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Parece que seria mais conve-
niente afastar os olhos do Cal-
vário, não recordar esse sangui-
nolento Sacrifício de Jesus que
teve lugar na presença de sua
Bendita Mãe; mas como have-
mos de afastar os olhos, se
desde o princípio do mundo já
nos foi apontado por Deus, logo
que Adão estendeu a mão ao
fruto proibido, como canta a
mesma Igreja: Quando pomi
noxialis... ipse lignum tunc nota-
vit, que quando comeu o pomo
fatal, logo marcou o madeiro
que devia servir para a reden-
ção do gênero humano; e pelo
espaço de quatro mil anos fez
vaticinar e figurar este tão gran-
de acontecimento? Como have-
mos de afastar os olhos se a
crucifixão do Filho de Deus é a
solução de todos os mistérios, é
a consolação do aflito, e a espe-
rança do pecador arrependido,
a âncora portanto de nossa
salvação? Como não olhar se o
mesmo Jesus nos diz: attendite
et videte parai e considerai?
Mas pelo menos Maria não
devia estar presente, não convi-
nha a uma Mãe assistir a morte
de seu filho, e ser obrigada a
um tão grande sacrifício, pois
Deus não queria na antiga lei
que a ovelha e o cordeirinho
fossem sacrificados no mesmo
dia.
Além disso, parece que Maria
devia ter horror a se declarar
por Mãe de um condenado ao
patíbulo, e isto prevendo Isaias,
já tinha dito: Quem terá ânimo
de apontar a sua genealogia
“Generationem ejus quis enar-
rabit”; Maria portanto quererá
se declarar sua Mãe nesta tão
crítica circunstância? Acresce
que já estava determinado que
Jesus havia de ser abandonado
de todos, e que havia de se
achar só no sacrifício que ia
fazer de si mesmo, como predis
Dores da Senhora em particular: 5ª dor. Maria ao pé da cruz
Leituras populares da sagrada paixão de nosso senhor jesus
cristo e dores de maria santíssima
SANTOS E
FESTAS DO MÊS:
03– Santa Maria do Egito;
04– Santo Isidoro;
05– São Vicente Ferrer;
11– Festa das Sete Dores de
Nossa Senhora;
14– São Justino;
15– Santas Basilissa e
Anastácia;
21– Santo Anselmo;
23– São Jorge;
25– São Marcos Evangelista;
26– Nossa Senhora do Bom
Conselho;
28– São Paulo da Cruz;
30– Santa Catarina de Sena.
N E S T A
E D I Ç Ã O :
5ª dor . Maria ao pé da
Cruz
1
continuação 2
Normas de vida comum
matrimonial
3
A má educação dos filhos 4
Abril/ 2014Edição 11
A Família Católica
C A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S
se o mesmo Isaías: Torcular cal-
cavi solus et non est vir mecum;
mas como faz reparar um Santo
Padre, havia de se achar só, não
teria um homem com quem repar-
tisse seus sofrimentos, seu sacri-
fício; mas havia de se achar uma
Mulher que não o abandonaria,
que assistiria a seu último respiro
estando ao pé da Cruz. Eis o obje-
to da 5º dor de Maria, por isso vai
se achar nas maiores angústias,
vai se achar no meio do grande
mar da amargura, porque a Cruci-
fixão de Jesus foi a fonte, o cen-
tro, e a consequência de todas as
dores de Maria.
Segundo tradição constante o
Calvário já era um lugar célebre,
porque ali tinha sido enterrado o
nosso primeiro Pai Adão, e porque
ali eram condenados os crimino-
sos; mas muito mais célebre se
tornou pela morte do Unigênito
filho de Deus. Ali chegou Jesus
cansado, exausto de forças, não
porém cansado de amor dos in-
gratos filhos de Adão; mas antes,
a medida que se enfraquece o
corpo, parece robustecer-se na
caridade; por isso se entrega
voluntariamente nas mãos da
divina justiça que desde quatro
mil anos o esperava neste mon-
te, afim de receber Dele a satis-
fação das nossas dívidas, entre-
ga-se à infinita justiça de Deus,
para nos lançar nos braços de
sua infinita misericórdia.
Ali despem a Jesus e lhe arran-
cam barbaramente a túnica que
Maria com tanto cuidado tinha
tecido. Ah! Vede, ó Maria, se a
reconheceis: Utrum túnica filii tui
sit, se é a túnica do vosso filho?
Não só reconhece a túnica, mas
o sangue que Ela mesma lhe
subministrou: Maria beija a
túnica, venera o sangue e
adora as humilhações do
Filho de Deus, e bem dife-
rente de Micol, que vendo
David despido, zombou de
sua realeza, incorrendo por
isso na esterilidade; Maria
pelo contrário, vendo a
Jesus despido o reconhece
todavia por verdadeiro
Filho de Deus, por isso é
declarada Mãe de todo o
gênero humano.
Entretanto os algozes
estendem a Jesus sobre a
Cruz, apontam-se os cra-
vos, e já vão se amiudando
as marteladas: São João e
Madalena cerram os ouvi-
dos, mas elas repercutem
nos seus corações, e muito
mais no Coração de Maria, que
percebe o estalar e desconjuntar
dos ossos no estirar dos braços,
percebe até os suspiros interio-
res que escapam do peito de
Jesus, e as vozes imperceptíveis
do seu Coração dilacerado; foi
então que Maria levantando os
olhos para o céu rogou ao eterno
Pai que escutasse e ouvisse os
gemidos de seu divino Filho.
Levantam finalmente a Cruz na
qual se acha pendente o Filho de
Maria: logo se prostra Maria
A F a m í l i a C a t ó l i c aE d i ç ã o 1 1
e adora Jesus, e como tinha sido a pri-
meira a adorá-Lo na Encarnação, assim
é a primeira a adorá-Lo na Redenção.
A terra treme comovida por este espe-
táculo: as trevas começam a envolver a
multidão: muitos espavoridos se retiram
e Maria aproveita para mais se avizinhar
ao objeto de seu amor.
Um silêncio medonho começa a reinar
sobre o monte, e assim convinha para
melhor se ouvissem as palavras que
Jesus ia pronunciar.
E que dirá Jesus do alto da Cruz? Por
ventura consolará a Maria que para não
o abandonar se condenou ao singular
Martírio de assistir à crucifixão, de vê-lo
expirar no meio de tantos sofrimentos?
Não, a primeira palavra, o primeiro pen-
samento revela o amor de Jesus para
com os pecadores, e os recomenda ao
Eterno Pai. Estranhará Maria? Sentir-se-
á ofendida? Longe de nós este pensa-
mento: se Maria sobre o calvário tivesse
deixado escapar alguma voz, tivesse
patenteado com alguma palavra o que
se passava em seu coração, teria sido
para fazer a Deus o mesmo pedido, a
mesma oração, tanto é verdade que
alcançou a conversão de um Ladrão, ao
qual prometeu logo Jesus o paraíso.
Mas esquecerá Jesus de sua Mãe? Não
lhe dirigirá alguma palavra? Não se des-
pedirá de Maria antes de fechar os
olhos?
