SlideShare a Scribd company logo
1 of 40
Linguagens, códigos e suas
tecnologias - Português
Ensino Médio - 3ª Série
A literatura Pré-modernista
O PRÉ-MODERNISMO
NÃO PODE SER
CONSIDERADO UMA
ESCOLA LITERÁRIA,
MAS SIM UM PERÍODO
LITERÁRIO DE
TRANSIÇÃO
DO SIMBOLISMO/
PARNASIANISMO
PARA O
MODERNISMO.
Battle strike, june 1934 / Public Domain
 necessidade de transformação
nas artes (na temática e na linguagem literária);
 ruptura com os moldes simbolistas e parnasianos.
PRINCIPAISPRINCIPAIS
OBJETIVOS:OBJETIVOS:
Pré-modernismo
Realismo
Naturalismo
Parnasianismo
Simbolismo
Modernismo
Língua Portuguesa - 3ª Série
A literatura Pré-modernista
VISÃO GERAL DO
CONTEXTO:
Estado de insatisfação do homem em
relação à civilização (caminho traçado
pelo homem, pela humanidade);
Ruptura com o passado para levá-lo
de volta às origens primitivas;
Estado de insegurança em relação
aos acontecimentos dos últimos anos
do século XIX: expansão e/ou
industrialização dos países europeus;
Primeira Guerra Mundial;
Início do século XX = transformações na
maneira de pensar do homem moderno
(ideia de nacionalismo / nazismo, fascismo
e comunismo => intensas agitações
CONTEXTO
HISTÓRICO
O momento histórico
brasileiro interferiu na
produção literária,
marcando a transição dos
valores éticos do século XIX
para uma nova realidade
que se desenhava,
essencialmente pautada por
uma série de conflitos
Pontos de conflito no Brasil
pré-modernista.
Continuação sobre o contexto da época
o
fanatismo
religioso do
Padre Cícero
e de
Antônio Conselheiro
e o cangaço,
no Nordeste (3)
.
Língua Portuguesa - 3ª Série
A literatura Pré-modernista
Imagem:retratosdocangaço,1936-37/Domíniopúblico
Imagem:PadreCícero.1934/AutorDesconhecido/Domíniopúblico
Imagem:AlegoriadeCanudos/AndréKoehne/GNUFreeDocumentationlicense
As revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio de Janeiro.
As greves operárias
em São Paulo.
Foto da
primeira greve
no Brasil na
cidade de São
Paulo
A Guerra do Contestado
(na fronteira entre Paraná e
Santa Catarina).
 política dirigida pela
Oligarquia
rural.
O nascimento da
burguesia urbana, a
industrialização e o
surgimento do proletariado.
Segregação dos
negros pós-
abolição.
A imigração.
Disputas
provincianas
como as
existentes no
Rio Grande do
Sul entre
maragatos e
republicanos.
Imagem: Heróis da Lapa / autor desconhecido / Domínio Público
Uma Radiografia Crítica do Brasil:
No geral, o Pré-Modernismo é uma literatura de
Crítica Social;
Mostra o Brasil real, com seus Conflitos Político-
Sociais;
Desmistifica o romantismo e seu Nacionalismo
Ufanista.
Portanto, um Nacionalismo
Crítico-Amargo.
CARACTERÍSTICAS DO
PRÉ-MODERNISMO:
RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações
que feriam o academicismo;
REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem
os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do
homem do campo é apresentada de forma chocante;
LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são em tom de denúncia da
realidade brasileira. O Brasil oficial é substituído por um
Brasil não oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos,
realidade dos subúrbios);
CONTEMPORANEIDADE – A literatura retrata fatos políticos,
situação econômica e social contemporâneos, diminuindo a
distância entre realidade e ficção.
Para refletir!
“Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
Com a água dos rios no meio,
O Brasil está dormindo, coitado!”
Carlos Drummond de Andrade
Principais autores:
Euclides da Cunha
Monteiro Lobato
Lima Barreto
