O documento descreve o gênero Apicomplexa, incluindo que são parasitos intracelulares obrigatórios que não possuem organelas de locomoção e se reproduzem alternadamente de forma sexuada e assexuada. O documento também fornece detalhes sobre os gêneros Eimeria, Isospora e Cryptosporidium, incluindo sua morfologia, ciclo de vida, patogenia e controle.
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Phylum apicomplexa
1. Phylum: Apicomplexa
Alexandre de Oliveira Tavela
Médico Veterinário
Doutorando em Medicina Veterinária
2. Phylum: Apicomplexa
Parasitos intracelulares obrigatórios.
Não possuem organelas de locomoção.
Possuem o Complexo Apical, quando trofozoítos.
Reprodução alternativamente sexuada e
assexuada.
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6. Gênero Eimeria
Parasitam com freqüência os ruminantes, suínos, aves e canídeos.
Caracteriza-se por causar alterações gastrintestinais, anorexia, redução do
desenvolvimento corporal e eventualmente a morte.
Relaciona-se com a implantação de sistemas de produção intensivos e o
aumento da densidade populacional dos hospedeiros vertebrados em
determinada área.
Parasita o epitélio intestinal e promove lesões irreversíveis na mucosa, o que
promove o aparecimento de ulcerações e sangue nas fezes.
Como as lesões intestinais causadas pela Eimeria são irreversíveis a prevenção se
torna mais importante que o tratamento devido a perda de produtividade dos
animais já parasitados.
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7. Gênero Eimeria
Epidemiologia
Temperaturas e umidades elevadas.
Resistência dos oocistos à dissecação.
Explorações intensivas (confinamento).
Deficiência na forma de manejo dos animais.
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8. Gênero Eimeria
Morfologia
Oocisto possui forma esférica ou oval, com casca protetora e um poro
numa das extremidades (micrópilo).
No seu interior possui uma massa protoplasmática (oocisto não esporulado) ou
quatro corpos cônicos chamados de esporocistos (oocisto esporulado).
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9. Gênero Eimeria
Morfologia
Oocistos esporulados
Oocistos imaturos
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10. Gênero Eimeria
Ciclo
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11. Gênero Eimeria
Ciclo
Aves são infectadas pela ingestão de alimento ou água contendo
oocistos esporulados.
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12. Gênero Eimeria
Ciclo
Esporozoítos são liberados no intestino delgado.
Esporozoítos invadem as células do epitélio do tubo digestivo, se
colocando entre o núcleo da célula hospedeira e a membrana basal.
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13. Gênero Eimeria
Ciclo
Esporozoítos se transformam em trofozoítos nas células epiteliais.
Se alimentam na célula hospedeira, crescem e se transformam em
merozoítos (=esquizontes)
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14. Gênero Eimeria
Ciclo
Merozoítos destroem a célula hospedeira e invadem novas células
epitelias.
Isso ocorre por três gerações de merozoítos. (Divisão assexuada)
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15. Gênero Eimeria
Ciclo
Alguns merozoítos se diferenciam em microgametócitos.
Outros em macrogametócitos.
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16. Gênero Eimeria
Ciclo
Macrogametócitos são fertilizados por microgametócitos e se
transformam em zigotos.
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17. Gênero Eimeria
Ciclo
Zigotos produzem uma parede espessa e se desenvolvem em oocistos
imaturos.
Os oocistos imaturos destroem as células hospedeiras e são eliminados
nas fezes.
Posteriormente se esporulam no meio ambiente.
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18. Gênero Eimeria
Patogenia
A Eimeria produz alterações da mucosa intestinal, cuja gravidade está
relacionada à carga parasitária e à localização dos parasitos na mucosa
(profundidade ou poder de invasão).
Os principais sinais clínicos provocados pela Eimeria são:
- Fezes aquosas com presença de sangue, muco e fragmentos de
epitélio;
- Diminuição na absorção de nutrientes (lesão intestinal);
- Diminuição no apetite;
- Retardo no crescimento e anemia crônica;
- Desidratação.
