O documento é uma resposta de um Major da PM a cartas dos Comandantes Gerais da PM e CBM sobre propostas salariais do governo. Ele critica a proposta de 10% de aumento para PM e bombeiros versus 43% para polícia civil, dizendo que é desrespeitoso e discriminatório. Também critica a manipulação de números para não atender às demandas e o fato de cargos comissionados terem tido aumento maior que 50% enquanto a proposta para PM é de apenas 70 reais por pessoa. Conclui pedindo isonomia e subsídio justo

1. RESPOSTA À CARTA DOS ILMOS. SRS. COMANDANTES GERAIS DA PM E CBM/PE.
Caros Senhores Comandantes Gerais, oficiais e praças da Policia e dos Bombeiros Militares.
Encerrarmos um ciclo de quatro anos e não contemplamos este dito avanço expressivo nas conquistas da Corporação. O reforço com
novas contratações não passa de uma obrigação do Governo para preencher os claros deixados pela inativação de companheiros e no Quadro
Organizacional proposto pelo próprio Governo. Não podemos chamar de valorização pessoal um tratamento desrespeitoso e discriminatório com
aumento salarial de 43% para a Policia Civil e de apenas 10%para nós.
O que os Senhores chamam de canal aberto, nós identificamos como arapuca. Quando somos chamados para negociar nos sentimos como
o boi sendo levado ao matadouro. Ao chegarmos lá confirmamos este nosso sentimento quando abservamos a manipulação ardilosa dos números
para, mais uma vez, não atenderem aos nossos justíssimos anseios.
Não temos a menor saudade dos governos anteriores e não gostamos de termos que nos lembrar deles, não só no discurso ultrapassado do
atual governo, mas também pela postura desrespeitosa com a novidades da discriminação salarial. A Policia Militar em massa votou no atual
Governo acreditando na promessa de acabar com o desrespeito em nos oferecer vencimentos indignos e inferiores ao dos policiais civis, além de
proventos de no mínimo igual ao que percebíamos na ativa e, mais uma vez, nos é apresentada uma proposta que não honra o compromisso
firmado em todas as ocasiões anteriores.
O reconhecimento de que nossa atuação, além de fundamental, é indispensável para o sucesso do Pacto Pela Vida (que, aliás, está ferido
de morte) e que somos seus principais agentes de execução, já temos de toda a sociedade e da própria imprensa. Não nos interessa apenas ouvir o
Governo falar que reconhece o nosso esforço e importância nesse processo e sim que esse anúncio tão afetuoso se traduza em respeito,
consideração e, sobre tudo, em justiça salarial para conosco.
Não podemos também chamar de transparência o fato do Governo omitir que o reajuste que deu aos pouco mais de dez mil cargos
comissionados, já este ano, superou os 50%, com uma repercussão de quase R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) na folha de pagamento,
ou seja, aproximadamente R$ 1.200,00 per capta, enquanto que o aumento que nos oferece, mais de trinta mil servidores entre ativos,
inativos e pensionistas, no final das contas, onera a folha em pouco mais de R$ 2.000,00 (dois milhões de reais), perto de R$ 70,00 per capta,
lembrando que os inativos e pensionistas não terão nada de aumento nessa proposta.
 Os Senhores realmente acreditam que o Governo está atendendo aos pressupostos anunciados de limite de capacidade do fluxo de
caixa do Tesouro Estadual investindo pouco mais de dois milhões na sua proposta??? É o estado que mais cresce no pais.
 Promessas de poucos meses atrás não são cumpridas. Será que devemos confiar nas de quatro anos vindouros? Já vi este filme.
 O Adicional de Tempo de Serviço já é incorporado aos vencimentos e futuros proventos. Estão usurpando o nosso dinheiro para
aumentar o soldo e extinguir um direito líquido e certo, prejudicando mais ainda os inativos e pensionistas.
 QUEM TRABALHA MENOS DE 40 HORAS SEMANAL, ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!!! Será o fim das escalas extras??? A
propósito, escala de 12x36 gera carga horária semanal media de 42 horas. Como serão compensadas essas duas horas excedentes?
 Os Senhores acreditam que, na passagem para a inatividade, quem perder menos só vai perder 10%? Pergunte ao companheiro,
principalmente os que detêm funções de comando e Cargos Comissionados. Um cálculo elementar desmente esta afirmativa.
 Quantos soldados vocês conhecem que, sem o CFO, chegou a Tenente Coronel? E a Major? Tem Soldado com mais de vinte anos
que ainda nem saiu Cabo. A grande maioria dos Cabos irá para a reserva sem sequer sair Sargentos na ativa.
A confiança nos Comandos Gerais permanece. O reconhecimento das conquistas do passado cabe ao Governo, sobretudo quanto
aos inativos e pensionistas. Temos a certeza do apoio e do espírito de corpo de toda tropa, do Cel ao Sd, na luta por dignidade e justiça.
ABAIXO A DISCRIMINACAO SALARIAL. ISONOMIA E SUBSÍDIO JÁ
Com a devida consideração e respeito, Major PM Ref. CLAUDIO – Diretor da AME