SlideShare a Scribd company logo
1 of 29
Download to read offline
Fundamentos de Podologia

F

Capítulo I – História da Podologia
1. Introdução
Ciência cuja atuação concentra-se na anatomia,
fisiologia e patologia dos pés.
A prática de curar os pés não é nova, no Egito, o
rei Amenophis contava no seu palácio com membros
servidores: perfumistas, médicos, penteadores e os que se
dedicavam à atenção dos pés.
Pesquisas

históricas

também

demonstram

atividades laborativas com a mesma similaridade na
cultura romana da Antiguidade.
Aliás, em alguns campos, os romanos foram
realmente originais, por exemplo, na arquitetura. Também
foram originais fazendo ótimas estradas pavimentadas e
aquedutos. Construir grandes estádios foi invenção deles.
A originalidade romana revela-se bem marcante nas táticas e estratégias militares. Não foi à toa que
mantiveram uma invencibilidade bélica por séculos a fio. Os romanos foram criativos na administração pública e muito
do que os governos utilizam hoje em dia foi copiado deles. O Direito Romano é célebre, as leis, a maneira de fazê-las,
as idéias jurídicas, tudo o que caracteriza a ciência do Direito
nasceu com os romanos.
E com a Podologia também não seria diferente.
Além de tudo isso. Os romanos foram também os primeiros a
unificar a Europa. O idioma deles, o Latim, é a base de várias
línguas européias, mesmo idiomas não latinos, como o
inglês, possuem palavras de origem latina.
Sabe-se que a 2ª esposa do imperador Nero sofria
de uma enfermidade nos pés, que foi tratada por Cayus, um
soldado romano que exercia a atividade de pedicuro. Este
feito valeu

ao soldado-pedicuro Cayus o título de calista,

denominação que os podólogos passaram a ter, durante
muitos séculos e até o final do século XX, no Brasil.
A Idade Média, injustamente conhecida
como “a Idade das Trevas”, essa classificação foi
elaborada

pelos

homens

renascentistas

que

desejavam atribuir para si a construção dos sistemas
de pensamento do mundo, para isso criaram a idéia
de que a Idade Média fora um período de “trevas”,
sem nenhuma produção do conhecimento, apenas de
obscurantismo. A Idade Média é muito mais do que o
feudalismo europeu, no Oriente houve um grande
progresso técnico e cultural que se espalhou pelo
Ocidente. O mundo islâmico, indiano, chinês e de
outros

povos

foi

pontilhado

por

descobertas

significantes que iam dos algarismos ao astrolábio, à
pólvora, ao papel, aos medicamentos, ao aço, à bússola e muito mais. Foi justamente neste cenário que surgiu um

Página 1
Fundamentos de Podologia

F

novo personagem: o barbeiro. Este profissional era um misto de médico, calista, cabeleireiro e dentista. Era um
ambulante conhecido e esperado por onde ele passava. Tornou-se inspiração até mesmo para artistas plásticos, que o
retrataram e cujas obras encontram-se em museus famosos, como o British Museum.
O período que compreende os séculos XVII, XVIII, XIX e XX foi muito profícuo para a Podologia. Surgiram vários,
eminentes e renomados calistas, também conhecidos como quiropodistas (aqueles que tratam dos pés com as mãos),
e, com eles, vieram à tona diversas obras e acontecimentos que elevaram a Podologia (esta designação só foi usada
muito tempo depois, sendo a forma como a profissão é reconhecida nos dias de hoje) ao reconhecimento social e
acadêmico no evoluído contexto europeu daquela época.

2. Algumas citações importantes para a História da Podologia:
• 1840: Dr. Isacaar Zacharie foi nomeado pelo
presidente

Abraham

Lincoln,

que

padecia

de

problemas nos pés, pedicuro general do exército dos
Estados Unidos.
• 1865:

fundação

da

primeira

associação

de

profissionais dos Estados Unidos: New York Pedic
Society.
• 1913:

fundação

da

primeira

sociedade

de

quiropodistas da Inglaterra, tendo como presidente o
quiropodista F.G.V. Runting, que cuidava das rainhas
Alexandra e Maria. Runting, segundo Weinstein, é
considerado o fundador das práticas modernas de
quiropodia, ou seja, da podologia.
• 1914: fundação da primeira escola de podologia dos
Estados Unidos: California College of Chiropody.
• 1915: foi criada a primeira escola universitária de
podologia dos Estados Unidos: Temple University of
Philadelphia.
• 1935: o Uruguai foi o primeiro país da América do
Sul a oficializar a podologia (existem escolas técnicas e
universitárias de podologia).
• 1937: criou-se a Liga Argentina de Pedicuros. Nesse país a podologia conta com formação profissionalizante e
podologia universitária.
• 1948: o governo inglês instituiu o National Health Service (Serviço Nacional de Saúde), deixando de lado os
quiropodistas, porém a sociedade exerceu pressões que levaram o governo, em 1959, a estabelecer serviços de
podologia para a população.
• 1955: foram criadas a Faculdade de Medicina da Universidade de Barcelona e a Escola de podologia, outorgando
títulos de podólogos desde o ano de 1962.
• 1957: houve mudança na denominação: a quiropodia passou a ser conhecida como podologia, forma como foi
reconhecida oficialmente em 1963, excluindo-se totalmente a antiga denominação.
• 1968: a podologia foi oficializada no Chile.
• 1968: criou-se a primeira associação de podólogos do Brasil.
• O decreto-lei número 11.883, de 18 de março de 1941, do governador do estado de São Paulo, e o decreto-lei
número 10.068, de 23 de março de 1939, regulamentam o exercício e a formação do profissional enfermeiro-pedicuro,
estabelecendo que era preciso comprovar o exercício da profissão desde 05 anos antes da data de 22 de janeiro de

Página 2
Fundamentos de Podologia

F

1934, nos termos do decreto-lei número 23.774, tornando necessário comprovar a prática da pedicuria por meio da
assinatura de três clínicos de nomeada e juízo da diretoria do serviço de enfermagem.
A palavra Podologia deriva do grego: “podo” significa pé e “logos” significa tratado. Assim, podemos definir
Podologia como “estudo e tratamento dos pés”.
Tal como noutras ciências da saúde, verificou-se nos últimos tempos uma grande evolução na qualidade e no
tipo de serviços prestados nesta área, o que faz com que a definição anterior se torne insuficiente para caracterizar a
Podologia no seu estado atual.
Esta evolução foi possível também graças à aplicação de novas tecnologias nos métodos de diagnóstico e
aplicação de novos tratamentos, tornando a Podologia numa área da saúde altamente especializada, que nada tem a
ver com simples tratamentos de estética, como algumas pessoas pensam, por falta de informação.
Assim, de forma mais rigorosa, pode-se definir Podologia como o ramo das ciências da saúde que tem por
objetivo a prevenção, o estudo, a investigação e o tratamento dos processos patológicos do pé.

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.

Capítulo II – Conceito de Podologia como Profissão
1. O que é um Podologista / Podólogo?
As três designações são muito semelhantes mas em
terminologia da saúde têm significado diferente ('Ologo' diz
respeito aquele que estuda; 'Ista' diz respeito à ciência e 'Iatra'
significa médico), apenas foram adotadas de forma distinta para
definir os diferentes graus de habilitações acadêmicas.

3. Porque é tão importante estudar os pés?
Os pés são o único ponto básico do aparelho locomotor, que assegura
a posição erguida (bípede), intervindo nesta função os músculos que atuam
sobre a cabeça e tronco, as ancas e as pernas. Qualquer alteração da dita
posição significa a afetação de todos os elementos que contribuem para a
dinâmica do corpo.
Daqui se conclui que o estudo do pé não pode ser isolado do restante
aparelho locomotor; como estrutura complexa que é, necessita do suporte,
apoio e iteração de ciências distintas que complementam esta formação
integrada.
Os pés são também a base de sustentação do organismo humano, são
eles que suportam o peso do corpo, ficando sujeitos a uma enorme tensão.
Além de suportarem o peso do corpo, os pés estão sujeitos a um enorme
desgaste.

Página 3
Fundamentos de Podologia

F

4. Quais são as funções do Pé?
O pé é o principal suporte do peso do corpo. Basicamente
tem duas funções distintas: uma em estática (quando o indivíduo se
encontra parado e de pé), e outra em dinâmica (quando o indivíduo se
encontra em movimento).
A função em estática diz respeito à distribuição de forças que
o peso do corpo faz incidir sobre os pés.
A função em dinâmica é bastante complexa porque engloba o
estudo da mecânica dos pés e de todo o corpo – Biomecânica – mas de
uma forma básica pode ser descrita como um “motor ativo”, porque
permite a propulsão, o caminhar, correr, saltar, etc. A função dinâmica
é também amortecedora das pressões que chegam ao pé durante a
marcha, a corrida e o salto. Por permitir a adaptação a movimentos
complexos e especializados o pé pode ser chamado de “técnico
especializado.”
Como se pode ver o pé é uma estrutura de enorme importância para o nosso corpo, permitindo a interação do
corpo com o solo e com o meio que nos rodeia, tornando-nos capazes de executar movimento e de captar e perceber
estímulos que nos são enviados pelo exterior.

5. Em concreto, de que problemas trata a Podologia?
A Podologia dedica-se ao estudo do pé em diferentes áreas, tais como:
• Dermatopodologia (alterações da pele e unhas);
• Ortopodologia (ortopedia do pé);
• Biomecânica (estudo estático e dinâmico do pé);
• Podologia Infantil (tratamento do pé na criança);
• Podologia Desportiva (estudo funcional do pé do desportista);
• Podologia e Pé de Risco (pé diabético; pé reumático, entre outros);
• Podologia Geriátrica (intervenção no pé do idoso)
• Podologia Preventiva (prevenção em diversos âmbitos: desporto, Diabetes, Reumatismo...);
De forma sucinta, podemos destacar:
Alterações da pele
• Calosidades (helomas, tilomas, hiperqueratoses)
• Micoses (dermatomicoses; ex.: Pé de Atleta)
• Úlceras, Feridas, Gretas
• Verrugas, Papiloma vírus (“Cravos”)
• Pele seca e descamativa (xeroses; desidrose;)
• Excesso de Transpiração e Mau Cheiro (hiperidrose, bromoidrose)
Alterações das Unhas
• Unhas Encravadas
• Micóticas (onicomicoses)
• Engrossadas (onicogrifoses)
Alterações do Pé
• Alterações Biomecânicas (Esporão do Calcâneo; Fascite Plantar; Pé Cavo; Pé Plano/Chato;)
• Estudo da Marcha (Caminhar Incorreto e/ou com Dor)

Página 4
Fundamentos de Podologia

F

• Deformidades dos Dedos e Joanetes
• Dismetrias e Heterometrias (Pernas de Diferentes Tamanhos)
• Palmilhas, Próteses e Elementos Ortopédicos Personalizados
Pé do Adulto
• Pé Reumático
• Pé Vascular
• Pé Neurológico
• Pé do Idoso
Pé Diabético
• Feridas e Úlceras Típicas
• Alterações Estruturais
• Palmilhas Preventivas
Pé da Criança
• Apoio Incorreto dos Pés
• Juntar os Joelhos
• Cansaço Excessivo dos Pés
• Alterações Dérmicas
• Dores Generalizadas
• Más Formações Congênitas (Pé Zambo; Espinha Bífida;)
• Palmilhas Corretivas ou Compensatórias
Pé do Desportista
• Lesões e Traumatismos (Entorses; Tendinites; Contusões;)
• Estudo da Marcha
• Estudo do Apoio do Pé
• Palmilhas Personalizadas

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.

Capítulo IV – Anamnese
1. Conceito
Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é
uma entrevista realizada pelo médico ao seu paciente, que tem a intenção
de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. Em outras palavras,
é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com
a doença e à pessoa doente.
Uma anamnese, como qualquer outro tipo de entrevista, possui
formas ou técnicas corretas de serem aplicadas. Ao seguir as técnicas podese aproveitar ao máximo o tempo disponível para o atendimento, o que
produz um diagnóstico seguro e um tratamento correto. Sabe-se hoje que a anamnese, quando bem conduzida, é
responsável por 85% do diagnóstico na clínica médica, liberando 10% para o exame clínico (físico) e apenas 5% para os
exames laboratoriais ou complementares.
Após a anamnese é realizado o exame físico, onde se procuram os sinais e sintomas da doença.

Página 5
Fundamentos de Podologia

F

2. Entrevista
Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e
o entrevistado) onde perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação
do entrevistado. Os repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas
declarações que validem as informações apuradas ou que relatem situações vividas
por personagens.
No caso do podólogo, a entrevista será um momento crucial para coléta de
dados. Será a ferramenta fundamental para estudar o caso do paciente e propor, através de uma nálise minunciosa, o
melhor tratamento ou orientação possível.
Após coletar os dados do paciente o avaliador irá realizar um comparativo das informações obtidas com as
encontrados no exame físico do paciente para, assim, fechar o diagnóstico.

2.1 Métodos de entrevista
Os métodos de entrevista são uma aplicação dos processos fundamentais de comunicação que quando são
corretamente utilizados permitem ao investigador retirar das suas entrevistas elementos de reflexão muito ricos.
O método das entrevistas está sempre relacionado com um método de análise de conteúdo. Quantos mais
elementos de informação conseguirmos aproveitar da entrevista, mais credível será a nossa reflexão.

2.2 PacienteCliente
Paciente é aquela pessoa que consulta o médico ou o profissional da área de saúde.
Pacientes especiais são todos aqueles indivíduos que se desviam fisica, intelectual, social e emocinalmente
daquilo que se considera padrão de normalidade.

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.

Capítulo III - Exame físico
1. Conceito
Exame físico ou exame clínico é o conjunto de técnicas e manobras de
alguns profissionais de saúde com o intuito de diagnosticar uma doença ou
problemas de funcionalidade, entre outros. Os profissionais de saúde que se
utilizam desse instrumento visam a detecção de anormalidades para possíveis
intervenções e para prevenção do agravamento do estado do paciente.
Quase sempre realizado depois de uma anamnese, o exame físico pode
utilizar aparelhos, tais como: estetoscópio, esfigmomanômetro, termômetro, entre
outros, com o objetivo de melhor avaliar um órgão ou sistema na busca de
mudanças anatômicas ou funcionais que são resultantes da doença. Além disso,
serve para a constatação do bom funcionamento dos sistemas.
O exame físico pode ser geral ou focal e se divide em quatro etapas:
inspeção, ausculta, palpação e percussão. Essas técnicas podem ser aperfeiçoadas
com paciência, prática e perseverança. Vale ressaltar que o sentido do exame
deve ser céfalo-podálico ("indo da cabeça para os pés").

Página 6
Fundamentos de Podologia

F

Inspeção: exige a utilização do sentido da visão. Tem como objetivos detectar dismorfias, distúrbios do
desenvolvimento, lesões cutâneas, presença de catéteres e tubos ou outros dispositivos.
Palpação: obtenção do dado através do tato e da pressão (para regiões mais profundas do corpo). Identifica
modificações na estrutura, espessura, consistência, volume e dureza.
Percussão: através de pequenos golpes, é possível escutar sons. Cada estrutura tem um som característico. Os
sons obtidos podem ser: maciço (onde o local tocado é "duro", pode indicar hemorragia interna ou presença de
secreções), timpânico (indica presença de ar), som claro pulmonar (indica presença de ar nos alvéolos)
Ausculta: procedimento que detecta sons do organismo, só que diferente da percussão, esse procedimento
usa aparelhos para auxílio, por exemplo o estetoscópio.

2. Inspeção
Método de observação usado durante os exames físicos. A inspeção, ou "observação do paciente", é o
primeiro passo no exame de um paciente ou de uma parte de seu corpo.

3. Palpação
Método de "sentir" com as mãos, utilizado durante o exame físico. O médico toca e sente com as mãos a
parte do corpo do paciente para examinar seu tamanho, consistência, textura, localização e sensibilidade.

4. Auscultação
Método utilizado para "escutar" os sons do organismo durante um exame físico. A auscultação pode ser
realizada ao escutar-se com o ouvido, mas normalmente é realizado com o auxílio de um estetoscópio. Os médicos
auscultam rotineiramente os pulmões, o coração e os intestinos para avaliar a freqüência, intensidade, duração, número
e qualidade dos sons. Os médicos também utilizam a auscultação para escutar os sons do coração dos fetos.

5. Percussão
Método de dar “pancadinhas" com as mãos, dedos ou instrumentos pequenos em partes do corpo durante o
exame físico, para avaliar o tamanho, consistência, bordas e presença ou ausência de fluido nos órgãos. A percussão de
uma parte do corpo produz um som (como tocar um tambor) que indica o tipo de tecido dentro do órgão. O "som" dos
pulmões é oco na percussão, pois estão cheios de ar. Ossos e articulações têm um "som" sólido. O abdome "soa" como
um órgão oco cheio de ar, fluidos ou sólidos.

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.

Capítulo V - Diagnóstico
1. Conceitos
Diagnóstico
[dia="através

de,

(pelo
durante,

latim
por

diagnosticu
meio

=

de"]+

[gnosticu="alusivo ao conhecimento de"]), vem a ser:
1. Conhecimento (efetivo ou em confirmação) sobre
algo, ao momento do seu exame; ou
2. Descrição minuciosa de algo, feita pelo examinador,
classificador ou pesquisador; ou

Página 7
Fundamentos de Podologia

F

3. Juízo declarado ou proferido sobre a característica, a composição, o comportamento, a natureza etc. de algo, com
base nos dados e/ou informações deste obtidos por meio de exame.
Também se costuma dizer (sinonímia) diagnose, com o mesmo significado. Exemplo imediato é o uso em
Medicina.
Em compreensão ampla (lato sensu), diagnóstico (diagnose) é complemento lógico de prognóstico
(prognose), seu conexo lógico, e pode referir-se a qualquer uma das modalidades das áreas de conhecimento a seguir.

2. Doença
Doença (do latim dolentia, padecimento) é uma
condição anormal de um organismo que interfere nas funções
corporais e está associada a sintomas específicos. Pode ser
causada por fatores externos, como outros organismos (infecção),
ou por desfunções ou malfunções internas, como as doenças
autoimunes. A patologia é a ciência que estuda as doenças e
procura entendê-las.
Resulta da consciência da perda da homeostasia de um
organismo vivo, total ou parcial, estado este que pode cursar
devido

a

infecções,

inflamações,

isquémias,

modificações

genéticas, sequelas de trauma, hemorragias, neoplasias ou disfunções orgânicas. Distingue-se da enfermidade, que é a
alteração danosa do organismo. O dano patológico pode ser estrutural ou funcional.
O médico faz a anamnese e examina o paciente a procura de sinais e sintomas que definem a síndrome da
doença, solicita os exames complementares conforme suas hipóteses diagnósticas, visando chegar a um diagnóstico. O
passo seguinte é indicar um tratamento.

2.1 Doença é um conceito complexo e multifacetado.
•

Conceito do senso comum: A palavra tem em linguagem quotidiana diferentes significados, muitas vezes distintos

do significado médico.

•

Conceito jurídico: Doenças têm dão a seus portadores determindos direitos (ex. não ir ao trabalho) e implica em

deveres para várias instituições (seguros de saúde, previdência social, empregador);

•

Conceito social: ser "doente" implica um determinado papel social que provoca em outras pessoas compaixão,

atenção, apoio. Além disso certos tipos de comportamento geralmente indesejáveis são aceitos (resmungar, não
participar de atividades sociais);

•

Conceito acional: o ter uma doença conduz a um determinado tipo de comportamento e a determinadas ações

(procurar um médico, tratamento);

•

Conceito profissional: A classificação de um fenômeno como doença implica que somente algumas classes

profissionais podem realizar seu tratamento;

•

Conceito antropológico: Doença é uma forma de experiência humana como a felicidade, tristeza, luto, morte.
Por isso se fala hoje de um conceito bio-psico-social, ou seja uma doença deve ser vista sob diferentes pontos

de vista, de acordo com os diferentes fatores que a influenciam:

• Fatores biológicos - como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam o
desenvolvimento corporal em geral, o funcionamento do organismo e o metabolismo, etc.;

• Fatores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reações emocionais, processos cognitivos
e interpretação das percepções, etc.;

Página 8
Fundamentos de Podologia

F

• Fatores socioculturais - como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural,
influência do círculo familiar, de amigos, modelos de papéis socias, etc.