Na verdade, Jesus dirige-se a Maria,
mas com que dolorosas palavras! Mu-
lher eis aí vosso filho: mulher e não Mãe
e não Maria...eis vosso filho; Vós já não
sois seu Filho: que troca é esta! O Cria-
dor pela criatura, Deus pelo homem, o
Mestre pelo discípulo! Eis porque São
Bernardo compadecendo-se de Maria
chama estas palavras duríssimas. Ah! Se
não encerrassem algum profundo misté-
rio, seriam na verdade incompreensíveis.
Mulher predita desde o principio do mun-
do, mulher forte, cooperadora da salva-
ção: eis aí vosso filho adotivo, eis a en-
trega que eu vos faço de todos os filhos
de Adão.
A primeira Maternidade anunciada
pelo arcanjo foi acompanhada de suma
alegria: a segunda anunciada por Jesus
foi acompanhada de incomparáveis an-
gústias. Todavia não foram estas as
palavras que mais penalizaram o cora-
ção de Maria, nem as blasfêmias, nem
os insultos com os quais provocaram ao
Salvador; mas uma queixa que o mesmo
Jesus deixou escapar dos seus lábios, o
abandono em que o deixava o Eterno
Pai.
Ouviu Maria este grito que saiu do
íntimo da alma angustiada de Jesus,
bem teria querido se precipitar a encher
este vazio imenso que dilacerava o cora-
ção de Jesus, mas como poderá ela re-
mediar, quando nem pode refrigerar sua
língua, nem pode mitigar sua sede!. Ah!
Se a maior consolação de uma Mãe per-
to de um filho moribundo, é prestar-lhe
algum alivio, limpar-lhe o suor que corre
sobre suas faces, enxugar-lhe os olhos,
aquentar-lhe as mãos, humedecer-lhe os
lábios, suspender-lhe o travesseiro; é de
certo o maior tormento achar-se impossibi-
litada de render-lhe algum socorro. Maria
vê a seu Jesus suspenso sem poder pres-
tar-lhe algum auxilio: vê seus olhos cober-
tos de sangue: vê seus lábios ardentes de
sede. Não pode atalhar as blasfêmias,
nem os insultos que lhe dirigem. Vê até o
desamparo do Eterno Pai sem podê-lo
remediar, vê morrer a seu doce Filho na
maior aflição, sem poder-lhe prestar o
menor alívio: videt suum dulcem natum
morientem desolatum. Eis porque o Sagra-
do Evangelista tanto se admira, e faz o
panegírico das dores de Mari ao pé da
Cruz, com estas tão breves, mas expressi-
vas palavras: Estava junto da Cruz Maria
sua mãe, Stabat juxta Crucem. Estava
firme. Em pé. Pelo espaço de três horas
apesar dos sofrimentos desde o dia ante-
cedente, e de toda a noite sem descanço.
Estava em pé. Pelo espaço de três horas.
Apesar da confusão universal dos elemen-
tos, comprimindo as lágrimas para não
aumentar as penas de Jesus. Estava junto
da Cruz quando todos fugiam, outros se
escondiam, quando as mais devotas mu-
lheres olhavam só de longe: mulieres de
longe aspicientes. Estava bem perto da
Cruz com o corpo, porque com o coração
estava supra Crucem, sobre a Cruz: perto,
olhando aflitíssima a árvore da vida, para
reparar o que Eva fizera deleitando-se em
olhar a árvore que nos causou a morte.
Maria portanto estava junto da Cruz,
olhando para Jesus, com a alma dilacera-
da pela dor, e com todos os seus membros
como petrificados: estava com os pés can-
sados, com as mãos trêmulas, com o cora-
ção palpitante, e com suspiros prolonga-
dos quase agonizando; eis porque diz S.
Bernardo que havia naquela ocasião sobre
o Calvário dois altares, duas vítimas, dois
sacrifícios!
Por isso exclama um Santo: Oh, Virgem
Santíssima como podeis estar tanto tempo
em pé? Como fitais ainda vossos olhos
amorosos em um objeto tão lastimoso?
Não vedes como o pecado está triunfante,
como a justiça condenou o inocente, como
a Santidade foi abandonada de Deus? O
Céu, a Terra e o Inferno tudo parece conju-
rara contra Jesus?
Eis qual foi a fé incomparável de Maria:
Deus tinha sido como calcado aos pés, os
seus inimigos pareceram como todo-
poderosos, nenhuma intervenção divina se
ostentou, quando parecia mais necessária,
parecia portanto eclipsada a Providência.
Onde se acham os Anjos para consolar a
Jesus como no Jardim das Oliveiras? Onde
as espadas dos Querubins, ou as doze
legiões celestiais? Não atenderá o Eterno
Pai que parece ter desamparado seu Filho
predileto? Só Maria está firme junto da
Cruz: certa que Jesus sofre voluntariamen-
te, tem por isso os olhos fitos na divindade
de Jesus. Mas que fé heroica não precisa-
va Maria, vendo-o agonizar na Cruz, vendo-
o desamparado de todos, vendo-o abando-
nado até do Eterno Pai, vendo como sua
oração tão eficaz não era atendida? Toda-
via Maria não vacila na fé.
Compreendei, ó Cristãos, qual deve ser a
nossa fé, no meio dos males, dos escânda-
los que reinam no Mundo; quantos há que
em qualquer adversidade logo desani-
mam: é bastante uma pequena tribulação
para censurarem a Providência, e levanta-
rem mil clamores contra o Céu. Que fazíeis
ó Maria, ao pé da Cruz? Responde um seu
devoto: Maria adorava a Deus e os seus
decretos; Maria se resignava e se confor-
mava com a vontade Divina; Maria se hu-
milhava e se condoía das nossas culpas,
pedindo a Deus perdão por nós. Eis o que
cada qual deve fazer considerando estas
duas vítimas, estes dois sacrifícios que
tiveram lugar sobre o Calvário. Reconhece-
remos a Deus, e adoraremos os seus ines-
crutáveis decretos; resignarmo-nos e con-
formarmo-nos em todas as tribulações que
nos enviar; e sobretudo confessarmos que
as merecemos por causa das nossas cul-
pas, detestando-as sinceramente; se que-
remos que nos sejam aplicados os mereci-
mentos de sua sagrada Paixão e Morte.
Amén.
O crucifixo de Santarém
Há em Santarém na Igreja dos religiosos
de São Bento uma imagem de Cristo cruci-
ficado, perante a qual um mancebo deu
palavra de casamento a uma mulher, to-
mando ambos a mesma imagem por teste-
munha de que ele a havia de receber por
sua legítima esposa.
Mas negando depois a palavra dada e
demandando a mulher em juízo, perguntou
o juiz se havia testemunha da promessa
que lhe fizera o mancebo. Ao que respon-
deu ela que tinha uma que só lhe bastava,
isto é o crucifixo da Ermida diante do qual
o mancebo lhe dera palavra de casamen-
to.
Ouvindo isto, o ministro da justiça se foi à
Ermida com muito acompanhamento, e
dirigindo-se a Cristo crucificado lhe disse:
Senhor, esta mulher que diante de vós
presente está, diz que este mancebo dian-
te de vós lhe prometeu casar com ela, e
agora lhe nega a palavra; dai licença Se-
nhor, já que neste caso vos alegam por
testemunha, e que se trata de matéria tão
grave como a de justiça, virtude especial-
mente vossa, dai licença para que com
toda submissão devida, vos pergunte, meu
Senhor Jesus crucificado, se é certo que
este mancebo diante de vós prometeu a
esta mulher de com efeito casar com ela?
