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Catedral de Lincoln
1311
Tiago E DG Loureiro nº 21 10A1
Fachada principal da Catedral de Lincoln, Inglaterra
Índice
1-Introdução
2-Planta
3-Planta-Estilos arquitetónicos
4-Alçado Interno- nave central
5- Coro de Sto. Hugo
6-Coro dos Anjos
7-Vitrais
8-Rosáceas
9-Capelas
10-Alçado externo
11-Fachada Principal
12-Portal Principal
13-Portal Sul
14-Curiosidades-O Diabinho de Lincoln
15-Conclusão
16-Bibliografia
Introdução...
Pintura de Frederick Mackenzie da Catedral de Lincoln
Maquete com o lado norte visível do Catedral
de Lincoln, ainda com os seus três pináculos
A arte Gótica, fase da história da arte ocidental e iniciada na Idade Média, no contexto do
Renascimento do século XII até ao Renascimento italiano. O inicio deste estilo deu se em França na
construção de catedrais caracterizados pela sua verticalidade que foi possivel pela elevação e
desmaterialização das paredes graças as inovações técnicas do arco ogival e abóbada de cruzaria,
luminosidade de vitrais e rosáceas e no seu objetivo de expressar a harmonia divina.
Mandada construir pelo primeiro bispo anglicano de Lincoln, Remigius de Fécamp, foi construido no
estilo gotico em calcário e mármore de purbeck, rocha típica do estilo gótico Inglês, originada da ilha de
Purbeck. Este edíficio é o 4º maior de inglaterra em termos de espaço ocupado no chão e este durante
238 anos foi o edifício mais alto do mundo, superando a altura da pirâmide de Giza (o edifício mais alto do
mundo ante a construção deste catedral), até que em 1548 a sua torre central desabou e nunca mais foi
reconstruída.
Planta...
A Catedral de Lincoln localizada em Lincoln Inglaterra, é de planta em forma de cruz latina
orientada na direção este-oeste com a sua entrada subdividida em três portais Românico
Anglo-Normandas que dão origem à divisão do interior da catedral em três partes, a nave central e
duas naves laterais. As naves são de sete tramos até ao cruzeiro de onde ascende a torre central da
catedral.
O portal central(1) está ladeado por duas torres sineiras acima aos portais adjacentes(2) que
são ladeadas por duas capelas(3) em cada lado, uma sendo a Capela da Manhã(3.1) e outra Capela de
Hugo(3.2).
Quanto aos transeptos(4) esta catedral tem dois uma sendo o comprimento da nave central ao
cruzeiro(5), com três tramos salientes e o outro, de um tramo inferior em comprimento e de tramos
metade da grossura dos do transepto sul(4.1) e norte(4.2). Ambos dos transeptos de maior
comprimento estão ladeados nos seus lados lestes por três capelas(3) e o transepto sul está também
ladeada no seu lado oeste pelo Pórtico de Galileia(9.2). A Capela de Sto. Tomás(3.3), Capela de Sto.
André(3.4) e a Capela de Sta. Ana(3.5) rededicado ao Sto. Eduardo(3.5) todos adjacentes ao
transepto norte(4.1) e no transepto sul adjacentes estão as Capelas de Sto. Tiago(3.6), Sto. Dinis(3.7)
e Sto. Nicolau(3.8). Os transeptos de menores dimensões(4.3),(4.4) estão ladeadas nos seus lados
lestes por mais duas capelas, em forma de absidíolo, em cada lado, o transepto norte menor(4.4)
está ladeada pelas capelas de Sto. Hugo(3.9) e a Capela da Senhora(3.10) , o transepto sul menor(4.3)
está ladeada pelas capelas de Sto. Paul(3.11) e de Sto. Pedro(3.12). No lado oeste destes transeptos
menores(4.3), (4.4) estão localizados varias sacristias , no caso do transepto menor norte(4.4)
localizava-se a sacristia antiga(8.1) e no lado do transepto menor sul(8.2) estão as sacristias antigas
do coro(7) e a principal sacristia, de ordem norte a sul ,respetivamente.
Quanto à cabeceira esta catedral tem abside reta e tem um deambulatório(6.2) paralelo a si e
constituído pela prolongação das naves laterais(6) pelo cruzeiro(5) , A prolongação da nave
central(6.1) pelo cruzeiro(5), é dividida em dois diferentes coros(7), o coro de Sto. Hugo(7.1) e o coro
dos Anjos(7.2), que são ladeadas pelo deambulatório(6.2) .
A ladear ao secção do deambulatório adjacente ao coro dos anjos estão as duas sacristias do Bispo
Russel(8.3) uma no lado norte e outra no lado sul do edifício, ao lado leste da sacristia do lado sul,
está a Sacristia do Bispo Longland(8.5) . Estes dois ladeiam a varanda Sudeste(9.1), em que está o
Portal Sul .
v
v
v
3
3
6
6 6.1
7.1
7.2
5
4.1
2
1
2
3.2
3.1
3.10
3.9
3.12
3.11
3.8
3.7
3.6
3.3
3.4
3.5
8.6
8.1
4.2
4.3
4.4
8.3 8.3
8.5
9.1
9.2
Planta da Catedral de Lincoln
6.2
6.2
Estilos Arquitetónicos
Nesta Catedral é visível uma mudança de estilos arquitetónicos iniciando na
fachada leste e nos portais com o estilo Românico Anglo-normanda(10),do ano 1072 a
1092, na fachada leste depois passamos para o gótico inglês cedo(11) de 1192 a 1210,
e depois finalmente na extensão da catedral, pela construção do coro dos anjos(7.2),
o gótico decorado(12) de 1256 a 1280.
Todos estes apresentam estilos diferentes, cada um com suas características
típicas.
11
10
12
7.2
Planta da Catedral de Lincoln
Alçado interno...
I
II
III
III
II
I
IV
A nave central está coberta por tramos de abóbadas de liernes(VI), mas com uma anomalia, existe mais uma nervura que vem
do seu ponto de encontro com o capitel a uma nervura horizontal que interseta todos os tramos. Na nave também está claramente
visível uma das características típicas do gótico, a tripartição vertical dos alçados das naves em:
-A arcada(III), que pretende não só suportar os trifórios(II), mas também criar uma divisão entre as naves pelo uso de arcos ogivais
que terminam em pilar cruciforme criado pela junção de vários colunelos, de não só calcário mas também mármore de Pubreck,
estes são separados dos arcos ogivais pelos capiteis de cada colunelo decorados com abobadas feitas de formas vegetalistas
encimadas por formas vegetalistas.
-O trifório(II) contem um corredor que é tapado pela repetição horizontal ,nos tramos das nave, de duas arcadas cegas, de arcos
ogivais de varias arquivoltas polidas, que partilham nos seus lados interiores, uma coluna constituída por vários colunelos com
capiteis em formas vegetalista e encimados por uma cara serena e proporcional. Estas são subdivididas em três arcos ogivais
pontiagudas que não ocupam todo espaço da arcada cega, assim permitindo o uso, acima deste de recortes decorativos em formas
de quadrifólio(quadrilóbulo). Os colunelos que suportam os arcos ogivais pontiagudas são de mármore de Purbeck e os seus
capiteis de calcário são decorados com formas vegetalistas.
