SlideShare a Scribd company logo
1 of 4
Download to read offline
Maneira de conversar continuamente com deus
As mais belas orações de santo afonso de ligório, Pe. Saint-Omer.
SANTOS E
FESTAS DO MÊS:
01– Circuncisão de Nosso
Senhor;
04– Santíssimo Nome de
Jesus;
06– Epifania;
11– Sagrada Família;
13– Batismo de Nosso Se-
nhor;
15– São Paulo, 1º eremita;
17– Santo Antão;
21– Santa Inês;
27– São João Crisóstomo;
28– São Pedro Nolasco;
29– São Francisco de Sales;
31– São João Bosco.
N E S T A
E D I Ç Ã O :
Espiritualidade 1,2
Pureza 2
A via da infância espiritual 3, 4
Deveres dos Pais 4
Janeiro/ 2015Edição 20
A Família CatólicaC A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S
ocultar-se sob as espécies de pão, para ser com-
panheiro perpétuo do nosso exílio, e unir-se inti-
mamente conosco: Aquele, diz ele, que come o
meu Corpo e bebe o meu Sangue, permanece em
mim, e eu permaneço nele. Dir-se-ia enfim que Ele
vos ama de tal maneira, que sois o único objeto
do seu amor. Também, do vosso lado, não deveis
amar nada fora de Deus; como tendes o direito de
dizer: O meu amado é meu, é preciso que digais
também: E eu sou dele; sim, pois que o meu Deus
se deu todo a mim, dou-me todo a Ele; pois que
me escolheu para a sua amada, eu o escolhi entre
todos para o meu único amor. (...)
2. É fácil e agradável entreter-se com Deus.
É grande erro, já o dissemos, mostrar desconfi-
anças nas nossas relações com Deus, e aparecer
sempre na sua presença como escravo tímido e
vergonhoso, que treme de medo diante do seu rei;
mas erro pior seria imaginar que seja molesto e
fastidioso conversar com o Senhor: Não, nem por
sombra: Porque a sua conversação nada tem de
desagradável, e a sua companhia nada de tedio-
so. Interrogai as almas que o amam sinceramen-
te, e elas vos dirão que, nas penas da vida, a sua
mais doce e sólida consolação é entreter-se com
Deus.
Não se exige de vós aplicação contínua de espí-
rito, nem que esqueçais as vossas ocupações
nem sequer as vossas recreações; o que se exige,
é que, sem descuidar-vos da vossa lida, procedais
com Deus como procedeis para com as pessoas
que vos amam e são amadas de vós.
O vosso Deus está sempre perto de vós, e até
dentro de vós: Porquanto é nele que tendes a
vida, o movimento e o ser. Quem deseja falar-lhe,
encontra sempre a porta aberta de par em par: o
Senhor estima que o trateis com toda a confiança.
Falai-lhe dos vossos negócios, designíos, penas,
temores, e de tudo o que vos interessa. Fazei-o
sobretudo, torno a dizer, com confiança e coração
aberto. Deus não tem costume de falar a uma
alma que Lhe não fale, porque ela não está em
estado de entender a sua linguagem, visto não ter
hábito de tratar com Ele. Disto é que o Senhor se
queixa nos Cânticos: Nossa irmã, diz ele, não pas-
sa ainda duma criança no meu amor; como fare-
mos para lhe falar, se ela não compreende? Deus
quer ser tido como o Senhor mais poderoso e
temível por aqueles que desprezam a sua graça;
mas quer também que aqueles que o amam, o
1. Deus quer que lhe falemos cheios de confiança
e com familiaridade.
Não podia o bem-aventurado Jó cessar de admi-
rar-se, vendo Deus tão atento em espelhar os
seus benefícios sobre o homem. Não parece com
efeito que o Senhor nada tem mais a peito de que
nos amar e ganhar o nosso amor? Eis porque o
santo exclamava, dirigindo-se a Deus: Que é o
homem para que o eleveis tanto na vossa estima?
E porque o constituis objeto do vosso afeto? É,
portanto, erro evidente pensar que não se pode
tratar com Deus familiarmente e com toda a confi-
ança sem faltar com o respeito devido à sua infini-
ta majestade. Sem dúvida, alma devota, deveis a
Deus reverência cheia de humildade; sois obriga-
da a abater-vos na sua presença, lembrando-vos
principalmente da ingratidão e ultrajes de que, no
passado, vos fizestes culpada para com Ele; mas
nada disto deve impedir de pordes, nas vossas
relações com Ele, o amor mais terno, a mais intei-
ra confiança de que sois capaz. Ele é a majestade
infinita, mas ao mesmo tempo é a bondade infini-
ta e o amor infinito. Em Deus tendes o Senhor
mais sublime que pode existir, mas também o
Esposo mais amante que podeis possuir. Longe
de vos expordes ao seu desprezo, o regozijais
rezando com Ele da confiança simples e terna dos
filhinhos para com suas mães. Escutai com que
termos ele nos estimula a chegarmos à sua pre-
sença, e que carícias nos promete: Vós sereis
como meninos que a mãe traz apertados aos seu
seio e acaricia tendo-os nos joelhos; como a mãe
acaricia o seu filhinho, assim eu vos consolarei. A
mãe se regozija em ter o seu filhinho ao colo, com
dar-lhe o nutrimento, cercá-lo de carícias; é com a
mesma ternura que o nosso bom Deus se com-
praz de tratar as almas que lhe são caras por se
haverem dado a ele sem reserva, e colocado to-
das as suas esperanças na sua bondade.
Ficai certa, não há pessoa alguma que iguale a
Deus no amor que ele nos tem, nem amigo, nem
irmãos, nem pai, nem mãe, nem esposo, nem
amante. A graça divina é, segundo a palavra do
Sábio, o rico tesouro por meio do qual vis criaturas
e indignos escravos como somos, nos tornamos
amigos queridos do nosso próprio Criador. Para
nos inspirar mais confiança, Ele chegou, digamos
assim, até aniquilar-se, como diz São Paulo; aba-
teu-se até fazer-se homem para morar entre nós e
conversar familiarmente conosco. Chegou a fazer-
se menino, a fazer-se pobre, a deixar-se condenar
e crucificar publicamente; chegou ainda mais a
tratem como amigo o mais afetuoso; deseja
que estes lhe falem muitas vezes, com fami-
liaridade e sem temor.
Deus deve sempre ser soberanamente
respeitado, é verdade; mas quando ele mes-
mo quer fazer-vos sentir a sua presença e
deseja lhe faleis como a amigo que mais vos
ama que todos os outros, abri o vosso cora-
ção com toda liberdade e confiança. Ele
previne aos que desejam a sua presença,
diz o Sábio, e espontaneamente se lhes
mostra. Uma vez que aspirais ao seu amor,
não espera que vades a Ele, mas vem e se
apresenta primeiro a vós, com as graças e
remédios que haveis mister. Só uma palavra
espera que digais, para mostrar que está
junto de vós, vos escuta e está pronto a
consolar-vos. Os seus ouvidos são abertos
para escutar as orações dos justos. (...)
No mundo, os amigos tem horas para con-
versar, e horas em que se separam, mas
entre Deus e vós, se quiserdes, nunca have-
rá instante de separação: Em quanto dor-
mirdes, o Senhor estará ao vosso lado, e
velará sem cessar junto de vós. Eu repousa-
rei na sua companhia, diz o Sábio, e conver-
sarei com ele pelos meus pensamentos.
Quando repousais, Deus não se separa do
vosso leito, mas fica pensando constante-
mente em vós, para que, se acordardes à
noite, possa vos falar pelas suas inspira-
ções, e receber de vós algum ato de amor,
oferenda e agradecimento. Assim quer Ele,
ainda no tempo do repouso, continuar con-
vosco os seus doces e amáveis entreteni-
mentos. Falar-vos-á até durante o vosso
sono, e vos instruirá a respeito da sua von-
tade, a fim de que, em acordando, a po-
nhais em obra.
De manhã, achá-lo-eis ainda junto de vós,
para ouvir algumas palavras de afeto ou
confiança, e recolher os vossos primeiros
pensamentos e a promessa que lhe fazeis
de agir em tudo com o fim de agradar-lhe
durante o dia, com o oferecimento de todas
as penas que vos propondes sofrer de boa
vontade pela sua glória e amor. Como Ele
não deixa de se apresentar a vós no mo-
mento de despertardes, não deixeis tam-
bém de dirigir-lhe um olhar cheio de amor;
regozijai-vos por saber do vosso mesmo
Deus a feliz nova de que não está longe de
vós, conforme o doce preceito que vos ele
recorda a esta mesma hora: Tu amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração.
3. De que, quando e como devemos falar a
Deus.
1.Em geral
Nunca vos esqueçais então da doce
presença do Senhor, como fazem, pela
maior parte, os homens. Falai-lhe o maior
número de vezes que puderdes: Ele não é
como os grandes da terra, não se enfadará
com a vossa frequência nem vos despreza-
rá; e se o amais, havereis sempre com que
entretê-lo. Dizei-lhe tudo o que se apresen-
ta no tocante a vossa pessoa e interesses,
como o direis a um amigo íntimo. Não o
considereis como um príncipe soberbo,
