O documento discute a evolução do entendimento humano sobre o sagrado, desde a Idade Média até a codificação do Espiritismo no século XIX. Apresenta como a ciência moderna divergiu da visão religiosa tradicional e como o Espiritismo propôs integrar a fé e a razão por meio da revelação da existência do mundo espiritual.

1. O Sagrado Através da Cultura
III
Como o Ser Humano Entende e Vivencia o
Sagrado
(Uma Visão Ecumênica para Formação de Espíritas)
UNIVERSIDADE ESPÍRITA NOSSO LAR

2. A crítica da ciência à
religião e ao sagrado
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3. Viemos de um milênio de trevas
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4. Uma noite muito escura
No início no século IV d.C., a humanidade ocidental
experimentou um período de uma perspectiva
única de visão para tudo, o que foi chamado de
uma longa noite de obscurantismo, que durou um
milênio, acabando em 1450, com a Renascença.
Por conveniência, muitos cientistas e filósofos
circunscreviam suas trajetórias em torno dos
palácios episcopais.
Quietos, os alquimistas e espiritualistas sobreviviam.
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5. As primeiras luzes
A escuridão começou a dissipar-se a partir do século
XIV quando a arte e a filosofia, até então
inspiradas somente nas escrituras sagradas,
buscam inspirar-se em outras fontes, como a
produção literária greco-romana.
Este é o movimento chamado de Humanismo.
A invenção da tipografia contribuiu para a difusão
dos livros.
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6. Um resgate ainda que tardio
O pensamento científico surgiu na Grécia Antiga
aproximadamente no século VI a.C. com os
pensadores pré-socráticos, que foram chamados de
Filósofos da Natureza e também Pré-cientistas.
Este pensamento emergente buscava o princípio das
coisas, questionando os mitos (como explicação da
formação do mundo) e a forma de poder político.
E como tal não aceito pelos governos e líderes
religiosos da época.
Portanto, já 8 séculos antes da Igreja de Roma, o
nascente pensamento científico divergia do status
quo religioso e de poder.
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7. Etimologia
Ciência
No seu sentido mais amplo, ciência (do Latim
scientia, significando “conhecimento") refere-se a
qualquer conhecimento ou prática sistemáticos.
Num sentido mais restrito, ciência refere-se a um
sistema de adquirir conhecimento baseado no
método científico, assim como ao corpo organizado
de conhecimento conseguido através de tal
pesquisa.
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8. A Europa se transforma
A partir do século XV aparecem idéias
novas em todos os domínios: invenções
científicas, descobertas geográficas,
novos meios de produzir e adquirir
riquezas, que abalaram profundamente o
mundo medieval, até então estável. A
partir desta época, a Europa nunca mais
teve uma unidade política nem religiosa.
(A primeira estátua em bronze = Renascença)
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9. O mundo se transforma...
...a partir de quando se resgatou o que os filósofos
gregos já tinham escrito mais de 16 séculos antes: a
Terra é redonda.
Vieram as novas descobertas geográficas.
Toscanelli apresentou a Colombo um mapa capaz de
orientar o que de fato aconteceu: a descoberta do
Mundo Novo e uma extraordinária expansão não só
econômica, mas filosófica, antropológica, científica e
religiosa.
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10. O Sol é o centro
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11. O Sol é o centro
O calendário estava incorreto e ao tentar acertá-lo o
Papa deparou com a Teoria Copérnico de que Terra
não era o centro do Universo e sim o Sol.
Kepler explicou um pouco melhor.
Derrubava-se a crença do “céu imutável, dos círculos
perfeitos, da harmonia celeste, da harmonia
matemática e dos movimentos uniformes”.
(Mitologia e Escrituras)
Galileu (1564) acendeu o estopim da divergência com
a Igreja ao comprovar cientificamente a Teoria de
Copérnico.
“A geometria é o próprio Deus e sem ela Deus não
teria planejado o Universo”, foram afirmações de
Kepler.
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12. A escolha do lado
Desde a virada do século XVI estava em curso um esforço
crescente e intenso para a escolha, pelos cientistas e
filósofos, de um dos lados:
Astrologia ou Astronomia;
Alquimia ou Química;
Metafísica ou Física;
Fé ou Razão.
A Razão não era mais nem da Natureza e nem de Deus.
Era do homem.
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13. Autoridade da igreja
versus método científico
Perante os cientistas a autoridade religiosa estava
fragilizada ao admitir e teimar com seus dogmas
ainda hoje vigentes.
Eram e são incompatíveis com o método científico.
A Ciência declarou-se laica, livre e agnóstica,
renunciando a tutela da Igreja.
E, “se não é possível provar a existência de Deus (de
acordo com o método da ciência moderna), para a
ciência Ele não existe”.
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14. O mundo mecânico
Segundo este modelo de investigação, a ciência havia
extraído a alma do mundo.
Tudo não passava de uma máquina, como um
relógio, previsível, estático, que para conhecê-la
bastava desmontá-la, fazê-la em partículas.
Este é o método analítico, concebido por Renè
Descartes, que ficou conhecido como modelo
cartesiano.
Neste sentido, para se conhecer o mundo é preciso –
segundo Francis Bacon – “extrair da natureza sob
tortura todos os seus segredos”.
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15. E, no entanto, o mundo
evolui
Com a descoberta da Teoria da Evolução, de
Charles Darwin (sec. XIX) e da Teoria da
Relatividade, de Albert Einstein (sec. XX), a
ciência moderna de Descarte e Newton, viu-
se obrigada a rever seus postulados, pois o
mundo se movimenta, tudo está sendo
criado, modificado, evoluindo.
