O Conselho de Meio Ambiente de Campinas repudia a reativação do Aterro Delta A, que foi desativado há um ano por não atender padrões ambientais. O aterro tem graves problemas estruturais e está localizado próximo a áreas residenciais e de proteção ambiental. O Conselho instrui o presidente a convocar os secretários de Serviços Públicos e Meio Ambiente para explicarem as motivações do estudo para reativação.
1. Ao Conselho de Meio Ambiente de Campinas – COMDEMA
Ilmo. Sr. Presidente Carlos Alexandre da Silva
Ofício CQQ150919 Campinas, 18 de setembro de 2015
Ref: Moção de repúdio à Reativação do Aterro Delta A
Prezado Presidente, venho respeitosamente solicitar que na Plenária de 24/09/2015,
seja incluida na pauta a votação pelo Pleno de MOÇÃO DE REPÚDIO à Reativação
do Aterro Delta A, de acordo com o veiculado na mídia local.
Uma vez aprovada a moção que seja enviada, entre outros: ao Sr. Prefeito de
Campinas; à Sec. do Verde e Desenv. Sustentável; à Sec de Serviços Público; à
Câmara Municipal de Campinas; ao GAEMA; ao CONSEMA; à CETESB: ao
Consórcio PCJ, à Agência Nacional de Águas.
Moção de repúdio à Reativação do Aterro Delta A em Campinas
O Pleno do Conselho de Meio Ambiente de Campinas, reunido no dia
24/09/2015, em sua 163a
Reunião Ordinária, vem manifestar o seu REPÚDIO
à Reativação do Aterro Delta A, conforme publicado na mídia local que afirma
haver estudos da Prefeitura Municipal a este respeito.
O aterro Delta A foi desativado há cerca de um ano após, mais uma vez, ter
ultrapassado os limites de quota estabelecidos pela CETESB que já aplicara
diversas multas à Prefeitura de Campinas por descumprimento do limite e
violação de Termos de Ajuste de Conduta (TAC).
2. O Aterro sofre de graves problemas estruturais. É um aterro ultrapassado
para os padrões em uso por não ter forração que impeça a percolação do
chorume. Está situado próximo a áreas residenciais, em área de proteção
ambiental próximo a nascente e microbacia hodrográfica que carece de
cuidados. Está próximo ao aeroporto de Viracopos e, dado seu perfil de não
conformidade com padrões atualizados, ainda atrai pássaros, que causam
riscos a aeronaves.
Por estas e muitas outras razões já discutidas amplamente pelos
Conselheiros deste COMDEMA desde 2012, este Conselho já havia se
manifestado, antes de sua desativação, pelo seu IMEDIATO FECHAMANTO
seguido da necessária remediação por 30 ou mais anos.
É portanto inadmissível que a Administração Municipal venha sequer aventar
a possibilidade de reativar o aterro Delta A.
Cabe à Prefeitura de Campinas CUMPRIR O QUE DETERMINA O ACORDO
COM A CETESB e CUMPRIR O PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO
BÁSICO, publicado pela atual administração em 20/12/2013. Em especial no
que tange aos itens:
Produto 2, item 1.3, pág 14 -
Que assume o encerramento do aterro Delta A, “previsto para março
de 2014” e conclui: “Campinas necessita urgentemente do
licenciamento e implantação do Complexo Delta B afim de promover o
adequado gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos conforme a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, PNRS.”
E prossegue: “...remediar passivos ambientais referentes aos antigos
sistemas de aterramento, além de elaborar e implantar o plano de
encerramento do Aterro Delta A.”
Produto 2, item 6.1 – Objetivos e Metas Propostos
3. Subitem – Valorização dos RSUs – ainda em 2014, licitar e implantar
programa de compostagem, tratamento da fração reciclável por
cooperativas e destinação para aterro ou reaproveitamento energético
dos rejeitos
Produto 3, Quadro 1.32 – Resumo do Programa de Limpeza Urbana e Manejo
de Resíduos Sólidos, itens 7 e 10:
Implantar a compostagem como método de valorização dos resídous
orgânicos, cuja Meta/Prazo para implantar era “imediato” (isso em
20/12/2013).
Produto 3, Quadro 2.3 Matriz de Risco, item “Disposição Final” –
Que define o licenciamento do Delta B e o Plano de Encerramento do
Delta A:
Produto 3, item 1.4.1, Ação 18:
Implantar o tratamento adequado da fração orgânica dos RSU através
de compostagem.
Quadro 3.3 –
item: AMPLIAR E MELHORAR O PROGRAMA DE COLETA SELETIVA -
Este Conselho de Meio Ambiente entende que investir neste programa
irá reduzir o volume de material com potencial de ser reciclado e que
hoje ainda é destinado ao fluxo de rejeitos e encaminhado para aterro.
Item: LOGÍSTICA REVERSA -
Este Conselho de Meio Ambiente entende que investir neste programa
irá aumentar o volume de material com potencial de ser retornado ao
fabricante e que é ainda destinado ao fluxo de rejeitos e encaminhado
para aterro.
4. Considerando os argumentos acima o Pleno do Conselho de Meio Ambiente
do Município de Campinas:
1- REPUDIA F|RONTALMENTE a reativação do Aterro Delta A,
recomendando que a Prefeitura Municipal de Campinas cumpra o Plano
Municipal de Saneamento Básico;
2- Instrui o Presidente deste Conselho a convocar com urgência o Secretário
de Serviços Públicos e o Secretário do Verde e Meio Ambiente para juntos,
comparecerem numa mesma reunião deste Pleno, para apresentarem as
motivações que levaram ao citado estudo.
Sem mais,
Atenciosamente,
José Furtado
Conselheiro Suplente pela MZ2 (Assoc. Moradores Vale das Garças)
Coordenador do Observatório Cidadão Campinas Que Queremos