2.2 Sinais
Para a área de saúde, sinais são as alterações no metabolismo, no aspecto
de uma pessoa, em sua conformação física, que podem ser indicadoras de
adoecimento e podem ser percebidas ou medidas pelo profissional de saúde. Difere
de sintomas que são as alterações que apenas o paciente pode perceber.
A Semiologia, ou Semiótica é a disciplina que dedica-se ao estudo dos
sinais e sintomas.
A caracterização dos sinais baseia-se em sete príncípios ou componentes
dos sinais, a saber:
1. Cronologia é a identificação dos aspectos relacionados ao tempo e sequência de
evolução dos sinais como a hora do dia, períodos de melhora ou piora.
2. Localização Corporal não é apenas determinar o local dos sinais mas também determinar qual o sistema orgânico
acometido.
3. Qualidade dos sinais, ao contrário dos sintomas, é de mais fácil determinação, uma vez que o observador tem como
visualizar ou medir os sinais.
4. Quantidade é a descrição da intensidade, frequência, número de vezes em que o fenômeno ocorreu, intervalo entre
os episódios, volumes de secreções, abaulamentos, edemas.
5. Circunstâncias em que o sinal ou sinais ocorrem, como local, atividade que exerce no momento da ocorrência do
sinal, exposição a fatores ambientais, ingestão de alimentos, por exemplo.
6. Fatores Agravantes ou Atenuantes, embora claramente compreendidos, exigem do examinador a ciência exata das
relações entre os sinais e os fatores que neles interferem, de modo a poder selecionar e identificar, sem sugestionar o
paciente, aquilo que realmente interfere ou não com o sinal.
7. Manifestações Associadas podem ajudar até mesmo na identificação de Síndromes, uma vez que nem sempre o
paciente tem a noção da importância da ocorrência de um fenômeno simultâneo a outro.
São exemplos de sinais:

• Icterícia (coloração amarelada da pele)
• Alopécia (perda de pelos e cabelos)
• Fácies (aparência facial)
• Febre.

2.3 Sintoma
Sintoma é qualquer alteração da percepção normal que uma
pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas
sensações, podendo ou não consistir-se em um indício de doença.
Sintomas são frequentemente confundidos com sinais, que
são as alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente
um profissional de saúde. A diferença entre sintoma e sinal é que o
sinal é aquilo que pode ser percebido por outra pessoa sem o relato
ou comunicação do paciente e o sintoma é a queixa relatada pelo
paciente mas que só ele consegue perceber.

Página 9
Fundamentos de Podologia

F

Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação do próprio paciente. A variabilidade descritiva dos sintomas
varia enormemente em função da cultura do paciente, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias
percepções.
Quando de um atendimento de alguém por um profissional de saúde, compete ao profissional saber colher as
informações necessárias ao pleno conhecimento das características dos sintomas.
Chama-se Semiologia ou Semiótica a disciplina que cuida do estudo dos Sinais e Sintomas e sua repercussão
no entendimento da saúde ou doença de cada pessoa.
Identificação dos Sintomas
A identificação dos Sintomas faz-se essencialmente, pelo
interrogatório do paciente, pois, sem seu relato ou qualquer outra
forma de comunicação lúcida, é impossível conhecê-los. Em poucas
áreas do conhecimento da saúde, como a Neonatologia, por
exemplo, não ocorre a identificação dos sintomas, uma vez que o
seu paciente, recém nascido, não se comunica de modo lúcido. A
etimologia da palavra (Sintoma) vem do grego. 'Sin' = junção e
'Tomo' = pedaços. Ou seja, a palavra sintoma tem a ver com juntar
as peças de várias sinalizações orgânicas ou psíquicas, mediante
um doença; assim como num quebra-cabeças.
Sintomas
Assim como os sinais, os sintomas também podem ser caracterizados segundo sete princípios, mas com
interpretação diferente, a saber:
1. Cronologia é a identificação dos aspectos relacionados ao tempo e sequência de evolução dos sintomas como a hora
do dia, o dia do ciclo menstrual, etc;
2. Localização Corporal não é apenas determinar o local dos sintomas mas sua irradiação e profundidade. Deve-se ter
em mente que as pessoas nomeiam partes do seu corpo de modo diferente, conforme seu próprio conhecimento.
3. Qualidade é um dos aspectos mais difíceis de se determinar, uma vez que conta com a descrição que o paciente faz
de suas percepções. As comparações que muitas vezes são feitas remetem à memória individual, às experiências de
cada um de nós. Por exemplo, a sensação de calor varia em função da hereditariedade, da região onde mora, etc.
4. Quantidade é a descrição da intensidade, frequência, número de vezes em que o fenômeno ocorreu, intervalo entre
os episódios, volumes de secreções, abaulamentos, edemas.
5. Circunstâncias em que o sintoma ou sintomas ocorrem, como local, atividade que exerce no momento da ocorrência
do sintoma, exposição a fatores ambientais, ingestão de alimentos, por exemplo.
6. Fatores Agravantes ou Atenuantes, embora claramente compreendidos, exigem do examinador a ciência exata das
relações entre os sintomas e os fatores que neles interferem, de modo a poder selecionar e identificar, sem sugestionar
o paciente, aquilo que realmente interfereou não com o sintoma.
7. Manifestações Associadas podem ajudar até mesmo na identificação de Síndromes. Como nem sempre o paciente
tem a noção da importância da ocorrência de um fenômeno simultâneo a outro, compete ao médico o interrogatório e
a associação dos eventos.
Exemplos de sintomas

• Sede

• Inapetência (perda de apetite)

• Fome

• Alterações do paladar

• Dor

• Astenia (fraqueza)

• Urgência miccional

• Tontura e vertigem

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.
Página 10
Fundamentos de Podologia

F

Capítulo VI – Terapias Utilizadas na Podologia
1. Termoterapia
A termoterapia é a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulta no aumento ou
diminuição da temperatura dos tecidos corporais estimulando a termorregulação corporal. É praticada principalmente
por fisioterapeutas, já que estes são profissionais que utilizam recursos físicos e naturais para avaliar e tratar seus
pacientes. O organismo humano é homeotérmico, ou seja, mantém sua temperatura entre certos limites fisiológicos.
Para que a temperatura seja mantida dentro destes limites, ela é regulada através de mecanismos de aquecimento e
resfriamento, activados pelo cérebro. Estes mecanismos quando activados aceleram o metabolismo basal e com isso a
queima de calorias favorecendo assim o emagrecimento e a diminuição da gordura.

1.2 Tipos de termoterapia
Hipertermoterapia
Hipertermoterapia

significa

terapia

com

calor. É a aplicação de qualquer substância que
provoque o aumento da temperatura dos tecidos
estimulando a termorregulação corporal. O sistema
termostático utiliza três mecanismos importantes para
reduzir o calor corporal quando há o aumento
excessivo da temperatura:

• Vasodilatação plena que consegue aumentar a
transferência de calor para a pele até 8 vezes;

• Transpiração e evaporação de água;
• Aumento da trocas metabólicas favorecendo a
absorção de cosméticos.
O calor provoca estímulo geral do metabolismo celular com aumento da síntese protéica e da actividade
enzimática com modificações da permeabilidade da membrana celular. A hipertermoterapia é indicada para redução do
peso, celulite, modelação do corpo e em tratamentos corporais que requeiram o uso de calor localizado (como redução
de dor em musculopatias crônicas).
Crioterapia
Crioterapia é o termo usado para descrever a terapia utilizando o
frio e a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulte em
remoção do calor corporal, diminuindo, assim a temperatura dos tecidos. Ela
abrange uma grande quantidade de técnicas específicas que utiliza o frio na
forma líquida (água), sólida (gelo) e gasosa (gases) com o propósito
terapêutico de retirar o calor do corpo induzindo a um estado de hipotermia
para favorecer uma redução da taxa metabólica local e promover a
diminuição das necessidades de oxigênio pelas células. Alguns autores
consideram-na como uma forma de Hidroterapia. O mecanismo
termostático adota, no frio, três mecanismos exatamente opostos ao da
hipertermoterapia:

• Vasoconstrição cutânea;

Página 11
Fundamentos de Podologia

F

• Diminuição da sudorese e aumento do tônus muscular, resultando em calafrios;
• Diminuição das trocas metabólicas.
Os efeitos fisiológicos causados pelo uso da crioterapia são: anestesia,
redução da dor, redução do espasmo muscular, redução de hematomas e
equimoses, melhora a amplitude de movimento, redução da inflamação em
processos agudos e quebra do ciclo dor-espasmo-dor. A crioterapia é indicada para
tratar flacidez de pele, reduzir edemas e hematomas pós-operatórios e aumentar a
rigidez muscular.

2. Eletroterapia
Eletricidade:
Podemos dizer que eletricidade é uma forma de energia. A
energia é definida como capacidade de trabalho, portanto é um
potencial armazenado. Desde a antiguidade, fenômenos físicos,
envolvendo a eletricidade, vêm sendo observados. Todavia, somente
nos últimos séculos é que os cientistas passaram a entendê-los melhor.
Para explicar certas atrações e repulsões entre as massas dos
objetos, atribuímos a eles uma propriedade chamada de carga elétrica.
Ela pode ser de dois tipos: positiva ou negativa.
O conjunto de cargas em movimento é denominado: corrente
elétrica.
Alta-freqüência:
Quando a freqüência das etapas de intensidade de uma
corrente elétrica, ultrapassa alguns centésimos de ampéres, provocam
reações no organismo humano.
Quanto mais rápida a freqüência das etapas, chegando à cifra de 1.000 por segundo ou mais, ela atravessa o
organismo, dando a impressão de calor. É o que acontece com a corrente de alta-freqüência, pois pela rapidez de
alternâncias, neutraliza qualquer efeito químico e faz com que a percepção sensível seja impossível.
Somente se percebe o fenômeno que resulta, na elevação da temperatura. A estética começou a utilizar esse
equipamento em 1938, na França, hoje em dia é um dos auxiliares indispensáveis para o profissional, pela amplitude
de sua utilização.
O aparelho gera corrente elétrica de intensidade controlada e indolor. Possui uma bobina de alta tensão
conectada a um eletrodo de vidro, que contém um gás, produzindo um fluxo de luz fraca e faíscas que, ao entrarem em
contato com o ar, liberam átomos de oxigênio, gerando o ozônio (O3).
Ozônio:Tem sua origem não como produto químico, mas como gás. É um gás com odor penetrante, que se
dissolve rapidamente em contato com o ar.
É uma forma instável do oxigênio, na qual 3 átomos, combinados, formam a molécula O3. Se a luz solar não
fosse filtrada pela camada de ozônio, a vida na Terra não seria possível.
Aplicação do ozônio:
• Na Medicina: Possui propriedades bactericida, bacteriostática (controla a proliferação de certas bactérias), fungicida,
viruscida e cicatrizante. Vem sendo usada com eficácia desde 1930, no tratamento de diversas afecções da pele e na
fisioterapia.
• Na conservação de frutas e carnes.

Página 12
Fundamentos de Podologia

F

• Na odontologia, no tratamento da água mineral.
• Na purificação de ar e renovação do ar confinado.
• Na esterilização de ambientes.
• No tratamento de águas industriais.
• Na estética, o vapor é utilizado há aproximadamente 16 anos.
• Na podologia, Penetra no corpo humano pelas vias: pulmonares, mucosas e cutâneas.
• Pela pele, penetra de acordo com o estado de hidratação, considerando sua espessura.
As principais ações do ozônio são:
• bactericida (destrói algumas bactérias que colonizam a pele);
• viruscida (cauteriza verrugas),
• fungicida (destrói certos fungos) e hemostática (cauterizante). É um desinfetante poderoso e eficaz.
• Favorece a circulação local e geral, regenerando assim, a epiderme.
IMPORTANTE: A utilização do ozônio em pequenas concentrações, quase não apresenta contra-indicação. São
utilizados três tipos de gases que dão cor aos eletrodos.
São eles:
• NEON: Possui coloração laranja- avermelhada e é indicado para peles sensíveis e delicadas.
• CHENON: Possui coloração azulada e uma ação mais agressiva sobre a pele. É indicado para peles menos sensíveis.
• ARGON: Possui coloração azul-arroxeada e é indicado para peles mistas.

3. Ultrassom terapêutico
Ultra-som terapêutico é a vibração sonora de freqüências superior
a vinte mil ciclos por segundo, não audível pelo homem. Sons abaixo dos
20Hz são conhecidos como infra-som. O que normalmente estamos
acustumados a ouvir são freqüências de 30 – 4000 Hz, sons de vozes e
música. Na fisioterapia se emprega o US em freqüências de 0,5 a cinco MHz.
As ondas são uma série de compressões e rarefações mecânicas na
direção do trajeto da onda, portanto são chamadas de ondas longitudinais. A
passagem dessas ondas de compressão e rarefação é invisíveis, o que
acontece é a “aproximação” e “separação” das moléculas, balanceando. A
onda não transporta a matéria e sim faz com que a matéria “chacoalhe”
vibrando. No US terapêutico essa vibração faz com que as moléculas
vibrem e quanto maior o movimento molecular maior o calor – já que
temperatura é a agitação das moléculas. Assim como uma britadeira de
quebrar asfalto a energia transferida através das ondas é pelo meio de
colisões.
A velocidade de transmissão dessas ondas dependem de onde
elas “viajam”, por exemplo a luz viaja mais rápido no ar do que na água.

4. Laser
O laser é uma luz com características muito especiais, que lhe conferem propriedades terapêuticas. O laser
emite sempre uma luz pura, sem mistura, diferentemente da luz comum, formada de vários comprimentos de onda.
Existem três tipos de laser:

Página 13
Fundamentos de Podologia

F

Laser Terapêutico
laser terapêutico é utilizado em substituição aos medicamentos ou em conjunto com eles. Ele tira a dor, é
usado como antiinflamatório e ajuda na cicatrização. Outro tipo é o cirúrgico, que remove tecido, corta, vaporiza. Por
isso, pode ser usado em cirurgias, e para a esterilização de lesões. Além desses, existe ainda um laser usado
exclusivamente para diagnóstico.
Com relação ao laser terapêutico, sua vantagem é que, em vez do paciente tomar medicamentos, o laser ativa
o próprio organismo a produzir certas substâncias que podem, muitas, substituí-los. Por exemplo, se o paciente precisa
de cortisona, o laser induz seu organismo a produzir cortisol, então ele não tem de tomar o medicamento, ou pode
tomá-lo em doses reduzidas.

Laser Terapêutico
Laser Cirúrgico
O laser cirúrgico, ao mesmo tempo em que corta o tecido, provoca
coagulação e fechamento de vasos linfáticos e terminações nervosas. Isso quer dizer
que, nessas cirurgias, não há sangramento, há menos edema (inchaço) depois da
cirurgia, e os pacientes têm um pós-operatório muito menos doloroso. Possibilita,
portanto, a realização de cirurgias de modo menos invasivo e agressivo.
Infelizmente, o laser não substitui o motorzinho, o uso do laser em dente, ainda que
muito efetivo, é limitado. Ainda não se podem fazer reparos extensos, como os de
coroas, ou cáries profundas, por exemplo, somente as mais superficiais e manchas.
Não se pode dizer que o laser terapêutico e o cirúrgico substituam
tecnicamente todos os tratamentos convencionais. Eles têm grandes indicações,
porém, como todas as técnicas, têm suas limitações, e às vezes ele funciona apenas
como coadjuvante.

Página 14
Fundamentos de Podologia

F

Laser para diagnóstico
O laser para diagnóstico, opera em uma potência muito baixa,
emitindo uma luz visível que vai até o dente, é absorvida na sua
superfície e emite uma fluorescência, que pode ser mensurada no painel
do aparelho, variando conforme o tipo ou a gravidade da cárie que há
no dente.
O laser odontológico é muito bem indicado para pacientes
portadores de discrasias sangüíneas, diabetes e todas as doenças
degenerativas, obtendo sucesso no tratamento de pacientes portadores de
doenças imunodepressoras. Também não há contra-indicação para o uso em
mulheres grávidas ou pacientes com problemas cardíacos.
Porem, o custo desses aparelhos e dispositivos, além da
necessidade de uma sala apropriada, onera muito o tratamento.

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.

Capítulo VII – Avaliação Postural Através dos Pés
1. Baropodometria
A Baropodometria Eletrônica é um recurso de alta tecnologia que
contribui para avaliação postural de atletas e de pessoas sedentárias. Pode
aplicar-se a indivíduos sadios ou portadores de alguma patologia de
diferentes causas: seja ortopédica, traumatológica e/ou neurológica. Para
melhor entendermos este recurso, começamos pela sua nomenclatura: Baro
significa pressão, Podo é relativo aos pés e Metria é a referência quantitativa
desta avaliação. Enfim, com este exame avaliaremos a distribuição de peso
ou pressão nos pés e relacionaremos os resultados com as alterações
posturais do indivíduo.
Normalmente, os Baropodômetros Eletrônicos

constituem-se de

uma plataforma de mais ou menos 45x57, 5cm para as avaliações estáticas
ou esteiras que podem chegar até 10 metros para as avaliações dinâmicas.
Na sua superfície existem sensores eletrônicos que captam as diferentes
pressões do indivíduo em pé (postura ortostática) ou caminhando. Os dados
coletados são enviados a um Software que ajudará na interpretação dos
valores coletados durante a análise. Numa avaliação estática ou dinâmica,
podemos analisar as seguintes variáveis relacionadas aos pés dos indivíduos: pressões máximas e pressões médias em
kgFcm2, distribuição de peso entre os pés em percentual (%) para cada lado, superfície em cm2, barocentro do pé e da
postura (cm), estabilometria (avalia as oscilações em milímetros dos pés e do corpo nos diferentes planos), tempo do
passo, velocidade e análises em 3D.

1.1 Como a Baropodometria Eletrônica avalia a postura?

Página 15
Fundamentos de Podologia

F
Profissionais, normalmente Fisioterapeutas,
com a formação em Podoposturologia irão avaliar não
apenas os pés com este recurso, e sim todas as
possibilidades

de

alterações

posturais

que

irão

determinar as pressões anormais nos pés. Por exemplo,
pessoas com alterações vestibulares como a labirintite,
alterações visuais como a miopia e astigmatismo,
alterações da ATM (articulação têmporo mandibular)
como o bruxismo, má oclusão, alterações ortopédicas da
coluna como a escoliose, hiperlordose e outras. Assim
como as alterações de quadris, joelhos (varo, valgo e recurvatum) e por fim as alterações típicas dos pés como a
pronação, supinação, pés cavos, pés planos e suas distribuições de peso no antepé, médiopé e retropé que é a região
do calcanhar que tem a função de receber as maiores cargas. Todos estes sistemas influenciam diretamente no
resultado do exame e devem ser considerados.
Diante dos resultados traduzidos por Softwares específicos, a interpretação destes irá determinar a melhor
forma de tratamento para melhora da "geometria" postural. Os pés são nossa base de sustentação e nossa mola
propulsora para o deslocamento, daí sua importância global. Reforço muscular específico, alongamentos, reeducação
postural, relaxamento terapêutico de músculos tensos, treino de resistência da região da cintura pélvica, propriocepção,
palmilhas personalizadas ou mesmo uma melhor indicação para aumento da performance no esporte praticado pelo
indivíduo poderão ser as conclusões deste exame que veio para agilizar e facilitar a reabilitação ou promoção da saúde
dos indivíduos.