Graça Aranha
Augusto dos Anjos
Euclides da Cunha
(1866/1909)
Trabalhou como engenheiro civil no
meio militar.
Escreveu Os Sertões, pois
testemunhou a Guerra de Canudos
como correspondente jornalístico.
Foi assassinado em duelo pelo
amante da esposa.
Positivista, florianista e determinista.
Foi o primeiro escritor brasileiro a
diagnosticar o
subdesenvolvimento do
país, diagnosticando os 2 Brasis
(litoral e sertão).
Imagem: Euclides da Cunha / Domínio Público
É uma narrativa da
insurreição de um grupo de
fanáticos religiosos e não só
descreve a sociedade mas
também a geografia,
geologia, e zoologia plana
do sertão brasileiro (8).
É dividido em três
partes.
1ª parte: A Terra
2ª parte: O homem
3ª parte: A luta
Imagem:Capade“OsSertões”,1902/Domíniopúblico
“Ao passo que a caatinga o
afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o
e estonteia-o; enlaça-o na trama
espinescente e não o atrai;
repulsa-o com folhas urticantes,
com o espinho, com os gravetos
estalados em lanças; e desdobra-
se lhe na frente léguas e léguas,
imutável no aspecto desolado:
árvores sem folhas, de galhos
estorcidos e secos.” Imagem: Caatinga – sertão brasileiro / Maria Hsu /
Creative Commons Attributtion 2.0 generic
Trecho descreve a 1ª parte
de Os Sertões
Trecho descreve a 1ª parte
de Os Sertões
“Homem permanente fatigado, o sertanejo 'reflete
a preguiça invencível, a atonia muscular perene,
em tudo: na palavra remorada, no gesto
contrafeito, no andar desaprumado, na cadência
langorosa das modinhas, na tendência constante à
imobilidade e à quietude'. Todavia, basta um
incidente qualquer para que ele se transfigure,
adquirindo, subitamente, a característica de um
'titã dominador. É crédulo, místico, deixando-se
levar por superstições absurdas. Sua religião traz
em si, caracteres das três raças que o formaram: o
branco, o índio e o negro; como ele, sua religião é
mestiça.”
Trecho descreve a 2ª parte da obra os
sertões
. Deu-se então o massacre
dos prisioneiros, na sua
maioria mulheres, velhos,
pessoas enfermas,
moribundas e crianças. As
mulheres não perigosas
e as crianças foram
poupadas da 'degola',
que deveria ocorrer após
um viva à República.
Conselheiro não resistiu a
uma grave disenteria, e aos
problemas resultantes de um
ferimento de granada, falece
no dia 22 de setembro. Trecho descreve a 3ª parte da
obra
Imagem:RuínasdeIgrejaemCanudos,1897/Fláviodebarros/DomínioPúblico
Obras principais:
• Os Sertões
• Perú versus Bolívia
• Castro Alves e seu tempo
• Entre os seringais
• Contrastes e confrontos
Monteiro Lobato
(1882/1948)
Homem de diversas
atividades (escritor,
editor, relojoeiro,
fazendeiro, promotor,
industrial, comerciante,
professor, adido
comercial etc.).
Imagem:Lobatoarte/AndréKoehne/GNUFreeDocumentationLicense
Em 1917, publica, no jornal O Estado de São Paulo, o
artigo contra a pintora Anita Malfatti (estopim do
Modernismo). A Propósito da Exposição Malfatti,
expressa uma postura agressiva contra as novas
tendências artísticas do século XX, que resultará
no seu desligamento dos principais participantes
da Semana de Arte Moderna de 1922. Sua crítica
acalorada se dá porque ele não admitia a
submissão da cultura brasileira às ideias
europeias, daí ser chamado de Policarpo Lobato.
O Brasil Caipira
anacrônico
inerme
analfabeto
obtuso
Tema de Monteiro Lobato
Urupês (Jeca Tatu) Cidades Mortas
Imagem:Caipirapicandofumo1893/AlmeidaJunior/
Domíniopúblico
Urupês (1919)
Ideias de Jeca Tatu
(1918)
Cidades Mortas
(1919)
Negrinha (1920)
Mundo da Lua (1923)
O Macaco que se Fez
