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Reflexão Estratégica (3)

Outro conjunto importante de fontes que determinam a intensidade e as
tendências das Forças Competitivas está relacionado ao Poder de Negociação
dos Fornecedores. São elas:
1. Se o grupo fornecedor é dominado por poucas empresas e é mais
concentrado que a indústria para a qual vende, haverá maior poder de
negociação dos fornecedores;
2. Se os fornecedores não são ameaçados por produtos substitutos,
observa-se o aumento de seu poder de negociação;
3. Se sua empresa, ou a Indústria da qual sua empresa faz parte, é um
cliente importante para o grupo fornecedor (por representar uma fração
significativa das vendas), haverá uma redução no poder de negociação
dos fornecedores. Caso sua empresa represente uma fração muito
pequena das vendas do grupo fornecedor, mesmo este possuindo
grande poder de negociação, é pouco provável que este exerça todo seu
poder de negociação sobre sua empresa, pois não há grandes
possibilidades de ganhos a serem obtidos com o esforço de negociação;
4. Quando o produto do fornecedor é um insumo importante para os
negócios de sua empresa (está diretamente ligado ao seu diferencial
competitivo, p.ex.), há um aumento do poder de negociação dos
fornecedores. Isto é especialmente importante quando o insumo em
questão não pode ser armazenado;
5. Se os produtos do grupo fornecedor não são diferenciados e há baixo
custo de mudança para que sua empresa encontre outros fornecedores,
haverá uma diminuição do poder de negociação dos fornecedores;
6. Se seus fornecedores representam uma ameaça concreta de integração
para frente, há um aumento do poder de negociação dos fornecedores
frente à sua empresa e à Indústria da qual sua empresa faz parte;
7. A mão de obra utilizada por sua empresa também deve ser analisada
pela ótica do poder dos fornecedores. Assim, todas os itens anteriores
aplicam-se à analise sobre o poder de negociação da mão de obra,
acrescentando-se dois pontos: quanto maior o grau de organização dos
trabalhadores e quanto menores as possibilidades de expansão da
oferta de mão de obra, tanto maior será o poder de negociação da mão
de obra.
A Ameaça de Novos Entrantes na Indústria da qual sua empresa faz parte
também é uma importante Força Competitiva. Deve-se ter em mente que um
novo entrante trará novas capacidades de oferta e o forte desejo de conquista
de parcela de mercado, pressionando preços para baixo e elevando os custos
das empresas já instaladas.

A Força Competitiva Ameaça de Novos Entrantes depende fundamentalmente
das barreiras de entrada, devendo ser analisadas, portanto, as fontes de
barreiras de entrada. São elas:
1. Se as empresas já instaladas operam com Economias de Escala, ou
seja, historicamente obtiveram declínios substanciais nos custos
unitários de um produto com elevação do volume total produzido, há um
aumento na barreira de entrada de novas empresas, pois estas terão
que dispor de considerável capital a ser investido, a fim de iniciar sua
atuação já em grande escala, ou com rápido crescimento, ou então irão
arriscar-se ao ingresso em pequena escala, sujeitando-se a uma
desvantagem de custos;
2. Se os Clientes de uma indústria já criaram vínculos de lealdade com as
empresas estabelecidas e seus produtos, há uma barreira à entrada,
forçando os entrantes a efetuarem despesas para superar os vínculos
estabelecidos;
3. Se o modelo de negócio das empresas estabelecidas exige elevada
disponibilidade de capital, como investimentos em P&D ou Capital de
Giro, observa-se um aumento nas barreiras de entrada;
4. Se os compradores das empresas estabelecidas se defrontam com
elevados custos de mudanças de fornecedores, há um aumento nas
barreiras de entrada;
5. Se as empresas estabelecidas já utilizam grande parte da capacidade
dos canais de distribuição, há um aumento nas barreiras de entrada;
6. Porter lista uma série de desvantagens de custos, independentes de
escala, que talvez sejam impossíveis de serem igualadas pelas
entrantes potenciais:
a. Tecnologia patenteada;
b. Acesso às matérias-primas;
c. Localização;
d. Subsídios oficiais;
e. Curva de aprendizagem ou experiência.
7. Políticas governamentais, muitas vezes sujeitas a lobbies, criam
barreiras de entrada. Isso ocorre de diversas formas, como controle das
licenças de funcionamento, acesso a matérias-primas, padrões para
testes, entre outras formas;
Obs.: Trataremos da influência do Governo sobre todas as Forças
Competitivas em outro momento.
8. Quanto maiores as expectativas dos entrantes quanto à reação de
retaliação dos concorrentes já instalados, maiores as barreiras de
entrada;
9. Caso os preços praticados em determinada Indústria não sejam
suficientes para assegurar retorno econômico sobre os investimentos
iniciais e cobrir os custos de superação das barreiras, estes serão
considerados preços de entrada dissuasivos, não havendo, portanto,
estímulo a novos entrantes.

O próximo texto irá tratar da Força Competitiva Rivalidade entre as Empresas
Existentes e da Análise da Concorrência em uma Indústria.