E o Senhor a esta pergunta despregou o
braço da Cruz diante dos ministros da justi-
ça, e abaixou a cabeça e inclinou ainda
mais parte de seu corpo, posição em que
se acha até o dia de hoje, ficando com tal
milagre comprovada autenticamente a
verdade, não podendo mais se escusar o
dito mancebo de cumprir com a sua pro-
messa.
Em primeiro lugar, amados esposos,
amai a Deus e depois um ao outro.
Estes são os mandamentos que vos
foram dados: o primeiro como cristãos, e
o segundo como casados.
A vida matrimonial é para habitar unâ-
nimes em casa, formando uma só alma
e um só coração orientados para Deus.
Nada deverá ser próprio, mas tudo
comum. Assim o fizeram os Apóstolos:
“...tudo entre eles era comum e cada
qual recebia conforme as suas necessi-
dades” (At 4,32).
Se houver diferenças econômicas an-
tes do casamento, elas devem desapare-
cer na vida a dois, de forma que tudo
seja comum.
Vivei em harmonia e bom entendimen-
to e reverenciai mutuamente a Deus
dentro de vós, do qual sois templos.
Dedicai-vos à oração algum tempo
durante o dia.
Quando orardes a Deus com orações
próprias ou decoradas, meditais no cora-
ção aquilo que se expressa nas palavras.
Dominai vossa carne com jejuns e
abstinências de comidas e bebidas
quando for necessário e a saúde o per-
mitir.
Durante as refeições conversai sem
confusão nem discussões, para que não
seja apenas o corpo o que se alimenta,
mas também se nutra o amor pela co-
municação.
O que é mais forte para suportar as
privações, considere-se mais feliz e seja
menos exigente; melhor é precisar de
pouco do que muito possuir.
A passeios e diversões ide juntos; e
nos lugares onde deveis ir, permaneceu
juntos.
Nos encontros sociais, nas atitudes, ou
em qualquer de vossos movimentos,
nada façais que possa escandalizar al-
guém. Que vosso comportamento seja o
que convém aos filhos de Deus.
Quando vos encontrardes com uma
pessoa do outro sexo, não repareis nela.
Pois se, quando sairdes de casa, o fato
de ver e conversar com outros (as) não
tem nada demais, por outro lado é cen-
surável desejá-los (as) ou querer ser
desejados (as). Não só pelo tato e pela
afeição, mas também pelo olhar surge a
concupiscência . E nada de afirmar que
o coração é puro, se os olhos são impu-
ros: porque os olhos impuros revelam a
P á g i n a 3 A F a m í l i a C a t ó l i c a
impureza do coração. E quando mutua-
mente e segundo a concupiscência da
carne um e outro se deleitam com olhares
recíprocos e pensamentos impuros, mes-
mo sem falar, nem chegar a vias de fato, o
coração torna-se impuro e a castidade dos
costumes desaparece.
Ninguém faça nada apenas para si com
exclusividade, mas tudo deve ser feito em
função da comunhão de vida, com mais
entusiasmo e dedicação do que se fosse
para a própria pessoa. Pois a caridade, da
qual está escrito que “ não procura as
coisas que são suas” (1Cor 13,5), entende
-se assim: que prefere o comum ao pró-
prio e não o próprio ao comum. Por isso, à
medida que cuidais das coisas comuns
melhor que das particulares, sabereis
como está vosso espírito comunitário;
para que em todas as coisas ordinárias
que necessitamos, tenha preferência a
caridade, que permanecerá para sempre.
Quando algum de vocês afirma estar
doente, acredite-lhe o outro, mesmo que
não o perceba. E quando for preciso leve-o
ao médico sem demora, mesmo que não
lhe agrade.
Quem ganha o dinheiro entregue-o a
quem o administra, e este não demore em
atender os pedidos de quem precisa.
Não existam desavenças entre vocês e,
se alguma existir, terminai-a quanto antes,
para que a ira não se converta em ódio e
se faça de um argueiro uma trave, tornan-
do a alma homicida. Pois assim ledes:
“Quem odeia seu irmão é homicida” (1Jo
3,15).
Aquele que ofender o outro com afron-
tas, injúrias, ou lançando-lhe no rosto
alguma culpa grave, deve dar satisfação,
para reparar quanto antes o que fez, e
aquele que foi ofendido perdoe sem de-
mora nem discussão. E se mutuamente se
ofenderam, mutuamente deverão pedir
perdão e perdoar-se durante o tempo de
oração, que não se deve esquecer, pois
quanto mais vos dedicais à oração, tanto
melhor sereis.
É melhor aquele que, apesar de ser ten-
tado muitas vezes pela ira, no entanto
apressa-se a pedir desculpas a quem re-
conhece haver ofendido, do que aquele
que dificilmente se irrita, porém mais difi-
cilmente pede perdão ou se reconcilia.
Aquele que nunca quer pedir perdão ou
não faz de coração não merece o sacra-
mento do matrimônio.
Evitai as palavras pesadas; e se alguma
vez saírem da vossa boca, não se demore
em oferecer o remédio, com a mesma
boca que fez as feridas.
Finalmente, quando a necessidade da
disciplina vos obrigou a dizer palavras
duras para repreender vossos filhos, se
julgais haver-vos excedido com eles, no
modo, não é necessário que lhe peçais
desculpas, não seja que por ter demasia-
da humildade com aqueles que precisam
obedecer, se debilite a autoridade para
governar. Mas pedi sempre perdão ao
Senhor de todos, que conhece o afeto
que tendes àqueles aos quais corrigistes
mais do que era justo. A amizade e o
amor entre vocês não devem ser apenas
humanos, também devem ser espirituais.
O pai deve ser obedecido e respeitado
para que na pessoa dele não se ofenda a
Deus; ele tem a seu cargo o cuidado da
família.
Caberá a todos, mas principalmente aos
pai, motivar a vida espiritual em família. A
função do pai não é a de dominar com
autoridade, mas servir com caridade. Que
seja por todos respeitado e cada um veja
nele o representante de Deus. Mostre-se
dentro e fora de casa exemplo de boas
obras. Ora controlando mais o audaz, ora
animando o acomodado, ora agindo com
paciência e ajudando o mais fraco, sendo
agradável na disciplina e aplicando a
punição, quando necessária. Prefira mais
ser amado do que temido, pensando sem-
pre que deverá prestar contas a Deus
daqueles que lhe foram confiados.
A obediência e a cooperação dos mem-
bros da família são imprescindíveis para o
bem de todos. O que está em lugar mais
elevado deve ser ajudado porque se en-
contra em maior perigo.
O Senhor conceda guardeis estes con-
selhos com amor, imbuídos da beleza
espiritual, emanando o bom odor de Cris-
to, em santa convivência, não como ser-
vos sob a lei, mas como filhos que vivem
sob a graça. E se praticais todos estes
conselhos, dai graças a Deus, fonte de
todos os bens. Mas se alguém de vocês
perceber que faltou em algo, deplore o
passado, tome cuidado no futuro, pedin-
do a Deus lhe perdoe sua culpa e não o
deixe cair em tentação.
NORMAS DE VIDA COMUM MATRIMONIAL
SANTO AGOSTINHO
O PEQUENO MISSIONÁRIO—PE. G. VAESSEN
Quantos pais se perdem e perdem a
seus filhos porque não os educam no
temor e amor de Deus, não cumprindo os
cinco deveres principais que lhes impõe
a paternidade, o amor, a correção, a ins-
trução, a vigilância e o bom exemplo.