que não quer tratar senão de coisas altas
e somente com grandes personagens: o
nosso Deus tem prazer em abater-se para
tratar com cada um de nós e quer que lhe
comuniquemos os nossos negócios ainda
os menos importantes e mais ordinários.
Ele vos ama e tem cuidado de vós, como
se fosseis o único objeto dos seus pensa-
mentos. É tão aplicado ao que vos interes-
sa, que parece conservar a sua providên-
cia unicamente para vos socorrer, a sua
onipotência para vos ajudar, a sua miseri-
córdia e bondade para ter compaixão de
vós, fazer-vos bem, e ganhar por sinais de
ternura a vossa confiança e amor. Desco-
bri-lhe então livremente todo o vosso interi-
or, e pedi-lhe vos guie ao perfeito cumpri-
mento da sua santa vontade, e todos os
vossos desejos e desígnios tenham por
único fim dar-lhe agrado e contentar o seu
coração: Descobri o vosso caminho ao
Senhor. Pedi lhe faça vossos caminhos
retos e que todos os vossos desígnios re-
pousem nele.
Não digais: De que serve expor a Deus
todas as minhas necessidades? Ele as vê
e conhece melhor do que eu.—Deus as
conhece, não há dúvida, mas procede
como se ignorasse as necessidades de
que lhe não falais e para as quais não
recorreis a Ele. O nosso Divino Salvador
sabia a morte de Lázaro; entretanto, antes
que lh’a comunicassem as irmãs do defun-
to, parecia ignorá-la; só depois de receber
a mensagem delas é que as consola, res-
suscitando-lhes o irmão.
2. Nos padecimentos
Assim, quando estiverdes nas provações
da enfermidade, tentação, perseguição ou
outra tribulação, seja qual for, ide sem
demora ao Senhor, e rogai-lhe vos estenda
a mão auxiliadora. Bastante será pordes
sob os seus olhos o que vos aflige, dizen-
do: Senhor, vede a minha angústia.—Ele
não deixará de vos consolar, ou ao menos
vos dará força para levardes com paciên-
cia a vossa cruz, o que valerá mais para
vós do que se ele vol-a tirasse de todo.
Comunicai-lhe todos os pensamentos que
vos atormentam, os vossos sentimentos
de temor ou tristeza, e dizei-lhe: Meu
Deus, em vós ponho todas as minhas es-
peranças; ofereço-vos esta provação e me
resigno à vossa santa vontade; mas, tende
compaixão de mim; ou livrai-me desta afli-
ção ou ajudai-me a suportá-la. Então o
Senhor cumprirá certamente a sua pro-
messa de consolar ou fortalecer todos
aqueles que, nas penas, recorrem a ele:
Vinde todos a mim, diz ele no Evangelho,
vós que sofreis e sois acabrunhados, e eu
vos alentarei.
Se alguma vez fordes buscar, junto dos
vossos amigos, alguma consolação nas
vossas penas, Deus não se ofende com
isto, mas quer que de preferência recorrais
a Ele. Assim, ao menos depois de ter pedi-
do às criaturas consolações que elas vos
não podem dar, voltai-vos para o Criador, e
dizei-lhe: Senhor, os homens não tem mais
do que palavras impotentes para consolar-
me; eu não os escuto mais. Vós sois toda a
minha esperança e todo o meu amor; só
de vós espero a minha consolação, e a que
eu solicito, é a graça de fazer nesta ocasi-
ão o que vos é mais agradável. Eis-me
pronto a sofrer esta pena durante toda a
minha vida e toda a eternidade, se esta for
a vossa vontade; mas, ó Deus meu, ajudai-
me.
Continua na próxima edição.
Forçosa é a guerra à tirania das nossas paixões, durante a nossa peregrinação sobre a terra.
As aparências austeras da obrigação ocultam a sua encantadora e sublime beleza a uma mocidade que sacrifica ao prazer sua integri-
dade moral e nem depois hesita em arruinar em outros o que ela não soube respeitar em si mesma.
Uma depravação mais consciente e mais requintada na malícia acrescenta uma mentira junto à tentação: a lei da castidade julga-a
impossível. E dizem ‘É somente para os fracos’.
Mas quem é fraco e quem é forte? Onde está a fraqueza? Onde está a coragem?
‘Fraco’ o homem que nutre ambições celestiais; ‘forte’ o incapaz de uma coragem que o levanta acima do sensualismo animal?
‘Fraco’ o que disputa as inteligências puras, o prêmio da nobreza; ‘forte’, o que se avilta?
‘Fraco’ o magnânimo que por amor de Deus e dos seus semelhantes se esquece de si; ‘forte’ o egoísta que só se preocupa de vis pra-
zeres?
‘Fraco’ o cavaleiro do direito; ‘forte’ o escravo de desejos desordenados?
‘Fraco’ aquele cuja energia vital enriquecerá a sociedade dos homens, ‘forte’ o esgotado, o gasto pelo vício?
‘Fraco’ o homem que sabe guardar os seus sagrados juramentos; ‘forte’ o cínico ou hipócrita que viola seus compromissos?
‘Fraco’ o vitorioso, ‘forte’ o vencido?
E, ainda assim, por toda a parte se encontra aplausos à absurda calúnia. O mundo faz questão de embalar: uma vasta e poderosa
imprensa difunde e patrocina; médicos em nome de uma suposta ciência corroboram-na com seus maus conselhos. Diante dessa
insolência, a virtude, tímida e retraída, resigna-se por vezes a envergonhar-se e até mesmo a capitular! É mister, pois despertar a esti-
ma pela pureza.
A Grande Guerra — Pe. J. Hoornaert, S.J.
Nosso Senhor diz aos seus Apóstolos: Se vos não converterdes e
vos não tornardes como meninos, não entrareis no reino dos céus.
São Paulo acrescenta: o Espírito Santo dá testemunho ao nosso
espírito de que somos filhos de Deus, e nos aconselha freqüente-
mente uma grande docilidade ao Espírito Santo. Esta docilidade se
encontra particularmente na via da infância espiritual, recomenda-
da por muitos santos e, ultimamente, por Santa Teresa do Menino
Jesus. Esta via, tão fácil e proveitosa para a vida interior, é muito
pouco conhecida e seguida.
Por que pouco seguida? Porque muitos imaginam erroneamente
que esta é uma via especial, reservada às almas que se conserva-
ram completamente puras e inocentes; e outros, quando lhes fala-
mos desta via, pensam em uma virtude pueril, uma espécie de
infantilidade, que não poderia lhes convir. Estas idéias são falsas.
A via da infância espiritual não é nem uma via especial nem uma
via de puerilidade. A prova é que foi Nosso Senhor, ele mesmo,
quem a recomendou a todos, mesmo àqueles responsáveis pelas
almas, como os Apóstolos formados por Ele.
Para se ter uma visão de conjunto da via da infância espiritual, é
preciso de início notar suas semelhanças e, em seguida, suas
diferenças com a infância corporal. As semelhanças são patentes.
Quais as qualidades inatas das crianças? Em geral, elas são sim-
ples, sem nenhuma duplicidade, são ingênuas, cândidas, não re-
presentam, mostram-se tais como são. Ademais, têm consciência
de sua deficiência, pois precisam receber tudo de seus pais, o que
as dispõe à humildade. São levadas a crer simplesmente em tudo
o que dizem as suas mães, a depositar uma confiança absoluta
nelas, e a amá-las de todo seu coração, sem cálculo. Quais as
diferenças entre a infância ordinária e a infância espiritual? — A
primeira diferença é notada por São Paulo: Não sejais meninos na
compreensão, mas sede pequeninos na malícia. A infância espiri-
tual se distingue da outra pela maturidade do julgamento e de um
julgamento sobrenatural inspirado por Deus.
Uma segunda grande diferença é indicada por São Francisco de
Sales: na ordem natural, quanto mais o filho cresce, mais ele tem
de se tornar auto-suficiente, pois um dia seu pai e sua mãe lhe
faltarão. Ao contrário, na ordem da graça, quanto mais o filho de
Deus cresce, mais ele compreende que não poderá jamais se bas-
tar e que dependerá sempre intimamente de Deus. Quanto mais
ele cresce, mais ele deve viver da inspiração especial do Espírito
Santo, que vem suprir por seus dons a imperfeição de nossas vir-
tudes, de modo que, no fim, o filho de Deus torna-se mais passivo
sob a ação divina do que entregue à sua atividade pessoal e no
fim entra no seio do Pai, onde encontrará a beatitude por toda a
eternidade.
Os moços e as moças, quando chegam à idade adulta, deixam
seus pais para viverem suas vidas; mais tarde, o homem de qua-
renta anos vem com bastante freqüência visitar sua mãe, mas ele
não depende dela como antes; é ele agora que a sustenta. Ao
contrário, o filho de Deus, ao crescer, se é fiel, torna-se mais e
mais dependente de seu Pai, até que nada faça sem ele, sem suas
inspirações ou seus conselhos. Então, toda a sua vida é banhada
pela oração; é a melhor parte que não lhe será tirada. Santa Tere-
sinha de Lisieux o compreendeu assim. Ela, após ter atravessado
