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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS




    LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA
        THAÍS DE SOUZA FARIA




ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL




           FERNANDÓPOLIS
                2012
1



     LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA
         THAÍS DE SOUZA FARIA




 ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL


                     Trabalho de conclusão de curso apresentado à
                     Banca Examinadora do Curso de Graduação em
                     Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis
                     como exigência parcial para obtenção do título de
                     bacharel em farmácia.

                     Orientadora: Profª. MSc. Daiane Fernanda Pereira
                     Mastrocola




FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
            FERNANDÓPOLIS
                 2012
2


                      LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA
                          THAÍS DE SOUZA FARIA




                ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL

                                         Trabalho de conclusão de curso aprovado como
                                         requisito parcial para obtenção do título de bacharel
                                         em farmácia.

                                         Aprovado em: ___de novembro de 20___




     Banca Examinadora                Assinatura                  Conceito

Profª. MSc. Daiane Fernanda
Pereira Mastrocola

Prof. Nayara Gomes Felix da
Silva


Profª.   MSc.     Vânia   Luiza
Ferreira Lucatti Sato




                Prof. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola
                       Presidente da Banca Examinadora
3




Dedicamos esse trabalho primeiramente a
Deus, pois sem ele nada seria possível, e
nossos sonhos não seriam concretizados.
Aos nossos pais que sempre nos deram
apoio e acreditaram na realização desse
trabalho.
Aos nossos familiares, amigos, professores,
coordenador, e a todos aqueles que nos
incentivaram na busca de novas realizações
e descobertas e nos ajudaram a concluir
esse trabalho.
4


                             AGRADECIMENTOS


         Agradeço primeiramente a Deus pela força e luz que destes nessa
caminhada.
         Aos nossos pais: Agradeço por tudo e pela força, pois sem vocês não
seríamos nada e nem estaríamos conseguindo realizar esse sonho, amamos
vocês.
         Aos nossos amigos: Agradeço aos nossos amigos, aqueles que
marcaram e os que irão permanecer sempre em nossas vidas. Obrigada por
tudo, por estar com nós nos dias tristes e dias felizes, nas horas difíceis a nas
boas.
         O tempo se foi e hoje cada um segue o seu destino e direção para um
futuro que tanto almejamos e que por ele todos nós lutamos. O que fica
guardado são os melhores momentos e a saudade de cada um que
conhecemos.
         Aos nossos professores: Agradeço a todos os professores que com
carinho e atenção sempre se esforçaram para nos ajudar a melhorar sempre
mais os nossos conhecimentos.
         Agradeço a nossa professora Daiane Mastrocola que pela sua bondade
está nos ajudando e orientando nessa monografia, com paciência, atenção e
se dedicando todo tempo que precisamos para nos ajudar. Obrigada
professora por tudo que está fazendo por nós.
         Ao nosso coordenador: Agradeço ao nosso coordenador Reges que
durante todo esse período mesmo como antes professor, muito atencioso e
educado, sempre nos ajudando em tudo que precisamos. Obrigada Reges
Evandro Teruel Barreto.
5




Não percas a tua fé entre as sombras do
mundo. Ainda Que Os Teus pés estejam
sangrando, segue para a frente, erguendo-a
por luz celeste, acima De ti mesmo. Crê e
trabalha. Esforça-te no bem e espera Com
paciência. Tudo passa e tudo se renova na
terra, mas o que vem do céu permanecerá.
De todos os infelizes os mais desditosos
são os que perderam a confiança Em Deus
e em si mesmo, porque o maior infortúnio é
sofrer a privação Da fé e prosseguir
vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a
alvorada além da noite. Hoje, é possível que
a tempestade te amarfanhe o coração e te
atormente o ideal, aguilhoando-te com a
aflição ou ameaçando-te com a morte. Não
te esqueças, porém, de que amanhã será
outro dia. CONFIE SEMPRE.
6


                                   RESUMO



A obesidade vem sendo considerada uma epidemia mundial, segundo a
Organização Mundial de Saúde. Atinge todas as classes sociais e idade,
considerada uma desordem multifatorial e crônica, assim ela é associada a
varias alterações metabólica e a problemas cardiovasculares. A obesidade
infantil afeta cada vez mais crianças, devido aos seus hábitos alimentares,
suas condições de vida e sedentarismo. Hoje em dia é comum ver as crianças
trocarem as atividades físicas por jogos em videogame e computadores e isso
favorece a obesidade. Com a obesidade vêm os problemas de saúde que são
prejudiciais a vida de uma criança, como alterações metabólicas podem ser
citadas: o aumento do nível de colesterol e triglicérides, o surgimento da
Diabetes Mellitus tipo II, a hipertensão arterial que favorece a riscos
cardiovasculares, a hiperinsulinemia, a apnéia do sono, distúrbios respiratórios,
complicações hepáticas, alterações dermatológicas e os distúrbios
psicossociais. O diagnóstico da obesidade ainda não foi bem definido, mais
ainda existem os métodos de medir a massa corporal de uma pessoa para
verificar se a pessoa esta acima do peso. O tratamento da obesidade é de
longo prazo, com isso a criança precisa de uma equipe multiprofissional, que é
composta por pediatra, nutricionista, educador físico, psicológico e
principalmente pelo apoio familiar. O tratamento da obesidade com
medicamentos não é recomendado, pois pode atrapalhar o desenvolvimento da
criança, afirma Fisberg (1995), já Escrivão et al., (2000) diz que tratamentos
com medicamentos em crianças obesas causa efeitos colaterais e o risco de
dependência química ou psicológica.

Palavra-chave:    Obesidade    infantil.   Causas   da   obesidade.   Alterações
metabólicas.
7


                                   ABSTRACT


Obesity has been considered a global epidemic, according to the World Health
Organization Obesity affects all social classes and age,considered a
multifactorial disorder and chronic, and it is associated with various metabolic
and cardiovascular changes. Childhood obesity is increasingly affecting children
due to their eating habits, their living conditions and physical inactivity.
Nowadays it is common to see children by exchanging the physical activities
and games on computers and video game that promotes obesity. With obesity
come health problems that are detrimental to a child's life, such as metabolic
changes may be cited: the increased level of cholesterol and triglycerides, the
onset of diabetes mellitus type II, hypertension favoring the cardiovascular risk
thehyperinsulinemia, sleep apnea, respiratory problems, liver complications,
skin changes and psychosocial disorders. The obesity is not well defined, there
are further methods of measuring body weight of a person to verify that the
person is overweight. Obesity treatment is long term, with the child that needs a
multidisciplinary team, which is comprised of a pediatrician, nutritionist, physical
educator, primarily by psychological and family support. Obesity treatment with
medication is not recommended as it may interfere with your child's
development, says Fisberg (1995), as Clerk et al, (2000) says that drug
treatments in obese children cause side effects and risk of addiction or
psychological . Prevention of obesity is related to obesity is related coma
obesity in adulthood, must intervene when obesity begins to notice the weight
gain of the child, for when greater the child's age and his excess weight
becomes more difficult to reversal of the situation.



Keyword: Childhood obesity, causes of obesity, metabolic.
8




                                LISTA DE FIGURAS


Figura 1. Crianças obesas                                             16
Figura 2. Consequências da obesidade infantil                         22
Figura 3. Alterações dermatológicas causadas por obesidade            30
Figura 4. Hirsutismo                                                  30
Figura 5. Acantose nigricante                                         31
Figura 6. Tabela do peso ideal da criança                             34
Figura 7. Tabelas de referencia de valores do ICM                     34
Figura 8. Como medir a circunferência abdominal                       35
Figura 9. Pirâmide alimentar                                          38
Figura 10. Sedentarismo na infância                                   40
Figura 11. Alvos em potencia para a prevenção da obesidade na infância e
adolescência                                                          43
Figura 12. Gráfico da obesidade infantil                              44
Figura 13. Gráfico em porcentagem de 1975 a 2002                      45
Figura 14. Aprovação de cadeiras para obesos                          45
9




                            LISTA DE TABELAS




Tabela 1. Valores normais                                24
Tabela 2. Alimentos que ajudam a combater o colesterol   25
10




                        LISTA DE ABREVIATURAS




OMS - Organização mundial de saúde
IMC - Índice de massa corporal
DAC - Doença arterial coronariana
DCNT - Doenças crônicas não transmissíveis
DCV - Doenças cardiovasculares
MLG - Massa livre de gordura
LDL - Lipoproteínas de baixa densidade
HDL - Lipoproteínas de alta densidade
VLDL - Lipoproteínas de muita baixa densidade
ENDEF- Estudos nacionais de despesa familiar.
11




                                       SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................... 12
1 OBESIDADE ....................................................................................... 15
  1.1 Obesidade Infantil......................................................................... 16
  1.2 Etiologia da Obesidade Infantil ..................................................... 18
  1.3 Epidemiologia ............................................................................... 18
  1.4 Fatores que Influenciam na Obesidade ........................................ 19
  2.1Triglicérides ................................................................................... 23
  2.2 Colesterol ..................................................................................... 23
  2.3 Colesterol LDL(Low-density lipoprotein) ....................................... 24
  2.4 Colesterol HDL( High-density lipoprotein) .................................... 25
  2.5 Colesterol VLDL (Very low-density lipoprotein) ............................ 25
  2.6 Aterosclerose ............................................................................... 26
  2.7 Hipertensão arterial ...................................................................... 27
  2.8 Hiperinsulinemia ........................................................................... 27
  2.9 Diabetes Mellitus Tipo II ............................................................... 28
  2.10 Distúrbios Psicossociais ............................................................. 28
  2.11Apnéia do Sono ........................................................................... 29
  2.12 Alterações Dermatológicas ......................................................... 29
  2.12 Distúrbios Respiratórios ............................................................. 31
  2.13 Complicações Hepáticas e Gástricas ......................................... 31
  2.14 Sistema imunológico .................................................................. 32
  2.15 Esteatose hepática ..................................................................... 32
3 DIAGNÓSTICO................................................................................... 33
  3.1 IMC ............................................................................................... 33
  3.2 Circunferência Abdominal: ........................................................... 35
4 MÉTODOS LABORATORIAIS ............................................................ 36
5 TRATAMENTO ................................................................................... 37
  5.1 Plano Alimentar (Dieta) ................................................................ 37
  5.2 Atividade Física ............................................................................ 39
  5.3 Tratamento Farmacológico ........................................................... 40
6 APOIO MULTIPROFISSIONAL .......................................................... 42
7 PREVENÇÃO ..................................................................................... 43
8 ATUALIDADES E ESTATISTICAS ..................................................... 44
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 46
REFERENCIAS BILIOGRAFICAS ......................................................... 47
12


                                INTRODUÇÃO




        A obesidade vem sendo detectada nos últimos anos como uma
verdadeira epidemia mundial, segundo a Organização mundial de saúde
(OMS), isto está atingindo cada vez mais a família e comunidade de famílias e
adolescentes. A elevada taxa de sobrepeso e obesidade está sendo um motivo
de preocupação para estudiosos da saúde pública, e por esse motivo
pesquisas são realizadas a respeito de prevenção, causas e tratamentos.
        Uma pesquisa feita pela OMS, no início dos anos noventa, estimou-se
que 18 milhões de crianças, menores de cinco anos, foram classificadas
obesas. A grande preocupação é o impacto econômico global, que esses
futuros adultos podem causar (SOARES E PETROSKI, 2003).
        A obesidade é uma desordem multifatorial e crônica, e está presente
em todas as faixas etárias, em países desenvolvidos e em países em
desenvolvimento, ela é associada a várias alterações metabólicas e ao
aumento do risco cardiovascular, diminuindo assim a expectativa de vida.
Quando se fala em obesidade, pode-se dizer que ela é caracterizada pelo
acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo, oriundo da causa
multifatorial, como suscetibilidade genética, sexo, idade, ocupação, raça, dieta,
fatores ambientais, ou seja, a obesidade é uma enfermidade crônica que vem
acompanhada     de múltiplas    complicações,    caracterizada   pelo   acúmulo
excessivo de gordura, segundo o Conselho Latino Americano em Obesidade
(SOARES E PETROSKI, 2003).
Pode haver três períodos críticos da vida, onde ocorre o aumento do número
de células adiposas, que são: o último trimestre da gravidez, pois os hábitos
nutricionais da mãe durante a gravidez pode modificar a composição corporal
do feto em desenvolvimento; o primeiro ano de vida e o surto de crescimento
da adolescência, sendo conhecida como (hiperplásica), ela se manifesta na
infância, causada pelo aumento do número de células adiposas no organismo,
aumentando à dificuldade da perda de peso, gerando uma tendência natural a
criança obesidade, permanecer obesa futuramente. Quando a obesidade é
(hipertrófica) esta pode se manifestar ao longo de qualquer fase da vida adulta,
e isso acontece pelo aumento do volume das células adiposas (SOARES E
13


PETROSKI, 2003).
        As variações contínuas em altura e massa muscular relativa mostram
que a obesidade não pode ser avaliada somente pelas medidas de peso,
principalmente quando se trata de crianças e adolescentes, para estar
avaliando a obesidade na infância (até 10 anos) o método mais utilizado é a
relação peso/estatura, e o IMC é feito, peso em quilograma, dividido pela altura
em metros quadrado, é uma medida útil de adiposidade, pois levam em
consideração as variações na altura. Lembrando que são considerados obesos
aqueles indivíduos com a porcentagem de peso ideal acima de 120%, de
acordo com os dados de referências sobre hábitos alimentares errôneos,
genética, o estilo de vida familiar, condição socioeconômica, fatores
psicológicos e etnia, pois todos esses fatores fazem parte da obesidade
(SOARES E PETROSKI, 2003).
        Fisberg (2005) afirma que o aumento da obesidade em lactentes é
resultado de um desmame precoce e incorreto, de erros alimentares no
primeiro ano de vida. As mães abandonam de forma precoce o aleitamento
materno, substituindo por alimentação com excesso de carboidratos, em
quantidades superiores que as necessárias para seu crescimento e
desenvolvimento. De acordo Rodrigues (1998), a superalimentação do bebê
pode ser importante no início da obesidade infantil, comprovando que bebês
alimentados com fórmulas artificiais, são mais pesados do que os que foram
alimentados em seio materno.
        Algumas alterações metabólicas importantes, que são consideradas
fatores de risco para a doença arterial coronariana (DAC), como a
dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina e intolerância a glicose,
facilitam o aparecimento de Diabetes Mellitus tipo II, provocando alteração no
sistema circulatório e cardíaco (FISBERG, 2005).
        A Hiperinsulina e resistência à insulina são bem conhecidas como
concomitantes da obesidade. Os pacientes obesos têm valores de glicemia de
jejum significativamente maiores do que em indivíduos do mesmo sexo e idade
sem excesso de peso, é menor a captação e a utilização de glicose nos
tecidos, devido a resposta dos tecidos periféricos a insulina estar diminuída
(FISBERG, 2005).
        Na obesidade infantil, na adolescência e tanto futuramente uma das
14


complicações que podem surgir são essas e os riscos da obesidade futura. Por
esse motivo os pais devem acompanhar e orientar a criança desde sempre,
para que a criança não desenvolva obesidade. Hoje em dia as causas da
obesidade infantil são muitas, sendo algumas delas: a má alimentação,
motivação errada por parte dos pais, falta de sono da criança, sedentarismo,
desmame precoce (FISBERG, 2005).
        Existe vários fatores etiológicos, que por sua vez influenciam o
comportamento alimentar, entre eles os externos (unidade familiar e suas
características, valores sociais e culturais, alimentos rápidos e manias
alimentares), e fatores externos (necessidades e características psicológicas,
imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências
alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO, 2004).
        Hoje muitas soluções podem ajudar na obesidade infantil, como o
tratamento, atividade física, dieta, papel dos pais no tratamento e para Soares
e Petroski (2003) a prevenção não deve ser só por parte da criança, mais um
acompanhamento de familiares e apoio da equipe de multiprofissionais que
possam auxiliar a criança.
        O presente trabalho tem como objetivo avaliar fatores que influenciam
na obesidade infantil, bem como as alterações metabólicas decorrentes do
excesso de peso nesta faixa etária, realizando uma abordagem geral da
obesidade infantil.
15