Homem (1923)
O Choque das Raças
OBRAS PRINCIPAIS
 Literatura Infantil:
 Reinações de Narizinho
 Viagem ao Céu
 O Saci
 Caçadas de Pedrinho
 Hans Staden
 Histórias do Mundo para Crianças
 Memórias de Emília
 Emília no País da Gramática
 Aritmética de Emília
 Geografia de Dona Benta
 Serões de Dona Benta
 O Poço do Visconde
 Histórias de Tia Nastácia
 O Pica-pau Amarelo
 A Reforma da Natureza
 O Minotauro
 Fábulas
Lima Barreto
(1881/ 1922)
Viveu intensamente as contradições do
início do século, torna-se alcoólatra e
passa por profundas crises
depressivas, sendo internado por duas
vezes.
Mostra um perfeito retrato do subúrbio
carioca, criticando a miséria das
favelas e dos cortiços. Posiciona-se
contra o nacionalismo ufanista, a
educação recebida pelas mulheres,
voltada para o casamento e a
República com seu exagerado
militarismo.
Imagem:RetratodeLimaBarreto,autoredatadesconhecidos
/DomínioPúblico
Seus personagens são humildes
funcionários públicos, alcoólatras
e miseráveis. Sua linguagem é jornalística
e até panfletária (11).
Triste Fim de Policarpo
Quaresma é a obra que lhe garante
notoriedade.
O Brasil da Marginalização Urbana
O negro O funcionário público Os alcoólatras
Subúrbio
Romance:
Recordações do Escrivão Isaías
Caminha (tematiza preconceito
racial e crítica ao jornalismo
carioca - 1909)
Triste Fim de Policarpo
Quaresma (inicialmente
publicado em folhetins - 1915)
Vida e Morte de M. J. Gonzaga e
Sá (1919)
Clara dos Anjos (1948)
Conto:
História e Sonhos (1956)
Sátira Política e Literária:
Os Bruzundangas (1923)
OBRAS
PRINCIPAIS:
Humorismo:
Aventuras do Dr.
Bogoloff (1912)
Artigos e Crônicas:
Feiras e Mafuás (1956)
Bagatelas (1956)
Crônicas sobre Folclore
Urbano:
Matginália (1956)
Vida Urbana (1956)
Memórias:
Diário Íntimo (1956)
Cemitério dos Vivos
(1956)
Graça Aranha (1866/
1931)
Foi juiz no Maranhão e no Espírito
Santo. Participou do movimento
modernista, como doutrinador.
Não é considerado modernista porque
sua única obra "modernista", A
viagem maravilhosa, é feita em um
estilo extremamente artificial. Morreu
logo antes de publicar sua
autobiografia, O meu próprio
romance, de 1931.
Imagem:GraçaAranha,1904/FratelliD'Alessandri/DomínioPúblico
Obras principais:
Canaã (1902/ romance)
Estética da Vida (1921/ ensaio)
Espírito Moderno (1925/ ensaio)
A Viagem Maravilhosa (1927/ romance)
Augusto dos Anjos
(1884/ 1914)
Formou-se em direito, mas
foi sempre professor de
Literatura.
Publicou apenas um único
livro de poesias, Eu. Sua
obra é cientificista,
profundamente pessimista.
Trabalhou, assim como
parnasianos e simbolistas,
com sonetos e verso
decassílabo.
Imagem: Retrato de Augusto dos Anjos / Domínio Público
Sua visão de mundo e a interrogação do
mistério da existência e do estar-no-mundo
marcam esta nova vertente poética.
Constância da morte, desintegração e os
vermes.
"A passagem dos séculos me assombra. /
Para onde irá correndo minha sombra /
Nesse cavalo de eletricidade?! /
Quem sou? Para onde vou?
Qual minha origem? /
E parece-me um sonho a realidade."
Sua visão da morte como o fim, o linguajar e os
temas usados por muitos são considerados
como sendo de mau gosto, mas caracterizam
sua poesia como única na literatura brasileira.
"Já o verme — este operário das ruínas
— / Que o sangue podre das
carnificinas / Come e à vida em geral
declara guerra."
Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Analisar o texto, em
seguida, discutir as
principais
características e
temáticas e, por
último, propor
pesquisa de outros
poemas do autor