a noite do espírito, chegou desse modo à união transcendental
nela.
Tais são as características gerais da infância espiritual: suas
semelhanças e suas diferenças com a infância corporal.
Vejamos agora as principais virtudes que se manifestam nela.
De início, a SIMPLICIDADE, a ausência total de duplicidade. Por
que? … Porque o olhar desta alma não procura senão a Deus e vai
direto a ele. Assim, verifica-se aquilo que é dito no Evangelho: O
teu olho é a lucerna do teu corpo. Se teu olho for simples todo teu
corpo será luz. Mas, se o teu olho for mau, todo o teu corpo estará
em trevas. Do mesmo modo, se a intenção de tua alma é simples
e direta, pura e sem duplicidade, toda a tua vida será iluminada
como o rosto de uma criança.
Então, a alma simples, que tudo sempre considera com relação
a Deus, acaba por vê-lo nas pessoas e eventos; em tudo o que
acontece, ela vê aquilo que é desejado por Deus, ou, ao menos,
que é permitido por Ele para um bem superior.
HUMILDADE. Ao seguir esta via, a alma torna-se humilde. A crian-
ça tem consciência de sua deficiência, ela depende de sua mãe
para tudo, e pede constantemente sua ajuda, ou se refugia perto
dela à menor ameaça.
Do mesmo modo, o filho de Deus sente que, deixado a si mes-
mo, ele não é nada; ele se lembra com freqüência das palavras de
Jesus: Sem mim, não há nada que possais fazer. E assim, ele tem
uma necessidade instintiva de se esquecer de si mesmo, de de-
pender de Nosso Senhor, de se abandonar a Ele. A alma cessa de
se estimar de modo vão, de querer ocupar um lugar no espírito dos
outros; ela desvia seu olhar de si mesma.
Por causa disso, ela combate muito eficazmente o amor próprio.
E, com o sentimento de sua deficiência, ela experimenta a necessi-
dade de se apoiar constantemente em Nosso Senhor e de ser em
tudo guiada e dirigida por ele. Ela se lança em seus braços, como
a criança nos braços de sua mãe. Por isso, o espírito de oração se
desenvolve muito nela.
FÉ. Assim como o filho crê sem hesitar e firmemente em tudo o
que sua mãe lhe diz, o filho de Deus, acima de todo raciocínio, de
todo exame, baseia-se totalmente na palavra de Nosso Senhor.
“Jesus o disse”, seja por si mesmo, seja por sua Igreja, isto é sufi-
ciente para que ele não tenha nenhuma dúvida em seu espírito.
Que se segue? Assim como a mãe fica feliz em poder instruir seu
filho, tanto mais quanto ele se mostrar atento, Nosso Senhor se
compraz em manifestar a profunda simplicidade dos mistérios da
fé aos humildes que o escutam. Ele dizia: Eu te dou graças, ó Pai,
por ter escondido estas coisas dos prudentes e dos sábios e de as
ter revelado aos pequenos. A fé dessa alma torna-se então pene-
trante, saborosa, contemplativa, radiante, prática, fonte de mil
conselhos excelentes. O espírito da fé leva a ver os mistérios reve-
lados, as pessoas, os fatos como Deus os vê; vê-se Deus em tudo.
Mesmo que o Senhor permita a noite escura, a alma a atravessa
segurando sua mão, como o filho segura a mão de sua mãe, que a
protege.
A CONFIANÇA torna-se, desde então, mais e mais firme, inteira.
Por que? … Porque ela repousa no amor de Deus por nós, em suas
promessas, nos méritos infinitos de Nosso Senhor.
Como a criança está segura de sua mãe, porque se sabe amada
por ela, a alma de que falamos está segura de Deus. Ela não pode
duvidar de sua fidelidade em manter suas promessas: pedi e rece-
bereis. Ela não se baseia em seus próprios méritos, em sua sorte
pessoal, mas nos méritos infinitos do Salvador, que são para ela;
do mesmo modo, os bens do pai são para seus filhos que ainda
não possuem bens pessoais.
A fragilidade a desencoraja? De modo algum. O filho não se de-
sencoraja por causa de sua deficiência. Ao contrário, ele sabe que
é por causa de sua impotência que sua mãe está sempre pronta
para protegê-lo. Do mesmo modo, Nosso Senhor sempre protege
os pequenos e os pobres que se fiam nele. O Espírito Santo, que
ele nos enviou, é chamado “Pater pauperum”.
Esta alma não confia senão em Deus, em Nosso Senhor e na
Virgem, e naqueles que vivem de Deus, como a criança não confia
senão em sua mãe e naquelas pessoas a quem sua própria mãe o
confia por um momento.
A via da infância espiritualA via da infância espiritualA via da infância espiritual——— Pe. Garrigou Lagrange, O.P.Pe. Garrigou Lagrange, O.P.Pe. Garrigou Lagrange, O.P.
Deveres dos pais e superiores
Grande Catecismo Católico—Pe. José Deharbes
419. O quarto mandamento encerra somente os deveres dos filhos e dos súditos?
O quarto mandamento compreende também os deveres dos pais e superiores.
O 4º mandamento concede aos pais e superiores direitos sobre os filhos e súditos. Estes direitos baseiam-se nos deveres; por isso
os deveres dos pais e superiores também estão compreendidos no 4º mandamento.
1.Deveres dos pais para com os filhos.
420. Qual é o primeiro e mais santo dever dos pais para com os filhos ?
O primeiro e mais santo dever dos pais para com os filhos consiste em educá-los para Deus e para a vida eterna; por isso de-
vem:
1) rezar fervorosamente pelos filhos;
2) educá-los bem na Religião Católica;
3) acostumá-los desde cedo à piedade e às boas obras; principalmente pelo bom exemplo;
4) preservá-los dos perigos;
5) castigar suas faltas com caridade cristã.
" E vós, pais, educai vossos filhos na disciplina e nas instruções do Senhor". (Efés. VI, 4) - " O menino que é abandonado à sua vonta-
de, é a vergonha de sua mãe". (Prov. XXIX, 15). " Não poupes a correção ao menino, porque, se lhe bateres com a vara, não morrerá.
Tu lhe baterás com a vara e livrarás a sua alma do inferno". (Prov. XXIII, 13, 14)
421. Qual é o segundo e importante dever dos pais?
O segundo dever importante dos pais consiste em cuidar do bem estar e progresso temporal de seus filhos; por isso devem:
1) conservar seus haveres em condições convenientes, e, se necessário, procurar aumentá-los;
2) cuidar convenientemente do alimento, vestuário e da saúde de seus filhos;
3) acostumá-los, desde cedo, ao trabalho e fazer com que aprendam o que lhes pode ser útil.
Edição:
Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES.
http:/www.nossasenhoradasalegrias.com.br
Entre em contato conosco pelo e-mail:
jornalafamiliacatolica@gmail.com
É uma confiança total, mesmo nas horas mais graves. Nós nos
lembramos então do que dizia santa Teresinha: “Senhor, vós a
tudo vedes, tudo podeis, e vós me amais”.
O único temor desta alma é o de não amar o bastante a Nosso
Senhor, de não se abandonar totalmente a Ele.
A CARIDADE é o amor de Deus por Ele mesmo, e das almas em
Deus, para que elas o glorifiquem no tempo e na eternidade.
A criança pequena ama sua mãe de todo seu coração, mais que
os carinhos que recebe dela; ela vive de sua mãe.
Do mesmo modo, o filho de Deus vive de Deus e o ama por si
mesmo, por causa das infinitas perfeições que nele transbordam.
O que este filho de Deus ama, não é a sua própria perfeição, mas
o próprio Deus, sobre o qual ele se apóia.
A este amor ele refere tudo, é um amor delicado, simples, que
inspira a piedade filial e uma grande caridade pelo próximo, na
medida em que este é amado por Deus e chamado a o glorificar
eternamente.
O filho de Deus, porém, é tão prudente como simples: simples
com Deus e as almas de Deus, ele está sob a inspiração do dom
de conselho e é prudente com aqueles em quem não podemos ter
confiança.
Ele é deficiente, mas é do mesmo modo forte, pelo dom de forta-
leza que se manifestou nos mártires, e até nas jovens virgens e
nos velhos.
Um modelo impressionante de infância espiritual se encontra em
uma alma santa, que atingiu, em meio das maiores dificuldades,
uma grande intimidade com Nosso Senhor; a Venerável Madre
Marie-Thérèse de Soubiran, fundadora da Sociedade de Maria
Auxiliadora. Sua vida admirável nos mostra a enorme superiorida-
de da vida sobrenatural plenamente abandonada a Nosso Senhor,
acima da atividade natural das pessoas melhor dotadas e mais
enérgicas, que se apóiam sobre elas mesmas, que se esquecem
de pedir a benção de Deus.
Sua vida é um comentário das palavras do Salvador: Eu te dou
graças, ó Pai, por ter escondido estas coisas dos prudentes e dos
sábios e de as ter revelado aos pequenos.
Fonte: permanencia.org.br