1 OBESIDADE




         Atualmente, a obesidade é um dos problemas mais graves da saúde
publica, na vida adulta e na infância e adolescência. É considerada pela OMS
uma epidemia global, tanto em países desenvolvidos quanto nos em
desenvolvimentos, gerando cada vez mais riscos para saúde, (LEMOS;
MARTINS E CAVALCANTE, 2007).
         A obesidade é multifatorial, influenciada por suscetibilidade genética,
sexo, idade, ocupação, raça, dieta e fatores ambientais, segundo Fisberg
(2005). Conceitualmente ela é classificada como um acúmulo de tecido
gorduroso, localizado por todo o corpo, que na maioria das vezes é causado
por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais
(FISBERG, 2005).
         Coutinho (1998) define obesidade como uma enfermidade crônica
sendo acompanhada por múltiplas complicações, caracterizada pelo excesso
de gordura corporal.
         Um fator importante dentro das causas da obesidade é que mais de
95% das pessoas que desenvolvem obesidade por causa nutricional é
denominada simples ou exógena, que é multicausal derivada do desequilíbrio
entre a ingestão e o gasto calórico, assim com orientação alimentar e
mudanças de hábitos como otimização da atividade física são suficientes, e o
restante 5%, segundo Fisberg (2005), seriam obesos denominados endógenos
ou primária que se deriva de problemas hormonais, por exemplo: alteração do
metabolismo,     tireoidiano,   hipotálamo-hipofisário   e   tumores   como   o
craneofaringeoma e as síndromes genéticas (FISBERG, 2005; MELLO et al.,
2004).
         A obesidade é uma doença que pertence ao grupo de doenças
Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), mais mesmo assim gera aspectos
polêmicos quanto a sua denominação, sejam como doenças não infecciosas,
crônico-degenerativas ou doenças crônicas não transmissíveis, sendo esta
última a conceituação atualmente mais utilizada (PINHEIRO; FREITAS;
CORSO, 2004).
16


        Entretanto a obesidade não é mais apenas um problema estético, que
incomoda apenas pela causa da “zoação” de colegas, mais a preocupação
devido ao excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas
de saúde. E segundo Ferriani (2005) ela vem-se tornando uma epidemia no
mundo inteiro, atingindo todas as faixas etárias e de todos os estratos sociais.
A incidência de adolescentes obesos brasileiros tem aumentado muito nos
últimos anos no Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos,
independente da classe social (FERRIANI et al., 2005).




1.1 Obesidade Infantil




                  Figura 1: Crianças obesas
                  Fonte:http://emagrecercultiveessaidia.blogspot.c
                  om.br/2011/10/obesidade-infantil-um-     assunto-
                  serio.html


        A obesidade infantil é considerada um problema tão antigo quanto nos
primeiros passos do ser humano no mundo, e estudos bastante complexos
17


estão sendo acompanhados desde a criação do homem, para lidar com uma
doença relacionada com o prazer humano, o “prazer de comer”, torna-se muito
difícil, (FISBERG, 2005).
          Há muitos anos a obesidade infantil, está sendo pesquisada por
estudiosos no mundo inteiro, e é considerada a doença nutricional que mais
cresce no mundo e a de mais difícil tratamento (Fisberg, 2005). É considerada
nos países desenvolvidos segundo Rodrigues (1998) uma doença crônica e um
problema na saúde pública.
          De acordo com A OMS, citada por Lauer e Clarke (1990) apud Ferriani
et al., (2005) quinze milhões de crianças e jovens no Brasil são obesos,
significando que mais de 15% da população infanto juvenil possui peso
corporal em excesso.
          A obesidade é uma condição que afeta cada vez mais crianças, e está
relacionada a vários fatores, como hábitos alimentares, atividades física,
fatores    biológicos,   de   desenvolvimento,   doenças   comportamentais   e
psicológicas (FISBERG, 2005).
          Em função do crescimento do sedentarismo, (as crianças estão mais
tempo em frente à televisão e jogos de computador, em vez de praticar
esportes físicos) e em relação a hábitos alimentares inadequados (maior apelo
comercial, incluindo o consumo dos chamados lanches rápidos “fastfoods”
doces e guloseimas), aumentando assim a morbimortalidade por doenças
cardiovasculares (DCV), devido ao crescimento da população infantil obesa
seguido com a população adulta (RODRIGUES, 1998; KOCHI e MONTE, 2006;
FISBERG, 2005; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; TRICHES e GUGLIANE,
2005).
          Quando a criança é obesa, frequentemente elas são discriminadas por
amigos, levando-as ao isolamento e a inibição. Segundo Fisberg e Bacella
adolescentes     obesos apresentam      quatro vezes mais     comportamentos
depressivos quando comparados a adolescentes, exibindo baixa auto-estima e
comprometimento da auto-imagem, gerando problemas psicológicos, sociais e
econômicos quando na fase adulta (FISBERG, 2005).
18




1.2 Etiologia da Obesidade Infantil




         No Brasil, muitos estudos têm apresentado um crescente aumento na
prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. E mesmo
com o aumento acentuadamente nas últimas décadas em todo o mundo em
todas as faixas etárias, a obesidade continua sendo um problema para saúde
pública, apesar da existência de relatos a partir da Era Paleolítica sobre
“homens corpulentos”, pois a prevalência de obesidade nunca se apresentou
em grau epidêmico como na atualidade (PINHEIRO; FREITAS E CORSO
2004).
         Para Monteiro e Conde (1999), os perfis nutricionais da população
brasileiros estão associados ao processo de transição nutricional, e com isso
houve uma redução na desnutrição infantil e um aumento no sobrepeso e
obesidade.
         No entanto existe vários fatores que influenciam o comportamento
alimentar, sendo um deles os fatores externos, (unidade familiares suas
características, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos e manias
alimentares) e os fatores internos (necessidades e características psicológicas,
imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências
alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO; LUFT; MEYER,
2004).
         Vários estudos demonstram que principalmente os estilos de vida
sedentários associados a hábitos alimentares inadequados das pessoas são
determinante do processo de obesidade (WHO, 1998; BOUCHARD, 2003).


1.3 Epidemiologia




         De acordo com a literatura, a ocorrência da obesidade em todas as
faixas etárias tem se dado de forma bastante preocupante e importante
(Accioly; Sauders; Lacerda 1998; Rodrigues, 1998), porém Mello, (1998) relata
19


que a obesidade ocorre mais frequentemente no primeiro ano de vida, entre
cinco e seis anos e na adolescência (MELLO, LUFT, MEYER, 1998).
       Estudos mostram que nos Estados Unidos da América (EUA), há um
crescimento assustador do número de crianças obesas, chegando atingir cerca
de um quarto da população infantil (RODRIGUES, 1998).
       Já no Brasil, comparando com os dados do Estudo Nacional da Defesa
Familiar (ENDEF), realizado em 1974 e 1975, com os dados da Pesquisa sobre
Padrões de Vida (PDV), realizada em 1996 e 1997, verificou-se um aumento na
prevalência de sobrepeso e obesidade de 4,1% para 13,9% em crianças e
adolescência de 2 a 17 anos na região Sudeste (RODRIGUES, 1998).
       Para Leão essa situação pode ser atribuída em parte, devido ao
acesso aos alimentos industrializados, que acompanha a urbanização
juntamente com a falta de informação adequada, induzindo erros alimentares,
como o aumento do consumo de alimentos ricos em sal e gorduras (LIMA
ARRAIS, PEDROSA, 2004; LEÃO et al., 2003).
       Comparando com o percentual de crianças brasileiras obesas serem
irrisório em relação às americanas, para Rodrigues (1998), o Brasil pode ser
considerado, como dois “Brasis”: o país da miséria, pois cerca de um terço das
famílias brasileiras (36,8%) vivem abaixo da linha da pobreza, conseguindo
sobreviver com até meio salário mínimo, e também o país de maior nível
econômico, onde as principais causas de óbitos são as doenças crônico-
degenerativas, conhecidas como doenças de primeiro mundo, apresentando
um percentual de adultos obesos, em que a associação com as doenças
cardiovasculares é evidente.
       Entretanto o Brasil está mudando o seu perfil epidemiológico e se essa
tendência nutricional não mudar e continuar no século XXI haverá uma
expansão das doenças crônico-degenerativas (RODRIGUES, 1998).


1.4 Fatores que Influenciam na Obesidade




       A obesidade é uma doença complexa com etiologia multifatorial e
conseqüências metabólicas heterogênea. Há um desequilíbrio crônico entre a
energia ingerida e consumida (FISBERG, 2005).
20


          Crianças e adolescentes obesos sofrem de co morbidades que afetam
quase todos os sistemas do organismo. Os efeitos imediatos são os problemas
sociais e psicológicos, outros são os efeitos em longo prazo que inclui o
aparecimento de fatores de risco para doenças Cardiovasculares e Diabetes
Mellitus tipo II (FISBERG, 2005).
          Na infância alguns fatores são determinantes para o estabelecimento
da obesidade como: o aumento do ganho gestacional; o desmame precoce e a
introdução inadequada de alimentos complementares, o emprego de fórmulas
lácteas    inadequadamente     preparadas,    distúrbio   de   comportamentos
alimentares e inadequada relação familiar (FISBERG, 2005).
          Em avaliações clínicas de criança e adolescentes obesos existem
alguns fatores de risco que devem ser analisados e considerados como:
          Fatores familiares é o fator de risco mais importante pela soma da
influencia genética e dos fatores ambientais. O risco de a criança ser obesa é
de 80% quando os pais são obesos, de 50% quando o pai ou a mãe são
obesos e de 9% quando os pais não são obesos (FISBERG, 2005).
          Gram e Col (1981) relata que se somente quatro membros na família
fosse obeso, a proporção da criança ser obesa seria de 3,2% para meninos e
de 5,4% para meninas. No entanto se toda família fosse obesa está proporção
sobe para 27,5% do sexo masculino e de 24,1% no sexo feminino. Esse
período constitui-se pelo consumo de alimentos de fórmulas lácteas mal
utilizadas. Distúrbio de comportamento alimentar e a inadequada relação
familiar são alguns fatores determinantes para a obesidade infantil.
          Alguns fatores que influenciam na obesidade, são o desmame precoce;
a inatividade física; e a mídia e família, e em relação ao desmame precoce,
Fisberg (2005) afirma que o aumento da obesidade em lactentes é resultado de
um desmame precoce e incorreto, e de erros alimentares no primeiro ano de
vida das crianças, abandonando o aleitamento materno e substituindo-o por
alimentos com excesso de carboidratos, em quantidades superiores que as
necessárias para o crescimento e desenvolvimento.
          Para Rodrigues (1998) a superalimentação do bebê é importante no
início da obesidade infantil, mais é constatado que os bebês alimentados com
fórmulas artificiais são mais pesados do que os que foram alimentados em seio
materno, então neste caso é correto que a mãe alimente o seu filho no seio
21


mais ou menos até o sexto mês para não prejudicar o peso da criança. Outro
fator que prejudica bastante na obesidade infantil é a inatividade física, que
vem se tornando um grande vilão na gênese da obesidade, e estudos
confirmam que uma diferença de 2% na ingestão energética em relação ao
gasto, por um período de 10 anos, pode acumular 20 kg de gordura corporal
(RODRIGUES, 1998).
       Em relação ao sedentarismo na infância e adolescência destaca-se o
hábito de ver televisão, o uso de videogames, computadores, controles
remotos e automóveis. A televisão e os computadores se tornaram um dos
maiores aliados da obesidade, fazendo com que a criança e adolescente tenha
um menor gasto energético, diminuindo a atividade física, e associado com o
consumo de alimentos, freqüentemente a criança come na frente da televisão e
as grandes partes das propagandas oferecem alimentos não nutritivos e rico
em calorias, aumentando assim a obesidade infantil (RODRIGUES, 1998).
       Além disso, o papel que influencia na alimentação da criança é a mídia,
esta relacionada com o pedido das crianças, os seus pais, na compra de
alimentos influenciada por propagandas na televisão, sendo esses alimentos
ricos em gorduras e açúcares, e há a divulgação dos conhecidos “fastfood” no
qual seus alimentos contêm um alto valor calórico.A obesidade vem tornando-
se um problema de saúde pública agravada pelo fato de a TV exercer grande
influência sobre os hábitos alimentares e promover o sedentarismo, em vez de
ensinar o hábito alimentar correto e saudável (RODRIGUES, 1998).
22


2 ALTERAÇÕES METABÓLICAS




       As conseqüências das alterações metabólicas que ocorrem na
obesidade podem ser muito extensas e intensas, além de muito variadas
atingindo praticamente todos os sistemas orgânicos. A obesidade infantil tem
como principal risco na saúde a elevação de triglicérides e do colesterol,
alterações ortopédicas, dermatológicas e respiratórias. Na maioria das vezes
as alterações metabólicas são mais evidentes na vida adulta, no entanto cada
vez mais precocemente em crianças e adolescentes apresentam associação
de resistência insulínica, hipertensão e dislipidemias, aproximando o risco
cardiovascular desta faixa etária (FISBERG, 2005).
       A obesidade instalada no final da infância e no início da adolescência
pode trazer conseqüências funestas para o indivíduo no futuro, ocorrendo
principalmente o início de placas ateromatosas, arteriolares e arteriais,
substrato para aterosclerose, que surgirá mais precocemente nestes
indivíduos, que estão sujeitos a outros fatores de risco também como
dislipidemias, o tabagismo, a hipertensão arterial, o estresse e o sedentarismo
(FISBERG, 2005).
       Portanto em relação aos estados mórbidos, relacionado à obesidade
pediátrica, o mais importante deles é a manutenção do excesso de peso na
vida adulta, ou seja, a continuidade da doença (FISBERG, 2005).