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  • 1. Reflexão Estratégica (3) Outro conjunto importante de fontes que determinam a intensidade e as tendências das Forças Competitivas está relacionado ao Poder de Negociação dos Fornecedores. São elas: 1. Se o grupo fornecedor é dominado por poucas empresas e é mais concentrado que a indústria para a qual vende, haverá maior poder de negociação dos fornecedores; 2. Se os fornecedores não são ameaçados por produtos substitutos, observa-se o aumento de seu poder de negociação; 3. Se sua empresa, ou a Indústria da qual sua empresa faz parte, é um cliente importante para o grupo fornecedor (por representar uma fração significativa das vendas), haverá uma redução no poder de negociação dos fornecedores. Caso sua empresa represente uma fração muito pequena das vendas do grupo fornecedor, mesmo este possuindo grande poder de negociação, é pouco provável que este exerça todo seu poder de negociação sobre sua empresa, pois não há grandes possibilidades de ganhos a serem obtidos com o esforço de negociação; 4. Quando o produto do fornecedor é um insumo importante para os negócios de sua empresa (está diretamente ligado ao seu diferencial competitivo, p.ex.), há um aumento do poder de negociação dos fornecedores. Isto é especialmente importante quando o insumo em questão não pode ser armazenado; 5. Se os produtos do grupo fornecedor não são diferenciados e há baixo custo de mudança para que sua empresa encontre outros fornecedores, haverá uma diminuição do poder de negociação dos fornecedores; 6. Se seus fornecedores representam uma ameaça concreta de integração para frente, há um aumento do poder de negociação dos fornecedores frente à sua empresa e à Indústria da qual sua empresa faz parte; 7. A mão de obra utilizada por sua empresa também deve ser analisada pela ótica do poder dos fornecedores. Assim, todas os itens anteriores aplicam-se à analise sobre o poder de negociação da mão de obra, acrescentando-se dois pontos: quanto maior o grau de organização dos trabalhadores e quanto menores as possibilidades de expansão da oferta de mão de obra, tanto maior será o poder de negociação da mão de obra.
  • 2. A Ameaça de Novos Entrantes na Indústria da qual sua empresa faz parte também é uma importante Força Competitiva. Deve-se ter em mente que um novo entrante trará novas capacidades de oferta e o forte desejo de conquista de parcela de mercado, pressionando preços para baixo e elevando os custos das empresas já instaladas. A Força Competitiva Ameaça de Novos Entrantes depende fundamentalmente das barreiras de entrada, devendo ser analisadas, portanto, as fontes de barreiras de entrada. São elas: 1. Se as empresas já instaladas operam com Economias de Escala, ou seja, historicamente obtiveram declínios substanciais nos custos unitários de um produto com elevação do volume total produzido, há um aumento na barreira de entrada de novas empresas, pois estas terão que dispor de considerável capital a ser investido, a fim de iniciar sua atuação já em grande escala, ou com rápido crescimento, ou então irão arriscar-se ao ingresso em pequena escala, sujeitando-se a uma desvantagem de custos; 2. Se os Clientes de uma indústria já criaram vínculos de lealdade com as empresas estabelecidas e seus produtos, há uma barreira à entrada, forçando os entrantes a efetuarem despesas para superar os vínculos estabelecidos; 3. Se o modelo de negócio das empresas estabelecidas exige elevada disponibilidade de capital, como investimentos em P&D ou Capital de Giro, observa-se um aumento nas barreiras de entrada; 4. Se os compradores das empresas estabelecidas se defrontam com elevados custos de mudanças de fornecedores, há um aumento nas barreiras de entrada; 5. Se as empresas estabelecidas já utilizam grande parte da capacidade dos canais de distribuição, há um aumento nas barreiras de entrada; 6. Porter lista uma série de desvantagens de custos, independentes de escala, que talvez sejam impossíveis de serem igualadas pelas entrantes potenciais: a. Tecnologia patenteada; b. Acesso às matérias-primas; c. Localização;
  • 3. d. Subsídios oficiais; e. Curva de aprendizagem ou experiência. 7. Políticas governamentais, muitas vezes sujeitas a lobbies, criam barreiras de entrada. Isso ocorre de diversas formas, como controle das licenças de funcionamento, acesso a matérias-primas, padrões para testes, entre outras formas; Obs.: Trataremos da influência do Governo sobre todas as Forças Competitivas em outro momento. 8. Quanto maiores as expectativas dos entrantes quanto à reação de retaliação dos concorrentes já instalados, maiores as barreiras de entrada; 9. Caso os preços praticados em determinada Indústria não sejam suficientes para assegurar retorno econômico sobre os investimentos iniciais e cobrir os custos de superação das barreiras, estes serão considerados preços de entrada dissuasivos, não havendo, portanto, estímulo a novos entrantes. O próximo texto irá tratar da Força Competitiva Rivalidade entre as Empresas Existentes e da Análise da Concorrência em uma Indústria.