Má pais que não amam os filhos como
devem amá-los. Certos homens não me-
recem o belo título de pais. Desperdiçam
no jogo, na bebida, na devassidão o di-
nheiro que ganham, deixando faltar aos
filhos o estrito necessário. Pais monstruo-
sos, piores que os irracionais, que sabem
passar fome para dar de comer a seus
filhos. Há mães que amam aos filhos,
mas só a parte material, o corpo. Quanto
à alma, pouco ou nada se ocupam dela.
Adiam o batismo semanas e meses, dei-
xando o filho entregue a Satanás e em
perigo de morrer pagão. Quantas almas
perdidas e quantas outras estragadas
para sempre. Quanto mais Satanás se
demora no coração do filho, mais o estra-
ga. Toda a preocupação, todos os cuida-
dos para com o corpo, até o luxo, até as
modas mais indecentes, e quase nada
para a alma.
Que será daquela filha a quem a mãe
procura inspirar só vaidade, a quem fala
só de beleza, a quem enfeita como uma
divindade? Será uma moça vaidosa, or-
gulhosa. Ai do moço que a tomar por
esposa, porque será uma esposa leviana,
exigente, cuja paixão do luxo nada pode-
rá satisfazer. Será daqui a pouco a desa-
vença, a suspeita, a briga, o abandono, a
ruína do lar.
Quantos pais, quantas mães mormente
perdem a si mesmos porque não cum-
prem o dever da correção. O homem
nasce inclinado ao vício, diz a Escritura.
No coração da criança madrugam os
maus instintos. Bem cedo é preciso repri-
mi-los, corrigir os filhos, daí a pouco será
tarde, impossível.
Como corrigir? A força de gritos e des-
composturas? Isso só serve para ensinar
tudo quanto há de palavras feias. A força
de pancadas? Isso avilta e embrutece.
Em primeiro lugar é preciso avisar: —
“Meu filho, não faças isso, não andes em
tal companhia, não convém, não pode
ser, não consinto.” — Às vezes este aviso
será suficiente. Em caso de reincidência
na mesma falta, é necessário repreender
energicamente e ameaçar e, enfim, no
caso de nova reincidência, castigar seve-
ramente.
Até quando os pais têm obrigação de
corrigir os filhos? Não se esqueçam
que, enquanto filhos não há grandes,
nem velhos, não há filhos de barba branca.
O filho, enquanto tiver filho, sempre será
pai, e ai do pai que não avisa, repreende e
corrige seu filho, e ai do filho que não aten-
de às justas recomendações de seu pai.
Cedo também deve começar a instrução,
porque tudo depende do começo, tudo de-
pende pois, principalmente, da mãe. Feliz,
mil vezes feliz quem teve uma mãe cristã e
piedosa. Tal a mãe de S. Luís, rei da França.
Tendo nos braços seu filhinho, dizia: “Meu
filho, eu te amo muito, mas tu tens no céu
um Pai, uma Mãe que te amam ainda mais;
cuidado, não faças nada que possa ofendê-
los, não cometas pecado. Antes quisera ver-
te agora mesmo morrer em meus braços,
que ver-te mais tarde, rei da França, come-
ter um só pecado mortal.” Mãe, o coração
dessa criança, vosso filho, é um papel bran-
co em que podeis escrever o que quiserdes.
Gravai nele ódio ao pecado, amor a Deus,
devoção a Maria Santíssima.
Ensinai e mandai ensinar-lhe o catecismo.
É uma obrigação gravíssima. A mãe que não
manda seu filho ao catecismo, onde é possí-
vel, é indigna de absolvição. Meninos e me-
ninas de dez, doze anos, moços e moças
que nunca apreenderam uma palavra de
catecismo, nada sabem de religião e de
suas obrigações, e por isso não se confes-
sam, não comungam, vivem no pecado, é o
que encontramos todos os dias. Os culpa-
dos são os pais. Quantas moças põem o pé
no inferno no dia em que casam, porque
assumem uma obrigação que são incapazes
de cumprir, ensinar aos filhos a amarem e
servirem a Deus. Que responsabilidade e
como poderão salvar-se? Perdem a si e a
seus filhos.
Mandai vossos filhos à escola, para que
aprendam pelo menos a ler e escrever. De-
pois do pecado a coisa mais triste e funesta
é a ignorância. Mas, cuidado! Vede bem que
escola, que colégio, que mestres. Há esco-
las e colégios sem religião. Dali sairão vos-
sos filhos sem fé e sem costumes. Não fal-
tam as escolas e os colégios católicos. Vigi-
lância neste ponto.
Vigilância em todos os sentidos. O maior
bem que os pais possam deixar a seus fi-
lhos não são muitas riquezas, terras, dinhei-
ro, mas a inocência e os bons costumes. Por
isso seu grande empenho deve ser conser-
var-lhes este tesouro. Tarefa difícil em um
mundo em que tudo é escândalo. Só uma
grande vigilância. Os pais devem trazer os
filhos presos debaixo de seus olhos. Sem
esta sentinela de vista não escapam à cor-
rupção. Vigilância, pais e mães, que vossos
filhos não vejam nunca nada, nem em casa
nem fora de casa, nem de dia nem de noite,
Edição:
Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES
http:/ww.nossasenhoradasalegrias.com.br
Entre em contato conosco pelo e-mail:
jornalafamiliacatolica@gmail.com
QUINTA PORTA PARA O INFERNO: a má educação dos filhos
nada capaz de ofender a inocência. Mas
quantos pais, diz um santo, têm mais cuida-
do com seus animais, suas criações, que
com seus filhos! Quantos pais deixam seus
filhos andarem aonde e com quem querem,
quantas mães deixam meninos e meninas
brincarem longe de seus olhos. Quantas
crianças saem de casa inocentes e voltam
culpados; quantos moços e moças acham
sua perdição em noites de festas, de volta
por estradas escuras e desertas! Quantos
desastres! Pais e mães, onde andam vossos
filhos e filhas, que casa, que pessoas, que
divertimentos frequentam? Examinai vossa
consciência, condenai-vos, antes que Deus
a examine e vos condene.
Se é um grande pecado dos pais não afas-
tarem os filhos do pecado, é um crime enor-
me levá-los ao pecado pelo mau exemplo.
Tal pai, tal filho; tal mãe, tal filha. Filho de
peixe sabe nadar, diz o adágio. Nada mais
eficazmente funesto que o mau exemplo
dos pais. Os pais não rezam, o pai não se
confessa, a mãe não vai à Missa aos domin-
gos, os filhos hão de fatalmente imitar seu
procedimento. Por que rezar? — disse um
dia uma menina à sua professora — eu nun-
ca vejo papai nem mamãe rezarem. Que
dizer dos pais que oferecem aos filhos o
espetáculo positivo do vício e do pecado,
pais que se embriagam, brigam, blasfemam;
certas mães cuja vida é o pecado... os filhos
o sabem e se envergonham, o que não os
impedirá de, mais tarde, trilharem o mesmo
caminho.
“Ai do homem, disse Jesus Cristo, que dá
escândalo, isso é, dá mau exemplo”;
por conseguinte, mil vezes ai dos pais que
escandalizam seus filhos: “seria melhor lhes
amarrar ao pescoço uma pedra e serem
lançados ao mar.”