      Figura 2: Conseqüências da obesidade infantil.
      Fonte: http://www.comerparacrescer.com/2012/09/consequencias-da-obesidade-infantil/
23


2.1Triglicérides




       As triglicérides são definidas como um tipo de gordura que circula no
sangue, fazendo parte das lipoproteínas junto com o colesterol e os
fosfolipídios. Seu aumento favorece a aterosclerose e conseqüentemente o
infarto do miocárdio e a apoplexia (PINHEIRO, 2004).
       Na obesidade infantil a um aumento dos níveis de triglicérides que é
produzido pelo fígado isso faz com que ocorra um aumento também nos níveis
de VLDL-C, ocasionando problemas cardíacos, pois eles colaboram nas
formações de placas de gorduras nas artérias, o que impede tanto o
fornecimento de sangue para o coração quanto para o cérebro. A
hipertrigliceridemia, nome que se dá ao aumento dos triglicerídeos no sangue,
também é fator de risco para aterosclerose, principalmente se associados a
níveis baixos de HDL (FISBERG, 2005).
       Níveis elevados de triglicérides podem causar doenças como diabetes,
hipotireoidismo, doença renal ou doença hepática. E crianças e adolescentes
com altos níveis de triglicérides têm fatores de risco como níveis elevados de
LDL e baixo níveis de HDL. O nível de triglicérides saudável é inferior a 150
mg/mL (FISBERG, 2005).




2.2 Colesterol




       É um tipo de lipídeo (gordura) produzido em nosso organismo, que tem
a função essencial de produção de hormônio e vitamina D. E quando ocorre o
excesso de colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de
desenvolver doenças cardiovasculares. E existem dois tipos de colesterol no
nosso sangue, conhecido como lipoproteínas de alta densidade (HDL) e de
baixa densidade (LDL) (PINHEIRO, 2004).
24


              Tabela 1: Valores normais de referencia dos lipídeos sanguíneos




              Fonte:http://www.portalendocrino.com.br/doencas_colesterol.shtml




2.3 Colesterol LDL (Low-density lipoprotein)




       Conhecido como colesterol “ruim” ele pode se depositar nas artérias e
causar seu entupimento. O colesterol LDL representa a fração de colesterol
que circula na corrente sanguínea ligada a lipoproteínas plasmática de baixa
densidade, esta definida como mau colesterol, uma vez que as lipoproteínas
plasmáticas de baixa densidade transportam o colesterol do fígado para a
corrente sanguínea, favorecendo a sua acumulação nos órgãos e tecidos
(PINHEIRO, 2004).
       Na obesidade infantil há o aumento dos níveis de colesterol LDL, com
isso existe um maior risco para o desenvolvimento de doenças ateroscleróticas
(ESCRIVÃO et al., 2000).
       Os níveis de LDL devem ser baixos, e para que esses níveis
permaneçam baixos, o adolescente deve evitar alimentos ricos em gordura
saturada, colesterol e calorias em excesso aumentarem o exercício e manter
um peso saudável (ESCRIVÃO et al., 2000).
25


2.4 Colesterol HDL (High-density lipoprotein)




         Conhecido como colesterol “bom” retira o excesso de colesterol para
fora das artérias, impedindo o seu depósito diminuindo a formação da placa de
gordura (PINHEIRO, 2004).
         O colesterol HDL representa a fração do colesterol que circula na
corrente sanguínea ligada a lipoproteínas plasmáticas de alta densidade, é
definido como bom colesterol, uma vez que os níveis elevados desse tipo de
colesterol esta relacionados com a diminuição de risco cardiovascular
(PINHEIRO, 2004).
         Na obesidade infantil há diminuição nos níveis de HDL colesterol
aumentando mais o risco para doenças ateroscleróticas por se tratar de fração
antiaterogênica (ESCRIVÃO et al., 2000).




2.5 Colesterol VLDL (Very low-density lipoprotein)




         O VLDL é uma subclasse de lipoproteína, produzido no fígado a partir
de colesterol e apoliproteinas. Na corrente sanguínea, o colesterol VLDL é
convertido em LDL, mau colesterol (PINHEIRO, 2004).
         Na obesidade infantil o VLDL contribui para doenças cardiovasculares
devido ao excesso de colesterol depositado nas paredes dos vasos
sanguíneos, formando as placas de ateroma (aterosclerose) (ESCRIVÃO et al.,
2000).


Tabela 2: Alimentos que ajudam a combater o colesterol

Alimentos                       Preferir                             Evitar
   Peixes,
                                                         Carnes gordurosas,
carnes, aves   Peixes, frango sem pele, carnes
                                                          vísceras (fígado,
 e frutos do magras. Retirar toda a gordura visível.
                                                        coração), embutidos.
     mar
                                                       Leite e iogurte integrais,
  Leite e         Leite e iogurte desnatado, queijo
                                                          queijos amarelos,
 derivados                 branco ou ricota.
                                                              cremosos.
26


                             Clara de ovo.
    Ovos                                                             Gema de ovo.
                      Receitas: duas claras = 1 ovo
  Frutas e
                        Frutas e verduras frescas.              Verduras na manteiga
  verduras
                                                                 Massas de bolo com
                                                                gema de ovo, sorvetes
                  Massas de bolo sem gema de ovo, e              com leite, doces com
   Doces
                           doces de frutas.                       coco, chocolate, e
                                                                       chantilly.

                    Pães pobres em gordura, cereais
                                                                  Pães com recheio,
   Paes,         integrais (aveia, trigo, farelo), massas
                                                                 manteiga, croissants,
  cereais e         sem gema de ovo, grão de bico,
                                                                bolachas, massas com
    grãos         feijão, ervilha, lentilha, batata, arroz,
                                                                    gema de ovo.
                                 mandioca.
                                                                Frituras, manteiga, óleo
 Gorduras,                                                       de coco e de dendê,
                    Margarinas, óleos vegetais (soja,
  óleos e                                                     maionese, gordura animal
                    milho, canola e azeite de oliva).
  molhos                                                      (toucinho, banha), molhos
                                                                  com creme de leite.
Fonte: http://www.cirurgiadaobesidademorbida.com.br/obesidadeinfantil/obesidadeinfantil.htm




2.6 Aterosclerose




         É uma doença das artérias, caracterizada pelo desenvolvimento de
lesões gordurosas, conhecidas como placas ateromatosas localizada na
parede arterial interna, tem inicio na infância, antes do surgimento de suas
manifestações clinicas (GUYTON, 1992).
         Inicialmente, ocorre o deposito de colesterol e ésteres de colesterol na
íntima das artérias musculares, formando (acúmulo de lipídios na intima das
grandes artérias), e nesse período de adolescência, algumas estrias acumulam
e começam a desenvolver uma capa fibromuscular, formando uma lesão (placa
fibrosa), e com o tempo essas placas aumentam e começa o processo de
calcificação, hemorragia, ulceração e trombose da placa, assim manifestando
clinicamente a doença (infarto do miocárdio, doença vascular periférica)
(FISBERG, 2005).
         Elevadas concentrações de VLDL e o LDL estão associados à
deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos, levando à formação de
27


placas de colesterol. Quando nosso corpo tem mais colesterol do que precisa,
as moléculas de LDL ficam circulando no sangue à procura de algum tecido
que esteja precisando de colesterol para o seu funcionamento (FISBERG,
2005).
         Se este colesterol não for entregue a nenhum tecido, a molécula de
LDL acaba se depositando nos vasos, acumulando gordura nos mesmos. Este
processo é chamado de aterosclerose (FISBERG, 2005).


2.7 Hipertensão arterial




         Os mecanismos que promovem o aparecimento da hipertensão ainda
não são bem conhecidos. Tanto a pressão sistólica como a diastólica aumenta
com o aumento do índice de massa corporal. Um mecanismo responsável pelo
aumento da pressão arterial na obesidade é a diminuição da excreção de
sódio, causado pelo hiperinsulinismo (ESCRIVÃO et al., 2000).
         Entre as causas que favorecem complicações cardiovasculares e
cerebrovasculares na obesidade infantil a hipertensão arterial é a principal
(FISBERG, 2005).




2.8 Hiperinsulinemia




         Hiperinsulinemia são níveis excessivos de insulina circulante no
sangue, causado devido à resistência insulínica. O termo resistência insulínica
acontece devido a baixa sensibilidade dos tecidos a ação da insulina, deixando
o organismo menos sensível a ação da insulina e não agindo de forma
adequada. E dessa forma o pâncreas sintetiza e libera quantidades maiores de
insulina, causando a hiperinsulinemia (ESCRIVÃO et al., 2000).
         A hiperinsulinemia é outra alteração metabólica encontrada na
obesidade infantil e que esta relacionada com a porcentagem de gordura
corporal. Os riscos séricos de insulina em jejum diminuem quando associada
com a perda de peso e restrição calórica. O encontro de hiperinsulina basal e
28


pós-sobrecarga de glicose, com glicemia normal ou aumentada, sugere à
resistência a insulina (ESCRIVÃO et al., 2000).




2.9 Diabetes Mellitus Tipo II




         O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada por
hiperglicemia persistente (Papelbaum et al., 2007). Já na obesidade está
vinculada com hipertrofia das células Beta, com o número de receptores de
insulina diminuídos e defeito pós receptor, contribuindo para uma maior
resistência a ação periférica e um esgotamento do pâncreas endócrino,
levando a surgir a diabetes mellitus tipo II (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA,
1998).
         A diabetes mellitus tipo II conhecido com diabete mellitus não
dependente de insulina é um distúrbio metabólico caracterizado pelo elevado
nível de glicose no sangue, causada pela resistência a insulina. A diabete tipo II
corresponde a 90% dos casos de diabetes. (ACCIOLY; SAUNDERS;
LACERDA, 1998).




2.10 Distúrbios Psicossociais




         Os   distúrbios psicológicos   são frequentemente observados na
obesidade infantil, diminuindo a qualidade de vida e aumentando o número de
respostas emocionais. Esses distúrbios acometem pelo excesso de peso, e
consequentemente      seus    problemas    psicológicos    contribuem    para   o
aparecimento de obesidade exógena. Esses distúrbios psicossociais também
incluem a discriminação social e isolamento; afastamento de atividades sociais
e dificuldades de expressar seus sentimentos, fazendo com que a pessoa
obesa sinta vergonha de si própria. Em relação a esses transtornos
psicológicos pode causar problemas como a discriminação pela sociedade,
29


levando a uma maior vulnerabilidade a depressão, fazendo com que a pessoa
procure por alimentos e afastamento de atividades sociais. Normalmente essa
rejeição começa na idade pré-escolar, afetando a desempenho escolar e
relacionamentos e fazendo com que ela se sinta discriminada (FISBERG, 2005;
ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002; FERREIRA, 2005).




2.11Apnéia do Sono




        O sono é uma necessidade vital, e é definida como um estado
fisiológico normal, com modificação do nível da consciência que duram em
media oito horas. As conseqüências dos distúrbios do sono esta relacionada à
qualidade de vida das crianças (TURCO et al., 2011).
        A falta de sono total ou crônica na criança resulta em alterações
endócrinas e metabólicas, isso faz com que aumentam o risco de sobrepeso e
obesidade (TURCO et al., 2011).
        A queda do volume de reserva expiratória do pico máximo de
ventilação voluntaria, a redução dos volumes e da complacência da caixa
torácica acaba por desencadear hipercapnéia e hipoxemia, levando a apneia e
aos distúrbios do sono como: ronco, sono entre costado e sonolência diurna
em obesos mórbidos (TURCO et al., 2011).
        Nas formas graves de obesidade pode ocorrer a síndrome de Pickwik,
caracterizada por hipoventilação, sonolência diurna e apnéia do sono
(ESCRIVÃO et al., 2000).




2.12 Alterações Dermatológicas




        As alterações dermatológicas são mais comuns o aparecimento de
estrias, pele frágil nas regiões das dobras e escurecimento na pele das axilas e
pescoço, entre outros. (ESCRIVÃO et al., 2000).
30




Figura 3: Alterações Dermatológicas causada pela obesidade.
Fonte: www.mdsaude.com/2012/06/ovário-poliastico.html




Figura 4: Acantose Nigricante
Fonte:www.saudemedicina.com/acantose-doença-de-pele
31




          Figura 5: Acantose Nigricante e hirsutismo
          Fonte:angraderme.blogspot.com.br/2010-09-05-archive.html.




2.12 Distúrbios Respiratórios




       Os distúrbios respiratórios também podem ocorrer na obesidade
infantil, sendo o mais freqüente a presença de tosse, esforço respiratório,
hiperpnéia e maior probabilidade para infecções do trato respiratório inferior.
Esses problemas ocorrem devido às alterações da função ventilatória, em
conseqüência do acúmulo de gordura nas costelas, nos espaços intercostais,
no diafragma e no parênquima pulmonar (FISBERG, 2005).




2.13 Complicações Hepáticas e Gástricas




       As complicações hepáticas e gástricas podem ocorrer em decorrência
da obesidade, podendo apresentar refluxo gastroerofageano e distúrbios do
32


esvaziamento gástrico, por conseqüência do aumento da pressão intra-
abdominal determinada pelo aumento de gordura nessa região (FISBERG,
2005).




2.14 Sistema imunológico




         O sistema imunológico também é comprometido com a obesidade, pois
o excesso de lipídio altera a composição celular, determinando disfunções que
acarretam respostas deficientes diante das agressões infecciosas (FISBERG,
2005).




2.15 Esteatose hepática




         A esteatose hepática é umas das diversas alterações metabólica que a
obesidade provoca na saúde da criança. A esteatose hepática é definida
gordura no fígado. Mais de 70% dos pacientes com esteatose hepática são
obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco (PINHEIRO, 2004).
         Nosso fígado possui normalmente pequenas quantidades de gordura,
que compõe cerca de 10% do seu peso. Quando o acúmulo de gordura excede
esse valor, estamos diante de um fígado que está acumulando gordura dentro
do seu tecido (PINHEIRO, 2004).
33




3 DIAGNÓSTICO




          A definição de obesidade em crianças e adolescentes ainda não
apresenta consenso na literatura, mais o ideal para avaliação do estado
nutricional seria a utilização de medidas, identificando a quantidade de gordura
corporal, pois a relação entre peso e estatura nessa idade nem sempre mostra
um bom indicativo para este fim, mais, no entanto o índice de massa corpórea
(IMC), para idade e sexo, tem sido um dos métodos mais utilizado para
estimativa de sobrepeso e obesidade (FISBERG, 2005).