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19. Gênero Eimeria
Patogenia - aves
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20. Gênero Eimeria
Patogenia
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21. Gênero Eimeria
Diagnóstico
Clínico: Avaliação dos sinais apresentados pelos animais.
Laboratorial: Observação de oocistos nas fezes (Sedimentação Espontânea ou
Centrifugo-Flutuação).
Anatomo-patológico: necrópsia e histopatologia.
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22. Gênero Eimeria
Tratamento
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23. Gênero Eimeria
Controle
Diminuição da densidade populacional das criações.
Rotação de pastagens (especificidade por hospedeiro).
Melhoria das condições sanitárias.
Separação dos animais por faixas etárias (adultos portadores).
Tratamento dos animais parasitados.
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24. Gênero Isospora
A isosporose é uma enfermidade parasitária provocada por um protozoário do
gênero Isospora e pode acometer cães, gatos, bovinos e suínos.
Parasita as células epiteliais do intestino, levando à quadros de diarréias,
principalmente em filhotes, podendo ocasionar até a morte dos mesmos.
A transmissão ocorre pela eliminação de oocisto com as fezes de um animal
doente.
Os oocistos são formas de resistência que podem contaminar tanto o solo
quanto a água.
Quanto menor a higiene, maior o risco.
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26. Gênero Isospora
Epidemiologia
A espécie I. suis parasita o intestino, especialmente jejuno e íleo, dos
suínos.
Essa espécie é considerada a principal causa de enterite grave de ocorrência
natural em leitões novos de uma a duas semanas de idade.
A mortalidade é variável, podendo chegar a 20%
A fonte de infecção de I. suis são os oocistos produzidos pela porca durante o
período peripuerperal, sendo que os leitões se infectam por coprofagia
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27. Gênero Isospora
Epidemiologia
No cão, as espécies comuns de Isospora são I. canis e I. ohioensis que
parasitam o intestino delgado e grosso desses animais.
Não há uma real evidência de que estas espécies de Isospora
sejam patogênicas por si próprias, mas a infecção pode ser exacerbada por
virose intercorrente ou outros agentes imunossupressores.
Além da infecção por alimentos e água contaminados, o cão pode se infectar por
ingestão de roedores infectados com estágios assexuados
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28. Gênero Isospora
Epidemiologia
No gato, as espécies mais comuns de Isospora são I. felis e I. rivolta que
se localizam no intestino delgado, ceco e cólon desses animais.
A infecção pode ser adquirida de modo direto ou por ingestão de pequenos
roedores infectados.
A patogenicidade dessas espécies de Isospora, em geral, é supostamente baixa,
apesar de diarréia grave em gatos novos ter sido associada a altas contagens
de oocistos.
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29. Gênero Isospora
Epidemiologia
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35. Gênero Isospora
Patogenia
Destrói as células intestinais.
Diarréia e baixa conversão alimentar.
Diminuição da resistência orgânica.
Perda de peso.
Infecção bacteriana secundária.
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36. Gênero Isospora
Patogenia
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37. Gênero Isospora
Diagnóstico
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38. Gênero Isospora
Diagnóstico
O exame de fezes é limitado para o diagnóstico de isosporose, pois as lesões
causadas na mucosa intestinal, com a conseqüente diarréia, ocorrem antes da
presença de oocistos nas fezes.
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39. Gênero Isospora
Diagnóstico
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40. Gênero Isospora
Diagnóstico
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41. Gênero Isospora
Tratamento
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42. Gênero Isospora
Controle
Em suínos, a prevenção é a melhor forma de controlar a doença usando medidas
sanitárias na maternidade e higiene constante.
Essas medidas visam diminuir o número de organismos infectantes, podendo-se
aliar a elas o uso de coccidiostático.
Para cães e gatos, o controle da isosporose se dá pelo isolamento dos animais
doentes, evitando o contato dos mesmos com animais sadios, mantendo os
potes de ração e de água sempre limpos e evitando a superpopulação em canis e
gatis.