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.

Capítulo VIII - Massagem
1. Conceito
É a prática de aplicar força ou vibração sobre tecidos macios do corpo,
incluindo músculos, tecidos conectivos, tendões, ligamentos e articulações para
estimular a circulação, a mobilidade, a elasticidade ou alívio de determinadas dores
corporais.
Por ser uma forma de terapia, também pode ser conhecida como

massoterapia, sendo sua prática permitida no Brasil apenas para fisioterapeutas. Pode
ser aplicada a partes do corpo ou continuamente a todo o corpo, para curar traumas
físicos, aliviar stress psicológico, controlar a dor, melhorar a circulação e aliviar tensão.
Quando a massagem é utilizada para benefícios físicos e mentais, ela pode ser
chamada de “Terapia de Massagem Terapêutica”.

2. Massagem terapêutica
Apesar de haver muitos tipos particulares de massagem, existem apenas alguns tipos básicos e primordiais de
massagem. Há dois grupos grandes que se destacam: as massagens com óleos e as massagens "secas". Depois
começaram a bifurcar-se em centenas de correntes e estilos diferentes, fundindo-se e separando-se em outros tantos
estilos. Hoje em dia existem massagens aplicadas para praticamente todos os fins. Desde massagens para bebês e

Página 16
Fundamentos de Podologia

F

idosos até massagens cosméticas, de rejuvenescimento localizado. As massagens hoje em dia estão cada vez mais
enraizadas nas culturas chegando até mesmo às empresas. Cada vez mais, grandes organizações incorporam nos seus
pacotes de incentivos, massagens inclusive no próprio local de trabalho. A massagem não é exclusividade de
fisioterapeutas.

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.

Capítulo IX – Patologias mais freqüentes para os Podólogos
1. Onicomicose (Micose da Unha)
A onicomicose é uma infecção que atinge as unhas, causada por fungos. As
fontes de infecção podem ser o solo, animais, outras pessoas ou alicates e tesouras
contaminados.
As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, pois o ambiente
úmido, escuro e aquecido, encontrado dentro dos sapatos e tênis, favorece o seu
crescimento. Além disso, a queratina, substância que forma as unhas, é o "alimento"
dos fungos.
Manifestações Clínicas:
1. Onicomicose subungueal distal e lateral é o tipo mais comum de onicomicose. Os dermatófitos predominam nesse
tipo clínico, com envolvimento ocasional por não dermatófito.
2. Onicomicose superficial branca é uma infecção superficial da unha causada primariamente por T. mentagrophytes e,
algumas vezes, pelo mofo Acremonium sp. Esse tipo tem recebido, recentemente, maior atenção por causa da maior
ocorrência em paciente com Aids.
3. Infecção subungueal proximal, freqüentemente afetando as unhas dos dedos das mãos, é primariamente resultado
de infecção por Candida. No paciente portador de Aids, pode ser causada por dermatófito.
4. Onicomicose distrófica total, caracterizada pela total destruição da placa (lâmina) ungueal, é freqüentemente
resultado de infecção dermatofítica.

5. Espessamento: as unhas

6. Leuconíquia: manchas

aumentam de espessura,

brancas na superfície da

7. Destruição e

ficando endurecidas e

unha.

deformidades: a unha fica

grossas. Esta forma, pode se

frágil, quebradiça e se

acompanhar de dor e levar

quebra nas porções

ao aspecto de "unha em

anteriores, ficando

telha" ou "unha de gavião".

deformada.

8. Paroníquia ("unheiro"):
o contorno ungueal fica
inflamado, dolorido,
inchado e avermelhado e,
por conseqüência, altera a
formação da unha, que
cresce ondulada e com
alterações da superfície.

Página 17
Fundamentos de Podologia

F

Como evitar?
Hábitos higiênicos são importantes para se evitar as micoses. Previna-se seguindo as dicas abaixo:

• Não ande descalço em pisos constantemente úmidos (lava pés, vestiários, saunas).
• Observe a pele e o pêlo de seus animais de estimação (cães e gatos). Qualquer alteração como descamação ou
falhas no pêlo procure o veterinário.

• Evite mexer com a terra sem usar luvas.
• Use somente o seu material de manicure.
• Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados.
• Evite meias de tecido sintético, prefira as de algodão.
Tratamento
Os medicamentos utilizados para o tratamento podem ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou
esmaltes. Casos mais avançados podem necessitar tratamento via oral, sob a forma de comprimidos. Os sinais de
melhora demoram a aparecer, pois dependem do crescimento da unha, que é muito lento. As unhas dos pés podem
levar cerca de 12 meses para se renovar totalmente e o tratamento deve ser mantido durante todo este tempo. A
persistência é fundamental para o sucesso do tratamento.

2. Onicocriptose (Unha Encravada)
Onicocriptose é o nome científico que se dá a unha encravada : é a
penetração de espícula (pedaço de unha) dentro da pele,na lateral do artelho
(dedo), quase sempre seguido de inflamação, granuloma piogênico(carne
esponjosa) que é a proliferação de vasos sanguíneos formando uma lesão
tumoral secundária ,de cor avermelhada ou arrouxeada, úmida,de consistência
mole e que sangra facilmente,depois de um traumatismo ,ou seja,é uma defesa
do organismo.
Causa

dor,

odor,

dificuldade

de

calçar,

constrangimento

social(vergonha), sem contar que é uma porta aberta para qualquer outra
bactéria.
As principais causas de onicocriptose são:
•

Corte incorreto das unhas: o corte quando executado por pessoas não habilitadas poderá ser feito incorretamente,

podendo ocasionar uma unha encravada quase sempre com inflamação.
•

Pressão: causada por uso de sapatos inadequados, meias com costuras.

•

Formato de unhas: funil, telha, involuta, etc.

•

Unhas espessas ou com deformidades,

•

Onicomicose (micose de unha) que pode causar deformidade e espessamento das unhas.

•

Traumatismo: torções, queda de objetos sobre a unha ou pisões.

Página 18
Fundamentos de Podologia

F

Tratamento Podológico
Na podologia o procedimento é: análise do problema, faz-se a assepsia
do local, espiculaectomia que é a retirada da espícula (pedaço de unha) que está
ocasionando dor, inflamação ou infecção, realizada com materiais esterilizados e
descartáveis,depois será feito curativos oclusos a base de colagenase, sulfato de
neomicina,

alginato

restabelecimento

do

de

cálcio,

problema.

etc.

Pede-se

Depois

desse

retorno

até

o

completo

procedimento é

adequado

acompanhar o crescimento da unha, para que não haja recidiva.
Caso necessário, hoje a podologia tem alguns recursos para que o
paciente não tenha mais problemas com as unhas:
Órteses são aparelhos ou objetos usados para correção de algum problema:fibras de memória molecular, fio
ortodôntico(ômega) e bracket,elástico,todos com resultados excelentes

modificando o formato da unha e

consequentemente resolvendo o problema.
Anteparos são objetos como:algodão, gaze,guta percha,fibras estéreis,usadas para fazer com que a unha
cresça sem problemas.

3. Doenças com Espessamentos Palmares e Plantares
CALOSIDADES
Hiperqueratoses Adquiridas

Os calos ou calosidades apresentam três formas clínicas distintas: helomas, tilomas e hiperqueratoses.
Dependendo das suas características e da forma como são tratados, podem ou não deixar alterações cutâneas
visíveis e sintomáticas, mas de uma forma geral é possível eliminá-los de forma a que a pele adquira o seu aspecto e
integridade normais.
É importante perceber que os calos surgem em zonas de maior pressão e/ou fricção e são um mecanismo
natural de defesa da própria pele em resposta a estas alterações.
Desta forma só é possível tratar definitivamente um calo ou calosidade se for tratada a alteração que o
origina, seja ela externa, como o calçado inadequado, ou interna, como uma alteração estrutural do pé.
Em qualquer uma das situações a intervenção de um podólogo é indispensável uma vez que, para além da
eliminação do calo ou calosidade, pode-se prevenir o aparecimento da mesma através da confecção de órteses
digitais (normalmente de silicone) e órteses plantares (vulgarmente denominadas de 'palmilhas'), que são os
tratamentos mais indicados para evitar o reaparecimento destas patologias, para tratá-las de forma definitiva.
Contudo, existem cremes queratolíticos e emolientes que ajudam a reequilibrar a pele, podem ser usados em
formas simples de calosidades ou como coadjuvantes de outros tratamentos em formas clínicas mais complexas.

Página 19
Fundamentos de Podologia

F
A hidratação natural da pele é
feita pela camada mais superficial da
pele, chamada camada córnea. Esta
camada é formada por células mortas,
compostas por uma proteína chamada
queratina,
outras,

coladas

bem

umas sobre as

aderidas.

Entre estas

células, justaposto a elas, existe um
cimento que é chamado de barreira
hidro-lipídica.
A

camada

córnea

é

impermeável à água, ou

seja, é

responsável

que

por

impedir

o

organismo perca água para o ambiente
ou que fique encharcado quando submerso na água.
A barreira hidro-lipídica, como o nome já diz, é formada por gorduras (lipídeos) e água, dispostas em
camadas. As camadas de gordura são responsáveis por represar a água e não deixar que ela evapore, enquanto as
camadas de água impedem que a gordura perca sua estrutura e saia do seu lugar. Este mecanismo é responsável pela
hidratação da pele.
A água é quem dá a hidratação à pele, porém a gordura é quem segura a água na pele, promovendo a
hidratação. O uso de sabões, as esfoliações, a exposição ao sol, ao vento e a água removem a gordura e algumas
células da camada córnea, causando o ressecamento da pele. Nesta situação, a pele fica áspera e opaca, perde sua
elasticidade, fica mais frágil, apresenta descamações e pode coçar.
Existem diversas doenças que causam o espessamento das mãos e dos pés, chamadas de queratodermias (ou
hiperqueratoses) palmo-plantares. Nestas doenças existe alteração na camada córnea, que fica espessada e amarelada.
Estas doenças podem ser genéticas ou adquiridas e a hiperqueratose pode ser localizada ou difusa.
Nas doenças genéticas, o problema ocorre desde a infância e as mãos e os pés são completa ou parcialmente
acometidos de maneira simétrica. Ocorre espessamento da pele, formação de sulcos e fissuras, estrias espessadas,
pontos mais endurecidos e vermelhidão em graus variáveis de intensidade. Pode ocorrer também acometimento do
dorso das mãos e dos pés.
Nas hiperqueratoses adquiridas, o surgimento é tardio.
Geralmente o acometimento das mãos e dos pés não é
simétrico. Ocorrem devido a:
• Contato com substâncias químicas irritantes;
• Pressões mecânicas constantes;
• Fatores

físicos

como

queimaduras,

exposição

ao

frio,

irradiações;
• Infecções por fungos, vírus ou bactérias;
• Reações alérgicas ;
• Medicamentos;
• Problemas circulatórios e neurológicos;
• Problemas ortopédicos;
• Doenças da pele como psoríase, líquen plano, diabetes, neurodermatite, entre outras;
• Radiações solares;
• Menopausa.

Página 20
Fundamentos de Podologia

F

Hidratação
Quando a pele está ressecada, podemos utilizar diversos
produtos para tentar hidratá-la, porém nenhum será tão perfeito como o
mecanismo natural de hidratação.
Os hidratantes geralmente contêm gorduras que ficam na
superfície da pele e têm como objetivo evitar a perda de água através
dela e hidratá-la. Alguns produtos possuem substâncias capazes de atrair
água para si e procuram segurar a água na pele quando aplicados nela.
Os hidratantes mais modernos procuram repor a barreira lipídica da
camada córnea, restaurando sua função.
Há diversas opções de hidratantes no mercado, cada um útil para um tipo de pele e uma intensidade de
ressecamento. Eles devem ser utilizados apenas quando necessários e, em muitas situações, devem ser prescritos pelo
dermatologista, que saberá o hidratante mais indicado para a pele de cada pessoa. CUIDADO, em algumas
hiperqueratoses palmo-plantares o hidratante além de não melhorar poderá piorar ainda mais o problema.

4. Verruga Plantar (Olho de Peixe)
As verrugas são tumores benignos causados por vírus e são
extremamente contagiosas. Assemelham-se a pequenas couves-flores com
distintos vasos capilares que sangram com facilidade ao serem feridos,
aumentando assim os riscos de auto contágio.
Elas se multiplicam bastante em ambientes úmidos, pois, a maior
propagação de verrugas ocorrem no verão, devido à exposição dos pés
descalços nos solos arenosos das praias e nas pedras porosas das piscinas.
Geralmente as verrugas surgem devido à baixa resistência do
organismo. As crianças e adolescentes são mais propensas ao contágio do
vírus devido as constantes trocas químicas por fatores hormonais e emocionais, bem como por estarem mais expostos
por andarem mais descalços.

5. Tinea Pedis (Frieira)
Frieira ou pé-de-atleta são os nomes populares de uma infecção da
pele causada por fungos e que atinge principalmente os pés.
O surgimento da frieira é causado por atrito, umidade nos pés,
excessivo suor e falta de asseio. Geralmente, a contaminação ocorre em
lugares públicos que tenham pisos úmidos - piscinas, vestiários, saunas - e pelo
uso comum de toalhas e roupas de pessoas já infectadas.

6. Fissuras
Também conhecidas como rachaduras, são lesões em que não há
perda do tecido mas um afastamento linear da pele, superficial ou profundo,
sem deixar cicatriz, muito comum na região do calcâneo, em muitos casos
causa dor e sangramento.
São causadas pelo ressecamento da pele associada ou não a
hiperqueratose. Pode haver a presença de fungos, neste caso além do
tratamento podológico com desbastamento da hiperqueratose, uso de

Página 21
Fundamentos de Podologia

F

cremes hidratantes e umectantes específicos, os pacientes devem ser encaminhados ao dermatologista.

7. Bicho-de-Pé (Tunga Penetrans)
“Bicho-de-Pé” é a menor das pulgas.
A

fêmea

grávida penetra

na pele do

hospedeiro (homem ou animal), deixando somente a
extremidade posterior em contato com a atmosfera
para respirar. Causa uma infecção caracterizada por
pruridos e inchaços prejudicando a deambulação.
As lesões se localizam principalmente ao
redor de onde o inseto penetrou, sendo mais comum
sob as unhas ou entre os dedos dos pés. Após essa
função de procriar, o corpo da fêmea é expulso pela
ação inflamatória da pele.
As pulgas são encontradas abundantemente em solo arenoso e seco, como pastos, currais, chiqueiros e praias.
O tratamento podológico consiste na extirpação dos parasitas com instrumentais adequados em condições
assépticas finalizando com curativo e orientando nas prevenções.

8. Bromidrose
Bromidrose é o suor com cheiro desagradável , que ocorre
nas axilas e nos pés. É provocada pela ação de bactérias em
determinadas partes do corpo ao permanecerem abafadas (como
sapatos), provocando odor . Nos pés além do odor pode
acompanhar um quadro de maceração (aspecto esbranquiçado da
pele) ou descamação da pele.
Cuidados: Lavar o local afetado com sabonetes anti-séptico.
Secar bem a pele, especialmente entre os dedos (se possível com
secador de cabelo). Trocar roupas e meias, diariamente (dar
preferência as meias de algodão). Optar por calçados abertos,
alternando-os todos os dias, passando anti-séptico e expô-los ao sol. Evitar deixar a pele úmida por muito tempo.
Cuidados esses que visam diminuir a população bacteriana no local.
Tratamento Podológico: limpeza e orientação quanto aos cuidados.

9. Bolhas
A

bolha é

o

acúmulo

de

fluído(com

ou

sem

infecção)entre a camada interna e externa da pele, causadas por
atritos,fricção, calçados apertados ou largos,queimaduras,excesso
de frio ou calor, doenças na pele, alergias, irritações na pele
provocados por agentes químicos.
Muito comum em atletas, praticantes de esportes ou
caminhadas.Profissionais que andam muito durante longo
período. Pessoas com pele sensíveis.
Alguns Cuidados:
•

Verificar se calçados,inclusive tênis e sandálias,estão de acordo.

•

Verificar se as costuras das meias não estão pressionando(principalmente em crianças).

Página 22
Fundamentos de Podologia
•

F

Pessoas diabéticas os cuidados são maiores, pois muitas vezes as mesmas não sentem a bolha ou qualquer

machucado.
•

Procure não furar as bolhas,principalmente com objetos não esterilizados,elas podem infeccionar. Elas secarão

sozinhas.
Tratamento Podológico: O podólogo fará a assepsia, e analisará a melhor maneira de tratar a bolha,depois ,se
necessário, fechará com curativos. Se necessário marcará retorno.

10. Disidrose
Doença de causa desconhecida devido provavelmente
a retenção de suor entre as células da epiderme (camada mais
superficial

da

pele).

Alterações

climáticas

e

distúrbios

emocionais têm sido relatados como prováveis fenômenos
desencadeantes. A doença atinge as mãos e os pés, iniciando
com coceira e formação de vesículas (pequenas bolhas)
endurecidas, atingindo principalmente a face lateral dos dedos,
as palmas das mãos e as plantas dos pés. A coceira pode ser
intensa e o ato de coçar rompe as bolhas que eliminam líquido
transparente. O quadro ocorrem surtos que se repetem e dura
de uma a duas semanas, como o ressecamento das bolhas e
descamação nos locais atingidos. As lesões podem ocorrer em pequeno número, mas em alguns casos tomam toda a
superfície das mãos ou pés.
Tratamento: é feito com medicamentos de uso local para alívio da coceira, indicado por um médico
dermatologista.
Tratamento Podológico: quando o caso for mais simples o podólogo atua com limpeza e hidratação.

11. Esporão de Calcâneo
Tão comum e tão doloroso, o esporão é uma deformação
ortopédica (calo ósseo) causada por uma calcificação em formato de
espora no osso do calcanhar.
As principais causas são os traumatismos de repetição devido
a um tipo de caminhar que sobrecarrega o calcanhar ou pressão local
excessiva pelo sapato de contra forte duro ou apertado. Em alguns
casos, poderá ocorrer a formação de alguns calos ou calosidades.
O
através

de

diagnóstico

é

radiografias,

feito
e

o

tratamento poderá ser cirúrgico para
a retirada da espícula ósseo, ou
paliativo, com a remoção de calos
(se houver), administração de anteinflamatórios,

uso

de

palmilhas

específicas e calçados adequados aos pés e até tratamento fisioterápico.

Página 23
Fundamentos de Podologia

F

12. Halux Valgus
É uma patologia caracterizada por um desvio na lateral do hálux, causando uma proeminência na região
interna dos pés e apresentando deformidades e dor no local. Quando apresenta quadro inflamatório na região, ocorre o
surgimento do joanete. A causa pode ser hereditária.
O tratamento é feito pelo uso de órtose do tipo protetores e separadores para joanetes que pode ser usado
durante o dia ou apenas a noite para dormir, bem como a utilização de sapatos com câmaras mais amplas. Em casos
mais graves faz-se necessária a cirurgia corretiva.