3.1 IMC




          Ainda há preferência pelo IMC, devido ao baixo custo e a simplicidade
de realizar as medidas, esta é a forma mais útil de avaliar a quantidade relativa
de gordura corporal em crianças e adolescentes.
          Para verificar se o peso da pessoa está acima do normal, esse método
deve ser aplicado dessa forma:
          IMC= Peso (Kg)  Estatura (m)²
Os principais problemas em relação ao IMC é a baixa correlação com a
estatura, pois esta pode não refletir o real da adiposidade na infância, devido
às crianças gordas ser altas e com maturação sexual precoce. Entretanto o
IMC é mais utilizado para acompanhamento clínico individual básico e para
pesquisa clínica, embora não especifique os compartimentos corpóreos, nem
pequenas variações no acompanhamento, é limitado para crianças com idade
superior a seis anos, devido à referência utilizada dos percentis (RODRIGUES,
1998).
34




Figura 6: Peso Ideal para criança.
Fonte: http://www.hamzo.com.br/bemestar.htm




    Figura 7: Tabela de valores de referência do IMC
    Fonte: http://www.hamzo.com.br/bemestar.htm
35




3.2 Circunferência Abdominal:




       O perímetro da cintura é medido com fita métrica ao nível do umbigo,
com a criança em expiração, com percentil 90, para sexo e idade.
       A medida máxima deve ser:
       - Homem até 90 cm
       - Mulher até 80 cm




      Figura 8: Como medir circunferência abdominal
      Fonte:http://cuitepbonline.blogspot.com.br/2012/02/dica-de-saude-com-josy-
      cavalcanti.html
36




4 MÉTODOS LABORATORIAIS




       Esse é um método mais preciso e aprimorado na identificação da real
composição corporal dos indivíduos, mas muitos deles são invasivos e de custo
elevado, o que impede a utilização na prática clínica e em trabalhos de campo
(RODRIGUES, 1998).
       Devido a MLG (Massa livre de gordura) se modificar durante ao
crescimento e desenvolvimento junto com a composição corpórea química,
pois a água corporal diminui e os elementos sólidos aumentam, deve-se
realizar esse método com muita cautela e de forma criteriosa.
       Os    métodos    laboratoriais   mais   conhecidos   são:   Hidrometria,
Espectrofotometria de potássio 40, Infravermelho próximo, Densitometria- OPA
(Dual Photon Absorptiometry) ou DEXA (Dual Energy X – Ray Absorptiometry),
Impedância Bioelétrica (BIA), Ressonância magnética, Ultra sonografia e
Tomografia Computadorizada. Essas são as técnicas que classificam e
quantificam os diferentes níveis de obesidade, possuindo um bom grau de
precisão, mas alguns deles são contra indicado para avaliação de crianças, por
terem alta dose de radiação e dificuldade técnico-operacionais (ACIOLY;
SAUNDERS; LACERDA, 1998; SOARES; PETROSKI, 2003).
37




5 TRATAMENTO




         Quando se fala de tratamento, pode-se dizer que é mais difícil na
infância do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e
disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança em
relação aos danos da obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
         As bases fundamentais para o tratamento na obesidade infantil incluem
modificações no plano alimentar, no comportamento e na atividade física
(Fisberg et al., 1995). No entanto requer conhecimentos e cuidados especiais,
pois podem trazer prejuízos, muitas vezes, irreversíveis a saúde das crianças,
tanto em nível de crescimento e desenvolvimento, quanto em nível psicológico
(RODRIGUES, 1998).
         O tratamento da obesidade deve incluir alterações gerais na postura
familiar e na criança, em relação a hábitos alimentares, tipo de vida, atividade
física e correção alimentar de longa duração. Isto deve levar em conta a
potencialidade da criança, sua idade e a participação da família e a disposição
de uma equipe multiprofissional integrada que modifique todo o seu
comportamento obeso gênico (RODRIGUES, 1998).




5.1 Plano Alimentar (Dieta)




         Na reeducação alimentar, deve ser sugeridas dietas flexíveis e que
atendam as necessidades nutricionais da criança, ou seja, os pais devem
ensinar as crianças a importância de ter um hábito alimentar correto, sem
rigidez e restrições, pois isso pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento
da criança, e assim o tratamento não terá sucesso (SOSRES E PETROSKI,
2003).
         Em uma pesquisa feita por Fernando Piscolaro e Claudia Cozer (2012),
mostram que para começar a ter uma prática saudável a mesa, os pais devem
criar um ambiente adequado para que os filhos possam ter comportamentos
38


alimentares e peso saudáveis. Além disso, quando se tem dialogo sobre o peso
ideal e suas próprias medidas corporais sobre o controle alimentar e hábitos do
filho a mesa , de preferências alimentares saudáveis ou não, categorizar os
alimentos em “bons” ou “ruins”, “proibidos” ou “permitidos”, maior será a
associação com a presença de distúrbios alimentares e corporais nos filhos.
Entretanto, alguns trabalhos analisaram que refeições em família estavam
associadas com melhores hábitos alimentares dos jovens; relatando que esses
possuem menor IMC e menor propensão ou sobrepeso; menor consumo de
drogas e álcool; melhor nota na escola; menor taxa de depressão e tentativa de
suicídio, de comportamentos desordenados de alimentação.
         Na primeira infância é recomendado que os pais forneçam as crianças
refeições e lanches saudáveis, balanceados com nutrientes adequados, e as
vezes permitindo que as crianças possam escolher a qualidade e quantidade
que elas desejam comer desses alimentos saudáveis (MELLO; LUFT; MEYER,
2004).
         No entanto é sugerido que as crianças sigam os padrões paternos, e a
família deve estar sempre envolvida no tratamento, e fazendo com que a
frequência das refeições em família, seja de qualidade e prazerosos agradando
a todos (ABESO, 2012).




  Figura 9: Pirâmide alimentar
  Fonte: G:piramide-alimentar(hotsite.brookfieldco.net.br.gif)
39


5.2 Atividade Física




        Geralmente a criança obesa é pouco hábil nos esportes, e o programa
de atividades físicas para criança obesa, implica em atividades desenvolvidas
de acordo com a capacidade individual, pois este é o fator determinante para
que haja adesão da criança ao programa, garantindo sucesso ao tratamento
(SOARES E PETROSKI, 2003).
         Alguns exercícios recomendáveis são:
        •        Exercícios aeróbicos (caminhadas, natação, ciclismo); exercícios
respiratórios;
        •        Exercícios posturais (preventivo e de manutenção);
        •        Exercícios de força e resistência;
        •        Exercícios de coordenação motora geral e especifica;
        •        Exercícios de equilíbrio.
        No entanto, a ginástica formal, realizadas nas academias é bastante
apreciada, mas é dificilmente tolerada porque é um processo repetitivo e pouco
lúdico, ou seja, não tem muita diversão em fazer exercícios repetitivos (MELLO;
LUFT E MAYER, 2004).
        Portanto, quanto se tem idéias criativas para aumentar a atividade
física, para as crianças, percebem-se mudanças na atitude da criança em
relação ao sedentarismo, exemplos dessas idéias são: jogar balão; pular corda;
caminhar na rua ou quadra; jogar bola ou outros esportivos é atividades que
não são enjoativas e que ocasiona o gasto energético, mudança de
comportamento, além de não ficar inerte por horas em uma só atividade
sedentária, como se fosse um vício (MELLO; MEYER, 2004).
40




             Figura 10: Sedentarismo na infância
             Fonte:http://blog.jasminealimentos.com/ritmo-de-aumento-da-
             obesidade-infantil-no-brasil-preocupa-medicos/




5.3 Tratamento Farmacológico




       Fisberg      (2005),   diz    que    não    é   recomendado         o   tratamento
farmacológico, pois pode atrapalhar no desenvolvimento. Escrivão et al, (2000)
afirma que a terapia medicamentosa não deve ser utilizada no tratamento de
criança obesas, devido aos efeitos colaterais das drogas e o risco de
dependência química e ou psicológica.
       Atualmente há muitos fenômenos atuantes nos mecanismos da fome e
saciedade,    uma     série   de    substâncias     que    agem     em     nível   central
(neurotransmissoras, neuromoduladoras, aminoácidos, aminos, nutrientes) e
de impulsos periféricos aferentes (nervo vago, hormônios gastrintestinais), que
atuam para aumentar ou diminuir a necessidade de alimentação (SOARES E
PETROSKI, 2003).
       Genericamente falando da ação dos anorexígenos, podemos dizer que
o principal sistema controlador da fome e do apetite é situado no hipotálamo, e
nele possui duas regiões (HALPERN, 2005).
       Ventromedial: que é responsável pela sensação de saciedade, que é
inibida por substância como a noradrenalina (por meio de receptor alfa dois) e
estimulada pela serotonina (através de receptor Beta).
41


       Região lateral: que é responsável pela sensação de fome, é inibida
pela noradrenalina via receptor Beta, deve ser salientado que além da
diminuição da ingestão calórica estas substâncias induzem também um
aumento na queima calórica.
       Já a sibutramina tem o aumento dos níveis de serotonina na região
ventromedial (aumento da saciedade) e da dietilpropiona, o fenproporex e o
mazindol através da elevação de níveis de noradrenalina/ou dopamina na
região lateral (diminui a fome) (HALPERN, 2005).
       A primeira droga a ser utilizada no tratamento da obesidade foi a
anfetamina, (1937), mas ela tem sido causadora de muitos efeitos, incluindo a
estimulação do sistema nervoso central, modificação de comportamento ,
alterações cardiovasculares e dependência física e psíquica, constituindo um
sério obstáculo na sua utilização, mas as industrias farmacêuticas têm
trabalhado no sentido de produzir drogas com o poder anorexiante nítido e
poucos efeitos colaterais (HALPERN, 2005).
       Alguns anorexígenos conhecidos são: Dietilpropiona (anfepramona);
Mazindol; Sibutramina e Fluoxetina, mais nenhum desses medicamentos
podem ser usados na obesidade infantil (HALPERN, 2005).


       Entretanto, mesmo sendo adeptos do uso de drogas para casos de
obesidade, devemos ser muito cautelosos quanto à administração de
medicamentos antiobesidade em crianças e adolescentes (HALPERN, 2005).
42



6 APOIO MULTIPROFISSIONAL


         O apoio da equipe multiprofissional é muito importante para o
tratamento da obesidade, cada profissional da área da saúde é de extrema
importância para ajudar crianças e adolescentes no período de tratamento.
Sendo que a união do paciente e equipe é essencial, pois o tratamento
geralmente é em longo prazo (ESCRIVÃO et al., 2000).
         Os profissionais avaliam o que esta levando a obesidade e as
conseqüências do excesso de peso, que esta incomodando no momento, e
geralmente nesta equipe são envolvidos profissionais como: pediatra,
nutricionistas, psicólogo e educador físico ( ESCRIVÃO et al, 2000).
         O pediatra no tratamento realiza a primeira abordagem do paciente, por
meio de consulta, por base na idade do inicio da obesidade, como ela vem se
desenvolvendo, identificando o que esta causando a obesidade, e também são
investigados doenças cardiovasculares, antecedentes de obesidade na família,
os níveis de atividades físicas que as crianças têm e exames físicos e
laboratoriais (ESCRIVÃO et al, 2000).
         Assim o pediatra com os resultados analisados passa para o
nutricionista fazer o acompanhamento, e depois o orientando a fazer uma
reeducação alimentar e a diminuir gradativamente a quantidade de alimentos
consumidos e como deve ser consumidos, respeitando os horários da
alimentação, adequada mastigação entre outros (ESCRIVÃO et al, 2000).
         Os regimes rígidos são contra-indicados, pois podem levar a perda do
tecido muscular e diminuição de velocidade de crescimento (ESCRIVÃO et al,
2000).
         O educador clínico vai indicar as atividades de acordo com as
limitações de cada paciente, orientando exercícios aeróbicos realizados
regularmente objetivando o aumento de gasto de energia e mudanças no estilo
de vida (ESCRIVÃO et al, 2000).
         O psicológico tem grande importância na equipe, fortalecendo e
mobilizando paciente para suportar o tratamento, que geralmente é lendo e de
longo prazo (ESCRIVÃO et al, 2000).
43


7 PREVENÇÃO




        A obesidade na infância está bastante relacionada com a obesidade na
vida adulta. Para Vitolo (1998), a intervenção deve ocorrer antecipadamente na
criança, antes que se instale a obesidade, quando observada mudanças na
velocidade do ganho de peso. Eles relatam ainda que quanto maior a idade da
criança e maior o excesso de peso, torna-se mais difícil a reversão do quadro.
Entretanto a prevenção deve começar cedo, relatando que possui estratégias
que devem ser realizadas junto com a equipe multidisciplinar (médico,
nutricionista e educador físico), isso podendo ser feito desde a fase
intrauterina.
        Relacionado com a prevenção, os pais juntamente com seus filhos
devem ser encorajados a ter uma alimentação saudável (o que inclui baixo
nível de gordura saturada), com horários e lugares certos para se alimentarem,
começando desde já da primeira década de vida a promover dietas saudáveis,
educação nutricional e atividades físicas, ou seja, é importante manter o hábito
de vida não sedentário; e dar ênfase que a obesidade é uma “doença” de difícil
cura, e por esse motivo todos devem lutar por sua prevenção (SOARES E
PETROSKI, 2003).




       Figura 11: Alvos em potencial para a prevenção da obesidade infantil e adolescente
       Fonte: http://www.jped.com.br/conteudo/04-80-03-173/image_05.htm
44




8 ATUALIDADES E ESTATISTICAS




        As estatísticas apontam que a obesidade infantil é a que mais cresce
no Brasil e aumenta cada vez mais nos últimos anos, dados da Pesquisa de
Orçamento Familiares 2008-2009, do IBGE apontam que em 20 anos os casos
de obesidade quase que quadriplicaram entre crianças de 5 a 9 anos,
chagando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas). “É de chorar como está
vertiginoso o aumento, como o ritmo está maior” diz a nutricionista Inês Rugani.
“A obesidade vem aumentando faz tempo entre os adultos, mas não era
observada na infância dessa forma”( IBGE, 2010).
        Pode-se dizer que a desnutrição está em processo de desnutrição no
país, mostrando que o déficit de altura, um importante indicador de desnutrição
caiu de 29,3 % (1974/75) para 7,2% (2008/09). E que as crianças com excesso
de peso de 1989 para 2009, o sobrepeso dobrou em meninos e triplicou em
meninas (IBGE, 2010).




                Figura 12: Gráfico da obesidade infantil
                Fonte: http://obesidadenainfncia.blogspot.com.br/2012/04/
                graficos-sobre-obesidade-infantil.html
45




 Figura 13: Gráfico em porcentagem de 1975 a 2002
 Fonte:http://obesidadenainfncia.blogspot.com.br/2012/04/graficos-sobre-obesidade-
 infantil.html


        Foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, que deverá
ser obrigatório a existência de assentos para obesos e de área especificas para
pessoas com deficiência em casas de diversão publica, salas de convenções,
instituição de ensino, edifícios públicos e salas de espera, facilitando a
locomoção dessas pessoas (SHIMOSAKAI, 2011).