“Maldito seja meu pai, disse um condena-
do à morte, à hora de subir ao cadafal-
so, a ele é que devo a minha desgraça; nun-
ca me ensinou meus deveres para com
Deus e os homens, deixou-me frequentar
más companhias, deu-me em tudo o mau
exemplo.” Faz horror pensar que no inferno
muitos filhos amaldiçoam aos pais e muitos
pais aos filhos, porque foram uns para ou-
tros causadores de sua condenação.
Pais e mães, amai a vossos filhos com
amor cristão, educai-os no amor e temor
de Deus, afastai-os do mal e dai-lhes em
tudo o bom exemplo, e vossos filhos vos
darão gosto, neste mundo serão vossa con-
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Fonte: O pequeno missionário. Manual de
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lherme Vaessen.

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A 5a dor de Maria ao pé da cruz de Jesus

  • 1. Parece que seria mais conve- niente afastar os olhos do Cal- vário, não recordar esse sangui- nolento Sacrifício de Jesus que teve lugar na presença de sua Bendita Mãe; mas como have- mos de afastar os olhos, se desde o princípio do mundo já nos foi apontado por Deus, logo que Adão estendeu a mão ao fruto proibido, como canta a mesma Igreja: Quando pomi noxialis... ipse lignum tunc nota- vit, que quando comeu o pomo fatal, logo marcou o madeiro que devia servir para a reden- ção do gênero humano; e pelo espaço de quatro mil anos fez vaticinar e figurar este tão gran- de acontecimento? Como have- mos de afastar os olhos se a crucifixão do Filho de Deus é a solução de todos os mistérios, é a consolação do aflito, e a espe- rança do pecador arrependido, a âncora portanto de nossa salvação? Como não olhar se o mesmo Jesus nos diz: attendite et videte parai e considerai? Mas pelo menos Maria não devia estar presente, não convi- nha a uma Mãe assistir a morte de seu filho, e ser obrigada a um tão grande sacrifício, pois Deus não queria na antiga lei que a ovelha e o cordeirinho fossem sacrificados no mesmo dia. Além disso, parece que Maria devia ter horror a se declarar por Mãe de um condenado ao patíbulo, e isto prevendo Isaias, já tinha dito: Quem terá ânimo de apontar a sua genealogia “Generationem ejus quis enar- rabit”; Maria portanto quererá se declarar sua Mãe nesta tão crítica circunstância? Acresce que já estava determinado que Jesus havia de ser abandonado de todos, e que havia de se achar só no sacrifício que ia fazer de si mesmo, como predis Dores da Senhora em particular: 5ª dor. Maria ao pé da cruz Leituras populares da sagrada paixão de nosso senhor jesus cristo e dores de maria santíssima SANTOS E FESTAS DO MÊS: 03– Santa Maria do Egito; 04– Santo Isidoro; 05– São Vicente Ferrer; 11– Festa das Sete Dores de Nossa Senhora; 14– São Justino; 15– Santas Basilissa e Anastácia; 21– Santo Anselmo; 23– São Jorge; 25– São Marcos Evangelista; 26– Nossa Senhora do Bom Conselho; 28– São Paulo da Cruz; 30– Santa Catarina de Sena. N E S T A E D I Ç Ã O : 5ª dor . Maria ao pé da Cruz 1 continuação 2 Normas de vida comum matrimonial 3 A má educação dos filhos 4 Abril/ 2014Edição 11 A Família Católica C A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S se o mesmo Isaías: Torcular cal- cavi solus et non est vir mecum; mas como faz reparar um Santo Padre, havia de se achar só, não teria um homem com quem repar- tisse seus sofrimentos, seu sacri- fício; mas havia de se achar uma Mulher que não o abandonaria, que assistiria a seu último respiro estando ao pé da Cruz. Eis o obje- to da 5º dor de Maria, por isso vai se achar nas maiores angústias, vai se achar no meio do grande mar da amargura, porque a Cruci- fixão de Jesus foi a fonte, o cen- tro, e a consequência de todas as dores de Maria. Segundo tradição constante o Calvário já era um lugar célebre, porque ali tinha sido enterrado o nosso primeiro Pai Adão, e porque ali eram condenados os crimino- sos; mas muito mais célebre se tornou pela morte do Unigênito filho de Deus. Ali chegou Jesus cansado, exausto de forças, não porém cansado de amor dos in- gratos filhos de Adão; mas antes, a medida que se enfraquece o corpo, parece robustecer-se na caridade; por isso se entrega voluntariamente nas mãos da divina justiça que desde quatro mil anos o esperava neste mon- te, afim de receber Dele a satis- fação das nossas dívidas, entre- ga-se à infinita justiça de Deus, para nos lançar nos braços de sua infinita misericórdia. Ali despem a Jesus e lhe arran- cam barbaramente a túnica que Maria com tanto cuidado tinha tecido. Ah! Vede, ó Maria, se a reconheceis: Utrum túnica filii tui sit, se é a túnica do vosso filho? Não só reconhece a túnica, mas o sangue que Ela mesma lhe subministrou: Maria beija a túnica, venera o sangue e adora as humilhações do Filho de Deus, e bem dife- rente de Micol, que vendo David despido, zombou de sua realeza, incorrendo por isso na esterilidade; Maria pelo contrário, vendo a Jesus despido o reconhece todavia por verdadeiro Filho de Deus, por isso é declarada Mãe de todo o gênero humano. Entretanto os algozes estendem a Jesus sobre a Cruz, apontam-se os cra- vos, e já vão se amiudando as marteladas: São João e Madalena cerram os ouvi- dos, mas elas repercutem nos seus corações, e muito mais no Coração de Maria, que percebe o estalar e desconjuntar dos ossos no estirar dos braços, percebe até os suspiros interio- res que escapam do peito de Jesus, e as vozes imperceptíveis do seu Coração dilacerado; foi então que Maria levantando os olhos para o céu rogou ao eterno Pai que escutasse e ouvisse os gemidos de seu divino Filho. Levantam finalmente a Cruz na qual se acha pendente o Filho de Maria: logo se prostra Maria
  • 2. A F a m í l i a C a t ó l i c aE d i ç ã o 1 1 e adora Jesus, e como tinha sido a pri- meira a adorá-Lo na Encarnação, assim é a primeira a adorá-Lo na Redenção. A terra treme comovida por este espe- táculo: as trevas começam a envolver a multidão: muitos espavoridos se retiram e Maria aproveita para mais se avizinhar ao objeto de seu amor. Um silêncio medonho começa a reinar sobre o monte, e assim convinha para melhor se ouvissem as palavras que Jesus ia pronunciar. E que dirá Jesus do alto da Cruz? Por ventura consolará a Maria que para não o abandonar se condenou ao singular Martírio de assistir à crucifixão, de vê-lo expirar no meio de tantos sofrimentos? Não, a primeira palavra, o primeiro pen- samento revela o amor de Jesus para com os pecadores, e os recomenda ao Eterno Pai. Estranhará Maria? Sentir-se- á ofendida? Longe de nós este pensa- mento: se Maria sobre o calvário tivesse deixado escapar alguma voz, tivesse patenteado com alguma palavra o que se passava em seu coração, teria sido para fazer a Deus o mesmo pedido, a mesma oração, tanto é verdade que alcançou a conversão de um Ladrão, ao qual prometeu logo Jesus o paraíso. Mas esquecerá Jesus de sua Mãe? Não lhe dirigirá alguma palavra? Não se des- pedirá de