13. Pé Cavo
É uma deformidade do pé onde há uma excepcional concavidade da sua planta, ou seja, ocorre uma
excessiva curvatura do arco interno do pé (arco longitudinal medial). A causa pode ser neurológica, ortopédica ou
neuromuscular, ao contrário dos pés chatos, os pés cavos podem ser dolorosos, manifestando-se à parte anterior devido
à compressão dos metartasos(metartarsalgia), à parte posterior devida a compressão exercida no calcâneo (talagia) e a
parte do médio pé na fascia plantar (fascite ou fasceite plantar que pode originar esporão de calcâneo).
Pessoas com pés cavos têm dificuldade para encontrar sapatos que lhes sirvam, e ainda podem requerer o
uso de palmilhas para melhor sustentação.
Tratamento Podológico: o podólogo trata de calos e calosidades provenientes desta deformidade, corta
corretamente as unhas, indica o uso de palmilhas anti impacto para proporcionar maior conforto a um pé cavo e
orienta na escolha de calçados mais adequados. O tratamento é multidisciplinar, pois é muito importante a orientação
médica(ortopedista) com relação a palmilhas específicas ao problema da pessoa,onde é feito um estudo biomecânico
completo; e em outros casos mais graves o tratamento é cirúrgico.

13. Pé Plano
É o enfraquecimento, abaixamento e desabamento do arco medial do pé,
onde a maior parte da planta do pé fica em contato com o solo, causando (ou
não)dores.Muito conhecido como "pé chato". Porém o termo correto é pé plano
valgo flexível.É caracterizado pela diminuição do arco longitudinal medial do pé(
elevação plantar)o lado medial(interno) do pé toca ou está próximo deste.Esta

Página 24
Fundamentos de Podologia

F

condição acomete a maioria das crianças até 3 ou 4 anos de idade, quando começa o desenvolvimento do arco do
pé.Toda a sola dos pés entra em contato com o chão ao caminhar,causando dores após longas caminhadas.O arco
plantar é necessário para absorver as vibrações verticais.O afrouxamento ou o encurtamento ligamentar ,ou da fáscia
plantar, alteram a curvatura fisiológica, resultando prejuízo na funcionalidade de caminhar.Essa sobrecarga numa área
reduzida , produz calos e calosidades, impõe uma marcha rígida, as vezes com perda do equilíbrio e lesões na área de
impacto. Para correção: cirurgia ou palmilhas.
Tratamento Podológico: o podólogo não tem como corrigir
o problema pois trata-se de uma deformidade óssea, porém cabe
ao podólogo retirar calos e calosidades provenientes desta
deformidade, indicar uma palmilha para diminuir seu desconforto.
Porém para uma avaliação mais profunda do problema e uma
indicação mais precisa de palmilhas o ideal é procurar um médico
ortopedista.Em casos mais graves o tratamento é cirúrgico.

14. Podopediatria
Ao contrário do que podemos imaginar
as crianças também tem problemas nos pés e
unhas:
Bebês nascem com infecções nas unhas
dos pés. Pela genética, uso de macacões
apertados, no comprimento, meias apertadas,
bebês adquirem unha encravada.
Crianças quando começam

a usar

calçados fechados, prestar atenção no tamanho do mesmo para ver se está adequado ao pé da criança, pois muitas
vezes, elas não coseguem se comunicar direito para dizer se os sapatos ou as meias estão apertados, ocasionando
assim unhas encravadas, bolhas e dores .

15. Micoses (frieiras)
As frieiras nos pés ou pé de atleta é uma doença
infecciosa muito comum principalmente nos adultos o seu
aparecimento se deve a umidade dos pés onde o fungo
Tricophyton se desenvolve.
A frieira nos pés tem o nome popular de pé de
atleta, pois costuma ser transmitida em ambientes de
grande circulação de pessoas, como é o caso dos chuveiros
dos atletas, onde a contaminação se propaga.
Os fungos que causam pé-de-atleta podem ser
encontrados em assoalhos, meias e roupas. Os fungos
podem até se espalhar de uma pessoa para outra através de contato com estes objetos. Porém, sem as condições
adequadas para sua multiplicação (ambiente úmido, quente), o fungo não irá infectar a pele.
Os principais sintomas da frieira ou pé de atleta são: pés que coçam ou ardem. A pele frequentemente
descama e em casos mais graves se formam fissuras, que podem sangrar assim como tornar-se muito dolorosas.

Página 25
Fundamentos de Podologia

F

15. Pé diabético
Pessoas portadoras de diabetes são propensas a terem
problemas nos pés devido às complicações dessa doença. O
diabetes causa danos aos vasos sangüíneos e nervos. Essas
alterações podem resultar numa diminuição da capacidade de
sentir trauma ou pressão no pé. Uma lesão no pé pode passar
despercebida até que se desenvolva uma infecção grave. Além
disso,

o

diabetes

altera

o

sistema

imune,

diminuindo

conseqüentemente sua capacidade de combater infecções.
Pequenas infecções podem evoluir rapidamente até chegar à
morte da pele e de outros tecidos (necrose), tornando-se necessária a amputação.
Para evitar lesões nos pés, os diabéticos devem adotar uma rotina DIÁRIA de verificação e cuidados com os
pés da seguinte maneira:

• Inspecione os pés todos os dias. Verifique a parte superior, as laterais, a planta do pé, os calcanhares e entre os
dedos.

• Lave os pés todos os dias com água morna e sabão suave, secando-os por completo, especialmente entre os dedos.
Sabões fortes podem causar danos à pele. Deve-se examinar a temperatura da água antes de imergir os pés, uma vez
que a sensibilidade normal à temperatura está geralmente prejudicada nos diabéticos, podendo facilmente ocorrer
queimaduras. Da mesma forma, certifique-se de secar completa e suavemente os pés, incluindo entre os dedos, porque
os diabéticos estão sob alto risco de desenvolver infecções, especialmente em áreas úmidas.

• Evite também a aplicação de compressas quentes ou bolsas com água quente sobre os pés. Evite andar descalço em
calçadas quentes ou em praias de areias quentes.

• Use meias para dormir se sentir que os pés estão frios. Em climas frios, use meias quentes e limite a exposição ao
frio para evitar a dermatite por congelamento.

• Aplique uma camada fina de óleo ou loção lubrificante depois de lavar os pés. Devido às alterações da pele
associadas ao diabetes, estes tendem a ressecar, podendo rachar causando uma infecção. Deve-se suavizar a pele seca
com o uso de loção, vaselina, lanolina ou óleo.

• Proteja os pés com sapatos confortáveis, que se ajustem adequadamente. Nunca compre sapatos que não tenham
um ajuste adequado, esperando que estes se alarguem com o tempo. Uma neuropatia pode impedir que o diabético
sinta a pressão proveniente de calçados muito apertados. Além disso, verifique a parte interior dos sapatos quanto a
áreas ásperas ou pedaços rompidos que possam causar irritação. Troque de sapatos após 5 horas de uso durante o dia,
a fim de alternar pontos de pressão. Evite usar sandálias de tiras ou meias com costuras que possam causar pontos de
pressão.

• Use diariamente meias limpas e secas ou meias-calças não-aderentes. Estas podem proporcionar uma camada
protetora adicional entre o sapato e o pé.

• Use sapatos o tempo todo a fim de proteger os pés contra lesões. A visão reduzida, juntamente com a diminuição
da sensibilidade à dor, pode causar lesões menores por cortes ou batidas que passam despercebidas.

• Exercite-se diariamente para promover uma boa circulação. Evite sentar-se com as pernas cruzadas ou ficar em pé
numa mesma posição por muito tempo.

• Peça ao médico para lhe ensinar como cuidar das unhas dos pés. Mergulhe os pés em água morna para amolecer as
unhas antes de apará-las. Corte as unhas em linha reta, visto que as unhas curvas são mais propensas a ficarem
encravadas.

• Consulte um podólogo quando tiver problemas nos pés ou para remover calos e calosidades. Nunca tente tratar
deles sozinho ou com o uso de tratamentos de venda livre.

Página 26
Fundamentos de Podologia

F

• Evite o uso de soluções anti-sépticas nos pés. Estas são altamente cáusticas e podem causar lesões na pele.
• Tire os sapatos e as meias durante as consultas médicas para lembrá-los de examinar seus pés.
• Deixe o fumo, porque ele piora o fluxo sangüíneo nos pés.
• Informe o médico imediatamente em caso de ferimentos, alterações e/ou sinais de infecção. Informe todas as
bolhas, contusões, cortes, ferimentos ou áreas de vermelhidão.
O cuidado dos pés deve fazer parte da rotina diária dos diabéticos. A ausência de sensibilidade nos pés
necessita de uma observação diária ainda mais rigorosa. A obesidade pode impedir que a pessoa seja fisicamente capaz
de visualizar seus pés. Neste caso, pode ser preciso a ajuda de uma pessoa da família, um vizinho ou de uma
enfermeira para realizar essa importante monitorização.

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.

Capítulo X – Aparelhos Utilizados na Podologia
1. Fotopolimerizador
É um aparelho que tem a função de otimizar os tratamentos de podologia.
Utiliza tecnologia LED, que consiste na emissão de raios de luz azul fria, proporcionando
maior segurança e eficácia nos tratamentos. Pode ser utilizado na reparação de unhas
danificadas e através da fotopolimerização permite a fixação de braquetes em tratamentos
de órteses.
É prático, portátil, leve, e de fácil assepsia e manuseio.

2. Cadeira para podologia

3. Aparelho De Alta Frequencia / Manicures / Podologos
Efeitos Terapêuticos
Bactericida e anti-séptico: é o principal efeito do aparelho de alta
frequência, as "faíscas" que saltam entre a superfície do eletrodo e a pele
geram ozônio a partir do oxigênio ambiental. O ozônio formado possui ação
muito oxidante, e portanto é um bom bactericida, germicida e anti-séptico em
geral.
Melhora do trofismo dérmico: este efeito está relacionado a ação
bactericida, pois muitas vezes o trofismo da pele, relacionado a processos de

Página 27
Fundamentos de Podologia

F

regeneração tecidual está prejudicado pela ação de bactérias.
Antiinflamatório: associa-se este efeito à inflamação ocorrida nos processos de reparo tecidual onde há
solução de continuidade da pele, como em feridas abertas ( úlceras, acne etc.), pois é comum, nestes casos, a presença
de germes e bactérias que acabam por dificultar a resolução do processo inflamatório. Esse efeito também se
justificaria pelo aumento do fluxo sanguíneo, pois aumentaria a presença dos elementos de defesa do sangue na área
da lesão. Apesar disso, o alta frequência não e indicado para inflamação em estruturas internas do corpo como tendões,
músculos, articulações, etc, pois o mesmo não tem ação em profundidade.
OBS: há de ressaltar que este tipo de corrente não tem nenhum efeito de excitação neuromuscular.

4. Laser
Apesar de parecer novidade, a laserterapia já é pesquisada e utilizada desde
a década de 60. Com trabalhos publicados pelos mais conceituados centros mundiais
de pesquisa, a laserterapia é empregada em todos os seguimentos da saúde. A
ciência ensina que a luz penetra pela derme e atinge estruturas internas do corpo, a
sua energia é absorvida pelas células alvo e produz alterações fotoquímicas que vão
provocar efeitos biomoleculares nas células doentes.
O que é Laser?
É uma luz comum mais de alta intensidade e cada um tem uma cor apenas.
Só temos vida no planeta por causa da luz, que é uma radiação eletromagnética. Podemos defini-la como energia pura.
Na laserterapia utilizamos apenas a porção boa da luz.
Convém lembrar de que existem 250 mil tipos de fungos em nosso planeta e que em uma lâmina podem
conviver dois ou mais tipos, harmonicamente.
Ação do Laser no Organismo
Sendo energia pura, e de alta intensidade, ao aplicar nos pontos, esta energia é absorvida pela célula
promovendo diversas reações químicas no tecido. Todas estas reações modulam todas as atividades do organismo para
curar os males. Daí dizer-se que o laser é biomodulador tecidual.
A Vantagem da Laserterapia
É a única terapia onde a célula é alimentada pela energia da luz. Ou seja, além de ativar os processos
químicos que induzem a cura, a célula doente envolvida no processo, se recupera, promovendo um restabelecimento
rápido e duradouro.

5. Ultra-Som
O ultra-som auxilia com vibrações moleculares de tecidos ricos em
água, quando as moléculas de água são colocadas num campo eletrostático, elas
sofrem variações constantes na sua localização e esta vibração irá gerar calor. A
vibração causa calor na célula, aumentando o metabolismo e causando
vasodilatação. O calor interno faz com que, finalmente, acelere toda a
inflamação. E conseqüentemente a cicatrização.

Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor.
Página 28
Fundamentos de Podologia

F

Capítulo XI – Referências Bibliográficas
BOOT J., YOUNG, M. J. Differences in the performance of commercially available 10g monofilaments. Diabetes Care,
Alexandria, v.23, n.7, p.984-992, 2000.
CLARK, G. S.; SIEBENS, H. C. Rehebilitation of the geriatric patient. In DeLISA, J. A.; GANS, B. M. Rehabilitation Medicine:

Principles and Practice. Philadelphia, v.1, p.660-667, 1993.

CORDEIRO, R. C.; DIAS, R. C.; DIAS, J. M. D.; PERRACINI, M.; RAMOS, L. R. Concordância entre observadores de um
protocolo de avaliação fisioterapêutica em idosas institucionalizadas. Revista de Fisioterapia da Universidade de São
Paulo, São Paulo, v.9, n.2, p.69-77, 2002.
DOUAT, E. S. V.; PFISTER, A. P. L.; ABREU, A. M. F.; HERNANDEZ, J. W. R.; GOULART L. B. N. T. Avaliação do uso de
monofilamentos para prevenção do pé diabético. Revista Fisioterapia Brasil, Rio de Janeiro, v. 3, n.3, p.157-163, 2002.
FABRÍCIO, S. C. C.; RODRIGUES, R. A. P.; JUNIOR, M. L. C. Causas e conseqüências de quedas de idosos atendidos em
hospital público. Revista Saúde Pública, São Paulo, v.38, n.1, p.93-102, 2004.
GARCIA, M. A. A.; ODONI, A. P. C.; SOUZA, C. S.; FRIGÉRIO, R. M.; MERLIN, S. S. Idosos em cena: falas do adoecer. Interface

Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v.9, n.18, p. 537-589, 2005.

GÓMEZ, E. C.; BERMAN, B. The aging skin. Clinics in geriatric medicine, Philadelphia, v.1, n.1, p.285-305, 1985.
KARINO, M. E. Identificação de Risco para Complicações em Pés de Trabalhadores com Diabetes de uma Instituição
Pública de Londrina-PR. 2004. 164f. Dissertação - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, 2004.
LEHMAN, L. F.; ORSINI, M. B.; NICHOLL A. R. The Development and adaptation of the Semmes-Weinstein monofilaments
in Brazil. Journal of Hand Therapy, Philadelphia, v.6, n.4, p.290-297, 199
PEREIRA, S. R. M.; BUKSMAN S.; PERRACINI, M.; PY, L.; BARRETO, K. M. L.; LEITE, V. M. M. Quedas em idosos. Projeto
Diretrizes 16 de junho de 2001. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/082.pdf. Acesso
em 14 abr. 2006.
PINTO, M. J. Os pés do idoso e suas repercussões na qualidade de vida. In: FREITAS, V. F. et al. Tratado de Geriatria e
Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 2, p.690-698, 2001.
RAMOS JR, J. Propedêutica física do sistema nervosa. Semiotécnica da observação clínica, Sarvier, São Paulo, p. 1035-6,
1976.

Página 29

More Related Content

What's hot

Doenças das unhas
Doenças das unhasDoenças das unhas
Doenças das unhasLuisaArti
 
Atlas Podológico.pdf
Atlas Podológico.pdfAtlas Podológico.pdf
Atlas Podológico.pdfCiroPinto3
 
AULA 1 - Introdução a Podologia (1).pptx
AULA 1 - Introdução a Podologia (1).pptxAULA 1 - Introdução a Podologia (1).pptx
AULA 1 - Introdução a Podologia (1).pptxCRISTIANEFARIASROCHA1
 
FISSURA PLANTAR E O USO DE DERMOCOSMÉTICOS COMO FORMA DE TRATAMENTO
FISSURA PLANTAR E O USO DE DERMOCOSMÉTICOS COMO FORMA DE TRATAMENTOFISSURA PLANTAR E O USO DE DERMOCOSMÉTICOS COMO FORMA DE TRATAMENTO
FISSURA PLANTAR E O USO DE DERMOCOSMÉTICOS COMO FORMA DE TRATAMENTOMARIA ELIZABETE DE LIMA MONTEIRO
 
Atlaspodolgico 121028202824-phpapp01
Atlaspodolgico 121028202824-phpapp01Atlaspodolgico 121028202824-phpapp01
Atlaspodolgico 121028202824-phpapp01Edison Augusto
 
Ergonomia cinesiologia e bio - podologia
Ergonomia  cinesiologia e bio - podologiaErgonomia  cinesiologia e bio - podologia
Ergonomia cinesiologia e bio - podologiafatima borges silva
 
fraturas, entorces e luxações
fraturas, entorces e luxaçõesfraturas, entorces e luxações
fraturas, entorces e luxaçõescristiano Santos
 
Biomecânica e Cinesiologia Aplicados a Podologia
Biomecânica e Cinesiologia Aplicados a PodologiaBiomecânica e Cinesiologia Aplicados a Podologia
Biomecânica e Cinesiologia Aplicados a PodologiaCíntia Luna
 

What's hot (20)

FISSURA PLANTAR E FORMAS DE TRATAMENTO
FISSURA PLANTAR E FORMAS DE TRATAMENTOFISSURA PLANTAR E FORMAS DE TRATAMENTO
FISSURA PLANTAR E FORMAS DE TRATAMENTO
 
ESTRUTURA DA LÂMINA UNGUEAL
ESTRUTURA DA LÂMINA UNGUEALESTRUTURA DA LÂMINA UNGUEAL
ESTRUTURA DA LÂMINA UNGUEAL
 
Doenças das unhas
Doenças das unhasDoenças das unhas
Doenças das unhas
 
Atlas Podológico.pdf
Atlas Podológico.pdfAtlas Podológico.pdf
Atlas Podológico.pdf
 
Atlas podológico
Atlas podológicoAtlas podológico
Atlas podológico
 
Ementas II
Ementas IIEmentas II
Ementas II
 
AULA 1 - Introdução a Podologia (1).pptx
AULA 1 - Introdução a Podologia (1).pptxAULA 1 - Introdução a Podologia (1).pptx
AULA 1 - Introdução a Podologia (1).pptx
 
ELETROTERAPIA NA PODOLOGIA
ELETROTERAPIA NA PODOLOGIAELETROTERAPIA NA PODOLOGIA
ELETROTERAPIA NA PODOLOGIA
 
FISSURA PLANTAR E O USO DE DERMOCOSMÉTICOS COMO FORMA DE TRATAMENTO
FISSURA PLANTAR E O USO DE DERMOCOSMÉTICOS COMO FORMA DE TRATAMENTOFISSURA PLANTAR E O USO DE DERMOCOSMÉTICOS COMO FORMA DE TRATAMENTO
FISSURA PLANTAR E O USO DE DERMOCOSMÉTICOS COMO FORMA DE TRATAMENTO
 
Atlaspodolgico 121028202824-phpapp01
Atlaspodolgico 121028202824-phpapp01Atlaspodolgico 121028202824-phpapp01
Atlaspodolgico 121028202824-phpapp01
 
Doenças q podemos pegar na manicure
 Doenças q podemos pegar na manicure Doenças q podemos pegar na manicure
Doenças q podemos pegar na manicure
 
PÉS DIABÉTICOS
PÉS DIABÉTICOSPÉS DIABÉTICOS
PÉS DIABÉTICOS
 
Biossegurança na Podologia
Biossegurança na PodologiaBiossegurança na Podologia
Biossegurança na Podologia
 
Manicure e pedicure
Manicure e pedicureManicure e pedicure
Manicure e pedicure
 
Biossegurança 1
Biossegurança 1Biossegurança 1
Biossegurança 1
 
Ergonomia cinesiologia e bio - podologia
Ergonomia  cinesiologia e bio - podologiaErgonomia  cinesiologia e bio - podologia
Ergonomia cinesiologia e bio - podologia
 
fraturas, entorces e luxações
fraturas, entorces e luxaçõesfraturas, entorces e luxações
fraturas, entorces e luxações
 
Artrose
ArtroseArtrose
Artrose
 
Lavar As Mãos
Lavar As MãosLavar As Mãos
Lavar As Mãos
 
Biomecânica e Cinesiologia Aplicados a Podologia
Biomecânica e Cinesiologia Aplicados a PodologiaBiomecânica e Cinesiologia Aplicados a Podologia
Biomecânica e Cinesiologia Aplicados a Podologia
 

Viewers also liked

Viewers also liked (13)

Podologia, los desequilibrios del pie
Podologia, los desequilibrios del piePodologia, los desequilibrios del pie
Podologia, los desequilibrios del pie
 
CRASEF - Curso de Reflexologia
CRASEF - Curso de ReflexologiaCRASEF - Curso de Reflexologia
CRASEF - Curso de Reflexologia
 
Reflexologia Podal
Reflexologia PodalReflexologia Podal
Reflexologia Podal
 
Apresentação - Curso de Reflexologia
Apresentação - Curso de ReflexologiaApresentação - Curso de Reflexologia
Apresentação - Curso de Reflexologia
 
07p reflexologia
07p   reflexologia07p   reflexologia
07p reflexologia
 
Reflexologia Podal
Reflexologia PodalReflexologia Podal
Reflexologia Podal
 
122091438 revistapodologia-com-022pt
122091438 revistapodologia-com-022pt122091438 revistapodologia-com-022pt
122091438 revistapodologia-com-022pt
 
Podologia
PodologiaPodologia
Podologia
 
Reflexologia podal
Reflexologia podalReflexologia podal
Reflexologia podal
 
Patología ungueal PATOLOGIA DE LA UÑA ONICOMICOSIS , TRATAMIENTO ONICOMICOSIS...
Patología ungueal PATOLOGIA DE LA UÑA ONICOMICOSIS , TRATAMIENTO ONICOMICOSIS...Patología ungueal PATOLOGIA DE LA UÑA ONICOMICOSIS , TRATAMIENTO ONICOMICOSIS...
Patología ungueal PATOLOGIA DE LA UÑA ONICOMICOSIS , TRATAMIENTO ONICOMICOSIS...
 