  Figura 14: Aprovação de cadeiras para obesos
  Fonte:httpz://turismoadaptado.wordpress.com/2011/11/10/comissao-aprova-exigencia-de-
  assentos-para-obesos-e-espaco-para-deficientes/
46


9 CONSIDERAÇÕES FINAIS




        Conclui-se que a obesidade infantil vem crescendo muito nas últimas
décadas, tornando-se um importante problema para saúde pública.
        E o que vem motivando isso são as tendências de transição nutricional
que ocorre, dietas ricas em gorduras, açucares a redução de carboidratos e
fibras, ou seja, maus hábitos alimentares desde a infância até a fase adulta.
        Conseqüentemente, devido a obesidade na infância, possui muitas
causas e fatores como hipotalâmicos, metabólicos, sociais, culturais e
psicológicos, a criança ou até mesmo adulto pode desenvolver muitas doenças
como: hipertensão, hiperlipidemia, distúrbios psicossociais, Diabetes Mellitus
tipo II, esteatose hepática e complicações gástricas.
        Mas atualmente temos vários métodos para prevenção da obesidade, e
um deles é o diagnóstico que pode ser realizado pelo IMC ou métodos
laboratoriais, que ajuda a diagnosticar o grau da enfermidade do individuo.
        E o tratamento pode-se dizer que começa por dietas, atividades físicas,
comportamento, hábitos alimentares acompanhados por toda família e por
multiprofissionais, e as vezes são usados remédios, apesar de não ser
indicado, somente em crianças em obesidade mórbida, mais fora isso desde
que realize o tratamento correto, haverá um grande sucesso contra a
obesidade infantil.
        A melhor maneira de uma criança crescer saudável e não se tornar
obesa na vida adulta começa pela prevenção, sendo incentivada desde sempre
pela família e com a ajuda de multiprofissionais. A prevenção da obesidade
deve ter como foco, orientações para prática de uma alimentação saudável e
de atividade física para que a obesidade infantil não permaneça futuramente na
vida dos indivíduos.
47




REFERENCIAS BILIOGRAFICAS


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Aspectos gerais da obesidade infantil