V
VI
Nave central da Catedral de Lincoln
Corte em alçado da nave central e lateral da Catedral de
Lincoln
Capiteis dos colunelos que pertencem aos pilares da nave
central da Catedral de Lincoln
Abobadas da nave central da Catedral de Lincoln
-O clerestório(I), tem um corredor muito mais estreito que o do trifório(II), cada secção dele é
constituído por 3 arcos ogivais pontiagudas que estão separados dos vitrais que são de uma
grande dimensão ( Seu tamanho em comparação com pessoas, visível na figura 1), graças ao
uso de uma inovação técnica gótica, o arcobotante(IV) que transfere a pressão lateral das
paredes da catedral aos contrafortes(V), neste caso salientes assim permitindo retirar mais
pressão das paredes e assim rasgá-las com vitrais, rosáceas e janelas que recebem a luz do
exterior da catedral e conferem-no um ambiente místico, colorido e luminoso. Pela transmissão
da luz pretendiam levar o crente a sentir-se num ambiente divino, tudo isto está ligado a
expressão “Deus é luz”.
Trifório da nave central da
Catedral de Lincoln
Clerestório da nave central da
Catedral de Lincoln
figura 1 Nave central da Catedral de Lincoln
(para demonstrar a enormidade das janelas)
Nave Central
No alçado interior do coro de Sto. Hugo (figura 3),contém um órgão que esta contido num dos quatro painéis de
madeira muito detalhados que constituem-no, este é coberto por tramos de abóbadas loucas, ”crazy vaults” (VII e figura 2),
abóbadas típicas desta catedral, estas incorporam o uso de um terciarão, uma nervura secundária, e , como nas abobadas
da nave, este também tem uma nervura que corre horizontalmente por todos os tramos. Este tipo de abóbada visualmente
irracional, fruto de um experimento gótico, contesta a simetria a que a maioria das catedrais obedeciam.
Neste espaço também está presente a tripartição vertical dos alçados das naves:
-Na arcada(III), que é igual à a da nave central.
-No trifório(II) que tem menos decoração no espaço a encimar os dois arcos ogivais de menor tamanho, mas no resto é igual
à a da nave central (figura 2)
-No clerestório(I) em que a única coisa que diferencia do clerestório da nave central é que o arco ogival central é maior que
as ao seu lado.
Nos corredores criados pela prolongação do deambulatório que ladeiam o coro de Sto. Hugo estão presentes arcadas
cegas ogivais entrelaçadas e trilobuladas, isto foi uma tentativa de criar uma ilusão ótica de haver um corredor mas as
medidas estão erradas.
VII
Coro de Sto. Hugo da Catedral de Lincoln
Coro de Sto. Hugo da Catedral de Lincoln
Abóbadas loucas do Coro de Sto. Hugo
Corredor adjacente ao Coro de Sto. Hugo da
Catedral de Lincoln
figura 3
figura 4
figura 2
II
III
I
IV
V
Corte em alçado da nave central e lateral da
Catedral de Lincoln
Coro de Sto. Hugo
Coro dos Anjos…
O coro dos Anjos Figura I, á semelhança a nave central tem abóbadas de liernes(VI), mas novamente com a anomalia de ela ter uma
nervura extra que vem do seu ponto de encontro com o capitel a uma nervura horizontal que interseta todos os tramos que também é
uma novidade do gótico inglês.
Anjos
Figura II Dois tramos do Coro dos Anjos
Figura I Coro dos Anjos
VI
Neste espaço também está presente a tripartição vertical dos alçados das naves(visível na figura III):
-Na arcada(III), que tal como a da nave central é de arco ogival assente em pilares constituídos por vários
colunelos.
-No trifório(II) contém um corredor que é tapado pela repetição horizontal ,nos tramos das nave, de duas
arcadas , de arcos ogivais de varias arquivoltas polidas, entre os espaços acima da junção dos arcos com os
capiteis estão os anjos pelo qual se atribui o nome de Coro dos Anjos(visível na figura II).
Estes arcos são juntados no meio por uma coluna constituída por vários colunelos com capiteis em formas
vegetalista. Dentro de estes arcos estão dois arcos ogivais trilobulados, que sendo do período do gótico
usam o rendilhado de calcário curvado e fluente, estes arcos menores não ocupam todo espaço da arcada
maior, assim permitindo o uso, acima do mesmo, de um recorte decorativo de rendilhado de calcário em
forma de quadrifólio (quadrilóbulo). Os colunelos que suportam os arcos ogivais pontiagudas são de
mármore de Purbeck e os seus capiteis de calcário são decorados com formas vegetalistas.
-No clerestório(I), tem um corredor muito mais estreito que o do trifório(II), cada secção dele é
constituído por um arco ogival de maiores dimensões com 4 arcos ogivais pontiagudos trilobulados que
estão separados dos vitrais. Acima dos quatro arcos estão três círculos de rendilhado os dois menores
contem um rendilhado em forma de trifólio e o circulo maior contem um uma forma de oito lóbulos.
II
III
I
Figura III Tramos do Coro dos Anjos
II
III
I
Vitrais memoriais do nave da Catedral de Lincoln
Vitrais
As vitrais no gótico tem várias funções, têm caráter pedagógico de
ensinar e doutrinar os analfabetos, agem como uma metáfora de serem um
portal entre um mundo terreno e outro espiritual, criam uma atmosfera mística
de visões do paraíso e uma sensação de purificação e de êxtase.
Existe enorme variedade de estilos pois eles são de estilos
medievais(séc. 13) até estilos dos meados do século 19.
A nave é preenchida por vitrais do séc. 19, o lado sul da nave central foi
feito por várias estúdios diferentes assim criando a diversidade de estilos que é
visível na (Figura 9).
Sem ser as janelas de dimensões menores em formas de arcos ogivais
também existe janelas de enormes dimensões como a Grandiosa Janela
Leste(Figura 5) que foi a segunda janela do séc. 19 a ser instalada no edifício e
tem como tema os profetas e reis do antigo testamento.
Os temas dos vitrais diferem dependentemente do estilo, mas os temas
mais comuns são os temas bíblicos do novo e antigo testamento, temas
hagiográficos, históricos da Inglaterra(Figura 7) e acontecimentos na catedral ou
que afetaram a catedral(Figura 6 e Figura 8).
Grandiosa Janela Leste do nave
da Catedral de Lincoln
Representação da Catedral a arder no séc. 12,
instalada no ano 1874 por Clayton & Bell
Figura 5
Figura 7
Figura 8
Figura 6
Figura 9
Representação de Dean Kaye que leva John Wesley
na sua ultima visita a Catedral de Lincoln em 1799
Cena histórica num vitral na
Catedral de Lincoln
Rosáceas…
Nesta catedral nas fachadas mais longínquas do cruzeiro dos transeptos existem duas rosáceas enormes , o que é
uma característica incomum na arquitetura medieval na Inglaterra, estes estão diretamente opostas uma à outra , a rosácea
do Olho de Dean e a do Olho do Bispo .
Ao norte reside o Olho de Dean(Figura 10), que foi construído algures entre 1220 e1235, na reconstrução da catedral
por Hugo de Avalon, sobreviveu da estrutura original e os seus vidros a maioria dos quais que são os originais retratam a cena
do juízo final. Este está subdividido de uma forma comum ao gótico inglês cedo, neste caso consiste de 3 círculos
concêntricos.
-No meio é constituído por um quadrifólio que contém Deus o Pantocrator com um livro numa mão e a outra levantada em
possivelmente saudação.