Maria antes de fechar os olhos? Na verdade, Jesus dirige-se a Maria, mas com que dolorosas palavras! Mu- lher eis aí vosso filho: mulher e não Mãe e não Maria...eis vosso filho; Vós já não sois seu Filho: que troca é esta! O Cria- dor pela criatura, Deus pelo homem, o Mestre pelo discípulo! Eis porque São Bernardo compadecendo-se de Maria chama estas palavras duríssimas. Ah! Se não encerrassem algum profundo misté- rio, seriam na verdade incompreensíveis. Mulher predita desde o principio do mun- do, mulher forte, cooperadora da salva- ção: eis aí vosso filho adotivo, eis a en- trega que eu vos faço de todos os filhos de Adão. A primeira Maternidade anunciada pelo arcanjo foi acompanhada de suma alegria: a segunda anunciada por Jesus foi acompanhada de incomparáveis an- gústias. Todavia não foram estas as palavras que mais penalizaram o cora- ção de Maria, nem as blasfêmias, nem os insultos com os quais provocaram ao Salvador; mas uma queixa que o mesmo Jesus deixou escapar dos seus lábios, o abandono em que o deixava o Eterno Pai. Ouviu Maria este grito que saiu do íntimo da alma angustiada de Jesus, bem teria querido se precipitar a encher este vazio imenso que dilacerava o cora- ção de Jesus, mas como poderá ela re- mediar, quando nem pode refrigerar sua língua, nem pode mitigar sua sede!. Ah! Se a maior consolação de uma Mãe per- to de um filho moribundo, é prestar-lhe algum alivio, limpar-lhe o suor que corre sobre suas faces, enxugar-lhe os olhos, aquentar-lhe as mãos, humedecer-lhe os lábios, suspender-lhe o travesseiro; é de certo o maior tormento achar-se impossibi- litada de render-lhe algum socorro. Maria vê a seu Jesus suspenso sem poder pres- tar-lhe algum auxilio: vê seus olhos cober- tos de sangue: vê seus lábios ardentes de sede. Não pode atalhar as blasfêmias, nem os insultos que lhe dirigem. Vê até o desamparo do Eterno Pai sem podê-lo remediar, vê morrer a seu doce Filho na maior aflição, sem poder-lhe prestar o menor alívio: videt suum dulcem natum morientem desolatum. Eis porque o Sagra- do Evangelista tanto se admira, e faz o panegírico das dores de Mari ao pé da Cruz, com estas tão breves, mas expressi- vas palavras: Estava junto da Cruz Maria sua mãe, Stabat juxta Crucem. Estava firme. Em pé. Pelo espaço de três horas apesar dos sofrimentos desde o dia ante- cedente, e de toda a noite sem descanço. Estava em pé. Pelo espaço de três horas. Apesar da confusão universal dos elemen- tos, comprimindo as lágrimas para não aumentar as penas de Jesus. Estava junto da Cruz quando todos fugiam, outros se escondiam, quando as mais devotas mu- lheres olhavam só de longe: mulieres de longe aspicientes. Estava bem perto da Cruz com o corpo, porque com o coração estava supra Crucem, sobre a Cruz: perto, olhando aflitíssima a árvore da vida, para reparar o que Eva fizera deleitando-se em olhar a árvore que nos causou a morte. Maria portanto estava junto da Cruz, olhando para Jesus, com a alma dilacera- da pela dor, e com todos os seus membros como petrificados: estava com os pés can- sados, com as mãos trêmulas, com o cora- ção palpitante, e com suspiros prolonga- dos quase agonizando; eis porque diz S. Bernardo que havia naquela ocasião sobre o Calvário dois altares, duas vítimas, dois sacrifícios! Por isso exclama um Santo: Oh, Virgem Santíssima como podeis estar tanto tempo em pé? Como fitais ainda vossos olhos amorosos em um objeto tão lastimoso? Não vedes como o pecado está triunfante, como a justiça condenou o inocente, como a Santidade foi abandonada de Deus? O Céu, a Terra e o Inferno tudo parece conju- rara contra Jesus? Eis qual foi a fé incomparável de Maria: Deus tinha sido como calcado aos pés, os seus inimigos pareceram como todo- poderosos, nenhuma intervenção divina se ostentou, quando parecia mais necessária, parecia portanto eclipsada a Providência. Onde se acham os Anjos para consolar a Jesus como no Jardim das Oliveiras? Onde as espadas dos Querubins, ou as doze legiões celestiais? Não atenderá o Eterno Pai que parece ter desamparado seu Filho predileto? Só Maria está firme junto da Cruz: certa que Jesus sofre voluntariamen- te, tem por isso os olhos fitos na divindade de Jesus. Mas que fé heroica não precisa- va Maria, vendo-o agonizar na Cruz, vendo- o desamparado de todos, vendo-o abando- nado até do Eterno Pai, vendo como sua oração tão eficaz não era atendida? Toda- via Maria não vacila na fé. Compreendei, ó Cristãos, qual deve ser a nossa fé, no meio dos males, dos escânda- los que reinam no Mundo; quantos há que em qualquer adversidade logo desani- mam: é bastante uma pequena tribulação para censurarem a Providência, e levanta- rem mil clamores contra o Céu. Que fazíeis ó Maria, ao pé da Cruz? Responde um seu devoto: Maria adorava a Deus e os seus decretos; Maria se resignava e se confor- mava com a vontade Divina; Maria se hu- milhava e se condoía das nossas culpas, pedindo a Deus perdão por nós. Eis o que cada qual deve fazer considerando estas duas vítimas, estes dois sacrifícios que tiveram lugar sobre o Calvário. Reconhece- remos a Deus, e adoraremos os seus ines- crutáveis decretos; resignarmo-nos e con- formarmo-nos em todas as tribulações que nos enviar; e sobretudo confessarmos que as merecemos por causa das nossas cul- pas, detestando-as sinceramente; se que- remos que nos sejam aplicados os mereci- mentos de sua sagrada Paixão e Morte. Amén. O crucifixo de Santarém Há em Santarém na Igreja dos religiosos de São Bento uma imagem de Cristo cruci- ficado, perante a qual um mancebo deu palavra de casamento a uma mulher, to- mando ambos a mesma imagem por teste- munha de que ele a havia de receber por sua legítima esposa. Mas negando depois a palavra dada e demandando a mulher em juízo, perguntou o juiz se havia testemunha da promessa que lhe fizera o mancebo. Ao que respon- deu ela que tinha uma que só lhe bastava, isto é o crucifixo da Ermida diante do qual o mancebo lhe dera palavra de casamen- to. Ouvindo isto, o ministro da justiça se foi à Ermida com muito acompanhamento, e dirigindo-se a Cristo crucificado lhe disse: Senhor, esta mulher que diante de vós presente está, diz que este mancebo dian- te de vós lhe prometeu casar com ela, e agora lhe nega a palavra; dai licença Se- nhor, já que neste caso vos alegam por testemunha, e que se trata de matéria tão grave como a de justiça, virtude especial- mente vossa, dai licença para que com toda submissão devida, vos pergunte, meu Senhor Jesus crucificado, se é certo que este mancebo diante de vós prometeu a esta mulher de com efeito casar com ela? E o Senhor a esta pergunta despregou o braço da Cruz diante dos ministros da justi- ça, e abaixou a cabeça e inclinou ainda mais parte de seu corpo, posição em que se acha até o dia de hoje, ficando com tal milagre comprovada autenticamente a verdade, não podendo mais se escusar o dito mancebo de cumprir com a sua pro- messa.