  • 1. 0 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA THAÍS DE SOUZA FARIA ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL FERNANDÓPOLIS 2012
  • 2. 1 LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA THAÍS DE SOUZA FARIA ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Orientadora: Profª. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS 2012
  • 3. 2 LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA THAÍS DE SOUZA FARIA ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Aprovado em: ___de novembro de 20___ Banca Examinadora Assinatura Conceito Profª. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola Prof. Nayara Gomes Felix da Silva Profª. MSc. Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato Prof. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola Presidente da Banca Examinadora
  • 4. 3 Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus, pois sem ele nada seria possível, e nossos sonhos não seriam concretizados. Aos nossos pais que sempre nos deram apoio e acreditaram na realização desse trabalho. Aos nossos familiares, amigos, professores, coordenador, e a todos aqueles que nos incentivaram na busca de novas realizações e descobertas e nos ajudaram a concluir esse trabalho.
  • 5. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela força e luz que destes nessa caminhada. Aos nossos pais: Agradeço por tudo e pela força, pois sem vocês não seríamos nada e nem estaríamos conseguindo realizar esse sonho, amamos vocês. Aos nossos amigos: Agradeço aos nossos amigos, aqueles que marcaram e os que irão permanecer sempre em nossas vidas. Obrigada por tudo, por estar com nós nos dias tristes e dias felizes, nas horas difíceis a nas boas. O tempo se foi e hoje cada um segue o seu destino e direção para um futuro que tanto almejamos e que por ele todos nós lutamos. O que fica guardado são os melhores momentos e a saudade de cada um que conhecemos. Aos nossos professores: Agradeço a todos os professores que com carinho e atenção sempre se esforçaram para nos ajudar a melhorar sempre mais os nossos conhecimentos. Agradeço a nossa professora Daiane Mastrocola que pela sua bondade está nos ajudando e orientando nessa monografia, com paciência, atenção e se dedicando todo tempo que precisamos para nos ajudar. Obrigada professora por tudo que está fazendo por nós. Ao nosso coordenador: Agradeço ao nosso coordenador Reges que durante todo esse período mesmo como antes professor, muito atencioso e educado, sempre nos ajudando em tudo que precisamos. Obrigada Reges Evandro Teruel Barreto.
  • 6. 5 Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda Que Os Teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima De ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera Com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança Em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação Da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia. CONFIE SEMPRE.
  • 7. 6 RESUMO A obesidade vem sendo considerada uma epidemia mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde. Atinge todas as classes sociais e idade, considerada uma desordem multifatorial e crônica, assim ela é associada a varias alterações metabólica e a problemas cardiovasculares. A obesidade infantil afeta cada vez mais crianças, devido aos seus hábitos alimentares, suas condições de vida e sedentarismo. Hoje em dia é comum ver as crianças trocarem as atividades físicas por jogos em videogame e computadores e isso favorece a obesidade. Com a obesidade vêm os problemas de saúde que são prejudiciais a vida de uma criança, como alterações metabólicas podem ser citadas: o aumento do nível de colesterol e triglicérides, o surgimento da Diabetes Mellitus tipo II, a hipertensão arterial que favorece a riscos cardiovasculares, a hiperinsulinemia, a apnéia do sono, distúrbios respiratórios, complicações hepáticas, alterações dermatológicas e os distúrbios psicossociais. O diagnóstico da obesidade ainda não foi bem definido, mais ainda existem os métodos de medir a massa corporal de uma pessoa para verificar se a pessoa esta acima do peso. O tratamento da obesidade é de longo prazo, com isso a criança precisa de uma equipe multiprofissional, que é composta por pediatra, nutricionista, educador físico, psicológico e principalmente pelo apoio familiar. O tratamento da obesidade com medicamentos não é recomendado, pois pode atrapalhar o desenvolvimento da criança, afirma Fisberg (1995), já Escrivão et al., (2000) diz que tratamentos com medicamentos em crianças obesas causa efeitos colaterais e o risco de dependência química ou psicológica. Palavra-chave: Obesidade infantil. Causas da obesidade. Alterações metabólicas.
  • 8. 7 ABSTRACT Obesity has been considered a global epidemic, according to the World Health Organization Obesity affects all social classes and age,considered a multifactorial disorder and chronic, and it is associated with various metabolic and cardiovascular changes. Childhood obesity is increasingly affecting children due to their eating habits, their living conditions and physical inactivity. Nowadays it is common to see children by exchanging the physical activities and games on computers and video game that promotes obesity. With obesity come health problems that are detrimental to a child's life, such as metabolic changes may be cited: the increased level of cholesterol and triglycerides, the onset of diabetes mellitus type II, hypertension favoring the cardiovascular risk thehyperinsulinemia, sleep apnea, respiratory problems, liver complications, skin changes and psychosocial disorders. The obesity is not well defined, there are further methods of measuring body weight of a person to verify that the person is overweight. Obesity treatment is long term, with the child that needs a multidisciplinary team, which is comprised of a pediatrician, nutritionist, physical educator, primarily by psychological and family support. Obesity treatment with medication is not recommended as it may interfere with your child's development, says Fisberg (1995), as Clerk et al, (2000) says that drug treatments in obese children cause side effects and risk of addiction or psychological . Prevention of obesity is related to obesity is related coma obesity in adulthood, must intervene when obesity begins to notice the weight gain of the child, for when greater the child's age and his excess weight becomes more difficult to reversal of the situation. Keyword: Childhood obesity, causes of obesity, metabolic.
  • 9. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Crianças obesas 16 Figura 2. Consequências da obesidade infantil 22 Figura 3. Alterações dermatológicas causadas por obesidade 30 Figura 4. Hirsutismo 30 Figura 5. Acantose nigricante 31 Figura 6. Tabela do peso ideal da criança 34 Figura 7. Tabelas de referencia de valores do ICM 34 Figura 8. Como medir a circunferência abdominal 35 Figura 9. Pirâmide alimentar 38 Figura 10. Sedentarismo na infância 40 Figura 11. Alvos em potencia para a prevenção da obesidade na infância e adolescência 43 Figura 12. Gráfico da obesidade infantil 44 Figura 13. Gráfico em porcentagem de 1975 a 2002 45 Figura 14. Aprovação de cadeiras para obesos 45
  • 10. 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Valores normais 24 Tabela 2. Alimentos que ajudam a combater o colesterol 25
  • 11. 10 LISTA DE ABREVIATURAS OMS - Organização mundial de saúde IMC - Índice de massa corporal DAC - Doença arterial coronariana DCNT - Doenças crônicas não transmissíveis DCV - Doenças cardiovasculares MLG - Massa livre de gordura LDL - Lipoproteínas de baixa densidade HDL - Lipoproteínas de alta densidade VLDL - Lipoproteínas de muita baixa densidade ENDEF- Estudos nacionais de despesa familiar.
  • 12. 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO....................................................................................... 12 1 OBESIDADE ....................................................................................... 15 1.1 Obesidade Infantil......................................................................... 16 1.2 Etiologia da Obesidade Infantil ..................................................... 18 1.3 Epidemiologia ............................................................................... 18 1.4 Fatores que Influenciam na Obesidade ........................................ 19 2.1Triglicérides ................................................................................... 23 2.2 Colesterol ..................................................................................... 23 2.3 Colesterol LDL(Low-density lipoprotein) ....................................... 24 2.4 Colesterol HDL( High-density lipoprotein) .................................... 25 2.5 Colesterol VLDL (Very low-density lipoprotein) ............................ 25 2.6 Aterosclerose ............................................................................... 26 2.7 Hipertensão arterial ...................................................................... 27 2.8 Hiperinsulinemia ........................................................................... 27 2.9 Diabetes Mellitus Tipo II ............................................................... 28 2.10 Distúrbios Psicossociais ............................................................. 28 2.11Apnéia do Sono ........................................................................... 29 2.12 Alterações Dermatológicas ......................................................... 29 2.12 Distúrbios Respiratórios ............................................................. 31 2.13 Complicações Hepáticas e Gástricas ......................................... 31 2.14 Sistema imunológico .................................................................. 32 2.15 Esteatose hepática ..................................................................... 32 3 DIAGNÓSTICO................................................................................... 33 3.1 IMC ............................................................................................... 33 3.2 Circunferência Abdominal: ........................................................... 35 4 MÉTODOS LABORATORIAIS ............................................................ 36 5 TRATAMENTO ................................................................................... 37 5.1 Plano Alimentar (Dieta) ................................................................ 37 5.2 Atividade Física ............................................................................ 39 5.3 Tratamento Farmacológico ........................................................... 40 6 APOIO MULTIPROFISSIONAL .......................................................... 42 7 PREVENÇÃO ..................................................................................... 43 8 ATUALIDADES E ESTATISTICAS ..................................................... 44 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 46 REFERENCIAS BILIOGRAFICAS ......................................................... 47
  • 13. 12 INTRODUÇÃO A obesidade vem sendo detectada nos últimos anos como uma verdadeira epidemia mundial, segundo a Organização mundial de saúde (OMS), isto está atingindo cada vez mais a família e comunidade de famílias e adolescentes. A elevada taxa de sobrepeso e obesidade está sendo um motivo de preocupação para estudiosos da saúde pública, e por esse motivo pesquisas são realizadas a respeito de prevenção, causas e tratamentos. Uma pesquisa feita pela OMS, no início dos anos noventa, estimou-se que 18 milhões de crianças, menores de cinco anos, foram classificadas obesas. A grande preocupação é o impacto econômico global, que esses futuros adultos podem causar (SOARES E PETROSKI, 2003). A obesidade é uma desordem multifatorial e crônica, e está presente em todas as faixas etárias, em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento, ela é associada a várias alterações metabólicas e ao aumento do risco cardiovascular, diminuindo assim a expectativa de vida. Quando se fala em obesidade, pode-se dizer que ela é caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo, oriundo da causa multifatorial, como suscetibilidade genética, sexo, idade, ocupação, raça, dieta, fatores ambientais, ou seja, a obesidade é uma enfermidade crônica que vem acompanhada de múltiplas complicações, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura, segundo o Conselho Latino Americano em Obesidade (SOARES E PETROSKI, 2003). Pode haver três períodos críticos da vida, onde ocorre o aumento do número de células adiposas, que são: o último trimestre da gravidez, pois os hábitos nutricionais da mãe durante a gravidez pode modificar a composição corporal do feto em desenvolvimento; o primeiro ano de vida e o surto de crescimento da adolescência, sendo conhecida como (hiperplásica), ela se manifesta na infância, causada pelo aumento do número de células adiposas no organismo, aumentando à dificuldade da perda de peso, gerando uma tendência natural a criança obesidade, permanecer obesa futuramente. Quando a obesidade é (hipertrófica) esta pode se manifestar ao longo de qualquer fase da vida adulta, e isso acontece pelo aumento do volume das células adiposas (SOARES E
  • 14. 13 PETROSKI, 2003). As variações contínuas em altura e massa muscular relativa mostram que a obesidade não pode ser avaliada somente pelas medidas de peso, principalmente quando se trata de crianças e adolescentes, para estar avaliando a obesidade na infância (até 10 anos) o método mais utilizado é a relação peso/estatura, e o IMC é feito, peso em quilograma, dividido pela altura em metros quadrado, é uma medida útil de adiposidade, pois levam em consideração as variações na altura. Lembrando que são considerados obesos aqueles indivíduos com a porcentagem de peso ideal acima de 120%, de acordo com os dados de referências sobre hábitos alimentares errôneos, genética, o estilo de vida familiar, condição socioeconômica, fatores psicológicos e etnia, pois todos esses fatores fazem parte da obesidade (SOARES E PETROSKI, 2003). Fisberg (2005) afirma que o aumento da obesidade em lactentes é resultado de um desmame precoce e incorreto, de erros alimentares no primeiro ano de vida. As mães abandonam de forma precoce o aleitamento materno, substituindo por alimentação com excesso de carboidratos, em quantidades superiores que as necessárias para seu crescimento e desenvolvimento. De acordo Rodrigues (1998), a superalimentação do bebê pode ser importante no início da obesidade infantil, comprovando que bebês alimentados com fórmulas artificiais, são mais pesados do que os que foram alimentados em seio materno. Algumas alterações metabólicas importantes, que são consideradas fatores de risco para a doença arterial coronariana (DAC), como a dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina e intolerância a glicose, facilitam o aparecimento de Diabetes Mellitus tipo II, provocando alteração no sistema circulatório e cardíaco (FISBERG, 2005). A Hiperinsulina e resistência à insulina são bem conhecidas como concomitantes da obesidade. Os pacientes obesos têm valores de glicemia de jejum significativamente maiores do que em indivíduos do mesmo sexo e idade sem excesso de peso, é menor a captação e a utilização de glicose nos tecidos, devido a resposta dos tecidos periféricos a insulina estar diminuída (FISBERG, 2005). Na obesidade infantil, na adolescência e tanto futuramente uma das
  • 15. 14 complicações que podem surgir são essas e os riscos da obesidade futura. Por esse motivo os pais devem acompanhar e orientar a criança desde sempre, para que a criança não desenvolva obesidade. Hoje em dia as causas da obesidade infantil são muitas, sendo algumas delas: a má alimentação, motivação errada por parte dos pais, falta de sono da criança, sedentarismo, desmame precoce (FISBERG, 2005). Existe vários fatores etiológicos, que por sua vez influenciam o comportamento alimentar, entre eles os externos (unidade familiar e suas características, valores sociais e culturais, alimentos rápidos e manias alimentares), e fatores externos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO, 2004). Hoje muitas soluções podem ajudar na obesidade infantil, como o tratamento, atividade física, dieta, papel dos pais no tratamento e para Soares e Petroski (2003) a prevenção não deve ser só por parte da criança, mais um acompanhamento de familiares e apoio da equipe de multiprofissionais que possam auxiliar a criança. O presente trabalho tem como objetivo avaliar fatores que influenciam na obesidade infantil, bem como as alterações metabólicas decorrentes do excesso de peso nesta faixa etária, realizando uma abordagem geral da obesidade infantil.
  • 16. 15 1 OBESIDADE Atualmente, a obesidade é um dos problemas mais graves da saúde publica, na vida adulta e na infância e adolescência. É considerada pela OMS uma epidemia global, tanto em países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimentos, gerando cada vez mais riscos para saúde, (LEMOS; MARTINS E CAVALCANTE, 2007). A obesidade é multifatorial, influenciada por suscetibilidade genética, sexo, idade, ocupação, raça, dieta e fatores ambientais, segundo Fisberg (2005). Conceitualmente ela é classificada como um acúmulo de tecido gorduroso, localizado por todo o corpo, que na maioria das vezes é causado por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (FISBERG, 2005). Coutinho (1998) define obesidade como uma enfermidade crônica sendo acompanhada por múltiplas complicações, caracterizada pelo excesso de gordura corporal. Um fator importante dentro das causas da obesidade é que mais de 95% das pessoas que desenvolvem obesidade por causa nutricional é denominada simples ou exógena, que é multicausal derivada do desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico, assim com orientação alimentar e mudanças de hábitos como otimização da atividade física são suficientes, e o restante 5%, segundo Fisberg (2005), seriam obesos denominados endógenos ou primária que se deriva de problemas hormonais, por exemplo: alteração do metabolismo, tireoidiano, hipotálamo-hipofisário e tumores como o craneofaringeoma e as síndromes genéticas (FISBERG, 2005; MELLO et al., 2004). A obesidade é uma doença que pertence ao grupo de doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), mais mesmo assim gera aspectos polêmicos quanto a sua denominação, sejam como doenças não infecciosas, crônico-degenerativas ou doenças crônicas não transmissíveis, sendo esta última a conceituação atualmente mais utilizada (PINHEIRO; FREITAS; CORSO, 2004).
  • 17. 16 Entretanto a obesidade não é mais apenas um problema estético, que incomoda apenas pela causa da “zoação” de colegas, mais a preocupação devido ao excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde. E segundo Ferriani (2005) ela vem-se tornando uma epidemia no mundo inteiro, atingindo todas as faixas etárias e de todos os estratos sociais. A incidência de adolescentes obesos brasileiros tem aumentado muito nos últimos anos no Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos, independente da classe social (FERRIANI et al., 2005). 1.1 Obesidade Infantil Figura 1: Crianças obesas Fonte:http://emagrecercultiveessaidia.blogspot.c om.br/2011/10/obesidade-infantil-um- assunto- serio.html A obesidade infantil é considerada um problema tão antigo quanto nos primeiros passos do ser humano no mundo, e estudos bastante complexos
  • 18. 17 estão sendo acompanhados desde a criação do homem, para lidar com uma doença relacionada com o prazer humano, o “prazer de comer”, torna-se muito difícil, (FISBERG, 2005). Há muitos anos a obesidade infantil, está sendo pesquisada por estudiosos no mundo inteiro, e é considerada a doença nutricional que mais cresce no mundo e a de mais difícil tratamento (Fisberg, 2005). É considerada nos países desenvolvidos segundo Rodrigues (1998) uma doença crônica e um problema na saúde pública. De acordo com A OMS, citada por Lauer e Clarke (1990) apud Ferriani et al., (2005) quinze milhões de crianças e jovens no Brasil são obesos, significando que mais de 15% da população infanto juvenil possui peso corporal em excesso. A obesidade é uma condição que afeta cada vez mais crianças, e está relacionada a vários fatores, como hábitos alimentares, atividades física, fatores biológicos, de desenvolvimento, doenças comportamentais e psicológicas (FISBERG, 2005). Em função do crescimento do sedentarismo, (as crianças estão mais tempo em frente à televisão e jogos de computador, em vez de praticar esportes físicos) e em relação a hábitos alimentares inadequados (maior apelo comercial, incluindo o consumo dos chamados lanches rápidos “fastfoods” doces e guloseimas), aumentando assim a morbimortalidade por doenças cardiovasculares (DCV), devido ao crescimento da população infantil obesa seguido com a população adulta (RODRIGUES, 1998; KOCHI e MONTE, 2006; FISBERG, 2005; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; TRICHES e GUGLIANE, 2005). Quando a criança é obesa, frequentemente elas são discriminadas por amigos, levando-as ao isolamento e a inibição. Segundo Fisberg e Bacella adolescentes obesos apresentam quatro vezes mais comportamentos depressivos quando comparados a adolescentes, exibindo baixa auto-estima e comprometimento da auto-imagem, gerando problemas psicológicos, sociais e econômicos quando na fase adulta (FISBERG, 2005).