More Related Content

What's hot

A livre graça charles haddon spurgeon
A livre graça   charles haddon spurgeonA livre graça   charles haddon spurgeon
A livre graça charles haddon spurgeonDeusdete Soares
 
O aperfeiçoamento da fé_242014_GGR
O aperfeiçoamento da fé_242014_GGRO aperfeiçoamento da fé_242014_GGR
O aperfeiçoamento da fé_242014_GGRGerson G. Ramos
 
48. o amor à comodidade
48. o amor à comodidade48. o amor à comodidade
48. o amor à comodidadepohlos
 
chama do Carmo_207
chama do Carmo_207chama do Carmo_207
chama do Carmo_207Frei João
 
A Prece - Pai Nosso - Evangelização Espírita Infantil - Jesus
A Prece - Pai Nosso - Evangelização Espírita Infantil - JesusA Prece - Pai Nosso - Evangelização Espírita Infantil - Jesus
A Prece - Pai Nosso - Evangelização Espírita Infantil - JesusAntonino Silva
 
23474164 o-dom-maior-jonathan-edwards
23474164 o-dom-maior-jonathan-edwards23474164 o-dom-maior-jonathan-edwards
23474164 o-dom-maior-jonathan-edwardsAntonio Ferreira
 
Jornal A Família Católica, 19 edição. dezembro 2014
Jornal A Família Católica, 19 edição. dezembro 2014Jornal A Família Católica, 19 edição. dezembro 2014
Jornal A Família Católica, 19 edição. dezembro 2014Thiago Guerino
 
O apagar das graças do Espírito - John Dod
O apagar das graças do Espírito  -  John DodO apagar das graças do Espírito  -  John Dod
O apagar das graças do Espírito - John DodSilvio Dutra
 
Deus requer santificação aos cristãos 46
Deus requer santificação aos cristãos 46Deus requer santificação aos cristãos 46
Deus requer santificação aos cristãos 46Silvio Dutra
 
Deus requer santificação aos cristãos 18
Deus requer santificação aos cristãos 18Deus requer santificação aos cristãos 18
Deus requer santificação aos cristãos 18Silvio Dutra
 
Isaias 55.1 3 - John Dod
Isaias 55.1 3 - John DodIsaias 55.1 3 - John Dod
Isaias 55.1 3 - John DodSilvio Dutra
 
(BOA NOVA) 19 - Comunhao com Deus
(BOA NOVA) 19 - Comunhao com Deus(BOA NOVA) 19 - Comunhao com Deus
(BOA NOVA) 19 - Comunhao com DeusAntonio Braga
 
Estudo - Ano da fé ficha-05
Estudo - Ano da fé ficha-05Estudo - Ano da fé ficha-05
Estudo - Ano da fé ficha-05Bernadetecebs .
 

What's hot (20)

Como Vencer o Pecado
Como Vencer o PecadoComo Vencer o Pecado
Como Vencer o Pecado
 
Fé e obras
Fé e obrasFé e obras
Fé e obras
 
A livre graça charles haddon spurgeon
A livre graça   charles haddon spurgeonA livre graça   charles haddon spurgeon
A livre graça charles haddon spurgeon
 
O aperfeiçoamento da fé_242014_GGR
O aperfeiçoamento da fé_242014_GGRO aperfeiçoamento da fé_242014_GGR
O aperfeiçoamento da fé_242014_GGR
 
48. o amor à comodidade
48. o amor à comodidade48. o amor à comodidade
48. o amor à comodidade
 
Novena perdao
Novena perdaoNovena perdao
Novena perdao
 
Novena dos enfermos
Novena dos enfermosNovena dos enfermos
Novena dos enfermos
 
chama do Carmo_207
chama do Carmo_207chama do Carmo_207
chama do Carmo_207
 
A Prece - Pai Nosso - Evangelização Espírita Infantil - Jesus
A Prece - Pai Nosso - Evangelização Espírita Infantil - JesusA Prece - Pai Nosso - Evangelização Espírita Infantil - Jesus
A Prece - Pai Nosso - Evangelização Espírita Infantil - Jesus
 
23474164 o-dom-maior-jonathan-edwards
23474164 o-dom-maior-jonathan-edwards23474164 o-dom-maior-jonathan-edwards
23474164 o-dom-maior-jonathan-edwards
 
Jornal A Família Católica, 19 edição. dezembro 2014
Jornal A Família Católica, 19 edição. dezembro 2014Jornal A Família Católica, 19 edição. dezembro 2014
Jornal A Família Católica, 19 edição. dezembro 2014
 
O apagar das graças do Espírito - John Dod
O apagar das graças do Espírito  -  John DodO apagar das graças do Espírito  -  John Dod
O apagar das graças do Espírito - John Dod
 
Deus requer santificação aos cristãos 46
Deus requer santificação aos cristãos 46Deus requer santificação aos cristãos 46
Deus requer santificação aos cristãos 46
 
Deus requer santificação aos cristãos 18
Deus requer santificação aos cristãos 18Deus requer santificação aos cristãos 18
Deus requer santificação aos cristãos 18
 
Isaias 55.1 3 - John Dod
Isaias 55.1 3 - John DodIsaias 55.1 3 - John Dod
Isaias 55.1 3 - John Dod
 
Minha Consagração Hoje (MCH)
Minha Consagração Hoje (MCH)Minha Consagração Hoje (MCH)
Minha Consagração Hoje (MCH)
 
Ebook 03
Ebook 03Ebook 03
Ebook 03
 
(BOA NOVA) 19 - Comunhao com Deus
(BOA NOVA) 19 - Comunhao com Deus(BOA NOVA) 19 - Comunhao com Deus
(BOA NOVA) 19 - Comunhao com Deus
 
II Corintios cap 8 a 10
II Corintios cap 8 a 10II Corintios cap 8 a 10
II Corintios cap 8 a 10
 
Estudo - Ano da fé ficha-05
Estudo - Ano da fé ficha-05Estudo - Ano da fé ficha-05
Estudo - Ano da fé ficha-05
 

Viewers also liked

Jornal A Família Católica, 1 edição, junho 2013
Jornal A Família Católica, 1 edição, junho 2013Jornal A Família Católica, 1 edição, junho 2013
Jornal A Família Católica, 1 edição, junho 2013Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 11 edição, abril 2014
Jornal A Família Católica, 11 edição, abril 2014Jornal A Família Católica, 11 edição, abril 2014
Jornal A Família Católica, 11 edição, abril 2014Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 24 edição, maio 2015
Jornal A Família Católica, 24 edição, maio 2015Jornal A Família Católica, 24 edição, maio 2015
Jornal A Família Católica, 24 edição, maio 2015Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 13 edição, junho 2014
Jornal A Família Católica, 13 edição, junho 2014Jornal A Família Católica, 13 edição, junho 2014
Jornal A Família Católica, 13 edição, junho 2014Thiago Guerino
 
A família católica, 30 edição, novembro 2015
A família católica, 30 edição, novembro 2015A família católica, 30 edição, novembro 2015
A família católica, 30 edição, novembro 2015JORNAL A FAMILIA CATÓLICA
 
Jornal A Família Católica, 23 edição, abril 2015
Jornal A Família Católica, 23 edição, abril 2015Jornal A Família Católica, 23 edição, abril 2015
Jornal A Família Católica, 23 edição, abril 2015Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 6 edição. novembro 2013
Jornal A Família Católica, 6 edição. novembro 2013Jornal A Família Católica, 6 edição. novembro 2013
Jornal A Família Católica, 6 edição. novembro 2013Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 27 edição. agosto 2015
Jornal A Família Católica, 27 edição. agosto 2015Jornal A Família Católica, 27 edição. agosto 2015
Jornal A Família Católica, 27 edição. agosto 2015Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 15 edição, agosto 2014
Jornal A Família Católica, 15 edição, agosto 2014Jornal A Família Católica, 15 edição, agosto 2014
Jornal A Família Católica, 15 edição, agosto 2014Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 22 edição. março 2015
Jornal A Família Católica, 22 edição. março 2015Jornal A Família Católica, 22 edição. março 2015
Jornal A Família Católica, 22 edição. março 2015Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 18 edição. novembro 2014
Jornal A Família Católica, 18 edição. novembro 2014Jornal A Família Católica, 18 edição. novembro 2014
Jornal A Família Católica, 18 edição. novembro 2014Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 2 edição, julho 2013
Jornal A Família Católica, 2 edição, julho 2013Jornal A Família Católica, 2 edição, julho 2013
Jornal A Família Católica, 2 edição, julho 2013Thiago Guerino
 
A família católica, 33 edição. fevereiro 2016
A família católica, 33 edição. fevereiro 2016A família católica, 33 edição. fevereiro 2016
A família católica, 33 edição. fevereiro 2016JORNAL A FAMILIA CATÓLICA
 
Jornal A Família Católica, 14 edição, julho 2014
Jornal A Família Católica, 14 edição, julho 2014Jornal A Família Católica, 14 edição, julho 2014
Jornal A Família Católica, 14 edição, julho 2014Thiago Guerino
 
A família católica, 34 edição. março 2016
A família católica, 34 edição. março 2016A família católica, 34 edição. março 2016
A família católica, 34 edição. março 2016JORNAL A FAMILIA CATÓLICA
 
Jornal A Família Católica, 17 edição. outubro 2014
Jornal A Família Católica, 17 edição. outubro 2014Jornal A Família Católica, 17 edição. outubro 2014
Jornal A Família Católica, 17 edição. outubro 2014Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 4 edição, setembro 2013
Jornal A Família Católica, 4 edição, setembro 2013Jornal A Família Católica, 4 edição, setembro 2013
Jornal A Família Católica, 4 edição, setembro 2013Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 10 edição março 2014
Jornal A Família Católica, 10 edição março 2014Jornal A Família Católica, 10 edição março 2014
Jornal A Família Católica, 10 edição março 2014Thiago Guerino
 
Jornal A Família Católica, 25 edição. junho 2015
Jornal A Família Católica, 25 edição. junho 2015Jornal A Família Católica, 25 edição. junho 2015
Jornal A Família Católica, 25 edição. junho 2015Thiago Guerino
 

Viewers also liked (20)

Jornal A Família Católica, 1 edição, junho 2013
Jornal A Família Católica, 1 edição, junho 2013Jornal A Família Católica, 1 edição, junho 2013
Jornal A Família Católica, 1 edição, junho 2013
 