  • 3. Em primeiro lugar, amados esposos, amai a Deus e depois um ao outro. Estes são os mandamentos que vos foram dados: o primeiro como cristãos, e o segundo como casados. A vida matrimonial é para habitar unâ- nimes em casa, formando uma só alma e um só coração orientados para Deus. Nada deverá ser próprio, mas tudo comum. Assim o fizeram os Apóstolos: “...tudo entre eles era comum e cada qual recebia conforme as suas necessi- dades” (At 4,32). Se houver diferenças econômicas an- tes do casamento, elas devem desapare- cer na vida a dois, de forma que tudo seja comum. Vivei em harmonia e bom entendimen- to e reverenciai mutuamente a Deus dentro de vós, do qual sois templos. Dedicai-vos à oração algum tempo durante o dia. Quando orardes a Deus com orações próprias ou decoradas, meditais no cora- ção aquilo que se expressa nas palavras. Dominai vossa carne com jejuns e abstinências de comidas e bebidas quando for necessário e a saúde o per- mitir. Durante as refeições conversai sem confusão nem discussões, para que não seja apenas o corpo o que se alimenta, mas também se nutra o amor pela co- municação. O que é mais forte para suportar as privações, considere-se mais feliz e seja menos exigente; melhor é precisar de pouco do que muito possuir. A passeios e diversões ide juntos; e nos lugares onde deveis ir, permaneceu juntos. Nos encontros sociais, nas atitudes, ou em qualquer de vossos movimentos, nada façais que possa escandalizar al- guém. Que vosso comportamento seja o que convém aos filhos de Deus. Quando vos encontrardes com uma pessoa do outro sexo, não repareis nela. Pois se, quando sairdes de casa, o fato de ver e conversar com outros (as) não tem nada demais, por outro lado é cen- surável desejá-los (as) ou querer ser desejados (as). Não só pelo tato e pela afeição, mas também pelo olhar surge a concupiscência . E nada de afirmar que o coração é puro, se os olhos são impu- ros: porque os olhos impuros revelam a P á g i n a 3 A F a m í l i a C a t ó l i c a impureza do coração. E quando mutua- mente e segundo a concupiscência da carne um e outro se deleitam com olhares recíprocos e pensamentos impuros, mes- mo sem falar, nem chegar a vias de fato, o coração torna-se impuro e a castidade dos costumes desaparece. Ninguém faça nada apenas para si com exclusividade, mas tudo deve ser feito em função da comunhão de vida, com mais entusiasmo e dedicação do que se fosse para a própria pessoa. Pois a caridade, da qual está escrito que “ não procura as coisas que são suas” (1Cor 13,5), entende -se assim: que prefere o comum ao pró- prio e não o próprio ao comum. Por isso, à medida que cuidais das coisas comuns melhor que das particulares, sabereis como está vosso espírito comunitário; para que em todas as coisas ordinárias que necessitamos, tenha preferência a caridade, que permanecerá para sempre. Quando algum de vocês afirma estar doente, acredite-lhe o outro, mesmo que não o perceba. E quando for preciso leve-o ao médico sem demora, mesmo que não lhe agrade. Quem ganha o dinheiro entregue-o a quem o administra, e este não demore em atender os pedidos de quem precisa. Não existam desavenças entre vocês e, se alguma existir, terminai-a quanto antes, para que a ira não se converta em ódio e se faça de um argueiro uma trave, tornan- do a alma homicida. Pois assim ledes: “Quem odeia seu irmão é homicida” (1Jo 3,15). Aquele que ofender o outro com afron- tas, injúrias, ou lançando-lhe no rosto alguma culpa grave, deve dar satisfação, para reparar quanto antes o que fez, e aquele que foi ofendido perdoe sem de- mora nem discussão. E se mutuamente se ofenderam, mutuamente deverão pedir perdão e perdoar-se durante o tempo de oração, que não se deve esquecer, pois quanto mais vos dedicais à oração, tanto melhor sereis. É melhor aquele que, apesar de ser ten- tado muitas vezes pela ira, no entanto apressa-se a pedir desculpas a quem re- conhece haver ofendido, do que aquele que dificilmente se irrita, porém mais difi- cilmente pede perdão ou se reconcilia. Aquele que nunca quer pedir perdão ou não faz de coração não merece o sacra- mento do matrimônio. Evitai as palavras pesadas; e se alguma vez saírem da vossa boca, não se demore em oferecer o remédio, com a mesma boca que fez as feridas. Finalmente, quando a necessidade da disciplina vos obrigou a dizer palavras duras para repreender vossos filhos, se julgais haver-vos excedido com eles, no modo, não é necessário que lhe peçais desculpas, não seja que por ter demasia- da humildade com aqueles que precisam obedecer, se debilite a autoridade para governar. Mas pedi sempre perdão ao Senhor de todos, que conhece o afeto que tendes àqueles aos quais corrigistes mais do que era justo. A amizade e o amor entre vocês não devem ser apenas humanos, também devem ser espirituais. O pai deve ser obedecido e respeitado para que na pessoa dele não se ofenda a Deus; ele tem a seu cargo o cuidado da família. Caberá a todos, mas principalmente aos pai, motivar a vida espiritual em família. A função do pai não é a de dominar com autoridade, mas servir com caridade. Que seja por todos respeitado e cada um veja nele o representante de Deus. Mostre-se dentro e fora de casa exemplo de boas obras. Ora controlando mais o audaz, ora animando o acomodado, ora agindo com paciência e ajudando o mais fraco, sendo agradável na disciplina e aplicando a punição, quando necessária. Prefira mais ser amado do que temido, pensando sem- pre que deverá prestar contas a Deus daqueles que lhe foram confiados. A obediência e a cooperação dos mem- bros da família são imprescindíveis para o bem de todos. O que está em lugar mais elevado deve ser ajudado porque se en- contra em maior perigo. O Senhor conceda guardeis estes con- selhos com amor, imbuídos da beleza espiritual, emanando o bom odor de Cris- to, em santa convivência, não como ser- vos sob a lei, mas como filhos que vivem sob a graça. E se praticais todos estes conselhos, dai graças a Deus, fonte de todos os bens. Mas se alguém de vocês perceber que faltou em algo, deplore o passado, tome cuidado no futuro, pedin- do a Deus lhe perdoe sua culpa e não o deixe cair em tentação. NORMAS DE VIDA COMUM MATRIMONIAL SANTO AGOSTINHO