  • 19. 18 1.2 Etiologia da Obesidade Infantil No Brasil, muitos estudos têm apresentado um crescente aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. E mesmo com o aumento acentuadamente nas últimas décadas em todo o mundo em todas as faixas etárias, a obesidade continua sendo um problema para saúde pública, apesar da existência de relatos a partir da Era Paleolítica sobre “homens corpulentos”, pois a prevalência de obesidade nunca se apresentou em grau epidêmico como na atualidade (PINHEIRO; FREITAS E CORSO 2004). Para Monteiro e Conde (1999), os perfis nutricionais da população brasileiros estão associados ao processo de transição nutricional, e com isso houve uma redução na desnutrição infantil e um aumento no sobrepeso e obesidade. No entanto existe vários fatores que influenciam o comportamento alimentar, sendo um deles os fatores externos, (unidade familiares suas características, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos e manias alimentares) e os fatores internos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). Vários estudos demonstram que principalmente os estilos de vida sedentários associados a hábitos alimentares inadequados das pessoas são determinante do processo de obesidade (WHO, 1998; BOUCHARD, 2003). 1.3 Epidemiologia De acordo com a literatura, a ocorrência da obesidade em todas as faixas etárias tem se dado de forma bastante preocupante e importante (Accioly; Sauders; Lacerda 1998; Rodrigues, 1998), porém Mello, (1998) relata
  • 20. 19 que a obesidade ocorre mais frequentemente no primeiro ano de vida, entre cinco e seis anos e na adolescência (MELLO, LUFT, MEYER, 1998). Estudos mostram que nos Estados Unidos da América (EUA), há um crescimento assustador do número de crianças obesas, chegando atingir cerca de um quarto da população infantil (RODRIGUES, 1998). Já no Brasil, comparando com os dados do Estudo Nacional da Defesa Familiar (ENDEF), realizado em 1974 e 1975, com os dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida (PDV), realizada em 1996 e 1997, verificou-se um aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade de 4,1% para 13,9% em crianças e adolescência de 2 a 17 anos na região Sudeste (RODRIGUES, 1998). Para Leão essa situação pode ser atribuída em parte, devido ao acesso aos alimentos industrializados, que acompanha a urbanização juntamente com a falta de informação adequada, induzindo erros alimentares, como o aumento do consumo de alimentos ricos em sal e gorduras (LIMA ARRAIS, PEDROSA, 2004; LEÃO et al., 2003). Comparando com o percentual de crianças brasileiras obesas serem irrisório em relação às americanas, para Rodrigues (1998), o Brasil pode ser considerado, como dois “Brasis”: o país da miséria, pois cerca de um terço das famílias brasileiras (36,8%) vivem abaixo da linha da pobreza, conseguindo sobreviver com até meio salário mínimo, e também o país de maior nível econômico, onde as principais causas de óbitos são as doenças crônico- degenerativas, conhecidas como doenças de primeiro mundo, apresentando um percentual de adultos obesos, em que a associação com as doenças cardiovasculares é evidente. Entretanto o Brasil está mudando o seu perfil epidemiológico e se essa tendência nutricional não mudar e continuar no século XXI haverá uma expansão das doenças crônico-degenerativas (RODRIGUES, 1998). 1.4 Fatores que Influenciam na Obesidade A obesidade é uma doença complexa com etiologia multifatorial e conseqüências metabólicas heterogênea. Há um desequilíbrio crônico entre a energia ingerida e consumida (FISBERG, 2005).
  • 21. 20 Crianças e adolescentes obesos sofrem de co morbidades que afetam quase todos os sistemas do organismo. Os efeitos imediatos são os problemas sociais e psicológicos, outros são os efeitos em longo prazo que inclui o aparecimento de fatores de risco para doenças Cardiovasculares e Diabetes Mellitus tipo II (FISBERG, 2005). Na infância alguns fatores são determinantes para o estabelecimento da obesidade como: o aumento do ganho gestacional; o desmame precoce e a introdução inadequada de alimentos complementares, o emprego de fórmulas lácteas inadequadamente preparadas, distúrbio de comportamentos alimentares e inadequada relação familiar (FISBERG, 2005). Em avaliações clínicas de criança e adolescentes obesos existem alguns fatores de risco que devem ser analisados e considerados como: Fatores familiares é o fator de risco mais importante pela soma da influencia genética e dos fatores ambientais. O risco de a criança ser obesa é de 80% quando os pais são obesos, de 50% quando o pai ou a mãe são obesos e de 9% quando os pais não são obesos (FISBERG, 2005). Gram e Col (1981) relata que se somente quatro membros na família fosse obeso, a proporção da criança ser obesa seria de 3,2% para meninos e de 5,4% para meninas. No entanto se toda família fosse obesa está proporção sobe para 27,5% do sexo masculino e de 24,1% no sexo feminino. Esse período constitui-se pelo consumo de alimentos de fórmulas lácteas mal utilizadas. Distúrbio de comportamento alimentar e a inadequada relação familiar são alguns fatores determinantes para a obesidade infantil. Alguns fatores que influenciam na obesidade, são o desmame precoce; a inatividade física; e a mídia e família, e em relação ao desmame precoce, Fisberg (2005) afirma que o aumento da obesidade em lactentes é resultado de um desmame precoce e incorreto, e de erros alimentares no primeiro ano de vida das crianças, abandonando o aleitamento materno e substituindo-o por alimentos com excesso de carboidratos, em quantidades superiores que as necessárias para o crescimento e desenvolvimento. Para Rodrigues (1998) a superalimentação do bebê é importante no início da obesidade infantil, mais é constatado que os bebês alimentados com fórmulas artificiais são mais pesados do que os que foram alimentados em seio materno, então neste caso é correto que a mãe alimente o seu filho no seio
  • 22. 21 mais ou menos até o sexto mês para não prejudicar o peso da criança. Outro fator que prejudica bastante na obesidade infantil é a inatividade física, que vem se tornando um grande vilão na gênese da obesidade, e estudos confirmam que uma diferença de 2% na ingestão energética em relação ao gasto, por um período de 10 anos, pode acumular 20 kg de gordura corporal (RODRIGUES, 1998). Em relação ao sedentarismo na infância e adolescência destaca-se o hábito de ver televisão, o uso de videogames, computadores, controles remotos e automóveis. A televisão e os computadores se tornaram um dos maiores aliados da obesidade, fazendo com que a criança e adolescente tenha um menor gasto energético, diminuindo a atividade física, e associado com o consumo de alimentos, freqüentemente a criança come na frente da televisão e as grandes partes das propagandas oferecem alimentos não nutritivos e rico em calorias, aumentando assim a obesidade infantil (RODRIGUES, 1998). Além disso, o papel que influencia na alimentação da criança é a mídia, esta relacionada com o pedido das crianças, os seus pais, na compra de alimentos influenciada por propagandas na televisão, sendo esses alimentos ricos em gorduras e açúcares, e há a divulgação dos conhecidos “fastfood” no qual seus alimentos contêm um alto valor calórico.A obesidade vem tornando- se um problema de saúde pública agravada pelo fato de a TV exercer grande influência sobre os hábitos alimentares e promover o sedentarismo, em vez de ensinar o hábito alimentar correto e saudável (RODRIGUES, 1998).
  • 23. 22 2 ALTERAÇÕES METABÓLICAS As conseqüências das alterações metabólicas que ocorrem na obesidade podem ser muito extensas e intensas, além de muito variadas atingindo praticamente todos os sistemas orgânicos. A obesidade infantil tem como principal risco na saúde a elevação de triglicérides e do colesterol, alterações ortopédicas, dermatológicas e respiratórias. Na maioria das vezes as alterações metabólicas são mais evidentes na vida adulta, no entanto cada vez mais precocemente em crianças e adolescentes apresentam associação de resistência insulínica, hipertensão e dislipidemias, aproximando o risco cardiovascular desta faixa etária (FISBERG, 2005). A obesidade instalada no final da infância e no início da adolescência pode trazer conseqüências funestas para o indivíduo no futuro, ocorrendo principalmente o início de placas ateromatosas, arteriolares e arteriais, substrato para aterosclerose, que surgirá mais precocemente nestes indivíduos, que estão sujeitos a outros fatores de risco também como dislipidemias, o tabagismo, a hipertensão arterial, o estresse e o sedentarismo (FISBERG, 2005). Portanto em relação aos estados mórbidos, relacionado à obesidade pediátrica, o mais importante deles é a manutenção do excesso de peso na vida adulta, ou seja, a continuidade da doença (FISBERG, 2005). Figura 2: Conseqüências da obesidade infantil. Fonte: http://www.comerparacrescer.com/2012/09/consequencias-da-obesidade-infantil/
  • 24. 23 2.1Triglicérides As triglicérides são definidas como um tipo de gordura que circula no sangue, fazendo parte das lipoproteínas junto com o colesterol e os fosfolipídios. Seu aumento favorece a aterosclerose e conseqüentemente o infarto do miocárdio e a apoplexia (PINHEIRO, 2004). Na obesidade infantil a um aumento dos níveis de triglicérides que é produzido pelo fígado isso faz com que ocorra um aumento também nos níveis de VLDL-C, ocasionando problemas cardíacos, pois eles colaboram nas formações de placas de gorduras nas artérias, o que impede tanto o fornecimento de sangue para o coração quanto para o cérebro. A hipertrigliceridemia, nome que se dá ao aumento dos triglicerídeos no sangue, também é fator de risco para aterosclerose, principalmente se associados a níveis baixos de HDL (FISBERG, 2005). Níveis elevados de triglicérides podem causar doenças como diabetes, hipotireoidismo, doença renal ou doença hepática. E crianças e adolescentes com altos níveis de triglicérides têm fatores de risco como níveis elevados de LDL e baixo níveis de HDL. O nível de triglicérides saudável é inferior a 150 mg/mL (FISBERG, 2005). 2.2 Colesterol É um tipo de lipídeo (gordura) produzido em nosso organismo, que tem a função essencial de produção de hormônio e vitamina D. E quando ocorre o excesso de colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. E existem dois tipos de colesterol no nosso sangue, conhecido como lipoproteínas de alta densidade (HDL) e de baixa densidade (LDL) (PINHEIRO, 2004).
  • 25. 24 Tabela 1: Valores normais de referencia dos lipídeos sanguíneos Fonte:http://www.portalendocrino.com.br/doencas_colesterol.shtml 2.3 Colesterol LDL (Low-density lipoprotein) Conhecido como colesterol “ruim” ele pode se depositar nas artérias e causar seu entupimento. O colesterol LDL representa a fração de colesterol que circula na corrente sanguínea ligada a lipoproteínas plasmática de baixa densidade, esta definida como mau colesterol, uma vez que as lipoproteínas plasmáticas de baixa densidade transportam o colesterol do fígado para a corrente sanguínea, favorecendo a sua acumulação nos órgãos e tecidos (PINHEIRO, 2004). Na obesidade infantil há o aumento dos níveis de colesterol LDL, com isso existe um maior risco para o desenvolvimento de doenças ateroscleróticas (ESCRIVÃO et al., 2000). Os níveis de LDL devem ser baixos, e para que esses níveis permaneçam baixos, o adolescente deve evitar alimentos ricos em gordura saturada, colesterol e calorias em excesso aumentarem o exercício e manter um peso saudável (ESCRIVÃO et al., 2000).
  • 26. 25 2.4 Colesterol HDL (High-density lipoprotein) Conhecido como colesterol “bom” retira o excesso de colesterol para fora das artérias, impedindo o seu depósito diminuindo a formação da placa de gordura (PINHEIRO, 2004). O colesterol HDL representa a fração do colesterol que circula na corrente sanguínea ligada a lipoproteínas plasmáticas de alta densidade, é definido como bom colesterol, uma vez que os níveis elevados desse tipo de colesterol esta relacionados com a diminuição de risco cardiovascular (PINHEIRO, 2004). Na obesidade infantil há diminuição nos níveis de HDL colesterol aumentando mais o risco para doenças ateroscleróticas por se tratar de fração antiaterogênica (ESCRIVÃO et al., 2000). 2.5 Colesterol VLDL (Very low-density lipoprotein) O VLDL é uma subclasse de lipoproteína, produzido no fígado a partir de colesterol e apoliproteinas. Na corrente sanguínea, o colesterol VLDL é convertido em LDL, mau colesterol (PINHEIRO, 2004). Na obesidade infantil o VLDL contribui para doenças cardiovasculares devido ao excesso de colesterol depositado nas paredes dos vasos sanguíneos, formando as placas de ateroma (aterosclerose) (ESCRIVÃO et al., 2000). Tabela 2: Alimentos que ajudam a combater o colesterol Alimentos Preferir Evitar Peixes, Carnes gordurosas, carnes, aves Peixes, frango sem pele, carnes vísceras (fígado, e frutos do magras. Retirar toda a gordura visível. coração), embutidos. mar Leite e iogurte integrais, Leite e Leite e iogurte desnatado, queijo queijos amarelos, derivados branco ou ricota. cremosos.
  • 27. 26 Clara de ovo. Ovos Gema de ovo. Receitas: duas claras = 1 ovo Frutas e Frutas e verduras frescas. Verduras na manteiga verduras Massas de bolo com gema de ovo, sorvetes Massas de bolo sem gema de ovo, e com leite, doces com Doces doces de frutas. coco, chocolate, e chantilly. Pães pobres em gordura, cereais Pães com recheio, Paes, integrais (aveia, trigo, farelo), massas manteiga, croissants, cereais e sem gema de ovo, grão de bico, bolachas, massas com grãos feijão, ervilha, lentilha, batata, arroz, gema de ovo. mandioca. Frituras, manteiga, óleo Gorduras, de coco e de dendê, Margarinas, óleos vegetais (soja, óleos e maionese, gordura animal milho, canola e azeite de oliva). molhos (toucinho, banha), molhos com creme de leite. Fonte: http://www.cirurgiadaobesidademorbida.com.br/obesidadeinfantil/obesidadeinfantil.htm 2.6 Aterosclerose É uma doença das artérias, caracterizada pelo desenvolvimento de lesões gordurosas, conhecidas como placas ateromatosas localizada na parede arterial interna, tem inicio na infância, antes do surgimento de suas manifestações clinicas (GUYTON, 1992). Inicialmente, ocorre o deposito de colesterol e ésteres de colesterol na íntima das artérias musculares, formando (acúmulo de lipídios na intima das grandes artérias), e nesse período de adolescência, algumas estrias acumulam e começam a desenvolver uma capa fibromuscular, formando uma lesão (placa fibrosa), e com o tempo essas placas aumentam e começa o processo de calcificação, hemorragia, ulceração e trombose da placa, assim manifestando clinicamente a doença (infarto do miocárdio, doença vascular periférica) (FISBERG, 2005). Elevadas concentrações de VLDL e o LDL estão associados à deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos, levando à formação de
  • 28. 27 placas de colesterol. Quando nosso corpo tem mais colesterol do que precisa, as moléculas de LDL ficam circulando no sangue à procura de algum tecido que esteja precisando de colesterol para o seu funcionamento (FISBERG, 2005). Se este colesterol não for entregue a nenhum tecido, a molécula de LDL acaba se depositando nos vasos, acumulando gordura nos mesmos. Este processo é chamado de aterosclerose (FISBERG, 2005). 2.7 Hipertensão arterial Os mecanismos que promovem o aparecimento da hipertensão ainda não são bem conhecidos. Tanto a pressão sistólica como a diastólica aumenta com o aumento do índice de massa corporal. Um mecanismo responsável pelo aumento da pressão arterial na obesidade é a diminuição da excreção de sódio, causado pelo hiperinsulinismo (ESCRIVÃO et al., 2000). Entre as causas que favorecem complicações cardiovasculares e cerebrovasculares na obesidade infantil a hipertensão arterial é a principal (FISBERG, 2005). 2.8 Hiperinsulinemia Hiperinsulinemia são níveis excessivos de insulina circulante no sangue, causado devido à resistência insulínica. O termo resistência insulínica acontece devido a baixa sensibilidade dos tecidos a ação da insulina, deixando o organismo menos sensível a ação da insulina e não agindo de forma adequada. E dessa forma o pâncreas sintetiza e libera quantidades maiores de insulina, causando a hiperinsulinemia (ESCRIVÃO et al., 2000). A hiperinsulinemia é outra alteração metabólica encontrada na obesidade infantil e que esta relacionada com a porcentagem de gordura corporal. Os riscos séricos de insulina em jejum diminuem quando associada com a perda de peso e restrição calórica. O encontro de hiperinsulina basal e
  • 29. 28 pós-sobrecarga de glicose, com glicemia normal ou aumentada, sugere à resistência a insulina (ESCRIVÃO et al., 2000). 2.9 Diabetes Mellitus Tipo II O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada por hiperglicemia persistente (Papelbaum et al., 2007). Já na obesidade está vinculada com hipertrofia das células Beta, com o número de receptores de insulina diminuídos e defeito pós receptor, contribuindo para uma maior resistência a ação periférica e um esgotamento do pâncreas endócrino, levando a surgir a diabetes mellitus tipo II (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 1998). A diabetes mellitus tipo II conhecido com diabete mellitus não dependente de insulina é um distúrbio metabólico caracterizado pelo elevado nível de glicose no sangue, causada pela resistência a insulina. A diabete tipo II corresponde a 90% dos casos de diabetes. (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 1998). 2.10 Distúrbios Psicossociais Os distúrbios psicológicos são frequentemente observados na obesidade infantil, diminuindo a qualidade de vida e aumentando o número de respostas emocionais. Esses distúrbios acometem pelo excesso de peso, e consequentemente seus problemas psicológicos contribuem para o aparecimento de obesidade exógena. Esses distúrbios psicossociais também incluem a discriminação social e isolamento; afastamento de atividades sociais e dificuldades de expressar seus sentimentos, fazendo com que a pessoa obesa sinta vergonha de si própria. Em relação a esses transtornos psicológicos pode causar problemas como a discriminação pela sociedade,
  • 30. 29 levando a uma maior vulnerabilidade a depressão, fazendo com que a pessoa procure por alimentos e afastamento de atividades sociais. Normalmente essa rejeição começa na idade pré-escolar, afetando a desempenho escolar e relacionamentos e fazendo com que ela se sinta discriminada (FISBERG, 2005; ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002; FERREIRA, 2005). 2.11Apnéia do Sono O sono é uma necessidade vital, e é definida como um estado fisiológico normal, com modificação do nível da consciência que duram em media oito horas. As conseqüências dos distúrbios do sono esta relacionada à qualidade de vida das crianças (TURCO et al., 2011). A falta de sono total ou crônica na criança resulta em alterações endócrinas e metabólicas, isso faz com que aumentam o risco de sobrepeso e obesidade (TURCO et al., 2011). A queda do volume de reserva expiratória do pico máximo de ventilação voluntaria, a redução dos volumes e da complacência da caixa torácica acaba por desencadear hipercapnéia e hipoxemia, levando a apneia e aos distúrbios do sono como: ronco, sono entre costado e sonolência diurna em obesos mórbidos (TURCO et al., 2011). Nas formas graves de obesidade pode ocorrer a síndrome de Pickwik, caracterizada por hipoventilação, sonolência diurna e apnéia do sono (ESCRIVÃO et al., 2000). 2.12 Alterações Dermatológicas As alterações dermatológicas são mais comuns o aparecimento de estrias, pele frágil nas regiões das dobras e escurecimento na pele das axilas e pescoço, entre outros. (ESCRIVÃO et al., 2000).
  • 31. 30 Figura 3: Alterações Dermatológicas causada pela obesidade. Fonte: www.mdsaude.com/2012/06/ovário-poliastico.html Figura 4: Acantose Nigricante Fonte:www.saudemedicina.com/acantose-doença-de-pele