Aula biossegurança
Aula biossegurançaAula biossegurança
Aula biossegurança
 
Reflexologia Podal
Reflexologia PodalReflexologia Podal
Reflexologia Podal
 
Reflexologia guia prático
Reflexologia   guia práticoReflexologia   guia prático
Reflexologia guia prático
 

Similar to 1.fundamentosde podologia

historia da odontologia.pdf
historia da odontologia.pdfhistoria da odontologia.pdf
historia da odontologia.pdfWilberthLincoln1
 
Cirurgia de cabeça e pescoço completa
Cirurgia de cabeça e pescoço   completaCirurgia de cabeça e pescoço   completa
Cirurgia de cabeça e pescoço completaJucie Vasconcelos
 
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...nivaldojunior54
 
Apostila de enfermagem apostila anatomia e fisiologia humana
Apostila de enfermagem   apostila anatomia e fisiologia humanaApostila de enfermagem   apostila anatomia e fisiologia humana
Apostila de enfermagem apostila anatomia e fisiologia humanaClaudinhaOliveira3
 
Apostila de enfermagem apostila anatomia e fisiologia humana
Apostila de enfermagem   apostila anatomia e fisiologia humanaApostila de enfermagem   apostila anatomia e fisiologia humana
Apostila de enfermagem apostila anatomia e fisiologia humanaluzenilotavionil
 
220126-1_Introdução_a_Anatomia.pptx
220126-1_Introdução_a_Anatomia.pptx220126-1_Introdução_a_Anatomia.pptx
220126-1_Introdução_a_Anatomia.pptxAndrewAndrade18
 
Especialização em Saúde da Família UNA - SUS
Especialização em Saúde da Família UNA - SUSEspecialização em Saúde da Família UNA - SUS
Especialização em Saúde da Família UNA - SUSSebástian Freire
 
1. aula 1 anatomia e fisiologia
1. aula 1 anatomia e fisiologia1. aula 1 anatomia e fisiologia
1. aula 1 anatomia e fisiologiaIeda Dorneles
 
Anatomia e-fisiologia-humana
Anatomia e-fisiologia-humanaAnatomia e-fisiologia-humana
Anatomia e-fisiologia-humanaAna Leite
 
Apostila de Anatomia e fisiologia
Apostila de Anatomia e fisiologiaApostila de Anatomia e fisiologia
Apostila de Anatomia e fisiologiaGreicy Kapisch
 

Similar to 1.fundamentosde podologia (20)

Cinesio
CinesioCinesio
Cinesio
 
História da odontologia
História da odontologia História da odontologia
História da odontologia
 
historia da odontologia.pdf
historia da odontologia.pdfhistoria da odontologia.pdf
historia da odontologia.pdf
 
História da Fisioterapia
História da Fisioterapia História da Fisioterapia
História da Fisioterapia
 
Cirurgia de cabeça e pescoço completa
Cirurgia de cabeça e pescoço   completaCirurgia de cabeça e pescoço   completa
Cirurgia de cabeça e pescoço completa
 
estudo da anatomia
estudo da anatomiaestudo da anatomia
estudo da anatomia
 
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
 
Slide 06 out 2019
Slide 06 out 2019Slide 06 out 2019
Slide 06 out 2019
 
Modulo 01
Modulo 01Modulo 01
Modulo 01
 
Apostila de enfermagem apostila anatomia e fisiologia humana
Apostila de enfermagem   apostila anatomia e fisiologia humanaApostila de enfermagem   apostila anatomia e fisiologia humana
Apostila de enfermagem apostila anatomia e fisiologia humana
 
Apostila de enfermagem apostila anatomia e fisiologia humana
Apostila de enfermagem   apostila anatomia e fisiologia humanaApostila de enfermagem   apostila anatomia e fisiologia humana
Apostila de enfermagem apostila anatomia e fisiologia humana
 
220126-1_Introdução_a_Anatomia.pptx
220126-1_Introdução_a_Anatomia.pptx220126-1_Introdução_a_Anatomia.pptx
220126-1_Introdução_a_Anatomia.pptx
 
Especialização em Saúde da Família UNA - SUS
Especialização em Saúde da Família UNA - SUSEspecialização em Saúde da Família UNA - SUS
Especialização em Saúde da Família UNA - SUS
 
1. aula 1 anatomia e fisiologia
1. aula 1 anatomia e fisiologia1. aula 1 anatomia e fisiologia
1. aula 1 anatomia e fisiologia
 
Apostila ergonomia parte 1
Apostila ergonomia parte 1Apostila ergonomia parte 1
Apostila ergonomia parte 1
 
Materia didatico2
Materia didatico2Materia didatico2
Materia didatico2
 
Anatomia e-fisiologia-humana
Anatomia e-fisiologia-humanaAnatomia e-fisiologia-humana
Anatomia e-fisiologia-humana
 
Apostila de Anatomia e fisiologia
Apostila de Anatomia e fisiologiaApostila de Anatomia e fisiologia
Apostila de Anatomia e fisiologia
 
Apostila de anatomia e fisiologia humana
Apostila de anatomia e fisiologia humanaApostila de anatomia e fisiologia humana
Apostila de anatomia e fisiologia humana
 
INOVAÇÕES-TECNOLÓGICAS-1.pdf
INOVAÇÕES-TECNOLÓGICAS-1.pdfINOVAÇÕES-TECNOLÓGICAS-1.pdf
INOVAÇÕES-TECNOLÓGICAS-1.pdf
 

Recently uploaded

Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 

Recently uploaded (20)

Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 

1.fundamentosde podologia

  • 1. Fundamentos de Podologia F Capítulo I – História da Podologia 1. Introdução Ciência cuja atuação concentra-se na anatomia, fisiologia e patologia dos pés. A prática de curar os pés não é nova, no Egito, o rei Amenophis contava no seu palácio com membros servidores: perfumistas, médicos, penteadores e os que se dedicavam à atenção dos pés. Pesquisas históricas também demonstram atividades laborativas com a mesma similaridade na cultura romana da Antiguidade. Aliás, em alguns campos, os romanos foram realmente originais, por exemplo, na arquitetura. Também foram originais fazendo ótimas estradas pavimentadas e aquedutos. Construir grandes estádios foi invenção deles. A originalidade romana revela-se bem marcante nas táticas e estratégias militares. Não foi à toa que mantiveram uma invencibilidade bélica por séculos a fio. Os romanos foram criativos na administração pública e muito do que os governos utilizam hoje em dia foi copiado deles. O Direito Romano é célebre, as leis, a maneira de fazê-las, as idéias jurídicas, tudo o que caracteriza a ciência do Direito nasceu com os romanos. E com a Podologia também não seria diferente. Além de tudo isso. Os romanos foram também os primeiros a unificar a Europa. O idioma deles, o Latim, é a base de várias línguas européias, mesmo idiomas não latinos, como o inglês, possuem palavras de origem latina. Sabe-se que a 2ª esposa do imperador Nero sofria de uma enfermidade nos pés, que foi tratada por Cayus, um soldado romano que exercia a atividade de pedicuro. Este feito valeu ao soldado-pedicuro Cayus o título de calista, denominação que os podólogos passaram a ter, durante muitos séculos e até o final do século XX, no Brasil. A Idade Média, injustamente conhecida como “a Idade das Trevas”, essa classificação foi elaborada pelos homens renascentistas que desejavam atribuir para si a construção dos sistemas de pensamento do mundo, para isso criaram a idéia de que a Idade Média fora um período de “trevas”, sem nenhuma produção do conhecimento, apenas de obscurantismo. A Idade Média é muito mais do que o feudalismo europeu, no Oriente houve um grande progresso técnico e cultural que se espalhou pelo Ocidente. O mundo islâmico, indiano, chinês e de outros povos foi pontilhado por descobertas significantes que iam dos algarismos ao astrolábio, à pólvora, ao papel, aos medicamentos, ao aço, à bússola e muito mais. Foi justamente neste cenário que surgiu um Página 1
  • 2. Fundamentos de Podologia F novo personagem: o barbeiro. Este profissional era um misto de médico, calista, cabeleireiro e dentista. Era um ambulante conhecido e esperado por onde ele passava. Tornou-se inspiração até mesmo para artistas plásticos, que o retrataram e cujas obras encontram-se em museus famosos, como o British Museum. O período que compreende os séculos XVII, XVIII, XIX e XX foi muito profícuo para a Podologia. Surgiram vários, eminentes e renomados calistas, também conhecidos como quiropodistas (aqueles que tratam dos pés com as mãos), e, com eles, vieram à tona diversas obras e acontecimentos que elevaram a Podologia (esta designação só foi usada muito tempo depois, sendo a forma como a profissão é reconhecida nos dias de hoje) ao reconhecimento social e acadêmico no evoluído contexto europeu daquela época. 2. Algumas citações importantes para a História da Podologia: • 1840: Dr. Isacaar Zacharie foi nomeado pelo presidente Abraham Lincoln, que padecia de problemas nos pés, pedicuro general do exército dos Estados Unidos. • 1865: fundação da primeira associação de profissionais dos Estados Unidos: New York Pedic Society. • 1913: fundação da primeira sociedade de quiropodistas da Inglaterra, tendo como presidente o quiropodista F.G.V. Runting, que cuidava das rainhas Alexandra e Maria. Runting, segundo Weinstein, é considerado o fundador das práticas modernas de quiropodia, ou seja, da podologia. • 1914: fundação da primeira escola de podologia dos Estados Unidos: California College of Chiropody. • 1915: foi criada a primeira escola universitária de podologia dos Estados Unidos: Temple University of Philadelphia. • 1935: o Uruguai foi o primeiro país da América do Sul a oficializar a podologia (existem escolas técnicas e universitárias de podologia). • 1937: criou-se a Liga Argentina de Pedicuros. Nesse país a podologia conta com formação profissionalizante e podologia universitária. • 1948: o governo inglês instituiu o National Health Service (Serviço Nacional de Saúde), deixando de lado os quiropodistas, porém a sociedade exerceu pressões que levaram o governo, em 1959, a estabelecer serviços de podologia para a população. • 1955: foram criadas a Faculdade de Medicina da Universidade de Barcelona e a Escola de podologia, outorgando títulos de podólogos desde o ano de 1962. • 1957: houve mudança na denominação: a quiropodia passou a ser conhecida como podologia, forma como foi reconhecida oficialmente em 1963, excluindo-se totalmente a antiga denominação. • 1968: a podologia foi oficializada no Chile. • 1968: criou-se a primeira associação de podólogos do Brasil. • O decreto-lei número 11.883, de 18 de março de 1941, do governador do estado de São Paulo, e o decreto-lei número 10.068, de 23 de março de 1939, regulamentam o exercício e a formação do profissional enfermeiro-pedicuro, estabelecendo que era preciso comprovar o exercício da profissão desde 05 anos antes da data de 22 de janeiro de Página 2
  • 3. Fundamentos de Podologia F 1934, nos termos do decreto-lei número 23.774, tornando necessário comprovar a prática da pedicuria por meio da assinatura de três clínicos de nomeada e juízo da diretoria do serviço de enfermagem. A palavra Podologia deriva do grego: “podo” significa pé e “logos” significa tratado. Assim, podemos definir Podologia como “estudo e tratamento dos pés”. Tal como noutras ciências da saúde, verificou-se nos últimos tempos uma grande evolução na qualidade e no tipo de serviços prestados nesta área, o que faz com que a definição anterior se torne insuficiente para caracterizar a Podologia no seu estado atual. Esta evolução foi possível também graças à aplicação de novas tecnologias nos métodos de diagnóstico e aplicação de novos tratamentos, tornando a Podologia numa área da saúde altamente especializada, que nada tem a ver com simples tratamentos de estética, como algumas pessoas pensam, por falta de informação. Assim, de forma mais rigorosa, pode-se definir Podologia como o ramo das ciências da saúde que tem por objetivo a prevenção, o estudo, a investigação e o tratamento dos processos patológicos do pé. Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Capítulo II – Conceito de Podologia como Profissão 1. O que é um Podologista / Podólogo? As três designações são muito semelhantes mas em terminologia da saúde têm significado diferente ('Ologo' diz respeito aquele que estuda; 'Ista' diz respeito à ciência e 'Iatra' significa médico), apenas foram adotadas de forma distinta para definir os diferentes graus de habilitações acadêmicas. 3. Porque é tão importante estudar os pés? Os pés são o único ponto básico do aparelho locomotor, que assegura a posição erguida (bípede), intervindo nesta função os músculos que atuam sobre a cabeça e tronco, as ancas e as pernas. Qualquer alteração da dita posição significa a afetação de todos os elementos que contribuem para a dinâmica do corpo. Daqui se conclui que o estudo do pé não pode ser isolado do restante aparelho locomotor; como estrutura complexa que é, necessita do suporte, apoio e iteração de ciências distintas que complementam esta formação integrada. Os pés são também a base de sustentação do organismo humano, são eles que suportam o peso do corpo, ficando sujeitos a uma enorme tensão. Além de suportarem o peso do corpo, os pés estão sujeitos a um enorme desgaste. Página 3
  • 4. Fundamentos de Podologia F 4. Quais são as funções do Pé? O pé é o principal suporte do peso do corpo. Basicamente tem duas funções distintas: uma em estática (quando o indivíduo se encontra parado e de pé), e outra em dinâmica (quando o indivíduo se encontra em movimento). A função em estática diz respeito à distribuição de forças que o peso do corpo faz incidir sobre os pés. A função em dinâmica é bastante complexa porque engloba o estudo da mecânica dos pés e de todo o corpo – Biomecânica – mas de uma forma básica pode ser descrita como um “motor ativo”, porque permite a propulsão, o caminhar, correr, saltar, etc. A função dinâmica é também amortecedora das pressões que chegam ao pé durante a marcha, a corrida e o salto. Por permitir a adaptação a movimentos complexos e especializados o pé pode ser chamado de “técnico especializado.” Como se pode ver o pé é uma estrutura de enorme importância para o nosso corpo, permitindo a interação do corpo com o solo e com o meio que nos rodeia, tornando-nos capazes de executar movimento e de captar e perceber estímulos que nos são enviados pelo exterior. 5. Em concreto, de que problemas trata a Podologia? A Podologia dedica-se ao estudo do pé em diferentes áreas, tais como: • Dermatopodologia (alterações da pele e unhas); • Ortopodologia (ortopedia do pé); • Biomecânica (estudo estático e dinâmico do pé); • Podologia Infantil (tratamento do pé na criança); • Podologia Desportiva (estudo funcional do pé do desportista); • Podologia e Pé de Risco (pé diabético; pé reumático, entre outros); • Podologia Geriátrica (intervenção no pé do idoso) • Podologia Preventiva (prevenção em diversos âmbitos: desporto, Diabetes, Reumatismo...); De forma sucinta, podemos destacar: Alterações da pele • Calosidades (helomas, tilomas, hiperqueratoses) • Micoses (dermatomicoses; ex.: Pé de Atleta) • Úlceras, Feridas, Gretas • Verrugas, Papiloma vírus (“Cravos”) • Pele seca e descamativa (xeroses; desidrose;) • Excesso de Transpiração e Mau Cheiro (hiperidrose, bromoidrose) Alterações das Unhas • Unhas Encravadas • Micóticas (onicomicoses) • Engrossadas (onicogrifoses) Alterações do Pé • Alterações Biomecânicas (Esporão do Calcâneo; Fascite Plantar; Pé Cavo; Pé Plano/Chato;) • Estudo da Marcha (Caminhar Incorreto e/ou com Dor) Página 4
  • 5. Fundamentos de Podologia F • Deformidades dos Dedos e Joanetes • Dismetrias e Heterometrias (Pernas de Diferentes Tamanhos) • Palmilhas, Próteses e Elementos Ortopédicos Personalizados Pé do Adulto • Pé Reumático • Pé Vascular • Pé Neurológico • Pé do Idoso Pé Diabético • Feridas e Úlceras Típicas • Alterações Estruturais • Palmilhas Preventivas Pé da Criança • Apoio Incorreto dos Pés • Juntar os Joelhos • Cansaço Excessivo dos Pés • Alterações Dérmicas • Dores Generalizadas • Más Formações Congênitas (Pé Zambo; Espinha Bífida;) • Palmilhas Corretivas ou Compensatórias Pé do Desportista • Lesões e Traumatismos (Entorses; Tendinites; Contusões;) • Estudo da Marcha • Estudo do Apoio do Pé • Palmilhas Personalizadas Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Capítulo IV – Anamnese 1. Conceito Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista realizada pelo médico ao seu paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente. Uma anamnese, como qualquer outro tipo de entrevista, possui formas ou técnicas corretas de serem aplicadas. Ao seguir as técnicas podese aproveitar ao máximo o tempo disponível para o atendimento, o que produz um diagnóstico seguro e um tratamento correto. Sabe-se hoje que a anamnese, quando bem conduzida, é responsável por 85% do diagnóstico na clínica médica, liberando 10% para o exame clínico (físico) e apenas 5% para os exames laboratoriais ou complementares. Após a anamnese é realizado o exame físico, onde se procuram os sinais e sintomas da doença. Página 5
  • 6. Fundamentos de Podologia F 2. Entrevista Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e o entrevistado) onde perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do entrevistado. Os repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas declarações que validem as informações apuradas ou que relatem situações vividas por personagens. No caso do podólogo, a entrevista será um momento crucial para coléta de dados. Será a ferramenta fundamental para estudar o caso do paciente e propor, através de uma nálise minunciosa, o melhor tratamento ou orientação possível. Após coletar os dados do paciente o avaliador irá realizar um comparativo das informações obtidas com as encontrados no exame físico do paciente para, assim, fechar o diagnóstico. 2.1 Métodos de entrevista Os métodos de entrevista são uma aplicação dos processos fundamentais de comunicação que quando são corretamente utilizados permitem ao investigador retirar das suas entrevistas elementos de reflexão muito ricos. O método das entrevistas está sempre relacionado com um método de análise de conteúdo. Quantos mais elementos de informação conseguirmos aproveitar da entrevista, mais credível será a nossa reflexão. 2.2 PacienteCliente Paciente é aquela pessoa que consulta o médico ou o profissional da área de saúde. Pacientes especiais são todos aqueles indivíduos que se desviam fisica, intelectual, social e emocinalmente daquilo que se considera padrão de normalidade. Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Capítulo III - Exame físico 1. Conceito Exame físico ou exame clínico é o conjunto de técnicas e manobras de alguns profissionais de saúde com o intuito de diagnosticar uma doença ou problemas de funcionalidade, entre outros. Os profissionais de saúde que se utilizam desse instrumento visam a detecção de anormalidades para possíveis intervenções e para prevenção do agravamento do estado do paciente. Quase sempre realizado depois de uma anamnese, o exame físico pode utilizar aparelhos, tais como: estetoscópio, esfigmomanômetro, termômetro, entre outros, com o objetivo de melhor avaliar um órgão ou sistema na busca de mudanças anatômicas ou funcionais que são resultantes da doença. Além disso, serve para a constatação do bom funcionamento dos sistemas. O exame físico pode ser geral ou focal e se divide em quatro etapas: inspeção, ausculta, palpação e percussão. Essas técnicas podem ser aperfeiçoadas com paciência, prática e perseverança. Vale ressaltar que o sentido do exame deve ser céfalo-podálico ("indo da cabeça para os pés"). Página 6
  • 7. Fundamentos de Podologia F Inspeção: exige a utilização do sentido da visão. Tem como objetivos detectar dismorfias, distúrbios do desenvolvimento, lesões cutâneas, presença de catéteres e tubos ou outros dispositivos. Palpação: obtenção do dado através do tato e da pressão (para regiões mais profundas do corpo). Identifica modificações na estrutura, espessura, consistência, volume e dureza. Percussão: através de pequenos golpes, é possível escutar sons. Cada estrutura tem um som característico. Os sons obtidos podem ser: maciço (onde o local tocado é "duro", pode indicar hemorragia interna ou presença de secreções), timpânico (indica presença de ar), som claro pulmonar (indica presença de ar nos alvéolos) Ausculta: procedimento que detecta sons do organismo, só que diferente da percussão, esse procedimento usa aparelhos para auxílio, por exemplo o estetoscópio. 2. Inspeção Método de observação usado durante os exames físicos. A inspeção, ou "observação do paciente", é o primeiro passo no exame de um paciente ou de uma parte de seu corpo. 3. Palpação Método de "sentir" com as mãos, utilizado durante o exame físico. O médico toca e sente com as mãos a parte do corpo do paciente para examinar seu tamanho, consistência, textura, localização e sensibilidade. 4. Auscultação Método utilizado para "escutar" os sons do organismo durante um exame físico. A auscultação pode ser realizada ao escutar-se com o ouvido, mas normalmente é realizado com o auxílio de um estetoscópio. Os médicos auscultam rotineiramente os pulmões, o coração e os intestinos para avaliar a freqüência, intensidade, duração, número e qualidade dos sons. Os médicos também utilizam a auscultação para escutar os sons do coração dos fetos. 5. Percussão Método de dar “pancadinhas" com as mãos, dedos ou instrumentos pequenos em partes do corpo durante o exame físico, para avaliar o tamanho, consistência, bordas e presença ou ausência de fluido nos órgãos. A percussão de uma parte do corpo produz um som (como tocar um tambor) que indica o tipo de tecido dentro do órgão. O "som" dos pulmões é oco na percussão, pois estão cheios de ar. Ossos e articulações têm um "som" sólido. O abdome "soa" como um órgão oco cheio de ar, fluidos ou sólidos. Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Capítulo V - Diagnóstico 1. Conceitos Diagnóstico [dia="através de, (pelo durante, latim por diagnosticu meio = de"]+ [gnosticu="alusivo ao conhecimento de"]), vem a ser: 1. Conhecimento (efetivo ou em confirmação) sobre algo, ao momento do seu exame; ou 2. Descrição minuciosa de algo, feita pelo examinador, classificador ou pesquisador; ou Página 7
  • 8. Fundamentos de Podologia F 3. Juízo declarado ou proferido sobre a característica, a composição, o comportamento, a natureza etc. de algo, com base nos dados e/ou informações deste obtidos por meio de exame. Também se costuma dizer (sinonímia) diagnose, com o mesmo significado. Exemplo imediato é o uso em Medicina. Em compreensão ampla (lato sensu), diagnóstico (diagnose) é complemento lógico de prognóstico (prognose), seu conexo lógico, e pode referir-se a qualquer uma das modalidades das áreas de conhecimento a seguir. 2. Doença Doença (do latim dolentia, padecimento) é uma condição anormal de um organismo que interfere nas funções corporais e está associada a sintomas específicos. Pode ser causada por fatores externos, como outros organismos (infecção), ou por desfunções ou malfunções internas, como as doenças autoimunes. A patologia é a ciência que estuda as doenças e procura entendê-las. Resulta da consciência da perda da homeostasia de um organismo vivo, total ou parcial, estado este que pode cursar devido a infecções, inflamações, isquémias, modificações genéticas, sequelas de trauma, hemorragias, neoplasias ou disfunções orgânicas. Distingue-se da enfermidade, que é a alteração danosa do organismo. O dano patológico pode ser estrutural ou funcional. O médico faz a anamnese e examina o paciente a procura de sinais e sintomas que definem a síndrome da doença, solicita os exames complementares conforme suas hipóteses diagnósticas, visando chegar a um diagnóstico. O passo seguinte é indicar um tratamento. 2.1 Doença é um conceito complexo e multifacetado. • Conceito do senso comum: A palavra tem em linguagem quotidiana diferentes significados, muitas vezes distintos do significado médico. • Conceito jurídico: Doenças têm dão a seus portadores determindos direitos (ex. não ir ao trabalho) e implica em deveres para várias instituições (seguros de saúde, previdência social, empregador); • Conceito social: ser "doente" implica um determinado papel social que provoca em outras pessoas compaixão, atenção, apoio. Além disso certos tipos de comportamento geralmente indesejáveis são aceitos (resmungar, não participar de atividades sociais); • Conceito acional: o ter uma doença conduz a um determinado tipo de comportamento e a determinadas ações (procurar um médico, tratamento); • Conceito profissional: A classificação de um fenômeno como doença implica que somente algumas classes profissionais podem realizar seu tratamento; • Conceito antropológico: Doença é uma forma de experiência humana como a felicidade, tristeza, luto, morte. Por isso se fala hoje de um conceito bio-psico-social, ou seja uma doença deve ser vista sob diferentes pontos de vista, de acordo com os diferentes fatores que a influenciam: • Fatores biológicos - como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral, o funcionamento do organismo e o metabolismo, etc.; • Fatores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reações emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.; Página 8
  • 9. Fundamentos de Podologia F • Fatores socioculturais - como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, modelos de papéis socias, etc. 2.2 Sinais Para a área de saúde, sinais são as alterações no metabolismo, no aspecto de uma pessoa, em sua conformação física, que podem ser indicadoras de adoecimento e podem ser percebidas ou medidas pelo profissional de saúde. Difere de sintomas que são as alterações que apenas o paciente pode perceber. A Semiologia, ou Semiótica é a disciplina que dedica-se ao estudo dos sinais e sintomas. A caracterização dos sinais baseia-se em sete príncípios ou componentes dos sinais, a saber: 1. Cronologia é a identificação dos aspectos relacionados ao tempo e sequência de evolução dos sinais como a hora do dia, períodos de melhora ou piora. 2. Localização Corporal não é apenas determinar o local dos sinais mas também determinar qual o sistema orgânico acometido. 3. Qualidade dos sinais, ao contrário dos sintomas, é de mais fácil determinação, uma vez que o observador tem como visualizar ou medir os sinais. 4. Quantidade é a descrição da intensidade, frequência, número de vezes em que o fenômeno ocorreu, intervalo entre os episódios, volumes de secreções, abaulamentos, edemas. 5. Circunstâncias em que o sinal ou sinais ocorrem, como local, atividade que exerce no momento da ocorrência do sinal, exposição a fatores ambientais, ingestão de alimentos, por exemplo. 6. Fatores Agravantes ou Atenuantes, embora claramente compreendidos, exigem do examinador a ciência exata das relações entre os sinais e os fatores que neles interferem, de modo a poder selecionar e identificar, sem sugestionar o paciente, aquilo que realmente interfere ou não com o sinal. 7. Manifestações Associadas podem ajudar até mesmo na identificação de Síndromes, uma vez que nem sempre o paciente tem a noção da importância da ocorrência de um fenômeno simultâneo a outro. São exemplos de sinais: • Icterícia (coloração amarelada da pele) • Alopécia (perda de pelos e cabelos) • Fácies (aparência facial) • Febre. 2.3 Sintoma Sintoma é qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não consistir-se em um indício de doença. Sintomas são frequentemente confundidos com sinais, que são as alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde. A diferença entre sintoma e sinal é que o sinal é aquilo que pode ser percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do paciente e o sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Página 9
  • 10. Fundamentos de Podologia F Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação do próprio paciente. A variabilidade descritiva dos sintomas varia enormemente em função da cultura do paciente, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções. Quando de um atendimento de alguém por um profissional de saúde, compete ao profissional saber colher as informações necessárias ao pleno conhecimento das características dos sintomas. Chama-se Semiologia ou Semiótica a disciplina que cuida do estudo dos Sinais e Sintomas e sua repercussão no entendimento da saúde ou doença de cada pessoa. Identificação dos Sintomas A identificação dos Sintomas faz-se essencialmente, pelo interrogatório do paciente, pois, sem seu relato ou qualquer outra forma de comunicação lúcida, é impossível conhecê-los. Em poucas áreas do conhecimento da saúde, como a Neonatologia, por exemplo, não ocorre a identificação dos sintomas, uma vez que o seu paciente, recém nascido, não se comunica de modo lúcido. A etimologia da palavra (Sintoma) vem do grego. 'Sin' = junção e 'Tomo' = pedaços. Ou seja, a palavra sintoma tem a ver com juntar as peças de várias sinalizações orgânicas ou psíquicas, mediante um doença; assim como num quebra-cabeças. Sintomas Assim como os sinais, os sintomas também podem ser caracterizados segundo sete princípios, mas com interpretação diferente, a saber: 1. Cronologia é a identificação dos aspectos relacionados ao tempo e sequência de evolução dos sintomas como a hora do dia, o dia do ciclo menstrual, etc; 2. Localização Corporal não é apenas determinar o local dos sintomas mas sua irradiação e profundidade. Deve-se ter em mente que as pessoas nomeiam partes do seu corpo de modo diferente, conforme seu próprio conhecimento. 3. Qualidade é um dos aspectos mais difíceis de se determinar, uma vez que conta com a descrição que o paciente faz de suas percepções. As comparações que muitas vezes são feitas remetem à memória individual, às experiências de cada um de nós. Por exemplo, a sensação de calor varia em função da hereditariedade, da região onde mora, etc. 4. Quantidade é a descrição da intensidade, frequência, número de vezes em que o fenômeno ocorreu, intervalo entre os episódios, volumes de secreções, abaulamentos, edemas. 5. Circunstâncias em que o sintoma ou sintomas ocorrem, como local, atividade que exerce no momento da ocorrência do sintoma, exposição a fatores ambientais, ingestão de alimentos, por exemplo. 6. Fatores Agravantes ou Atenuantes, embora claramente compreendidos, exigem do examinador a ciência exata das relações entre os sintomas e os fatores que neles interferem, de modo a poder selecionar e identificar, sem sugestionar o paciente, aquilo que realmente interfereou não com o sintoma. 7. Manifestações Associadas podem ajudar até mesmo na identificação de Síndromes. Como nem sempre o paciente tem a noção da importância da ocorrência de um fenômeno simultâneo a outro, compete ao médico o interrogatório e a associação dos eventos. Exemplos de sintomas • Sede • Inapetência (perda de apetite) • Fome • Alterações do paladar • Dor • Astenia (fraqueza) • Urgência miccional • Tontura e vertigem Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Página 10