Jornal A Família Católica, 11 edição, abril 2014
Jornal A Família Católica, 11 edição, abril 2014Jornal A Família Católica, 11 edição, abril 2014
Jornal A Família Católica, 11 edição, abril 2014
 
Jornal A Família Católica, 24 edição, maio 2015
Jornal A Família Católica, 24 edição, maio 2015Jornal A Família Católica, 24 edição, maio 2015
Jornal A Família Católica, 24 edição, maio 2015
 
Jornal A Família Católica, 13 edição, junho 2014
Jornal A Família Católica, 13 edição, junho 2014Jornal A Família Católica, 13 edição, junho 2014
Jornal A Família Católica, 13 edição, junho 2014
 
A família católica, 30 edição, novembro 2015
A família católica, 30 edição, novembro 2015A família católica, 30 edição, novembro 2015
A família católica, 30 edição, novembro 2015
 
Jornal A Família Católica, 23 edição, abril 2015
Jornal A Família Católica, 23 edição, abril 2015Jornal A Família Católica, 23 edição, abril 2015
Jornal A Família Católica, 23 edição, abril 2015
 
Jornal A Família Católica, 6 edição. novembro 2013
Jornal A Família Católica, 6 edição. novembro 2013Jornal A Família Católica, 6 edição. novembro 2013
Jornal A Família Católica, 6 edição. novembro 2013
 
Jornal A Família Católica, 27 edição. agosto 2015
Jornal A Família Católica, 27 edição. agosto 2015Jornal A Família Católica, 27 edição. agosto 2015
Jornal A Família Católica, 27 edição. agosto 2015
 
A família católica%2c 35 edição.
A família católica%2c 35 edição.A família católica%2c 35 edição.
A família católica%2c 35 edição.
 
Jornal A Família Católica, 15 edição, agosto 2014
Jornal A Família Católica, 15 edição, agosto 2014Jornal A Família Católica, 15 edição, agosto 2014
Jornal A Família Católica, 15 edição, agosto 2014
 
Jornal A Família Católica, 22 edição. março 2015
Jornal A Família Católica, 22 edição. março 2015Jornal A Família Católica, 22 edição. março 2015
Jornal A Família Católica, 22 edição. março 2015
 
Jornal A Família Católica, 18 edição. novembro 2014
Jornal A Família Católica, 18 edição. novembro 2014Jornal A Família Católica, 18 edição. novembro 2014
Jornal A Família Católica, 18 edição. novembro 2014
 
Jornal A Família Católica, 2 edição, julho 2013
Jornal A Família Católica, 2 edição, julho 2013Jornal A Família Católica, 2 edição, julho 2013
Jornal A Família Católica, 2 edição, julho 2013
 
A família católica, 33 edição. fevereiro 2016
A família católica, 33 edição. fevereiro 2016A família católica, 33 edição. fevereiro 2016
A família católica, 33 edição. fevereiro 2016
 
Jornal A Família Católica, 14 edição, julho 2014
Jornal A Família Católica, 14 edição, julho 2014Jornal A Família Católica, 14 edição, julho 2014
Jornal A Família Católica, 14 edição, julho 2014
 
A família católica, 34 edição. março 2016
A família católica, 34 edição. março 2016A família católica, 34 edição. março 2016
A família católica, 34 edição. março 2016
 
Jornal A Família Católica, 17 edição. outubro 2014
Jornal A Família Católica, 17 edição. outubro 2014Jornal A Família Católica, 17 edição. outubro 2014
Jornal A Família Católica, 17 edição. outubro 2014
 
Jornal A Família Católica, 4 edição, setembro 2013
Jornal A Família Católica, 4 edição, setembro 2013Jornal A Família Católica, 4 edição, setembro 2013
Jornal A Família Católica, 4 edição, setembro 2013
 
Jornal A Família Católica, 10 edição março 2014
Jornal A Família Católica, 10 edição março 2014Jornal A Família Católica, 10 edição março 2014
Jornal A Família Católica, 10 edição março 2014
 
Jornal A Família Católica, 25 edição. junho 2015
Jornal A Família Católica, 25 edição. junho 2015Jornal A Família Católica, 25 edição. junho 2015
Jornal A Família Católica, 25 edição. junho 2015
 

Similar to Como conversar com Deus diariamente

A família católica, 20 edição. janeiro 2015
A família católica, 20 edição. janeiro 2015A família católica, 20 edição. janeiro 2015
A família católica, 20 edição. janeiro 2015TerezaDB
 
Segunda Epistolaaos Tessalonicenses
Segunda Epistolaaos TessalonicensesSegunda Epistolaaos Tessalonicenses
Segunda Epistolaaos TessalonicensesJNR
 
Adoração ou Interpretacao
Adoração ou InterpretacaoAdoração ou Interpretacao
Adoração ou InterpretacaoEkklesia Local
 
A Felicidade de se Aproximar de Deus - Thomas Watson
A Felicidade de se Aproximar de Deus  - Thomas Watson A Felicidade de se Aproximar de Deus  - Thomas Watson
A Felicidade de se Aproximar de Deus - Thomas Watson Silvio Dutra
 
JORMI - Jornal Missionário n° 98
JORMI - Jornal Missionário n° 98JORMI - Jornal Missionário n° 98
JORMI - Jornal Missionário n° 98Almir Rodrigues
 
Primeira Epistolaaos Tessalonicenses
Primeira Epistolaaos TessalonicensesPrimeira Epistolaaos Tessalonicenses
Primeira Epistolaaos TessalonicensesJNR
 
perdoarparaserperdoado-150621152019-lva1-app6892-170130154609.pdf
perdoarparaserperdoado-150621152019-lva1-app6892-170130154609.pdfperdoarparaserperdoado-150621152019-lva1-app6892-170130154609.pdf
perdoarparaserperdoado-150621152019-lva1-app6892-170130154609.pdfTiago Silva
 
Bem vindo ao lar - livro
Bem vindo ao lar - livroBem vindo ao lar - livro
Bem vindo ao lar - livroSilvio Dutra
 
Estudo bíblico PERDOAR PARA SER PERDOADO
Estudo bíblico PERDOAR  PARA SER  PERDOADOEstudo bíblico PERDOAR  PARA SER  PERDOADO
Estudo bíblico PERDOAR PARA SER PERDOADOSamuel Oliveira
 
Intimidade com deus a cada dia
Intimidade com deus   a cada diaIntimidade com deus   a cada dia
Intimidade com deus a cada diaEdmilson Fernandes
 
Folheto Cristão
Folheto CristãoFolheto Cristão
Folheto Cristãoibramada
 
Ditos de luz_e_amor_s.joao_da_cruz
Ditos de luz_e_amor_s.joao_da_cruzDitos de luz_e_amor_s.joao_da_cruz
Ditos de luz_e_amor_s.joao_da_cruzKarine Serrano
 

Similar to Como conversar com Deus diariamente (20)

A família católica, 20 edição. janeiro 2015
A família católica, 20 edição. janeiro 2015A família católica, 20 edição. janeiro 2015
A família católica, 20 edição. janeiro 2015
 
Melhor amigo
Melhor amigoMelhor amigo
Melhor amigo
 
Segunda Epistolaaos Tessalonicenses
Segunda Epistolaaos TessalonicensesSegunda Epistolaaos Tessalonicenses
Segunda Epistolaaos Tessalonicenses
 
Divina (1)
Divina (1)Divina (1)
Divina (1)
 
Divina
DivinaDivina
Divina
 
Adoração ou Interpretacao
Adoração ou InterpretacaoAdoração ou Interpretacao
Adoração ou Interpretacao
 
A Felicidade de se Aproximar de Deus - Thomas Watson
A Felicidade de se Aproximar de Deus  - Thomas Watson A Felicidade de se Aproximar de Deus  - Thomas Watson
A Felicidade de se Aproximar de Deus - Thomas Watson
 
JORMI - Jornal Missionário n° 98
JORMI - Jornal Missionário n° 98JORMI - Jornal Missionário n° 98
JORMI - Jornal Missionário n° 98
 
Livro tom certo.docx
Livro tom certo.docxLivro tom certo.docx
Livro tom certo.docx
 
Salmo 32
Salmo 32Salmo 32
Salmo 32
 
Salmo 25
Salmo 25Salmo 25
Salmo 25
 
Primeira Epistolaaos Tessalonicenses
Primeira Epistolaaos TessalonicensesPrimeira Epistolaaos Tessalonicenses
Primeira Epistolaaos Tessalonicenses
 
perdoarparaserperdoado-150621152019-lva1-app6892-170130154609.pdf
perdoarparaserperdoado-150621152019-lva1-app6892-170130154609.pdfperdoarparaserperdoado-150621152019-lva1-app6892-170130154609.pdf
perdoarparaserperdoado-150621152019-lva1-app6892-170130154609.pdf
 
Bem vindo ao lar - livro
Bem vindo ao lar - livroBem vindo ao lar - livro
Bem vindo ao lar - livro
 
Estudo bíblico PERDOAR PARA SER PERDOADO
Estudo bíblico PERDOAR  PARA SER  PERDOADOEstudo bíblico PERDOAR  PARA SER  PERDOADO
Estudo bíblico PERDOAR PARA SER PERDOADO
 