  • 32. 31 Figura 5: Acantose Nigricante e hirsutismo Fonte:angraderme.blogspot.com.br/2010-09-05-archive.html. 2.12 Distúrbios Respiratórios Os distúrbios respiratórios também podem ocorrer na obesidade infantil, sendo o mais freqüente a presença de tosse, esforço respiratório, hiperpnéia e maior probabilidade para infecções do trato respiratório inferior. Esses problemas ocorrem devido às alterações da função ventilatória, em conseqüência do acúmulo de gordura nas costelas, nos espaços intercostais, no diafragma e no parênquima pulmonar (FISBERG, 2005). 2.13 Complicações Hepáticas e Gástricas As complicações hepáticas e gástricas podem ocorrer em decorrência da obesidade, podendo apresentar refluxo gastroerofageano e distúrbios do
  • 33. 32 esvaziamento gástrico, por conseqüência do aumento da pressão intra- abdominal determinada pelo aumento de gordura nessa região (FISBERG, 2005). 2.14 Sistema imunológico O sistema imunológico também é comprometido com a obesidade, pois o excesso de lipídio altera a composição celular, determinando disfunções que acarretam respostas deficientes diante das agressões infecciosas (FISBERG, 2005). 2.15 Esteatose hepática A esteatose hepática é umas das diversas alterações metabólica que a obesidade provoca na saúde da criança. A esteatose hepática é definida gordura no fígado. Mais de 70% dos pacientes com esteatose hepática são obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco (PINHEIRO, 2004). Nosso fígado possui normalmente pequenas quantidades de gordura, que compõe cerca de 10% do seu peso. Quando o acúmulo de gordura excede esse valor, estamos diante de um fígado que está acumulando gordura dentro do seu tecido (PINHEIRO, 2004).
  • 34. 33 3 DIAGNÓSTICO A definição de obesidade em crianças e adolescentes ainda não apresenta consenso na literatura, mais o ideal para avaliação do estado nutricional seria a utilização de medidas, identificando a quantidade de gordura corporal, pois a relação entre peso e estatura nessa idade nem sempre mostra um bom indicativo para este fim, mais, no entanto o índice de massa corpórea (IMC), para idade e sexo, tem sido um dos métodos mais utilizado para estimativa de sobrepeso e obesidade (FISBERG, 2005). 3.1 IMC Ainda há preferência pelo IMC, devido ao baixo custo e a simplicidade de realizar as medidas, esta é a forma mais útil de avaliar a quantidade relativa de gordura corporal em crianças e adolescentes. Para verificar se o peso da pessoa está acima do normal, esse método deve ser aplicado dessa forma: IMC= Peso (Kg) Estatura (m)² Os principais problemas em relação ao IMC é a baixa correlação com a estatura, pois esta pode não refletir o real da adiposidade na infância, devido às crianças gordas ser altas e com maturação sexual precoce. Entretanto o IMC é mais utilizado para acompanhamento clínico individual básico e para pesquisa clínica, embora não especifique os compartimentos corpóreos, nem pequenas variações no acompanhamento, é limitado para crianças com idade superior a seis anos, devido à referência utilizada dos percentis (RODRIGUES, 1998).
  • 35. 34 Figura 6: Peso Ideal para criança. Fonte: http://www.hamzo.com.br/bemestar.htm Figura 7: Tabela de valores de referência do IMC Fonte: http://www.hamzo.com.br/bemestar.htm
  • 36. 35 3.2 Circunferência Abdominal: O perímetro da cintura é medido com fita métrica ao nível do umbigo, com a criança em expiração, com percentil 90, para sexo e idade. A medida máxima deve ser: - Homem até 90 cm - Mulher até 80 cm Figura 8: Como medir circunferência abdominal Fonte:http://cuitepbonline.blogspot.com.br/2012/02/dica-de-saude-com-josy- cavalcanti.html
  • 37. 36 4 MÉTODOS LABORATORIAIS Esse é um método mais preciso e aprimorado na identificação da real composição corporal dos indivíduos, mas muitos deles são invasivos e de custo elevado, o que impede a utilização na prática clínica e em trabalhos de campo (RODRIGUES, 1998). Devido a MLG (Massa livre de gordura) se modificar durante ao crescimento e desenvolvimento junto com a composição corpórea química, pois a água corporal diminui e os elementos sólidos aumentam, deve-se realizar esse método com muita cautela e de forma criteriosa. Os métodos laboratoriais mais conhecidos são: Hidrometria, Espectrofotometria de potássio 40, Infravermelho próximo, Densitometria- OPA (Dual Photon Absorptiometry) ou DEXA (Dual Energy X – Ray Absorptiometry), Impedância Bioelétrica (BIA), Ressonância magnética, Ultra sonografia e Tomografia Computadorizada. Essas são as técnicas que classificam e quantificam os diferentes níveis de obesidade, possuindo um bom grau de precisão, mas alguns deles são contra indicado para avaliação de crianças, por terem alta dose de radiação e dificuldade técnico-operacionais (ACIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 1998; SOARES; PETROSKI, 2003).
  • 38. 37 5 TRATAMENTO Quando se fala de tratamento, pode-se dizer que é mais difícil na infância do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança em relação aos danos da obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). As bases fundamentais para o tratamento na obesidade infantil incluem modificações no plano alimentar, no comportamento e na atividade física (Fisberg et al., 1995). No entanto requer conhecimentos e cuidados especiais, pois podem trazer prejuízos, muitas vezes, irreversíveis a saúde das crianças, tanto em nível de crescimento e desenvolvimento, quanto em nível psicológico (RODRIGUES, 1998). O tratamento da obesidade deve incluir alterações gerais na postura familiar e na criança, em relação a hábitos alimentares, tipo de vida, atividade física e correção alimentar de longa duração. Isto deve levar em conta a potencialidade da criança, sua idade e a participação da família e a disposição de uma equipe multiprofissional integrada que modifique todo o seu comportamento obeso gênico (RODRIGUES, 1998). 5.1 Plano Alimentar (Dieta) Na reeducação alimentar, deve ser sugeridas dietas flexíveis e que atendam as necessidades nutricionais da criança, ou seja, os pais devem ensinar as crianças a importância de ter um hábito alimentar correto, sem rigidez e restrições, pois isso pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento da criança, e assim o tratamento não terá sucesso (SOSRES E PETROSKI, 2003). Em uma pesquisa feita por Fernando Piscolaro e Claudia Cozer (2012), mostram que para começar a ter uma prática saudável a mesa, os pais devem criar um ambiente adequado para que os filhos possam ter comportamentos
  • 39. 38 alimentares e peso saudáveis. Além disso, quando se tem dialogo sobre o peso ideal e suas próprias medidas corporais sobre o controle alimentar e hábitos do filho a mesa , de preferências alimentares saudáveis ou não, categorizar os alimentos em “bons” ou “ruins”, “proibidos” ou “permitidos”, maior será a associação com a presença de distúrbios alimentares e corporais nos filhos. Entretanto, alguns trabalhos analisaram que refeições em família estavam associadas com melhores hábitos alimentares dos jovens; relatando que esses possuem menor IMC e menor propensão ou sobrepeso; menor consumo de drogas e álcool; melhor nota na escola; menor taxa de depressão e tentativa de suicídio, de comportamentos desordenados de alimentação. Na primeira infância é recomendado que os pais forneçam as crianças refeições e lanches saudáveis, balanceados com nutrientes adequados, e as vezes permitindo que as crianças possam escolher a qualidade e quantidade que elas desejam comer desses alimentos saudáveis (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). No entanto é sugerido que as crianças sigam os padrões paternos, e a família deve estar sempre envolvida no tratamento, e fazendo com que a frequência das refeições em família, seja de qualidade e prazerosos agradando a todos (ABESO, 2012). Figura 9: Pirâmide alimentar Fonte: G:piramide-alimentar(hotsite.brookfieldco.net.br.gif)
  • 40. 39 5.2 Atividade Física Geralmente a criança obesa é pouco hábil nos esportes, e o programa de atividades físicas para criança obesa, implica em atividades desenvolvidas de acordo com a capacidade individual, pois este é o fator determinante para que haja adesão da criança ao programa, garantindo sucesso ao tratamento (SOARES E PETROSKI, 2003). Alguns exercícios recomendáveis são: • Exercícios aeróbicos (caminhadas, natação, ciclismo); exercícios respiratórios; • Exercícios posturais (preventivo e de manutenção); • Exercícios de força e resistência; • Exercícios de coordenação motora geral e especifica; • Exercícios de equilíbrio. No entanto, a ginástica formal, realizadas nas academias é bastante apreciada, mas é dificilmente tolerada porque é um processo repetitivo e pouco lúdico, ou seja, não tem muita diversão em fazer exercícios repetitivos (MELLO; LUFT E MAYER, 2004). Portanto, quanto se tem idéias criativas para aumentar a atividade física, para as crianças, percebem-se mudanças na atitude da criança em relação ao sedentarismo, exemplos dessas idéias são: jogar balão; pular corda; caminhar na rua ou quadra; jogar bola ou outros esportivos é atividades que não são enjoativas e que ocasiona o gasto energético, mudança de comportamento, além de não ficar inerte por horas em uma só atividade sedentária, como se fosse um vício (MELLO; MEYER, 2004).
  • 41. 40 Figura 10: Sedentarismo na infância Fonte:http://blog.jasminealimentos.com/ritmo-de-aumento-da- obesidade-infantil-no-brasil-preocupa-medicos/ 5.3 Tratamento Farmacológico Fisberg (2005), diz que não é recomendado o tratamento farmacológico, pois pode atrapalhar no desenvolvimento. Escrivão et al, (2000) afirma que a terapia medicamentosa não deve ser utilizada no tratamento de criança obesas, devido aos efeitos colaterais das drogas e o risco de dependência química e ou psicológica. Atualmente há muitos fenômenos atuantes nos mecanismos da fome e saciedade, uma série de substâncias que agem em nível central (neurotransmissoras, neuromoduladoras, aminoácidos, aminos, nutrientes) e de impulsos periféricos aferentes (nervo vago, hormônios gastrintestinais), que atuam para aumentar ou diminuir a necessidade de alimentação (SOARES E PETROSKI, 2003). Genericamente falando da ação dos anorexígenos, podemos dizer que o principal sistema controlador da fome e do apetite é situado no hipotálamo, e nele possui duas regiões (HALPERN, 2005). Ventromedial: que é responsável pela sensação de saciedade, que é inibida por substância como a noradrenalina (por meio de receptor alfa dois) e estimulada pela serotonina (através de receptor Beta).
  • 42. 41 Região lateral: que é responsável pela sensação de fome, é inibida pela noradrenalina via receptor Beta, deve ser salientado que além da diminuição da ingestão calórica estas substâncias induzem também um aumento na queima calórica. Já a sibutramina tem o aumento dos níveis de serotonina na região ventromedial (aumento da saciedade) e da dietilpropiona, o fenproporex e o mazindol através da elevação de níveis de noradrenalina/ou dopamina na região lateral (diminui a fome) (HALPERN, 2005). A primeira droga a ser utilizada no tratamento da obesidade foi a anfetamina, (1937), mas ela tem sido causadora de muitos efeitos, incluindo a estimulação do sistema nervoso central, modificação de comportamento , alterações cardiovasculares e dependência física e psíquica, constituindo um sério obstáculo na sua utilização, mas as industrias farmacêuticas têm trabalhado no sentido de produzir drogas com o poder anorexiante nítido e poucos efeitos colaterais (HALPERN, 2005). Alguns anorexígenos conhecidos são: Dietilpropiona (anfepramona); Mazindol; Sibutramina e Fluoxetina, mais nenhum desses medicamentos podem ser usados na obesidade infantil (HALPERN, 2005). Entretanto, mesmo sendo adeptos do uso de drogas para casos de obesidade, devemos ser muito cautelosos quanto à administração de medicamentos antiobesidade em crianças e adolescentes (HALPERN, 2005).
  • 43. 42 6 APOIO MULTIPROFISSIONAL O apoio da equipe multiprofissional é muito importante para o tratamento da obesidade, cada profissional da área da saúde é de extrema importância para ajudar crianças e adolescentes no período de tratamento. Sendo que a união do paciente e equipe é essencial, pois o tratamento geralmente é em longo prazo (ESCRIVÃO et al., 2000). Os profissionais avaliam o que esta levando a obesidade e as conseqüências do excesso de peso, que esta incomodando no momento, e geralmente nesta equipe são envolvidos profissionais como: pediatra, nutricionistas, psicólogo e educador físico ( ESCRIVÃO et al, 2000). O pediatra no tratamento realiza a primeira abordagem do paciente, por meio de consulta, por base na idade do inicio da obesidade, como ela vem se desenvolvendo, identificando o que esta causando a obesidade, e também são investigados doenças cardiovasculares, antecedentes de obesidade na família, os níveis de atividades físicas que as crianças têm e exames físicos e laboratoriais (ESCRIVÃO et al, 2000). Assim o pediatra com os resultados analisados passa para o nutricionista fazer o acompanhamento, e depois o orientando a fazer uma reeducação alimentar e a diminuir gradativamente a quantidade de alimentos consumidos e como deve ser consumidos, respeitando os horários da alimentação, adequada mastigação entre outros (ESCRIVÃO et al, 2000). Os regimes rígidos são contra-indicados, pois podem levar a perda do tecido muscular e diminuição de velocidade de crescimento (ESCRIVÃO et al, 2000). O educador clínico vai indicar as atividades de acordo com as limitações de cada paciente, orientando exercícios aeróbicos realizados regularmente objetivando o aumento de gasto de energia e mudanças no estilo de vida (ESCRIVÃO et al, 2000). O psicológico tem grande importância na equipe, fortalecendo e mobilizando paciente para suportar o tratamento, que geralmente é lendo e de longo prazo (ESCRIVÃO et al, 2000).
  • 44. 43 7 PREVENÇÃO A obesidade na infância está bastante relacionada com a obesidade na vida adulta. Para Vitolo (1998), a intervenção deve ocorrer antecipadamente na criança, antes que se instale a obesidade, quando observada mudanças na velocidade do ganho de peso. Eles relatam ainda que quanto maior a idade da criança e maior o excesso de peso, torna-se mais difícil a reversão do quadro. Entretanto a prevenção deve começar cedo, relatando que possui estratégias que devem ser realizadas junto com a equipe multidisciplinar (médico, nutricionista e educador físico), isso podendo ser feito desde a fase intrauterina. Relacionado com a prevenção, os pais juntamente com seus filhos devem ser encorajados a ter uma alimentação saudável (o que inclui baixo nível de gordura saturada), com horários e lugares certos para se alimentarem, começando desde já da primeira década de vida a promover dietas saudáveis, educação nutricional e atividades físicas, ou seja, é importante manter o hábito de vida não sedentário; e dar ênfase que a obesidade é uma “doença” de difícil cura, e por esse motivo todos devem lutar por sua prevenção (SOARES E PETROSKI, 2003). Figura 11: Alvos em potencial para a prevenção da obesidade infantil e adolescente Fonte: http://www.jped.com.br/conteudo/04-80-03-173/image_05.htm
  • 45. 44 8 ATUALIDADES E ESTATISTICAS As estatísticas apontam que a obesidade infantil é a que mais cresce no Brasil e aumenta cada vez mais nos últimos anos, dados da Pesquisa de Orçamento Familiares 2008-2009, do IBGE apontam que em 20 anos os casos de obesidade quase que quadriplicaram entre crianças de 5 a 9 anos, chagando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas). “É de chorar como está vertiginoso o aumento, como o ritmo está maior” diz a nutricionista Inês Rugani. “A obesidade vem aumentando faz tempo entre os adultos, mas não era observada na infância dessa forma”( IBGE, 2010). Pode-se dizer que a desnutrição está em processo de desnutrição no país, mostrando que o déficit de altura, um importante indicador de desnutrição caiu de 29,3 % (1974/75) para 7,2% (2008/09). E que as crianças com excesso de peso de 1989 para 2009, o sobrepeso dobrou em meninos e triplicou em meninas (IBGE, 2010). Figura 12: Gráfico da obesidade infantil Fonte: http://obesidadenainfncia.blogspot.com.br/2012/04/ graficos-sobre-obesidade-infantil.html
  • 46. 45 Figura 13: Gráfico em porcentagem de 1975 a 2002 Fonte:http://obesidadenainfncia.blogspot.com.br/2012/04/graficos-sobre-obesidade- infantil.html Foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, que deverá ser obrigatório a existência de assentos para obesos e de área especificas para pessoas com deficiência em casas de diversão publica, salas de convenções, instituição de ensino, edifícios públicos e salas de espera, facilitando a locomoção dessas pessoas (SHIMOSAKAI, 2011). Figura 14: Aprovação de cadeiras para obesos Fonte:httpz://turismoadaptado.wordpress.com/2011/11/10/comissao-aprova-exigencia-de- assentos-para-obesos-e-espaco-para-deficientes/
  • 47. 46 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a obesidade infantil vem crescendo muito nas últimas décadas, tornando-se um importante problema para saúde pública. E o que vem motivando isso são as tendências de transição nutricional que ocorre, dietas ricas em gorduras, açucares a redução de carboidratos e fibras, ou seja, maus hábitos alimentares desde a infância até a fase adulta. Conseqüentemente, devido a obesidade na infância, possui muitas causas e fatores como hipotalâmicos, metabólicos, sociais, culturais e psicológicos, a criança ou até mesmo adulto pode desenvolver muitas doenças como: hipertensão, hiperlipidemia, distúrbios psicossociais, Diabetes Mellitus tipo II, esteatose hepática e complicações gástricas. Mas atualmente temos vários métodos para prevenção da obesidade, e um deles é o diagnóstico que pode ser realizado pelo IMC ou métodos laboratoriais, que ajuda a diagnosticar o grau da enfermidade do individuo. E o tratamento pode-se dizer que começa por dietas, atividades físicas, comportamento, hábitos alimentares acompanhados por toda família e por multiprofissionais, e as vezes são usados remédios, apesar de não ser indicado, somente em crianças em obesidade mórbida, mais fora isso desde que realize o tratamento correto, haverá um grande sucesso contra a obesidade infantil. A melhor maneira de uma criança crescer saudável e não se tornar obesa na vida adulta começa pela prevenção, sendo incentivada desde sempre pela família e com a ajuda de multiprofissionais. A prevenção da obesidade deve ter como foco, orientações para prática de uma alimentação saudável e de atividade física para que a obesidade infantil não permaneça futuramente na vida dos indivíduos.
  • 48. 47 REFERENCIAS BILIOGRAFICAS ACCIOLY, E.; SAUDERS, C.; LACERDA, E. M. A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Editora: Cultura médica p. 449-489, 1998. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151938292004000200011&script=sci_artt ext&tlng=es.Acesso em: 16 out 2012. ANJOS, L A. Epidemiologia, obesidade na infância. IN: Fisberg. Atualização em obesidade na infância e adolescência; revista e atualizada. São Paulo: Atheneu, 2005; cap. 2,pág17 -23. ABRANTES, M. M., LAMOUNEER, J. A., COLOSIMO, E. A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes das regiões sudeste e nordeste. Jornal de pediatria, Rio de Janeiro, V.78, n.4, p. 335-340, maio de 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v78n4/v78n4a14.pdf. Acesso em: 20 out 2012. COZAR, C. PISCOLARO, F. Comer em família: será que os pais têm essa pratica saudável a mesa?Obeso, agosto de 2012. Disponível em: http://www.abeso.org.br/pdf/revista58/alimentacao.pdf. Acesso em: 14 set 2012. ESCRIVÃO, M. A. M. S.; OLIVEIRA, F. L. C. TADDEI J. A. A. C.; LOPEZ, F. A. Obesidade exógena na infância e na adolescência. Jornal da pediatria. Rio de Janeiro, v.76, pag. 305-310, 2000. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-S305/port_print.htm. Acesso em: 10 out 2012 . FERREIRA, S; TINOXO, A. L. A ; AGUIAR, J. M. Obesidade infantil; etiologia e conseqüências para a saúde. Ferriani, M. G.C; et. al. Imagem corporal de adolescentes atendidos em um programa multidisciplinar da assistência ao adolescente obeso. Revista brasileira saúde materna infantil, pag. 27-33, v.5, n. 1, Recife, jan. e março de 2005. Acesso em: 09 de outubro de 2012. FISBERG. M. Atualização em obesidade na infância e adolescência. São Paulo: ,Atheneu,2005, p.235 FISBERG, M. Complicações metabólicas da obesidade infantil e adolescente. IN: FISBERG. Atualização na obesidade na infância e adolescência; revista e atualizada. São Paulo: Atheneu, 2005; cap 5.1, pág 47 - 56. FISBERG, M; CINTRA, P.I; OLIVEIRA, L.C. Epidemiologia e diagnostico da obesidade: abordagem inicial IN: FISBERG. Atualização em obesidade na
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