Seminário acerca da Insuficiência cervical em mulheres grávidas e não grávidas apresentado no Programa de Residência em Saúde da Mulher com ênfase em obstetrícia
2. Insuficiência istmo-cervical
Conhecida como: Incompetência istmo-cervical, insuficiência istmo-cervical,
insuficiência cervical, insuficiência do colo ou deficiência istmo-cervical;
Inabilidade em manter uma gravidez intra-uterina devido a uma fragilidade inerente
ou adquirida do colo uterino;
Insuficiência do sistema de oclusão do colo uterino;
Se caracteriza por perda fetal recorrente no segundo trimestre da gravidez;
Diagnóstico geralmente é retrospectivo;
Dilatação cervical indolor, ausência de sangramento, secreção mucoide vaginal,
protrusão das membranas ovulares na vagina e posterior rotura de membranas,
seguida de expulsão fetal, na maioria das vezes com produto conceptual ainda vivo;
Rezende, 2011
3. Insuficiência istmo-cervical
CAUSAS:
Traumáticas, como dilatação e curetagem; laceração cervical pós-parto traumático ou
pós-abortamento; amputação ou conização do colo uterino;
Congênita, por alteração do colágeno, ou em consequência à exposição intrauterina ao
dietilestilbestrol (hormônio sintético que trata metástase em câncer de mama e
próstata);
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
Na gestação, é baseado na história obstétrica de perdas fetais recorrentes no segundo
trimestre da gravidez (entre 12 e 20 semanas de gravidez) com cada perda ocorrendo
mais cedo que a anterior ou partos prematuros extremos (entre 21 e 32 semanas de
gestação);
Fora da gestação, é realizado principalmente pela histerossalpingografia durante a fase
lútea do ciclo menstrual (se largura da região istmocervical > 8 mm é sugestiva de IIC).
Se a vela de Hegar 8 não encontra resistência na passagem pelo colo uterino, na
segunda fase do ciclo menstrual, também denota a insuficiência do sistema oclusivo do
canal cervical.
Zugaib, 2012
6. Insuficiência istmo-cervical
A ultrassonografia transvaginal tem sido utilizada no diagnóstico de incompetência
cervical durante a gestação;
Avaliam-se o comprimento da cérvix, a forma do canal cervical e a presença de
protrusão das membranas amnióticas através do canal cervical;
USG na predição de parto prematuro: comprimento cervical inferior a 25 mm,
quando associado ao antecedente de incompetência cervical, ou abaixo de 20 mm
como fator isolado.
Zugaib, 2012
7. Insuficiência istmo-cervical
TRATAMENTO:
CERCLAGEM: prevenir o encurtamento e a abertura prematura do colo uterino por
meio de sutura circular no nível de seu orifício interno.
-Preferencialmente via vaginal;
-As principais técnicas empregadas são a de Shirodkar e a de McDonald;
8. Insuficiência istmo-cervical
Categorias para de realizar a cerclagem:
1: 2 ou + perdas no 2° trimestre, sem sangramento ou sinais claros de parto (cerclagem
eletiva);
2: dilatação > 2cm o prolapso das membranas sem contrações dolorosas e regulares
(cerclagem de emergência);
3: Indicada pela USG como afunilamento (cerclagem de emergência);
Rezende, 2011
13. Insuficiência istmo-cervical
Antes da cerclagem: ultrassonografia morfológica de primeiro trimestre, com a
finalidade de afastar possíveis malformações do produto conceptual, avaliar a
medida da translucência nucal e assegurar sua vitalidade; o tratamento de
infecções cervicovaginais, e recomenda-se ainda a abstinência sexual.
CERCLAGEM PROFILÁTICA: antes da ocorrência da cervicodilatação, sendo o
período ideal entre 12 e 16 semanas (Zugaib) / 12 e 14 (Rezende);
CERCLAGEM DE EMERGÊNCIA: no segundo trimestre da gestação, com a paciente
apresentando modificações do colo uterino como dilatação acima de 3 cm,
esvaecimento cervical pronunciado e membranas ovulares protrusas através do
canal cervical;
O limite para realização de cerclagem de emergência geralmente não deve
ultrapassar 26 semanas de gravidez, todavia, contudo, o consenso clínico para
realização de cerclagem emergencial recomenda a análise individualizada de caso.
15. Insuficiência istmo-cervical
CERCLAGEM : Via abdominal
A cerclagem também pode ser efetuada pela via abdominal em casos de
impossibilidade técnica de realização de cerclagem pela via vaginal, devido a
defeitos anatômicos do colo uterino ou, ainda, após falha de cerclagem pela via
vaginal, em gestação prévia.
Laparotomia e Laparoscópica;
NÓS: devem ser removidos após 36 semanas de gravidez ou em qualquer
momento da gestação, na presença de trabalho de parto prematuro não inibível,
rotura prematura das membranas ovulares (RPMO), corioamnionite e óbito fetal.
As complicações mais frequentes da cerclagem são afrouxamento da sutura,
ocorrência de RPMO, corioamnionite, trabalho de parto prematuro e maior
incidência de operação cesariana.
Google, 2016
16. Referencial
Zugaib obstetrícia / [editor Marcelo Zugaib]. – 2. ed. – Barueri, SP : Manole,
2012.
Rezende Filho, Jorge de.; Montenegro, Carlos Antonio Barbosa; : Obstetrícia
fundamental. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 20011.