Intimidade com deus a cada dia
Intimidade com deus   a cada diaIntimidade com deus   a cada dia
Intimidade com deus a cada dia
 
cartas.pptx
cartas.pptxcartas.pptx
cartas.pptx
 
TEMOR DE DEUS
TEMOR DE DEUSTEMOR DE DEUS
TEMOR DE DEUS
 
Folheto Cristão
Folheto CristãoFolheto Cristão
Folheto Cristão
 
Ditos de luz_e_amor_s.joao_da_cruz
Ditos de luz_e_amor_s.joao_da_cruzDitos de luz_e_amor_s.joao_da_cruz
Ditos de luz_e_amor_s.joao_da_cruz
 

Recently uploaded

Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxLição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxCelso Napoleon
 
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns EsclarecedoresEvangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns EsclarecedoresAntonino Silva
 
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JAhenrygabrielsilvarib
 
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxGestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxSebastioFerreira34
 
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semanaLIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semanaWillemarSousa1
 
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica DominicalLIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica DominicalAmaroJunior21
 
10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José OperárioNilson Almeida
 
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptxhenrygabrielsilvarib
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pãoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pãoRicardo Azevedo
 
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...silvana30986
 
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EGÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EMicheleRosa39
 

Recently uploaded (12)

Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptxLição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
Lição 3 - O céu - o Destino do Cristão.pptx
 
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns EsclarecedoresEvangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
 
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
07 - SINAIS DA VOLTA DE JESUS.ppt.IASD>JA
 
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptxGestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
Gestos e Posturas na Santa Missa_20240414_055304_0000.pptx
 
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semanaLIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
LIÇÕES - PG my life usar uma vez por semana
 
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica DominicalLIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 02 - JOVENS - Escola Bíblica Dominical
 
10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário10 Orações Para Honrar São José Operário
10 Orações Para Honrar São José Operário
 
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
2024 - PPT_Sermֶo 01 - Quartas de Poder - PT.pptx
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pãoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 129 - Ao partir do pão
 
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus:  Verdadeira Pureza , ...
Bem aventurados os puros de coração, pois verão a Deus: Verdadeira Pureza , ...
 
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 EGÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
GÊNESIS A-2.pptx ESTUDO INTEGRADO DE CAPITULO 1 E
 
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.pptFluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
Fluido Cósmico Universal e Perispírito.ppt
 

