridos, de preferência de
alguém inserido no sistema educativo em questão e no contexto social. Actualmente
devemos estar preparados para testar e analisar criticamente as informações recolhidas
tendo em conta o nosso contexto nacional.


       Para que haja uma correcta definição das políticas educativas e para resolver os
problemas no sector da educação são necessárias algumas condições. Umas das mais
importantes é a compreensão do contexto que envolve a instituição investigada, não se
limitando apenas a falar com os professores, funcionários e a visitar as instituições de
ensino, e o enquadramento dos sistemas educativos estrangeiros no nacional de uma
forma contextualizada. Outra condição é a de que as informações sejam fidedignas,
seleccionadas e actualizadas.


Por fim é necessário salientar que para uma visita de estudo decorrer com sucesso é
necessária a sua preparação. Assim sendo, esta contém cinco fases fundamentais: a
primeira abrange a escolha do tema, conteúdo e estrutura da visita de estudo pelas
autoridades do país de acolhimento; a segunda fase refere-se à selecção dos
participantes de acordo com determinados critérios; a terceira corresponde a cooperação
e apoio aos participantes por parte das autoridades do seu país; a quarta fase consiste na
própria visita, que inclui a participação tanto dos participantes como as pessoas
seleccionadas pelas autoridades do país de acolhimento; e por fim a apresentação de
relatórios, tanto às autoridades do país dos participantes como a um vasto grupo de
especialistas no domínio da educação.

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A importância das visitas de estudo

  • 1. Análise do texto “Promover a compreensão da educação em toda a Europa. As visitas de estudo e o contributo da Educação Comparada” de Dimitris Mattheou. Marc-Antoine Jullien de Paris foi um dos primeiros pedagogos a reconhecer a importância da educação para o bem-estar e progresso das sociedades europeias mediante a actualização dos métodos pedagógicos aplicados e bem sucedidos em outros países europeus. Criou então um questionário pormenorizado para recolher informações e recomendou a organização de visitas de estudo de funcionários do sector da educação a outros países. O objectivo desse projecto consistia em encontrar melhores métodos educativos para colocar em prática em países considerados menos desenvolvidos, com base na observação de países mais avançados. O projecto, embora não tivesse um grande sucesso, foi posto em prática e alguns funcionários partiram em visitas de estudo. Os anos passaram e a educação comparada tem vindo a ganhar peso, pois muitos são os pedagogos e agentes educativos que fazem uso dela. Contudo, esta área das ciências sociais apresenta algumas dificuldades e riscos. A principal dificuldade prende- se com o facto de existirem disparidades entre os diversos países que dificultam a comparação entre os mesmos quer a nível de valores, estruturas, administração ou organizações. Além disso, quando se extrai um dos elementos de um sistema educativo e o transpomos para outro, corremos o risco de não obter os mesmos resultados tal como no contexto original. Devemos ter em conta que o sistema depende essencialmente do seu contexto social, pois este é mais importante que alguns dos seus aspectos educativos. Assim, podemos verificar que perante diferentes contextos sociais, temos forçosamente diferenças a nível educacional. Outra dificuldade com que nos deparamos no decorrer de uma visita de estudo é a objectividade da observação, pois o viajante corre sempre o risco de relatar as experiências vividas segundo a sua bagagem cultural, ideais, emoções, personalidade, formação académica, tradições, prioridades e competências a nível da investigação. Ainda outra dificuldade da Educação Comparada é o facto dos funcionários se depararem com conceitos que possuem diferentes significados no país estrangeiro, sendo necessária alguma prudência no decorrer da investigação para não retirar conclusões erradas. A educação comparada avisa aqueles que participam nestas visitas, a prestar especial atenção à natureza histórica/contextual em que os estabelecimentos e sistemas
  • 2. educativos se situam e alertam ainda para a possibilidade de uma interpretação ingénua e superficial. Logo, devemos manter-nos atentos aos limites da nossa observação, e devemos verificar constantemente a veracidade dos dados adquiridos, de preferência de alguém inserido no sistema educativo em questão e no contexto social. Actualmente devemos estar preparados para testar e analisar criticamente as informações recolhidas tendo em conta o nosso contexto nacional. Para que haja uma correcta definição das políticas educativas e para resolver os problemas no sector da educação são necessárias algumas condições. Umas das mais importantes é a compreensão do contexto que envolve a instituição investigada, não se limitando apenas a falar com os professores, funcionários e a visitar as instituições de ensino, e o enquadramento dos sistemas educativos estrangeiros no nacional de uma forma contextualizada. Outra condição é a de que as informações sejam fidedignas, seleccionadas e actualizadas. Por fim é necessário salientar que para uma visita de estudo decorrer com sucesso é necessária a sua preparação. Assim sendo, esta contém cinco fases fundamentais: a primeira abrange a escolha do tema, conteúdo e estrutura da visita de estudo pelas autoridades do país de acolhimento; a segunda fase refere-se à selecção dos participantes de acordo com determinados critérios; a terceira corresponde a cooperação e apoio aos participantes por parte das autoridades do seu país; a quarta fase consiste na própria visita, que inclui a participação tanto dos participantes como as pessoas seleccionadas pelas autoridades do país de acolhimento; e por fim a apresentação de relatórios, tanto às autoridades do país dos participantes como a um vasto grupo de especialistas no domínio da educação.