More Related Content

What's hot (20)

Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Pré-modernismo
Pré-modernismoPré-modernismo
Pré-modernismo
 
Pré modernismo
Pré  modernismoPré  modernismo
Pré modernismo
 
Pré- Modernismo
Pré- ModernismoPré- Modernismo
Pré- Modernismo
 
Pre modernismo e modernismo
Pre modernismo e modernismoPre modernismo e modernismo
Pre modernismo e modernismo
 
Pre-modernismo,Autores e os sertoes
Pre-modernismo,Autores e os sertoesPre-modernismo,Autores e os sertoes
Pre-modernismo,Autores e os sertoes
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Pre Modernismo by trabalho da hora
Pre Modernismo by trabalho da horaPre Modernismo by trabalho da hora
Pre Modernismo by trabalho da hora
 
O pre modernismo
O pre modernismoO pre modernismo
O pre modernismo
 
O pré modernismo
O pré modernismoO pré modernismo
O pré modernismo
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Pré-Modernismo
Pré-ModernismoPré-Modernismo
Pré-Modernismo
 
Pré modernismo I
Pré modernismo IPré modernismo I
Pré modernismo I
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Zé ramalho
Zé ramalhoZé ramalho
Zé ramalho
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Pré modernismo (1902- 1922) profª karin
Pré modernismo (1902- 1922) profª karinPré modernismo (1902- 1922) profª karin
Pré modernismo (1902- 1922) profª karin
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 

Similar to Literatura Pré-modernista

Similar to Literatura Pré-modernista (20)

3373962 literatura-aula-19-pre modernismo-brasil
3373962 literatura-aula-19-pre modernismo-brasil3373962 literatura-aula-19-pre modernismo-brasil
3373962 literatura-aula-19-pre modernismo-brasil
 
NN.ppt
NN.pptNN.ppt
NN.ppt
 
A literatura pré-modernista..ppt
A literatura pré-modernista..pptA literatura pré-modernista..ppt
A literatura pré-modernista..ppt
 
A literatura pré-modernista. (1).ppt
A literatura pré-modernista. (1).pptA literatura pré-modernista. (1).ppt
A literatura pré-modernista. (1).ppt
 
Pré
PréPré
Pré
 
Pre modernismo-no-brasil
Pre modernismo-no-brasilPre modernismo-no-brasil
Pre modernismo-no-brasil
 
Aula 19 pré - modernismo - brasil
Aula 19   pré - modernismo - brasilAula 19   pré - modernismo - brasil
Aula 19 pré - modernismo - brasil
 
A literatura pré-modernista..ppt
A literatura pré-modernista..pptA literatura pré-modernista..ppt
A literatura pré-modernista..ppt
 
Revisão de literatura
Revisão de literaturaRevisão de literatura
Revisão de literatura
 
A%20literatura%20pré-modernista..pptx
A%20literatura%20pré-modernista..pptxA%20literatura%20pré-modernista..pptx
A%20literatura%20pré-modernista..pptx
 
Triste fim exercícios
Triste fim exercíciosTriste fim exercícios
Triste fim exercícios
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Pré-Modernismo
Pré-ModernismoPré-Modernismo
Pré-Modernismo
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Segunda fase-modernismo
Segunda fase-modernismoSegunda fase-modernismo
Segunda fase-modernismo
 
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptxmodernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
 
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptxmodernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
modernismo-2a-fase-30-a-45.pptx
 
O pre modernismo
O pre modernismoO pre modernismo
O pre modernismo
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da Cunha
Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da CunhaPré-Modernismo (Introdução) e Euclides da Cunha
Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da Cunha
 