-No segundo círculo concêntrico existe quatro círculos que aparentem ser um quadrifólio, cada dos círculos parece estar
subdividido em quatro partes mas isto é só um suporte para a conservação dos paneis de vidro, este quadrifólio aparente tem
várias cenas do julgamento das almas e preenchendo os espaços redundantes restantes deste circulo concêntrico, estão
quatro trifólios ,com anjos e formas abstratas, e dois círculos mais pequenos adjacentes a cada um trifólio com formas
simétricas de possivelmente flores .
-No último círculo concêntrico estão 16 círculos com diversas cenas, nomeadamente anjos, doentes, reis, fieis a rezar e cinco
bispos. Na legenda da figura 13 está explicado em maior detalhe uma destas janelas. A ocupar o espaço entre a quase junção
dos círculos estão vários triângulos com formas simples nelas, como joias, sois e outros.
Ao sul está o Olho do bispo(Figura 11), um caleidoscópio de luz constituído por vários padrões vegetalistas
segurados no seu lugar por rendilhado de pedra em curvas continuas fluentes. Em todas das quatro divisões desta rosácea
não existe muita iconografia no vidro, pois o foco principal dos artistas foi o rendilhado, mas alguns dos elementos tangíveis
visíveis na rosácea, são os Santos Paul, André(Andrew) e Tiago(James) ( está visível um exemplo na Figura 12).
Rosácea do olho de Dean no transepto
principal norte
Rosácea do olho do Bispo no transepto principal sul
Pormenor de uma figura, provavelmente um santo
na Rosácea do olho do Bispo
Figura 11
Figura 10
Figura 12
figura 13 Jesus sentado mostrando as suas
feridas, circulado pelos quatro símbolos dos
evangelistas, o anjo, leão, boi e a aguia, na
Rosácea do olho de Dean
Capelas…
Das 14 capelas desta catedral existe muita pouca informação e imagens acerca destes na internet e por isso eu conclui que as capelas
eram um elemento menos importante nesta catedral e a suprema elegância, esplendor radiante e beleza dos níveis superiores,
abóbadas trifório e clerestório, vitrais e rosáceas atraíssem o nosso olhar para os locais de onde provinha a iluminação e por isso é
que eu conclui não existe tanta informação acerca delas.
Eu eventualmente consegui encontrar algumas das capelas, mas estas ,especialmente as do Transepto sul, por alguma razão
não refletem a beleza arquitetónica do resto da catedral, são rudimentares, no caso das do transepto elas parecem ser fruto de uma
reflexão tardia em que ninguém pensou nas funções que o espaço iria desempenhar, a única decoração presente são os quadros de
pinturas modernas.
Em termos arquitetónicos os espaços das capelas dos transeptos são divididas por um muro ,perpendicular à parede da
catedral, de duas arcadas de três lóbulos cegas adjacentes com capiteis decorados com formas vegetalistas, assentes em colunas
polidas com bases simples.
A parede da catedral está ,no caso da capela do Sto. Tomás e Sto. André(figura 14 e secções mais longes do fotógrafo na figura
15), dividida em 3 portais cegos de arquivoltas polidas em arco ogival assentes em dois colunelos de maior comprimento aos da muro
perpendicular mas iguais em termos do capitel e a base. No caso da capela de Sto. Eduardo(mais próxima ao fotógrafo na figura 15 ) o
muro perpendicular é igual mas os portais adossados à parede da catedral são lobuladas e entrelaçadas os colunelos mais próximos
da parede sendo de nível inferior aos mais próximos do observador, de mármore Purbeck, este desnível das colunas podia ter sido
mais uma tentativa de criar uma ilusão de haver um corredor atrás da capela. Todas destas capelas são encimadas por janelas ogivais
pontiagudas que contém vitrais.
Capela de Sto. pedro e Paulo
Capelas do transepto sul
Capelas do transepto sul
Figura 15
Figura 14
Figura 16
A capela de Sto. Pedro e de Sto. Paulo(figura 16) parece que foi
contemplada estar neste local com antecedência à sua construção pois
o espaço que lhe envolve parece estar mais em harmonia, pois o
espaço parece estar adaptado à capela e não como no caso das outras
capelas em que as capelas parecem serem adaptadas ao seu espaço
envolvente. Esta capela também está ausente de decoração e isto neste
caso não afeta muito o ar místico que a luz a entrar neste absidíolo
criava.
O espaço superior abaixo à abóbada(que tipo de abóbada não
posso dizer pois a informação é escarça e não encontrei imagem sua) é
dividido em quatro arcos em formas ogivais pontiagudas, 3 das quais
são rasgadas por vitrais. Nos pilares entre os arcos estão as mísulas de
qual estendam as nervuras que juntaram na abóbada assim criando a
base para o sistema de cobertura, isto é uma característica típica do
gótico inglês. No nível inferior aos vitrais existem uma serie de arcadas
cegas de arcos ogivais todas assentes em três ou uma coluna do
mesmo formato ás colunas das capelas de Sto. Tomás e Sto. André
(figura 14 e figura 15), acima dos capiteis destes colunelos estão
elementos decorativos em formas esféricas constituídas por elementos
vegetalistas, entre duas destas arcadas cegas contidas na parede
existe uma espécie de armário.
Alçado externo...
Típico de uma catedral gótica esta catedral é extremamente decorada
com vários relevos, esculturas e elementos arquitetónicos que não só
desempenham uma função estrutural, mas também servem como decoração.
Uma das telas nos quais estas decorações são visíveis é a fachada
principal(Figura 17)elemento destaca esta catedral das suas semelhantes,
pois ela foi construída no estilo românico anglo-normanda e na reconstrução
da catedral esta foi conservada. Outros aspetos decorados do exterior que se
destacam são o portal principal(Figura 18), que está conservado no seu estilo
original, o estilo Românico Anglo-normanda e o portal sul(Figura 19).
Portal sul da Catedral de Lincoln
Portal principal, contido na
fachada oeste da Catedral de
Lincoln
Fachada principal, oeste, da Catedral de Lincoln
Figura 17
Figura 19
Figura 18
Fachada principal…
A grande diferença desta catedral é a sua fachada românico anglo-normanda (Figura 20)que foi conservada durante as várias remodelações, renovações e extensões. Todas estas linhas
e padrões repetitivos horizontais que acentuam a horizontalidade desta fachada também era incomum pois as catedrais eram supostas tocaram no céu e são bem conhecidas pela sua
verticalidade.
A fachada principal terminava em duas torres (5) que não se destacavam muito da fachada pois as decorações, de que eu já vou abordar, transbordavam da fachada e contornavam nas
assim camuflando a sua forma entre todos os arcos . A única parte das torres que destaca-se são as suas coberturas octogonais que assentam numa porção da torre ligeiramente mais grossa, o
topo das escadas espirais ascendentes, de onde pelas frestas podia-se observar.
O centro da fachada está rasgada por cinco recessos de enormes dimensões em forma de arco , as suas dimensões sendo decrescentes do centro para o mais longe do centro. Os
recessos em forma de arco de volta perfeita(2) adjacentes ao central(1) contém dois portais de arquivoltas de arco perfeito encimados por uma vitral contido num arco ogival cada o dobro do
tamanho do portal abaixo.
A ladear estes portais laterais no lado mais longe do centro estão dois recessos constituídos por uma abóbada de berço(3) cega de arco de volta perfeita mas com uma profundidade de
cerca de um metro e meio e encima deste um espaço do mesmo tamanho que este arco ocupa esta um espaço sem quaisquer decoração, com apenas dois frestas num lado e uma janela
pequena no outro.