  • 11. Fundamentos de Podologia F Capítulo VI – Terapias Utilizadas na Podologia 1. Termoterapia A termoterapia é a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulta no aumento ou diminuição da temperatura dos tecidos corporais estimulando a termorregulação corporal. É praticada principalmente por fisioterapeutas, já que estes são profissionais que utilizam recursos físicos e naturais para avaliar e tratar seus pacientes. O organismo humano é homeotérmico, ou seja, mantém sua temperatura entre certos limites fisiológicos. Para que a temperatura seja mantida dentro destes limites, ela é regulada através de mecanismos de aquecimento e resfriamento, activados pelo cérebro. Estes mecanismos quando activados aceleram o metabolismo basal e com isso a queima de calorias favorecendo assim o emagrecimento e a diminuição da gordura. 1.2 Tipos de termoterapia Hipertermoterapia Hipertermoterapia significa terapia com calor. É a aplicação de qualquer substância que provoque o aumento da temperatura dos tecidos estimulando a termorregulação corporal. O sistema termostático utiliza três mecanismos importantes para reduzir o calor corporal quando há o aumento excessivo da temperatura: • Vasodilatação plena que consegue aumentar a transferência de calor para a pele até 8 vezes; • Transpiração e evaporação de água; • Aumento da trocas metabólicas favorecendo a absorção de cosméticos. O calor provoca estímulo geral do metabolismo celular com aumento da síntese protéica e da actividade enzimática com modificações da permeabilidade da membrana celular. A hipertermoterapia é indicada para redução do peso, celulite, modelação do corpo e em tratamentos corporais que requeiram o uso de calor localizado (como redução de dor em musculopatias crônicas). Crioterapia Crioterapia é o termo usado para descrever a terapia utilizando o frio e a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulte em remoção do calor corporal, diminuindo, assim a temperatura dos tecidos. Ela abrange uma grande quantidade de técnicas específicas que utiliza o frio na forma líquida (água), sólida (gelo) e gasosa (gases) com o propósito terapêutico de retirar o calor do corpo induzindo a um estado de hipotermia para favorecer uma redução da taxa metabólica local e promover a diminuição das necessidades de oxigênio pelas células. Alguns autores consideram-na como uma forma de Hidroterapia. O mecanismo termostático adota, no frio, três mecanismos exatamente opostos ao da hipertermoterapia: • Vasoconstrição cutânea; Página 11
  • 12. Fundamentos de Podologia F • Diminuição da sudorese e aumento do tônus muscular, resultando em calafrios; • Diminuição das trocas metabólicas. Os efeitos fisiológicos causados pelo uso da crioterapia são: anestesia, redução da dor, redução do espasmo muscular, redução de hematomas e equimoses, melhora a amplitude de movimento, redução da inflamação em processos agudos e quebra do ciclo dor-espasmo-dor. A crioterapia é indicada para tratar flacidez de pele, reduzir edemas e hematomas pós-operatórios e aumentar a rigidez muscular. 2. Eletroterapia Eletricidade: Podemos dizer que eletricidade é uma forma de energia. A energia é definida como capacidade de trabalho, portanto é um potencial armazenado. Desde a antiguidade, fenômenos físicos, envolvendo a eletricidade, vêm sendo observados. Todavia, somente nos últimos séculos é que os cientistas passaram a entendê-los melhor. Para explicar certas atrações e repulsões entre as massas dos objetos, atribuímos a eles uma propriedade chamada de carga elétrica. Ela pode ser de dois tipos: positiva ou negativa. O conjunto de cargas em movimento é denominado: corrente elétrica. Alta-freqüência: Quando a freqüência das etapas de intensidade de uma corrente elétrica, ultrapassa alguns centésimos de ampéres, provocam reações no organismo humano. Quanto mais rápida a freqüência das etapas, chegando à cifra de 1.000 por segundo ou mais, ela atravessa o organismo, dando a impressão de calor. É o que acontece com a corrente de alta-freqüência, pois pela rapidez de alternâncias, neutraliza qualquer efeito químico e faz com que a percepção sensível seja impossível. Somente se percebe o fenômeno que resulta, na elevação da temperatura. A estética começou a utilizar esse equipamento em 1938, na França, hoje em dia é um dos auxiliares indispensáveis para o profissional, pela amplitude de sua utilização. O aparelho gera corrente elétrica de intensidade controlada e indolor. Possui uma bobina de alta tensão conectada a um eletrodo de vidro, que contém um gás, produzindo um fluxo de luz fraca e faíscas que, ao entrarem em contato com o ar, liberam átomos de oxigênio, gerando o ozônio (O3). Ozônio:Tem sua origem não como produto químico, mas como gás. É um gás com odor penetrante, que se dissolve rapidamente em contato com o ar. É uma forma instável do oxigênio, na qual 3 átomos, combinados, formam a molécula O3. Se a luz solar não fosse filtrada pela camada de ozônio, a vida na Terra não seria possível. Aplicação do ozônio: • Na Medicina: Possui propriedades bactericida, bacteriostática (controla a proliferação de certas bactérias), fungicida, viruscida e cicatrizante. Vem sendo usada com eficácia desde 1930, no tratamento de diversas afecções da pele e na fisioterapia. • Na conservação de frutas e carnes. Página 12
  • 13. Fundamentos de Podologia F • Na odontologia, no tratamento da água mineral. • Na purificação de ar e renovação do ar confinado. • Na esterilização de ambientes. • No tratamento de águas industriais. • Na estética, o vapor é utilizado há aproximadamente 16 anos. • Na podologia, Penetra no corpo humano pelas vias: pulmonares, mucosas e cutâneas. • Pela pele, penetra de acordo com o estado de hidratação, considerando sua espessura. As principais ações do ozônio são: • bactericida (destrói algumas bactérias que colonizam a pele); • viruscida (cauteriza verrugas), • fungicida (destrói certos fungos) e hemostática (cauterizante). É um desinfetante poderoso e eficaz. • Favorece a circulação local e geral, regenerando assim, a epiderme. IMPORTANTE: A utilização do ozônio em pequenas concentrações, quase não apresenta contra-indicação. São utilizados três tipos de gases que dão cor aos eletrodos. São eles: • NEON: Possui coloração laranja- avermelhada e é indicado para peles sensíveis e delicadas. • CHENON: Possui coloração azulada e uma ação mais agressiva sobre a pele. É indicado para peles menos sensíveis. • ARGON: Possui coloração azul-arroxeada e é indicado para peles mistas. 3. Ultrassom terapêutico Ultra-som terapêutico é a vibração sonora de freqüências superior a vinte mil ciclos por segundo, não audível pelo homem. Sons abaixo dos 20Hz são conhecidos como infra-som. O que normalmente estamos acustumados a ouvir são freqüências de 30 – 4000 Hz, sons de vozes e música. Na fisioterapia se emprega o US em freqüências de 0,5 a cinco MHz. As ondas são uma série de compressões e rarefações mecânicas na direção do trajeto da onda, portanto são chamadas de ondas longitudinais. A passagem dessas ondas de compressão e rarefação é invisíveis, o que acontece é a “aproximação” e “separação” das moléculas, balanceando. A onda não transporta a matéria e sim faz com que a matéria “chacoalhe” vibrando. No US terapêutico essa vibração faz com que as moléculas vibrem e quanto maior o movimento molecular maior o calor – já que temperatura é a agitação das moléculas. Assim como uma britadeira de quebrar asfalto a energia transferida através das ondas é pelo meio de colisões. A velocidade de transmissão dessas ondas dependem de onde elas “viajam”, por exemplo a luz viaja mais rápido no ar do que na água. 4. Laser O laser é uma luz com características muito especiais, que lhe conferem propriedades terapêuticas. O laser emite sempre uma luz pura, sem mistura, diferentemente da luz comum, formada de vários comprimentos de onda. Existem três tipos de laser: Página 13
  • 14. Fundamentos de Podologia F Laser Terapêutico laser terapêutico é utilizado em substituição aos medicamentos ou em conjunto com eles. Ele tira a dor, é usado como antiinflamatório e ajuda na cicatrização. Outro tipo é o cirúrgico, que remove tecido, corta, vaporiza. Por isso, pode ser usado em cirurgias, e para a esterilização de lesões. Além desses, existe ainda um laser usado exclusivamente para diagnóstico. Com relação ao laser terapêutico, sua vantagem é que, em vez do paciente tomar medicamentos, o laser ativa o próprio organismo a produzir certas substâncias que podem, muitas, substituí-los. Por exemplo, se o paciente precisa de cortisona, o laser induz seu organismo a produzir cortisol, então ele não tem de tomar o medicamento, ou pode tomá-lo em doses reduzidas. Laser Terapêutico Laser Cirúrgico O laser cirúrgico, ao mesmo tempo em que corta o tecido, provoca coagulação e fechamento de vasos linfáticos e terminações nervosas. Isso quer dizer que, nessas cirurgias, não há sangramento, há menos edema (inchaço) depois da cirurgia, e os pacientes têm um pós-operatório muito menos doloroso. Possibilita, portanto, a realização de cirurgias de modo menos invasivo e agressivo. Infelizmente, o laser não substitui o motorzinho, o uso do laser em dente, ainda que muito efetivo, é limitado. Ainda não se podem fazer reparos extensos, como os de coroas, ou cáries profundas, por exemplo, somente as mais superficiais e manchas. Não se pode dizer que o laser terapêutico e o cirúrgico substituam tecnicamente todos os tratamentos convencionais. Eles têm grandes indicações, porém, como todas as técnicas, têm suas limitações, e às vezes ele funciona apenas como coadjuvante. Página 14
  • 15. Fundamentos de Podologia F Laser para diagnóstico O laser para diagnóstico, opera em uma potência muito baixa, emitindo uma luz visível que vai até o dente, é absorvida na sua superfície e emite uma fluorescência, que pode ser mensurada no painel do aparelho, variando conforme o tipo ou a gravidade da cárie que há no dente. O laser odontológico é muito bem indicado para pacientes portadores de discrasias sangüíneas, diabetes e todas as doenças degenerativas, obtendo sucesso no tratamento de pacientes portadores de doenças imunodepressoras. Também não há contra-indicação para o uso em mulheres grávidas ou pacientes com problemas cardíacos. Porem, o custo desses aparelhos e dispositivos, além da necessidade de uma sala apropriada, onera muito o tratamento. Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Capítulo VII – Avaliação Postural Através dos Pés 1. Baropodometria A Baropodometria Eletrônica é um recurso de alta tecnologia que contribui para avaliação postural de atletas e de pessoas sedentárias. Pode aplicar-se a indivíduos sadios ou portadores de alguma patologia de diferentes causas: seja ortopédica, traumatológica e/ou neurológica. Para melhor entendermos este recurso, começamos pela sua nomenclatura: Baro significa pressão, Podo é relativo aos pés e Metria é a referência quantitativa desta avaliação. Enfim, com este exame avaliaremos a distribuição de peso ou pressão nos pés e relacionaremos os resultados com as alterações posturais do indivíduo. Normalmente, os Baropodômetros Eletrônicos constituem-se de uma plataforma de mais ou menos 45x57, 5cm para as avaliações estáticas ou esteiras que podem chegar até 10 metros para as avaliações dinâmicas. Na sua superfície existem sensores eletrônicos que captam as diferentes pressões do indivíduo em pé (postura ortostática) ou caminhando. Os dados coletados são enviados a um Software que ajudará na interpretação dos valores coletados durante a análise. Numa avaliação estática ou dinâmica, podemos analisar as seguintes variáveis relacionadas aos pés dos indivíduos: pressões máximas e pressões médias em kgFcm2, distribuição de peso entre os pés em percentual (%) para cada lado, superfície em cm2, barocentro do pé e da postura (cm), estabilometria (avalia as oscilações em milímetros dos pés e do corpo nos diferentes planos), tempo do passo, velocidade e análises em 3D. 1.1 Como a Baropodometria Eletrônica avalia a postura? Página 15
  • 16. Fundamentos de Podologia F Profissionais, normalmente Fisioterapeutas, com a formação em Podoposturologia irão avaliar não apenas os pés com este recurso, e sim todas as possibilidades de alterações posturais que irão determinar as pressões anormais nos pés. Por exemplo, pessoas com alterações vestibulares como a labirintite, alterações visuais como a miopia e astigmatismo, alterações da ATM (articulação têmporo mandibular) como o bruxismo, má oclusão, alterações ortopédicas da coluna como a escoliose, hiperlordose e outras. Assim como as alterações de quadris, joelhos (varo, valgo e recurvatum) e por fim as alterações típicas dos pés como a pronação, supinação, pés cavos, pés planos e suas distribuições de peso no antepé, médiopé e retropé que é a região do calcanhar que tem a função de receber as maiores cargas. Todos estes sistemas influenciam diretamente no resultado do exame e devem ser considerados. Diante dos resultados traduzidos por Softwares específicos, a interpretação destes irá determinar a melhor forma de tratamento para melhora da "geometria" postural. Os pés são nossa base de sustentação e nossa mola propulsora para o deslocamento, daí sua importância global. Reforço muscular específico, alongamentos, reeducação postural, relaxamento terapêutico de músculos tensos, treino de resistência da região da cintura pélvica, propriocepção, palmilhas personalizadas ou mesmo uma melhor indicação para aumento da performance no esporte praticado pelo indivíduo poderão ser as conclusões deste exame que veio para agilizar e facilitar a reabilitação ou promoção da saúde dos indivíduos. Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Capítulo VIII - Massagem 1. Conceito É a prática de aplicar força ou vibração sobre tecidos macios do corpo, incluindo músculos, tecidos conectivos, tendões, ligamentos e articulações para estimular a circulação, a mobilidade, a elasticidade ou alívio de determinadas dores corporais. Por ser uma forma de terapia, também pode ser conhecida como massoterapia, sendo sua prática permitida no Brasil apenas para fisioterapeutas. Pode ser aplicada a partes do corpo ou continuamente a todo o corpo, para curar traumas físicos, aliviar stress psicológico, controlar a dor, melhorar a circulação e aliviar tensão. Quando a massagem é utilizada para benefícios físicos e mentais, ela pode ser chamada de “Terapia de Massagem Terapêutica”. 2. Massagem terapêutica Apesar de haver muitos tipos particulares de massagem, existem apenas alguns tipos básicos e primordiais de massagem. Há dois grupos grandes que se destacam: as massagens com óleos e as massagens "secas". Depois começaram a bifurcar-se em centenas de correntes e estilos diferentes, fundindo-se e separando-se em outros tantos estilos. Hoje em dia existem massagens aplicadas para praticamente todos os fins. Desde massagens para bebês e Página 16
  • 17. Fundamentos de Podologia F idosos até massagens cosméticas, de rejuvenescimento localizado. As massagens hoje em dia estão cada vez mais enraizadas nas culturas chegando até mesmo às empresas. Cada vez mais, grandes organizações incorporam nos seus pacotes de incentivos, massagens inclusive no próprio local de trabalho. A massagem não é exclusividade de fisioterapeutas. Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Capítulo IX – Patologias mais freqüentes para os Podólogos 1. Onicomicose (Micose da Unha) A onicomicose é uma infecção que atinge as unhas, causada por fungos. As fontes de infecção podem ser o solo, animais, outras pessoas ou alicates e tesouras contaminados. As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, pois o ambiente úmido, escuro e aquecido, encontrado dentro dos sapatos e tênis, favorece o seu crescimento. Além disso, a queratina, substância que forma as unhas, é o "alimento" dos fungos. Manifestações Clínicas: 1. Onicomicose subungueal distal e lateral é o tipo mais comum de onicomicose. Os dermatófitos predominam nesse tipo clínico, com envolvimento ocasional por não dermatófito. 2. Onicomicose superficial branca é uma infecção superficial da unha causada primariamente por T. mentagrophytes e, algumas vezes, pelo mofo Acremonium sp. Esse tipo tem recebido, recentemente, maior atenção por causa da maior ocorrência em paciente com Aids. 3. Infecção subungueal proximal, freqüentemente afetando as unhas dos dedos das mãos, é primariamente resultado de infecção por Candida. No paciente portador de Aids, pode ser causada por dermatófito. 4. Onicomicose distrófica total, caracterizada pela total destruição da placa (lâmina) ungueal, é freqüentemente resultado de infecção dermatofítica. 5. Espessamento: as unhas 6. Leuconíquia: manchas aumentam de espessura, brancas na superfície da 7. Destruição e ficando endurecidas e unha. deformidades: a unha fica grossas. Esta forma, pode se frágil, quebradiça e se acompanhar de dor e levar quebra nas porções ao aspecto de "unha em anteriores, ficando telha" ou "unha de gavião". deformada. 8. Paroníquia ("unheiro"): o contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por conseqüência, altera a formação da unha, que cresce ondulada e com alterações da superfície. Página 17
  • 18. Fundamentos de Podologia F Como evitar? Hábitos higiênicos são importantes para se evitar as micoses. Previna-se seguindo as dicas abaixo: • Não ande descalço em pisos constantemente úmidos (lava pés, vestiários, saunas). • Observe a pele e o pêlo de seus animais de estimação (cães e gatos). Qualquer alteração como descamação ou falhas no pêlo procure o veterinário. • Evite mexer com a terra sem usar luvas. • Use somente o seu material de manicure. • Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados. • Evite meias de tecido sintético, prefira as de algodão. Tratamento Os medicamentos utilizados para o tratamento podem ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou esmaltes. Casos mais avançados podem necessitar tratamento via oral, sob a forma de comprimidos. Os sinais de melhora demoram a aparecer, pois dependem do crescimento da unha, que é muito lento. As unhas dos pés podem levar cerca de 12 meses para se renovar totalmente e o tratamento deve ser mantido durante todo este tempo. A persistência é fundamental para o sucesso do tratamento. 2. Onicocriptose (Unha Encravada) Onicocriptose é o nome científico que se dá a unha encravada : é a penetração de espícula (pedaço de unha) dentro da pele,na lateral do artelho (dedo), quase sempre seguido de inflamação, granuloma piogênico(carne esponjosa) que é a proliferação de vasos sanguíneos formando uma lesão tumoral secundária ,de cor avermelhada ou arrouxeada, úmida,de consistência mole e que sangra facilmente,depois de um traumatismo ,ou seja,é uma defesa do organismo. Causa dor, odor, dificuldade de calçar, constrangimento social(vergonha), sem contar que é uma porta aberta para qualquer outra bactéria. As principais causas de onicocriptose são: • Corte incorreto das unhas: o corte quando executado por pessoas não habilitadas poderá ser feito incorretamente, podendo ocasionar uma unha encravada quase sempre com inflamação. • Pressão: causada por uso de sapatos inadequados, meias com costuras. • Formato de unhas: funil, telha, involuta, etc. • Unhas espessas ou com deformidades, • Onicomicose (micose de unha) que pode causar deformidade e espessamento das unhas. • Traumatismo: torções, queda de objetos sobre a unha ou pisões. Página 18
  • 19. Fundamentos de Podologia F Tratamento Podológico Na podologia o procedimento é: análise do problema, faz-se a assepsia do local, espiculaectomia que é a retirada da espícula (pedaço de unha) que está ocasionando dor, inflamação ou infecção, realizada com materiais esterilizados e descartáveis,depois será feito curativos oclusos a base de colagenase, sulfato de neomicina, alginato restabelecimento do de cálcio, problema. etc. Pede-se Depois desse retorno até o completo procedimento é adequado acompanhar o crescimento da unha, para que não haja recidiva. Caso necessário, hoje a podologia tem alguns recursos para que o paciente não tenha mais problemas com as unhas: Órteses são aparelhos ou objetos usados para correção de algum problema:fibras de memória molecular, fio ortodôntico(ômega) e bracket,elástico,todos com resultados excelentes modificando o formato da unha e consequentemente resolvendo o problema. Anteparos são objetos como:algodão, gaze,guta percha,fibras estéreis,usadas para fazer com que a unha cresça sem problemas. 3. Doenças com Espessamentos Palmares e Plantares CALOSIDADES Hiperqueratoses Adquiridas Os calos ou calosidades apresentam três formas clínicas distintas: helomas, tilomas e hiperqueratoses. Dependendo das suas características e da forma como são tratados, podem ou não deixar alterações cutâneas visíveis e sintomáticas, mas de uma forma geral é possível eliminá-los de forma a que a pele adquira o seu aspecto e integridade normais. É importante perceber que os calos surgem em zonas de maior pressão e/ou fricção e são um mecanismo natural de defesa da própria pele em resposta a estas alterações. Desta forma só é possível tratar definitivamente um calo ou calosidade se for tratada a alteração que o origina, seja ela externa, como o calçado inadequado, ou interna, como uma alteração estrutural do pé. Em qualquer uma das situações a intervenção de um podólogo é indispensável uma vez que, para além da eliminação do calo ou calosidade, pode-se prevenir o aparecimento da mesma através da confecção de órteses digitais (normalmente de silicone) e órteses plantares (vulgarmente denominadas de 'palmilhas'), que são os tratamentos mais indicados para evitar o reaparecimento destas patologias, para tratá-las de forma definitiva. Contudo, existem cremes queratolíticos e emolientes que ajudam a reequilibrar a pele, podem ser usados em formas simples de calosidades ou como coadjuvantes de outros tratamentos em formas clínicas mais complexas. Página 19