More from Renata Haratani (10)

Marcel Proust
Marcel Proust Marcel Proust
Marcel Proust
 
Resenha
ResenhaResenha
Resenha
 
Trabalho de português
Trabalho de portuguêsTrabalho de português
Trabalho de português
 
Funções da linguagem
Funções da linguagemFunções da linguagem
Funções da linguagem
 
Adjetivo
AdjetivoAdjetivo
Adjetivo
 
Regência
RegênciaRegência
Regência
 
10 maiores erros
10 maiores erros10 maiores erros
10 maiores erros
 
Fonética e fonologia
Fonética e fonologiaFonética e fonologia
Fonética e fonologia
 
Oracoes coordenadas
Oracoes coordenadasOracoes coordenadas
Oracoes coordenadas
 
Romantismo introdução
Romantismo   introduçãoRomantismo   introdução
Romantismo introdução
 

Literatura Pré-modernista

  • 1. Linguagens, códigos e suas tecnologias - Português Ensino Médio - 3ª Série A literatura Pré-modernista
  • 2. O PRÉ-MODERNISMO NÃO PODE SER CONSIDERADO UMA ESCOLA LITERÁRIA, MAS SIM UM PERÍODO LITERÁRIO DE TRANSIÇÃO DO SIMBOLISMO/ PARNASIANISMO PARA O MODERNISMO. Battle strike, june 1934 / Public Domain
  • 3.  necessidade de transformação nas artes (na temática e na linguagem literária);  ruptura com os moldes simbolistas e parnasianos. PRINCIPAISPRINCIPAIS OBJETIVOS:OBJETIVOS:
  • 5. VISÃO GERAL DO CONTEXTO: Estado de insatisfação do homem em relação à civilização (caminho traçado pelo homem, pela humanidade); Ruptura com o passado para levá-lo de volta às origens primitivas; Estado de insegurança em relação aos acontecimentos dos últimos anos do século XIX: expansão e/ou industrialização dos países europeus; Primeira Guerra Mundial; Início do século XX = transformações na maneira de pensar do homem moderno (ideia de nacionalismo / nazismo, fascismo e comunismo => intensas agitações
  • 6. CONTEXTO HISTÓRICO O momento histórico brasileiro interferiu na produção literária, marcando a transição dos valores éticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava, essencialmente pautada por uma série de conflitos Pontos de conflito no Brasil pré-modernista.
  • 7. Continuação sobre o contexto da época o fanatismo religioso do Padre Cícero e de Antônio Conselheiro e o cangaço, no Nordeste (3) . Língua Portuguesa - 3ª Série A literatura Pré-modernista Imagem:retratosdocangaço,1936-37/Domíniopúblico Imagem:PadreCícero.1934/AutorDesconhecido/Domíniopúblico Imagem:AlegoriadeCanudos/AndréKoehne/GNUFreeDocumentationlicense
  • 8. As revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio de Janeiro.
  • 9. As greves operárias em São Paulo. Foto da primeira greve no Brasil na cidade de São Paulo
  • 10. A Guerra do Contestado (na fronteira entre Paraná e Santa Catarina).
  • 11.  política dirigida pela Oligarquia rural.
  • 12. O nascimento da burguesia urbana, a industrialização e o surgimento do proletariado.
  • 15. Disputas provincianas como as existentes no Rio Grande do Sul entre maragatos e republicanos. Imagem: Heróis da Lapa / autor desconhecido / Domínio Público
  • 16. Uma Radiografia Crítica do Brasil: No geral, o Pré-Modernismo é uma literatura de Crítica Social; Mostra o Brasil real, com seus Conflitos Político- Sociais; Desmistifica o romantismo e seu Nacionalismo Ufanista. Portanto, um Nacionalismo Crítico-Amargo.
  • 17. CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMO: RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações que feriam o academicismo; REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de forma chocante; LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são em tom de denúncia da realidade brasileira. O Brasil oficial é substituído por um Brasil não oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios); CONTEMPORANEIDADE – A literatura retrata fatos políticos, situação econômica e social contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e ficção.