O arco central(1) é constituído por um arco ogival que se prolonga a cerca de dois metros de profundidade, contido entre ele esta de cima para baixo uma rosácea, um vitral e o portal
principal da catedral.
Fachada principal, oeste, da Catedral de Lincoln
Figura 20
1
2
3
4
5
6
Em cima do arco ogival, que cria a cobertura do portal principal, estão vários arcadas
cegas , adossadas ao gablete, constituídas por arcos ogivais assentes em colunas de,
novamente, tamanho decrescente do meio para o mais longe do meio.
Entre estes elementos estão vários elementos decorativos, nomeadamente quatro
esculturas de figuras humanas, duas contidas entre as arcadas cegas mais distantes do arco
central e mais duas a ladear o arco ogival que é o final da cobertura do portal central, e
também recortes decorativos, como dois quadrifólios a ladear o ponto suprema da arcada
cega central, Nos espaços entre as arcadas que contem os portais laterais e a arcada que
contem o portal central estão dois recortes que contém duas estátuas de dois bispos
diferentes.
Entre as bases das torres ,no final da fachada, e as arcadas cegas estão arcadas de arcos
ogivais, a arcada central sendo ligeiramente maior e também sendo a entrada para as
primeiras capelas da catedral. A encimar esta arcada cega está mais uma arcada cega de arcos
ogivais com elementos escultóricos de caras na junção dos arcos ogivais que o constituem e
acima disto está uma janela circular ladeada por dois arcos ogivais pontiagudos suportados em
colunelos. Estes padrões de arcadas cegas repetem se em várias camadas que cobrem a
fachada restante.
Atrás dos portais laterais a ladear o gablete estão duas torres das três torres, que
acentuam o tamanho enorme desta fachada e contraria a horizontalidade da fachada com a
sua verticalidade.
Portal Principal…
O portal principal, oeste, desta catedral é um das remanescentes do edifício Românico
Anglo-normanda que serviu como base á catedral.
Este portal é encimado por uma galeria de reis ingleses (1) sentados cobertos por coberturas
complexamente detalhadas.
Abaixo dos reis está o portal que tem várias arquivoltas de arco de volta perfeito
completamente decoradas com padrões típicos da Arquitetura Normanda como o Chevron
(bifurcação) entre outros padrões,.
Esta arquivolta está assente sobre vários colunelos(3) que são muito mais decorados
que as arquivoltas, com formas vegetalistas, padrões entrelaçados, animais, padrões lineares
e até as figuras bíblicas de Adão e Eva que comem da fruta proibida(5), no Jardim de Éden e
são ambos constringidos por uma cobra, estão presentes.
Mais dois dos elementos que evidenciam que este portal é anglo-normanda são o
serpente ou dragão de duas cabeças(2), elemento típico dos vikings que influenciaram
bastante os ingleses, corre na circunferência das arquivoltas e um padrão de caras(4) cujas
línguas rodeiam o colunelo adjacente passam desde a base de um colunelo pela arquivolta
e desce o colunelo oposto.
A porta em si é feita de madeira ligeiramente decorada e reforçada com elementos de
metal.
Este portal não tem mainel, tímpano nem arquitrave.
Figura 21 Portal principal, oeste, da catedral
1
2
3 4
Adão e Eva que comer
a fruta proibida
Colunelo decorado com
caras
5 Colunelos decorados
Portal Sul…
O Portal Sul Figura 22 é um portal ogival, típico do gótico, muito decorado, que aborda o tema do
julgamento final.
O portal está abaixo de um Gablete(4) com vários recortes decorativos em forma de trifólios, quadrifólios
e um quinquefólio central.
O portal contem várias arquivoltas decoradas com elementos vegetalistas e figuras humanas assentes
em colunelos simples mas com capitel decorado também com formas vegetalistas.
Entre os colunelos está a estátua-coluna do mainel da Maria com Jesus no seu colo (3). Ela suporta os
dois arcos ogivais polilóbulos em que o tímpano (1) está assente. Este retrata o Deus sentado com dois dos
seus anjos numa mandorla modificada para parecer um quadrifólio em que cabe os seus anjos. A volta da
mandorla os Anjos e demónios levem os fieis e infiéis ao seu destino, no caso dos infiéis, abaixo dos pés de
Deus, a boca do Inferno espera os infiéis.
A ladear o portal estão anjos cujas cabeças foram removidas (2) durante o reino de Oliver Cromwell o
Senhor Protetor do Reino Unido, após o regicídio do Rei Charles o primeiro, que recusou a oferta de ser
coroado Rei.
1
2
Figura 22 Portal sul da Catedral de Lincoln
2
2
1
3
4
Tímpano do Portal sul
Anjos a ladear o Portal sul
Curiosidades…
Diabinho de Lincoln.
Um dos elementos decorativos escultórico nesta catedral é o pequeno diabinho de
Lincoln (Figura 23). Acerca dele existe várias variações de uma lenda.
De acordo com esta lenda do séc. 14 dois diabinhos foram enviados pelo diabo para
fazer as suas tarefas maléficas na terra, depois de causarem vários estragos no Norte de
Inglaterra eles dirigiram-se ao catedral de Lincoln onde eles criaram vários danos,
partiram mesas, cadeiras e atacaram o Bispo. Um anjo apareceu no coro dos anjos
e ordenou os a parar. Um deles sentou-se acima de uma coluna e começou a atirar
pedras contra o anjo, o anjo transformou o em pedra e deixou o outro escapar. O
diabinho de pedra ainda hoje pode ser visto sentado em cima de uma coluna no
Coro dos Anjos e outro é pensado ainda esconder na cathderal. Eles também estão
retratados em outras partes da catedral como na rosácea do Olho do Bispo (Figura 24)
existem três formas poucas percetíveis que retratam o diabo(Figura 25) e os dois diabinhos
a ladeá-lo (todos juntos na Figura 26).
Rosácea do olho do Bispo na Catedral de Lincoln
Figura 23
Figura 24
Figura 25 Figura 26
Diabinho de pedra assente na junção dos arcos no Coro dos Anjos, na Catedral de Lincoln
Diabo na Rosácea do olho do Bispo Diabo com seus diabinhos na Rosácea do olho do Bispo
Conclusão...
Esta Catedral é uma Catedral exemplar de várias técnicas do gótico
inglês cedo , do gótico decorado no coro dos anjos e até algumas técnicas
do Românico Anglo-normanda no portal principal nos portais laterais ao
mesmo e na fachada circundante, especialmente no uso de arcos ogivais
mais estreitos e pontiagudos.
É um edifício de incrível tamanho e não só a sua decoração dos vitrais e
rosáceas fazem-nos contemplar, pois a sua beleza, tamanho e detalhe é
tanto. Todas as partes de uma catedral gótica inglesa estão presentes neste
edifício nas suas naves o uso de arcos ogivais com vitrais nas paredes para
criar um ar mais desmaterializado e leve e também para iluminar a catedral
e no uso de grupos de colunelos em vez de só uma coluna mais espessa, que
é uma característica do gótico Inglês cedo.