  • 20. Fundamentos de Podologia F A hidratação natural da pele é feita pela camada mais superficial da pele, chamada camada córnea. Esta camada é formada por células mortas, compostas por uma proteína chamada queratina, outras, coladas bem umas sobre as aderidas. Entre estas células, justaposto a elas, existe um cimento que é chamado de barreira hidro-lipídica. A camada córnea é impermeável à água, ou seja, é responsável que por impedir o organismo perca água para o ambiente ou que fique encharcado quando submerso na água. A barreira hidro-lipídica, como o nome já diz, é formada por gorduras (lipídeos) e água, dispostas em camadas. As camadas de gordura são responsáveis por represar a água e não deixar que ela evapore, enquanto as camadas de água impedem que a gordura perca sua estrutura e saia do seu lugar. Este mecanismo é responsável pela hidratação da pele. A água é quem dá a hidratação à pele, porém a gordura é quem segura a água na pele, promovendo a hidratação. O uso de sabões, as esfoliações, a exposição ao sol, ao vento e a água removem a gordura e algumas células da camada córnea, causando o ressecamento da pele. Nesta situação, a pele fica áspera e opaca, perde sua elasticidade, fica mais frágil, apresenta descamações e pode coçar. Existem diversas doenças que causam o espessamento das mãos e dos pés, chamadas de queratodermias (ou hiperqueratoses) palmo-plantares. Nestas doenças existe alteração na camada córnea, que fica espessada e amarelada. Estas doenças podem ser genéticas ou adquiridas e a hiperqueratose pode ser localizada ou difusa. Nas doenças genéticas, o problema ocorre desde a infância e as mãos e os pés são completa ou parcialmente acometidos de maneira simétrica. Ocorre espessamento da pele, formação de sulcos e fissuras, estrias espessadas, pontos mais endurecidos e vermelhidão em graus variáveis de intensidade. Pode ocorrer também acometimento do dorso das mãos e dos pés. Nas hiperqueratoses adquiridas, o surgimento é tardio. Geralmente o acometimento das mãos e dos pés não é simétrico. Ocorrem devido a: • Contato com substâncias químicas irritantes; • Pressões mecânicas constantes; • Fatores físicos como queimaduras, exposição ao frio, irradiações; • Infecções por fungos, vírus ou bactérias; • Reações alérgicas ; • Medicamentos; • Problemas circulatórios e neurológicos; • Problemas ortopédicos; • Doenças da pele como psoríase, líquen plano, diabetes, neurodermatite, entre outras; • Radiações solares; • Menopausa. Página 20
  • 21. Fundamentos de Podologia F Hidratação Quando a pele está ressecada, podemos utilizar diversos produtos para tentar hidratá-la, porém nenhum será tão perfeito como o mecanismo natural de hidratação. Os hidratantes geralmente contêm gorduras que ficam na superfície da pele e têm como objetivo evitar a perda de água através dela e hidratá-la. Alguns produtos possuem substâncias capazes de atrair água para si e procuram segurar a água na pele quando aplicados nela. Os hidratantes mais modernos procuram repor a barreira lipídica da camada córnea, restaurando sua função. Há diversas opções de hidratantes no mercado, cada um útil para um tipo de pele e uma intensidade de ressecamento. Eles devem ser utilizados apenas quando necessários e, em muitas situações, devem ser prescritos pelo dermatologista, que saberá o hidratante mais indicado para a pele de cada pessoa. CUIDADO, em algumas hiperqueratoses palmo-plantares o hidratante além de não melhorar poderá piorar ainda mais o problema. 4. Verruga Plantar (Olho de Peixe) As verrugas são tumores benignos causados por vírus e são extremamente contagiosas. Assemelham-se a pequenas couves-flores com distintos vasos capilares que sangram com facilidade ao serem feridos, aumentando assim os riscos de auto contágio. Elas se multiplicam bastante em ambientes úmidos, pois, a maior propagação de verrugas ocorrem no verão, devido à exposição dos pés descalços nos solos arenosos das praias e nas pedras porosas das piscinas. Geralmente as verrugas surgem devido à baixa resistência do organismo. As crianças e adolescentes são mais propensas ao contágio do vírus devido as constantes trocas químicas por fatores hormonais e emocionais, bem como por estarem mais expostos por andarem mais descalços. 5. Tinea Pedis (Frieira) Frieira ou pé-de-atleta são os nomes populares de uma infecção da pele causada por fungos e que atinge principalmente os pés. O surgimento da frieira é causado por atrito, umidade nos pés, excessivo suor e falta de asseio. Geralmente, a contaminação ocorre em lugares públicos que tenham pisos úmidos - piscinas, vestiários, saunas - e pelo uso comum de toalhas e roupas de pessoas já infectadas. 6. Fissuras Também conhecidas como rachaduras, são lesões em que não há perda do tecido mas um afastamento linear da pele, superficial ou profundo, sem deixar cicatriz, muito comum na região do calcâneo, em muitos casos causa dor e sangramento. São causadas pelo ressecamento da pele associada ou não a hiperqueratose. Pode haver a presença de fungos, neste caso além do tratamento podológico com desbastamento da hiperqueratose, uso de Página 21
  • 22. Fundamentos de Podologia F cremes hidratantes e umectantes específicos, os pacientes devem ser encaminhados ao dermatologista. 7. Bicho-de-Pé (Tunga Penetrans) “Bicho-de-Pé” é a menor das pulgas. A fêmea grávida penetra na pele do hospedeiro (homem ou animal), deixando somente a extremidade posterior em contato com a atmosfera para respirar. Causa uma infecção caracterizada por pruridos e inchaços prejudicando a deambulação. As lesões se localizam principalmente ao redor de onde o inseto penetrou, sendo mais comum sob as unhas ou entre os dedos dos pés. Após essa função de procriar, o corpo da fêmea é expulso pela ação inflamatória da pele. As pulgas são encontradas abundantemente em solo arenoso e seco, como pastos, currais, chiqueiros e praias. O tratamento podológico consiste na extirpação dos parasitas com instrumentais adequados em condições assépticas finalizando com curativo e orientando nas prevenções. 8. Bromidrose Bromidrose é o suor com cheiro desagradável , que ocorre nas axilas e nos pés. É provocada pela ação de bactérias em determinadas partes do corpo ao permanecerem abafadas (como sapatos), provocando odor . Nos pés além do odor pode acompanhar um quadro de maceração (aspecto esbranquiçado da pele) ou descamação da pele. Cuidados: Lavar o local afetado com sabonetes anti-séptico. Secar bem a pele, especialmente entre os dedos (se possível com secador de cabelo). Trocar roupas e meias, diariamente (dar preferência as meias de algodão). Optar por calçados abertos, alternando-os todos os dias, passando anti-séptico e expô-los ao sol. Evitar deixar a pele úmida por muito tempo. Cuidados esses que visam diminuir a população bacteriana no local. Tratamento Podológico: limpeza e orientação quanto aos cuidados. 9. Bolhas A bolha é o acúmulo de fluído(com ou sem infecção)entre a camada interna e externa da pele, causadas por atritos,fricção, calçados apertados ou largos,queimaduras,excesso de frio ou calor, doenças na pele, alergias, irritações na pele provocados por agentes químicos. Muito comum em atletas, praticantes de esportes ou caminhadas.Profissionais que andam muito durante longo período. Pessoas com pele sensíveis. Alguns Cuidados: • Verificar se calçados,inclusive tênis e sandálias,estão de acordo. • Verificar se as costuras das meias não estão pressionando(principalmente em crianças). Página 22
  • 23. Fundamentos de Podologia • F Pessoas diabéticas os cuidados são maiores, pois muitas vezes as mesmas não sentem a bolha ou qualquer machucado. • Procure não furar as bolhas,principalmente com objetos não esterilizados,elas podem infeccionar. Elas secarão sozinhas. Tratamento Podológico: O podólogo fará a assepsia, e analisará a melhor maneira de tratar a bolha,depois ,se necessário, fechará com curativos. Se necessário marcará retorno. 10. Disidrose Doença de causa desconhecida devido provavelmente a retenção de suor entre as células da epiderme (camada mais superficial da pele). Alterações climáticas e distúrbios emocionais têm sido relatados como prováveis fenômenos desencadeantes. A doença atinge as mãos e os pés, iniciando com coceira e formação de vesículas (pequenas bolhas) endurecidas, atingindo principalmente a face lateral dos dedos, as palmas das mãos e as plantas dos pés. A coceira pode ser intensa e o ato de coçar rompe as bolhas que eliminam líquido transparente. O quadro ocorrem surtos que se repetem e dura de uma a duas semanas, como o ressecamento das bolhas e descamação nos locais atingidos. As lesões podem ocorrer em pequeno número, mas em alguns casos tomam toda a superfície das mãos ou pés. Tratamento: é feito com medicamentos de uso local para alívio da coceira, indicado por um médico dermatologista. Tratamento Podológico: quando o caso for mais simples o podólogo atua com limpeza e hidratação. 11. Esporão de Calcâneo Tão comum e tão doloroso, o esporão é uma deformação ortopédica (calo ósseo) causada por uma calcificação em formato de espora no osso do calcanhar. As principais causas são os traumatismos de repetição devido a um tipo de caminhar que sobrecarrega o calcanhar ou pressão local excessiva pelo sapato de contra forte duro ou apertado. Em alguns casos, poderá ocorrer a formação de alguns calos ou calosidades. O através de diagnóstico é radiografias, feito e o tratamento poderá ser cirúrgico para a retirada da espícula ósseo, ou paliativo, com a remoção de calos (se houver), administração de anteinflamatórios, uso de palmilhas específicas e calçados adequados aos pés e até tratamento fisioterápico. Página 23
  • 24. Fundamentos de Podologia F 12. Halux Valgus É uma patologia caracterizada por um desvio na lateral do hálux, causando uma proeminência na região interna dos pés e apresentando deformidades e dor no local. Quando apresenta quadro inflamatório na região, ocorre o surgimento do joanete. A causa pode ser hereditária. O tratamento é feito pelo uso de órtose do tipo protetores e separadores para joanetes que pode ser usado durante o dia ou apenas a noite para dormir, bem como a utilização de sapatos com câmaras mais amplas. Em casos mais graves faz-se necessária a cirurgia corretiva. 13. Pé Cavo É uma deformidade do pé onde há uma excepcional concavidade da sua planta, ou seja, ocorre uma excessiva curvatura do arco interno do pé (arco longitudinal medial). A causa pode ser neurológica, ortopédica ou neuromuscular, ao contrário dos pés chatos, os pés cavos podem ser dolorosos, manifestando-se à parte anterior devido à compressão dos metartasos(metartarsalgia), à parte posterior devida a compressão exercida no calcâneo (talagia) e a parte do médio pé na fascia plantar (fascite ou fasceite plantar que pode originar esporão de calcâneo). Pessoas com pés cavos têm dificuldade para encontrar sapatos que lhes sirvam, e ainda podem requerer o uso de palmilhas para melhor sustentação. Tratamento Podológico: o podólogo trata de calos e calosidades provenientes desta deformidade, corta corretamente as unhas, indica o uso de palmilhas anti impacto para proporcionar maior conforto a um pé cavo e orienta na escolha de calçados mais adequados. O tratamento é multidisciplinar, pois é muito importante a orientação médica(ortopedista) com relação a palmilhas específicas ao problema da pessoa,onde é feito um estudo biomecânico completo; e em outros casos mais graves o tratamento é cirúrgico. 13. Pé Plano É o enfraquecimento, abaixamento e desabamento do arco medial do pé, onde a maior parte da planta do pé fica em contato com o solo, causando (ou não)dores.Muito conhecido como "pé chato". Porém o termo correto é pé plano valgo flexível.É caracterizado pela diminuição do arco longitudinal medial do pé( elevação plantar)o lado medial(interno) do pé toca ou está próximo deste.Esta Página 24
  • 25. Fundamentos de Podologia F condição acomete a maioria das crianças até 3 ou 4 anos de idade, quando começa o desenvolvimento do arco do pé.Toda a sola dos pés entra em contato com o chão ao caminhar,causando dores após longas caminhadas.O arco plantar é necessário para absorver as vibrações verticais.O afrouxamento ou o encurtamento ligamentar ,ou da fáscia plantar, alteram a curvatura fisiológica, resultando prejuízo na funcionalidade de caminhar.Essa sobrecarga numa área reduzida , produz calos e calosidades, impõe uma marcha rígida, as vezes com perda do equilíbrio e lesões na área de impacto. Para correção: cirurgia ou palmilhas. Tratamento Podológico: o podólogo não tem como corrigir o problema pois trata-se de uma deformidade óssea, porém cabe ao podólogo retirar calos e calosidades provenientes desta deformidade, indicar uma palmilha para diminuir seu desconforto. Porém para uma avaliação mais profunda do problema e uma indicação mais precisa de palmilhas o ideal é procurar um médico ortopedista.Em casos mais graves o tratamento é cirúrgico. 14. Podopediatria Ao contrário do que podemos imaginar as crianças também tem problemas nos pés e unhas: Bebês nascem com infecções nas unhas dos pés. Pela genética, uso de macacões apertados, no comprimento, meias apertadas, bebês adquirem unha encravada. Crianças quando começam a usar calçados fechados, prestar atenção no tamanho do mesmo para ver se está adequado ao pé da criança, pois muitas vezes, elas não coseguem se comunicar direito para dizer se os sapatos ou as meias estão apertados, ocasionando assim unhas encravadas, bolhas e dores . 15. Micoses (frieiras) As frieiras nos pés ou pé de atleta é uma doença infecciosa muito comum principalmente nos adultos o seu aparecimento se deve a umidade dos pés onde o fungo Tricophyton se desenvolve. A frieira nos pés tem o nome popular de pé de atleta, pois costuma ser transmitida em ambientes de grande circulação de pessoas, como é o caso dos chuveiros dos atletas, onde a contaminação se propaga. Os fungos que causam pé-de-atleta podem ser encontrados em assoalhos, meias e roupas. Os fungos podem até se espalhar de uma pessoa para outra através de contato com estes objetos. Porém, sem as condições adequadas para sua multiplicação (ambiente úmido, quente), o fungo não irá infectar a pele. Os principais sintomas da frieira ou pé de atleta são: pés que coçam ou ardem. A pele frequentemente descama e em casos mais graves se formam fissuras, que podem sangrar assim como tornar-se muito dolorosas. Página 25
  • 26. Fundamentos de Podologia F 15. Pé diabético Pessoas portadoras de diabetes são propensas a terem problemas nos pés devido às complicações dessa doença. O diabetes causa danos aos vasos sangüíneos e nervos. Essas alterações podem resultar numa diminuição da capacidade de sentir trauma ou pressão no pé. Uma lesão no pé pode passar despercebida até que se desenvolva uma infecção grave. Além disso, o diabetes altera o sistema imune, diminuindo conseqüentemente sua capacidade de combater infecções. Pequenas infecções podem evoluir rapidamente até chegar à morte da pele e de outros tecidos (necrose), tornando-se necessária a amputação. Para evitar lesões nos pés, os diabéticos devem adotar uma rotina DIÁRIA de verificação e cuidados com os pés da seguinte maneira: • Inspecione os pés todos os dias. Verifique a parte superior, as laterais, a planta do pé, os calcanhares e entre os dedos. • Lave os pés todos os dias com água morna e sabão suave, secando-os por completo, especialmente entre os dedos. Sabões fortes podem causar danos à pele. Deve-se examinar a temperatura da água antes de imergir os pés, uma vez que a sensibilidade normal à temperatura está geralmente prejudicada nos diabéticos, podendo facilmente ocorrer queimaduras. Da mesma forma, certifique-se de secar completa e suavemente os pés, incluindo entre os dedos, porque os diabéticos estão sob alto risco de desenvolver infecções, especialmente em áreas úmidas. • Evite também a aplicação de compressas quentes ou bolsas com água quente sobre os pés. Evite andar descalço em calçadas quentes ou em praias de areias quentes. • Use meias para dormir se sentir que os pés estão frios. Em climas frios, use meias quentes e limite a exposição ao frio para evitar a dermatite por congelamento. • Aplique uma camada fina de óleo ou loção lubrificante depois de lavar os pés. Devido às alterações da pele associadas ao diabetes, estes tendem a ressecar, podendo rachar causando uma infecção. Deve-se suavizar a pele seca com o uso de loção, vaselina, lanolina ou óleo. • Proteja os pés com sapatos confortáveis, que se ajustem adequadamente. Nunca compre sapatos que não tenham um ajuste adequado, esperando que estes se alarguem com o tempo. Uma neuropatia pode impedir que o diabético sinta a pressão proveniente de calçados muito apertados. Além disso, verifique a parte interior dos sapatos quanto a áreas ásperas ou pedaços rompidos que possam causar irritação. Troque de sapatos após 5 horas de uso durante o dia, a fim de alternar pontos de pressão. Evite usar sandálias de tiras ou meias com costuras que possam causar pontos de pressão. • Use diariamente meias limpas e secas ou meias-calças não-aderentes. Estas podem proporcionar uma camada protetora adicional entre o sapato e o pé. • Use sapatos o tempo todo a fim de proteger os pés contra lesões. A visão reduzida, juntamente com a diminuição da sensibilidade à dor, pode causar lesões menores por cortes ou batidas que passam despercebidas. • Exercite-se diariamente para promover uma boa circulação. Evite sentar-se com as pernas cruzadas ou ficar em pé numa mesma posição por muito tempo. • Peça ao médico para lhe ensinar como cuidar das unhas dos pés. Mergulhe os pés em água morna para amolecer as unhas antes de apará-las. Corte as unhas em linha reta, visto que as unhas curvas são mais propensas a ficarem encravadas. • Consulte um podólogo quando tiver problemas nos pés ou para remover calos e calosidades. Nunca tente tratar deles sozinho ou com o uso de tratamentos de venda livre. Página 26
  • 27. Fundamentos de Podologia F • Evite o uso de soluções anti-sépticas nos pés. Estas são altamente cáusticas e podem causar lesões na pele. • Tire os sapatos e as meias durante as consultas médicas para lembrá-los de examinar seus pés. • Deixe o fumo, porque ele piora o fluxo sangüíneo nos pés. • Informe o médico imediatamente em caso de ferimentos, alterações e/ou sinais de infecção. Informe todas as bolhas, contusões, cortes, ferimentos ou áreas de vermelhidão. O cuidado dos pés deve fazer parte da rotina diária dos diabéticos. A ausência de sensibilidade nos pés necessita de uma observação diária ainda mais rigorosa. A obesidade pode impedir que a pessoa seja fisicamente capaz de visualizar seus pés. Neste caso, pode ser preciso a ajuda de uma pessoa da família, um vizinho ou de uma enfermeira para realizar essa importante monitorização. Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Capítulo X – Aparelhos Utilizados na Podologia 1. Fotopolimerizador É um aparelho que tem a função de otimizar os tratamentos de podologia. Utiliza tecnologia LED, que consiste na emissão de raios de luz azul fria, proporcionando maior segurança e eficácia nos tratamentos. Pode ser utilizado na reparação de unhas danificadas e através da fotopolimerização permite a fixação de braquetes em tratamentos de órteses. É prático, portátil, leve, e de fácil assepsia e manuseio. 2. Cadeira para podologia 3. Aparelho De Alta Frequencia / Manicures / Podologos Efeitos Terapêuticos Bactericida e anti-séptico: é o principal efeito do aparelho de alta frequência, as "faíscas" que saltam entre a superfície do eletrodo e a pele geram ozônio a partir do oxigênio ambiental. O ozônio formado possui ação muito oxidante, e portanto é um bom bactericida, germicida e anti-séptico em geral. Melhora do trofismo dérmico: este efeito está relacionado a ação bactericida, pois muitas vezes o trofismo da pele, relacionado a processos de Página 27
  • 28. Fundamentos de Podologia F regeneração tecidual está prejudicado pela ação de bactérias. Antiinflamatório: associa-se este efeito à inflamação ocorrida nos processos de reparo tecidual onde há solução de continuidade da pele, como em feridas abertas ( úlceras, acne etc.), pois é comum, nestes casos, a presença de germes e bactérias que acabam por dificultar a resolução do processo inflamatório. Esse efeito também se justificaria pelo aumento do fluxo sanguíneo, pois aumentaria a presença dos elementos de defesa do sangue na área da lesão. Apesar disso, o alta frequência não e indicado para inflamação em estruturas internas do corpo como tendões, músculos, articulações, etc, pois o mesmo não tem ação em profundidade. OBS: há de ressaltar que este tipo de corrente não tem nenhum efeito de excitação neuromuscular. 4. Laser Apesar de parecer novidade, a laserterapia já é pesquisada e utilizada desde a década de 60. Com trabalhos publicados pelos mais conceituados centros mundiais de pesquisa, a laserterapia é empregada em todos os seguimentos da saúde. A ciência ensina que a luz penetra pela derme e atinge estruturas internas do corpo, a sua energia é absorvida pelas células alvo e produz alterações fotoquímicas que vão provocar efeitos biomoleculares nas células doentes. O que é Laser? É uma luz comum mais de alta intensidade e cada um tem uma cor apenas. Só temos vida no planeta por causa da luz, que é uma radiação eletromagnética. Podemos defini-la como energia pura. Na laserterapia utilizamos apenas a porção boa da luz. Convém lembrar de que existem 250 mil tipos de fungos em nosso planeta e que em uma lâmina podem conviver dois ou mais tipos, harmonicamente. Ação do Laser no Organismo Sendo energia pura, e de alta intensidade, ao aplicar nos pontos, esta energia é absorvida pela célula promovendo diversas reações químicas no tecido. Todas estas reações modulam todas as atividades do organismo para curar os males. Daí dizer-se que o laser é biomodulador tecidual. A Vantagem da Laserterapia É a única terapia onde a célula é alimentada pela energia da luz. Ou seja, além de ativar os processos químicos que induzem a cura, a célula doente envolvida no processo, se recupera, promovendo um restabelecimento rápido e duradouro. 5. Ultra-Som O ultra-som auxilia com vibrações moleculares de tecidos ricos em água, quando as moléculas de água são colocadas num campo eletrostático, elas sofrem variações constantes na sua localização e esta vibração irá gerar calor. A vibração causa calor na célula, aumentando o metabolismo e causando vasodilatação. O calor interno faz com que, finalmente, acelere toda a inflamação. E conseqüentemente a cicatrização. Observação: O acréscimo no material didático ficará a critério do professor. Página 28
  • 29. Fundamentos de Podologia F Capítulo XI – Referências Bibliográficas BOOT J., YOUNG, M. J. Differences in the performance of commercially available 10g monofilaments. Diabetes Care, Alexandria, v.23, n.7, p.984-992, 2000. CLARK, G. S.; SIEBENS, H. C. Rehebilitation of the geriatric patient. In DeLISA, J. A.; GANS, B. M. Rehabilitation Medicine: Principles and Practice. Philadelphia, v.1, p.660-667, 1993. CORDEIRO, R. C.; DIAS, R. C.; DIAS, J. M. D.; PERRACINI, M.; RAMOS, L. R. Concordância entre observadores de um protocolo de avaliação fisioterapêutica em idosas institucionalizadas. Revista de Fisioterapia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v.9, n.2, p.69-77, 2002. DOUAT, E. S. V.; PFISTER, A. P. L.; ABREU, A. M. F.; HERNANDEZ, J. W. R.; GOULART L. B. N. T. Avaliação do uso de monofilamentos para prevenção do pé diabético. Revista Fisioterapia Brasil, Rio de Janeiro, v. 3, n.3, p.157-163, 2002. FABRÍCIO, S. C. C.; RODRIGUES, R. A. P.; JUNIOR, M. L. C. Causas e conseqüências de quedas de idosos atendidos em hospital público. Revista Saúde Pública, São Paulo, v.38, n.1, p.93-102, 2004. GARCIA, M. A. A.; ODONI, A. P. C.; SOUZA, C. S.; FRIGÉRIO, R. M.; MERLIN, S. S. Idosos em cena: falas do adoecer. Interface Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v.9, n.18, p. 537-589, 2005. GÓMEZ, E. C.; BERMAN, B. The aging skin. Clinics in geriatric medicine, Philadelphia, v.1, n.1, p.285-305, 1985. KARINO, M. E. Identificação de Risco para Complicações em Pés de Trabalhadores com Diabetes de uma Instituição Pública de Londrina-PR. 2004. 164f. Dissertação - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004. LEHMAN, L. F.; ORSINI, M. B.; NICHOLL A. R. The Development and adaptation of the Semmes-Weinstein monofilaments in Brazil. Journal of Hand Therapy, Philadelphia, v.6, n.4, p.290-297, 199 PEREIRA, S. R. M.; BUKSMAN S.; PERRACINI, M.; PY, L.; BARRETO, K. M. L.; LEITE, V. M. M. Quedas em idosos. Projeto Diretrizes 16 de junho de 2001. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/082.pdf. Acesso em 14 abr. 2006. PINTO, M. J. Os pés do idoso e suas repercussões na qualidade de vida. In: FREITAS, V. F. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 2, p.690-698, 2001. RAMOS JR, J. Propedêutica física do sistema nervosa. Semiotécnica da observação clínica, Sarvier, São Paulo, p. 1035-6, 1976. Página 29