Como conversar com Deus diariamente

  • 1. Maneira de conversar continuamente com deus As mais belas orações de santo afonso de ligório, Pe. Saint-Omer. SANTOS E FESTAS DO MÊS: 01– Circuncisão de Nosso Senhor; 04– Santíssimo Nome de Jesus; 06– Epifania; 11– Sagrada Família; 13– Batismo de Nosso Se- nhor; 15– São Paulo, 1º eremita; 17– Santo Antão; 21– Santa Inês; 27– São João Crisóstomo; 28– São Pedro Nolasco; 29– São Francisco de Sales; 31– São João Bosco. N E S T A E D I Ç Ã O : Espiritualidade 1,2 Pureza 2 A via da infância espiritual 3, 4 Deveres dos Pais 4 Janeiro/ 2015Edição 20 A Família CatólicaC A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S ocultar-se sob as espécies de pão, para ser com- panheiro perpétuo do nosso exílio, e unir-se inti- mamente conosco: Aquele, diz ele, que come o meu Corpo e bebe o meu Sangue, permanece em mim, e eu permaneço nele. Dir-se-ia enfim que Ele vos ama de tal maneira, que sois o único objeto do seu amor. Também, do vosso lado, não deveis amar nada fora de Deus; como tendes o direito de dizer: O meu amado é meu, é preciso que digais também: E eu sou dele; sim, pois que o meu Deus se deu todo a mim, dou-me todo a Ele; pois que me escolheu para a sua amada, eu o escolhi entre todos para o meu único amor. (...) 2. É fácil e agradável entreter-se com Deus. É grande erro, já o dissemos, mostrar desconfi- anças nas nossas relações com Deus, e aparecer sempre na sua presença como escravo tímido e vergonhoso, que treme de medo diante do seu rei; mas erro pior seria imaginar que seja molesto e fastidioso conversar com o Senhor: Não, nem por sombra: Porque a sua conversação nada tem de desagradável, e a sua companhia nada de tedio- so. Interrogai as almas que o amam sinceramen- te, e elas vos dirão que, nas penas da vida, a sua mais doce e sólida consolação é entreter-se com Deus. Não se exige de vós aplicação contínua de espí- rito, nem que esqueçais as vossas ocupações nem sequer as vossas recreações; o que se exige, é que, sem descuidar-vos da vossa lida, procedais com Deus como procedeis para com as pessoas que vos amam e são amadas de vós. O vosso Deus está sempre perto de vós, e até dentro de vós: Porquanto é nele que tendes a vida, o movimento e o ser. Quem deseja falar-lhe, encontra sempre a porta aberta de par em par: o Senhor estima que o trateis com toda a confiança. Falai-lhe dos vossos negócios, designíos, penas, temores, e de tudo o que vos interessa. Fazei-o sobretudo, torno a dizer, com confiança e coração aberto. Deus não tem costume de falar a uma alma que Lhe não fale, porque ela não está em estado de entender a sua linguagem, visto não ter hábito de tratar com Ele. Disto é que o Senhor se queixa nos Cânticos: Nossa irmã, diz ele, não pas- sa ainda duma criança no meu amor; como fare- mos para lhe falar, se ela não compreende? Deus quer ser tido como o Senhor mais poderoso e temível por aqueles que desprezam a sua graça; mas quer também que aqueles que o amam, o 1. Deus quer que lhe falemos cheios de confiança e com familiaridade. Não podia o bem-aventurado Jó cessar de admi- rar-se, vendo Deus tão atento em espelhar os seus benefícios sobre o homem. Não parece com efeito que o Senhor nada tem mais a peito de que nos amar e ganhar o nosso amor? Eis porque o santo exclamava, dirigindo-se a Deus: Que é o homem para que o eleveis tanto na vossa estima? E porque o constituis objeto do vosso afeto? É, portanto, erro evidente pensar que não se pode tratar com Deus familiarmente e com toda a confi- ança sem faltar com o respeito devido à sua infini- ta majestade. Sem dúvida, alma devota, deveis a Deus reverência cheia de humildade; sois obriga- da a abater-vos na sua presença, lembrando-vos principalmente da ingratidão e ultrajes de que, no passado, vos fizestes culpada para com Ele; mas nada disto deve impedir de pordes, nas vossas relações com Ele, o amor mais terno, a mais intei- ra confiança de que sois capaz. Ele é a majestade infinita, mas ao mesmo tempo é a bondade infini- ta e o amor infinito. Em Deus tendes o Senhor mais sublime que pode existir, mas também o Esposo mais amante que podeis possuir. Longe de vos expordes ao seu desprezo, o regozijais rezando com Ele da confiança simples e terna dos filhinhos para com suas mães. Escutai com que termos ele nos estimula a chegarmos à sua pre- sença, e que carícias nos promete: Vós sereis como meninos que a mãe traz apertados aos seu seio e acaricia tendo-os nos joelhos; como a mãe acaricia o seu filhinho, assim eu vos consolarei. A mãe se regozija em ter o seu filhinho ao colo, com dar-lhe o nutrimento, cercá-lo de carícias; é com a mesma ternura que o nosso bom Deus se com- praz de tratar as almas que lhe são caras por se haverem dado a ele sem reserva, e colocado to- das as suas esperanças na sua bondade. Ficai certa, não há pessoa alguma que iguale a Deus no amor que ele nos tem, nem amigo, nem irmãos, nem pai, nem mãe, nem esposo, nem amante. A graça divina é, segundo a palavra do Sábio, o rico tesouro por meio do qual vis criaturas e indignos escravos como somos, nos tornamos amigos queridos do nosso próprio Criador. Para nos inspirar mais confiança, Ele chegou, digamos assim, até aniquilar-se, como diz São Paulo; aba- teu-se até fazer-se homem para morar entre nós e conversar familiarmente conosco. Chegou a fazer- se menino, a fazer-se pobre, a deixar-se condenar e crucificar publicamente; chegou ainda mais a
  • 2. tratem como amigo o mais afetuoso; deseja que estes lhe falem muitas vezes, com fami- liaridade e sem temor. Deus deve sempre ser soberanamente respeitado, é verdade; mas quando ele mes- mo quer fazer-vos sentir a sua presença e deseja lhe faleis como a amigo que mais vos ama que todos os outros, abri o vosso cora- ção com toda liberdade e confiança. Ele previne aos que desejam a sua presença, diz o Sábio, e espontaneamente se lhes mostra. Uma vez que aspirais ao seu amor, não espera que vades a Ele, mas vem e se apresenta primeiro a vós, com as graças e remédios que haveis mister. Só uma palavra espera que digais, para mostrar que está junto de vós, vos escuta e está pronto a consolar-vos. Os seus ouvidos são abertos para escutar as orações dos justos. (...) No mundo, os amigos tem horas para con- versar, e horas em que se separam, mas entre Deus e vós, se quiserdes, nunca have- rá instante de separação: Em quanto dor- mirdes, o Senhor estará ao vosso lado, e velará sem cessar junto de vós. Eu repousa- rei na sua companhia, diz o Sábio, e conver- sarei com ele pelos meus pensamentos. Quando repousais, Deus não se separa do vosso leito, mas fica pensando constante- mente em vós, para que, se acordardes à noite, possa vos falar pelas suas inspira- ções, e receber de vós algum ato de amor, oferenda e agradecimento. Assim quer Ele, ainda no tempo do repouso, continuar con- vosco os seus doces e amáveis entreteni- mentos. Falar-vos-á até durante o vosso sono, e vos instruirá a respeito da sua von- tade, a fim de que, em acordando, a po- nhais em obra. De manhã, achá-lo-eis ainda junto de vós, para ouvir algumas palavras de afeto ou confiança, e recolher os vossos primeiros pensamentos e a promessa que lhe fazeis de agir em tudo com o fim de agradar-lhe durante o dia, com o oferecimento de todas as penas que vos propondes sofrer de boa vontade pela sua glória e amor. Como Ele não deixa de se apresentar a vós no mo- mento de despertardes, não deixeis tam- bém de dirigir-lhe um olhar cheio de amor; regozijai-vos por saber do vosso mesmo Deus a feliz nova de que não está longe de vós, conforme o doce preceito que vos ele recorda a esta mesma hora: Tu amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração. 3. De que, quando e como devemos falar a Deus. 1.Em geral Nunca vos esqueçais então da doce presença do Senhor, como fazem, pela maior parte, os homens. Falai-lhe o maior número de vezes que puderdes: Ele não é como os grandes da terra, não se enfadará com a vossa frequência nem vos despreza- rá; e se o amais, havereis sempre com que entretê-lo. Dizei-lhe tudo o que se apresen- ta no tocante a vossa pessoa e interesses, como o direis a um amigo íntimo. Não o considereis como um príncipe soberbo, que não quer tratar senão de coisas altas e somente com grandes personagens: o nosso Deus tem prazer em abater-se para tratar com cada um de nós e quer que lhe comuniquemos os nossos negócios ainda os menos importantes e mais ordinários. Ele vos ama e tem cuidado de vós, como se fosseis o único objeto dos seus pensa- mentos. É tão aplicado ao que vos interes- sa, que parece conservar a sua providên- cia unicamente para vos socorrer, a sua onipotência para vos ajudar, a sua miseri- córdia e bondade para ter compaixão de vós, fazer-vos bem, e ganhar por sinais de ternura a vossa confiança e amor. Desco- bri-lhe então livremente todo o vosso interi- or, e pedi-lhe vos guie ao perfeito cumpri- mento da sua santa vontade, e todos os vossos desejos e desígnios tenham por único fim dar-lhe agrado e contentar o seu coração: Descobri o vosso caminho ao Senhor. Pedi lhe faça vossos caminhos retos e que todos os vossos desígnios re- pousem nele. Não digais: De que serve expor a Deus todas as minhas necessidades? Ele as vê e conhece melhor do que eu.—Deus as conhece, não há dúvida, mas procede como se ignorasse as necessidades de que lhe não falais e para as quais não recorreis a Ele. O nosso Divino Salvador sabia a morte de Lázaro; entretanto, antes que lh’a comunicassem as irmãs do defun- to, parecia ignorá-la; só depois de receber a mensagem delas é que as consola, res- suscitando-lhes o irmão. 2. Nos padecimentos Assim, quando estiverdes nas provações da enfermidade, tentação, perseguição ou outra tribulação, seja qual for, ide sem demora ao Senhor, e rogai-lhe vos estenda a mão auxiliadora. Bastante será pordes sob os seus olhos o que vos aflige, dizen- do: Senhor, vede a minha angústia.—Ele não deixará de vos consolar, ou ao menos vos dará força para levardes com paciên- cia a vossa cruz, o que valerá mais para vós do que se ele vol-a tirasse de todo. Comunicai-lhe todos os pensamentos que vos atormentam, os vossos sentimentos de temor ou tristeza, e dizei-lhe: Meu Deus, em vós ponho todas as minhas es- peranças; ofereço-vos esta provação e me resigno à vossa santa vontade; mas, tende compaixão de mim; ou livrai-me desta afli- ção ou ajudai-me a suportá-la. Então o Senhor cumprirá certamente a sua pro- messa de consolar ou fortalecer todos aqueles que, nas penas, recorrem a ele: Vinde todos a mim, diz ele no Evangelho, vós que sofreis e sois acabrunhados, e eu vos alentarei. Se alguma vez fordes buscar, junto dos vossos amigos, alguma consolação nas vossas penas, Deus não se ofende com isto, mas quer que de preferência recorrais a Ele. Assim, ao menos depois de ter pedi- do às criaturas consolações que elas vos não podem dar, voltai-vos para o Criador, e dizei-lhe: Senhor, os homens não tem mais do que palavras impotentes para consolar- me; eu não os escuto mais. Vós sois toda a minha esperança e todo o meu amor; só de vós espero a minha consolação, e a que eu solicito, é a graça de fazer nesta ocasi- ão o que vos é mais agradável. Eis-me pronto a sofrer esta pena durante toda a minha vida e toda a eternidade, se esta for a vossa vontade; mas, ó Deus meu, ajudai- me. Continua na próxima edição. Forçosa é a guerra à tirania das nossas paixões, durante a nossa peregrinação sobre a terra. As aparências austeras da obrigação ocultam a sua encantadora e sublime beleza a uma mocidade que sacrifica ao prazer sua integri- dade moral e nem depois hesita em arruinar em outros o que ela não soube respeitar em si mesma. Uma depravação mais consciente e mais requintada na malícia acrescenta uma mentira junto à tentação: a lei da castidade julga-a impossível. E dizem ‘É somente para os fracos’. Mas quem é fraco e quem é forte? Onde está a fraqueza? Onde está a coragem? ‘Fraco’ o homem que nutre ambições celestiais; ‘forte’ o incapaz de uma coragem que o levanta acima do sensualismo animal? ‘Fraco’ o que disputa as inteligências puras, o prêmio da nobreza; ‘forte’, o que se avilta? ‘Fraco’ o magnânimo que por amor de Deus e dos seus semelhantes se esquece de si; ‘forte’ o egoísta que só se preocupa de vis pra- zeres? ‘Fraco’ o cavaleiro do direito; ‘forte’ o escravo de desejos desordenados? ‘Fraco’ aquele cuja energia vital enriquecerá a sociedade dos homens, ‘forte’ o esgotado, o gasto pelo vício? ‘Fraco’ o homem que sabe guardar os seus sagrados juramentos; ‘forte’ o cínico ou hipócrita que viola seus compromissos? ‘Fraco’ o vitorioso, ‘forte’ o vencido? E, ainda assim, por toda a parte se encontra aplausos à absurda calúnia. O mundo faz questão de embalar: uma vasta e poderosa imprensa difunde e patrocina; médicos em nome de uma suposta ciência corroboram-na com seus maus conselhos. Diante dessa insolência, a virtude, tímida e retraída, resigna-se por vezes a envergonhar-se e até mesmo a capitular! É mister, pois despertar a esti- ma pela pureza. A Grande Guerra — Pe. J. Hoornaert, S.J.