Catedral de Lincoln ainda com duas das suas torre pintado por Augustus Charles Pugin, a óleo
Bibliografia...
https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Lincoln
https://en.wikipedia.org/wiki/Lincoln_Cathedral
http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Europe/Great_Britain/England/_Topics/churches/_Texts/KINCAT*/Lincoln/1.html#zzz
https://smarthistory.org/lincoln-cathedral/
https://www.academia.edu/26336647/Catedral_de_Lincoln
https://smallbluegreenwords.wordpress.com/2017/03/03/lincoln-cathedral-stained-glass/
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Catedral de Lincoln(Lincoln Cathedral) Análise para História e Culturea das Artes

  • 1. Catedral de Lincoln 1311 Tiago E DG Loureiro nº 21 10A1 Fachada principal da Catedral de Lincoln, Inglaterra
  • 2. Índice 1-Introdução 2-Planta 3-Planta-Estilos arquitetónicos 4-Alçado Interno- nave central 5- Coro de Sto. Hugo 6-Coro dos Anjos 7-Vitrais 8-Rosáceas 9-Capelas 10-Alçado externo 11-Fachada Principal 12-Portal Principal 13-Portal Sul 14-Curiosidades-O Diabinho de Lincoln 15-Conclusão 16-Bibliografia
  • 3. Introdução... Pintura de Frederick Mackenzie da Catedral de Lincoln Maquete com o lado norte visível do Catedral de Lincoln, ainda com os seus três pináculos A arte Gótica, fase da história da arte ocidental e iniciada na Idade Média, no contexto do Renascimento do século XII até ao Renascimento italiano. O inicio deste estilo deu se em França na construção de catedrais caracterizados pela sua verticalidade que foi possivel pela elevação e desmaterialização das paredes graças as inovações técnicas do arco ogival e abóbada de cruzaria, luminosidade de vitrais e rosáceas e no seu objetivo de expressar a harmonia divina. Mandada construir pelo primeiro bispo anglicano de Lincoln, Remigius de Fécamp, foi construido no estilo gotico em calcário e mármore de purbeck, rocha típica do estilo gótico Inglês, originada da ilha de Purbeck. Este edíficio é o 4º maior de inglaterra em termos de espaço ocupado no chão e este durante 238 anos foi o edifício mais alto do mundo, superando a altura da pirâmide de Giza (o edifício mais alto do mundo ante a construção deste catedral), até que em 1548 a sua torre central desabou e nunca mais foi reconstruída.
  • 4. Planta... A Catedral de Lincoln localizada em Lincoln Inglaterra, é de planta em forma de cruz latina orientada na direção este-oeste com a sua entrada subdividida em três portais Românico Anglo-Normandas que dão origem à divisão do interior da catedral em três partes, a nave central e duas naves laterais. As naves são de sete tramos até ao cruzeiro de onde ascende a torre central da catedral. O portal central(1) está ladeado por duas torres sineiras acima aos portais adjacentes(2) que são ladeadas por duas capelas(3) em cada lado, uma sendo a Capela da Manhã(3.1) e outra Capela de Hugo(3.2). Quanto aos transeptos(4) esta catedral tem dois uma sendo o comprimento da nave central ao cruzeiro(5), com três tramos salientes e o outro, de um tramo inferior em comprimento e de tramos metade da grossura dos do transepto sul(4.1) e norte(4.2). Ambos dos transeptos de maior comprimento estão ladeados nos seus lados lestes por três capelas(3) e o transepto sul está também ladeada no seu lado oeste pelo Pórtico de Galileia(9.2). A Capela de Sto. Tomás(3.3), Capela de Sto. André(3.4) e a Capela de Sta. Ana(3.5) rededicado ao Sto. Eduardo(3.5) todos adjacentes ao transepto norte(4.1) e no transepto sul adjacentes estão as Capelas de Sto. Tiago(3.6), Sto. Dinis(3.7) e Sto. Nicolau(3.8). Os transeptos de menores dimensões(4.3),(4.4) estão ladeadas nos seus lados lestes por mais duas capelas, em forma de absidíolo, em cada lado, o transepto norte menor(4.4) está ladeada pelas capelas de Sto. Hugo(3.9) e a Capela da Senhora(3.10) , o transepto sul menor(4.3) está ladeada pelas capelas de Sto. Paul(3.11) e de Sto. Pedro(3.12). No lado oeste destes transeptos menores(4.3), (4.4) estão localizados varias sacristias , no caso do transepto menor norte(4.4) localizava-se a sacristia antiga(8.1) e no lado do transepto menor sul(8.2) estão as sacristias antigas do coro(7) e a principal sacristia, de ordem norte a sul ,respetivamente. Quanto à cabeceira esta catedral tem abside reta e tem um deambulatório(6.2) paralelo a si e constituído pela prolongação das naves laterais(6) pelo cruzeiro(5) , A prolongação da nave central(6.1) pelo cruzeiro(5), é dividida em dois diferentes coros(7), o coro de Sto. Hugo(7.1) e o coro dos Anjos(7.2), que são ladeadas pelo deambulatório(6.2) . A ladear ao secção do deambulatório adjacente ao coro dos anjos estão as duas sacristias do Bispo Russel(8.3) uma no lado norte e outra no lado sul do edifício, ao lado leste da sacristia do lado sul, está a Sacristia do Bispo Longland(8.5) . Estes dois ladeiam a varanda Sudeste(9.1), em que está o Portal Sul . v v v 3 3 6 6 6.1 7.1 7.2 5 4.1 2 1 2 3.2 3.1 3.10 3.9 3.12 3.11 3.8 3.7 3.6 3.3 3.4 3.5 8.6 8.1 4.2 4.3 4.4 8.3 8.3 8.5 9.1 9.2 Planta da Catedral de Lincoln 6.2 6.2
  • 5. Estilos Arquitetónicos Nesta Catedral é visível uma mudança de estilos arquitetónicos iniciando na fachada leste e nos portais com o estilo Românico Anglo-normanda(10),do ano 1072 a 1092, na fachada leste depois passamos para o gótico inglês cedo(11) de 1192 a 1210, e depois finalmente na extensão da catedral, pela construção do coro dos anjos(7.2), o gótico decorado(12) de 1256 a 1280. Todos estes apresentam estilos diferentes, cada um com suas características típicas. 11 10 12 7.2 Planta da Catedral de Lincoln
  • 6. Alçado interno... I II III III II I IV A nave central está coberta por tramos de abóbadas de liernes(VI), mas com uma anomalia, existe mais uma nervura que vem do seu ponto de encontro com o capitel a uma nervura horizontal que interseta todos os tramos. Na nave também está claramente visível uma das características típicas do gótico, a tripartição vertical dos alçados das naves em: -A arcada(III), que pretende não só suportar os trifórios(II), mas também criar uma divisão entre as naves pelo uso de arcos ogivais que terminam em pilar cruciforme criado pela junção de vários colunelos, de não só calcário mas também mármore de Pubreck, estes são separados dos arcos ogivais pelos capiteis de cada colunelo decorados com abobadas feitas de formas vegetalistas encimadas por formas vegetalistas. -O trifório(II) contem um corredor que é tapado pela repetição horizontal ,nos tramos das nave, de duas arcadas cegas, de arcos ogivais de varias arquivoltas polidas, que partilham nos seus lados interiores, uma coluna constituída por vários colunelos com capiteis em formas vegetalista e encimados por uma cara serena e proporcional. Estas são subdivididas em três arcos ogivais pontiagudas que não ocupam todo espaço da arcada cega, assim permitindo o uso, acima deste de recortes decorativos em formas de quadrifólio(quadrilóbulo). Os colunelos que suportam os arcos ogivais pontiagudas são de mármore de Purbeck e os seus capiteis de calcário são decorados com formas vegetalistas. V VI Nave central da Catedral de Lincoln Corte em alçado da nave central e lateral da Catedral de Lincoln Capiteis dos colunelos que pertencem aos pilares da nave central da Catedral de Lincoln Abobadas da nave central da Catedral de Lincoln -O clerestório(I), tem um corredor muito mais estreito que o do trifório(II), cada secção dele é constituído por 3 arcos ogivais pontiagudas que estão separados dos vitrais que são de uma grande dimensão ( Seu tamanho em comparação com pessoas, visível na figura 1), graças ao uso de uma inovação técnica gótica, o arcobotante(IV) que transfere a pressão lateral das paredes da catedral aos contrafortes(V), neste caso salientes assim permitindo retirar mais pressão das paredes e assim rasgá-las com vitrais, rosáceas e janelas que recebem a luz do exterior da catedral e conferem-no um ambiente místico, colorido e luminoso. Pela transmissão da luz pretendiam levar o crente a sentir-se num ambiente divino, tudo isto está ligado a expressão “Deus é luz”. Trifório da nave central da Catedral de Lincoln Clerestório da nave central da Catedral de Lincoln figura 1 Nave central da Catedral de Lincoln (para demonstrar a enormidade das janelas) Nave Central