O controle de moscas, ratos, baratas é importante no controle dessa doença em
todas as espécies de animais, pois eles podem transportar o protozoário.
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43. Gênero Cryptosporidium
O gênero Cryptosporidium abriga cerca de 11 espécies e já foi identificado
parasitando numerosos hospedeiros incluindo mamíferos, aves, répteis e peixes.
Possui ciclo monoxênico e habita o trato gastrintestinal, sobretudo os intestinos,
sendo que também já foi observado parasitando o trato respiratório de aves.
Cryptosporidium (= esporocisto escondido): estádios do parasito se aderem as
microvilosidades do intestino de ratos, sendo encobertos coberto pela
membrana do plasmática dos enterócitos.
Uma importante característica que difere os Cryptosporidium de outros coccidios
é a falta de especificidade de hospedeiros.
O Cryptosporidium parvum constitui em importante zoonose sobretudo nos
países em desenvolvimento.
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44. Gênero Cryptosporidium
A criptosporidiose é causada por um protozoário que habita principalmente as
microvilosidades das células intestinais, mais pode ser encontrado em outros
órgãos como pulmão, estômago, fígado, etc.
O Cryptosporidium parasita a parte externa do citoplasma celular, dando a
impressão de se localizar fora dela (parasito intracelular extracitoplasmático).
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45. Gênero Cryptosporidium
Epidemiologia
A contaminação é de origem fecal-oral, entre pessoas, ou a partir de animais.
Mas também por água ou alimentos contaminados com os oocistos.
A criptosporidiose é uma zoonose de animais domésticos e do gado, encontrada
em todos os continentes.
Cryptosporidium é um dos principais responsáveis por diarréias infantis, em
crianças de 2 a 5 anos, que freqüentam creches.
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46. Gênero Cryptosporidium
Morfologia
Os oocistos de Cryptosporidium são pequenos, esféricos ou ovóides e
possuem quatro esporozoítos livres no seu interior.
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48. Gênero Cryptosporidium
Patogenia
(Estado Portador)
Animais clinicamente saudáveis são capazes de eliminar oocistos
intermitentemente durante anos.
Há baixa mortalidade, apesar de uma alta prevalência.
A maioria dos animais positivos são eliminadores intermitentes, oscilando entre
períodos em que as fezes são cryptosporidia-negativos.
Estes casos normalmente não são detectados.
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49. Gênero Cryptosporidium
Patogenia
(Estado clínico)
Não há ruptura da célula mas há destruição das microvilosidades (atrofia das
vilosidades) = redução na absorção de alimentos.
Indivíduos imunocompetentes = infecção auto limitante.
Sintomatologia clínica principalmente em indivíduos imunodeprimidos.
Sinais clínicos mais freqüentes são: anorexia, diarréia líquida severa, náuseas,
vômito, dores abdominais, febre, emagrecimento, desidratação e retardo no
desenvolvimento.
Casos mais graves = desidratação e morte.
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50. Gênero Cryptosporidium
Diagnóstico
Exame de fezes por métodos de concentração.
Biópsia ou raspado da mucosa intestinal.
Métodos de coloração (Ziehl-Neelsen modificado).
Exames imunológicos (pesquisa de
anticorpos circulantes).
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51. Gênero Cryptosporidium
Tratamento
Geralmente a doença é auto-limitante.
Sulfa+Trimetoprin (SMZ-TMP Biocraft Laboratories) (30 mg/kg) SID por 14 dias e
então 1 a 3 vezes por semana por vários meses.
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52. Gênero Cryptosporidium
Controle
Higiene e saneamento básico.
Apenas amonia (5%) e formol (10%) são eficazes na eliminação dos oocistos após
18 horas de contato.
Hipoclorito de sódio (3%) e hidróxido de sódio (0,02M) se mostraram inefetivos.
Os oocistos se tornam inativados após exposição ao calor (entre 45 e 60°C por 5
a 9 minutos).
Mamadeiras e outros utensílios devem ser cuidadosamente limpos com uma
solução de amônia e secos por um período de pelo menos 3 dias.
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