  • 3. Nosso Senhor diz aos seus Apóstolos: Se vos não converterdes e vos não tornardes como meninos, não entrareis no reino dos céus. São Paulo acrescenta: o Espírito Santo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus, e nos aconselha freqüente- mente uma grande docilidade ao Espírito Santo. Esta docilidade se encontra particularmente na via da infância espiritual, recomenda- da por muitos santos e, ultimamente, por Santa Teresa do Menino Jesus. Esta via, tão fácil e proveitosa para a vida interior, é muito pouco conhecida e seguida. Por que pouco seguida? Porque muitos imaginam erroneamente que esta é uma via especial, reservada às almas que se conserva- ram completamente puras e inocentes; e outros, quando lhes fala- mos desta via, pensam em uma virtude pueril, uma espécie de infantilidade, que não poderia lhes convir. Estas idéias são falsas. A via da infância espiritual não é nem uma via especial nem uma via de puerilidade. A prova é que foi Nosso Senhor, ele mesmo, quem a recomendou a todos, mesmo àqueles responsáveis pelas almas, como os Apóstolos formados por Ele. Para se ter uma visão de conjunto da via da infância espiritual, é preciso de início notar suas semelhanças e, em seguida, suas diferenças com a infância corporal. As semelhanças são patentes. Quais as qualidades inatas das crianças? Em geral, elas são sim- ples, sem nenhuma duplicidade, são ingênuas, cândidas, não re- presentam, mostram-se tais como são. Ademais, têm consciência de sua deficiência, pois precisam receber tudo de seus pais, o que as dispõe à humildade. São levadas a crer simplesmente em tudo o que dizem as suas mães, a depositar uma confiança absoluta nelas, e a amá-las de todo seu coração, sem cálculo. Quais as diferenças entre a infância ordinária e a infância espiritual? — A primeira diferença é notada por São Paulo: Não sejais meninos na compreensão, mas sede pequeninos na malícia. A infância espiri- tual se distingue da outra pela maturidade do julgamento e de um julgamento sobrenatural inspirado por Deus. Uma segunda grande diferença é indicada por São Francisco de Sales: na ordem natural, quanto mais o filho cresce, mais ele tem de se tornar auto-suficiente, pois um dia seu pai e sua mãe lhe faltarão. Ao contrário, na ordem da graça, quanto mais o filho de Deus cresce, mais ele compreende que não poderá jamais se bas- tar e que dependerá sempre intimamente de Deus. Quanto mais ele cresce, mais ele deve viver da inspiração especial do Espírito Santo, que vem suprir por seus dons a imperfeição de nossas vir- tudes, de modo que, no fim, o filho de Deus torna-se mais passivo sob a ação divina do que entregue à sua atividade pessoal e no fim entra no seio do Pai, onde encontrará a beatitude por toda a eternidade. Os moços e as moças, quando chegam à idade adulta, deixam seus pais para viverem suas vidas; mais tarde, o homem de qua- renta anos vem com bastante freqüência visitar sua mãe, mas ele não depende dela como antes; é ele agora que a sustenta. Ao contrário, o filho de Deus, ao crescer, se é fiel, torna-se mais e mais dependente de seu Pai, até que nada faça sem ele, sem suas inspirações ou seus conselhos. Então, toda a sua vida é banhada pela oração; é a melhor parte que não lhe será tirada. Santa Tere- sinha de Lisieux o compreendeu assim. Ela, após ter atravessado a noite do espírito, chegou desse modo à união transcendental nela. Tais são as características gerais da infância espiritual: suas semelhanças e suas diferenças com a infância corporal. Vejamos agora as principais virtudes que se manifestam nela. De início, a SIMPLICIDADE, a ausência total de duplicidade. Por que? … Porque o olhar desta alma não procura senão a Deus e vai direto a ele. Assim, verifica-se aquilo que é dito no Evangelho: O teu olho é a lucerna do teu corpo. Se teu olho for simples todo teu corpo será luz. Mas, se o teu olho for mau, todo o teu corpo estará em trevas. Do mesmo modo, se a intenção de tua alma é simples e direta, pura e sem duplicidade, toda a tua vida será iluminada como o rosto de uma criança. Então, a alma simples, que tudo sempre considera com relação a Deus, acaba por vê-lo nas pessoas e eventos; em tudo o que acontece, ela vê aquilo que é desejado por Deus, ou, ao menos, que é permitido por Ele para um bem superior. HUMILDADE. Ao seguir esta via, a alma torna-se humilde. A crian- ça tem consciência de sua deficiência, ela depende de sua mãe para tudo, e pede constantemente sua ajuda, ou se refugia perto dela à menor ameaça. Do mesmo modo, o filho de Deus sente que, deixado a si mes- mo, ele não é nada; ele se lembra com freqüência das palavras de Jesus: Sem mim, não há nada que possais fazer. E assim, ele tem uma necessidade instintiva de se esquecer de si mesmo, de de- pender de Nosso Senhor, de se abandonar a Ele. A alma cessa de se estimar de modo vão, de querer ocupar um lugar no espírito dos outros; ela desvia seu olhar de si mesma. Por causa disso, ela combate muito eficazmente o amor próprio. E, com o sentimento de sua deficiência, ela experimenta a necessi- dade de se apoiar constantemente em Nosso Senhor e de ser em tudo guiada e dirigida por ele. Ela se lança em seus braços, como a criança nos braços de sua mãe. Por isso, o espírito de oração se desenvolve muito nela. FÉ. Assim como o filho crê sem hesitar e firmemente em tudo o que sua mãe lhe diz, o filho de Deus, acima de todo raciocínio, de todo exame, baseia-se totalmente na palavra de Nosso Senhor. “Jesus o disse”, seja por si mesmo, seja por sua Igreja, isto é sufi- ciente para que ele não tenha nenhuma dúvida em seu espírito. Que se segue? Assim como a mãe fica feliz em poder instruir seu filho, tanto mais quanto ele se mostrar atento, Nosso Senhor se compraz em manifestar a profunda simplicidade dos mistérios da fé aos humildes que o escutam. Ele dizia: Eu te dou graças, ó Pai, por ter escondido estas coisas dos prudentes e dos sábios e de as ter revelado aos pequenos. A fé dessa alma torna-se então pene- trante, saborosa, contemplativa, radiante, prática, fonte de mil conselhos excelentes. O espírito da fé leva a ver os mistérios reve- lados, as pessoas, os fatos como Deus os vê; vê-se Deus em tudo. Mesmo que o Senhor permita a noite escura, a alma a atravessa segurando sua mão, como o filho segura a mão de sua mãe, que a protege. A CONFIANÇA torna-se, desde então, mais e mais firme, inteira. Por que? … Porque ela repousa no amor de Deus por nós, em suas promessas, nos méritos infinitos de Nosso Senhor. Como a criança está segura de sua mãe, porque se sabe amada por ela, a alma de que falamos está segura de Deus. Ela não pode duvidar de sua fidelidade em manter suas promessas: pedi e rece- bereis. Ela não se baseia em seus próprios méritos, em sua sorte pessoal, mas nos méritos infinitos do Salvador, que são para ela; do mesmo modo, os bens do pai são para seus filhos que ainda não possuem bens pessoais. A fragilidade a desencoraja? De modo algum. O filho não se de- sencoraja por causa de sua deficiência. Ao contrário, ele sabe que é por causa de sua impotência que sua mãe está sempre pronta para protegê-lo. Do mesmo modo, Nosso Senhor sempre protege os pequenos e os pobres que se fiam nele. O Espírito Santo, que ele nos enviou, é chamado “Pater pauperum”. Esta alma não confia senão em Deus, em Nosso Senhor e na Virgem, e naqueles que vivem de Deus, como a criança não confia senão em sua mãe e naquelas pessoas a quem sua própria mãe o confia por um momento. A via da infância espiritualA via da infância espiritualA via da infância espiritual——— Pe. Garrigou Lagrange, O.P.Pe. Garrigou Lagrange, O.P.Pe. Garrigou Lagrange, O.P.
  • 4. Deveres dos pais e superiores Grande Catecismo Católico—Pe. José Deharbes 419. O quarto mandamento encerra somente os deveres dos filhos e dos súditos? O quarto mandamento compreende também os deveres dos pais e superiores. O 4º mandamento concede aos pais e superiores direitos sobre os filhos e súditos. Estes direitos baseiam-se nos deveres; por isso os deveres dos pais e superiores também estão compreendidos no 4º mandamento. 1.Deveres dos pais para com os filhos. 420. Qual é o primeiro e mais santo dever dos pais para com os filhos ? O primeiro e mais santo dever dos pais para com os filhos consiste em educá-los para Deus e para a vida eterna; por isso de- vem: 1) rezar fervorosamente pelos filhos; 2) educá-los bem na Religião Católica; 3) acostumá-los desde cedo à piedade e às boas obras; principalmente pelo bom exemplo; 4) preservá-los dos perigos; 5) castigar suas faltas com caridade cristã. " E vós, pais, educai vossos filhos na disciplina e nas instruções do Senhor". (Efés. VI, 4) - " O menino que é abandonado à sua vonta- de, é a vergonha de sua mãe". (Prov. XXIX, 15). " Não poupes a correção ao menino, porque, se lhe bateres com a vara, não morrerá. Tu lhe baterás com a vara e livrarás a sua alma do inferno". (Prov. XXIII, 13, 14) 421. Qual é o segundo e importante dever dos pais? O segundo dever importante dos pais consiste em cuidar do bem estar e progresso temporal de seus filhos; por isso devem: 1) conservar seus haveres em condições convenientes, e, se necessário, procurar aumentá-los; 2) cuidar convenientemente do alimento, vestuário e da saúde de seus filhos; 3) acostumá-los, desde cedo, ao trabalho e fazer com que aprendam o que lhes pode ser útil. Edição: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES. http:/www.nossasenhoradasalegrias.com.br Entre em contato conosco pelo e-mail: jornalafamiliacatolica@gmail.com É uma confiança total, mesmo nas horas mais graves. Nós nos lembramos então do que dizia santa Teresinha: “Senhor, vós a tudo vedes, tudo podeis, e vós me amais”. O único temor desta alma é o de não amar o bastante a Nosso Senhor, de não se abandonar totalmente a Ele. A CARIDADE é o amor de Deus por Ele mesmo, e das almas em Deus, para que elas o glorifiquem no tempo e na eternidade. A criança pequena ama sua mãe de todo seu coração, mais que os carinhos que recebe dela; ela vive de sua mãe. Do mesmo modo, o filho de Deus vive de Deus e o ama por si mesmo, por causa das infinitas perfeições que nele transbordam. O que este filho de Deus ama, não é a sua própria perfeição, mas o próprio Deus, sobre o qual ele se apóia. A este amor ele refere tudo, é um amor delicado, simples, que inspira a piedade filial e uma grande caridade pelo próximo, na medida em que este é amado por Deus e chamado a o glorificar eternamente. O filho de Deus, porém, é tão prudente como simples: simples com Deus e as almas de Deus, ele está sob a inspiração do dom de conselho e é prudente com aqueles em quem não podemos ter confiança. Ele é deficiente, mas é do mesmo modo forte, pelo dom de forta- leza que se manifestou nos mártires, e até nas jovens virgens e nos velhos. Um modelo impressionante de infância espiritual se encontra em uma alma santa, que atingiu, em meio das maiores dificuldades, uma grande intimidade com Nosso Senhor; a Venerável Madre Marie-Thérèse de Soubiran, fundadora da Sociedade de Maria Auxiliadora. Sua vida admirável nos mostra a enorme superiorida- de da vida sobrenatural plenamente abandonada a Nosso Senhor, acima da atividade natural das pessoas melhor dotadas e mais enérgicas, que se apóiam sobre elas mesmas, que se esquecem de pedir a benção de Deus. Sua vida é um comentário das palavras do Salvador: Eu te dou graças, ó Pai, por ter escondido estas coisas dos prudentes e dos sábios e de as ter revelado aos pequenos. Fonte: permanencia.org.br