  • 18. Para refletir! “Precisamos descobrir o Brasil! Escondido atrás das florestas, Com a água dos rios no meio, O Brasil está dormindo, coitado!” Carlos Drummond de Andrade
  • 19. Principais autores: Euclides da Cunha Monteiro Lobato Lima Barreto Graça Aranha Augusto dos Anjos
  • 20. Euclides da Cunha (1866/1909) Trabalhou como engenheiro civil no meio militar. Escreveu Os Sertões, pois testemunhou a Guerra de Canudos como correspondente jornalístico. Foi assassinado em duelo pelo amante da esposa. Positivista, florianista e determinista. Foi o primeiro escritor brasileiro a diagnosticar o subdesenvolvimento do país, diagnosticando os 2 Brasis (litoral e sertão). Imagem: Euclides da Cunha / Domínio Público
  • 21. É uma narrativa da insurreição de um grupo de fanáticos religiosos e não só descreve a sociedade mas também a geografia, geologia, e zoologia plana do sertão brasileiro (8). É dividido em três partes. 1ª parte: A Terra 2ª parte: O homem 3ª parte: A luta Imagem:Capade“OsSertões”,1902/Domíniopúblico
  • 22. “Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças; e desdobra- se lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos.” Imagem: Caatinga – sertão brasileiro / Maria Hsu / Creative Commons Attributtion 2.0 generic Trecho descreve a 1ª parte de Os Sertões Trecho descreve a 1ª parte de Os Sertões
  • 23. “Homem permanente fatigado, o sertanejo 'reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobilidade e à quietude'. Todavia, basta um incidente qualquer para que ele se transfigure, adquirindo, subitamente, a característica de um 'titã dominador. É crédulo, místico, deixando-se levar por superstições absurdas. Sua religião traz em si, caracteres das três raças que o formaram: o branco, o índio e o negro; como ele, sua religião é mestiça.” Trecho descreve a 2ª parte da obra os sertões
  • 24. . Deu-se então o massacre dos prisioneiros, na sua maioria mulheres, velhos, pessoas enfermas, moribundas e crianças. As mulheres não perigosas e as crianças foram poupadas da 'degola', que deveria ocorrer após um viva à República. Conselheiro não resistiu a uma grave disenteria, e aos problemas resultantes de um ferimento de granada, falece no dia 22 de setembro. Trecho descreve a 3ª parte da obra Imagem:RuínasdeIgrejaemCanudos,1897/Fláviodebarros/DomínioPúblico
  • 25. Obras principais: • Os Sertões • Perú versus Bolívia • Castro Alves e seu tempo • Entre os seringais • Contrastes e confrontos
  • 26. Monteiro Lobato (1882/1948) Homem de diversas atividades (escritor, editor, relojoeiro, fazendeiro, promotor, industrial, comerciante, professor, adido comercial etc.). Imagem:Lobatoarte/AndréKoehne/GNUFreeDocumentationLicense
  • 27. Em 1917, publica, no jornal O Estado de São Paulo, o artigo contra a pintora Anita Malfatti (estopim do Modernismo). A Propósito da Exposição Malfatti, expressa uma postura agressiva contra as novas tendências artísticas do século XX, que resultará no seu desligamento dos principais participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. Sua crítica acalorada se dá porque ele não admitia a submissão da cultura brasileira às ideias europeias, daí ser chamado de Policarpo Lobato.
  • 28. O Brasil Caipira anacrônico inerme analfabeto obtuso Tema de Monteiro Lobato Urupês (Jeca Tatu) Cidades Mortas Imagem:Caipirapicandofumo1893/AlmeidaJunior/ Domíniopúblico