  • 4. O PEQUENO MISSIONÁRIO—PE. G. VAESSEN Quantos pais se perdem e perdem a seus filhos porque não os educam no temor e amor de Deus, não cumprindo os cinco deveres principais que lhes impõe a paternidade, o amor, a correção, a ins- trução, a vigilância e o bom exemplo. Má pais que não amam os filhos como devem amá-los. Certos homens não me- recem o belo título de pais. Desperdiçam no jogo, na bebida, na devassidão o di- nheiro que ganham, deixando faltar aos filhos o estrito necessário. Pais monstruo- sos, piores que os irracionais, que sabem passar fome para dar de comer a seus filhos. Há mães que amam aos filhos, mas só a parte material, o corpo. Quanto à alma, pouco ou nada se ocupam dela. Adiam o batismo semanas e meses, dei- xando o filho entregue a Satanás e em perigo de morrer pagão. Quantas almas perdidas e quantas outras estragadas para sempre. Quanto mais Satanás se demora no coração do filho, mais o estra- ga. Toda a preocupação, todos os cuida- dos para com o corpo, até o luxo, até as modas mais indecentes, e quase nada para a alma. Que será daquela filha a quem a mãe procura inspirar só vaidade, a quem fala só de beleza, a quem enfeita como uma divindade? Será uma moça vaidosa, or- gulhosa. Ai do moço que a tomar por esposa, porque será uma esposa leviana, exigente, cuja paixão do luxo nada pode- rá satisfazer. Será daqui a pouco a desa- vença, a suspeita, a briga, o abandono, a ruína do lar. Quantos pais, quantas mães mormente perdem a si mesmos porque não cum- prem o dever da correção. O homem nasce inclinado ao vício, diz a Escritura. No coração da criança madrugam os maus instintos. Bem cedo é preciso repri- mi-los, corrigir os filhos, daí a pouco será tarde, impossível. Como corrigir? A força de gritos e des- composturas? Isso só serve para ensinar tudo quanto há de palavras feias. A força de pancadas? Isso avilta e embrutece. Em primeiro lugar é preciso avisar: — “Meu filho, não faças isso, não andes em tal companhia, não convém, não pode ser, não consinto.” — Às vezes este aviso será suficiente. Em caso de reincidência na mesma falta, é necessário repreender energicamente e ameaçar e, enfim, no caso de nova reincidência, castigar seve- ramente. Até quando os pais têm obrigação de corrigir os filhos? Não se esqueçam que, enquanto filhos não há grandes, nem velhos, não há filhos de barba branca. O filho, enquanto tiver filho, sempre será pai, e ai do pai que não avisa, repreende e corrige seu filho, e ai do filho que não aten- de às justas recomendações de seu pai. Cedo também deve começar a instrução, porque tudo depende do começo, tudo de- pende pois, principalmente, da mãe. Feliz, mil vezes feliz quem teve uma mãe cristã e piedosa. Tal a mãe de S. Luís, rei da França. Tendo nos braços seu filhinho, dizia: “Meu filho, eu te amo muito, mas tu tens no céu um Pai, uma Mãe que te amam ainda mais; cuidado, não faças nada que possa ofendê- los, não cometas pecado. Antes quisera ver- te agora mesmo morrer em meus braços, que ver-te mais tarde, rei da França, come- ter um só pecado mortal.” Mãe, o coração dessa criança, vosso filho, é um papel bran- co em que podeis escrever o que quiserdes. Gravai nele ódio ao pecado, amor a Deus, devoção a Maria Santíssima. Ensinai e mandai ensinar-lhe o catecismo. É uma obrigação gravíssima. A mãe que não manda seu filho ao catecismo, onde é possí- vel, é indigna de absolvição. Meninos e me- ninas de dez, doze anos, moços e moças que nunca apreenderam uma palavra de catecismo, nada sabem de religião e de suas obrigações, e por isso não se confes- sam, não comungam, vivem no pecado, é o que encontramos todos os dias. Os culpa- dos são os pais. Quantas moças põem o pé no inferno no dia em que casam, porque assumem uma obrigação que são incapazes de cumprir, ensinar aos filhos a amarem e servirem a Deus. Que responsabilidade e como poderão salvar-se? Perdem a si e a seus filhos. Mandai vossos filhos à escola, para que aprendam pelo menos a ler e escrever. De- pois do pecado a coisa mais triste e funesta é a ignorância. Mas, cuidado! Vede bem que escola, que colégio, que mestres. Há esco- las e colégios sem religião. Dali sairão vos- sos filhos sem fé e sem costumes. Não fal- tam as escolas e os colégios católicos. Vigi- lância neste ponto. Vigilância em todos os sentidos. O maior bem que os pais possam deixar a seus fi- lhos não são muitas riquezas, terras, dinhei- ro, mas a inocência e os bons costumes. Por isso seu grande empenho deve ser conser- var-lhes este tesouro. Tarefa difícil em um mundo em que tudo é escândalo. Só uma grande vigilância. Os pais devem trazer os filhos presos debaixo de seus olhos. Sem esta sentinela de vista não escapam à cor- rupção. Vigilância, pais e mães, que vossos filhos não vejam nunca nada, nem em casa nem fora de casa, nem de dia nem de noite, Edição: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES http:/ww.nossasenhoradasalegrias.com.br Entre em contato conosco pelo e-mail: jornalafamiliacatolica@gmail.com QUINTA PORTA PARA O INFERNO: a má educação dos filhos nada capaz de ofender a inocência. Mas quantos pais, diz um santo, têm mais cuida- do com seus animais, suas criações, que com seus filhos! Quantos pais deixam seus filhos andarem aonde e com quem querem, quantas mães deixam meninos e meninas brincarem longe de seus olhos. Quantas crianças saem de casa inocentes e voltam culpados; quantos moços e moças acham sua perdição em noites de festas, de volta por estradas escuras e desertas! Quantos desastres! Pais e mães, onde andam vossos filhos e filhas, que casa, que pessoas, que divertimentos frequentam? Examinai vossa consciência, condenai-vos, antes que Deus a examine e vos condene. Se é um grande pecado dos pais não afas- tarem os filhos do pecado, é um crime enor- me levá-los ao pecado pelo mau exemplo. Tal pai, tal filho; tal mãe, tal filha. Filho de peixe sabe nadar, diz o adágio. Nada mais eficazmente funesto que o mau exemplo dos pais. Os pais não rezam, o pai não se confessa, a mãe não vai à Missa aos domin- gos, os filhos hão de fatalmente imitar seu procedimento. Por que rezar? — disse um dia uma menina à sua professora — eu nun- ca vejo papai nem mamãe rezarem. Que dizer dos pais que oferecem aos filhos o espetáculo positivo do vício e do pecado, pais que se embriagam, brigam, blasfemam; certas mães cuja vida é o pecado... os filhos o sabem e se envergonham, o que não os impedirá de, mais tarde, trilharem o mesmo caminho. “Ai do homem, disse Jesus Cristo, que dá escândalo, isso é, dá mau exemplo”; por conseguinte, mil vezes ai dos pais que escandalizam seus filhos: “seria melhor lhes amarrar ao pescoço uma pedra e serem lançados ao mar.” “Maldito seja meu pai, disse um condena- do à morte, à hora de subir ao cadafal- so, a ele é que devo a minha desgraça; nun- ca me ensinou meus deveres para com Deus e os homens, deixou-me frequentar más companhias, deu-me em tudo o mau exemplo.” Faz horror pensar que no inferno muitos filhos amaldiçoam aos pais e muitos pais aos filhos, porque foram uns para ou- tros causadores de sua condenação. Pais e mães, amai a vossos filhos com amor cristão, educai-os no amor e temor de Deus, afastai-os do mal e dai-lhes em tudo o bom exemplo, e vossos filhos vos darão gosto, neste mundo serão vossa con- solação e no outro vossa coroa. Fonte: O pequeno missionário. Manual de instruções, orações e cânticos, Padre Gui- lherme Vaessen.