  • 7. No alçado interior do coro de Sto. Hugo (figura 3),contém um órgão que esta contido num dos quatro painéis de madeira muito detalhados que constituem-no, este é coberto por tramos de abóbadas loucas, ”crazy vaults” (VII e figura 2), abóbadas típicas desta catedral, estas incorporam o uso de um terciarão, uma nervura secundária, e , como nas abobadas da nave, este também tem uma nervura que corre horizontalmente por todos os tramos. Este tipo de abóbada visualmente irracional, fruto de um experimento gótico, contesta a simetria a que a maioria das catedrais obedeciam. Neste espaço também está presente a tripartição vertical dos alçados das naves: -Na arcada(III), que é igual à a da nave central. -No trifório(II) que tem menos decoração no espaço a encimar os dois arcos ogivais de menor tamanho, mas no resto é igual à a da nave central (figura 2) -No clerestório(I) em que a única coisa que diferencia do clerestório da nave central é que o arco ogival central é maior que as ao seu lado. Nos corredores criados pela prolongação do deambulatório que ladeiam o coro de Sto. Hugo estão presentes arcadas cegas ogivais entrelaçadas e trilobuladas, isto foi uma tentativa de criar uma ilusão ótica de haver um corredor mas as medidas estão erradas. VII Coro de Sto. Hugo da Catedral de Lincoln Coro de Sto. Hugo da Catedral de Lincoln Abóbadas loucas do Coro de Sto. Hugo Corredor adjacente ao Coro de Sto. Hugo da Catedral de Lincoln figura 3 figura 4 figura 2 II III I IV V Corte em alçado da nave central e lateral da Catedral de Lincoln Coro de Sto. Hugo
  • 8. Coro dos Anjos… O coro dos Anjos Figura I, á semelhança a nave central tem abóbadas de liernes(VI), mas novamente com a anomalia de ela ter uma nervura extra que vem do seu ponto de encontro com o capitel a uma nervura horizontal que interseta todos os tramos que também é uma novidade do gótico inglês. Anjos Figura II Dois tramos do Coro dos Anjos Figura I Coro dos Anjos VI Neste espaço também está presente a tripartição vertical dos alçados das naves(visível na figura III): -Na arcada(III), que tal como a da nave central é de arco ogival assente em pilares constituídos por vários colunelos. -No trifório(II) contém um corredor que é tapado pela repetição horizontal ,nos tramos das nave, de duas arcadas , de arcos ogivais de varias arquivoltas polidas, entre os espaços acima da junção dos arcos com os capiteis estão os anjos pelo qual se atribui o nome de Coro dos Anjos(visível na figura II). Estes arcos são juntados no meio por uma coluna constituída por vários colunelos com capiteis em formas vegetalista. Dentro de estes arcos estão dois arcos ogivais trilobulados, que sendo do período do gótico usam o rendilhado de calcário curvado e fluente, estes arcos menores não ocupam todo espaço da arcada maior, assim permitindo o uso, acima do mesmo, de um recorte decorativo de rendilhado de calcário em forma de quadrifólio (quadrilóbulo). Os colunelos que suportam os arcos ogivais pontiagudas são de mármore de Purbeck e os seus capiteis de calcário são decorados com formas vegetalistas. -No clerestório(I), tem um corredor muito mais estreito que o do trifório(II), cada secção dele é constituído por um arco ogival de maiores dimensões com 4 arcos ogivais pontiagudos trilobulados que estão separados dos vitrais. Acima dos quatro arcos estão três círculos de rendilhado os dois menores contem um rendilhado em forma de trifólio e o circulo maior contem um uma forma de oito lóbulos. II III I Figura III Tramos do Coro dos Anjos II III I
  • 9. Vitrais memoriais do nave da Catedral de Lincoln Vitrais As vitrais no gótico tem várias funções, têm caráter pedagógico de ensinar e doutrinar os analfabetos, agem como uma metáfora de serem um portal entre um mundo terreno e outro espiritual, criam uma atmosfera mística de visões do paraíso e uma sensação de purificação e de êxtase. Existe enorme variedade de estilos pois eles são de estilos medievais(séc. 13) até estilos dos meados do século 19. A nave é preenchida por vitrais do séc. 19, o lado sul da nave central foi feito por várias estúdios diferentes assim criando a diversidade de estilos que é visível na (Figura 9). Sem ser as janelas de dimensões menores em formas de arcos ogivais também existe janelas de enormes dimensões como a Grandiosa Janela Leste(Figura 5) que foi a segunda janela do séc. 19 a ser instalada no edifício e tem como tema os profetas e reis do antigo testamento. Os temas dos vitrais diferem dependentemente do estilo, mas os temas mais comuns são os temas bíblicos do novo e antigo testamento, temas hagiográficos, históricos da Inglaterra(Figura 7) e acontecimentos na catedral ou que afetaram a catedral(Figura 6 e Figura 8). Grandiosa Janela Leste do nave da Catedral de Lincoln Representação da Catedral a arder no séc. 12, instalada no ano 1874 por Clayton & Bell Figura 5 Figura 7 Figura 8 Figura 6 Figura 9 Representação de Dean Kaye que leva John Wesley na sua ultima visita a Catedral de Lincoln em 1799 Cena histórica num vitral na Catedral de Lincoln
  • 10. Rosáceas… Nesta catedral nas fachadas mais longínquas do cruzeiro dos transeptos existem duas rosáceas enormes , o que é uma característica incomum na arquitetura medieval na Inglaterra, estes estão diretamente opostas uma à outra , a rosácea do Olho de Dean e a do Olho do Bispo . Ao norte reside o Olho de Dean(Figura 10), que foi construído algures entre 1220 e1235, na reconstrução da catedral por Hugo de Avalon, sobreviveu da estrutura original e os seus vidros a maioria dos quais que são os originais retratam a cena do juízo final. Este está subdividido de uma forma comum ao gótico inglês cedo, neste caso consiste de 3 círculos concêntricos. -No meio é constituído por um quadrifólio que contém Deus o Pantocrator com um livro numa mão e a outra levantada em possivelmente saudação. -No segundo círculo concêntrico existe quatro círculos que aparentem ser um quadrifólio, cada dos círculos parece estar subdividido em quatro partes mas isto é só um suporte para a conservação dos paneis de vidro, este quadrifólio aparente tem várias cenas do julgamento das almas e preenchendo os espaços redundantes restantes deste circulo concêntrico, estão quatro trifólios ,com anjos e formas abstratas, e dois círculos mais pequenos adjacentes a cada um trifólio com formas simétricas de possivelmente flores . -No último círculo concêntrico estão 16 círculos com diversas cenas, nomeadamente anjos, doentes, reis, fieis a rezar e cinco bispos. Na legenda da figura 13 está explicado em maior detalhe uma destas janelas. A ocupar o espaço entre a quase junção dos círculos estão vários triângulos com formas simples nelas, como joias, sois e outros. Ao sul está o Olho do bispo(Figura 11), um caleidoscópio de luz constituído por vários padrões vegetalistas segurados no seu lugar por rendilhado de pedra em curvas continuas fluentes. Em todas das quatro divisões desta rosácea não existe muita iconografia no vidro, pois o foco principal dos artistas foi o rendilhado, mas alguns dos elementos tangíveis visíveis na rosácea, são os Santos Paul, André(Andrew) e Tiago(James) ( está visível um exemplo na Figura 12). Rosácea do olho de Dean no transepto principal norte Rosácea do olho do Bispo no transepto principal sul Pormenor de uma figura, provavelmente um santo na Rosácea do olho do Bispo Figura 11 Figura 10 Figura 12 figura 13 Jesus sentado mostrando as suas feridas, circulado pelos quatro símbolos dos evangelistas, o anjo, leão, boi e a aguia, na Rosácea do olho de Dean