  • 29. Urupês (1919) Ideias de Jeca Tatu (1918) Cidades Mortas (1919) Negrinha (1920) Mundo da Lua (1923) O Macaco que se Fez Homem (1923) O Choque das Raças OBRAS PRINCIPAIS  Literatura Infantil:  Reinações de Narizinho  Viagem ao Céu  O Saci  Caçadas de Pedrinho  Hans Staden  Histórias do Mundo para Crianças  Memórias de Emília  Emília no País da Gramática  Aritmética de Emília  Geografia de Dona Benta  Serões de Dona Benta  O Poço do Visconde  Histórias de Tia Nastácia  O Pica-pau Amarelo  A Reforma da Natureza  O Minotauro  Fábulas
  • 30. Lima Barreto (1881/ 1922) Viveu intensamente as contradições do início do século, torna-se alcoólatra e passa por profundas crises depressivas, sendo internado por duas vezes. Mostra um perfeito retrato do subúrbio carioca, criticando a miséria das favelas e dos cortiços. Posiciona-se contra o nacionalismo ufanista, a educação recebida pelas mulheres, voltada para o casamento e a República com seu exagerado militarismo. Imagem:RetratodeLimaBarreto,autoredatadesconhecidos /DomínioPúblico
  • 31. Seus personagens são humildes funcionários públicos, alcoólatras e miseráveis. Sua linguagem é jornalística e até panfletária (11). Triste Fim de Policarpo Quaresma é a obra que lhe garante notoriedade.
  • 32. O Brasil da Marginalização Urbana O negro O funcionário público Os alcoólatras Subúrbio
  • 33. Romance: Recordações do Escrivão Isaías Caminha (tematiza preconceito racial e crítica ao jornalismo carioca - 1909) Triste Fim de Policarpo Quaresma (inicialmente publicado em folhetins - 1915) Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá (1919) Clara dos Anjos (1948) Conto: História e Sonhos (1956) Sátira Política e Literária: Os Bruzundangas (1923) OBRAS PRINCIPAIS: Humorismo: Aventuras do Dr. Bogoloff (1912) Artigos e Crônicas: Feiras e Mafuás (1956) Bagatelas (1956) Crônicas sobre Folclore Urbano: Matginália (1956) Vida Urbana (1956) Memórias: Diário Íntimo (1956) Cemitério dos Vivos (1956)
  • 34. Graça Aranha (1866/ 1931) Foi juiz no Maranhão e no Espírito Santo. Participou do movimento modernista, como doutrinador. Não é considerado modernista porque sua única obra "modernista", A viagem maravilhosa, é feita em um estilo extremamente artificial. Morreu logo antes de publicar sua autobiografia, O meu próprio romance, de 1931. Imagem:GraçaAranha,1904/FratelliD'Alessandri/DomínioPúblico
  • 35. Obras principais: Canaã (1902/ romance) Estética da Vida (1921/ ensaio) Espírito Moderno (1925/ ensaio) A Viagem Maravilhosa (1927/ romance)
  • 36. Augusto dos Anjos (1884/ 1914) Formou-se em direito, mas foi sempre professor de Literatura. Publicou apenas um único livro de poesias, Eu. Sua obra é cientificista, profundamente pessimista. Trabalhou, assim como parnasianos e simbolistas, com sonetos e verso decassílabo. Imagem: Retrato de Augusto dos Anjos / Domínio Público
  • 37. Sua visão de mundo e a interrogação do mistério da existência e do estar-no-mundo marcam esta nova vertente poética. Constância da morte, desintegração e os vermes.
  • 38. "A passagem dos séculos me assombra. / Para onde irá correndo minha sombra / Nesse cavalo de eletricidade?! / Quem sou? Para onde vou? Qual minha origem? / E parece-me um sonho a realidade."
  • 39. Sua visão da morte como o fim, o linguajar e os temas usados por muitos são considerados como sendo de mau gosto, mas caracterizam sua poesia como única na literatura brasileira. "Já o verme — este operário das ruínas — / Que o sangue podre das carnificinas / Come e à vida em geral declara guerra."
  • 40. Versos Íntimos Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão — esta pantera — Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! Analisar o texto, em seguida, discutir as principais características e temáticas e, por último, propor pesquisa de outros poemas do autor