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16. A totalidade do ser – a
revelação Espírita
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17. XIX: Século das Luzes
A Ciência Moderna tem seu apogeu nas revoluções: científica,
industrial, econômica e política consolidaram uma nova
sociedade baseada na crença de que a ciência e sua filha dileta,
a tecnologia, trariam a felicidade plena ao homem.
A vitória da razão, das luzes iluministas e do progresso positivo.
Surge a máquina a vapor, eletricidade, aço, telégrafo, primeira
perfuração de um poço de petróleo, telefone, lâmpada
incandescente, geladeira, primeiro motor a gasolina, radio,
primeira exibição de cinema, bicicleta, automóvel, o avião, ...
Paris é a capital do mundo.
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18. O codificador
É neste contexto que nasceu e cresceu
Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804/1869).
Em 1855, começou a interessar-se pelo fenômeno das
“mesas girantes”.
Compreendeu que as respostas que resultavam dos
movimentos das mesas eram inteligentes, mensagens
que deviam-se à intervenção de espíritos.
A partir daí dedicou-se à sistematização e compreensão
dessa realidade, buscando integrá-la nos
conhecimentos científico, filosófico e religioso.
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19. A codificação
Assim Rivail, assumiu a tarefa de Codificador do
Espiritismo, como Allan Kardec, pseudônimo revelado
pelo espírito Zéfiro, com quem havia vivido uma
encarnação entre os druidas, na Gália.
As cinco obras fundamentais do Espiritismo, são:
o O Livro dos Espíritos - Princípios da Doutrina Espírita; publicado
em 1857, funda o Espiritismo, e inicia a Codificação;
o O Livro dos Médiuns (1861) ou Guia dos Médiuns e dos
Evocadores;
o O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864);
o O Céu e o Inferno (1865) ou A Justiça Divina Segundo o
Espiritismo;
o A Gênese (1868) - os Milagres e as Predições segundo o
Espiritismo.
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20. Etimologia
Totalidade
No caso restrito da utilização do termo, TOTALIDADE expressa a
visão holística do ser humano em suas dimensões biológica,
mental, psíquica e espiritual ou o ser integral, íntegro.
Revelação
Tem-se como revelação a retirada do véu que encobre alguma
coisa ou o desvelamento que nos permite vê-la.
Espírito: princípio inteligente
Por espírito entende-se o conjunto total das faculdades
intelectuais do ser espiritual.
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21. Amadurecemos
“Importa que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é
como a luz: o homem precisa habituar-se a ela,
pouco a pouco; do contrário, fica deslumbrado”.
628 LE
“As comunicações entre o mundo espírita e o mundo
corpóreo estão na ordem natural das coisas e não
constituem fato sobrenatural, tanto que de tais
comunicações se acham vestígios entre todos os
povos e em todas as épocas.
Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos”.
(LE Prolegômenos)
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22. Um pouco mais maduros
O que era considerado uma ciência sagrada e da
qual se fazia mistério, passa a ser revelada com
mais consistência e compreensão, pois no
passado o que se recebia eram algumas verdades
esparsas.
“Entretanto, para o estudioso, não há nenhum
sistema antigo de filosofia, nenhuma tradição,
nenhuma religião, que seja desprezível, pois em
tudo há germens de grandes verdades.
Ricos são tais objetos e podem contribuir
grandemente para vossa instrução”.
LE 628
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23. Mais e mais maduros
“O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar
aos homens, por meio de provas irrecusáveis,
a existência e a natureza do mundo espiritual
e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele
no-lo mostra, não mais como coisa
sobrenatural, porém, ao contrário, como uma
das forças vivas e sem cessar atuantes da
Natureza, como a fonte de uma imensidade de
fenômenos até hoje incompreendidos e, por
isso, relegados para o domínio do fantástico e
do maravilhoso”.
(ESE-1,5)
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24. Uma doutrina cristã
“O Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime
moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o
mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que
há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o
amor ao próximo e estabelecer entre os humanos uma
solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de
transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos
superiores aos que hoje a habitam.
É a lei do progresso, a que a Natureza está submetida, que
se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se
utiliza para fazer com que a Humanidade avance.
(ESE 1,9)
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25. Uma ciência e uma filosofia
Uma das principais propostas trazidas pelo
Espiritismo foi a união do princípio de fé com
o princípio científico, o que ficou conhecido
como fé raciocinada.
Segundo esse conceito acaba-se a
separatividade entre as dimensões material e
espiritual e não há motivo para que o espírita
seja levado a crer em dogmas e o cientista não
seja tomado por charlatão, nem por cético.
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26. A Trindade Universal
Matéria:
É o lado que prende o espírito; é o instrumento
do quem este se serve e sobre o qual, ao
mesmo tempo exerce sua ação.
Espírito:
O princípio inteligente do Universo.
Deus:
É a Inteligência Suprema, causa primeira de
todas as coisas.
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27. Tudo evolui
A lei divina ou leis naturais mostram que
tudo evolui.
A matéria.
A cultura.
O espírito.
A inexorável marcha que passa pelo
mineral, vegetal, animal, hominal...
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28. A espiral
A grande ciência e justiça
de Deus expressam-se
plenamente na espiral
evolutiva em que tanto
as células biológicas
morrem e renascem e o
mesmo se dá com os
espíritos.
Reencarnação
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