  • 11. Capelas… Das 14 capelas desta catedral existe muita pouca informação e imagens acerca destes na internet e por isso eu conclui que as capelas eram um elemento menos importante nesta catedral e a suprema elegância, esplendor radiante e beleza dos níveis superiores, abóbadas trifório e clerestório, vitrais e rosáceas atraíssem o nosso olhar para os locais de onde provinha a iluminação e por isso é que eu conclui não existe tanta informação acerca delas. Eu eventualmente consegui encontrar algumas das capelas, mas estas ,especialmente as do Transepto sul, por alguma razão não refletem a beleza arquitetónica do resto da catedral, são rudimentares, no caso das do transepto elas parecem ser fruto de uma reflexão tardia em que ninguém pensou nas funções que o espaço iria desempenhar, a única decoração presente são os quadros de pinturas modernas. Em termos arquitetónicos os espaços das capelas dos transeptos são divididas por um muro ,perpendicular à parede da catedral, de duas arcadas de três lóbulos cegas adjacentes com capiteis decorados com formas vegetalistas, assentes em colunas polidas com bases simples. A parede da catedral está ,no caso da capela do Sto. Tomás e Sto. André(figura 14 e secções mais longes do fotógrafo na figura 15), dividida em 3 portais cegos de arquivoltas polidas em arco ogival assentes em dois colunelos de maior comprimento aos da muro perpendicular mas iguais em termos do capitel e a base. No caso da capela de Sto. Eduardo(mais próxima ao fotógrafo na figura 15 ) o muro perpendicular é igual mas os portais adossados à parede da catedral são lobuladas e entrelaçadas os colunelos mais próximos da parede sendo de nível inferior aos mais próximos do observador, de mármore Purbeck, este desnível das colunas podia ter sido mais uma tentativa de criar uma ilusão de haver um corredor atrás da capela. Todas destas capelas são encimadas por janelas ogivais pontiagudas que contém vitrais. Capela de Sto. pedro e Paulo Capelas do transepto sul Capelas do transepto sul Figura 15 Figura 14 Figura 16 A capela de Sto. Pedro e de Sto. Paulo(figura 16) parece que foi contemplada estar neste local com antecedência à sua construção pois o espaço que lhe envolve parece estar mais em harmonia, pois o espaço parece estar adaptado à capela e não como no caso das outras capelas em que as capelas parecem serem adaptadas ao seu espaço envolvente. Esta capela também está ausente de decoração e isto neste caso não afeta muito o ar místico que a luz a entrar neste absidíolo criava. O espaço superior abaixo à abóbada(que tipo de abóbada não posso dizer pois a informação é escarça e não encontrei imagem sua) é dividido em quatro arcos em formas ogivais pontiagudas, 3 das quais são rasgadas por vitrais. Nos pilares entre os arcos estão as mísulas de qual estendam as nervuras que juntaram na abóbada assim criando a base para o sistema de cobertura, isto é uma característica típica do gótico inglês. No nível inferior aos vitrais existem uma serie de arcadas cegas de arcos ogivais todas assentes em três ou uma coluna do mesmo formato ás colunas das capelas de Sto. Tomás e Sto. André (figura 14 e figura 15), acima dos capiteis destes colunelos estão elementos decorativos em formas esféricas constituídas por elementos vegetalistas, entre duas destas arcadas cegas contidas na parede existe uma espécie de armário.
  • 12. Alçado externo... Típico de uma catedral gótica esta catedral é extremamente decorada com vários relevos, esculturas e elementos arquitetónicos que não só desempenham uma função estrutural, mas também servem como decoração. Uma das telas nos quais estas decorações são visíveis é a fachada principal(Figura 17)elemento destaca esta catedral das suas semelhantes, pois ela foi construída no estilo românico anglo-normanda e na reconstrução da catedral esta foi conservada. Outros aspetos decorados do exterior que se destacam são o portal principal(Figura 18), que está conservado no seu estilo original, o estilo Românico Anglo-normanda e o portal sul(Figura 19). Portal sul da Catedral de Lincoln Portal principal, contido na fachada oeste da Catedral de Lincoln Fachada principal, oeste, da Catedral de Lincoln Figura 17 Figura 19 Figura 18
  • 13. Fachada principal… A grande diferença desta catedral é a sua fachada românico anglo-normanda (Figura 20)que foi conservada durante as várias remodelações, renovações e extensões. Todas estas linhas e padrões repetitivos horizontais que acentuam a horizontalidade desta fachada também era incomum pois as catedrais eram supostas tocaram no céu e são bem conhecidas pela sua verticalidade. A fachada principal terminava em duas torres (5) que não se destacavam muito da fachada pois as decorações, de que eu já vou abordar, transbordavam da fachada e contornavam nas assim camuflando a sua forma entre todos os arcos . A única parte das torres que destaca-se são as suas coberturas octogonais que assentam numa porção da torre ligeiramente mais grossa, o topo das escadas espirais ascendentes, de onde pelas frestas podia-se observar. O centro da fachada está rasgada por cinco recessos de enormes dimensões em forma de arco , as suas dimensões sendo decrescentes do centro para o mais longe do centro. Os recessos em forma de arco de volta perfeita(2) adjacentes ao central(1) contém dois portais de arquivoltas de arco perfeito encimados por uma vitral contido num arco ogival cada o dobro do tamanho do portal abaixo. A ladear estes portais laterais no lado mais longe do centro estão dois recessos constituídos por uma abóbada de berço(3) cega de arco de volta perfeita mas com uma profundidade de cerca de um metro e meio e encima deste um espaço do mesmo tamanho que este arco ocupa esta um espaço sem quaisquer decoração, com apenas dois frestas num lado e uma janela pequena no outro. O arco central(1) é constituído por um arco ogival que se prolonga a cerca de dois metros de profundidade, contido entre ele esta de cima para baixo uma rosácea, um vitral e o portal principal da catedral. Fachada principal, oeste, da Catedral de Lincoln Figura 20 1 2 3 4 5 6 Em cima do arco ogival, que cria a cobertura do portal principal, estão vários arcadas cegas , adossadas ao gablete, constituídas por arcos ogivais assentes em colunas de, novamente, tamanho decrescente do meio para o mais longe do meio. Entre estes elementos estão vários elementos decorativos, nomeadamente quatro esculturas de figuras humanas, duas contidas entre as arcadas cegas mais distantes do arco central e mais duas a ladear o arco ogival que é o final da cobertura do portal central, e também recortes decorativos, como dois quadrifólios a ladear o ponto suprema da arcada cega central, Nos espaços entre as arcadas que contem os portais laterais e a arcada que contem o portal central estão dois recortes que contém duas estátuas de dois bispos diferentes. Entre as bases das torres ,no final da fachada, e as arcadas cegas estão arcadas de arcos ogivais, a arcada central sendo ligeiramente maior e também sendo a entrada para as primeiras capelas da catedral. A encimar esta arcada cega está mais uma arcada cega de arcos ogivais com elementos escultóricos de caras na junção dos arcos ogivais que o constituem e acima disto está uma janela circular ladeada por dois arcos ogivais pontiagudos suportados em colunelos. Estes padrões de arcadas cegas repetem se em várias camadas que cobrem a fachada restante. Atrás dos portais laterais a ladear o gablete estão duas torres das três torres, que acentuam o tamanho enorme desta fachada e contraria a horizontalidade da fachada com a sua verticalidade.
  • 14. Portal Principal… O portal principal, oeste, desta catedral é um das remanescentes do edifício Românico Anglo-normanda que serviu como base á catedral. Este portal é encimado por uma galeria de reis ingleses (1) sentados cobertos por coberturas complexamente detalhadas. Abaixo dos reis está o portal que tem várias arquivoltas de arco de volta perfeito completamente decoradas com padrões típicos da Arquitetura Normanda como o Chevron (bifurcação) entre outros padrões,. Esta arquivolta está assente sobre vários colunelos(3) que são muito mais decorados que as arquivoltas, com formas vegetalistas, padrões entrelaçados, animais, padrões lineares e até as figuras bíblicas de Adão e Eva que comem da fruta proibida(5), no Jardim de Éden e são ambos constringidos por uma cobra, estão presentes. Mais dois dos elementos que evidenciam que este portal é anglo-normanda são o serpente ou dragão de duas cabeças(2), elemento típico dos vikings que influenciaram bastante os ingleses, corre na circunferência das arquivoltas e um padrão de caras(4) cujas línguas rodeiam o colunelo adjacente passam desde a base de um colunelo pela arquivolta e desce o colunelo oposto. A porta em si é feita de madeira ligeiramente decorada e reforçada com elementos de metal. Este portal não tem mainel, tímpano nem arquitrave. Figura 21 Portal principal, oeste, da catedral 1 2 3 4 Adão e Eva que comer a fruta proibida Colunelo decorado com caras 5 Colunelos decorados
  • 15. Portal Sul… O Portal Sul Figura 22 é um portal ogival, típico do gótico, muito decorado, que aborda o tema do julgamento final. O portal está abaixo de um Gablete(4) com vários recortes decorativos em forma de trifólios, quadrifólios e um quinquefólio central. O portal contem várias arquivoltas decoradas com elementos vegetalistas e figuras humanas assentes em colunelos simples mas com capitel decorado também com formas vegetalistas. Entre os colunelos está a estátua-coluna do mainel da Maria com Jesus no seu colo (3). Ela suporta os dois arcos ogivais polilóbulos em que o tímpano (1) está assente. Este retrata o Deus sentado com dois dos seus anjos numa mandorla modificada para parecer um quadrifólio em que cabe os seus anjos. A volta da mandorla os Anjos e demónios levem os fieis e infiéis ao seu destino, no caso dos infiéis, abaixo dos pés de Deus, a boca do Inferno espera os infiéis. A ladear o portal estão anjos cujas cabeças foram removidas (2) durante o reino de Oliver Cromwell o Senhor Protetor do Reino Unido, após o regicídio do Rei Charles o primeiro, que recusou a oferta de ser coroado Rei. 1 2 Figura 22 Portal sul da Catedral de Lincoln 2 2 1 3 4 Tímpano do Portal sul Anjos a ladear o Portal sul
  • 16. Curiosidades… Diabinho de Lincoln. Um dos elementos decorativos escultórico nesta catedral é o pequeno diabinho de Lincoln (Figura 23). Acerca dele existe várias variações de uma lenda. De acordo com esta lenda do séc. 14 dois diabinhos foram enviados pelo diabo para fazer as suas tarefas maléficas na terra, depois de causarem vários estragos no Norte de Inglaterra eles dirigiram-se ao catedral de Lincoln onde eles criaram vários danos, partiram mesas, cadeiras e atacaram o Bispo. Um anjo apareceu no coro dos anjos e ordenou os a parar. Um deles sentou-se acima de uma coluna e começou a atirar pedras contra o anjo, o anjo transformou o em pedra e deixou o outro escapar. O diabinho de pedra ainda hoje pode ser visto sentado em cima de uma coluna no Coro dos Anjos e outro é pensado ainda esconder na cathderal. Eles também estão retratados em outras partes da catedral como na rosácea do Olho do Bispo (Figura 24) existem três formas poucas percetíveis que retratam o diabo(Figura 25) e os dois diabinhos a ladeá-lo (todos juntos na Figura 26). Rosácea do olho do Bispo na Catedral de Lincoln Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Diabinho de pedra assente na junção dos arcos no Coro dos Anjos, na Catedral de Lincoln Diabo na Rosácea do olho do Bispo Diabo com seus diabinhos na Rosácea do olho do Bispo
  • 17. Conclusão... Esta Catedral é uma Catedral exemplar de várias técnicas do gótico inglês cedo , do gótico decorado no coro dos anjos e até algumas técnicas do Românico Anglo-normanda no portal principal nos portais laterais ao mesmo e na fachada circundante, especialmente no uso de arcos ogivais mais estreitos e pontiagudos. É um edifício de incrível tamanho e não só a sua decoração dos vitrais e rosáceas fazem-nos contemplar, pois a sua beleza, tamanho e detalhe é tanto. Todas as partes de uma catedral gótica inglesa estão presentes neste edifício nas suas naves o uso de arcos ogivais com vitrais nas paredes para criar um ar mais desmaterializado e leve e também para iluminar a catedral e no uso de grupos de colunelos em vez de só uma coluna mais espessa, que é uma característica do gótico Inglês cedo. Catedral de Lincoln ainda com duas das suas torre pintado por Augustus Charles Pugin, a óleo
  • 18. Bibliografia... https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Lincoln https://en.wikipedia.org/wiki/Lincoln_Cathedral http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Europe/Great_Britain/England/_Topics/churches/_Texts/KINCAT*/Lincoln/1.html#zzz https://smarthistory.org/lincoln-cathedral/ https://www.academia.edu/26336647/Catedral_de_Lincoln https://smallbluegreenwords.wordpress.com/2017/03/03/lincoln-cathedral-stained-glass/ https://blog.world-mysteries.com/science/the-biblical-abomination-of-desolation-prophecy-enacted-at-lincoln-cathedral/ https://www.flickr.com/photos/profzucker/35986750146/in/album-72157683725192134/ https://www.flickr.com/photos/jpguffogg/43014211220/in/photostream/ https://www.flickr.com/photos/pefkosmad/30767162422/in/photostream/ https://sandkspavin.blogspot.com/2012/02/lincoln-cathedral.html